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Sumario del 06/10/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Espírito impele a Igreja, doutrinas e ideologias apenas encantam

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa, na manhã desta quinta-feira (06/10), na capela da Casa Santa Marta.

As leituras do dia falam do Espírito Santo. “É o grande dom do Pai. É a força que faz a Igreja sair com coragem para chegar aos confins da terra. O Espírito é o protagonista deste caminhar da Igreja. Sem Ele, há fechamento, medo”, disse o Pontífice. 

O Papa indicou três comportamentos que podemos ter com o Espírito. O primeiro é a reprovação que São Paulo faz aos Gálatas: o crer de serem justificados pela Lei e não por Jesus “que dá sentido à Lei”. E assim, eram “muito rígidos”. São os mesmos que atacavam Jesus e que o Senhor chamava de “hipócritas”:

“Este apego à Lei faz ignorar o Espírito Santo. Não deixa que a força da redenção de Cristo se sobressaia com o Espírito Santo. Ignora. Existe somente a Lei. É verdade que existem os Mandamentos e nós devemos seguir os Mandamentos, mas sempre pela graça deste grande dom que o Pai nos deu, seu Filho, dom do Espírito Santo. Assim, se entende a Lei, e não reduzir o Espírito e o Filho à Lei. Este era o problema daquela gente: ignoravam o Espírito Santo e não sabiam ir adiante. Eram fechados, fechados nas prescrições: se deve fazer isso, se deve fazer aquilo. Às vezes, pode nos acontecer de cair na mesma tentação.”

Os Doutores da Lei, afirma o Papa, “encantam com as ideias”:

“Porque as ideologias encantam e Paulo diz, aqui: Ó gálatas insensatos, quem é que vos fascinou? Aqueles que pregam com ideologias: é tudo justo! Encantam: tudo claro! Mas, a revelação de Deus não é clara? A revelação de Deus se encontra todos os dias, mais e mais. A caminho sempre. É clara? Sim! Claríssima! É Ele, mas nós devemos encontrá-la a caminho. Aqueles que creem que possuem toda a verdade nas mãos não são ignorantes, Paulo diz: Insensatos! Pois se deixaram encantar.”

A segunda atitude é entristecer o Espírito Santo: acontece “quando não deixamos que Ele nos inspire, nos leve avante na vida cristã”, quando “não deixamos que Ele nos diga, não com a teologia da Lei, mas com a liberdade do Espírito, o que devemos fazer”. Assim – explica o Papa – “nos tornamos mornos”, caímos na “mediocridade cristã”, porque o Espírito Santo “não pode fazer a grande obra em nós”.

Ao invés, a terceira atitude “é abrir-se ao Espírito Santo e deixar que o Espírito nos leve avante. É o que fizeram os Apóstolos: a coragem do dia de Pentecostes. Perderam o medo e se abriram ao Espírito Santo”. “Para entender, para acolher as palavras de Jesus – afirmou o Papa - é necessário abrir-se à força do Espírito Santo. E quando um homem, uma mulher se abre ao Espírito Santo é como um barco à vela que se deixa levar pelo vento e vai avante, avante, avante e não para mais”. Mas é preciso “rezar para abrir-se ao Espírito Santo”:

“Nós podemos nos perguntar hoje, num momento do dia, eu ignoro o Espírito Santo? E sei que se vou à Missa aos domingos, se faço isso, se faço aquilo é suficiente? Segundo: a minha vida é uma vida pela metade, morna, que entristece o Espírito Santo e não deixa em mim a força de ir avante, de abrir-me, ou a minha vida é uma oração contínua para abrir-se ao Espírito Santo, para que Ele me leve avante com a alegria do Evangelho e me faça entender a doutrina de Jesus, a verdadeira doutrina, aquela que não encanta, aquela que não nos faz tolos, mas a verdadeira? E nos faça entender onde está a nossa fraqueza, aquela que O entristece; e nos leve avante, levando avante também o nome de Jesus aos outros e ensinando o caminho da salvação. Que o Senhor nos dê esta graça: abrir-nos ao Espírito Santo para não nos tornar tolos, encantados, nem homens e mulheres que entristecem o Espírito”. 

(MJ/BF)

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Papa: ecumenismo não é empobrecimento, mas riqueza

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (06/10), na Sala dos Papas, no Vaticano, o Arcebispo de Cantuária, Dr. Justin Welby, Primaz da Comunhão Anglicana, e trinta e cinco Primazes das Províncias Anglicanas.

O Pontífice agradeceu a sua presença e disse que ver os Primazes de várias Províncias da Comunhão Anglicana juntos com o Bispo de Roma é “um bonito sinal fraterno”. 

Encontro histórico

“Celebramos solenemente o 50° aniversário do encontro histórico entre o Beato Paulo VI e o Arcebispo Michael Ramsey. Esse encontro deu muitos frutos, basta pensar na criação do Centro Anglicano em Roma, na nomeação do representante permanente do Arcebispo junto à Santa Sé e no início do diálogo teológico, cujo resultado é o volume que contém cinco documentos da segunda fase da Comissão Internacional Anglicano-Católica (ARCIC 1982-2005). Esses frutos provêm de uma árvore que tem suas raízes no encontro de 50 anos atrás.”

Referindo-se ao prosseguimento do caminho comum entre católicos e anglicanos, o Papa pensou em três palavras: oração, testemunho e missão.

Oração

“Ontem à noite celebramos as Vésperas. Esta manhã, vocês rezaram aqui no Túmulo do Apóstolo Pedro. Não nos cansemos de pedir sempre e insistentemente ao Senhor o dom da unidade.”

Testemunho

“Estes 50 anos de encontro e troca de experiências, assim como a reflexão e os textos comuns, nos falam de cristãos que, por fé e com fé, se ouviram e partilharam tempo e forças. Aumentou a convicção de que o ecumenismo não é um empobrecimento, mas uma riqueza. Amadureceu a certeza de que aquilo que o Espírito semeou no outro produz uma colheita comum. Conservemos esta herança como um tesouro e nos sintamos chamados, todos os dias, a doar ao mundo, como Jesus pediu, o testemunho do amor e da unidade entre nós.”

Missão

“Há momento para tudo e este é o tempo em que o Senhor nos interpela, de modo particular, a sair de nós mesmos e de nossos ambientes para levar o seu amor misericordioso a um mundo sedento de paz. Ajudemo-nos reciprocamente a colocar no centro as exigências do Evangelho e a nos doar concretamente nesta missão.”

(MJ)

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Juventude é o tema do próximo Sínodo dos Bispos

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Cidade do Vaticano (RV)  - “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” é o tema da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se realizará em outubro de 2018. 

De acordo com um comunicado divulgado pela Santa Sé, como de costume, o Papa Francisco escolheu o tema depois de consultar as Conferências Episcopais, as Igrejas Orientais Católicas sui iuris e a União dos Superiores Gerais, e de ouvir as sugestões dos Padres da última Assembleia Sinodal e o parecer do XIV Conselho Ordinário.

“O tema, expressão da solicitude pastoral da Igreja para com os jovens, está em continuidade com o que emergiu nas recentes Assembleias sinodais sobre a família e com o conteúdo da Exortação  Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia”, lê-se no comunicado da Sala de Imprensa.

O texto acrescenta que a finalidade do próximo Sínodo é acompanhar os jovens em seu caminho existencial rumo à maturidade, para que, através de um processo de discernimento, “possam descobrir seu projeto de vida e realizá-lo com alegria, abrindo-se ao encontro com Deus e com os homens, participando ativamente da edificação da Igreja e da sociedade”.

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Ban Kin-moon à Rádio Vaticano: Francisco homem de paz e grande visão

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Cidade do Vaticano (RV) - As Nações Unidas e a Santa Sé podem fazer muito juntos para o bem da humanidade: essa a convicção do Secretário Geral da ONU, Ban Kin-moon, que após o encontro com o Papa Francisco – por ocasião da Conferência no Vaticano sobre o esporte ao serviço da humanidade – concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Vaticano:

R. – I’m grateful to His Holiness Pope Francis and to the Vatican and also to the International …

Estou muito agradecido a Sua Santidade o Papa Francisco e ao Vaticano e também ao Comitê Olímpico Internacional por ter organizado este evento, muito significativo, que pode inspirar as pessoas a promoverem a paz e o desenvolvimento através do esporte. O esporte é uma linguagem universal, transcende toda barreira nacional, transcende toda questão étnica e de nacionalismo e qualquer diferença que possa existir. O esporte tem o poder de mobilizar as energias dos povos e o compromisso pelo desenvolvimento. Através do esporte se pode estar facilmente juntos e unidos e, neste âmbito, as Nações Unidas estão muito comprometidas. A Assembleia Geral das Nações Unidas indicou o dia 6 de abril de cada ano como o Dia Internacional do Esporte para o desenvolvimento e a paz, e eu nomeei um enviado especial para promover precisamente a paz e o desenvolvimento através do esporte. As Nações Unidas deram uma grande contribuição à qual está se unindo também o Vaticano, a Santa Sé. Estou convencido de que as Nações Unidas podem colocar em campo uma grande força motriz para a promoção da paz e do desenvolvimento.

P. – Qual importância, segundo o senhor, reveste o papel do Papa Francisco na promoção da paz e da reconciliação?

R. – His Holiness Pope Francis is a man of peace, a man of vision; he is a man or a moral voice…

O Papa Francisco é um homem de paz, um homem com uma visão, é um homem cuja voz tem um peso! Para mim foi um grande privilégio e honra trabalhar com ele. Quando por exemplo os líderes mundiais adotaram a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, o Papa fez um forte apelo a todos os líderes mundiais, no qual pediu a todos um maior compromisso no que diz respeito ao mundo, às pessoas e ao próprio planeta, para que se possa viver em paz e prosperidade através da colaboração. Foi o Santo Padre que, através da sua Encíclica sobre as mudanças climáticas – sobre a “casa comum” – disse que o nosso planeta é a nossa “casa comum”, de todos nós, 7 milhões de pessoas, e de todas as criaturas que devem conviver: esta foi uma grande inspiração para muitos. Uma voz forte, que facilitou a adoção dos Acordos sobre as mudanças climáticas de Paris, no ano passado. Na audiência que ele me concedeu hoje, manifestei a Sua Santidade a minha mais profunda admiração e agradecimento.

P. – Hoje, o esporte é um exemplo muito eloquente da possibilidade e da oportunidade, para a Santa Sé e para as Nações Unidas, de desempenhar um papel juntos. O senhor pensa que também na edificação de uma sociedade mais humana, da paz, da reconciliação, do respeito da dignidade humana a Santa Sé e as Nações Unidas, a Igreja e as Nações Unidas, podem trabalhar juntos?

R. – The Holy See, the Vatican and Christianity and other religions, they share common goals and visions …

A Santa Sé, o Vaticano, o Cristianismo e outras religiões têm finalidades comuns, pontos de vista comuns e valores em comum, como o da Carta das Nações Unidas: a paz, o respeito da dignidade humana e dos direitos humanos. Também através do esporte podemos promover o desenvolvimento sustentável. Neste âmbito é muito importante que as Nações Unidas tenham tido uma estreita colaboração com a Santa Sé e também com o Comitê Olímpico Internacional (CIO). A ideia desta manifestação de “Fé e esporte para o desenvolvimento” deve ser atribuída toda ao Santo Padre, às Nações Unidas e ao CIO. Esta colaboração entre o secretário geral das Nações Unidas, o Comitê Olímpico e a Santa Sé para o bem comum da humanidade é um caso sem precedentes! (SP)

 

 

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Cardeal Koch: Oração, coração pulsante do caminho ecumênico

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Cidade do Vaticano (RV) -  “Não pode existir ecumenismo que não seja radicado na oração”. Esta “é e permanece o coração pulsante de todo o caminho ecumênico”, porque por meio dela testemunhamos que “nós seres humanos,  não somos capazes de criar unidade”, antes pelo contrário, “sabemos somente provocar divisões, como demonstra a história e o presente”.

Foi o que afirmou o Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, ao presidir na manhã desta quinta-feira (6/10) na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística com a Comissão Internacional Anglicana-Católico Romana para a Unidade e a Missão (Iarccum).

Nascida em 2001 para traduzir em passos concretos o grau de comunhão espiritual alcançado pela Comissão Internacional Anglicana-Católica (Arcic), esta realidade de diálogo organizou de 30 de setembro a 7 de outubro a iniciativa “Novos passos sobre uma antiga peregrinação: juntos de Cantuária a Roma”.

Depois de dois dias na Inglaterra, os participantes chegaram a Roma na tarde de segunda-feira (03/10). Na quarta-feira, 5, participaram do Simpósio na Gregoriana e receberam o mandato missionário durante a celebração das Vésperas al Celio. Na quinta-feira pela manhã, encontraram-se no Vaticano. Ao final, participaram da oração conduzida pelo Arcebispo Welby no túmulo de Pedro, nas Grutas Vaticanas.

Durante a celebração na Basílica, o Cardeal Koch inspirou-se na liturgia do dia para concentrar-se na importância da oração de súplica: “o que pedirdes vos será dado”, com a qual Jesus convida a ter fé na força da oração. A qual – explicou – “em última análise, não significa outra coisa que reconhecer a nossa pobreza, colocando-nos inteiramente nas mãos do Pai”.

Ademais, acrescentou – citando Santo Agostinho – “a humanidade é mendicante de Deus”. O Cardeal disse ter consciência de que “existem, naturalmente, também estranhos mendicantes”, os quais “se comportam como se fossem ricos, que são orgulhosos e rebeldes”. Porém, a  questão deles não tem nenhuma utilidade.

“Ao mesmo tempo, os cristãos que pretendem não ter necessidade dos dons de Deus, são caricaturas de si mesmo. O Evangelho de hoje, porém – destacou – nos convida a reconhecer de novo que somos mendicantes e que a mais autêntica oração de súplica é o grito da angústia, o SOS lançado no seu significado originário save our souls, “salvar as nossas almas”.

O Cardeal, então, repassou as etapas mais significativas do caminho ecumênico, iniciado precisamente com a introdução da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos em 1908, promovida pelo anglicano estadunidense Paul Wattson, depois convertido ao catolicismo, e com a Conferência Missionária Mundial de Edimburgo, na Escócia, em 1919, em que o Bispo missionário anglicano Charles Brent, lutou para a superação das diferenças de doutrina que obstaculizam a unidade.

 

(JE/Osservatore Romano)

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"Servidor de Deus e da humanidade", biografia de Bento XVI

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Cidade do Vaticano (RV) - “Servidor de Deus e da humanidade”: esse é o significativo título da biografia recentemente publicada de Bento XVI, de autoria do escritor e teólogo Elio Guerriero. O prefácio da obra foi feito pelo Papa Francisco. O volume traz também uma entrevista do Papa emérito concedida ao autor. Em entrevista à Rádio Vaticano, Guerriero explica como nasceu a ideia deste trabalho biográfico:

Elio Guerriero:- “Para mim, o momento impulsionador da exigência de escrever este livro foi o da renúncia, com o desconcerto que se difundiu de certo modo na vida da Igreja, mas que ganhou proporção gigantesca sobretudo nos meios de comunicação. Eu sabia que a decisão de Bento XVI de retirar-se advinha de sua profunda concepção do serviço com a qual afrontara o ministério petrino. E de seu ponto de vista, a ideia era muito clara e muito simples. Ele estava prestando um serviço: no momento em considerasse não ter mais as forças suficientes para prestá-lo, sentiria não somente o desejo, mas o dever de renunciar ao serviço, mesmo permanecendo – no que tange ao aspecto sacramental – Bispo emérito de Roma.”

RV: Bento XVI disse na audiência de 27 de fevereiro de 2013: “Não desço da Cruz. Permaneço no recinto de São Pedro”. Qual a importância dessas palavras?

Elio Guerriero:- “É extremamente importante o fato de Bento XVI continuar testemunhando essa sua disponibilidade: eu rezei, meditei, senti o dever de… E, como várias vezes testemunhou também o Papa Francisco, ele está vivendo isso com extrema serenidade. E a meu ver é a demonstração mais bonita e também mais convincente para os fiéis, mas também para toda a humanidade, essa serenidade com a qual está vivendo este tempo, esta amizade e esta comunhão com seu sucessor. O Papa Francisco escreve no prefácio do meu livro: ‘É a primeira vez que se apresenta essa circunstância de um Papa e um Papa emérito’. Mas como os dois se querem bem, estão bem juntos e dão um testemunho de fraternidade, isso é algo de extraordinariamente bonito para a vida da Igreja. E, como dizia, é também um testemunho que se dá ao mundo.”

RV: Para além do Pontificado, Joseph Ratzinger deixa uma herança importante para a vida da Igreja também como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, como teólogo...

Elio Guerriero:- “Pode ser que o exemplo que vou lhe dar seja o mais incisivo: o Catecismo da Igreja Católica. É possível que se recorde que, na época, havia uma tendência contrária a essa síntese. Pois bem, tanto João Paulo II quanto o Cardeal Ratzinger na época sentiram a necessidade de oferecer essa síntese da fé, para realizar exatamente a missão petrina de manter a Igreja unida. Aquele Catecismo – que foi pensado, dirigido e em parte também orientado propriamente nos escritos de Ratzinger – é uma herança que permanecerá longamente na vida da Igreja, durante décadas e, talvez, até mesmo durante séculos.” (RL)

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Ano da Misericórdia: um começo que atravessa todos os anos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-Catequética da CNBB, continua a sua conversa com Silvonei José sobre o Ano da Misericórdia.

O Ano Jubilar está chegando ao fim, mas segundo o bispo a misericórdia de Deus continua benevolente e generosa. (MJ)

 

 

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Igreja na América Latina



Sacerdote que lutava contra o tráfico encontrado morto na Argentina

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Tucumán (RV) – “A Conferência Episcopal Argentina manifesta a sua dor e deplora a morte do Padre Juan Heraldo Viroche, Pároco da Igreja Nossa Senhora Del Valle de La Florida, em Tucuman. Nos unimos ao pedido do Arcebispo local para que os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível”. 

Assim o episcopado argentino - através de um comunicado enviado à Agência Fides – expressa seu pesar pela morte do Padre Juan Viroche, encontrado morto na quarta-feira (05/10) em sua casa em Tucumán, a 70 km da capital. “Expressamos nossa proximidade à família do Padre Viroche, aos fieis da Paróquia e da Igreja de Tucumán”, completam os bispos.

O sacerdote era muito conhecido na região pela sua luta contra o narcotráfico. Era uma pessoa muito positiva e dinâmica – referem os testemunhos de quem o conhecia na paróquia, onde era muito atuante, também com as famílias.

A Comissão Episcopal para a Pastoral para a Droga-dependência, publicou um breve comunicado, onde afirma que o “Padre Juan era conhecido porque dedicava a vida contra o tráfico de drogas. Falou claramente dentro e fora de sua comunidade, para defender a vida em perigo”.

A Comissão também recordou que o Padre Viroche havia expresso aos seus colaboradores mais próximos, “profunda dor pelas ameaças recebidas das máfias da droga”.

Um primeiro relatório das autoridades – segundo divulgado pela imprensa local – parece orientar para um suicídio, pela inexistência de sinais de violência externa no corpo e pelo fato de ter sido encontrado em um quarto fechado por dentro.

A comunidade, no entanto, permanece incrédula diante desta versão dos fatos e ainda na quarta-feira organizou uma manifestação diante da paróquia, para pedir um esclarecimento dos fatos.

 

(je/fides)

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Quatro catequistas assassinados no México

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Cidade do México (RV) – A violência ligada ao narcotráfico não dá trégua no Estado mexicano de Michoacán. Quatro jovens catequistas foram sequestrados, torturados e assassinados. As vítimas são Willibaldo Hernández, Adán Valencia, Jesús López Urbina e Jesús Ayala Aguilar.

Os seus corpos, com evidentes sinais de tortura, foram encontrados na quarta-feira (05/10) em uma plantação de limões na comunidade de San Juan de Los Plátanos, no município de Apatzingán.

Os quatro – segundo reconstrução fornecida à Agência EFE por Hipólito Mora, fundador dos Grupos de Autodefesa Comunitária -  foram sequestrados por um grupo armado no último sábado, na cidade de La Ruana, onde faziam trabalho de voluntariado.

Cartéis da droga

Mora acusa pelo crime o Cartel de traficantes Los H-3, um dos mais violentos do país. Na cidade de Morelia, capital do Estado de Michoacán, atuam também outros grupos de narcotraficantes, famosos pela sua selvageria: Cártel Jalisco Nueva Generación, os Caballeros Templarios, Los Viagras, Los H-3 e a Nueva Familia.

Sacerdotes assassinados

Em Morelia, há alguns dias, foi morto, depois de ter sido sequestrado, o Padre José Alfredo López Guillén. A sua morte ocorreu uma semana após o sequestro e o assassinato de outros dois sacerdotes em Veracruz.

Desde o início do ano, foram assassinados no México três sacerdotes e quatro catequistas. No último mês, em Michoacán, foram registrados 16 homicídios e inúmeros episódios de violência.

(JE)

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Igreja Colômbia: o voto não é um "não" à paz, mas aos acordos

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Cidade do Vaticano (RV) - Na Colômbia o referendo do último domingo sobre o acordo de paz com as FARC foi recusado. O “não” ao acordo assinado entre o governo e o grupo guerrilheiro para a pacificação do país, prevaleceu sobre o “sim” com 51,3% das preferências, com uma diferença de 65 mil votos. “O cessar-fogo é bilateral e definitivo, não vou desistir: vou buscar a paz até o último dia do meu mandato” declarou o Presidente Santos. A Rádio Vaticano conversou com o Presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Luis Augusto Castro Quiroga:

R. – Antes de tudo é preciso dizer que o “sim” e o “não”, não fazem referência à paz. Não é que alguns dizem sim à paz e outros dizem não; fazem referência somente ao acordo para se chegar à paz. Aqueles que dizem não consideram que o acordo dever ser corrigido em alguns pontos e por isso disseram não, porém também eles desejam a paz. Portanto, isso não é um caso de guerra e paz, mas simplesmente de continuar a trabalhar juntos neste processo de paz para incluir as mudanças desejadas, se é possível. Não é uma situação tão desesperada, ninguém diz: “agora voltamos à guerra”, ninguém quer a guerra, nunca mais, porém querem uma paz melhor que não se sabe se se possa alcançar. Um ponto difícil, de fato, é o da justiça transicional. A justiça transicional facilita – por isso se chama “transicional” – a passagem do lado da guerra ao lado da paz. Agora, aqueles que votaram não dizem que é uma justiça muito fraca, é preciso a prisão para os líderes guerrilheiros… Porém, a experiência dos últimos 80 conflitos que se registraram no mundo é que todos se resolveram com a justiça transicional, e que se se aplicar outra justiça, a justiça penal normal, nenhum guerrilheiro entraria em um processo de paz. Por isso, é preciso estudar muito bem este ponto. O convite da Igreja a toda a Colômbia foi: continuemos a trabalhar pela paz. Agora, esses números que foram divulgados com o “não” ao processo implicam que se comece um diálogo novo; um diálogo não tanto com a guerrilha, também com ela, mas antes de tudo com as forças políticas do país. Até agora, de fato, sabemos que o ex-Presidente Uribe e o Presidente Santos não se falam… também isso tornou o acordo de paz difícil.

P. – Neste contexto quais são os cenários que se abrem neste momento no caminho em direção à paz na Colômbia?

R. – O primeiro cenário é o de um diálogo entre os delegados do governo que dialogaram em Havana, com a guerrilha, e a guerrilha mesma, para estudar a problemática. O segundo cenário é esse que eu disse: o encontro entre o Presidente da República e as forças políticas do país para estudar a maneira de continuar no diálogo. Depois há outros aspectos importantes. Por exemplo, a guerra parou, ninguém quer, nem a guerrilha, nem o exército, porque a decisão é já clara: nunca mais a guerra. Portanto, são aspectos muito importantes e muito positivos que continuam enquanto se resolve o problema das votações. Além do mais, parece-me que é necessário dizer que é muito importante, também para nós como Igreja, trabalhar pela reconciliação dos colombianos, e também esses resultados são expressões de uma falta de reconciliação. Muita gente ainda não consegue perdoar, por diversos motivos. Há conflitos interiores entre uns e outros, por isso devemos continuar a trabalhar pela reconciliação de todos os colombianos. Isso também facilita chegar a acordos mais facilmente e que sejam mais efetivos. Enfim, diria que agora, após esse resultado, é necessário pensar a uma pedagogia da paz porque muitos votaram “não”, simplesmente porque não entendiam do que se tratava. Muitos votaram “não” porque não perceberam o valor daquilo que se estava fazendo, porque não receberam uma explicação simples, clara, fácil para eles. Portanto, esta é a situação, e como Igreja devemos pedir a todos os católicos da Colômbia para que continuem a rezar pela paz, porque a paz é uma tarefa nossa mas é também um dom de Deus e devemos pedi-la ao Senhor que sabe transformar os corações. (SP)

 

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Nicarágua: oração e jejum pelo presente e futuro do país

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Manágua (RV) - Realiza-se nesta quinta-feira (06/10), em todas as paróquias da Nicarágua um dia de oração e pelo presente e futuro do país. A iniciativa é promovida pela Conferência Episcopal Nicaraguense. 

Em 6 de novembro próximo, 3 milhões e 400 mil nicaraguenses serão chamados às urnas para eleger o Presidente da República e 90 deputados da Assembleia Nacional.

Segundo a Agência Fides, a situação no país ainda é tensa por causa da terceira candidatura consecutiva do Presidente Daniel Ortega, não prevista pela Constituição, e por causa do debate em andamento sobre a presença de observadores internacionais a fim de garantir eleições livres e transparentes. Os bispos Silvio José Báez, Auxiliar de Manágua, Rolando Alvarez Lagos, Bispo de Matagalpa, e Juan Abelardo Mata, Bispo de Estelí, manifestaram preocupação pelo futuro da democracia na Nicarágua.

“Queremos iluminar a partir de nossa fé, como Pastores da Igreja, este momento histórico. Convidamos todos os cidadãos a enfrentar este processo eleitoral com decisão e a agir, segundo a própria consciência, livremente e sem medo de nenhuma coerção externa”, lê-se no comunicado dos Bispos publicado em 22 de agosto e relançado novamente estes dias. 

“Em tempos de crise e tensão é fácil ceder à tentação da violência, mas isso resolve nunca os conflitos. Convidamos todos os nicaraguenses a agirem pacificamente, no respeito pelas escolhas legítimas de cada pessoa e a evitar tudo aquilo que ameaça a integridade física e moral dos outros. A paz é um dom de Deus, mas é também o fruto da justiça e do compromisso humano”, concluem os bispos.

(MJ)

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Igreja no Mundo



Procissão e Missa dos jesuítas na Basílica de São Pedro

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Cidade do Vaticano (RV) – Os 215 eleitores reunidos em Roma para a 36ª Congregação Geral da Companhia de Jesus, ingressarão na manhã desta sexta-feira na Praça São Pedro em procissão e passarão pela Porta Santa da Basílica, como fizeram milhares de outros peregrinos, para então celebrar uma Santa Missa.

Os presbíteros e irmãos jesuítas provenientes de 66 países estão reunidos em Roma para eleger o 30º sucessor de Santo Inácio. Vestidos com os paramentos litúrgicos, sairão da Cúria Geral, localizada no Borgo Santo Spirito, às 7 horas, dirigindo-se até a Basílica de São Pedro, onde celebrarão a Santa Missa no altar de São Pedro, que será presidida pelo Padre Bienvenido Nebres, SJ, filipino 76 anos, o mais idoso entre os eleitores.

Durante a procissão os celebrantes vestirão sobre o hábito litúrgico uma estola branca, desenhada precisamente pata esta Congregação Geral, que leva bordado o monograma IHS, símbolo da Companhia de Jesus.

Ao lado da estátua do Papa Paulo III (1534-1549) – o Pontífice que aprovou a Companhia em 1540 – os jesuítas rezarão pelos trabalhos da Congregação, em particular pela eleição do novo Geral, visto que a renúncia do Padre Adolfo Nicolás, 80 anos, foi aceita esta semana pela Congregação Geral.

(JE)

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Católicos e luteranos juntos em Lund para superar os conflitos

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Roma (RV) – “Em um mundo ferido pela fragmentação e pelo conflito, católicos e luteranos se encontrarão juntos para deixar para trás o conflito e abraçar o seu futuro comum, que Deus preparou para nós”.

Com estas palavras o Secretário Geral da Federação Luterana Mundial (FLM), Pastor Martin Junge, descreve em uma carta enviada às Igrejas-membro da FLM o sentido da comemoração conjunta dos 500 anos da Reforma, que terá lugar em Lund e Malmö, na Suécia, em 31 de outubro.

“Em um mundo tão frequentemente marcado por palavras de divisão e de ódio – prossegue a carta – afirmaremos a importância do diálogo... Em um mundo frequentemente assim confuso sobre a fé cristã, católicos e luteranos saberão transmitir a profundidade e a beleza da fé firmemente radicada em Cristo”.

A carta também convidas as Igrejas para acompanhar o evento, do qual tomarão parte o Papa francisco, o Presidente da Federação Luterana Mundial, Bispo Munib Younan, e a Arcebispa Antje Jackelén da Igreja da Suécia, por meio do site https://www.lutheranworld.org/content/joint-commemoration-.

“Renovo o encorajamento – escreve Junge aos luteranos de todo o mundo – a compartilharem este link com os vossos pastores e as vossas Igrejas locais para assistirem o evento  junto com as comunidades católicas próximas”.

Na carta é anexado um artigo escrito a quatro mãos pelo próprio Junge e pelo Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, que analisa o contexto e sublinha a importância e a mensagem da comemoração conjunta. “Um artigo pensado para ser publicado nos boletins eclesiais e para apresentar o evento à imprensa secular”.

(JE)

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Caritas Jordaniana sobre refugiados: situação insustentável

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Amã (RV) - A Jordânia abriga no momento dois milhões e 700 mil refugiados: uma multidão que coloca o Reino Hashemita em primeiro lugar na lista das nações com o maior número de deslocados e refugiados. Atrás da Jordânia estão Turquia (2,5 milhões), Paquistão (1,6 mi) e Líbano (1,5 mi). Segundo os dados fornecidos por Amnesty International, a metade dos refugiados de todo o mundo está sediada somente em 10 dos 193 países que compõem a toda a lista das nações.

Para o Diretor-Geral da Caritas Jordaniana, Wael Suleiman, “esses dados são até mesmo subestimados em relação à realidade, e impressionam também porque documentam que as nações mais ricas e avançadas abrigam um número exíguo de refugiados, não obstante agora nesses países muitos governos sejam guiados, ou em todo caso condicionados, por forças que ganham poder justamente explorando e fomentando o medo e a rejeição dos imigrantes”.

A Jordânia, afirma o Diretor à Agência Fides, está aberta a todos: “Estamos conscientes de desempenhar uma missão humanitária importante e queremos continuar”.

Suleiman relata que, nos últimos tempos, foram regularizados como trabalhadores legais 200 mil refugiados sírios. Mas refugiados e imigrantes representam 40% da população. “A dívida nacional cresceu nos últimos anos de maneira exponencial. Muitos jordanianos estão agora mais pobres do que muitos imigrantes. Se a comunidade internacional não tomar ato da situação explosiva e não intervir para amparar este esforço realizado por todo o país, chegará um momento em que também aqui serão fechadas as portas e se pensará em repatriar quem fugiu da fome e das guerras”. 

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Formação



Dom Manzana: Igreja pós-conciliar configura-se melhor ao rosto de Cristo

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” o bispo da Diocese de Mossoró, Dom Mariano Manzana – com quem estamos contando estes dias neste espaço – nos traz suas considerações sobre o acolhimento e aplicação do Concílio na realidade da América Latina. 

Como já destacado, o bispo desta Igreja particular rio-grandense-do-norte é natural de Mori, Arquidiocese de Trento, norte da Itália, mas já tem quase três décadas em terras brasileiras. Portanto, de um ponto de vista privilegiado enquanto alguém que veio de outro continente tendo já tantos anos no Brasil, Dom Mariano nos diz como ele vê a recepção e implementação do Concílio por parte da Igreja latino-americana.

Ele nos diz que a América Latina, sobretudo depois do Concílio, com a contribuição dos padres “fidei donum” e de tantas congregações religiosas que chegaram, teve uma grande ajuda em realmente ver a situação e caminhar para uma Igreja pós-conciliar.

Fala-nos da Conferência de Medellín (1968), cuja abertura foi feita pelo Papa Paulo VI, como uma espécie de novo Concílio para a América Latina, tendo sido um novo Pentecostes para a Igreja local.

Dom Mariano reconhece ter havido uma mudança muito grande entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar. “A Igreja que está nascendo hoje é uma Igreja às vezes mais simples, uma Igreja mais fiel a Jesus Cristo, deixando às vezes posições de privilégio, mas sendo uma Igreja que hoje se configura melhor ao rosto de Jesus Cristo”, afirma. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Antigas igrejas de madeira unem Eslováquia e Ucrânia

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Bratislava (RV) – São mais de 40 os locais de culto construídos totalmente com madeira entre os séculos XVIII e XIX na Eslováquia. Um projeto além-fronteiras visa a restauração e a valorização das obras.

Importância histórica e arquitetônica, mas “não devemos esquecer a verdadeira razão por qual foram construídos: louvar a Deus e iluminar a fé viva da população local”, explicam os promotores do projeto.

A maior parte das igrejas é de rito oriental, conservadas com amor e respeito nas várias regiões da Eslováquia. O projeto de cada construção é único e original.O que elas têm em comum e as tornam preciosas é a forma como foram construídas: todo o material utilizado para a construção é de madeira, incluídos os pregos.

Oito destas igrejas, situadas aos pés do lado eslovaco dos Montes Cárpatos, foram inscritas na lista do Patrimônio Mundial da Unesco. Outras quatro - construídas em pequenos vilarejos de Tročany, Fricka, Prikra e Vysny Komarnik - foram recentemente reconstruídas no âmbito da colaboração além-fronteiras entre a Eslováquia e a Ucrânia. O projeto “Tutela e preservação do patrimônio comum” envolve 11 organizações no processo de restauração.

Obras do homem e obras de Deus

“Podemos olhar estas igrejas de um ponto de vista histórico ou arquitetônico e admirá-las, mas não devemos esquecer a verdadeira razão pela qual foram construídas: louvar a Deus e iluminar a fé viva da população local. Muitas igrejas de madeira são usadas ainda hoje como local de culto” explicam os promotores do projeto da Arquidiocese Greco-católica de Presov.

Uma das igrejas  recentemente restauradas, a de São Lucas, em Tročany, foi construída em 1739. O Arcebispo greco-católico de Presov, Jan Babjak, a consagrou pessoalmente depois da recente restauração, focalizando a sua homilia na fé em Deus e na sua generosidade, “que demonstra também sob a forma de uma bênção pelas pessoas que criam as grandes obras arquitetônicas, assim como por aqueles que se reúnem no seu interior para rezar”.

Miséria humana, confiança em Deus

Todas as igrejas de madeira têm o seu interior subdividido em três seções fundamentais: pórtico, nave e santuário.

Um típico elemento fundamental da construção é a iconostasis, que por um lado divide a nave e o santuário e por outro, une simbolicamente dois mundos: a terra e o céu.

“Na realidade trata-se de uma ‘parede’ construída por diversas filas de ícones, visualizadas segundo o exato cânone litúrgico”, explica o museólogo Mikulas Jacecko.

Segundo o site oficial da ONG Petra, instituída pela Igreja Greco-católica em Presov (www.drevenechramy.sk), as igrejas de madeira “refletem perfeitamente a fragilidade e a miséria do homem, mas por outro lado refletem também a confiança inabalável e inquebrantável em Deus, que é muitas vezes a nossa única e última esperança na vida”

“Uma bela herança de nossos pais”

Como explicam os historiadores, as pessoas que viviam próximo da fronteira eslovaca-ucraniana, há duzentos ou trezentos anos eram muito pobres. Mesmo assim, desejavam louvar o Senhor quanto mais pudessem. A madeira era o único material disponível de baixo custo para a construção, e a população local não poderia ter imaginado na época, que aquilo que parecia ser “defeito”, se transformaria em uma característica única e preciosa de nosso tempo.

Estes “momentos históricos e culturais merecem a nossa proteção e o nosso cuidado, para que possamos entregá-los como um dom e uma bela herança dos nossos pais às próximas gerações”, considera Mikulas Jacecko.

Contemporaneamente à restauração das igrejas em madeira original, outro projeto está em andamento há diversos anos: a criação de um museu a céu aberto das miniaturas em escala 1:10 de todas as igrejas em madeira construídas na Eslováquia. Está situado em Lutina e o progresso dos trabalhos pode ser acompanhado no site www.miniskanzen.sk.

(je/sir)

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Furacão no Haiti agrava crise humanitária da população

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Porto Príncipe (RV) – Com ventos de 230 km/h e fortes chuvas, o furacão Matthew castigou o Haiti. Sua passagem pela ilha caribenha acirrou a crise humanitária que se vive no país, que ainda está se recuperando do terremoto de janeiro de 2010. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, mais de 4 milhões de crianças haitianas sofrerão as consequências do furação Matthew, a pior tempestade que o país enfrenta desde 1963. 

O número de vítimas é incerto, mas já foram confirmados 11 mortos. Milhares de haitianos estão desabrigados. Os danos provocados fizeram com que o Tribunal Superior Eleitoral cancelasse as aguardadas eleições presidenciais marcadas para o próximo domingo. A nova data será anunciada nos próximos dias.

As missionárias brasileiras que atuam em Porto Príncipe relataram nas redes sociais o drama vivido pela população. “Graças a Deus estamos bem. Não posso falar o mesmo dos 9.000 desabrigados”, escreveu a Ir. Maria Câmara Vieira – uma das integrantes do projeto intercongregacional promovido pela CRB Nacional, pela CNBB e pela Cáritas Brasileira.

Enquanto isso, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, já está preparado para fornecer assistência aos países caribenhos.

De Porto Príncipe, o diretor da agência no Haiti, Carlos Veloso, conversou com a Rádio ONU e falou sobre a logística para atender as populações afetadas pelo furacão Matthew.

"O programa tem em estoque cerca de 5 mil toneladas de alimentos que podem ser despachadas assim que as estradas estejam livres e sabemos que existem pequenos estoques de cobertores, tendas, jerry cans (galões), instrumentos de cozinha para serem distribuídos. Sabemos também que agências como Usaid estão a concentrar em Miami grandes quantidades desses produtos não alimentares, mal as condições fiquem melhores, mal o aeroporto abra, para trazer esses bens para o Haiti."

Carlos Veloso conta que a parte sul do Haiti foi a mais afetada pelo furacão. Ali, atuam também religiosos brasileiros. A quantidade de comida que o PMA já alocou para enviar é suficiente para alimentar 300 mil pessoas por um mês.

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Comissões europeis de "Justiça e Paz": pontes, não muros

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Luxemburgo (RV) - “A segurança é essencial e positiva, mas quando não está unida à justiça e aos direitos humanos torna-se alienadora, impede os intercâmbios e pode tornar-se um novo motivo para conflitos e divisões.”

É o que escrevem, em sua declaração conclusiva, os delegados das 31 Comissões episcopais “Justiça e Paz” dos países europeus, que se reuniram estes dias em Luxemburgo.

Não se alcança a segurança construindo muros

“Desconfiamos da ideia de que a Europa possa alcançar a segurança construindo muros” – lê-se no texto reportado pelo jornal vaticano “L’Osservatore Romano” –, muros que são ineficazes diante “da natureza das tão diversificadas e complexas ameaças à segurança da Europa. A alternativa é uma ordem do mundo baseada na justiça”.

Os delegados lançaram vários apelos: à União Europeia e a seus membros por uma “política baseada no desenvolvimento humano integral”; aos políticos a fim de que suas escolhas e palavras sejam assumidas “no respeito pela dignidade humana e pelo princípio do Estado de direito”; aos intelectuais a fim de que “elaborem novas ideias capazes de oferecer uma perspectiva para todos”.

Foi lançado um apelo também a quem trabalha na comunicação a fim de que tenha “um mais forte sentido de responsabilidade ética, denuncie a linguagem violenta e não encoraje os estereótipos”; à Igreja a fim de que seja “sacramento de paz”; a todo cidadão a fim de que contribua para “construir uma comunidade segura e pacífica com o diálogo e em espírito de fraternidade”.

Mais de 4 mil migrantes mortos no Mediterrâneo em 2016

A estimativa para 2016 já é de mais de 4 mil migrantes mortos, cuja cifra representa um aumento em relação aos anos precedentes, e em grande parte na rota via-maris no Mediterrâneo rumo à Itália, apesar das missões de salvação feitas pela operação militar e humanitária “Mare Nostrum”. (RL)

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