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Sumario del 29/09/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



"Nos rostos sofridos dos refugiados, a Igreja vê o Senhor em sua Paixão"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira (29/09), o Papa recebeu os membros de organizações de caridade católica que trabalham pela Síria, o Iraque e países limítrofes na tentativa de atenuar o sofrimento de milhões de pessoas vítimas dos conflitos atuais. Os membros do Cor Unum estão reunidos em Roma. 

Francisco começou seu discurso manifestando tristeza porque não obstante os esforços em vários âmbitos, a lógica das armas e dos abusos, os interesses obscuros e a violência continuam a devastar aqueles países, onde o sofrimento e as violações dos direitos humanos ainda persistem. O grave fenômeno migratório a que assistimos hoje – denunciou o Papa – é uma das consequências dramáticas mais visíveis desta situação.

“Por que o homem, danificando pessoas, bens e meio ambiente, continua a perseguir prevaricações, vinganças e violências? Pensemos no recente ataque contra um comboio humanitário da ONU... É a experiência do mal que está presente no homem e na história e precisa ser redimido”.

“Nos rostos sofridos de sírios, iraquianos e refugiados em busca de abrigo e proteção, a Igreja vê o rosto do Senhor durante a sua Paixão”, declarou.

Encorajando os agentes de caridade, Francisco disse que seu trabalho no campo, ajudando estas pessoas a salvaguardar sua dignidade, é certamente um reflexo da misericórdia de Deus e um sinal de que o mal tem limite e não terá a última palavra. É um sinal de esperança e por ela, agradeço vocês todos e as outras pessoas anônimas que especialmente neste Ano Jubilar, rezam e intercedem em silêncio pelas vítimas dos conflitos, principalmente as crianças e os mais frágeis, apoiando também o seu trabalho”.

A este ponto, o Papa apelou novamente por ajudas e maiores esforços da comunidade internacional para pacificar o Oriente Médio, pois “cada um pode e deve ser construtor de paz”.

“Minha oração é para que Deus inspire as mentes e os corações de quem tem responsabilidade política, a fim de que saibam renunciar a seus interesses pessoais e alcançar o maior bem: a paz”.

O encontro foi também uma ocasião colhida pelo Papa para agradecer as Nações Unidas e outros organismos internacionais por sua mediação junto aos governos para concordar o fim do conflito: um caminho que deve ser percorrido com paciência e urgência, e no qual a Igreja continuará a dar a sua contribuição.

Enfim, Francisco dirigiu seu pensamento às comunidades cristãs no Oriente Médio, sofridas pelo conflito e temorosas pelo futuro. Os cristãos daquela região são hoje o sinal concreto da misericórdia de Deus. “A eles, toda a minha admiração, reconhecimento e apoio de toda a Igreja”.

Antes de se despedir, o Papa confiou todos os agentes da caridade à intercessão de Santa Teresa de Calcutá, modelo de caridade e misericórdia. 

(CM)

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Cardeal Parolin: Francisco na Geórgia e Azerbaijão pela unidade e paz

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Cidade do Vaticano (RV) - “Uma missão pela paz e a unidade.” Assim, o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, definiu a 16ª viagem apostólica internacional do Papa Francisco, que terá início nesta sexta-feira (30/09), na Geórgia, e se concluirá no domingo, 2 de outubro, no Azerbaijão.  

Entrevistado pelo Centro Televisivo Vaticano, eis o que disse o purpurado.

Cardeal Parolin: “Esta viagem ao Azerbaijão e Geórgia completa a visita ao sul do Cáucaso que o Santo Padre iniciou, em junho passado, visitando a Armênia. Trata-se de três países de muita história e cultura antiga, mas também diferentes entre si. Era natural que o Papa visitasse todos os três, como está fazendo, aceitando os convites das autoridades da Igreja Católica e civis. O Papa Francisco vai sempre como um amigo, como vimos também na Armênia, para encontrar as pessoas, as realidades diferentes, os povos, e favorecer a cultura do encontro a ele tão querida. Obviamente, o tema da paz está vinculado a esta cultura do encontro. O Papa, certamente, colocará no centro de seu ensinamento e sua presença a promoção da paz, da reconciliação e do diálogo. Depois, como sempre, o encontro com a Igreja Católica para incentivá-la a ir adiante em sua vida e sua missão.”

Qual é a situação da Igreja hoje na Geórgia e quais são os desafios para a sociedade?

Cardeal Parolin: “Sabemos que a Geórgia foi um dos primeiros países que aceitou o cristianismo de forma oficial através da obra evangelizadora de uma santa, uma mulher, Santa Nina, do século IV. Ainda hoje, a característica, a marca da sociedade georgiana é cristã. O Papa vai para encontrar esta Igreja, a Igreja Ortodoxa na Geórgia, o seu Catholicos o Patriarca Elias II, para abraçar, favorecer e promover laços recíprocos de amizade, vínculos de amizade. Em relação à Igreja Católica, é uma realidade pequena, limitada, mas que tem uma presença significativa. Está presente em todas as regiões do país através de seus três ritos, latino, armênio e assírio-caldeu, realizando muitas obras nos campos pastoral, caritativo, assistencial e educacional. Gostaria de sublinhar a importância do fato de que a Igreja Católica, como todas as minorias religiosas, possui um estatuto jurídico bem preciso. Isso ajuda, evidentemente, a sua inserção naquela realidade e o desempenho de sua atividade e missão. Pensando nos desafios gostaria de sublinhar um: os refugiados, tanto os refugiados que vêm de países do Oriente Médio que estão em conflito, considerando a proximidade geográfica da Geórgia, quanto os deslocados internos que tiveram de abandonar o seu lugar de origem por causa dos conflitos perpetrados recentemente. Um dos desafios é o de como enfrentar essa emergência e presença de pessoas que tiveram de deixar suas casas.”

Nesse contexto, o que podemos dizer sobre o Azerbaijão. Qual é a situação da Igreja, mas também quais são as realidades, as situações em que a Santa Sé dirige a sua atenção?

Cardeal Parolin: “Alguns anos atrás houve uma mostra aqui no Vaticano sobre o Azerbaijão. Há uma atenção muito forte sobre este aspecto cultural. O Azerbaijão se esforça para ser um país que promove a tolerância entre as religiões e culturas presentes ali. Esse favorecer o encontro é muito importante em nosso mundo. Também nesse país as atividades da Igreja Católica gozam de um reconhecimento jurídico que permite trabalhar, assistir adequadamente os católicos que vivem nessa nação e promover o diálogo com o Islã e outras comunidades presentes. É uma presença pequena, mas significativa que contribui, junto com outras realidades, para o bem do país.”

Estas são terras de fronteira entre Oriente e Ocidente, onde o diálogo é uma urgência. O Pontífice com as suas palavras será novamente um mensageiro de paz?

Cardeal Parolin: “Certamente! É uma das finalidades da viagem. Esta é terra de confim e as terras de confim são terras de riqueza e vivacidade, mas ao mesmo tempo sofrem tensões, conflitos e lacerações. Então, a palavra do Papa poderá ser realmente uma palavra que convida a fazer o que ele diz muitas vezes: fazer das diferenças não motivo de conflito, mas de enriquecimento recíproco. É o grande desafio de nossos dias e será um desafio que o Papa irá relançar também nesta terra. Por outro lado, existem sinais positivos e encorajadores que estão tentado superar essas tensões, e estes sinais o Papa irá apoiar, incentivar e promover.” (MJ)

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Divulgado o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais

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Cidade do Vaticano (RV) -  Foi divulgado nesta quinta-feira, pelo Vaticano, o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais 2017: “«Não tenhas medo, que Eu estou contigo» (Is 43,5). Comunicar esperança e confiança no nosso tempo”. Trata-se do 51º dia dedicado pela Igreja aos meios de comunicação que será celebrado em 28 de maio próximo.

Num comunicado sobre o tema, a Secretaria para a Comunicação observa que “anestesiar a consciência ou deixar-se levar pelo desespero são duas doenças possíveis às quais o sistema de comunicação atual pode levar. É possível que a consciência se cauterize, como recorda o Papa Francisco na Laudato si’, pelo fato de muitas vezes profissionais, comentaristas e meios de comunicação trabalhar em áreas urbanas distantes dos lugares de pobreza e necessidades, vivendo uma distância física que muitas vezes leva a ignorar a complexidade dos problemas de homens e mulheres”.

Confiança e esperança

“É possível o desespero quando a comunicação se torna às vezes estratégia de construção de perigos e medos iminentes. Mas no meio deste murmúrio se houve um sussurro: Não tenhas medo, que Eu estou contigo. Em seu Filho, Deus se solidarizou com toda a situação humana e revelou que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que não se esquece dos próprios filhos. Quem vive unido a Cristo, descobre que as trevas e a morte se tornam lugar de comunhão com a luz e a vida. Em todo acontecimento busca descobrir o que acontece entre Deus e a humanidade, para reconhecer como Ele, através do cenário dramático deste mundo, está escrevendo a história de salvação.”

“Nós cristãos temos uma boa notícia para contar, porque contemplamos com confiança o horizonte do Reino. O tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais é um convite a contar a história do mundo e as histórias de homens e mulheres, segundo a lógica da Boa Nova que recorda que Deus nunca renuncia a ser Pai, em nenhuma situação e em relação a toda pessoa. Aprendamos a comunicar confiança e esperança na história”, conclui o comunicado da Secretaria para a Comunicação.

Decreto Inter Mirifica

Com a finalidade de levar adiante a atenção-ação nesse importante setor da comunicação, e lembrando o reconhecimento que o decreto Inter Mirifica (do Concílio Vaticano II) externara sobre a importância da comunicação, o Papa Paulo VI, criou, em 1964, através do documento In fructibus multis, a Pontifícia Comissão para as Comunicações Sociais, hoje faz parte da Secretaria para a Comunicação com a finalidade de coordenar e estimular a realização das propostas dos Padres Conciliares.

Assim, em 1966, foi criado o Dia Mundial das Comunicações Sociais, com a aprovação do Sumo Pontífice. E no dia 7 de maio de 1967 celebrou-se pela primeira vez, no mundo inteiro, o dia Mundial das Comunicações Sociais.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado no domingo que antecede a Solenidade de Pentecostes.

A mensagem do Papa para este dia é publicada na véspera da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro). (SP/MJ)

 

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Dom João Braz de Aviz: os religiosos no Ano da Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – Estamos chegando à conclusão do Ano Santo da Misericórdia, que se encerrará no próximo dia 20 de novembro. Nós conversamos com o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz sobre como os religiosos viveram este Ano e quais os frutos. (SP) 

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Cardeal Parolin: paz na Colômbia, é possível viver sem massacres

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Cartagena das Índias (RV) - O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, participou em 26 de setembro último, na cidade colombiana de Cartagena das Índias da assinatura do acordo de paz entre o governo do país e as FARC. Um evento histórico no qual o Cardeal pediu que sejam curadas as feridas do coração dos colombianos e assegurou que é possível viver sem massacres.

Na Liturgia da Palavra que presidiu, estiveram presentes mandatários de todo o mundo. O Purpurado se mostrou confiante na “possibilidade de construir um futuro diferente, no qual convivam sem massacres e no qual possuir convicções diversas, respeitando as regras democráticas, da dignidade humana e da tradição católica desta grande nação”.

Paz para Colômbia

“A paz que a Colômbia deseja vai além da também necessária consecução de certas estruturas ou convenções, e se centra na reconstrução da pessoa: de fato, é nas feridas do coração humano onde se encontram as causas profundas do conflito que destruiu este país nos últimos anos. Só Deus nos dá a força para enfrentar tais problemas e, sobretudo, a capacidade de nos identificar com todos aqueles que sofrem por sua causa”, disse Dom Parolin na homilia.

“Desejo, em primeiro lugar, transmitir a proximidade do Papa Francisco ao querido povo colombiano e às suas Autoridades, especialmente na presente circunstância da assinatura do Acordo Final entre o Governo da Colômbia e as FARC-EP”.

O cardeal assegurou que “o Santo Padre tem seguido com grande atenção os esforços dos últimos anos na busca de harmonia e reconciliação”.

Papa sempre animou o respeito dos direitos humanos

“Várias vezes animou estes esforços, sem mencionar as soluções concretas que foram negociadas, e sobre as quais decidirão, de maneira livre, informada e em consciência, os próprios cidadãos”. “O Papa sempre animou o respeito dos direitos humanos e dos valores cristãos que estão no centro da cultura colombiana. Acredito que todos que estamos aqui presentes estamos conscientes de que, no fundo, estamos no final de uma negociação, mas também no início de um processo, ainda aberto, de mudança, que requer a contribuição e o respeito de todos os colombianos”, indicou.

O Secretário de Estado recordou a história da cidade de Cartagena das Índias e sua relação com a escravidão e a figura de São Pedro Claver que ajudou a eliminá-la. “Poderíamos dizer que, como há alguns séculos os escravos e comerciantes se dirigiam ao porto doentes e maltratados, hoje muitos colombianos viajam tristes e sofridos, com a dignidade ferida ou roubada. Passaram por tormentas e tempestades, sem perder a esperança. Têm necessidade de serem resgatados e amados, eles têm sede de água fresca”.

Libertar das cadeias da escravidão

“Da mesma maneira, hoje Jesus também nos espera para nos libertar das cadeias da escravidão. A própria e a que nos ocasionam outros. Está ansioso para nos abraçar, para curar nossas chagas, enxugar nossas lágrimas, para nos dar a água e o pão da vida, para nos olhar com amor no profundo da alma, para nos levar nos seus braços até um porto seguro… Sabemos que o sofrimento das vítimas, oferecido aos pés da Cruz, se converte em um recipiente para receber a sua misericórdia”.

O Purpurado recordou também que Francisco expressou em várias ocasiões o desejo de visitar a Colômbia, mas quando o acordo de paz fosse assinado. “O método mais seguro para começar um futuro melhor é reconstruir a dignidade de quem sofre, e para fazer isto é necessário aproximar-se deles sem restrições de tempo, até o ponto de identificar-se com ele”.

O Secretário de Estado pediu para não considerar “este encontro como mais um evento, mas como uma manifestação da confiança das autoridades e de todos aqueles que nos seguem com a força da oração a Deus”. (SP-ACIPRENSA)

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Igreja no Brasil



Repam e Comissão para a Amazônia: Tecer redes, conectar a Igreja

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Manaus (RV) - A comunicação como ferramenta de transformação social reuniu agentes comunicadores da Amazônia Legal, na capital do Amazonas, Manaus. 

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o apoio da Comissão Episcopal dos Estados Unidos da América, promoveram de 20 a 25 de setembro de 2016, em Manaus (AM), o curso “Comunicação para a transformação social”. O encontro reuniu agentes sociais dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, além de entidades e organismos da Igreja Católica do Brasil, Colômbia, Equador e Peru. 

A comunicação como promoção e diálogo interativo entre os povos

No encontro, veio à tona uma infinidade de ações em que voz, cidadania e o coletivo estiveram no centro como valores essenciais, no compartilhamento de princípios e práticas de transformação social. Refletiu-se sobre o ressurgimento de práticas multilaterais de comunicação que provocam mudanças.  O jornalista Pedro Sánchez, responsável pela comunicação da REPAM e facilitador do curso, atentou aos participantes à chamada para um processo de desenvolvimento comunicacional inclusivo, no qual os desempregados, as crianças, os jovens, as mulheres, os pobres, os marginalizados, ou simplesmente o cidadão de baixa renda precisa ser ouvido. Sánchez chamou à compreensão da comunicação como processo de compartilhar valores. “A função da comunicação não é apenas informar, mas transformar a realidade. A luta dos povos deve ser o mais importante para o comunicador. A nossa comunicação deve estar sempre preocupada com o outro. As ferramentas e os meios precisam ser utilizados para isso: comunicar e gerar transformação. É preciso entender a comunicação como promoção e diálogo interativo entre os povos. Comunicar é lavar os pés do irmão, estar a serviço dele”, recorda o jornalista peruano. 

Sánchez lembrou que as grandes mudanças no desenvolvimento da sociedade têm sido, historicamente, artifícios que principiaram de baixo para cima, desenvolvendo-se a partir de grupos de pessoas que se mobilizaram, se organizaram e defenderam seus casos, comunicando suas causas e alcançando seus direitos.

Trabalho diferenciado em favor da Amazônia

Dom José Albuquerque, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus agradeceu e motivou aos participantes, bem como o trabalho que a Comissão para a Amazônia realiza na região. “Reconhecemos o trabalho diferenciado que a Comissão Episcopal para a Amazônia tem realizado em favor da Amazônia para nos integrarmos nesta missão em que há diversas realidades e suas inúmeras facetas. Nosso agradecimento a vocês que vieram e se tornam incentivo um para o outro no amazonizar a Amazônia, comunicar as belezas que aqui existem, mas também denunciar toda a dinâmica de morte que há por aqui” enfatizou o bispo.

Comunicação em rede amazônica

Irmã Irene Lopes, assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia e membro da coordenação do curso, lembra que a iniciativa do curso propõe a criação de uma rede de comunicadores que atuam na Amazônia Legal. “A partir do conhecimento da REPAM, da integração em rede e das experiências já existentes, desejamos comunicar e conectar a Igreja que aqui acontece. Pretendemos que essa formação contribua para articulação da comunicação na Amazônia, formando trabalho integrado, em rede, que possa mostrar as experiências de defesa a vida e da diversidade desta terra.”

Anúncio e denúncia

Padre Raimundo Vanthuy Neto, diretor do Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES), propôs dois horizontes para a comunicação da Repam-Brasil: anúncio e denúncia. “Precisamos anunciar a beleza e pluralidade das formas de viver, da beleza da vida, dos valores dos povos, da floresta, das águas, mas também comunicar a denúncia”. Para ele, é preciso gritar para o mundo como é grande o número de mortes na região, a destruição das florestas, dos rios, com os grandes projetos das hidrelétricas.

O curso está organizado em dois módulos e, a partir do método Educação Popular, busca encontrar respostas aos desafios da comunicação e como atuar no cuidado e defesa da Casa Comum.

Os participantes do curso, que terá seu segundo módulo em 2017, são dos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Também participam representantes dos estados Rio Grande do Sul: Rede Marista; São Paulo: Irmãs Paulinas; Brasília: Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Pontifícias Obras Missionárias (POM) e Cáritas Nacional; Cáritas Equador; e representante do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).

A história da vida dos povos no centro da comunicação

Para o agente de pastoral do regional Noroeste da CNBB, Antônio da Encarnação, da Humaitá (AM), o encontro revigorou as forças e o renovou na compreensão do que é ser um comunicador. “Quebrou alguns paradigmas que me acompanharam durante muito tempo no serviço à comunicação. A história de vida dos povos deve ser centro e que agora, por exemplo, ao mostrar uma enchente, devo sobretudo, sentir a angústia do atingido, sentir o sofrimento dos atores envolvidos no drama”. Antonio recorda a fala do escritor e dramaturgo amazonense Márcio Gonçalves Bentes de Souza:  ‘A Amazônia é uma pátria de mitos, onde existe uma profunda interação entre o homem e a natureza. Que cada rio poluído é uma página de livro castrada e que cada árvore cortada é uma página de livro rasgada’. Meu mundo é a Amazônia, por isso, me comprometo a articular o meu regional a comunicação de nossos povos amazônidas, ajudar na conscientização de nossos líderes maiores até a construção de uma rede forte de comunicação deste pedaço de chão que é capaz de cumprir esse desafiante pedido do papa Francisco em defender a vida dos povos amazônicos e sua imensurável biodiversidade”, destaca Antônio. 

(Repam-CM)

 

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Dom Peruzzo: Misericórdia, um novo nascimento

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Cidade do Vaticano (RV) - O Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-Catequética da CNBB, participou do Jubileu dos Catequistas, em Roma, no âmbito do Jubileu da Misericórdia.

 
 
Dom Peruzzo visitou a nossa emissora e conversou com Silvonei José. 

(MJ/SP)

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Igreja na América Latina



México: religiosos criam rede contra o tráfico de pessoas

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Cidade do México (RV) – A rede Talitha Kum ganhou mais um parceiro na luta contra o tráfico de pessoas.

Neste mês de setembro, a Conferência dos Religiosos do México criou a “Red Rahamim”, que em língua local significa “Entranhas da Misericórdia”.

O México é um país de origem, trânsito e destino de vítimas do tráfico, sendo a ponte entre a América Latina e os Estados Unidos. “Diante da arrogância da violência, as religiosas responderam com a força generativa do bem, da misericórdia, que celebramos de modo especial neste Ano jubilar. O nome da rede ‘entranhas da misericórdia’ é uma resposta concreta e corajosa à violência criminal e à insegurança provocada por toda forma de violação dos direitos humanos, que estão certamente entre as principais causas do tráfico de pessoas no México.”

A rede nasceu depois de um curso de formação para os religiosos, realizado de 18 a 24 de setembro. O curso foi coordenado, entre outros, pela Ir. Eurides Alves de Oliveira, coordenadora da Rede Um Grito pela Vida no Brasil. Participaram do curso 30 religiosos provenientes do México e dos países vizinhos.

Com esta nova parceria, Talitha Kum conta com 19 redes em todo o mundo. Sobre este reforço, ouça a Ir. Gabriella Bottani, cms, coordenadora de Talitha Kum: 

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Formação



Card. Hummes: Situação brasileira é ambígua, Igreja indique rumos

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Cidade do Vaticano (RV) – Um dos atores na cena social do contexto brasileiro, a Igreja Católica é chamada a dar a sua orientação neste momento de crise conjuntural. Desde sempre um defensor dos direitos dos trabalhadores, o Cardeal Cláudio Hummes, Prefeito emérito da Congregação para o Clero e Arcebispo emérito de São Paulo; atual Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia e da Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, vê o Brasil dividido social, econômica e politicamente, mas unido no desejo de políticos honestos no governo. Em exclusiva à RV, o Cardeal comenta:

Que rumo o país está tomando?

“É difícil falar de futuro, porque ainda é muito recente esta mudança, em que um partido foi afastado do poder e outros partidos acessaram. O certo é que todo este processo criou muitas discussões, e o Brasil está muito dividido, o que não é bom. Sentimentalmente também, há certos ódios que foram suscitados e que será difícil sanar, curar. Acho que hoje o Brasil está dividido de uma forma não boa. O conflito e a agressividade começaram a crescer de uns contra outros e certos ódios de vez em quando aparecem. A Igreja, é claro, deverá trabalhar muito junto, para ajudar a sanar isto. A Igreja tem este papel, o da reconciliação”.

Ambiguidade e incertezas

“A Igreja também tem o papel de indicar rumos, claro, mesmo para este novo governo... indicar rumos. Como a Igreja vê as questões dos direitos humanos, da democracia, do futuro, a questão dos modelos de desenvolvimento, enfim, tudo isso. Muitas coisas ainda são ambíguas, assim como o próprio processo foi ambíguo, e por isso ainda há tanta discussão em cima deste processo”.

Buraco econômico e corrupção galopante

“Não se pode deixar de reconhecer que o Brasil estava péssimo, estava indo cada vez mais para um buraco. Isto era visível, basta olhar aos números, a realidade. Houve um crescimento muito grande do desemprego, da inflação, se investia cada vez menos, e hoje, o Brasil tem enormes problemas para pagar os juros de sua dívida, que cresceu tremendamente. Além da corrupção, que se manifestou de uma maneira inacreditável. Ninguém podia imaginar o tamanho astronômico das fortunas que foram desviadas, objeto de corrupção passiva e ativa”.

Vai levar tempo, mas o Brasil é maior do que a crise

“Todo este processo da lava-jato é um trabalho que o Brasil está precisando. Agora se espera que o Brasil seja maior do que esta crise, como sempre foi. A História é cheia de crises assim... não é a primeira nem será a última crise que o Brasil passa, assim como todos os países passam. Mas esta crise está sacudindo bastante e vai levar um certo tempo para por o Brasil de pé de novo. Será preciso trabalhar para que seja feito num rumo bom. É verdade que as ideologias não têm mais tanta importância, os governos hoje são muito mais pragmáticos. Dependem mais dos governantes, se são capazes e honestos, do que as ideologias, todos sabemos disto. O que esperamos de fato é que se possa trazer gente para o governo que seja capaz e honesta”. 

(CM)

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Dom Manzana: Igreja servidora do mundo, com a teologia do avental

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, a edição de hoje do quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” traz a participação do bispo da Diocese de Mossoró, Dom Mariano Manzana, desde setembro de 2004 à frente desta Igreja particular rio-grandense-do-norte. 

Vale lembrar que o Concílio foi um divisor de águas na vida da Igreja e que a Igreja, tal como a conhecemos hoje, é fruto do Vaticano II.

Nesta linha, Dom Mariano nos diz que “a grande novidade do Concílio foi ver com outros olhos, não com os olhos de um medo dos outros, mas do diálogo, de abertura para a realidade do mundo, sentindo cada vez mais a vocação da Igreja como serviço, a Igreja servidora do mundo... de se colocar como aquela que serve, com a teologia do avental, a teologia de quem realmente como Maria se coloca no serviço”.

Citando o Papa João XXIII, o bispo de Mossoró lembrou que “hoje a Igreja prefere enveredar pelo caminho da misericórdia, da bondade, da compreensão, a enveredar pela estratégia da severidade”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Núncio em Bagdá: não esqueçam sofrimentos dos iraquianos

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Cidade do Vaticano (RV) - A audiência do Papa no Vaticano com membros dos organismos caritativos católicos que atuam na Síria, Iraque e países limítrofes teve a participação também do núncio apostólico em Bagdá, Dom Alberto Ortega Martín. A Rádio Vaticano o entrevistou. Eis o que disse: 

Dom Alberto Ortega Martín:- “O apelo do Papa é sempre importante porque na raiz de tantos problemas está a falta de paz, está a violência. É claro que se deve assistir os refugiados, que se deve dar ampla assistência, mas é importantíssimo buscar ir à raiz que é a falta de paz. Então, esse apelo em prol da paz, pela oração em favor da paz, por um compromisso da parte de todos com a própria responsabilidade em favor da paz é sempre fundamental, é sempre necessário.”

RV: Há o risco de que diante de uma situação terrível, dramática como a da Síria, o Iraque fique, não diria em segundo plano, mas se torne menos evidente?

Dom Alberto Ortega Martín:- “Sim, inclusive para não esquecer, justamente, também muitas situações de necessidade. Fala-se menos sobre o Iraque, mas a situação é sempre difícil: também a nível de assistência humanitária há dez milhões de pessoas que precisam de assistência humanitária, três milhões e meio de deslocados... as cifras da Síria são ainda mais assustadoras... Então, o importante é não esquecer, porque atrás de cada cifra, por trás de cada número há sempre uma pessoa concreta, uma família concreta que merece todo nosso apoio, toda nossa caridade.”

RV: A seu ver, o que mas falta hoje na vida cotidiana dos iraquianos?

Dom Alberto Ortega Martín:- “A nível material precisam ainda de muita assistência que, graças a Deus, de um modo ou de outro chega. Os cristãos já estão quase todos sob um teto, quase todos já se encontram em casas de aluguel, estão fechando os últimos campos de refugiados; mas a grande necessidade é uma necessidade de esperança para poder enfrentar o futuro com mais esperança, e uma necessidade – diria – a nível social: o grande desafio da reconciliação ou, com outra palavra, a misericórdia. Porque afinal, a única resposta – já o dizia também o Papa –, a verdadeira resposta aos conflitos, afinal, é a misericórdia, é um amor maior.” (RL)

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De Mistura: ouvir o Papa, basta armas na Síria se se quer a paz

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Cidade do Vaticano (RV) - Após o encontro do Papa esta quinta-feira (29/09) com membros de organismos caritativos católicos que atuam no contexto da crise humanitária na Síria, Iraque e países limítrofes, a Rádio Vaticano entrevistou o enviado especial do secretário geral da ONU, Staffan de Mistura, que – em primeiro lugar – ressaltou a importância dos prementes apelos do Pontífice em favor da paz na Síria: 

Staffan de Mistura:- “É sempre fundamental e urgentemente necessário neste momento! Estamos numa fase tão crítica e tão delicada, da tentativa de levar a paz à Síria, que uma mensagem forte como a que ouvimos do Santo Padre era necessária não somente para mim, mas para a comunidade internacional.”

RV: Também esta quarta-feira o Santo Padre disse: “Aqueles que bombardearam os comboios humanitários, bem como os hospitais, prestarão contas a Deus”. Há, realmente, uma situação inimaginável...

Staffan de Mistura:- “Basta pensar no que ocorreu nos últimos dias, o Santo Padre sabe disso: 99 crianças morreram e 203 ficaram feridas ao leste de Aleppo. Dois hospitais foram alvejados, ficaram 30 médicos para 375 mil pessoas. Não se pode pensar que essas 99 crianças eram todas terroristas! Isso é inaceitável, e o Santo Padre tem razão ao dizer isso.”

RV: Ademais, há o problema das armas, que mais vezes foi claramente denunciado pela Santa Sé e pela Onu...

Staffan de Mistura:- “Hoje, a Síria está repleta de armas: parece que quem quer falar de paz, ao invés, busca em seguida uma solução militar – é o que estamos vendo. A verdade é que não existe uma solução militar: há unicamente uma solução política e o Santo Padre recordou isso. Dois: há resoluções da ONU que pedem exatamente isto; que não haja mais armas nem de um lado nem do outro. Três: vimos, eu mesmo com minha experiência pessoal de 19 conflitos em 46 anos; toda vez que as armas ou as munições começavam a faltar, todos estavam prontos para falar de paz. Portanto, isso é urgente!”

RV: O senhor testemunhou várias vezes que a Síria não é somente crueldade; há muita gente – na Igreja, nos organismos caritativos, na ONU, no voluntariado – que faz tanto...

Staffan de Mistura:- “Veja bem, tivemos um comboio com 21 mortos. Todos eram voluntários, prontos a colocar suas vidas em risco para levar alimento a uma zona sob controle da guerrilha, e partiam de Damasco: um belo sinal, inclusive, de colaboração entre pessoas que ajudam os civis. Pois bem, como eles existem tantos outros e nós não ouvimos falar deles porque vemos somente horror, e devem ser recordados porque são os verdadeiros heróis deste conflito.” (RL)

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Carandiru: Pastoral Carcerária denuncia cumplicidade do Judiciário

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São Paulo (RV) - A Pastoral Carcerária Nacional manifestou seu descontentamento com a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que na terça-feira (27/09) anulou os julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992.

“A decisão do Tribunal paulista apenas escancara essa cumplicidade do Judiciário e o seu ‘rigor’ seletivo na aplicação das normas penais. É sobre os pretos, pobres e periféricos desse país que recai o tratamento estatal mais brutal, bem como as interpretações mais tirânicas da lei”, lê-se na nota publicada na quarta-feira (28/09).

Para a Pastoral, as condições que permitiram o assassinato em massa de mais de uma centena de pessoas no Carandiru permanecem e foram exponencialmente multiplicadas. A população prisional que em 1992 era de 114 mil, hoje ultrapassou a marca de 620 mil pessoas. Além disso, denuncia a Pastoral Carcerária, “as condições de aprisionamento permanecem aviltantes”.

“Ainda que seja totalmente repudiável a tentativa de reescrever a história do massacre e validar teses absurdas como a ‘legítima defesa’, a punição dos agentes mais óbvios desse crime não irá frear a barbárie em curso. O desencarceramento e a desmilitarização das polícias precisam estar em nosso horizonte imediato de lutas”, defende a nota, que conclui:

“Unidos em orações e luta junto às vítimas e familiares deste trágico episódio, seguimos na luta por um mundo sem cárceres!”

No massacre, pelo menos 111 presos morreram.

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