Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 23/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Causas dos Santos: novo regulamento sobre reconhecimento de milagres

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, sob o mandato do Papa Francisco, aprovou o novo Estatuto do Conselho Médico da Congregação das Causas dos Santos.

 
 
Segundo o secretário do dicastério vaticano, Dom Marcello Bartolucci, “o texto atual se inspira no regulamento precedente, aprovado pelo Beato Paulo VI, em 23 de abril de 1976. Além da adequação linguística e processual, foram introduzidas algumas novidades, como por exemplo: a maioria qualificada para proceder na análise de um suposto milagre é de pelo menos 5/7 ou 4/6; o caso não pode ser reexaminado mais que três vezes; para a revisão do suposto milagre é necessário consultar os novos membros; o cargo de presidente do Conselho pode ser reconfirmado somente uma vez  (5 anos mais 5); devem manter segredo todos aqueles que estudam o suposto milagre: promotores da causa, tribunal, postuladores, especialistas e oficiais do dicastério; o pagamento dos especialistas será feito através de depósito bancário; o subsecretário desempenha para os milagres as funções que a Constituição Apostólica Divinus perfectionis magister atribui ao relator”.

Finalidade do Estatuto

“A finalidade do estatuto é o bem das Causas que não pode prescindir da verdade histórica e científica dos supostos milagres. Como é necessário que as provas jurídicas sejam completas, convergentes e confiáveis, assim é necessário que o seu estudo seja efetuado com serenidade, objetividade e competência da parte de médicos altamente especializados, e num nível diferente, pelo Congresso dos teólogos consultores e pela sessão dos cardeais e bispos para, enfim, ser aprovado pelo Santo Padre que tem a competência exclusiva de reconhecer um evento extraordinário como milagre verdadeiro. Este regulamento diz respeito somente ao bom funcionamento do Conselho Médico, cuja tarefa é cada vez mais delicada, comprometedora e, graças a Deus, apreciada dentro e fora da Igreja”, disse Dom Bartolucci.

Milagres, dedo de Deus

“Os milagres não são eventos marginais ao Evangelho e às Causas dos Santos. Jesus anunciou o Reino de Deus com palavras e sinais messiânicos que realizava para tornar transparente a sua identidade, crível a sua missão e para antecipar as novidades finais do mundo redimido. A mesma coisa pode ser dita para os santos. Os milagres, que eles obtiveram com a sua intercessão, são o sinal da presença de Deus na história e ao mesmo tempo, são a confirmação de sua santidade, manifestada primeiramente no exercício heroico das virtudes cristãs ou no martírio. A Igreja é convicta de que nos milagres dos santos está o dedo de Deus que ratifica, por assim dizer, o juízo humano sobre a sua santidade de vida. Esta visão faz parte do sentir da Igreja e foi reiterada várias vezes pelo magistério ordinário até os pronunciamentos de Bento XVI e do Papa Francisco. É historicamente certo que os milagres sempre foram um assunto decisivo para a canonização dos Servos de Deus”, disse ainda o secretário da Congregação das Causas dos Santos.
 
Idade Média

“O milagre necessário para a beatificação dos veneráveis servos de Deus e para a canonização dos beatos”, recorda a introdução do estatuto, “sempre foi examinado com o máximo rigor. Já na época  medieval se recorreu a médicos especialistas através dos quais foi criado por Bento XIV, em 17 de setembro de 1743, um fascículo específico. Depois, Pio XII instituiu junto à Congregação dos Ritos Sagrados, em 20 de outubro de 1948, uma Comissão Médica à  qual acrescentou, em 15 de dezembro de 1948, um Conselho Médico especial.
” 
“João XXIII, em 10 de julho de 1959, unificou estes dois organismos no Conselho Médico, aprovando o estatuto. À luz de novas exigências e segundo a Constituição Apostólica Sacra Rituum Congregatio de 8 de maio de 1969, se procedeu a uma nova revisão das normas do regulamento que foi aprovado por Paulo VI em 23 de abril de 1976".

“A promulgação da Constituição Apostólica Divinus perfectionis magister de João Paulo II, em 25 de janeiro de 1983, e a experiência dos últimos anos da Congregação das Causas dos Santos mostraram a necessidade de atualizar novamente o Estatuto do Conselho Médico. Para essa finalidade, foram redigidas as normas do novo regulamento do Conselho Médico da Congregação das Causas dos Santos”. (MJ) 

 

inizio pagina

Santa Sé adere à Convenção da ONU contra a Corrupção

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, depositou, formalmente, - no último dia 19, na Sede da ONU, em Nova Iorque, - o instrumento de adesão da Santa Sé à Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. 

Ao expressar seu consenso a esta Convenção, adotada pela Assembleia Geral da ONU em 31 de outubro de 2013, a Santa Sé, em nome e por conta do Estado da Cidade do Vaticano, formulou “duas reservas e três declarações” interpretativas, que fazem parte integral do  instrumento de adesão.

A mesma Convenção, - que prevê a adoção de medidas efetivas para prevenir e contrastar os crimes cometidos no âmbito da atividade pública, -  entrará em vigor para a Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano no próximo dia 19 de outubro.

Dom Gallagher: Francisco pede para derrotar a corrupção

Em um artigo publicado no L’Osservatore Romano, o Arcebispo Paul Gallagher recorda que o Papa Francisco denunciou “a corrupção como uma chaga na sociedade e pediu que esta seja combatida ativamente”.

O Papa – escreve o Secretário para as Relações com os Estados – determinou que a Santa Sé e o Estado do Vaticano “se adequem aos mais altos padrões internacionais de prevenção da corrupção, quer no exercício de funções públicas, quer no âmbito econômico”.

Dom Gallagher recorda que a Convenção de Mérida contra a corrupção é “o principal instrumento global para prevenir e combater os crimes cometidos no âmbito da função pública”.

Santa Sé prossegue esforço contra toda forma de corrupção

Em particular – prossegue – os Estados que ratificaram a Convenção têm o dever de “investigar e punir” toda forma de corrupção “ativa e passiva” e prevê-se um “detalhado plano normativo para facilitar a assistência judiciária entre os Estados membros por meio da extradição, as rogatórias, a restituição de bens adquiridos ilicitamente, a assistência técnica, a troca de informações”.

O prelado recorda que a Santa Sé já adotou instrumentos jurídicos a este respeito, voltados a prevenir e investigar eventuais casos de corrupção e de propor às Autoridades competentes a adoção de políticas apropriadas para combater o crime.

Departamentos da Cúria revejam procedimentos administrativos

Por outro lado – Observa Dom Gallagher – “será necessário que, no futuro, os Departamentos competentes da Cúria Romana e do Estado da Cidade do Vaticano revejam os próprios procedimentos administrativos à luz dos parâmetros contidos na Convenção, com o objetivo de assegurar a necessária conformidade a ela”.

Por fim – conclui o Secretário – deseja-se que a adesão da santa Sé à Convenção de Mérida possa “contribuir aos esforços da Comunidade internacional para garantir a transparência e a boa gestão dos negócios públicos”.

 

(MT)

inizio pagina

Onu, Parolin: desenvolvimento integral é impossível sem a paz

◊  

Nova Iorque (RV) - “O clamor das armas na Síria deve cessar a fim de que a paz seja uma possibilidade e para que a assistência humanitária possa ser levada aos que mais precisam”.
 
Este é um dos apelos do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, nesta quinta-feira (22/09), sobre os temas da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Paz

O panorama é vasto, atento aos vários casos e restitui um quadro que seria totalmente desencorajador se não fosse mantido por uma visão de esperança. O Cardeal Parolin falou sobre a situação no Oriente Médio, na África e a crise na Ucrânia, sublinhando que é impossível pensar num desenvolvimento humano integral sem a paz.

 

“No Oriente Médio vemos as consequências terríveis da espiral de guerra: tantas vidas ceifadas, Estados dissolvidos, cessar-fogo violado, insucesso das iniciativas de paz, falência das tentativas de solução do conflito na Síria, Iraque e Líbia, da crise da presidência no Líbano e do conflito israelense-palestino”, frisou o purpurado. E ainda, as vidas ceifadas por conflitos infinitos como no Sudão do Sul, nos Grandes Lagos, e na Ucrânia.

Vontade política

“A Síria foi invadida por vários tipos de grupos armados. É preciso levar urgentemente ajuda humanitária a quem precisa e a Santa Sé está convencida de que isso é possível, basta que haja vontade política para por fim aos conflitos”, disse ainda o Secretário de Estado.

Para o processo de paz entre israelenses e palestinos, o purpurado fez um apelo às duas partes para “se abster de medidas unilaterais ou ilegais de todo tipo, que possam ser um obstáculo na busca da paz e do progresso na solução de dois Estados”. 

Diálogo

Sobre a crise institucional libanesa é possível “ainda encontrar uma base comum de diálogo entre os vários grupos étnicos, entre culturas e religiões para alcançar uma coexistência pacífica da qual o Líbano foi por muito tempo um modelo. 

Como exemplo a seguir, o cardeal indicou a Colômbia: “A negociação que um mês atrás colocou fim a meio século de conflito, mostra que a Santa Sé sempre propõe, ou seja, que a paz não é uma utopia se a comunidade internacional decide se mobilizar.”

Em relação ao Oriente Médio, o purpurado sugeriu que “pode servir de modelo para os países com a mesma estrutura social, o Acordo global assinado entre a Santa Sé e a Palestina no ano passado”. 

O Cardeal Parolin citou várias vezes o Papa Francisco em seu pronunciamento na ONU, um ano atrás, e suas palavras no recente encontro inter-religioso de Assis. “Homens e mulheres, como indivíduos, devem ser os agentes principais da Agenda 2030, tendo claro que o desenvolvimento integral “inclui, mas não significa somente desenvolvimento econômico e que portanto necessita de recursos, sistemas de financiamento alternativos acessíveis e sustentáveis aos pobres”.

Migração forçada

Dentre os fatores de instabilidade, o Secretário de Estado citou o terrorismo, a nova ameaça de um conflito nuclear e o fenômeno da migração forçada: 65 milhões de pessoas, uma população em movimento, superior a de muitos Estados representados aqui”, disse o Cardeal Parolin na Assembleia Geral da ONU. O purpurado recordou a este propósito o Líbano e a Jordânia pela hospitalidade que estão oferecendo aos que fugiram da guerra, a destruição no Iraque e Síria, e a Turquia que acolheu milhões de refugiados sírios”.

“Os pobres e marginalizados são o rosto humano do desenvolvimento sustentável que queremos ter sempre diante de nós a fim de que possamos nos tornar agentes responsáveis de uma sociedade mais justa e realmente humana”, concluiu. (MJ)

 

 

inizio pagina

Mons. Viganò: Papa encoraja reforma da mídia vaticana, processo irreversível

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco encontrou, na tarde desta quinta-feira (22/09), o Prefeito da Secretaria para a Comunicação (Spc), Mons. Dario Edoardo Viganò, o secretário do organismo, Mons. Lucio Adrián Ruiz, e o conselho do novo dicastério. 

O pontífice os recebeu e entregou o Estatuto, publicado nesta quinta-feira, que entrará em vigor em 1º de outubro próximo. 

A nossa emissora entrevistou o Mons. Viganò sobre o encontro com o Francisco e o andamento da reforma dos meios de comunicação do Vaticano.

Mons. Viganò: “Foi um encontro muito cordial. Estavam presentes o secretario do dicastério e os diretores da direção geral, da direção teológico-pastoral, da direção tecnológica e da Sala de Imprensa. O Papa quis entregar pessoalmente os Estatutos que foram preparados durante meses de trabalho por um grupo de trabalho misto, Estatutos que foram acompanhados com atenção e importante trabalho pelo Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos e pela Secretaria de Estado. Foi um momento cordial e o Santo Padre nos pediu para proceder com determinação e segundo escolhas irreversíveis para este novo cenário, que é o cenário da convergência digital.”

O que representa a aprovação dos Estatutos neste percurso que claramente continua. Fala-se de um triênio que temos ainda pela frente?

Mons. Viganò: “Digamos que o trabalho já começou e começou segundo aquele projeto que tinha sido partilhado com o Conselho dos nove Cardeais e aprovado, em seguida, pelo Santo Padre. Os estatutos, além da fórmula que esperou vários meses para encontrar aspectos formais muito importantes, sancionam o que era o projeto apresentado e aprovado. Certamente, é uma certidão de nascimento importante do ponto de vista jurídico. Existe uma paternidade jurídica, digamos assim, neste momento, que nos permite exercer, agora, as operações que são importantes para um dicastério que nasce da junção de muitas outras entidades, como o desenvolvimento dos regulamentos e do único quadro de funcionários que será unitário.”

O que chama a atenção em algumas partes é a dimensão de “Estatuto aberto”, pronto a olhar para a comunicação em suas mudanças dinâmicas e velozes, como vimos ultimamente com o irromper da revolução digital. O que isso significa?

Mons. Viganò: “Significa preparar um instrumento que possa acolher o que será desenvolvido. Do telégrafo até hoje se passaram mais de 150 anos e houve uma evolução tecnológica enorme, exponencial. É importante ter um instrumento jurídico que ajude a prosseguir de agora a cinco, dez anos, em relação ao que aparecerá no cenário dos meios de comunicação.”

No discurso ao Conselho Nacional da Ordem dos Jornalistas, no dia em que foram aprovados e entregues os Estatutos, o Papa sublinhou que a Secretaria para a Comunicação tem uma dimensão de serviço...

Mons. Viganò: “Acredito que isto seja também uma vocação: de um lado, uma vocação interna à Igreja, mas de outro, ajudar também os jornalistas a contar a Igreja que, como disse o Papa Francisco, não é simplesmente uma entidade sociológica. Não podem ser utilizadas categorias políticas para relatar a Igreja. A Igreja precisa de uma hermenêutica espiritual, de uma modalidade que tenha um olhar sobre os fatos, sobre o agir da Igreja e que seja uma olhar sobretudo espiritual. A Igreja é um conjunto de homens e mulheres que vivem o discipulado a Jesus e que com as suas ações querem dar um novo significado a todas as coisas em Cristo. Portanto, ou se tem este olhar espiritual sobre a Igreja ou muitas vezes surgem tendências ideológicas ilusórias. A Secretaria para a Comunicação, como disse o Papa, é um ponto de referência para o mundo da informação. Penso sobretudo, nos vaticanistas, a fim de que cada vez mais e melhor possam falar a todo o mundo sobre o Magistério do Santo Padre e seus gestos.” (MJ)

inizio pagina

Mons. Palmieri: Documento católico-ortodoxo abre caminho otimista para o futuro

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa aprovou um importante documento intitulado “Sinodalidade e Primado no Primeiro Milênio. Rumo a uma comum compreensão no serviço  à unidade da Igreja”.

A Sessão Plenária realizou-se em Chieti, Itália, de 16 a 21 de setembro e foi co-presidida, do lado católico, pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, e do lado ortodoxo pelo Arcebispo de Telmessos Job Getcha, representante do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

O Sub-Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristão, Dom Andrea Palmieri, fez uma análise do documento para a Rádio Vaticano:

“O documento é o resultado de um longo caminho, inaugurado com o documento de Ravenna, aprovado em 2007. Nele se afirmava – católicos e ortodoxos juntos – a necessidade de um primado na Igreja a nível local, regional e universal. Trata-se de especificar de que maneira este primado deve ser exercido. Agora, com este documento – que exigiu um longo trabalho, porque toca um dos problemas cruciais do contencioso entre católicos e ortodoxos – temos uma explicação de como no Primeiro Milênio primado e sinodalidade se articulavam. E este modelo do Primeiro Milênio torna-se uma indicação para poder resolver os problemas ainda existentes entre católicos e ortodoxos”.

RV: Que significado adquire hoje a aprovação deste documento?

“É um passo, é somente um passo de um caminho que ainda se prevê seja longo. É, porém, um passo importante, porque coloca o Primeiro Milênio como indicação, como exemplo, como modelo para poder resolver os problemas ainda abertos a nível eclesiológico. Nele encontramos as referências não somente úteis, mas necessárias para poder imaginar um exercício do primado no contexto da sinodalidade, também em uma Igreja finalmente reconciliada”.

RV: Como os ortodoxos compreendem o primado, com base neste documento?

“Da leitura do Primeiro Milênio emergiu como não existe nenhuma dúvida de que a Sé de Roma era reconhecida com o primeiro lugar na ordem das Igrejas. Este primado, todavia, era sempre exercido no contexto da sinodalidade. É, portanto, esclarecido, nos sucessivos passos, o que significa exatamente este primado e como pode ser exercido hoje, para que seja realmente um serviço de comunhão entre as Igrejas”.

RV: Que perspectivas se abrem a partir de agora para o diálogo?

“O diálogo, agora, tem uma base comum sobre a qual se pode continuar o próprio estudo daquelas que podem ser as estruturas que na Igreja podem assegurar a comunhão entre todas as Igrejas do Oriente e do Ocidente. Coloca uma referência comum na experiência do Primeiro Milênio e na interpretação à qual concordaram católicos e ortodoxos. Este documento abre um caminho, mas não resolve claramente todas as dificuldades. Nos permite, porém, sermos otimistas em relação ao futuro”.

RV: Um evento importante, porque é o primeiro documento aprovado desde 2007...

“Ele revela o esforço, o empenho da Comissão para chegar a um consenso sobre um tema tão delicado. Foi necessário um longo e aprofundado estudo das fontes históricas, canônicas, patrísticas para chegar a uma comum interpretação que nem sempre foi fácil. É porém, seguramente, motivo de grande esperança que se tenha conseguido chegar a tal consenso sobre alguns elementos fundamentais”.

RV: Qual foi a atmosfera desta Plenária?

“A Plenária desenvolveu-se em um clima de grande fraternidade, de sinceridade e de debate aberto e sincero. Isto, seguramente, contribuiu para o bom êxito dos trabalhos. Além disto, não faltaram ocasiões de oração, quer na Catedral Católica de Chieti, mas também depois com a celebração de uma Divina Liturgia no santuário de Manopello, nas proximidade de Chieti. Tudo isto ofereceu também um contexto espiritual que não é absolutamente indiferente em relação aos resultados que alcançamos”. (JE)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Bispos lusófonos reunidos em Aparecida

◊  

Aparecida (RV) - O Seminário Bom Jesus, em Aparecida (SP), recebe a partir desta sexta-feira (23/09), o 12º Encontro de Bispos Lusófonos.

Até terça-feira (27/09) os prelados irão refletir sobre a Encíclica do Papa Francisco ‘Laudato Si’ e suas implicações na ação da Igreja. Outros assuntos em pauta  são “a Igreja e a Família” e as formas de “fortalecer e institucionalizar estes encontros”.

Entre as decisões que resultaram da reunião realizada em Angola, de 21 a 27 de julho, os bispos apontaram algumas preocupações no relatório final, como indicações pastorais para “o cuidado pastoral da família e de todas as problemáticas que a envolvem”, como também a proteção da vida, “promoção humana” e “dignidade da pessoa humana, bem comum, subsidiariedade e solidariedade”.

A proposta do encontro foi fortalecer a comunhão eclesial, a partir da promoção e cooperação entre as comunidades e a fidelidade à identidade católica lusófona.

O Brasil foi representado pelo Arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, Cardeal Raymundo Damasceno Assis e pelo Bispo auxiliar de Brasília (DF) e Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner.

Durante o encontro, o episcopado lusófono debateu os desafios, as urgências e as soluções que a Igreja enfrenta nos diversos países. Os bispos destacaram algumas orientações como a necessidade de continuar a fazer uma análise rigorosa e competente sobre as situações concretas em que a Igreja está profeticamente presente, irradiando com mais eficácia à luz transformadora do Evangelho de Cristo.

Apontaram, também, a urgência de cuidar da evangelização na sua ligação profunda com a promoção humana; atender às situações de pobrezas, dando resposta a partir do estudo das suas causas e soluções, em diálogo constante com a sociedade e o Estado; encorajar a presença e ação dos leigos nas várias áreas de intervenção na sociedade, nomeadamente nos campos social, econômico e político.

Os bispos pedem que haja maior incentivo à dimensão ética na economia e na gestão, capaz de transformar por dentro uma economia que muitas vezes provoca a exclusão e o sofrimento dos mais fracos; cooperação com outras Igrejas Cristãs e outras religiões, a importância do diálogo ecumênico e inter-religioso em vista de iniciativas comuns e o cuidado da Igreja em continuar em estado permanente de missão.

Entre os desafios relatados pelo episcopado lusófono foi sugerido maior valorização e a divulgação da Bíblia em todos os setores das Igrejas particulares, o cuidado pastoral da família e de todas as problemáticas que a envolvem e a atenção orante e pastoral às vocações ao sacerdócio e de especial consagração.

Há desejo também de intensificar a presença da Igreja nas universidades, a partir da formação de uma pastoral universitária mais articulada e em rede; a abertura da Igreja a todas as problemáticas da vida digna e plena para todos e em todas as fases da vida e a defesa da paz e da justiça, da igualdade e da liberdade nos vários setores da vida da sociedade.

(je/cnbb)

inizio pagina

Dom Sérgio: “Ano Mariano é para celebrar Nossa Senhora”

◊  

Brasília (RV) - Na última quarta-feira, 21 de setembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou ato oficial de lançamento do Ano Mariano, com uma celebração na sede da entidade, em Brasília (DF). A cerimônia contou com a participação da presidência da CNBB, membros do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), organismos vinculados à Conferência e colaboradores que atuam na sede. 

Na ocasião, com a ajuda dos colaboradores, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi entronizada no auditório da CNBB e posta no centro do espaço. Leituras bíblicas, cantos, textos reflexivos e uma mensagem do papa Francisco foram meditados, lembrando a devoção à rainha e padroeira do Brasil. 

De acordo com o arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha, o período convida à população a voltar o coração para Nossa Senhora. “É um ano para celebrar, para comemorar, para louvar a Deus, mas também para reaprender com Nossa Senhora como seguir Jesus Cristo, como ser cristão hoje”, enfatizou.

O bispo falou também sobre as expectativas para o Ano. “Nós esperamos muito que o Ano Mariano possa ser de intensa evangelização com Maria, contando com a sua proteção, seguindo os seus exemplos, mas sendo essa Igreja em saída, essa Igreja misericordiosa, que a exemplo de Nossa Senhora vai ao encontro dos irmãos para compartilhar a alegria do Evangelho de Jesus Cristo – alegria da fé em Cristo”, disse.

No final, dom Sergio exortou para que o Ano Mariano seja vivido intensamente por toda a Igreja no Brasil. “Que este momento seja para a evangelização, para a missão, tendo presente o exemplo, as lições que Nossa Senhora nos deixa, mas também recorrendo com confiança a sua intercessão materna”, finalizou o bispo.

Ano Nacional Mariano 

O Ano Nacional Mariano foi proclamado pela CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas Águas do Rio Paraíba do Sul. A iniciativa será celebrada a partir do dia 12 de outubro até o dia 11 de outubro de 2017.

Em carta enviada aos bispos de todo o Brasil, a presidência da CNBB considera a celebração dos 300 anos “uma grande ação de graças” e recorda que todas as dioceses do país se preparam, desde 2014, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora, que percorre cidades e periferias. 

Confira, abaixo, a mensagem na íntegra:

MENSAGEM À IGREJA CATÓLICA NO BRASIL

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, a iniciar-se aos 12 de outubro de 2016, concluindo-se aos 11 de outubro de 2017, para celebrar, fazer memória e agradecer.

Como no episódio da pesca milagrosa narrada pelos Evangelhos, também os nossos pescadores passaram pela experiência do insucesso. Mas, também eles, perseverando em seu trabalho, receberam um dom muito maior do que poderiam esperar: “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”. Tendo acolhido o sinal que Deus lhes tinha dado, os pescadores tornam-se missionários, partilhando com os vizinhos a graça recebida. Trata-se de uma lição sobre a missão da Igreja no mundo: “O resultado do trabalho pastoral não se assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor” (Papa Francisco).

A celebração dos 300 anos é uma grande ação de graças. Todas as dioceses do Brasil, desde 2014, se preparam, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus.

O Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2,5).

Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano.

A companhia e a proteção maternal de Nossa Senhora Aparecida nos ajude a progredir como discípulas e discípulos, missionárias e missionários de Cristo! (SP-CNBB)

 

Dom Sergio da Rocha                                     Dom Murilo S. R. Krieger

Arcebispo de Brasília-DF                                 Arcebispo de S. Salvador Bahia-BA

Presidente da CNBB                                        Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília-DF

Secretário-Geral da CNBB

 

 

inizio pagina

Igreja na América Latina



Sacerdote sequestrado no México

◊  

Cidade do México (RV) – Chama-se Padre José Alfredo Lopez Guillen e foi sequestrado no México. A denúncia do desaparecimento foi feita pelo Cardeal Arcebispo de Morelia, Dom Alberto Suárez Inda, em um vídeo publicado quinta-feira no site da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) e citado pela Agência Fides. Padre Guillen é pároco da Igreja da Santíssima Trindade de Janamuato, cidade de Puruándiro, Estado de Michoacan.

Respeitar a vida humana

“Estamos angustiados com o desaparecimento e sequestro de um de nossos sacerdotes – afirma o purpurado. Imploramos respeito pela sua integridade e pela sua vida, e pedimos que possa retornar o mais breve possível ao exercício de seu ministério”.

Por fim, o Cardeal Suárez Inda une-se à oração dos fieis e dos familiares do Padre Guillen pela sua libertação. O sacerdote foi sequestrado na segunda-feira, 19 de setembro, e da sua casa foram roubados muitos objetos.

Papa encoraja Igreja mexicana

Na última segunda-feira haviam sido encontrados os corpos de dois outros sacerdotes sequestrados: Padre Alejo Naborì e Padre José Alfredo Jimenez. O crime ocorreu em Poza Rica, Estado de Veracruz, onde um grupo de homens armados invadiu a Igreja de Nossa senhora de Fátima.

Por meio de um telegrama, assinado pelo cardeal Secretário de Estado, o Papa Francisco expressou toda a sua dor pelo ocorrido, condenando com firmeza os ataques á vida e à dignidade das pessoas, e exortando os consagrados, não obstante os obstáculos, a prosseguirem na sua missão seguindo o exemplo de Jesus Bom Pastor.

(JE)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Madri: bispos europeus debaterão integração de refugiados

◊  

Madri (RV) – Os bispos que integram o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) vão encontrar-se nos próximos dias 26 e 27 em Madri, Espanha, para abordar os desafios na integração dos refugiados.

Em comunicado enviado, o Secretário-Geral do CCEE, Padre Duarte da Cunha, explica que “os participantes vão falar sobre a integração de migrantes nos seus países e partilhar boas práticas ou as dificuldades que têm encontrado”.

“Enfrentar com sucesso o fenômeno migratório implica não só uma resposta no plano caritativo, para aqueles que chegam provenientes de países em guerra ou em completa instabilidade política e social, mas também muitos outros desafios”, destaca o sacerdote português.

Padre Duarte da Cunha recorda a importância da “assistência humanitária, do apoio à integração de quem chega a uma terra estrangeira”.

“Faz parte do DNA da Europa a abertura a outras culturas, rejeitando indiferenças e sincretismos, mas em diálogo, com a consciência de que temos muito para oferecer mas também muito a receber de quem chega”, aponta.

Os membros do CCEE “vão ficar a par das atuais políticas de integração que estão em curso na Europa e focar a sua atenção especialmente na dimensão pastoral, tanto na perspectiva dos que chegam como dos que acolhem”.

Entre os pontos que irão ser abordados, estão a necessidade de zelar pelo acesso dos migrantes “a trabalho e habitação, a uma “educação para os seus filhos” e a uma experiência religiosa, pessoal e comunitária, que esteja de acordo com “as crenças de cada um”.

O CCEE recorda ainda a importância de fazer a ponte entre “quem chega de novo” e as comunidades de migrantes que “já estão estabelecidas” em determinado país.

Neste encontro, promovido em parceria com a Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), também será debatido o tráfico humano e a situação dos imigrantes chineses na Europa.

(BF/Ecclesia)

inizio pagina

Plenária dos Bispos alemães: Europa, refugiados, ecumenismo

◊  

Berlim (RV) – “Há sempre menos confiança, na opinião pública, de que a Europa seja capaz de dar respostas aos desafios políticos atuais, depois que os egoísmos nacionais e a falta de disponibilidade ao compromisso por parte dos Estados membros levaram a União Europeia a uma profunda crise”. Esta  é a leitura dos bispos alemães sobre a situação da Europa após  a saída do Reino Unido do bloco.

A avaliação foi expressa pelo Cardeal Reinhard Marx, Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, que em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, onde  apresentou os resultados da Assembleia Plenária realizada em Fulda de 19 a 22 de setembro.

Que a União Europeia seja um projeto de paz e reconciliação

A Brexit  (saída da Grã Bretanha da UE) “levanta muitos questionamentos quanto à sobrevivência e o desenvolvimento da União ” - dizem os bispos, citados pela Agência SIR. Eles voltam a sublinhar “o significado da União Europeia como projeto de paz e de reconciliação” e renovam o seu empenho “em tomar parte em modo ativo no debate sobre o futuro da União Europeia” e a “continuar a trabalhar com decisão para integração europeia como projeto de paz e de unidade”.

Entre as questões discutidas pelos bispos no decorrer da Plenária, também o debate “preocupante” sobre a oportunidade de “tornar possível a experimentação farmacêutica em pessoas incapazes de entender e de querer”, com objetivos de pesquisa de fato “não orientadas a progressos na luta contra doenças como a demência”.

Amoris laetitia, “estímulo à evangelização”

Examinado pela Assembleia, outrossim, um texto a ser publicado em breve sobre “Formação à mídia e justiça participativa”, referente aos desafios da digitalização, porque “os valores éticos e morais e os padrões culturais do mundo analógico valem também para aquele digital”.

Após, os prelados concentraram-se sobre a “Amoris laetitia sobre o amor da família”, um documento que é “um estímulo à evangelização”, “apreciado” pelo “seu significado teológico e pastoral” e pelo “novo impulso” que oferece à Igreja alemã “sobre temas a serem tratados”.

Ajuda para os refugiados

Nos quatro dias de trabalho, também foi apresentada aos 66 bispos alemães, a nova tradução interconfessional da Bíblia, fruto de cerca de dez anos de trabalho, e da colaboração de quase 50 exegetas.

Como de costume, então, foi feita uma atualização da situação dos refugiados: nos primeiros sete meses de 2016, as 27 dioceses alemãs destinaram 52,2 milhões de euros a projetos no país e 27,3 milhões a projetos nas regiões em crise. Ademais, 28 mil refugiados são acolhidos nas estruturas eclesiais na Alemanha.

A este propósito, a Plenária teve a oportunidade de ouvir o testemunho do Arcebispo católico caldeu de Irbil, Dom Bashar Warda, que relatou a dramática situação dos cristãos no Iraque e agradeceu pela ajuda econômica recebida da Alemanha.

Eventos programadas para os 500 anos da Reforma

Por fim, com o olhar voltado para o próximo ano, em particular ao 500ª aniversário da Reforma protestante, o Cardeal Marx reiterou a importância do ano também para os católicos, enquanto “festa comum de Cristo”.

De fato, serão numerosos os eventos programados: de 16 a 22 de outubro próximo, nove Bispos da Igreja Católica e nove da Igreja Evangélica, farão uma peregrinação à Terra Santa, berço do cristianismo, “para renovar o seu compromisso no seguimento de Jesus, não obstante as divisões”.

Um segundo momento será concentrado na Sagrada Escritura, em fevereiro de 2017, para fazer memória do “Cristo que se fez Palavra de Deus”. Um mês mais tarde, em março, em Hildesheim, uma solene “celebração de reconciliação” buscará a “recíproca compreensão” dos desenvolvimentos eclesiais derivados da Reforma.

Possível cooperação católico-luterana nas escolas

Estes momentos – explicam os bispos alemães – poderão “dar a força aos cristãos para enfrentar os desafios de hoje na sociedade”, que serão objeto de um encontro ecumênico em setembro de 2017, organizado pelos organismos episcopais e laicais das duas Igrejas alemãs. A tal propósito, a Plenária discutiu também a possível cooperação entre católicos e evangélicos no ensino da religião nas escolas.

(JE/IP)

inizio pagina

Jornadas de Comunicação em Portugal: comunicação e Igreja

◊  

Fátima (RV) – Concluem-se nesta sexta-feira, em Fátima, os dois dias das “Jornadas Nacionais de Comunicação Social”, promovidas pela Conferência Episcopal Portuguesa, sobre a “comunicação da Igreja em Portugal”.

Os participantes, que representam a imprensa, os órgãos de comunicação social e os jornalistas, está em plena sintonia com a proposta do Papa Francisco, que visa aprofundar a sua mensagem e os desafios sobre “comunicação e família, partilha de afetos”.

Os participantes no encontro em Fátima e os responsáveis dos setores da comunicação das dioceses portuguesas, deram prioridade ao diálogo e ao debate sobre o tema central “Comunicação da Igreja em Portugal”, identidade e funções do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

Subtemas

O evento abordou ainda nestes dias subtemas como a partilha e divulgação de conteúdos da comunicação, bem como a contribuição de cada estrutura ou meio de comunicação social.

O Cardeal Patriarca de Lisboa e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Dom Manuel Clemente, inaugurou os trabalhos, durante os quais foram debatidos, em dois painéis, temas como “Família na comunicação” e “Família em comunicação”.

No primeiro painel – Comunicação na Família – houve a preocupação de aprofundar questões sobre as “famílias em dificuldade, que encontram a comunhão mediante a comunicação".

Dificuldades

Entre tais dificuldades destacam-se as limitações na “própria capacidade de comunicar”, quando os membros da família estão distantes”, e a “dificuldade de comunicação no âmbito da própria família”. Não obstante, na família, “cada um deve ser o que é, apesar da diferença de idade, cultura, pontos de vista, mas ser amado e respeitado”.

As Jornadas Nacionais da Comunicação Social em Portugal são uma oportunidade de convívio não apenas entre profissionais da comunicação da Igreja, mas também com os que estão interessados em aprofundar o mesmo problema. O encontro representa um “ótimo desafio” para os agentes da pastoral familiar. (MT/Ecclesia)

inizio pagina

Formação



Card. Hummes: "Inculturação da Igreja com vocações autóctones"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Em um recente encontro com a RV, o Cardeal Cláudio Hummes, Presidente da Comissão Episcopal da Amazônia da CNBB, abordou a questão da carência de ministros da Eucaristia na Amazônia, uma situação que, segundo relatos, é pior do que há alguns anos. Moradores das comunidades se lamentam da ausência de padres que batizem seus filhos e celebrem uma missa. Nesta entrevista, o Cardeal aprofunda precisamente o fenômeno da ‘inculturação da Igreja’, mencionando, entre outras coisas, a experiência atuada na diocese de S. Gabriel da Cachoeira, no extremo oeste do Estado do Amazonas, perto da fronteira com a Colômbia.  

Clique para ouvir a entrevista completa

“Eu creio que a própro fato de que escolhemos um Papa latino-americano indica fortemente que a Igreja deve se inculturar em outras culturas que não sejam apenas a europeia. A inculturação da Igreja na Europa foi bem-sucedida, sim, e vem desde a época de São Paulo, em meio aos gentios, depois a Grécia e Roma... e depois levada pelos missionários pelo mundo afora. Mas hoje, o próprio Papa, na Evangelii gaudium, acena a isto e diz muito claramente, que não se pode pretender que o Evangelho se esgote em uma só cultura”.

Processo longo

“Esta questão da inculturação é um processo longo, que se deve começar sabendo em que direção se vai, e este é um outro grande tema para os missionários. Nós brasileiros somos em grande maioria descendentes de europeus e esta Igreja inculturada, para nós, não é estranha, mas é estranha para os povos que não eram europeus, como os índios da América Latina”.

Investimento nas vocações autóctones

“Certamente, porque se começa a pensar também em traduzir alguns textos litúrgicos para as línguas indígenas. A diocese de São Gabriel da Cachoeira, por exemplo, já tem o Novo Testamento traduzido em 3 ou 4 línguas indígenas. Já existem textos bíblicos e uma seleção de textos do Antigo Testamento. Então se começa a pensar: ‘vamos começar com a liturgia na língua destes povos? Eles estão de fato, traduzindo um esquema de missa com uma das orações eucarísticas com uma língua mais geral, do lugar. Soube que também em outros lugares do Brasil se está fazendo”.

Não é necessário deixar de ser indígena do Brasil para ser cristão; pode-se ser cristão em sua própria cultura

“O Papa Francisco está de acordo que se houver boas traduções, aprovadas pela CNBB, certamente ele é favorável que se faça. Isto aí terá todo um percurso. É interessante porque agora os índios dizem: ‘antigamente nós éramos obrigados a falar português, agora os missionários vão ter que falar a nossa língua, porque senão como vão celebrar a missa em nossa língua se não a conhecem?’. Este é um percurso até certo ponto novo, mas que é muito sério e é de direito dos indígenas. São culturas humanas que têm o direito que o Evangelho seja inculturado em sua cultura. Não é preciso deixar de ser chinês para ser cristão. Não é necessário deixar de ser indígena do Brasil para ser cristão; pode-se ser cristão em sua própria cultura”. 

(CM)

inizio pagina

Atualidades



Dicastério vaticano migrantes e itinerantes: o desafio do acolhimento

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Compreensão e abertura, mas ao mesmo tempo capacidade de adaptar-se às mudanças: é com esses sentimentos que os europeus são chamados a enfrentar o desafio do acolhimento dos migrantes e dos refugiados.

Foi o que disse o secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Joseph Kalathiparambil, em pronunciamento feito dias atrás no encontro sobre a urgência e atualidade das obras de misericórdia, organizado em Sarajevo – capital da Bósnia-Herzegóvina – pela comissão Caritas em veritate do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), em colaboração com os bispos da Bósnia-Herzegóvina.

A propósito, o bispo indiano ressaltou também que diante de tal fenômeno é necessário sentir-se responsáveis, recordar o passado, defender os direitos dos migrantes e dos refugiados, rezar por eles, reporta o jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.

Após ater-se a cada obra de misericórdia corporal com a ajuda dos organismos diretamente envolvidos nesses âmbitos, os participantes do encontro em Sarajevo se detiveram sobre as “novas obras de misericórdia”: as que estão ligadas às urgências que atingem a Europa hoje e que dizem respeito às migrações, à dignidade do trabalho e ao mundo da política.

Em particular, o prelado indiano foi convidado a falar sobre o tema do acolhimento para introduzir o testemunho do secretário geral da Comissão internacional católica para as migrações, Dom Robert J. Vitillo.

Saudando os presentes também em nome do Cardeal Antonio Maria Vegliò, o secretário do dicastério vaticano evidenciou que o fenômeno migratório em relação ao passado hoje impressiona tanto pelo número de pessoas envolvidas quanto pelas áreas geográficas em questão.

Não se trata de uma nova realidade, mas atualmente representa um grande desafio, especialmente se entrelaçado com vários fatores que tendem a agravar seu efeitos, como a crise econômica e o terrorismo. No entanto, observou, “como cristãos devemos continuar ouvindo as palavras de Jesus: ‘Era forasteiro e me acolhestes’ (Mt 25,35)”.

Porque, acrescentou, quem tem olhos para enxergar pode ver o rosto de Cristo refletido no rosto do migrante; quem tem ouvidos para ouvir sabe que as palavras de Jesus chegam através do estrangeiro; e para quem se detém para escutar, o seu grito ecoa propriamente no grito do refugiado.

Por isso, acolher o migrante significa, sobretudo sentir-se responsáveis. Todavia, advertiu Dom Kalathiparambil, “a responsabilidade do acolhimento não diz respeito somente às políticas dos governantes e ao direito, mas também a cada cidadão”, e sobretudo o cristão.

No que diz respeito ao dever da memória, o bispo recordou as ondas migratórias que no passado dessangraram a Europa. “Alguns experimentaram exatamente aquilo que a migração significa e quais efeitos tem esse fenômeno. Outros têm familiares ou amigos que emigraram para o exterior e sabem dos incômodos e dificuldades que encontra” quem toma o caminho da migração.

Por conseguinte, recordar permite uma mudança de perspectiva e possibilita olhar com olhos diferentes para a situação dos migrantes: “a história deles torna-se algo que nos diz respeito”.

A esse propósito, o prelado observou que é importante pensar nos migrantes “não somente baseado na condição deles de regular ou irregular, mas sobretudo como pessoas cuja dignidade deve ser tutelada” e como indivíduos que podem “contribuir para o progresso e o bem comum geral”.

Por fim, na ótica cristã acolher significa também rezar. “A oração abre a porta para a graça de Deus; leva a uma conversão do coração, que por sua vez provoca a compaixão” necessária para acolher como um irmão quem foge de guerras e violências, concluiu. (L'Osservatore Romano / RL)

inizio pagina

Papa Francisco envia mensagem para diocese argentina de Quilmes

◊  

Cidade do Vaticano (RV) -“Sei que estão preparando com entusiasmo este aniversário, uno-me a vocês na ação de graças a Deus pelos dons recebidos de sua divina bondade. Ele permaneceu fiel, dando-lhes pastores, desde o primeiro bispo, Dom Jorge Novak, até hoje; muitos sacerdotes e consagrados deram suas vidas para tornar Cristo presente no meio de vocês. Isso me deixa repleto de alegria.” 

Foi o que escreveu o Papa Francisco numa mensagem enviada ao bispo de Quilmes, Dom Carlos José Tissera, por ocasião dos quarenta anos de criação da diocese e da ordenação episcopal do primeiro bispo, Dom Jorge Novak, reporta o jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.

“Uma comunidade cristã vive e se surpreende todos os dias com o amor misericordioso de Deus, e é capaz de reconhecê-lo e de ir a seu encontro”, recordou o Pontífice.

“Encorajo-os a estar vigilantes diante do Senhor que passa e se aproxima, para poder socorrê-lo e ajudá-lo no irmão oprimido, explorado, desiludido, doente ou que sofre qualquer outra necessidade.”

Por sua vez, o Senhor lhes concederá abundantemente a sua força e a sua alegria interior capazes de regenerar e criar unidade. Que Deus os abençoe e que a Virgem de Luján os proteja, conclui o Santo Padre.

Por outro lado, dias atrás a pequena cidade argentina de Ingeniero Jacobacci festejou seu centésimo aniversário de fundação.

E nesta ocasião, numa carta ao bispo de San Carlos de Bariloche, Dom Juan José Chaparro Stivanello, o Papa Francisco enviou uma saudação à comunidade paroquial de Exaltación de la Santa Cruz recordando que “nestes lugares tão distantes as datas importantes são ocasião de celebração especial, encontro, partilha e memória”.

Francisco convidou a referida comunidade a defender uma “solidariedade criativa”, refere as agência de notícias Aica. (RL)

inizio pagina

Caritas Internacional pede "solução humana" para refugiados

◊  

Fátima (RV) - O presidente da Caritas internacional, o cardeal filipino D. Luis Antonio Tagle  disse à Agência ECCLESIA que a crise de refugiados exige “uma solução humana” por parte dos líderes internacionais, com respostas “políticas, diplomáticas, humanitárias”. “Não se resolve o problema dos refugiados nem os conflitos aos quais estão ligados, com a guerra. Todos perdem, na guerra”, advertiu o Cardeal filipino D. Luis Antonio Tagle, em Fátima, onde marcou presença para falar aos participantes na assembleia-geral da Ordem dos Carmelitas.

O responsável sublinha que o Papa Francisco e a Igreja Católica “não levantam a sua voz como líderes políticos” na questão dos refugiados. “O Santo Padre é muito claro, ele está a dar voz ao Evangelho, sobretudo ao Evangelho sobre a dignidade de cada ser humano”, precisa.

Para o Cardeal Luis Antonio Tagle, está em causa a “dignidade” de seres humanos que perderam tudo, que “não são apenas estrangeiros, são irmãos e irmãs”.

O responsável admite que este é um assunto “muito complexo” com vários pontos de vista, na Europa, mas reforça a ideia de que a Igreja Católica manifesta “preocupações humanitárias” e não político-partidárias.

O presidente da ‘Caritas Internationalis’ já esteve na Grécia para aferir a forma como está sendo dado apoio a pessoas e famílias vindas de países como a Síria, Afeganistão ou Iraque. O cardeal filipino entende que é preciso refletir sobre o nexo entre pobreza e falta de paz, lamentando que a riqueza esteja confinada às mãos de alguns.

“Como é que os pobres não desfrutam dos benefícios do desenvolvimento?”, questiona.

D. Luis Antonio Tagle observa que a Igreja entra nestes debates “como consciência” e deixa um apelo: “Vamos rever os nossos sistemas econônicos, sociais, políticos, educativos”.

O entrevistado deixou ainda uma reflexão sobre o Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco para recordar a “relação de Deus” com cada pessoa, o seu amor, “num mundo onde há tanto terror, medo, impaciência” e “barreiras”.

Na sua quarta visita a Portugal, o cardeal Tagle elogiou a “simplicidade” do povo português e lembrou que em 2021 as Filipinas vão celebrar o 500.º aniversário da chegada de Fernão de Magalhães.

A ligação às Filipinas ao país faz-se também através de Fátima, que recebe muitos peregrinos do país asiático. “A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima já visitou as Filipinas várias vezes, porque o povo filipino está muito ligado à Virgem Maria”, explica o responsável.

D. Luis Antonio Tagle falou na terça-feira à Assembleia geral da Ordem dos Carmelitas, que se realiza em Fátima até 1º de outubro, abordando o tema ‘Missionários da ternura e do amor de Deus’. (SP-ECCLESIA)

 

inizio pagina

Os detentos que desenham os selos do Papa Francisco

◊  

Milão (RV) – "Nestas ermidas de expiação da sua pena, a correspondência, e portanto, os selos, ocupam um papel vital em termos de relações sociais e emocionais com o mundo exterior. Quem experimentou o exílio, em qualquer de suas formas - escreveu Primo Levi - sabe que, no grande continente da liberdade, a liberdade de se comunicar é uma província importante”.

Difícil de encontrar uma definição mais abrangente e significativa do que a escolhida por Mattheo Nicholò Boe, detido na prisão milanesa de Opera, para explicar a importância da coleção intitulada "Evangelho filatélico". Um trabalho "comissionado" por um provedor de exceção: o Papa Francisco.

“Trata-se de selos doados ao Pontífice e enviados à Opera por meio de seu esmoleiro, o Arcebispo Konrad Krajewski e Mauro Olivieri, Diretor do Depto Filatélico da Cidade do Vaticano”, explica Danilo Bogoni, jornalista, responsável pelo projeto de Filatelia nas prisões.

E como o remetente, também os destinatários não são “comuns” detidos, mas ex-41bis, reclusos na seção de máxima segurança. Além de Boe, também Vito Baglio, Antonio Albanese, Nicola Mocerino, Diego Rosmini, Luigi Di Martino.  

“Foi uma surpresa e um desafio para a nossa recente atividade na matéria”, explica Boe, que já assinou uma imagem, “Além  das duas barras” (representando alguns símbolos da sua Sardenha), e que tornou-se um selo de 95 centavos de euro. “Depois de várias tentativas, tantas folhas e energias, eis que brilha uma ideia: a história do Evangelho através do gênio artístico emprestado a filatelia".

As obras, fruto de um ano de trabalho, serão expostas em uma mostra organizada na prisão dirigida por Giacinto Siciliano. Na inauguração, em 28 de setembro, participarão, entre outros, o Cardeal Angelo Scola e a Presidente dos Correios italianos, Luisa Todini.

Contemporaneamente à mostra, será apresentado – pela primeira vez em um cárcere – o selo “Visitar os encarcerados” emitido pela Cidade do Vaticano. “E nos corredores da Casa de reclusão irá reverberar, somente na tarde do dia 18, o clássico barulho das carimbadas – antecipa Bogoni. Na prática nas agências de correio em miniatura, ferverão cartas e cartões postais, selos feitos para a ocasião, de cujas ilustrações se ocupou Boe”.

Estes selos enriquecerão dois cartões postais: um vaticano com o Papa, enquanto da ilustração do italiano se encarregou o preso Gaetano Puzzangaro. Uma sucessão de barras que dividem plasticamente quem está aqui e quem está do outro lado: de uma parte, rostos sorridentes, de outra, homens com lágrimas nos olhos.

Assim Puzzangaro representou a sexta Obra de Misericórdia: Visitar os presos, reproduzida no cartão postal preparado pelo Correio italiano, em recordação ao "Jubileu de misericórdia - Visitar os presos".

"O colóquio com os membros da família - explica Puzzangaro - é o momento mais aguardado por uma pessoa reclusa. É o conjunto de momentos em que você ainda se sente parte de uma família”.

 O produto da venda dos cartões postais serão doados para as vítimas do terremoto.

(JE)

inizio pagina