Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 26/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa levará o valor da paz e a oração pela Síria ao Cáucaso

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Cidade do Vaticano (RV) – Sexta-feira, 30 de setembro, o Papa Francisco deixa Roma de partida para a sua 16ª viagem internacional, “levando consigo o forte valor da paz”. É o que adianta o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, o estadunidense Greg Burke. Recebendo os jornalistas, ele acentuou a dimensão ecumênica da etapa na Geórgia e a inter-religiosa no Azerbaijão. 

“É evidentemente uma viagem de paz: o Papa levará uma mensagem de reconciliação à toda a região. Será a primeira vez que uma delegação na Geórgia participa da missa do Papa, e também o Patriarca estará no aeroporto aguardando Francisco”.

Enquanto na Geórgia o destaque serão os encontros do Pontífice com a comunidade ortodoxa local, no Azerbaijão a dimensão do diálogo inter-religioso será a predominante. Segundo o programa, os principais eventos na etapa em Baku serão a visita à mesquita e o encontro com o xeque dos muçulmanos no Cáucaso.

Durante a viagem – na qual o Papa vai fazer 10 discursos – haverá também um momento de proximidade com a população síria e iraquiana, sofridas pela guerra. Francisco vai fazer uma oração pela paz, rezando pela ‘Igreja-mártir’ na Síria, no templo católico caldeu de São Simone Bar Sabbae.

Geórgia, Azerbaijão e Armênia são três países soberanos na região do Cáucaso, os únicos cuja independência é reconhecida internacionalmente.

A viagem do Pontífice à Geórgia e Azerbaijão completa a sua ‘missão caucasiana’ iniciada com a visita à Armênia, em junho passado.

(CM)

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Dom Minassian: Papa no Cáucaso, testemunha de verdade e liberdade

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Cidade do Vaticano (RV) – São muitos os cristãos armênios presentes na região do Cáucaso. A este propósito, a Rádio Vaticano ouviu o Ordinário para os Armênios Católicos da Europa Oriental, Dom Raphael Minassian:

“A nossa presença na Geórgia remonta ao IV-V século. Eu diria a Sua Santidade que o nosso primeiro mártir pela fé cristã, São Vardan, vinha da Geórgia. Tiflis, como então se chamava, era a cidade cultural dos armênios. E os armênios católicos hoje na Geórgia, sobretudo nos povoados, são sobretudo idosos. Não existe tanta juventude, os dois terços da juventude estão trabalhando fora”.

RV: Como é a relação, o diálogo com a Igreja Ortodoxa?

“Não existem muitos matrimônios mistos e existe também um certo nacionalismo. Mas no fundo, no fundo, o que dá alegria às duas Confissões é que a fé cristã delas é profunda. São separados, mas vivem Cristo, cada um a seu modo”.

RV: Neste momento, o senhor é Presidente da Caritas Georgia. Poderias nos dizer quais são as necessidades às quais respondem e se existe, também sob este perfil, uma colaboração com os ortodoxos?

“Eles não têm uma Caritas deles, mas existem tantos ortodoxos que trabalham na nossa Caritas. O nosso trabalho é voltado sobretudo aos idosos, aos órfãos, à juventude ou às famílias que vivem na pobreza absoluta e aos doentes. Procuramos assisti-los todos, criando novos projetos e dando a oportunidade à juventude de trabalhar para garantir a vida presente e futura”.

RV: Na Armênia o Papa usou uma linguagem muito clara. Também fez um apelo à uma memória, uma memória positiva, dando e semeando esperança,  mesmo sobre temas espinhosos. O que se prevê para o Azerbaijão?  O que se augura também para as relações recíprocas?

“Eu vejo na pessoa do Papa Francisco o homem que pegou a cruz de Cristo nas costas. Ele, representante de Cristo na terra, tem de percorrer todos estes caminhos, para explicar eficazmente o significado da verdade, da liberdade e da paz”.

RV: Portanto, também nesta etapa – o senhor diz – o Papa dará testemunho de tudo isto...

“Sim. Por isto rezo para que o Senhor o assista de perto”.

(je/gc)

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Papa Francisco recebe Joseph Kabila, Presidente da RD Congo

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta segunda-feira, 26 de setembro, o Papa recebeu no Vaticano o Presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila. Na conversa, a portas fechadas e de duração de 20 minutos, os dois falaram sobre a violência neste país africano onde na semana passada um massacre deixou mais de 47 mortos. 

Segundo comunicado publicado pelo Vaticano, durante o encontro foi destacada a importância do “diálogo respeitoso e inclusivo” para deter a violência.

Com efeito, os graves desafios da atual situação política e os confrontos ocorridos na capital estiveram na pauta da conversa. Neste sentido, foi ressaltada a importância da colaboração entre os atores políticos e os representantes da sociedade civil e das comunidades religiosas em favor do bem comum.

Cooperação dentro e fora do país para levar ajudas

O Papa e Kabila aprofundaram a questão da violência contra a população no leste do Congo. Francisco pediu com urgência uma maior cooperação do país e da comunidade internacional para prestar a assistência necessária e restabelecer a convivência civil.

Mencionou-se também a contribuição da Igreja católica na vida da nação com as instituições de caráter educativo, social e médico, bem como no desenvolvimento e na redução da pobreza. Neste contexto, foi expressa mútua satisfação pela assinatura do Acordo entre a Santa Sé e a RD Congo, ocorrida em 20 de maio passado.

Desordens e violência causam mortos em todo o país

Atritos violentos marcaram a semana passada no país: segunda-feira, uma  manifestação de protesto contra o governo de Kabila acabou com a morte de 17 pessoas, incluindo três polícias, em Kinshasa. A oposição acusa o Presidente de tentar prorrogar a sua permanência no poder, adiando as eleições que deveriam se realizar em novembro. O chamado ‘diálogo nacional’ entre a maioria e a oposição foi suspenso após os incidentes.

Quinta-feira e sexta-feira, uma centena de pessoas foram mortas em confrontos entre partidários de um chefe tribal, morto em agosto, e as forças de segurança, pelo controle do aeroporto de Kananga, no centro do país.

“O número de mortos ultrapassa uma centena incluindo os milicianos do chefe Kamwena Nsapu e oito militares que também morreram”, declarou um membro do gabinete do governador da província do Kasai-Central. A informação teria sido confirmada também por um sacerdote da arquidiocese de Kananga à agência AFP.  

(CM)

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Colômbia: Cardeal Parolin na cerimônia do tratado de paz entre Governo e Farc

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Bogotá (RV) - Esta segunda-feira (26/09) é um dia histórico para a Colômbia, pois o Presidente Juan Manuel Santos e a cúpula das Farc assinarão um tratado de paz que colocará fim a 52 anos de conflito entre as forças governamentais e a guerrilha de matriz socialista. O país chega a este resultado depois de 4 anos de negociações, em Havana, que contou com a contribuição da Santa Sé. 

Um momento oficial após o acordo efetivo alcançado um mês atrás, na capital cubana, ratificado por unanimidade pelas Farc, na última sexta-feira (23/09).

Desafio

Esta guerra civil abalou a Colômbia desde 1964, causando 220 mil mortos, 45 mil pessoas desaparecidas, 7 milhões de deslocados e  milhares de crianças-soldado. As Farc controlam regiões inteiras da  nação sul-americana autofinanciando-se com o narcotráfico e sequestros e pessoas: cerca de 25 mil. 

A assinatura do tratado de paz se realizará na cidade de Cartagena de Indias e contará com a presença de autoridades da comunidade internacional, dentre as quais o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, o Secretário de Estado Estadunidense, John Kerry, a Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, o presidente do Banco Mundial (Bird), Jim Yong Kim, e chefes de Estado dos seguintes países: México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Costa Rica, Panamá, Cuba, Venezuela, República Dominicana, Equador, Peru, Chile e Paraguai. Estará também presente na cerimônia o Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin. O Papa Francisco manifestou o desejo de ir à Colômbia em 2017. 

O desafio para o presidente colombiano será agora o de reintegrar milhares de milícias na vida civil. Não será fácil, mesmo porque muitos colombianos ainda olham com ceticismo os acordos que serão ratificados com o referendo marcado para o domingo, 2 de outubro, em que os colombianos darão a última palavra. Se pelo menos 13% dos colombianos votarem no plebiscito e se prevalecer o ‘sim’, os acordos se tornarão irreversíveis e operacionais. 

Encontro com a história

“A Colômbia está diante de um encontro com a história, um divisor de águas entre o antes e depois da paz. O país pode começar a mudar, a resolver seus problemas”, disse o Arcebispo de Tunja, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, Presidente da Conferência Episcopal Colombiana. 

A campanha do referendo está se revelando áspera e o ex-presidente Alvaro Uribe Vélez está conduzindo uma batalha dura pelo ‘não’, pintando o acordo como uma concessão aos guerrilheiros. O ‘sim’ é dado quase como certo, mas as enquetes são discordantes. 

“A Colômbia sofreu 52 anos de guerra. Agora, estamos muito próximos à paz, ou melhor, estamos muito próximos a por fim à guerra. Este momento constitui uma alegria e uma grande graça. Para alcançar a meta falta somente um passo: o referendo de 2 de outubro”, frisou ainda o prelado.

Segundo o arcebispo, não é uma coincidência que o acordo de paz se realize no Ano da Misericórdia. “Neste caminho é preciso dizer que a misericórdia tem um papel muito importante. As vítimas desta guerra foram acompanhadas pelas instituições, sobretudo pela Igreja. Iniciamos percursos de perdão e reconciliação. As pessoas que sobreviveram ao conflito podem iniciar uma nova história e quem sai da guerrilha é o filho pródigo que volta para casa. Deve ser acolhido e reinserido na sociedade por um caminho positivo”, frisou o Presidente da Conferência Episcopal Colombiana.

Papel da Igreja

Sobre o papel da Igreja na campanha do referendo, o Arcebispo de Tunja disse que a intenção é a de “convidar todos os cidadãos colombianos a refletir, a entender melhor, a fim de que tomem consciência da importância deste caminho de paz. É um discernimento importantíssimo. Se nós disséssemos como votar, talvez muitos nos ouviriam, mas sem refletir, sem entender. Nós convidamos os colombianos a votar e esperamos que seja um voto consciente.”

Dom Castro Quiroga deseja que se realize um acordo com o outro grupo guerrilheiro, o Exército de Libertação Nacional (Eln). “Estamos num momento difícil. Os esforços empreendidos para dar vida a uma fase pública da tratativa prosseguem e penso que nas próximas semanas será possível saber quando iniciarão os diálogos para alcançar a paz. Para obter isso, é preciso deixar de lado os grandes discursos e depor as armas”, concluiu o prelado. (MJ)

 

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"Unidos pela Paz" reunirá craques do futebol no Estádio Olímpico em Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – No próximo 12 de outubro, às 21h15min, o Estádio Olímpico de Roma será palco da partida beneficente “Unidos pela paz”. Esta será a segunda edição da iniciativa promovida pelo Papa Francisco em apoio aos programas educativos e sociais da Fundação Scholas Occurentes, CSI, UNITALSI e AMLIB. 

Lendas do futebol

Confirmaram a participação no evento, entre outros, os campeões mundiais  Ronaldinho, Diego Maradona, Roberto Carlos, Fabio Capello, Antonio di Natale, Herna Crespo e Gianluca Zambrotta, que atuarão junto aos maiores jogadores em atividade e as lendas que deixaram sua marca na história deste esporte.

Ronaldinho e Roberto Carlos

“Estou realmente feliz de voar para Roma para jogar da partida Unidos pela Paz”, disse por sua vez Ronaldinho, ao responder positivamente ao convite para participar desta importante iniciativa.

“Será uma grande noite, espero que tenha muita gente para estarmos todos unidos com o Papa Francisco pela paz no mundo”, afirmou Roberto Carlos.

Maradona

“Convido às pessoas a darem a sua pequena contribuição no dia 12 de outubro à partida pela paz”, foi o convite de Diego Maradona para o jogo.

Nos próximos dias serão anunciados os novos jogadores que participarão desta segunda edição, para tornar este evento um novo sucesso de solidariedade e de paz.

Valor do esporte e da arte

O Papa Francisco, lançando oficialmente nos meses passados este evento, dirigiu-se a todos os jovens do mundo, sublinhando o valor do futebol e do esporte para a poiar a educação e tornar possível a cultura do encontro pela paz: “É tempo de mostrar que somos capazes de promover a paz por meio do jogo e também com a arte”.

Destinação dos recursos

Os recursos arrecadados com a partida irão financiar diversos projetos, que têm por objetivo comum criar uma cultura da paz, entendida como um momento de justiça social, de acesso para todos, em particular crianças e jovens a quem, seguidamente, em várias partes do mundo, são negados os serviços básicos de instrução, assistência e formação.

Terremoto

Na Itália, por exemplo, apoiará a população de Amatrice atingida pelo terremoto em 24 de agosto, por meio de ações concretas para a reativação das estruturas esportivas de base e oratórios, formando educadores e instrutores.

Mas não somente. Sempre por meio dos valores do esporte serão colocadas ao centro da atenção as periferias italianas e argentinas, com as crianças com necessidades especiais e as suas famílias (para ajudá-las concretamente no usufruto dos serviços de assistência) e nas periferias de Kinshasa (por uma formação educativa e cultural que os acompanhe na escolha do futuro).

(je/aska)

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6 detentos ingressam no corpo de voluntários do Jubileu

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Cidade do Vaticano (RV) – Desde domingo, 25 de setembro, o serviço de acolhida e assistência aos peregrinos do Ano Santo está reforçado com a colaboração voluntária de 6 detentos do sistema penitenciário italiano.

Até o dia 6 de novembro, eles conduzem fiéis e turistas à Praça São Pedro para participar dos eventos do Jubileu da Misericórdia, ajudando na passagem dos visitantes também sob as colunas que circundam a Praça e conduzindo-os ao adro e ao interior da Basílica.

Serão 12, no total, os presos engajados nas atividades do voluntariado. Aos primeiros seis se somarão outros 5 homens e uma prisioneira do cárcere feminino de Roma. Durante o dia de formação, os detentos e voluntários foram recebidos para uma saudação por Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, um dos promotores da iniciativa.

Quem são os voluntários do Jubileu?

Como explica o site do Ano Santo, “os voluntários do Jubileu são pessoas italianas e de outras nacionalidades, com 18 anos ou mais, que estão disponíveis para, pelo menos durante uma semana (ou 4 dias por ocasião dos grandes eventos), ajudar os peregrinos de todo o mundo que vierem a Roma. Os voluntários terão o cuidado de acolher os peregrinos em alguns pontos de encontro, fornecendo informações sobre todos os serviços disponíveis; acompanharão os peregrinos ao longo dos percursos especialmente reservados para aceder às Basílicas Papais, para atravessar a Porta Santa e para permanecer concentrados em oração nas Basílicas, sem distrações, segundo os tempos e as modalidades previstas; e prestarão assistência a outros serviços que possam ser necessários nas várias circunstâncias”.

Para mais informações: volunteers@im.va

(CM)

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NASA no Vaticano para técnica de conservação de manuscritos

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Cidade do Vaticano (RV) – Há cinco anos a Biblioteca Apostólica Vaticana colabora intensamente com o mundo da física e da astrofísica espacial e com o IAU (International Astronomical Union) no âmbito da conservação digital de documentos a longo prazo.

Esta segunda-feira (26/09), às 17 horas, a Sala Barberini da Biblioteca Vaticana teve a honra – explica uma nota – de receber os responsáveis das Agências Espaciais  de todas as partes do mundo, dos Centros de Observação Terrestre e da NASA, para um encontro que debateu a escolha a ser utilizada na conservação digital a longo prazo em formato F.I.T.S (Flexible Image Transport System) também para o patrimônio das coleções manuscritas da Biblioteca Apostólica Vaticana.

(JE)

 

 

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Igreja na América Latina



México: mais um sacerdote assassinado

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Cidade do México (RV) – Mais um sacerdote foi encontrado sem vida no México. Trata-se do terceiro caso em uma semana.

Padre José Alfredo López Guillén,  53, sacerdote da comunidade de Janamuato, no Estado de Michoacán, foi sequestrato quinta-feira passada. O corpo foi encontrado este domingo (25/09) nas proximidades de sua paróquia, a Santíssima Trinidade.   

Três sacerdotes em poucos dias

Em 19 de setembro, foi confirmada a morte de dois sacerdotes no Estado de Veracruz:  Padre Alejo Naborí e Padre José Alfredo Jiménez, sequestrados um dia antes. A região é controlada por carteis de droga e os sacerdotes denunciavam a violência. Somente no período presidencial de Enrique Peña Nieto, iniciado em dezembro de 2012, no México foram assassinados 15 sacerdotes, além de dois leigos engajados nas pastorais. Atualmente, dois sacerdotes estão desaparecidos.  

Apelo do Papa Francisco

No Angelus deste domingo, o Papa Francisco pediu o fim da violência no país com estas palavras:

“Uno-me de bom grado aos Bispos do México em apoiar os esforços da Igreja e da sociedade civil em favor da família e da vida, que neste momento exigem uma atenção pastoral e cultural especial em todo o mundo. E também asseguro a minha oração para o amado povo mexicano, a fim de que cesse a violência que nos últimos dias atingiu também alguns sacerdotes.” 

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Igreja no Mundo



20 Agentes Pastorais assassinados em 2016

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Cidade do Vaticano (RV) - Com o assassinato do sacerdote mexicano Padre José Alfredo López Guillén, subiu para 20 o número de sacerdotes, religiosos e agentes de pastoral assassinados em 2016. Assim, o continente americano revela-se como o mais violento contra a vida religiosa.

De fato,  perderam a vida 10 sacerdotes, 8 religiosas e 2 agentes da Caritas. Entre estes, encontra-se o teólogo brasileiro Padre Antônio Moser, morto em um assalto em 9 de março.

África (4)

Na República Democrática do Congo, Padre Vincent Machozi, em 20 de março, e o motorista-agente da Caritas, 25 de março

No Sudão do Sul, em 20 de maio, Irmã Veronika Terézia Racková.

Na Nigéria, Padre John Adey, em 22 de junho

América (9)

No Brasil, em 9 de março, foi assassinado em um assalto o  Padre Antônio Moser.

Na Venezuela, o Padre Darwin Zambrano, em 31 de março.

Nos Estados Unidos, o Padre Rene Robert, em 10 de abril e as Irmãs Paula Merrill e Margaret Held, das Irmãs da Caridade de Nazaré, em 25 de agosto.

Em Porto Príncipe, Haiti, Irmã Isa Solá, em 2 de setembro, numa tentativa de assalto.

No México, os sacerdotes Alejo Nabor Jimenez Juarez e José Alfredo de la Cruz foram encontrados mortos depois de serem sequestrados no Estado de Veracruz, na costa do Golfo do México, em 18 de setembro.

No México, o sacerdote José Alfredo López Guillén, cujo corpo foi encontrado em 25 de setembro.

Ásia (6)

Na Síria, o agente da Caritas Elias Abiad, em 13 fevereiro.

No Iêmen, em quatro de março, um ataque terrorista matou as Missionárias da Caridade Irmã Anselm, da Índia, Irmã Marguerite e Irmã Reginette de Rwanda e Irmã Judit do Quênia.

Nas Filipinas, em 27 de junho, Padre Marcelino Biliran.

Europa (1)

Na França, em 26 de julho, Padre Jacques Hamel, de 86 anos, foi degolado por dois terroristas jovens enquanto celebrava a Missa.

 

(JE)

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Aleppo: oração das crianças para implorar o fim dos massacres

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Aleppo (RV) - Centenas de meninos e meninas de Aleppo, cristãos e muçulmanos, se reunirão no dia 6 de outubro, para pedir com as suas orações que na cidade martirizada onde vivem, e em toda a Síria, se coloque fim à espiral de morte desencadeada nos últimos dias com particular crueldade sobre as crianças e pessoas indefesas. É quanto refere à Agência Fides, o Arcebispo católico-armênio de Aleppo, Boutros Marayati.

O evento irá envolver principalmente crianças em idade escolar

A iniciativa, lançado pelos Padres Franciscanos, envolverá principalmente crianças em idade escolar. Também colocarão suas assinaturas em um apelo para pedir os poderosos deste mundo que coloquem fim aos massacres que atingem com particular crueldade os mais pequenos e indefesos, que em todas as guerras são os mais vulneráveis. “Mas acima de tudo, rezarão. Rezarão por todos os seus coetâneos. E confiamos no fato que a oração das crianças é mais poderosa do que a nossa”, acrescentou o arcebispo Marayati.

Muitas pessoas assediadas em Aleppo

Os bombardeios e massacres de civis expressaram precisamente em Aleppo, de maneira devastadora, o fim da trégua frágil e parcial proclamada menos de duas semanas atrás. A este respeito, o Arcebispo Marayati forneceu informações em primeira mão sobre o que está ocorrendo na cidade síria: “Na quarta-feira última - relata o arcebispo católico-armênio -, os representantes do governo e do exército sírios convocaram uma reunião para explicar que em breve divulgariam um apelo à população civil presente nos bairros sob controle rebelde. O apelo, feito através da televisão e redes sociais, comunicou que seriam deixadas abertas passagem para permitir que a população deixasse os bairros, e se dirigissem para as áreas indicadas como seguras, sem medo de sofrer represálias. De fato, muitas famílias de civis deixaram esses bairros e foram acolhidas na área controlada pelo exército do governo, confirmando que o apelo tinha de alguma forma chegado à população. Para os grupos de famílias que chegaram, foram também organizadas instalações de alojamento para a acolhida. Mas não foi uma evacuação em massa. Talvez muitos não puderam e não podem sair”.  

Entretanto, os 15 países-membros do Conselho de Segurança realizaram uma sessão de emergência neste domingo após uma série de bombardeios à cidade de Alepo, na Síria. (Monica Grayley, da Rádio ONU).

Segundo as Nações Unidas, 275 mil sírios estão sem poder sair do leste de Alepo, onde a ajuda humanitária está acabando.

Ataque sem precedentes

O enviado especial da ONU à Síria, Staffan de Mistura, participou da reunião e disse que os Estados Unidos e a Rússia têm que fazer todo o possível para evitar que o país árabe chegue ao precipício.

Mistura afirmou ainda que pelo menos 200 pessoas morreram no bombardeio de quinta-feira à cidade. O enviado especial da ONU contou que o nível do ataque foi sem precedentes.

Entre a munição utilizada estavam bombas anti-bunker que deixaram crateras nas áreas atingidas.

Staffan de Mistura pediu ao Conselho de Segurança, com base no ponto de vista humanitário, que pressione pelo fim da violência e a proteção de civis e da infraestrutura.

Ele disse ainda que é preciso haver uma pausa de 48 horas por semana para a passagem de ajuda aos moradores de Alepo.  Segundo o enviado especial, a ONU e os parceiros têm de ter acesso à cidade sem nenhuma condição seja do governo ou da oposição.  Ele também pediu a evacuação médica de doentes que precisam de socorro.

Escombros

Um acordo de cessar-fogo temporário que estava em vigor após uma decisão dos Estados Unidos e da Rússia foi suspenso na semana passada.  De Mistura afirmou que os dois países, que são membros permanentes do Conselho de Segurança, devem fazer mais para acabar com o que ele chamou de um banho de sangue.  Pelo menos 2 milhões de pessoas estão vivendo numa cidade sitiada.

Após o bombardeio com a pesada munição, de Mistura afirmou que a cidade foi reduzida a escombros.

O Grupo Internacional de Apoio à Síria é co-presidido por norte-americanos e russos, mas a força-tarefa conta ainda com a ONU, a Liga Árabe, a União Europeia e 16 países.

Ainda na manhã deste domingo, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon disse que está chocado com a escalada da violência em Alepo.

Segundo ele, o uso de bombas anti-bunker eleva o conflito para um novo nível de barbárie. Ban lembrou que a lei internacional é clara: o uso de armas indiscriminadas em áreas populosas é um crime de guerra.

Ao mencionar a reunião de emergência no Conselho de Segurança, Ban perguntou que desculpa pode haver para não acabar com o que ele chamou de uma carnificina, e terminou pedindo a todos que façam sua parte para pôr fim à violência na Síria. (SP-Monica Grayley, da Rádio ONU)

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Síria: Núncio Zenari clama pela proteção dos civis

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Cidade do Vaticano (RV) – Depois de novos ataques na Síria, também o Hospital Omar bin Abdelaziz, de Alepo, deixou de funcionar. A informação é da oposição ao regime de Damasco, que também denuncia que nas últimas horas os ataques foram realizados por aviões russos.

Mas precisamente Moscou – com o porta-voz do Kremlim Dmitri Peskov – falou de tons e declarações “inadmissíveis”, ao replicar as acusações de “barbárie” e “crimes de guerra” feitas na ONU pelos Estados Unidos e Grã Bretanha, sobre as operação russas na Síria.

Em particular para Aleppo, o enviado da ONU Staffan de Mistura, denunciou “novos patamares de horror”. E a organização ‘Save the Childrens’ revelou que na zona oriental da cidade, cerca da metade das vítimas que os próprios agentes estão retirando dos escombros, ou dos feridos que estão sendo cuidados nos hospitais após os bombardeios, é de crianças.

A Rádio Vaticano entrevistou o Núncio Apostólico em Damasco, Arcebispo Mario Zenari, presente estes dias na Itália:

“Infelizmente aqui nunca se resolveu a questão da proteção dos civis. A pagar a conta, as consequências mais terríveis deste conflito, é a indefesa população civil, entre os quais um número tão elevado de crianças. Esta situação precisa acabar. Infelizmente é um conflito em que não são respeitadas as normas do direito humanitário internacional, as mais elementares, como a proteção dos civis”.

RV: Em particular em Aleppo – disse o enviado da ONU de Misura, existem 270 mil pessoas “sob cerco”. Qual é o risco?

“Eu disse há algumas semanas que a população de Aleppo, sobretudo da parte leste, corre o risco de ser colocada “a fogo e fome”. É uma situação inaceitável. É uma vergonha para a comunidade internacional que não se consiga proteger um número assim tão elevado de pessoas, esta indefesa comunidade, população civil: estas 270 mil, ou quantos forem, não são todos terroristas, a maioria é população civil, isto é, mulheres, crianças, idosos”.

RV: Qual é o apelo à comunidade internacional que nestas horas está reunida em Nova Iorque – e não só – e parece não chegar a um acordo sobre a trégua na Síria?

“O que está acontecendo é não somente sobre a consciência em grande parte daqueles que têm a possibilidade de deter este conflito ou de fazer respeitar o direito humanitário internacional, mas eu diria é uma vergonha que pesa sobre a consciência de todos”.

RV: O que a população pede?

“Pede o fim da guerra e os direitos fundamentais: poder comer, ter água, não estar sob assédio, sob as bombas, sob os tiros dos canhões. Porque as pessoas estão cansadas deste conflito. É necessário que a comunidade internacional, que deve ser movida também pela consciência internacional de todos nós, ajude a acabar com a guerra e faça respeitar de uma vez por todas o direito humanitário internacional, portanto a proteção dos civis, daqueles que não têm nada a ver com esta guerra, o acesso à comida, à água, aos cuidados sanitários”.

RV: As ajudas internacionais estão chegando?

“As ajudas internacionais – e este é o drama – existem. Estes comboios estão à porta e seguidamente estão bloqueados ou às vezes também são atacados, como ocorreu em 19 deste mês. Também neste caso, é uma vergonha que pesa sobre a consciência de todos”.

(je/ga)

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Pequim quer leis mais duras para atividades religiosas

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Pequim (RV) - Um novo esboço de regulamentos sobre atividades religiosas foi divulgado na China. A nova normativa deverá substituir os regulamentos de 2004. Em relação a estes, o atual esboço é mais longo, sendo distribuído em 9 capítulos e 74 artigos.

Entre as aparentes novidades são listadas regras para a construção de templos e estátuas (depois da campanha de destruição de cruzes e igrejas); diversas obrigações sobre o uso da internet; precisações sobre o pessoal religioso budista (tibetano) e católico.

Chama a atenção as multas imputadas aos transgressores, que podem chegar a 200 mil yuan (mais de 27 mil euros. O salário mínimo em Shangai é de pouco menos de 300 euros) para "atividades religiosas fora da lei" ou viagens ao exterior e peregrinações sem a autorização do governo.

Uma contradição no Partido

Por si só, o esboço publicado em 8 de setembro passado no site do Escritório do Conselho de Estado para os Assuntos Legislativos seria publicado para eventuais correções, conselhos e emendas até 7 de outubro. Mas um membro do Partido confessou lacônico à Agência Asianews que não obstante se diga ser um esboço, na realidade trata-se do texto definitivo.

A estrutura ideológica do novo texto permanece comunista: as atividades religiosas, para serem manifestadas, devem ser autorizadas e controladas pelo Estado em todos os níveis: de povoado, condado, província e nação.

Sem definir o que é uma religião ou uma experiência religiosa, os regulamentos (Art. 2) começam com o fato de que na China "os cidadãos gozam de liberdade religiosa", que "ninguém pode obrigar a acreditar ou não acreditar" e que "nenhuma organização... pode discriminar contra os cidadãos que acreditam em uma religião".

Tal afirmação está em contradição com o que ocorre dentro do Partido Comunista Chinês, onde já há anos se reza que os membros não podem pertencer a nenhuma religião, nem mesmo de forma privada ou até mesmo depois de se aposentarem.

Mesmo sem definir religião, a primeira parte do esboço elenca uma longa série de coisas que as religiões "não devem fazer": não criar conflitos com outras religiões ou com quem não acredita; não provocar divisões étnicas; não favorecer o extremismo religiosos; não dividir a nação; não praticar ações terroristas (Art. 4).

Para estar "segundo a lei", as religiões devem ser "guiadas" pelo governo do povo, pelos Departamentos para os Assuntos Religiosos, pelas autoridades do condado e do povoado, os quais têm o direito de intervir sobre as atividades religiosas (Art. 6).

Ademais, todo grupo religioso "deve aderir ao principio de independência e de autogoverno" e "não ser controlado por forças estrangeiras" (Art. 5). Estes princípios são tradicionais desde os tempos de Mao Zedong, que inicialmente queira destruir as religiões e depois - visto a impossibilidade de fazê-lo - ao menos controlá-las com punho de ferro com as Associações Patrióticas, fazendo surgir igrejas e comunidades "independentes".

Tais princípios ganharam uma nova ênfase depois do discurso do Presidente Xi Jinping à Frente Unida em 2015, no qual ele chamou a atenção para a "influência estrangeira" e decretou que se as religiões querem viver na China, devem se "achinezar".

A psicose negativa sobre religiões manobradas do exterior se refere aos muçulmanos do Xinjiang, aos budistas tibetanos, mas também ao Papa e ao Vaticano, com as nomeações dos bispos, sendo portanto suspeitos de complô e de "ingerência nos assuntos internos da China".

A "chinezação" dá um golpe também no pessoal estrangeiro que se poderia convidar nas "escolas religiosas" (seminários, mosteiros, etc). O Art. 17 estabelece que os Institutos devem pedir de poder ter pessoal do exterior, mas a permissão é dada somente pelo "Departamentos para os Assuntos Religiosos do Conselho de Estado". As consequência são visíveis atualmente: seminários teológicos como o de Pequim, que já hospedou dezenas de professores estrangeiros, agora corre o risco de ter a permissão para dois ou três.

 Locais de culto e as cruzes

Para os locais de culto existe um complicado processo a ser seguido para a sua aprovação, a começar pela construção, passando de mês a mês o pedido a todos os níveis do governo; somente a seguir se poderá construir tal local de culto, que porém deve pedir o registro para o uso, com outros meses de espera (Art. 19-27).

Permissões especiais devem ser pedidas para colocar estátuas religiosas na parte externa dos locais de culto (Art. 29-30). Além destas permissões, a comunidade religiosa deve aceitar o controle do Ministério dos Assuntos Religiosos. Em todo o caso, "é proibida a construção de grandes estátuas religiosas fora dos templos e das igrejas".

A proibição vem da experiência da campanha contra as cruzes e e as igrejas lançada em Zhejiang há dois anos, para diminuir a visibilidade das edificações cristãs, que levantavam grandes cruzes no alto dos templo e dos campanários. Além de destruir construções que já haviam sido liberadas, o governo provincial impôs regras em que fica estabelecida a altura, a posição, as dimensões e até mesmo a cor das cruzes.

Controle de buda e do bispo

O Capítulo V (Art. 36-39) trata do "pessoal religioso", que para exercer o ministério deve estar registrado junto ao Ministério dos Assuntos Religiosos. Existem, a este respeito, dois pontos específicos. O primeiro refere-se aos "budas vivos" do budismo tibetano, cuja reencarnação "deve ser apresentada para a aprovação do Departamento para os Assuntos Religiosos do Governo do Povo". Há anos esta regra havia sido estabelecida pelo Partido-Governo, numa tentativa de prevenir a possibilidade de uma reencarnação "não controlada" ou "não aprovada" pelo Dalai Lama.

Outro ponto específico refere-se aos Bispos católicos, os quais devem registrar-se junto ao Departamento dos Assuntos Religiosos da nação. É também especificado que "aqueles que não obtiveram ou perderam as credenciais profissionais não podem comprometer-se em atividades como pessoal religioso" (n. 36). Diversos católicos expressaram o temor de que este item possa levar a um endurecimento do Governo contra os Bispos "não-oficiais", que não são registrados junto ao Ministério dos Assuntos Religiosos e que por isto realizam "ações ilegais ou fora da lei", caso ousem celebrar uma Missa ou distribuir os Sacramentos.

Fim da comunidade subterrânea?

O mesmo se deduz do Cap. VII sobre "responsabilidades legais", onde para atividades religiosas "ilegais" se é punido "segundo a lei" e se revoga "o certificado de registro.

De muitas Dioceses chinesas chegam sinais de que com meios lícitos ou menos lícitos o governo está levando os sacerdotes não oficiais a registrarem-se junto ao Ministério. Infelizmente - mesmo que nos Regulamentos não esteja escrito - tal registro ocorre por meio da Associação Patriótica, que é o organismo de controle, cujos estatutos (para edificar uma Igreja "independente") são "irreconciliáveis com a doutrina católica", como afirma a Carta de Bento XVI ao católicos chineses. A maior parte dos sacerdotes subterrâneos estaria disposta a se registrar, caso não houvesse a "armadilha" da Associação Patriótica.

A nova normativa é um golpe letal na Igreja subterrânea, pois torna quase impossível exercer a própria liberdade religiosa sem o registro dos locais de culto e do pessoal religioso. E a estas "atividades ilegais" pode ser imputadas multas de até 200 mil yuan (Art. 67-68).

Entre as ações "criminosas" que merecem pesadas punições está o "aceitar o domínio de forças estrangeiras, aceitar sem autorização clero de grupos religiosos estrangeiros ou organizações, assim como outros atos contrários ao princípio da independência religiosa e do autogoverno" (Art 70,2).

Na prática, se um sacerdote italiano celebra por amizade com uma comunidade ou com um padre chinês "sem autorização", cumpre um dos delitos mais graves.

A criminalização contra tudo aquilo que fere a "independência e o autogoverno" vale  também para a internet. A informação religiosa via internet deve ter a permissão das autoridades governamentais e "não deve conter conteúdos proibidos". (Art. 47-48).

Em síntese, as religiões aparecem como um elemento suspeito e perigoso, que somente o controle do "governo do povo" torna aceitável, não obstante no início da normativa seja proclamada a "liberdade religiosa" da qual usufruem todos os cidadãos, sem nenhuma discriminação.

(je/asianews)

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Dom Lahham: morte de Hattar teve motivação política, e não religiosa

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Amã (RV) – O brutal assassinato do intelectual e ativista político jordaniano Nahed Hattar, morto no domingo em Amã, na entrada do Tribunal, provocou a indignação e o pesar também dos católicos jordanianos.

O Arcebispo Maroun Lahham, Vigário Patriarcal para a Jordânia do Patriarcado Latino de Jerusalém, manifesta a reprovação de toda a comunidade pelo crime brutal, e que a seu juízo, não deve ser apresentado como um crime provocado por motivação de natureza religiosa.

Motivação político-ideológica

“O fator motivador – refere o Arcebispo à Agência Fides -  é político-ideológico. E não religioso”. Um conceito expresso também em um comunicado divulgado pelo Vigário Patriarcal, onde é recordado que “as diferenças político-ideológicas devem ser tratadas e enfrentadas com os instrumentos de diálogo e de debate, e não devem nunca levar à morte e ao derramamento de sangue”.

Não comprometer a unidade nacional

O comunicado do Vicariato contém também uma invocação ao Onipotente, para que “proteja a nossa querida Jordânia de toda intenção voltada a comprometer a unidade nacional, e o país se fortaleça sob a guia de Sua Majestade o Rei Abdullah II Ibn al Hussein”.

Não-praticante

A mensagem expressa também as condolências a todos os familiares do intelectual assassinado. Nahed Hattar pertencia a uma família católica de rito latino, mas não era praticante. Desde os tempos de estudante era conhecido pela sua adesão militante à posições políticas muito críticas de esquerda. Em diversas ocasiões no passado teve que defender suas opiniões no tribunal,  também da acusação de ter denegrido a Monarquia Hashemita.

Hattar defendeu-se, dizendo ser não-praticante

Em agosto, o intelectual de 56 anos foi chamado em juízo por ter compartilhado no facebook uma charge intitulada “o deus do Daesh”, em que retratava um conhecido jihadista do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) - recentemente morto em um ataque estadunidense - enquanto na sua tenda no paraíso, na cama com duas mulheres, ordenava com menosprezo a Deus para levar a ele uma taça de vinho.

A publicação da charge pelo conhecido intelectual suscitou reações ressentidas nas redes sociais, com ataques ferozes contra Hattar também enquanto “cristão”. Ele respondeu às acusações definindo-se como “não praticante”, enquanto os grupos islâmicos faziam  apelo às autoridades civis pedindo que fossem perseguidos pela leis aqueles que divulgam material que mina a unidade nacional. Havia um mandato de prisão contra Hattar desde 12 de agosto. O intelectual foi levado à juízo também com a acusação de ter divulgado “material voltado a ferir o sentimento e a crença religiosa”.

Dom Lahham augura que parlamentares islâmicos entrem na dialética política

Os resultados das eleições legislativas jordanianas realizadas na última semana, confirmaram que o bloco guiado pela Frente da Ação Islâmica, braço político da Irmandade Muçulmana, haviam boicotado as eleições legislativas em 2010 e em 2013. Trata-se do bloco político mais compacto e organizado, visto que os outros candidatos eleitos são em boa parte representantes de grupos tribais ou de clãs, unidos entre si somente pela compartilhada lealdade em relação à monarquia Hashemita.

“Em todo caso – referiu o Arcebispo à Fides – não é dito que os parlamentares islâmicos se colocarão em uma posição de oposição frontal em relação ao atual equilíbrio político da Jordânia: os elementos mais fanáticos não foram eleitos e aqueles entre eles que entraram no Parlamento, representam a ala política mais competente, capaz de tratar com os outros parlamentares e com o governo segundo as lógicas próprias da dialética política”.

(JE/GV)

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França: o 'mea culpa' da Igreja pela tragédia de Montségur

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Paris (RV) -  O Bispo de Pamiers, Diocese sufragânea de Toulouse, Dom Jean-Marc Eychenne, decidiu pedir perdão pelas tragédias que ensanguentaram a região há oito séculos, no tempo das perseguições contra aqueles que eram considerados como "hereges" - no caso, os huguenotes e cátaros. A cerimônia do "mea culpa" terá lugar na Igreja de Montségur, onde surge o homônimo Castelo, um dos locais símbolo das guerras de religiões transalpinas.

O massacre

Estamos na França, região dos Pirineus Centrais, entre Toulouse, Perpignan e Montpellier, locais das epopeias huguenotes e cátaras. O Castelo de Montségur foi construído em 1204 como refúgio para a resistência, permanecendo com um dos bastiões do protestantismo local até 16 de março de 1244, depois de mais de um ano de um longo assédio que impossibilitou linhas de reabastecimento de alimento. 222 cátaros, que se recusaram a abjurar de sua fé, foram queimados vivos naquele que desde então é conhecido como "Prat dels cremats", ou o prado dos queimados.

Este foi um dos últimos episódios da verdadeira "cruzada" contra os albigenses, iniciada em 1209, o que contribuiu para a diáspora cátara, com uma significativa presença que chegou até o norte da Itália, também ali combatida.

Ano da Misericórdia

A iniciativa pessoal do Bispo Dom Eychenne, insere-se no quadro das celebrações do Ano da Misericórdia convocado pelo Papa Francisco. No texto de apresentação do dia, lê-se: "Nós pedimos perdão ao Senhor por ter participado com alguns de nossos membros de atos contrários ao ensinamento evangélico. Evangelho que contém palavras de amor pelo próximo que o nosso Senhor nos deixou e nos lançou e que muitas vezes foram desconsideradas".

Um ato de arrependimento forte, que supera os séculos para tornar-se atual, em uma época onde ainda em nome de Deus se perpetuam crimes e violências em nome de Deus.

Ao final da cerimônia, todos juntos irão até o prado, provável local da chacina, acompanhados pela voz da soprano Muriel Batbie, uma das musas da música "occitana" francesa.

Trata-se de uma primeira etapa importantíssima, de um percurso que poderia ter ulteriores dessobramentos. Espera-se que em 2017 ou 2018 o Papa Francisco realize uma visita pastoral à França e muitos desejam que possa ser a ocasião para um pedido de perdão pelos mortos e sofrimentos causados nos anos obscuros da Inquisição.

As reiteradas condenações do Papa da “violência em nome de Deus”

O Papa Francisco tem condenado com veemência toda violência praticada também "em nome de Deus". Em 22 de junho de 2015, em visita à Igreja valdense de Turim, o Santo Padre havia pedido perdão pelos erros do passado: “Da parte da Igreja Católica, peço-vos perdão pelas atitudes e comportamentos não cristãos, por vezes não humanos, que tivemos contra vós, na história. Em nome do Senhor Jesus Cristo, perdoai-nos”.

O catarismo foi um movimento cristão de ascetismo extremo na Europa Ocidental entre os anos de 1100 e 1200, estreitamente ligado aos bogomilos da Trácia. O movimento foi tão forte no sul da Europa e na Europa Ocidental que a igreja Católica Romana passou a considerá-lo uma séria ameaça à religião ortodoxa. As principais manifestações do catarismo centralizavam-se na cidade de Albi, motivo pelo qual seus adeptos também receberam o nome de "albigenses".

Já Huguenotes era o nome dado aos protestantes franceses durante as guerras religiosas na França (segunda metade do século XVI). Cerca de 300.000 deles deixaram a França, após as dragonnades (perseguições contra as comunidades protestantes, sob Luís XIV) e a revogação do Édito de Nantes, em 18 de outubro de 1685. Eram majoritariamente calvinistas e membros da Igreja Reformada.

(je/agências)

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Kirill critica abades e abadessas apegados ao luxo

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Moscou (RV) - O Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Kirill, criticou hegúmenos e abadessas que buscam luxo e conforto.

"Eu estabeleci que cada Padre Superior ou cada Madre Superiora tenha auxiliares de um bispo. Mas eu nunca poderia imaginar que hegúmenos e abadessas os transformariam em patriarcais, ricamente ornamentados, com uma cruz sobre eles. Eu não abençoei estas equipes. Vocês deveriam ter uma equipe de hegúmenos comum, sem ornamentos, sem joias", disse o Patriarca durante uma reunião em Moscou na última semana, com os responsáveis de mosteiros da Igreja Ortodoxa.

"Quando você chega em casa, a primeira coisa que você deveria fazer seria pedir equipes comuns, semelhantes a que tinha o Santo Metropolita Pedro", recomendou Kirill.

Segundo o Primaz, Padres e Madres Superioras devem pensar mais na vida ascética e não em condições confortáveis.

"Eu não penso que o modo de vida de hegúmenos e abadessas dos velhos tempos existentes nos mosteiros, difira  radicalmente do estilo de vida de comuns monges e freiras. Todos deveriam entender isto claramente. Se não houver este entendimento, seria melhor você não se tornar uma Madre ou um Padre Superior", considerou o Patriarca.

Hegúmeno, hegumeno ou egúmeno é o título do responsável por um mosteiro da Igreja Ortodoxa Oriental ou das Igrejas Orientais Católicas, similar ao de abade. A responsável por um convento de freiras ortodoxas é chamada de hegúmena. O termo significa "aquele que está no comando", "líder" em grego.

 

(je/interfax)

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Formação



Dom Manzana: quando a Igreja toma consciência de si, se descobre missionária

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” continua dando voz aos nossos pastores, à frente de nossas Igrejas particulares. Iniciamos hoje a participação do bispo de Mossoró - RN, Dom Mariano Manzana. 

Oriundo de Mori, Arquidiocese de Trento, norte da Itália, Dom Mariano chegou ao Brasil em 1977 como sacerdote fidei donum, permanecendo por 16 anos na Diocese de Mossoró. Tendo em 1993 retornado para a sua Itália, em junho de 2004 foi chamado de volta para o Brasil ao ser eleito bispo de Mossoró, tomando posse em setembro do mesmo ano.

Na edição de hoje Dom Mariano nos fala sobre a “Missão Continental” nesta diocese rio-grandense-do-norte. Na esteira e no seguimento da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, a primeira coisa é “aprofundar dentro de si o espírito missionário”, diz o bispo de Mossoró.

Citando o Papa Paulo VI, lembra que “quando a Igreja toma consciência de si, se descobre missionária” e que, nessa linha, a Conferência de “Aparecida despertou a nossa consciência missionária, sobretudo na responsabilidade dos pastores da diocese”, destaca. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Catedral da Sagrada Família "chega aos céus"

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Barcelona (RV) - A Catedral da Sagrada Família, em Barcelona, entra na etapa final de sua construção. O objetivo é concluir o projeto do arquiteto Gaudí em 2026.

Torres prontas até 2022

 

Em outubro do corrente será levantada a torre "Mare Déu", que alcançará 140 metros de altura. O passo seguinte será a construção das quatro torres dos evangelistas e a de Jesus. Esta última, terá 172,5 metros e irá superar a atual grua que desponta sobre o templo. Tudo correndo segundo o cronograma, as torres estarão prontas em 2022, sendo no entanto já visíveis a partir de 2018.

As seis torres serão de pedra, não terão concreto, porém serão construídas como um arranha-céus e contarão com as últimas tecnologias para cumprir todas as normativas em matéria de construção. A obra não está isenta de dificuldades técnicas, como reconhecem os responsáveis. Neste sentido, o arquiteto chefe da obra, Jordi Faulí, explicou que será usado um método nunca antes empregado no mundo.

Vento e abalos sísmicos

"A altura das torres e os riscos que podem provocar nelas o vento ou possíveis movimentos sísmicos, nos obrigaram a idealizar um sistema construtivo com o uso de pedra pós-tensionada", explicou o arquiteto. Trata-se de um método de painéis de pedra, que em seu interior contém barras de aço tensionadas, que conferem a ela grande força e resistência, permitindo ao mesmo tempo, que as torres possam ser mais finas e leves.

As grandes placas são construídas em terrenos da Sagrada Família em Bages, sendo transportados até o templo após montadas. Lá, grandes gruas as transportam às alturas até serem fixadas na posição definitiva. Não se trata de peças pequenas, visto que podem pesar até 24 toneladas, sobretudo as que estarão na torre de Jesus, que pesarão no mínimo sete toneladas.

Material trazido do Brasil

A torre da "Mare de Déu" terá bordas de granito azul trazido do Brasil, que conferirá ao conjunto uma cor azulada, como o manto da Virgem. No final do ano começarão a despontar as torres dos evangelistas.

Sobre a torre que mudará o perfil urbano de Barcelona - a de Jesus -  o arquiteto-chefe explicou que os trabalhos estão focados agora em colocar as primeiras fileiras de pedra entre a sala da cruz e o espaço interior da torre. O núcleo central terá uma escada em caracol e um ascensor que conduzirá até a cruz que será aberta à visitação.

O sistema de construção das seis torres que completarão o templo será muito parecido ao utilizado para a primeira sacristia. De fato, serviu de modelo para poder começar a construir as grandes torres.

Segundo Faulí, o edifício está formado por doze paraboloides. A união entre estas estruturas são ressaltadas com grandes bordas de pedra de pórfiro terminadas em pirâmide que percorrem o perfil parabólico até o pináculo.

Orçamento

Faulí afirmou que o calendário será cumprido, caso se mantenha o atual ritmo de visitas adotado atualmente. Neste momento, a Sagrada Família dispõe de um orçamento anual de 25 milhões de euros.

1,7 milhões de visitantes

Nos primeiros seis meses  de 2016, 1,7 milhões de pessoas visitaram o templo. Os estadunidenses, que primordialmente chegam à cidade em Cruzeiros, representam 18% dos visitantes, seguidos pelos franceses (16%), italianos, britânicos e espanhóis (10% cada um).

Uma vez finalizada a construção das grandes torres, ainda deverá ser construída uma sacristia e três capelas, além da reforma do atual museu. Também foi anunciado o incremento dos controles de segurança.

 

(JE)

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Neojiba: um sonho quase deixado de ser sonhado

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Rádio Vaticano (RV) – Um sonho quase deixado de ser sonhado. Uma nova oportunidade, muito estudo e a recompensa pelo esforço.

“Talvez eu estivesse em casa sem fazer nada, e agora eu estou aqui na Europa. É incrível”.

Esta é Talita Felício, 17 anos, uma das mais jovens integrantes da Orquestra Juvenil da Bahia. Ela reencontrou na orquestra neste ano e realizou a sua primeira viagem internacional.

Talita é a nossa terceira personagem nesta série de entrevistas que mostra como a música tem transformado a vida de jovens da periferia de Salvador e também da Bahia.

Nós conversamos com ela durante os ensaios para a apresentação de 7 de setembro, no Auditorium, em Roma. 

“Me sinto maravilhada, muito feliz, encantada com as cidades onde a gente passou, pelos teatros onde a gente passou. E por ser uma coisa que eu não imaginava que ia passar. Porque eu sai da orquestra por um tempo. Eu tinha saído sem realizar meu sonho verdadeiro que era tocar na juvenil. E aí abriu uma oportunidade nova para mim: meti a cara, foram cinco dias de muito estudo após alguns meses sem tocar. Foram cinco dias que eu estudei muito, muito só com esta intenção. E passei. Estou muito feliz. Para mim, estar aqui, é um sonho, uma coisa que eu já tinha deixado de sonhar”.

“Primeiramente, de Deus, porque se não fosse Ele eu não estaria aqui. Todo o momento que eu estou aqui, cada coisa nova que eu vejo, eu agradeço a Ele. À minha família que me incentivou bastante nesses dias que eu estudei muito. Minha mãe fazia marmitinha para que eu ficasse no teatro estudando”.

Vida de música

“A partir dos momento que eu comecei as aulas eu gostei muito. Aí fui assistir o primeiro concerto da orquestra. Meus professores tocavam na orquestra. Virei fã, fiquei apaixonada. Eu via eles viajarem e sempre foi meu sonho viajar com a orquestra. Para mim, estar aqui, é a realização de um sonho mesmo, é incrível”.

“Se não fosse a música eu nunca estaria aqui, eu não seria a pessoa que eu sou. Me ajudou na minha formação. Se não fosse a música eu não sei onde eu estaria, o que eu estaria fazendo agora. Talvez eu estivesse fazendo nada em casa e agora estou aqui na Europa”.

(Rb)

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