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Sumario del 28/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Audiência: "A Igreja é de todos; é tempo de misericórdia!"

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Cidade do Vaticano (RV) – “O perdão na Cruz” foi o tema da audiência geral desta quarta-feira (28/09). O Papa Francisco começou o encontro com os fiéis na Praça São Pedro com as palavras proferidas por Jesus “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, e desenvolveu uma reflexão baseada no relato do evangelista Lucas sobre os dois malfeitores crucificados com Jesus, que se dirigiram a ele, cada um de um modo. 

Desesperado, o primeiro o insulta: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”. Seu grito era angustiado, diante do mistério da morte, ele sabia que somente Deus podia dar uma resposta de salvação.

Jubileu, tempo de graça para bons e maus

Morrendo na cruz, inocente entre dois criminosos, cumpre-se a sua doação de amor e nos salvamos para sempre. Fica demonstrado que a salvação de Deus pode chegar a todos, em qualquer condição, mesmo a mais dolorosa. “Por isso, prosseguiu o Papa, o Jubileu é tempo de graça e misericórdia para todos, bons e maus, estejam em saúde ou na doença. Nada nos pode separar do amor de Cristo!”.

“A quem está crucificado numa cama do hospital, a quem vive recluso num cárcere, a quem está encurralado pelas guerras, eu digo: Levantai os olhos para o Crucificado. Deus está convosco, permanece convosco na cruz e a todos se oferece como Salvador”. 

O bom ladrão que respeita Deus

O segundo malfeitor era o chamado ‘bom ladrão’. Suas palavras foram um modelo maravilhoso de arrependimento. Primeiro, ele se dirige a seu companheiro: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma pena?”, uma expressão que evidencia o temor de Deus – não o medo de Deus – mas o respeito que lhe é devido.

Continuando, o Papa explicou que “o bom ladrão se dirige diretamente a Jesus, confessa abertamente a própria culpa, invoca sua ajuda, o chama por nome, pede a Jesus que se lembre dele: é a necessidade do homem de não ser abandonado. Assim, o condenado à morte se torna modelo do cristão que se entrega a Jesus.

Perdão em gestos concretos

A promessa feita ao bom ladrão – “Hoje estarás comigo no Paraíso” - revela o pleno cumprimento da missão que o trouxe à terra. Desde o início até ao fim, Jesus se revelou como Misericórdia; Ele é verdadeiramente o rosto da misericórdia do Pai: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem». E não se trata apenas de palavras, mas de gestos concretos como no perdão oferecido ao bom ladrão.  

Concluindo, o Papa convidou todos a deixarem que a força do Evangelho penetre em nossos coração e nos console, nos dê esperança e a certeza íntima de que ninguém está excluído do seu perdão.  

(CM)

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Síria: proteger civis é um dever imperativo e urgente, diz Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (28/09), o Papa fez mais um apelo em prol da Síria. Eis as palavras de Francisco: 

“Meu pensamento vai novamente à amada e martirizada Síria. Continuam chegando notícias dramáticas sobre a condição da população de Aleppo, à qual me sinto unido no sofrimento através da oração e da proximidade espiritual. Ao expressar a minha profunda dor e preocupação com o que está acontecendo nesta sofrida cidade – onde morrem crianças, idosos, doentes, jovens.... todos – renovo  a todos um apelo para que se comprometam, com todas as forças, na proteção dos civis, um dever imperativo e urgente. Apelo à consciência dos responsáveis pelos bombardeios, que deverão prestar contas disso diante de Deus.”

Em sua próxima viagem internacional, que tem início na sexta-feira, o Papa Francisco terá a oportunidade de encontrar representantes da comunidade assírio-caldeia em Tbilisi, capital da Geórgia. Com o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, o Pontífice fará uma oração de pela paz, de modo especial pela Síria e pelo Iraque.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou domingo (25/09) que pelo menos 139 pessoas morreram nos últimos dias devido aos ataques na parte leste de Aleppo.

(CM/BF)

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Itália: alguns sobreviventes do terremoto na Audiência Geral

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Cidade do Vaticano (RV) - Algumas pessoas provenientes de Arquata e Pescara del Tronto, localidades italianas abaladas pelo terremoto de 24 de agosto passado, participaram da Audiência Geral com o Papa Francisco, nesta quarta-feira (28/09), junto com o Bispo de Ascoli Piceno, Dom Giovanni D'Ercole.

O Santo Padre abençoou e beijou a pequena Speranza, menina de um mês extraída viva dos escombros de Arquata.

 
 
Dentre os participantes da audiência estava também o Prefeito de Arquata del Tronto, Aleandro Petrucci, emocionado pelo encontro com o Papa Francisco que foi convidado pelo prefeito a visitar aquelas terras afetadas duramente pelo abalo sísmico. 

“Agora, devemos trabalhar a fim de que o Papa encontre uma terra que se reergue e é capaz de fazê-lo”, disse Petrucci. No grupo havia também os habitantes de Capodacqua, uma fração de Arquata del Tronto, quase completamente destruída.

Francisco dirigiu uma saudação especial a alguns operários da Região da Basilicata, que foram demitidos.

“Desejo que a conjuntura atual grave de desemprego possa encontrar uma solução positiva através do compromisso incisivo da parte de todos a fim de abrir caminhos de esperança. A taxa de desemprego não pode mais aumentar”, disse o Papa.

Francisco saudou também a delegação da Diocese de Roma que preparou a Semana da Família que se realizará de 2 a 8 de outubro. (MJ)

 

 

 

 

 

 

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Diocese paulista de São João da Boa Vista tem novo Bispo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de São João da Boa Vista (SP), apresentada por Dom David Dias Pimentel. 

O Pontífice nomeou Bispo desta Diocese paulista Dom Antônio Emídio Vilar, S.D.B., transferindo-o da Diocese de São Luiz de Cáceres (MT).

Dom Antônio Emídio Vilar nasceu em 14 de novembro de 1957 em Guardinha, diocese de Guaxupé (Minas Gerais).

Emitiu a profissão religiosa na Sociedade Salesiana de S. João Bosco em 31 de janeiro de 1976 e foi ordenado sacerdote em 9 de agosto de 1986.

Em julho de 2008 foi nomeado Bispo de São Luiz de Cáceres. Atualmente, é o Vice-Presidente da Conferência Episcopal Regional Oeste 2 e Membro da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB.

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Papa na Geórgia: Pe. Spadaro, missão pela unidade

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco partirá, na próxima sexta-feira (30/09), para a sua 16ª viagem apostólica internacional que o levará à Geórgia e ao Azerbaijão, no Cáucaso. 

A nossa emissora entrevistou o Diretor da revista jesuíta ‘La Civiltà Cattolica’, Pe. Antonio Spadaro, sobre a etapa do pontífice na Geórgia. O jesuíta acompanhará o Papa em sua nova missão.

Pe. Spadaro: “Será uma viagem importante porque completará a visita ao sul do Cáucaso que é uma ferida aberta, ou seja, um  lugar de riqueza enorme, sobretudo em relação ao cristianismo, mas também um lugar que viveu e vive até agora grandes conflitos por causa de interesses econômicos e políticos. O Papa ama estar presente nos lugares em que há feridas abertas que devem ser curadas. A dimensão da Igreja como hospital de campanha significa também a dimensão terapêutica de Jesus. O Papa irá a um lugar que é também um poço de história cristã. Há uma vida monástica ativa, mas não faltam problemas, pois as relações com a Igreja ortodoxa são complexas. A Igreja Ortodoxa na Geórgia não reconhece como válido, por exemplo, o Batismo realizado pelos católicos, não obstante haja um trabalho constante e contínuo de relações. Portanto, a presença do Papa significa também uma mensagem muito clara de unidade dos cristãos, fazendo apelo a essas raízes profundas que a Geórgia custodia com zelo. No fundo, a cultura e a própria língua do povo foram plasmadas pelo cristianismo. Outro elemento que considero muito importante é o fato de que esta é uma área de confim. Obviamente, diremos Ásia, mas ao mesmo tempo é claro que existe uma cultura que se refere claramente à Europa. Neste sentido, será uma viagem interessante às raízes cristãs da Europa.”

Portanto, uma viagem entre dificuldades, desafios, questões políticas, geopolíticas, religiosas e culturais. Em relação aos possíveis desdobramentos, o senhor por ocasião da viagem do Papa à Armênia falou sobre “diplomacia da misericórdia”...

Pe. Spadaro: “Penso, sem dúvida, que a viagem do Papa será um estímulo a crescer melhor, de maneira mais harmoniosa dentro da relação entre cristãos, de um lado, e entre cristãos e mundo civil e político, de outro. Quando o Papa visita os países se dirige a todos. Por outro lado, ajudará também a viver melhor as tensões que até agora subsistem e que são muito visíveis como, por exemplo, os muitos refugiados que vêm das áreas de confim entre a Geórgia e Rússia.”

O senhor observou se existe uma expectativa por essa visita, um interesse?

Pe. Spadaro: “Notei um grande interesse sobretudo dos jovens. Tive a oportunidade de falar sobre esse tema, sobre o significado das viagens do Papa. Tocou-me a presença interessante de jovens ortodoxos. A partir disso, se compreende que a sociedade está em evolução. O Patriarca Elias II é uma figura histórica que representa a passagem da situação soviética para a situação atual. Existe quase a expectativa de um futuro para a Igreja na Geórgia que provavelmente deve ser repensado e a geração que vive essa fermentação é muito interessada na viagem do Papa.”

Paz e fraternidade são as palavras que nos conduzirão nestas duas etapas. O senhor acha que devemos prestar atenção em quais gestos que o Papa fará?

Pe. Spadaro: “Isso é difícil prever. O Papa está muito atento à história. Significa concretamente que está também atento ao que acontece durante as suas visitas. Isso o faz mudar às vezes as palavras a serem ditas ou os gestos a cumprir. Por outro lado, os gestos, os abraços, tudo o que significa ponte, que simbolicamente representa o encontro com a realidade, homens e Igrejas, têm um valor absolutamente relevante que supera o conteúdo verbal. O próprio Papa disse que, no final, o que é importante não são os documentos oficiais, mas os encontros, os abraços.” (MJ/GC)

 

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Papa no Azerbaijão: Cardeal Filoni, mensagem de paz e liberdade

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Cidade do Vaticano (RV) - O Azerbaijão é a última etapa da 16ª viagem apostólica internacional do Papa Francisco, que terá início nesta sexta-feira (30/09).

O Papa chegará a esta ex-república soviética, de maioria muçulmana, no domingo, 2 de outubro, 14 anos após a visita de São João Paulo II, que respondendo aos pedidos de alguns fiéis, no final do comunismo, enviou um sacerdote. Existe hoje no Azerbaijão uma Prefeitura Apostólica confiada aos salesianos que depende da Congregação para a Evangelização dos Povos. “Uma história de fé num contexto não fácil”, disse à nossa emissora o Prefeito do dicastério vaticano, Cardeal Fernando Filoni.

Cardeal Filoni: “O início desta pequena comunidade católica no Azerbaijão é uma história muito bonita. Remonta um pouco ao tempo de João Paulo II, quando, depois da queda do Muro de Berlim, algumas famílias escreveram ao pontífice dizendo: ‘Uma vez éramos uma comunidade’, no sentido que o comunismo destruiu todas as igrejas e os poucos cristãos que sobreviveram se disperderam. Por que não nos manda um sacerdote? Dali começou a missão. Ao Azerbaijão, foram encarregados os salesianos da Europa central.”

Uma Igreja relativamente jovem não obstante as raízes cristãs do país sejam muito antigas. Que espaço real existe de crescimento e desenvolvimento para a comunidade católica?

Cardeal Filoni: “O espaço atual está ligado ao conceito de liberdade religiosa. Sabemos que nesses países existe sobretudo a liberdade de culto e também falar de tolerância é um aspecto inicial. Nós, sobretudo como Igreja, preferimos falar de direitos, porque pertence à natureza do ser cidadão professar a própria fé. Se isso for respeitado em todos os países, acredito que haverá sempre possibilidade de desenvolvimento, como disse o Papa, não por indução, para levar a fé através de mecanismos, mas pelo contato, pelo testemunho. No Azerbaijão, falamos de centenas de católicos muito vivos, bem inseridos dentro do contexto.”

Que tipo de fruto, de mudança, de influência poderá ter a presença do Papa nessas temáticas que o senhor citou, dos direitos à liberdade, do diálogo ao encontro?

Cardeal Filoni: “Acredito que o primeiro elemento fundamental, como o Papa Francisco teve modo de fazer e dizer na Armênia, é o da paz, de como os problemas podem ser resolvidos com a boa vontade. Também ali existem temáticas espinhosas, delicadas. Do ponto de vista religioso, os frutos são os do apreço por uma catolicidade tranquila, pacífica, organizada, do ponto de vista da caridade, com os poucos meios que temos.”

No âmbito civil, direitos e liberdade. Sabemos que existem discussões abertas entre Azerbaijão e Europa. Pensa que o Papa poderá de alguma forma tocar estas temáticas? Encontrará as autoridades, representantes sociais, diplomáticos...

Cardeal Filoni: “Não acredito que o Papa agirá diversamente de como fez em todos os outros países. Estou convencido de que o convite feito ao Papa de ir ao Azerbaijão não diz respeito a uma simples formalidade ou tática política, mas substancialmente é a estima por um Pontífice que do ponto de vista de sua missionariedade, de sua abertura em relação aos direitos, a todas as pessoas, sobretudo os mais pobres, é um Papa apreciado.”

O senhor foi ao Azerbaijão em 2012, dez anos depois da viagem de São João Paulo II. Ali, deixou indicações encontrando a comunidade católica. Confiou-lhe a oração pelas vocações, o zelo pela família, mas também a promoção do apostolado. Eram temáticas importantes. Por que fez essa escolha? Houve frutos no futuro?

Cardeal Filoni: “São frutos que estão crescendo gradualmente: a atenção à família, aos jovens, às mulheres e também no apoio a uma sociedade que precisa aprender o que significa solidariedade.”

O senhor foi núncio por muitos anos no Iraque e nomeado enviado especial do Papa ao Iraque. Na Geórgia, haverá um encontro especial na Igreja de São Simão em Tbilisi, uma igreja da comunidade assíria e caldeia. Será um momento importante para a comunidade sírio-caldeia no mundo...

Cardeal Filoni: “Encontrar o momento para rezar juntos, estar juntos, manifestar ao Papa as dificuldades, as amarguras desta ampla área que é o Oriente Médio, acredito que será uma boa ocasião para os cristãos de sentir a solidariedade do Papa e também de seus pastores, de ter esta encontro com o Papa numa terra que pertence historicamente e tradicionalmente a eles também.”

Parece-me que as diretrizes dessa viagem serão a paz, fraternidade, testemunho e proximidade...

Cardeal Filoni: “Sim, sem dúvida. Porque somente através da compreensão dos povos, do respeito mútuo, do respeito pelos direitos fundamentais de todo cidadão, prescindindo da religião, somente isso poderá dar a paz e o desenvolvimento aos próprios povos.” (MJ/GC)

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Papa exalta herança de Peres, homem de paz

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa está “profundamente entristecido” pela morte do ex-Presidente israelense Shimon Peres.

Em um telegrama endereçado ao atual Chefe de Estado israelense, Reuven Rivlin, Francisco expressa as suas “mais sentidas condolências” a todo o povo israelense, recordando com afeto o tempo passado com Peres no Vaticano e renovando o seu “grande apreço” pelos seus “esforços incansáveis” em favor da paz. 

O Pontífice expressa o desejo de que a memória de Shimon Peres inspire todos “a trabalhar com sempre maior urgência pela paz e a reconciliação entre os povos. Deste modo, a sua herança será realmente honrada e o bem comum pelo qual trabalhou com tanta diligência encontrará novas expressões”, enquanto “a humanidade se esforça para avançar no caminho de uma paz duradoura”.

O Papa conclui a mensagem de pesar assegurando as suas orações “por todos que estão em luto, sobretudo a família Peres” e invoca “as bênçãos divinas de consolação e força sobre a nação”.

Shimon Peres, o último dos pais fundadores de Israel, faleceu na noite de terça-feira (27/09) aos 93 anos, depois de duas semanas de internação devido a um AVC.

Entrou para a história como um dos artífices do Acordo de Oslo em 1993, recebendo o Prêmio Nobel da Paz.

Os funerais terão lugar em Jerusalém. Peres será sepultado entre os Grandes da Nação no cemitério do Monte Herz, em Jerusalém.

(JE)

 

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Igreja na América Latina



A origem da devoção a Nossa Senhora Desatadora dos Nós

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Buenos Aires (RV) – "Desatadora - la Virgen que el Papa Francisco convirtió en fenómeno de fe" (“Desatadora – a Virgem que o Papa Francisco transformou em fenômeno de fé”) é o título do livro do jornalista argentino Eduardo Mattos, que conta como uma antiga imagem da Virgem Maria – que decora a parede de uma igreja na Alemanha – passou a figurar entre uma das mais conhecidas representações da Mãe de Deus, por obra de Jorge Mario Bergoglio.

A obra exigiu longas horas de pesquisa. Por dois anos, Mattos passou seus dias tentando desvendar a origem da devoção à Desatadora.

“Nossa Senhora tem – estima-se – mais de dois mil títulos, a maior parte deles originados de aparições ou de sua intervenção em acontecimentos”, recordou o autor, citando a Virgem de Fátima, que apareceu a três pastorzinhos em Portugal, e a Virgem Auxiliadora, invocada  pela primeira vez no Século XVI, durante uma batalha naval entre católicos e muçulmanos.

“Quando me interessei pela Desatadora – revela – percebi que não havia nem uma coisa nem outra em relação a ela; foi o que me estimulou a descobrir a origem da devoção”.

Ao iniciar sua pesquisa, o autor acabou descobrindo aquela que define como uma das mais bonitas histórias que conhece:

“A devoção à Desatadora desabrochou nas mãos do Padre Jorge Mario Bergolhio na segunda metade dos anos 1980, quando ele vivia em Buenos Aires e era pouco conhecido fora de sua Congregação, a Companhia de Jesus. Ele recebeu um cartão postal, um souvenir destes que se vendem em museus, que era a reprodução de uma obra de arte, o retrato de Maria desatando nós de uma corda”, contou.

Segundo Mattos, quando viu a pequena imagem, teve uma inspiração: “Não há nada que resista às mãos da Mãe de Deus. Basta ter fé”.

O livro narra também como a devoção à Desatadora, depois de repercutir na Argentina, chegou a solo brasileiro, inicialmente em Búzios, região dos Lagos, no Rio de Janeiro, e posteriormente em Campinas, interior de São Paulo.

“O livro traz a história de pessoas que tem a fé como um dos principais pilares de suas vidas” – ressaltou o autor – que é jornalista há quarenta anos.

Ademais, a publicação traz um encarte de 16 páginas com fotos coloridas de lugares dedicados à Santa e de personagens que possuem histórias relacionadas com esta devoção.

(je/gaudiumpress)

 

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Igreja no Mundo



Líbano: Patriarcado Maronita favorável á eleição de Aoun

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Beirute (RV) – O Patriarcado Maronita apoia a eleição de Michel Aoun à Presidência do Líbano, para colocar fim a quase dois anos e meio de impasse político que levou à vacância do cargo.

Dom Boulos Sayyah, Vigário Geral do Patriarcado Maronita e braço direito do Cardeal Bechara Raï, sublinha que está dentro da normalidade promover a candidatura de Aoun, pois ele “tem apoio da maioria dos cristãos”.

Segundo a nota do prelado – reportada pelo jornal libanês al-Joumhouria – o próprio Patriarca Maronita estaria satisfeito se a escolha recaísse sobre o líder e fundador do Movimento patriótico livre.

“Os últimos desdobramentos a nível presidencial – afirmou Dom Sayyah – são promissores”. Em particular, o prelado considera positiva a atenção mostrada recentemente sobre o caso envolvendo o ex-Primeiro Ministro Saad Hariri. “O Patriarca Rai – completa – está feliz pela eleição de Aoun e repetiu isto em várias ocasiões” no passado.

A seguir, o Vigário Geral também precisou que irá apoiar a “eleição de Aoun, mas isto não significa que temos preferência por um candidato em relação ao outro”. A referência é em relação a Suleiman Franjieh, líder do Movimento Marada, também ele na disputa pelo cargo mais alto do Estado.

Dom Sayyad reitera a linha já ilustrada outras vezes pelo Patriarcado, a proximidade e o apoio “ao Presidente que será eleito. Dito isto, é normal que Aoun possa tornar-se Presidente, pois desfruta do apoio da maioria dos cristãos, hoje que as Forças libanesas são próximas a ele”.

“A eleição de um Chefe de Estado – conclui o Bispo – facilitará também um acordo sobre outras questões em suspenso, entre os quais uma nova lei eleitoral”.

Nos dias passados o próprio Patriarca havia falado sobre esta questão, recordando uma vez mais que o fracasso da classe política e dirigente em eleger o Presidente abre as portas do Líbano à influência de forças estrangeiras, que acabam por decidir sobre o destino do país.

Desde maio de 2014, quando encerrou o mandato de Michel Suleiman, o País dos Cedros está sem Presidente. Nestes meses, o Movimento Patriótico Livre, Hezzbollah e seus aliados, boicotaram diversas vezes o voto para a renovação do cargo, fazendo faltar quórum.

Por trás da falta de eleição está o conflito aberto entre dois frontes: o 8 de Março (xiitas do Hezzbollah, apoiados pelo Irã) e o bloco 14 de Março (guiado por Saad Hariri e apoiado pela Arábia Saudita).

(je/asianews)

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Como é eleito o Prepósito da Companhia de Jesus? Pe. Lombardi responde

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Cidade do Vaticano (RV) – Na terça-feira (28/09) foi apresentada a 36° Congregação da Companhia de Jesus que terá lugar a partir de 2 de outubro em Roma, e onde será escolhido o novo Prepósito Geral. Sobre a experiência dos 4 dias que precedem o voto, chamados “murmuratio”, e sobre alguns aspectos da eleição, a Rádio pediu um aprofundamento ao Padre Federico Lombardi, assistente ad Providentiam e Conselheito Geral, presente na coletiva de imprensa:

“É uma experiência muito importante, também do ponto de vista espiritual. Em quatro dias, pode-se realizar um número de colóquios e de encontros pessoais muito grandes... Naturalmente, cada um usa o seu tempo para rezar e para refletir, porém pode conhecer, procurar pessoas das diversas partes do mundo, fazem também perguntas específicas. O que é difícil explicar, mas que acontece realmente, é que no decorrer destes dias a convergência nasce, sem necessidade de fazer debates ou encontros comuns, mas graças precisamente a esta rede contínua e intensa de partilha e de comunicação pessoal. Portanto, a grande preocupação muito bonita de Santo Inácio de evitar que existam partidos, grupos de pressão, é perfeitamente garantida por este procedimento. A circulação das informações úteis para dar uma ideia e poder se orientar, existe de qualquer forma e é muito intensa. Neste sentido, como foi dito, de fato nas últimas eleições – e acredito também em muitas das precedentes – o consenso foi alcançado rapidamente”.

RV: Os últimos três Prepósitos da Companhia de Jesus pediram demissão. Esta foi uma novidade em relação ao passado...

“Nas Constituições da Companhia de Jesus, escritas por Santo Inácio, a eleição é ad vitam, ou seja, sem um fim. E assim continua a ser. A Companhia de Jesus não questionou isto. Ao mesmo tempo não está excluído que possa haver, pelo contrário, uma oportunidade e um procedimento adaptado para a renúncia ou para a demissão. De fato, em um mundo como o nosso – em que frequentemente também a vida se prolonga bastante, porque as condições de saúde melhoraram – é sempre mais frequente o fato de que seja oportuno que exista um fim, que não seja conservada uma reponsabilidade por um tempo muito longo, quando – quiçá pela idade avançada ou por doenças ou outro motivo – faltem as forças. Portanto, já há alguns decênios foram determinados os procedimentos para a renúncia: O Geral pode manifestar o seu desejo de renunciar, mas há toda uma série de consultas a serem feitas para então propor a sua renúncia à Congregação Geral, que é o único órgão que é delegado de poder aceitá-la e de eleger o sucessor. O Padre Arrupe já havia proposto de demitir-se, mais tarde, porém, não pode fazê-lo. Depois teve um ictus e ficou incapaz de exercer também o governo. Com isto, veio a renúncia e a eleição do sucessor, quando ele já estava doente. Os últimos dois, ou seja, Padre Kolvenbach e Padre Nicolás, pelo contrário, colocaram em prática este procedimento e anunciaram sua intenção de renunciar”.

(je/dd)

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Irã: Surpreende número de conversões ao cristianismo no país dos ayatolás

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Teerã (RV) -  O Irã ocupa a nona posição na lista da Open Doors, dos países mais perigosos para os cristãos: a abertura de igrejas é proibida e a conversão da religião de Estado, o Islã, é punível com a morte para os homens e a prisão para as mulheres. Somente no último ano, mais de 100 cristãos foram mortos ou torturados. Não obstante isto, o cristianismo tem crescido de maneira surpreendente no país dos ayatolás.

País com maior aumento de cristãos

Em 2015, a organização missionária Operation World indicou o Irã como o país no mundo em que a população cristã, predominantemente evangélica, cresce mais rapidamente, com um aumento anual estimado em 19,6%.

De fato, nos últimos dois decênios, o número de iranianos convertidos ao cristianismo seria superior àquele calculado nos precedentes 13 séculos.

Mais de 1 milhão

Hoje, segundo dados da Christian Solidarity Worldwide - organização cristã comprometida na defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa - seriam mais de um milhão os iranianos convertidos ao cristianismo. E as dificuldades enfrentadas pelos cristãos no país seriam, precisamente, um dos motivos de seu crescimento.

Na prática, liberdade religiosa é violada

Não obstante a Constituição iraniana reconheça cristãos, judeus e zoroastrianos como minorias religiosas protegidas, o governo continua a utilizar leis religiosas especiais para oprimir reformistas, ativistas políticos, defensores dos direitos humanos e das minorias religiosas. Ou seja, se na teoria a liberdade religiosa é protegida, na prática ela é violada e não garantida.

Condenações à morte

Sob o Presidente Hassan Rouhani, as violações dos direitos humanos - entre os quais o direito à liberdade religiosa - pioraram sensivelmente. O Irã condena à morte mais do que qualquer outro país no mundo e uma importante parcela dos mortos pertence às minorias religiosas.

Os cristãos no Irã, no geral são acusados de realizar ações contra a segurança nacional, de espionagem, ou também de apostasia e blasfêmia.

Certamente, nem todos os cristãos acabam na prisão, mas viver abertamente a sua fé é arriscado. No total, CSW refere que cerca de 120.000 pessoas foram justiçadas desde 1981 pelas suas convicções políticas ou religiosas. 2.500 das quais foram enforcadas por Rouhani, que subiu ao poder em 2013. Ele havia prometido proteger os direitos humanos e a igualdade de todos os cidadãos do Irã, mas na práticas estas promessas foram descumpridas.

Diáspora iraniana

Em tal contexto, o desenvolvimento do cristianismo é muito grande e não limitado unicamente ao Irã. O aumento é verificado também na diáspora iraniana, em países como o Reino Unido, Estados Unidos, Turquia, Alemanha e Canadá, onde os cristãos iranianos são muito ativos nas mídias. Existem, de fato, diversos canais satelitares que transmitem pregações do Evangelho na língua farsi.

Historicamente, a Igreja iraniana conseguiu não somente resistir, mas se fortaleceu nos momentos de perseguições e de perigo, e o irã confirmaria este dado.

Efeito contrário

Outro fator que teria favorecido a conversão ao cristianismo, seria a má propaganda que o regime dos mulá fez do Islã. As restrições à liberdade de expressão, aos direitos das mulheres, à violência, as perseguições aos ativistas dos direitos humanos, dando uma imagem muito ruim do Islã e isto pode ter levado muitos iranianos, em particular as jovens gerações, a buscar alternativas no cristianismo.

(JE)

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Formação



Dom Peruzzo: Papa Francisco ensina um modo novo de olhar para Deus

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Cidade do Vaticano (RV) – Misericórdia é como o amor: se não for bem entendido, é como se aproveitar da bondade de Deus. Palavras do Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, que veio ao Vaticano para participar do Jubileu dos Catequistas, sendo ele o referente para a categoria da CNBB.

Convocando este Jubileu, afirma Dom Peruzzo, o Papa Francisco quer nos comunicar um modo diferente de olharmos para Deus.

“Não é que Deus perdoa quem se arrepende. Deus oferece o seu perdão para que se arrependa. O protagonista é Deus. A bondade de Deus já está assegurada. Deixe-se perdoar. Aceite que Deus é bom", disse Dom Peruzzo em visita à Rádio Vaticano. Ouça a reportagem completa: 

 

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A compilação da Constituição Dogmática Lumem Gentium

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar da Constituição dogmática Lumen Gentium

No programa anterior, repassamos em breve síntese os fatores pré-conciliares que foram fundamentais para a construção da Constituição dogmática Lumen Gentium. Na edição de hoje, Padre Gerson Schmidt nos traz a reflexão "A compilação da Constituição dogmática Lumen Gentium", expondo as ideias que brotavam de uma nova atmosfera propícia para uma renovação eclesial e que inspiraram a elaboração de tão fundamental documento:

"Já dissemos que muitos movimentos pré-conciliares existiam para a construção do Concílio Vaticano II: litúrgico, ecumênico, bíblico, missionário, a espiritualidade cristocêntrica, a valorização do laicato, o acento patrístico, os novos desafios da modernidade...todos esses aspectos contribuíram para uma atmosfera propícia para repensar a missão e natureza da Igreja no mundo.

Todos esses fatores ajudaram a compilar o Concilio Vaticano II, que legitimou o diálogo eclesiológico necessário. O primeiro esquema apresentado da Lumen Gentium, da Igreja refletir sobre si mesma, se iniciava com o título “De ecclesiae militantis natura”, ou seja, “A natureza militante da Igreja” que arrancava da natureza simplesmente corporativa da Igreja instituída por Cristo mediante o estabelecimento da hierarquia, para uma identificação real entre o Corpo Místico de Cristo na terra e a Igreja Católica Romana.

O esquema De Ecclesia – que versava sobre a natureza e a estrutura da Igreja - começou a ser discutido em dezembro de 1962, em seis Congregações Gerais. Esse esquema tinha uma concepção eclesiológica de caráter institucional, de acordo com a teologia de Belarmino¹. As críticas foram muitas. Logo se pediu uma reformulação dessa estrutura de pensamento.

Os esquemas preparatórios foram rejeitados pelos bispos contrários ao demasiado juridicismo, clericalismo e triunfalismo. Então se descortinava e se perfilava um novo horizonte de uma Igreja renovada, num pensamento eclesiológico que invertia a pirâmide, onde a hierarquia se deveria colocar a serviço do Povo de Deus.

A centralidade da categoria bíblica de Povo de Deus – embora depois se exagere permanecendo unicamente nela - permitia afirmar a igualdade fundamental de todos os batizados e recordar a chamada de todos os batizados à santidade, capítulo posterior fundamental, que se torna um capítulo central do documento. O importante papel das Igrejas particulares e a colegialidade episcopal mostrava a insuficiência da concepção centralista e piramidal da Igreja.

Todas essas ideias brotavam de uma nova atmosfera propícia para uma renovação eclesial, nas palavras do Papa João XXIII, de um "aggiornamento", de um abrir as portas e janelas da Igreja para que entrasse um novo ar, um arejamento que tirasse o mofo e os ácaros próprios de um ambiente muito fechado muito ad intra – para dentro. A Igreja se abria assim para o diálogo e uma renovação de sua missão própria no mundo, sem ser do mundo, ad extra – para fora, que rende a belíssima Constituição pastoral Gaudium et Spes.

De fato, o Concilio Vaticano II foi o Concilio mais universal da História da Igreja, dos 20 já realizados. Além dos 2.540 padres conciliares, pela primeira vez, 18 confissões não-católicas se faziam representar por observadores oficiais. Foi estabelecida uma estrutura organizativa composta por um conselho de presidência de 10 Cardeais e 10 Comissões. Bem logo se viu a necessidade de delegados ou moderadores, que substituirão os membros de presidência o conselho na direção das Congregações Gerais².

Dom Boaventura Kloppenburg, perito do Vaticano II e que na edição em português dos documentos faz as introduções gerais para cada documento, em um artigo publicado na Revista Eclesiástica Brasileira, faz a seguinte conclusão, a respeito da amplitude desse maior acontecimento eclesial do século XX: “Na verdade, não há, na história da Igreja, Concílio que se lhe compare. Jamais foi tão grande e universal a representação. Jamais, tão variada a contribuição de todas as raças, continentes e culturas. Jamais, tão livre e ampla a discussão dos temas. Jamais, tão facilitada a comunicação exata das ideias. Jamais, tão demorada e minuciosa a preparação. Louvemos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!”³.

 

¹ SANTOS, Manoel,Org. Concílio Vaticano II: 40 anos de Lumen Gentium, Edipucrs, Porto Alegre, 2005, p.11.

² Idem, 8-9.

³ B. KLOPPENBURG, No quarentenário da Lumen Gentium. Revista Eclesiástica Brasileira, fasc. 256 (outubro de 2004), p. 835.

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