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Sumario del 08/10/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Com o Papa em oração: "aprender de Maria a alegria da partilha"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde de sábado, milhares de fiéis participaram na Praça São Pedro de uma vigília com a presença do Papa Francisco, no contexto do ‘Jubileu Mariano’.

Cerca de 100 delegações marianas de 45 comunidades italianas e de mais de 50 santuários marianos de todo o mundo, representando ao menos 40 nações, estão em Roma desde sexta-feira (07/10) e domingo (09/10), encerrarão o Jubileu participando da missa com o Papa. 

Durante a tarde, delegações de vários países europeus, asiáticos e americanos, como Argentina, Brasil e Venezuela fizeram uma procissão nas redondezas e se reuniram na Praça para participar do momento de oração.

Às 17h30, horário local, o Papa deu início à cerimônia.

A oração do Terço e seu significado

Na vigília, foram repassados os momentos fundamentais da vida de Jesus em companhia de Maria: a Ressurreição como sinal do extremo amor do Pai, que de novo traz tudo à vida; a Ascensão como partilha da glória do Pai, o Pentecostes, expressão da missão da Igreja na história até ao fim dos tempos; e nos dois últimos mistérios, foi contemplada a Virgem Maria na glória do Céu – Ela que, desde os primeiros séculos, foi invocada como Mãe da Misericórdia.

Em sua homilia, o Papa explicou “os mistérios propostos na oração do Rosário são gestos concretos em que se desenvolve a ação de Deus em nosso favor, vindo ao nosso encontro nas várias necessidades da vida"; e que Maria nos acompanha neste caminho.  

Detendo-se sobre a importância de rezar a oração do Terço, Francisco disse que “acolhendo e assimilando dentro de nós alguns acontecimentos salientes da vida de Jesus, participamos na sua obra de evangelização”.

A alegria da partilha sendo missionários

“Somos discípulos, mas também missionários; não podemos encerrar o dom de sua presença dentro de nós. Pelo contrário, somos chamados a comunicar a todos o seu amor, a sua ternura, a sua bondade, a sua misericórdia. É a alegria da partilha”. 

Quem nos dá essa possibilidade, a de compreender o que significa ser discípulos de Cristo, é Maria. O seu primeiro passo foi pôr-se à escuta de Deus, mas ouvir não basta... a escuta precisa ser traduzida em ação concreta. De fato, completou Francisco, “o discípulo põe a sua vida ao serviço do Evangelho”. 

“Na sua fé, vemos como abrir a porta do nosso coração para obedecer a Deus; na sua abnegação, descobrimos quão atentos devemos estar às necessidades dos outros; nas suas lágrimas, encontramos a força para consolar aqueles que estão mergulhados na tribulação”.  

Invocação final a Maria

Concluindo a homilia, o Papa pediu aos fiéis que a invocassem com a oração mais antiga que os cristãos fizeram para se dirigir a Ela, sobretudo nos momentos de dificuldade e martírio. “Com a certeza de sermos socorridos pela sua materna misericórdia, para que Ela, «gloriosa e bendita», nos possa servir de proteção, ajuda e bênção durante todos os dias da nossa vida: 

«À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita».

(CM)

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Papa a 'Manos Abiertas' "Misericórdia, viagem de ida e volta"

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Cidade do Vaticano (RV) – “Misericórdia, uma viagem do coração às mãos” é o título do encontro nacional da organização argentina de voluntariado cristão “Manos Abiertas”, a quem o Papa enviou uma mensagem gravada em vídeo, sábado (08/10). 

A organização

A organização, fundada em 1922 e inspirada nos exemplos de Santo Alberto Hurtado e Santa Teresa de Calcutá, tem como missão servir, promover e restituir dignidade aos mais pobres. Os voluntários estão reunidos em Santa Fé, de 7 a 9 de outubro.

Quando a dor do próximo machuca nosso coração

No vídeo, Francisco menciona dois episódios do Evangelho em que Jesus dá prova da compaixão que ‘do coração vai até mãos’: o Bom Samaritano, que cura o homem machucado no cavalo, e Jesus, que faz o filho da viúva levantar e reviver.

Nos dois casos, o coração dos protagonistas foi tocado pela miséria, gerando misericórdia, e não pena. “Pena é outra coisa”, diz o Papa. “Sentimos pena de um animal ferido ou de uma situação dolorosa; mas misericórdia é quando permito que uma situação de dor toque, sacuda, fira meu coração – e esta é a ‘viagem de ida’”.

Misericórdia não é filantropia

“É diferente de ter bons sentimentos, de fazer filantropia... isso é bom, mas não é misericórdia. A misericórdia é uma graça que deve ser pedida ao Senhor. O único caminho para senti-la é reconhecer os nossos pecados e tê-los perdoados pelo Pai. Só assim, rebaixando-nos, nós a receberemos e poderemos ser misericordiosos”.

A viagem do coração às mãos

“E aqui – continuou o Papa – começa a viagem de volta. A de ida é quando deixamos que a dor do outro machuque nosso coração; a de volta vai do coração às mãos, quando doamos a que recebemos do Senhor aos outros”.

Saudando os voluntários que, como Santo Inácio de Loyola, manifestam o amor “mais com gestos que com palavras”, o Papa os abençoou, pedindo que rezem também por ele. 

Veja aqui o vídeo do Papa:

(CM)

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Papa: "Economia seja iluminada pela ética e a dignidade humana"

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Cidade do Vaticano (RV) – “Precisamos de uma economia iluminada pela ética, que coloque em primeiro lugar o respeito pelas pessoas e promova sociedades inclusivas, criativas e respeitosas da dignidade de todos. Caso contrário, a justiça não se pode afirmar e prosperar como um autêntico motor de desenvolvimento”. Foi o que disse o Papa em uma mensagem enviada à Bienal da Economia Cooperativa em Bolonha. 

Francisco enaltece a iniciativa, que tem o objetivo de abrir uma reflexão sobre a necessidade de uma economia iluminada pela ética e o desenvolvimento integral da pessoa. E faz votos que “o mundo das cooperativas se comprometa sempre na promoção de sociedades inclusivas, contribua na realização de uma convivência mais justa e desperte as forças espirituais sem as quais a justiça não pode se afirmar e prosperar”. 

A Bienal da Economia Cooperativa é uma ocasião de confronto sobre temas da economia social e desenvolvimento sustentável que envolve vencedores de Nobel, expoentes do governo italiano, economistas, especialistas e estudiosos. O evento é visto como uma 'porta aberta' de intercâmbio de experiências passadas e presentes e debates sobre as iniciativas que visam alcançar os 17 objetivos fixados pela ONU para o desenvolvimento sustentável. 

(CM)

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Igreja no Brasil



Congresso em São Paulo debateu "chagas modernas"

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São Paulo (RV) - Não nos façamos de distraídos!  Há muita cumplicidade!” Esta citação do Papa Francisco estava inserida no título do Congresso Internacional, realizado no final de setembro por iniciativa do Centro Universitário Salesiano (UNISAL) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC) da megalópole de São Paulo, centrado na “Doutrina Social da Igreja e o cuidado misericordioso dos mais frágeis”.

“Não nos façamos de distraídos! Há muita cumplicidade!” Essa forte advertência-denúncia do Papa Francisco, orientou todo o Congresso que afrontou as ideologias que condicionam o monopólio dos meios de comunicação, as chagas da migração clandestina, do tráfico de seres humanos, do trabalho escravo. 

Foi o próprio Papa a sugerir essa escolha. Na Evangelii Gaudium (n.211), ele diz ter sempre sofrido por esses dramas. Como era matéria de urgência para ele, nas duas intensas jornadas, seja no momento de oração que nas intervenções apresentadas pelos numerosos pesquisadores latino-americanos e europeus, com o auxílio de imagens, gráficos, ecoou de modo inquietante, “o grito de Deus que pergunta a todos nós: ‘Onde está o teu irmão?’ (Gen 4,9). Onde está o teu irmão escravo?”

O Congresso sacudiu as consciências abrindo corações e olhos sobre a manipulação das informações que apresenta os refugiados como ameaça à própria identidade cultural, culpando-os de roubar trabalho, serem portadores de doenças e de criminalidade. Foi manifestado o verdadeiro vulto de milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças, induzidos, pelo desespero, a fugir do seu próprio País vítimas de quem os priva de documentos, de tudo aquilo que possuem transformando-os em mercadoria a ser jogada na estrada da prostituição, da indigência, constringindo-os ao trabalho escravo, ao narcotráfico, reduzindo-os em objetos dos quais podem extrair órgãos, pele e cabelos. Foi mostrado o catálogo dos preços!

Um grito que não fica sem resposta. Na cerimônia de abertura o Card. Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo e Grão Chanceler da Pontifícia Universidade de São Paulo, tinha evidenciado que “somente a misericórdia cura as feridas”. Mostrou isso a tocante ação da “Missão Paz” de São Paulo, onde – como ilustrado pelo Pe. Paolo Parise – os refugiados encontram acolhida, defesa dos seus direitos, uma voz junto às instituições jurídicas e legislativas. Pe. Thomas Brennan, há anos luta junto às Nações Unidas, em colaboração com religiosos de  várias congregações, cristãos de diferentes Igrejas e seguidores de diversas religiões para obter convenções e intervenções dos Estados contra esses fenômenos criminais.

Certamente não é suficiente. Esses crimes se expandem também pela indiferença de muitos, salientou Pe. Brennan. Porque se é conivente calando, criminalizando as vítimas, fecham-se os olhos ao comprar o produto, sem avaliar se são fruto do trabalho escravo ou não. Os dados estão disponíveis na internet.

Indo à raiz das causas, as pesquisas acusam o sistema consumista que faz da economia a ditadura que condiciona política, comunicação, esfera jurídica e incentiva o desnível entre ricos e pobres, provoca trabalho precário, desocupação e desconstrói os próprios autênticos direitos humanos.

Do Congresso emergiu um forte apelo à fidelidade criativa à Doutrina social da Igreja, definida pelo Presidente da Comissão da Pastoral social do CELAM, Gustavo Rodrigues Veja, Arcebispo de Yucatan (México), “fermento novo para desencadear uma verdadeira revolução social”.

(Carla Cotignoli)

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Igreja na América Latina



Bispos colombianos: "Nobel é encorajamento ao processo de paz"

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Bogotá (RV) – A Igreja Católica na Colômbia manifestou a sua alegria pela atribuição do Prêmio Nobel da Paz 2016 ao Presidente da República do país, felicitando Juan Manuel Santos e desejando que este galardão sirva para impulsionar ainda mais o processo de paz em curso.

A nota: "prêmio é encorajamento ao processo de paz"

Em comunicado divulgado sexta-feira (07/10), o Presidente da Conferência Episcopal Colombiana diz estar muito feliz com este reconhecimento, “como estão felizes todos os colombianos”.

Para Dom Luis Augusto Castro Quiroga, "o prêmio reconhece o esforço de Juan Manuel Santos e é um impulso para o processo de paz na Colômbia".

“Que este prêmio mova também os que estão dialogando, neste momento, para encontrar uma solução rápida e que possamos avançar com este processo”, escreve o arcebispo de Tunja, completando que “é preciso pôr fim a esta questão sem colocar tantos obstáculos”.

O Prêmio Nobel da Paz foi atribuído ao presidente da Colômbia pelo contributo a favor do fim da guerra civil em seu país, com o acordo de paz entre o Governo e as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – alcançado em 27 de setembro.

(CM-Ecclesia)

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Decênio para os Afrodescendentes: CELAM define atividades

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Brasília (RV) - A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o período entre 2015 e 2024 como a Década Internacional de Afrodescendentes, citando a necessidade de reforçar a cooperação nacional, regional e internacional em relação ao pleno aproveitamento dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de pessoas afrodescendentes, bem como sua participação plena e igualitária em todos os aspectos da sociedade.

Neste sentido, a Secretaria de Pastoral Afroamericana e Caribenha do Conselho Episcopal Latino Americano (Sepac/Celam) reuniu seus assessores de 3 a 7 de outubro, no Centro de Espiritualidade Monte Alverna, no Panamá. O encontro teve como objetivo preparar as atividades do decênio. Do Brasil, participou o coordenador da Pastoral Afro-brasileira, padre Jurandyr Azevedo Araujo

Eventos promovidos pela Igreja Latino-americana

Entre os assuntos tratados durante a reunião estiveram o Compromisso da Igreja Católica Latinoamericana no Decênio Internacional para os Afrodescendentes (2015-2014) e o Encontro da Pastoral Afroamericana e Caribenha (EPA), que será realizado em julho de 2018, em Cali, na Colômbia. 

Além do padre Jurandyr, também participaram do encontro o coordenador da Pastoral no Celam, padre Oscar Lozano e representantes do Haiti, Panamá e Colômbia. Todos foram eleitos no Encontro de Pastoral Afroamericano, em 2015. 

Sepac 

A partir da proclamação da ONU sobre o decênio afrodescendente, a Pastoral Afro-americana e Caribenha vem reafirmando o conhecimento, a justiça e o desenvolvimento dos povos afrodescendentes. Entre seus objetivos estão a promoção de diálogo com a sociedade e maior articulação com a Igreja; o combate a discriminação racial enfrentada pela população afrodescendente e a promoção de diálogo com as religiões de matrizes africanas. 

(CM-CNBB)

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O testemunho de um missionário sobre a devastação no Haiti

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Porto Príncipe (RV) – A passagem do furacão Matthew no Caribe deixou um rastro de morte maior do que se imaginava inicialmente no Haiti: o número de mortos, até o momento, seria de 877, segundo autoridades locais.   

Há milhares de casas destruídas e muitos bairros seguem inundados na península do sudoeste do país.

Fenômeno devastador agrava situação no Haiti

O furação é o mais forte a atingir o Caribe desde 2007, e foi justamente no Haiti que o Matthew causou mais destruição. O país mais pobre das Américas foi devastado por um terremoto em 2010 e até hoje ainda não se recuperou completamente.

O vento de cerca de 230 km/h derrubou árvores, barrancos e pontes, além de destruir milhares de casas. Militares brasileiros estão ajudando os moradores desde terça (04/10), quando o olho do furacão atingiu o Haiti.

Balanço de vítimas pode aumentar

De acordo com o Ministério do Interior haitiano, o balanço de vítimas e danos é ainda provisório e certamente destinado a aumentar, porque ainda há regiões completamente isoladas.

O vento e a chuva destruíram casas, destelharam habitações e inundaram bairros inteiros.  

O testemunho do missionário

Pe. Jeffrey Rolle, Conselheiro-geral dos missionários redentoristas, que no Haiti têm várias casas e três comunidades no sul (duas em Les Cayes e uma em Jérémie), que é a parte mais atingida e ainda sem comunicações, foi contatado pela Agência Fides:

“Até ontem se podia chegar àquela região somente de helicóptero. Recebemos informações do padre Kénol Chéry, Superior regional do Haiti, que nos disse que o sul está dividido do restante do país. Conseguiram falar poucos minutos no telefono com seus confrades de Les Cayes, onde se registraram inundações, desmoronamentos e muitos danos. A igreja paroquial de Château ficou completamente destruída. Todos os familiares dos confrades foram afetados. Os tetos das casas voaram em pedaços. Graças a Deus, não registramos mortos ou feridos”.

50 mil desalojados e risco de cólera

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) busca US$ 6,92 milhões para ajudar a providenciar ajuda médica, abrigos, água e saneamento durante o próximo ano para pessoas afetadas pelo furacão no país.

"Estamos extremamente preocupados com a segurança, saúde e bem-estar das mulheres, homens e crianças que foram impactados, principalmente em cidades remotas e vilarejos", disse a chefe da divisão da América Latina da IFRC, Ines Brill, em comunicado.

A Cruz Vermelha estima que mais de um milhão de pessoas no Haiti foram afetadas e centenas de milhares precisam de assistência humanitária.

Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde alertou sobre um possível surgimento de cólera depois do furacão. Este ano, antes do desastre do Matthew, já tinham sido registrados 28.500 casos desta infecção intestinal com risco mortal.

(CM-Agências)

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Formação



Editorial: O valor do esporte

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta semana o Papa Francisco voltou a dirigir o seu pensamento ao mundo esportivo, que como bem sabemos, ele tanto gosta. E também desta vez não poupou elogios, incentivos, mas também chamou a atenção para o momento vivido pelo esporte. Sem meios termos pediu que o esporte seja protegido de “manipulações” e “explorações comerciais”,  e que seja debelado o “câncer da corrupção”, para que se mantenha sempre genuíno. Esses pensamentos Francisco fez na Sala Paulo VI diante dos participantes do encontro sobre esporte e fé, que se encerrou nesta sexta-feira, no Vaticano e dedicado ao tema, “O esporte a serviço da humanidade”. O encontro foi organizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura, com a colaboração da ONU e do Comitê Olímpico Internacional (COI). 

A voz de Francisco mais uma vez se levantou para chamar a atenção de atletas e dirigentes para o valor real do esporte, pedindo que se conserve a sua pureza. “Seria triste, para o esporte e para a humanidade – disse –, se as pessoas não pudessem mais confiar na verdade dos resultados esportivos, ou se o cinismo e o desencanto tomassem o lugar do entusiasmo e da participação alegre e desinteressada”. No esporte como na vida, é importante lutar pelo resultado, mas jogar bem e com lealdade é ainda mais importante.

Quando as pessoas – sublinhou Francisco –, lutam para criar uma sociedade mais justa e transparente, estão colaborando com a obra de Deus.

O olhar do Papa neste momento foi também para os responsáveis de diversas comunidades religiosas presentes, afirmando que também eles, como líderes religiosos querem oferecer a sua contribuição para tal objetivo. No que diz respeito à Igreja Católica, ela está comprometida no mundo do esporte para levar a alegria do Evangelho, “o amor inclusivo e incondicionado de Deus por todos os seres humanos”.

Falando diretamente sobre o esporte, Francisco destacou a sua importância, afirmando que é uma atividade humana de grande valor, capaz de enriquecer a vida das pessoas, do qual podem fruir e alegrar homens e mulheres de várias nações, etnias e pertença religiosa. O Papa então recordou os recentes Jogos Olímpicos e Paraolímpicos que estiveram no centro da atenção mundial.

Quando vemos os atletas darem o máximo de suas capacidades, o esporte nos entusiasma, nos causa admiração e nos faz sentir orgulhosos. Existe uma grande beleza na harmonia de certos movimentos, como também na força ou no jogo de equipe. “Quando é assim, o esporte transcende o nível puramente físico – disse Francisco -, e nos leva para a arena do espírito e do mistério”. 

O Papa chamou ainda a atenção para outra característica importante do esporte: não é reservado somente aos grandes atletas. Há também o esporte amador, recreativo, não finalizado a competir e que permite a todas as pessoas melhorar a saúde e o bem-estar, a aprender a trabalhar em equipe.

Neste pensamento de Francisco estão também as crianças e adolescentes que vivem às margens da sociedade. Um pensamento que diz respeito também a nós no Brasil. O Papa sabe muito bem do entusiasmo das crianças que brincam com uma bola vazia ou feita de panos nos subúrbios das grandes cidades ou nas ruas de pequenos povoados, por isso encorajou mais uma vez instituições, empresas, realidades educacionais e sociais, e comunidades religiosas a trabalharem a fim de que estas crianças possam ter acesso ao esporte em condições dignas, especialmente as que foram excluídas por causa da pobreza.

O mundo do esporte é uma grande oportunidade para todos, ricos e pobres. E neste mundo é possível ver nos atletas, que são livres da degeneração da corrupção, da prevaricação ilícita, das manipulações, também um símbolo, uma emblema do compromisso de cada pessoa, sobretudo, para o grande universo de jovens que não somente o seguem mas se dedicam eles mesmos a atividades esportivas.

O esporte e os esportivos, como vimos nas Olímpiadas do Rio, podem se tornar modelos para criar pontes sobre vales de divisões étnicas, de separações socioculturais, de oposições ideológicas.

O esporte nos faz encontrar, nos ensina a competir, a vencer e a perder, a nos respeitarmos uns aos outros. Muitos não podem praticar o esporte porque não têm a possibilidade ou por causa de preconceitos ou interesses. Mas todos nós temos a responsabilidade de contribuir para que os benefícios do esporte possam ser partilhados por todos. (Silvonei José)

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Atualidades



Realidade dos anjos no Islã

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Dubai (RV*) –Amigas e amigos, mais uma vez tenho a alegria de saudá-los desejando-lhes paz, saúde e felicidade, das Arábias.

Hoje vamos falar sobre os anjos no Islã. Geralmente, no folclore popular, os anjos são vistos como forças boas da natureza, ou ilusões.  A iconografia ocidental, às vezes, retrata anjos como bebês gordinhos ou belos homens ou mulheres jovens com uma auréola ao redor de suas cabeças.  Na doutrina islâmica, eles são seres criados, reais que eventualmente morrerão, mas que estão geralmente ocultos aos nossos sentidos. 

No Islã, os anjos não são divinos ou semidivinos. Nem são parceiros de Deus, gerenciando regiões diferentes do universo.  Eles também não são objetos de adoração ou de oração, já que eles não levam as nossas orações a Deus.  Eles são todos submissos a Deus e executam os Seus comandos.

Na visão islâmica de mundo, eles não são anjos caídos: eles não são divididos em anjos ‘bons’ e ‘maus’.  Os seres humanos não se tornam anjos após a morte.  Satanás não é um anjo caído, mas um dos jinn, uma criação de Deus paralela aos seres humanos e anjos.

Para os islâmicos, os anjos foram criados de luz antes dos seres humanos. Portanto, a sua representação gráfica ou simbólica na arte islâmica, é rara.  Entretanto, eles são geralmente belos seres com asas, como descrito na escritura islâmica.

Quantos anjos existem? Só Deus sabe.  O lugar muito frequentado pelos anjos, é um santuário celestial sagrado sobre a Caaba, o cubo negro, na cidade de Meca.  Todos os dias, setenta mil anjos a visitam e partem, sem nunca retornar, seguidos por outro grupo.

Os anjos possuem grandes poderes dados a eles por Deus.  Eles podem assumir diferentes formas.  A escritura islâmica descreve como no momento da concepção de Jesus, Deus enviou Gabriel a Maria na forma de um homem. “Então Nós enviamos a ela o Nosso anjo, e ele apareceu para ela como um homem em todos os aspectos.” (Alcorão 19:17).

No Islã os anjos têm tarefas.  Miguel é responsável pela chuva, direcionando-a para onde Deus desejar.  Ele tem ajudantes que o assistem pelo comando de seu Senhor; ele direciona os ventos e nuvens, de acordo com a vontade de Deus.  Um outro é responsável pelo soar da Trombeta, que será soada por Israfil ao nascer do Dia do Juízo.  Outros, com seus assistentes, são responsáveis por levar as almas dos corpos na hora da morte.

Existem os anjos guardiões, responsáveis por proteger o crente ao longo de sua vida, em casa ou em viagem, dormindo ou acordado.

Outros são responsáveis pelo registro dos atos do homem, bons ou maus.  Esses são conhecidos como os “escribas honoráveis.”.

Amigas e amigos, o Criador nos diz: "Eis que envio um anjo à frente de vocês para protegê-los por todo o caminho e fazê-los chegar ao lugar que preparei." (Êxodo 23:20).

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.

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