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Sumario del 03/10/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa no avião: acolher a todos como faria Jesus

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Cidade do Vaticano (RV) - "Obrigado como sempre pelo trabalho de vocês. Perguntem o que quiserem”, disse o Papa Francisco aos jornalistas que o acompanharam nos três dias de viagem ao Cáucaso, primeiro à Geórgia e depois ao Azerbaijão. Na coletiva de imprensa, a primeira tendo ao lado o novo Diretor da Sala de Imprensa, Georg Burke, o Pontífice comentou suas impressões sobre os dois países visitados, falou das próximas viagens, do Consistório e das eleições nos Estados Unidos. Eis os principais trechos. 

Uma jornalista georgiana afirmou que os cidadãos da Geórgia ficaram muito impressionados pelos discursos de Francisco e de modo especial pela foto do Papa junto com o Patriarca que foi compartilha milhares de vezes nas redes sociais. A pergunta foi sobre uma futura colaboração com as Igrejas Ortodoxas em relação às diferenças doutrinas.

Papa Francisco:

Eu tive duas surpresas na Geórgia. Uma é a Geórgia. Eu nunca imaginei tanta cultura, tanta fé, tanta cristandade. Um povo crente, com uma cultura cristã muito antiga, um povo de muitos mártires. E eu descobri uma coisa que não conhecia: a amplidão desta fé georgiana. A segunda surpresa foi o Patriarca: é um homem de Deus, este homem me comoveu. As vezes que eu o encontrei saí com o coração emocionado, e com a sensação de ter encontrado um homem de Deus. Verdadeiramente, um homem de Deus. Sobre as coisas que nos unem e nos separam, eu diria: não vamos discutir as questões de doutrina, vamos deixá-las para os teólogos, eles sabem fazer isso melhor do que nós. Discutem e são bravos, são bons, têm boa vontade; os teólogos de uma parte e da outra. O que devemos fazer nós, o povo? Rezar uns pelos outros. Isso é muito importante: a oração. E segundo, fazer as coisas juntos: há os pobres, trabalhemos juntos com os pobres; há este problema, podemos resolvê-los juntos? Vamos fazer isso juntos; há os migrantes? Vamos trabalhar juntos… Vamos fazer as coisas de bem pelos outros, juntos. Isso podemos fazer. E este é o caminho do ecumenismo. Não só o caminho da doutrina: este é o último; se chegará ao fim. Mas vamos começar a caminhar juntos. E com boa vontade, isso pode ser feito, se deve fazer. Hoje o ecumenismo se deve fazer caminhando juntos, rezando uns pelos outros. E que os teólogos continuem conversando entre eles, estudando entre eles. Não só… Mas a Géorgia é maravilhosa, é algo que eu não esperava: uma Nação cristã, mas na medula…

Matrimônio e divórcio

Em relação ao matrimônio e divórcio, o Papa sublinhou que o matrimônio como imagem de Deus é a união entre homem e mulher. “A imagem de Deus não é o homem, mas o homem com a mulher que formam uma só carne quando se unem no casamento. Esta é a verdade”, sublinhou.

Segundo o pontífice, nesta cultura os conflitos e problemas não são bem administrados, como também as filosofias de hoje: faço isso, depois quando me canso faço aquilo, faço o terceiro e o quarto; é uma guerra mundial contra o matrimônio. “Devemos estar atentos a não deixar entrar em nós essas ideias. O matrimônio é imagem de Deus, homem e mulher numa só carne. Quando isso é destruído, se suja ou se desfigura a imagem de Deus. A Amoris laetitia fala sobre como tratar estes casos, como tratar as famílias feridas e aqui entra a misericórdia. O matrimônio ferido, os casais feridos: entra a misericórdia. O princípio é este, mas as fraquezas humanas e os pecados existem. Porém, a fraqueza e o pecado não têm a última palavra. A última palavra é a da misericórdia! Na Amoris laetitia se fala de matrimônio, do fundamento do matrimônio, como se preparar ao matrimônio, como educar os filhos, e no capítulo VIII, quando vêm os problemas, como se resolvem. Se resolvem com quatro critérios: acolher as famílias feridas, acompanhar, discernir cada caso e integrar, refazer. Isto significa colaborar nesta segunda fase, nesta recriação maravilhosa que o Senhor fez através da redenção. Existe o pecado, a ruptura, mas também a misericórdia, a redenção: a cura.”

Teoria de gênero

Sobre a teoria de gênero, definida pelo Papa Francisco como “grande inimiga, uma ameaça contra o matrimônio”, o pontífice disse que acompanhou em sua vida de sacerdote as pessoas com tendências e práticas homossexuais.

“Eu as acompanhei e aproximei do Senhor. Nunca abandonei ninguém. As pessoas devem ser acompanhadas como as acompanha Jesus. Quando uma pessoa tem essa condição e chega diante de Jesus, o Senhor não lhe dirá: Vai embora porque você é homossexual! Não! Eu me referi sobre a maldade que se faz hoje com a doutrinação da teoria de gênero. Uma coisa é a pessoa ter essa tendência, essa opção, e também quem muda de sexo. Outra coisa é ensinar nas escolas esta linha para mudar a mentalidade. Isso eu chamo de colonizações ideológicas”, disse o Papa.

O Santo Padre disse que no ano passado recebeu uma carta de um espanhol que contou a sua história de quando era menino e garoto. Era uma menina, uma garota e sofreu muito porque se sentia garoto, mas fisicamente era uma garota. Quando se tornou adulto foi operado, mudou sua identidade civil, se casou e trabalha no ministério.

“As tendências ou desequilíbrios hormonais causam muitos problemas e devemos estar atentos a não dizer: É tudo a mesma coisa! Mas acolher, acompanhar, estudar, discernir e integrar cada caso, sempre com a misericórdia de Deus.”

Consistório

O Papa Francisco falou ainda do próximo Consistório, para o qual foram propostas três datas, sendo uma delas o primeiro Domingo do Advento, e que decidirá voltando desta viagem ao Cáucaso. Sobre a escolha dos cardeais, o Pontífice disse que está estudando os nomes. “A lista é longa, mas há somente 13 lugares”, afirmou, acrescentando que lhe agrada a ideia de ver a universalidade da Igreja no Colégio cardinalício. “Não somente o centro – por assim dizer – ‘europeu’. Os cinco continentes, se possível.”

Viagem a Fátima

“Certamente, por enquanto, irei a Portugal, e irei somente a Fátima. Por enquanto. Por quê? Há um problema. Neste Ano Santo foram suspensas as visitas ad limina; ano que vem, devo fazer as visitas ad limina deste ano e do próximo. E há pouco tempo para as viagens. Mas a Portugal irei (o Pontífice mencionou a data de 13 de maio). À Índia e Bangladesh, quase certo. À África ainda não está certo o país, tudo depende seja do clima, em qual mês, porque se é no noroeste da África é um coisa, se é no sudoeste, é outra. E depende também da situação política e das guerras ali… Mas há possibilidades pensadas na África. Na América, disse que quando o processo de paz, se sair, gostaria de ir [à Colômbia], quando tudo estiver concluído...mas tudo dependo do que dirá o povo. O povo é soberano.”

Possível viagem à China

“Temos boas relações, se estuda e se fala, há comissões de trabalho… Eu sou otimista. O povo chinês tem a minha estima. Outro dia, por exemplo, houve um congresso de dois dias sobre a Laudato si’ na Academia das Ciências, e havia uma delegação chinesa do presidente. E o presidente chinês me enviou um presente… há boas relações... Eu gostaria [de ir à China], mas ainda não penso nisso...”

Beatificação de padre Hamel

Outra pergunta dos jornalistas foi sobre a beatificação de Pe. Hamel, degolado na França em julho. O Papa confirmou que o Card. Amato está analisando a questão, sem esperar os cinco anos exigidos para o início do processo.

Prêmio Nobel da Paz

Sobre a escolha do vencedor do Nobel da Paz, que será anunciado em 7 de outubro, Francisco pediu que se fala mais das vítimas inocentes das guerras e conflitos. “É um pecado contra Jesus Cristo, porque a carne dessas crianças, dessa gente doente, desses idosos indefesos é a carne de Cristo. Seria necessário que a humanidade dissesse algo pelas vítimas das guerras. Para aqueles que fazem a paz, Jesus disse que são bem-aventurados. Mas as vítimas das guerras, devemos dizer algo e tomar consciência, eh? Lançar uma bomba sobre um hospital de crianças e morrem 30, 40; sobre uma escola... esta é a tragédia dos nossos dias.”

Conselho para os eleitores estadunidenses

“Em campanha eleitoral, eu jamais digo uma palavra. O povo é soberano, somente digo: estude bem as propostas, reze e escolha em consciência! Agora saio do problema e vou para a ficção, porque não quero falar do problema concreto. Quando num país existem dois, três, quatro candidatos que não satisfazem a todos, significa que a vida política daquele país é demasiado politizada, mas não tem cultura política. E uma das tarefas da Igreja e do ensino nas faculdades é ensinar a ter cultura política. Existem países – penso na América Latina – que são demasiado politizados, mas não têm cultura política; sou deste partido, deste e daquele outro, mas afetivamente, sem um pensamento claro sobre as bases, as propostas.”

Conflito entre a Armênia e o Azerbaijão

Uma pergunta sobre o conflito entre a Armênia e o Azerbaijão: o que deve ocorrer para se chegar a uma paz permanente que tutele os direitos humanos? E qual o papel poderia ter o Santo Padre?

Papa Francisco:

Duas vezes, em dois discursos eu falei sobre isso. No último eu falei sobre o papel das religiões para ajudar nesta questão. Creio que o único caminho seja o do diálogo, o do diálogo sincero, sem nada sob a mesa, sincero, face a face. Uma negociação sincera. E se não se pode chegar a isso, ter então a coragem de ir a um Tribunal Internacional, ir a Haia, por exemplo, e submeter-se ao julgamento internacional. Não vejo outro caminho. O outro é a guerra, e a guerra destrói sempre, com a guerra se perde tudo! E também, os cristãos, com a oração, rezar pela paz para que esses corações tomem este caminho de diálogo, de negociações ou ir a um tribunal internacional. Mas não se podem ter problemas como esses: pensem que os três países caucásicos têm problemas. Também a Geórgia há um problema com a Rússia: não se conhece muito sobre isso… mas há um problema, que pode crescer… não se sabe; e a Armênia é um país sem fronteiras abertas, há problemas com o Azerbaijão. Deve-se ir ao tribunal internacional se não há diálogo e negociação: não há outro caminho. E a oração, oração pela paz.

Uma pergunta ainda sobre por que o Papa faz viagens a lugares onde se encontram pouquíssimos católicos?

Por que ir à periferia?

Papa Francisco:

Essa pergunta me fizeram após a minha primeira viagem, que foi à Albânia: Por que o Senhor escolheu ir à Albânia na sua primeira viagem à Europa? Um país que não é da União Europeia? Depois eu fui a Sarajevo, na Bósnia Herzegovina, que não faz parte da União Europeia. O primeiro país da União Europeia onde eu fui foi a Grécia, Ilha de Lesbos: o primeiro. Por que fazer viagens a estes países? São três países caucásicos: os três presidentes vieram ao Vaticano para me convidar. E com insistência. E todos os três tiveram um comportamento religioso diferente: os armênios são orgulhosos – e isso sem ofender hein?  - orgulhosos de sua “armenidade”… e têm uma história, e eles são cristãos, a grande maioria, mas, quase todos, cristãos apostólicos, cristãos católicos e um pouquinho de cristãos evangélicos: poucos. A Geórgia é um país cristão, totalmente cristão, mas ortodoxo. Os católicos são poucos. Ao invés, o Azerbaijão é um país, creio, 96-98% muçulmano: não sei quantos são os habitantes, porque eu disse dois milhões, mas creio que sejam vinte, não?... são cerca de 10. Sim, cerca de 10 milhões; os católicos são no máximo 600, poucos. E eu, por que vou ali? Pelos católicos, para ir à periferia de uma comunidade católica, que se encontra precisamente na periferia, e é muito pequena. E hoje na Missa eu disse que me fazia recordar a comunidade periférica de Jerusalém, fechada no Cenáculo, esperando o Espírito Santo, esperando poder crescer, sair… é pequena. Não é perseguida, não, porque no Azerbaijão há um grande respeito religioso, uma grande liberdade religiosa. Isso é verdade, eu disse isso no meu discurso hoje. E também esses três países são periféricos, como a Albânia, a Bósnia Herzegovina…E eu lhes disse: a realidade se entende melhor, e se vê melhor a partir das periferias do que do centro. E por isso escolho ir ali. Mas isso não tira a possibilidade de ir a um grande país como Portugal, França, não sei… vamos ver… (SP-BF-MJ)

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Pe. Majewski: Papa no Cáucaso para dar nova esperança ao pequeno rebanho

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Cidade do Vaticano (RV) - O avião que trouxe o Papa de retorno de Baku aterrissou às 21h20 (16h20h de Brasília) deste domingo no aeroporto romano de Ciampino. Francisco concluia assim sua viagem apostólica internacional ao Cáucaso – a 16ª de seu Pontificado –, na qual visitou a Geórgia e o Azerbaidjão. Uma viagem à ‘periferia’ (extremo-leste da Europa), onde os católicos são uma minoria. Para um balanço sobre a viagem a Rádio Vaticano ouviu nosso diretor de programas, Pe. Andrea Majewski, que acompanhou de perto esta visita: 

Pe. Andrea Majewski:- “Em se tratando de viagens dos papas, parece-me muito difícil dizer se a viagem teve ou não bom êxito. Isso porque, sobretudo, é preciso tempo para uma tal avaliação. Ademais, habitualmente o Papa não viaja para resolver este ou aquele problema, para ajustar uma coisa ou outra. Em várias ocasiões o Papa Francisco reiterou que o mais importante não é simplesmente fazer uma coisa ou outra, mas iniciar certos processos que possam ter sua continuidade. Vejo propriamente desse modo a viagem do Papa ao Cáucaso. Trata-se, em primeiro lugar, de reforçar um processo de diálogo e de colaboração mais estreita com as antigas Igrejas, antiquíssimas Igrejas, que estão presentes nestas terras. Trata-se também de pequenos passos, mas muito concretos. Se olharmos – por exemplo – para o fato que 15 anos atrás não teria sido possível para os fiéis ortodoxos georgianos participar de uma Missa católica e que hoje uma tal participação não tenha sido expressamente proibida, esse é um daqueles passos concretos dentro de um processo de abertura. Temos as razões para pensar que realmente essas coisas são irreversíveis.”

RV: Qual foi a mensagem que o Papa deixou aos católicos que vivem como minoria nestes dois países?

Pe. Andrea Majewski:- “Para as comunidades católicas, tanto a viagem do Papa à Armênia (junho passado, ndr) quanto esta que acabou de se realizar à Geórgia e Azerbaidjão foram realmente uma ‘lufada de ar fresco’. Vivendo diariamente num ambiente culturalmente diferente, com a vinda do Papa os católicos certamente se sentem revigorados, motivados e também humanamente apreciados. Uma palavra simples do Papa dirigida ao término da Missa em Baku – ‘Avante!’, ‘Coragem’ – isso não tem preço! Durante sua última viagem, reiteradas vezes o Papa falou de ‘pequeno rebanho’ e aludiu também ao alvorecer da Igreja. Ser apenas um ‘pequeno rebanho’ tem também suas vantagens. Saudando o Papa, na Geórgia, o administrador apostólico, Dom Giuseppe Pasotto, disse que sendo comunidades minoritárias, eles se sentem mais livres, porque não têm muitas coisas a perder; podem realmente viver na simplicidade não caindo na cilada do orgulho. É uma riqueza para toda a Igreja que – graças também à viagem do Papa – foi certamente evidenciada.”

RV: O Papa visitou dois pequenos países, pouco visíveis no contexto mundial. Mais uma vez, uma predileção do Santo Padre pelas periferias?

Pe. Andrea Majewski:- “O Papa é muito coerente com o programa que apresentou no início do Pontificado. As chamadas ‘periferias’ são muito importantes para ele, porque – como ele mesmo costuma afirmar – ‘se vê melhor das periferias do que do centro’. Portanto, o Papa vai às chamadas ‘periferias’, onde a Igreja tem uma discreta visibilidade, para ver melhor toda a Igreja. Fiquei muito impressionado com o que o Papa Francisco disse este domingo no voo de retorno; falando da Geórgia e de seu encontro com o Patriarca, disse: ‘Encontrei um homem de Deus’. Penso quiçá, que talvez esta simples palavra do Papa tenha mais valor do que tantos discursos que foram pronunciados... Quantos outros desconhecidos ‘homens de Deus’ o Papa poderá encontrar – por exemplo – na Índia, em Bangladesh, aonde pensa ir no próximo ano. É difícil ver e apreciar tudo isso a partir do centro, que está sempre sujeito à tentação de saber e ver tudo. Por isso o Papa ama ir às periferias.” (RL)

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Secretaria para as Comunicações apresenta filme sobre a Grande Guerra

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Cidade do Vaticano (RV) - Serão apresentados na próxima sexta-feira (07/10), na Filmoteca Vaticana, o filme-documentário “Na trincheira – Pequenas histórias da Grande Guerra”, e o volume “Na Trincheira pela Paz”, informa um comunicado da Secretaria para as Comunicações.

O volume “Na Trincheira pela Paz” reconstrói o Primeiro Conflito Mundial em sua dimensão histórica, abordando, em seguida, suas consequências no contexto da arte e da literatura italianas.

O filme-documentário “Na trincheira – Pequenas histórias da Grande Guerra”, realizado pela Oficina da Comunicação, em colaboração com o Centro Televisivo Vaticano, se insere na esteira da produção de documentários voltados para a divulgação de conteúdos religiosos artísticos e históricos queridos e promovidos pela Secretaria para as Comunicações da Santa Sé.

Essas produções têm o propósito de dirigir-se a um amplo público mantendo a atenção para os conteúdos e favorecendo a atualização de uma linguagem moderna e atraente, lê-se no referido comunicado.

Comentando o filme, o prefeito da Secretaria para as Comunicações, Mons. Dario Edoardo Viganò, afirma o seguinte:

“Encontramo-nos imersos numa cultura em que a narração por imagens torna-se mais incisiva do que as formas tradicionais de comunicação e ensino. Conscientes disso, consolidamos o trabalho de produção de filmes e documentários que possam ser portadores de conteúdos que vão tanto na direção da informação quanto da sensibilização concernente a temáticas religiosas, históricas e culturais.”

“Esse filme-documentário – continua Mons Viganò – atualiza os conteúdos da história passada, delineando a figura dos Capelães Militares num crescendo emotivo que faz viver de perto o drama da Guerra e dos homens que dela fizeram parte. A primeira destinação do filme, a difusão escolar, motivou-nos a defender e inspirar este trabalho partilhando plenamente seu objetivo de apresentar ao público jovem essas importantes temáticas.” (RL)

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Bispos portugueses felizes com anúncio do Papa sobre visita em 2017

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Lisboa (RV) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Padre Manuel Barbosa, saudou a confirmação da visita do Papa a Fátima, em maio de 2017, feita este domingo pelo próprio Francisco, entrevistado durante o voo de retorno à Roma do Azerbaijão.

“Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre disse que “este anúncio concretiza o forte desejo do Papa em visitar Portugal, expresso aos bispos portugueses em setembro de 2015 e em audiências particulares com alguns bispos”.  

O porta-voz admitiu ainda que o programa oficial poderá ultrapassar o dia 13 de maio e o Santuário da Cova da Iria, numa visita pontifícia “mais alargada no tempo e nos espaços a visitar”.

“Há que esperar essa comunicação, para que se possa preparar dignamente, com a marca hospitaleira do povo português, o acolhimento caloroso ao Papa Francisco”, observou.

O Padre Manuel Barbosa lembrou também as afirmações feitas pelo Papa recentemente a Dom Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga, e a Dom Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa:

Em setembro passado, Dom Nuno Almeida participou de um encontro de bispos nomeados no último ano e relatou o encontro com Francisco num texto publicado em sua página no Facebook.

“Na saudação pessoal, quando me apresentei como bispo auxiliar de Braga e disse que esperávamos com alegria a sua visita, o Papa com um grande sorriso acrescentou: ‘Lamento não poder ir a Braga, mas, certamente, vamos nos encontrar em Fátima, em maio!’”, escreveu.

Também em setembro, o Papa Francisco disse ao bispo auxiliar de Lisboa, Dom Nuno Brás, que iria a Portugal em maio de 2017, “a Fátima”, numa viagem centrada no Centenário das Aparições.

Já no último dia 17 de março, durante a primeira visita oficial como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa convidou formalmente o Papa Francisco a visitar Portugal.

Francisco será o quarto Pontífice a visitar Portugal, depois de Paulo VI (13 de maio de 1967), João Paulo II (12-15 de maio de 1982; 10-13 de maio de 1991; 12-13 de maio de 2000) e Bento XVI (11-14 de maio de 2010).

São João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no Aeroporto de Lisboa (2 de março de 1983), a caminho da América Central.

(CM-Ecclesia)

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Igreja na América Latina



Episcopado colombiano: "constância no trabalho pela reconciliação"

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Bogotá (RV) – A Igreja na Colômbia divulgou um apelo domingo (02/19) à guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para que mantenham sua decisão de alcançar a paz, depois da vitória do ‘não’ no referendo sobre o acordo. 

O Presidente da Conferência Episcopal, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, pediu aos políticos “muita prudência e constância no trabalho pela reconciliação”, informou a emissora local Caracol Rádio.

O “não” ao pacto obteve 50,2% dos votos, contra 49,8%% do “sim” – uma diferença final de pouco mais de 60 mil votos.

O governo e as FARC assinaram o acordo segunda-feira, 26 de setembro, mas para ser válido, deveria ser ratificado pelo voto popular.

O Presidente da Conferência Episcopal afirmou que “a partir de amanhã, temos que começar a reformar e mudar este acordo em termos de solução jurídica e política”. 

O arcebispo acrescentou que a seu ver, o referendo se deu em meio a uma polarização de alguns setores políticos, o que provocou muita confusão em relação aos diálogos com as FARC. 

“Tivemos uma votação muito polarizada, o que expressa as dificuldades verificadas no diálogo entre as forças políticas durante o processo; além de muitas discussões pessoais, que geraram confusão”.

(CM)

  

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Colômbia: referendo, não ao acordo de paz com as Farc

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Bogotá (RV) - O povo colombiano rejeitou o acordo de paz entre o Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no plebiscito realizado neste domingo (02/10).

Com 99,8% das urnas apuradas, o ‘não’ obteve 6.429.730 votos, que equivalem a 50,23% do total, enquanto o ‘sim’, que começou liderando a apuração, alcançou 6.370.274, que representam 49,76%, de acordo com o Registro Nacional do Estado Civil. Todavia, este resultado não impede o prosseguimento do caminho rumo à paz. 

A nossa emissora entrevistou o professor de Relações Internacionais da Universidad del Norte com sede em Barranquilla, Jairo Agudelo Taborda.

Prof. Taborda: “Existem diferentes variantes que determinaram este resultado. Aqueles que votaram ‘não’ o fizeram para pressionar seus líderes a fim de busquem a todo custo não desperdiçar o acordo alcançado, mas melhorá-lo. Portanto, se existe algo de positivo, considerando as declarações que fizeram tanto os líderes do ‘sim’ quanto os líderes do ‘não’, digo que se abre uma janela menos trágica do quanto se esperava se vencesse o ‘não’, como de fato aconteceu. Este não é um ‘não’ ao acordo de paz, mas um ‘sim’ para buscar melhorá-lo, envolvendo o Governo e também a comunidade internacional. Houve um dado que a meu ver não foi irrelevante: a grande abstenção. Votaram 38% do corpo eleitoral, com 62% de abstenção. Este é um dado que realmente me entristece.”

Muitas críticas em relação a este acordo voltavam para o fato de que tinha sido usada uma mão muito pesada contra os ex milicianos que tinham se manchado de crimes, até mesmo graves...

Prof. Taborda: “Este foi um ponto muito discutido, mas não tem fundamento, porque a anistia cobre somente um pequeno grupo de delitos menores, delitos políticos. Ao invés, para aqueles que são responsáveis por delitos considerados maiores, existem penas de 5 a 20 anos de prisão ou outras maneiras de limitação da liberdade, com penas alternativas. Se compararmos os parâmetros de justiça que aplicado pelo ex presidente Uribe aos paramilitares, em que a pena menor era de 4 anos e a maior 8 anos, podemos entender que existe uma grande diferença. E mais, este pacote de justiça de transição foi avaliado pela Corte Penal Internacional, várias instâncias e tribunais, mesmo porque o direito internacional não prevê um limiar de penas, sendo esta uma justiça de transição e a transição depende muito dos contextos. É claro que este ponto seja reivindicado por aqueles do ‘não’ porque acreditam não ser capazes de negociá-lo.”

Na população colombiana existe o desejo de virar realmente página em relação a este fato tão doloroso para todo o país?

Prof. Taborda: “Digo que me surpreendeu a abertura expressa no discurso de Uribe. Existem duas posições muito interessantes. Primeira, o presidente Santos disse não renunciar, porque se temia a sua demissão, e de ir em frente, convocando a amanhã uma reunião, incluindo o Partido de Uribe, para convidar para uma unidade nacional, para negociar, partindo do acordo já alcançado, e buscar melhorá-lo, chegando a uma renegociação com as Farc. A segunda, é que também as Farc se disseram dispostas a rediscutir. Portanto, se algo existe algo a ser salvo é esta abertura a uma comissão de unidade nacional que torna menos negativo este resultado, mesmo porque, se não se consegue formar uma comissão de unidade nacional, corre-se o risco de polarização extrema.” (MJ)

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Igreja no Mundo



Tem início a Congregação dos jesuítas: “a audácia do improvável”

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Roma (RV) – A 36° Congregação Geral dos jesuítas teve início na tarde de domingo (02/10) com a missa presidida pelo Mestre da Ordem dos Pregadores, Pe. Bruno Cadoré, na Igreja de Jesus, no centro histórico de Roma.

Segundo uma tradição consolidada, o Superior dos dominicanos é convidado a celebrar o funeral do Prepósito dos jesuítas. Neste caso, ao invés, foi convidado a presidir a celebração eucarística de abertura da Congregação Geral.

Em sua homilia, pe. Bruno Cadoré se inspirou nas leituras do dia e comentou o pedido dos apóstolos a Jesus: “Senhor, aumentai a nossa fé”. Esta é a atitude no início desta Congregação Geral, explicou o dominicano, exortando os jesuítas a ousarem a “audácia do improvável”.

“A audácia para mirar no improvável foi a característica de Inácio quando fundou a Companhia de Jesus”, disse ainda Pe. Cadoré, que citou uma oração de Loyola:

“Senhor Jesus, ensine-nos a ser generosos, a amá-Lo como merece, a dar sem contar, combater sem nos preocupar das feridas, trabalhar sem buscar repouso, dedicar-nos sem esperar outras recompensas que não seja aquela de saber que fazemos a sua Santa vontade.”

A primeira tarefa dos 215 membros será aceitar a renúncia de Pe. Adolfo Nicolás, depois da qual se procederá à eleição do novo Geral e à discussão do estado atual da Companhia.

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Formação



Neojiba: “Vim para transformar quem assiste ao concerto”

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Rádio Vaticano (RV) – “Eu vim para transformar as pessoas que vieram assistir ao concerto”.

É o que diz com propriedade Beatriz Dias Ferreira, 21 anos, violinista, há pouco mais de dez meses na Orquestra Juvenil da Bahia – Neojiba. 

Ela se apresentou em Roma, participou da 1ª turnê internacional de sua carreira e é a nossa quarta personagem desta série de entrevistas que tem mostrado como a música atua como agente transformador na vida de jovens da periferia de Salvador e da Bahia.

Beatriz recorda a emoção ao entrar pela primeira vez na Sala Santa Cecília do Auditorium em Roma.

“Quando eu entrei, olhei pra cima e, nossa, eu realmente estou aqui! É tão incrível quanto me disseram. É motivador, encantador, inspirador fazer um concerto numa sala como esta. Passamos pela galeria e vimos maestros e musicistas que a gente assiste e eu vou tocar no mesmo palco em que as pessoas que eu admiro já tocaram. Isso é fenomenal”.

Música transforma a vida

“Desde que eu saí da minha cidade, no interior da Bahia, para ir para a Neojibá, sair de Salvador para fazer essa turnê, a cada dia eu acho que é uma modificação não só musical como de vida, de pessoa. Cada dia a música me transforma. Não só no meio musical, mas também no meio social, emocional também. Ela continua me transformando”.

Quando está no palco entre compassos e notas, a presença da família é sempre recordada por Beatriz.

“É um pouco difícil falar sobre isso porque muito dificilmente há um ano eu poderia falar: daqui um ano eu vou fazer uma turnê e vou estar em Roma. É uma realização não só minha, mas da minha família, porque minha família é uma família muito simples. Ninguém viajou para fora do Brasil, eu sou a primeira e sou a primeira que faz uma coisa que ama imensamente, realmente uma paixão. Eu lembro da minha família, da realização dos meus pais, do sacrifício que eles fizeram para eu estar aqui hoje. Eu lembro de fazer aquilo que eu amo, de colocar meu coração ao máximo, sempre lembrando que tem que me concentrar, porque a gente não pode deixar a emoção nos invadir porque a gente acaba esquecendo da vida. Os compassos vão passando, as notas...Oh, me perdi! Não. Colocar o coração mas lembrando de que eu vim pra isso: Eu vim para transformar as pessoas que vieram assistir ao concerto também. Este é meu objetivo de tocar um instrumento: de transformar, de transmitir os sentimentos então tenho que me concentrar nisso.

A jovem violinista incentiva quem partilha do mesmo sonho.

“Determinação. Determinação e confiança. Acreditar sempre em si, nunca se diminuir, não dizer ‘nossa é tão difícil’. Se fosse pelas dificuldades eu realmente não estaria aqui hoje. Então, se você realmente é determinado e isso move a sua vida, acho que você deve usar os obstáculos para te empurrar mais pra cima: é difícil, mas eu vou conseguir. E acho que é por isso que estou aqui hoje”.

Mas como superar os obstáculos, Beatriz?

“Fé. Com certeza. Fé na vida, fé em Deus, é claro. Fé em mim, fé que eu posso conseguir e eu acredito que a vida ela sempre se encarrega: destino, Deus, acho que está tudo interligado”.

(rB)

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A experiência das "santas missões populares" na Diocese de Mossoró

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “O Brasil na Missão Continental” continua trazendo a experiência deste projeto de animação missionária na realidade eclesial da Diocese de Mossoró, cujo bispo, Dom Mariano Manzana, tem nos enriquecido estes dias com sua preciosa participação. 

Na edição de hoje o bispo desta Igreja particular rio-grandense-do-norte nos fala da experiência vivida, já de há alguns anos, de se fazer na diocese as santas missões populares, marcadas pelas semanas missionárias em cada paróquia.

Trata-se de uma ocasião de expressiva ação evangelizadora, marcada por momentos de intensa espiritualidade popular com a santa missa, confissão comunitária, adoração ao Santíssimo Sacramento, visita aos doentes, entre outros.

Dom Mariano fala desta experiência como ocasião também de preparação de muitos missionários leigos dentro das paróquias e de despertar uma consciência missionária: de que o missionário não é só o padre, o bispo nem só o seminarista, mas “missionário deve ser cada um de nós”, enfatiza.

“Se é missionário na medida em que realmente se abre aos outros, em que visita, em que é convencido de que o dom maior que podemos fazer aos outros é, sobretudo, o dom da nossa fé”, ressalta. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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