Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 19/10/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Papa e Santa Sé



Francisco: realidade deve ser aceita e enfrentada como é

◊  

Rádio Vaticano (RV) – O Papa encontrou cerca de 35 mil peregrinos reunidos na Praça São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira (19/10). 

Antes de refletir acerca de duas obras de misericórdia, o Pontífice falou sobre o egoísmo presente nos modelos da assim chamada “cultura do bem-estar” que “leva as pessoas a se fecharem em si mesmas, tornando-as insensíveis às exigências dos outros”.

“Faz-se de tudo para iludir ao apresentar modelos de vida efêmeros, que desaparecem depois de alguns anos, como se a nossa vida fosse uma moda a ser seguida ou mudada a cada nova estação”, observou o Papa.

Realidade é o que é

“Não é assim. A realidade deve ser aceita e enfrentada por aquilo que é, e com frequência faz com que nos deparemos com situações de necessidade urgentes. É por isso que, entre as obras de misericórdia, lembra-se da fome e da sede: dar de comer a quem tem fome – existem tantos hoje, eh? – e de beber a quem tem sede”, recordou Francisco.

Neste ponto, Francisco recordou que as doações para campanhas humanitárias são importantes, “porém não nos envolvem diretamente”.

Pobreza abstrata

“A pobreza abstrata não nos interpela. Nos faz pensar, lamentar. Mas quando vês a pobreza na carne de um homem, de uma mulher, de uma criança, isso sim nos interpela. E por isso, aquele hábito que temos de fugir – de fugir – dos necessitados, de não se aproximar. Ou maquiar um pouco a realidade dos necessitados com hábitos da moda e, assim nos afastamos desta realidade”.

Francisco então questiona: quando me deparo com uma pessoa necessitada, “qual é a minha reação? Desvio o olhar e passo? Ou paro para conversar e me interesso da sua história?”

“E se fizeres isso, não faltará alguém para dizer: este está maluco, fala com um pobre”, advertiu o Papa.

Pão quotidiano

Francisco concluiu sua reflexão dizendo que essas duas obras de misericórdia são um compromisso de todos.

“A experiência da fome é dura. Quem viveu períodos de guerra e carestia sabe. E mesmo assim essa experiência se repete todos os dias e convive ao lado da abundância e do desperdício”.

(rb)

inizio pagina

Francisco: todo cristão é missionário no ambiente em que vive

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Na Audiência Geral desta quarta-feira (19/10), o Papa Francisco recordou que no próximo domingo (23/10), a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões, “ocasião preciosa para refletir sobre a urgência do compromisso missionário da Igreja e de cada cristão”. “Somos chamados a evangelizar no ambiente em que vivemos e trabalhamos”, disse o Pontífice. 

Em 15 de maio passado, foi publicada a mensagem para o Dia Mundial das Missões sobre o tema “Igreja missionária, testemunha de misericórdia”.
 
No documento, o Papa ressalta que “somos convidados a sair, como discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira”.

“A Igreja tem no coração aqueles não conhecem o Evangelho, pois deseja que todos sejam salvos e cheguem a experimentar o amor do Senhor. A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, e anunciá-la em todos os cantos da terra”, destaca o Papa na mensagem.
 
“Sinal eloquente do amor materno de Deus é uma considerável e crescente presença feminina no mundo missionário, ao lado da presença masculina.” “São muitas”, hoje, recorda o Pontífice, “as mulheres leigas ou consagradas e também numerosas famílias que realizam a sua vocação missionária nas mais variadas formas: desde o anúncio direto do Evangelho ao serviço social e caritativo”. 

Deste modo, “cuidando da vida, com uma acrescida atenção centrada mais nas pessoas do que nas estruturas”, as famílias serão capazes de “construir harmonia, relacionamento, paz, solidariedade, diálogo, cooperação e fraternidade”, nas relações interpessoais, na vida social e no cuidado dos pobres.

“A misericórdia encontra a sua manifestação mais alta e perfeita no Verbo encarnado” que encarna e personifica a misericórdia. 

(MJ)

inizio pagina

Coadjutor é nomeado Bispo da Diocese de Itapeva (SP)

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de Itapeva (SP), apresentada por Dom José Moreira de Melo. 

O Pontífice nomeou como sucessor o Bispo Coadjutor da mesma Diocese, Dom Arnaldo Carvalheiro Neto.

A Diocese de Itapeva foi criada em 02 de março de 1968 pelo Papa Paulo VI. Ao todo, o território da diocese conta 20 municípios numa área total de 18.615 quilômetros quadrados e com uma população de cerca de 250 mil habitantes. 

inizio pagina

Cardeal Turkson: microcrédito não se torne especulação contra os pobres

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, fez uma palestra, nesta quarta-feira (19/10), em Roma, no 3º Fórum Europeu de Microfinanciamento, em andamento até a próxima sexta-feira, 21, sobre o tema “Economia social de mercado, acesso ao crédito e combate à pobreza”.

  

O purpurado reiterou a importância de um progresso mais saudável, humano, social e integral que coloque em primeiro lugar os princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja, ou seja, o bem comum, a solidariedade e subsidiariedade.
 
Retomando as palavras do Papa Francisco, o Cardeal Turkson desejou uma “economia social moderna de mercado para combater o desemprego generalizado, o crescimento das desigualdades e a degradação do meio ambiente”. Essencial é que “a pessoa humana seja o fulcro de um sistema em que todos sejam incluídos na vida econômica e social, e a criatividade seja apreciada e protegida”. 

O purpurado reiterou a importância de instrumentos como o microfinanciamento e o microcrédito que causam um “impacto econômico, mas também social e cultural”. Segundo o Cardeal Turkson, nesse contexto “a solidariedade toma o lugar de garantias pessoais ou reais”, exigidos pelo crédito normal, favorecendo “uma cultura da subsidiariedade”, dando aos mais pobres a confiança de poderem “cumprir os compromissos assumidos”, experimentando a própria dignidade como todos os outros cidadãos, participantes de um progresso social. Os pobres podem ter o papel de protagonistas nas mudanças nacionais, regionais e globais. “Não diminuam os pobres”, disse o Papa Francisco no encontro mundial com os Movimentos Populares, em julho de 2015, na Bolívia. 

Segundo o Cardeal Turkson, “seria moralmente inaceitável se esses instrumentos, que se revelaram tão importantes para a promoção da dignidade dos pobres, fossem reconduzidos para dentro da lógica da maximização do lucro que caracteriza o setor do crédito em seu conjunto”. 

“Seria dramático se diante da crise enfrentada em muitos países pelos institutos de créditos tradicionais, o microcrédito se tornasse uma oportunidade gananciosa de expandir as finanças para fins especulativos”, concluiu o Cardeal Turkson. 

(MJ)

 

inizio pagina

Cantar a Misericórdia: o Jubileu dos corais

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - De 21 a 23 de outubro, coincidindo com a memória litúrgica de São João Paulo II (22/10), se celebrará o Jubileu dos corais e dos animadores de Liturgia. 

O evento tem início na sexta-feira, com um Congresso formativo sobre o tema: “Cantar a Misericórdia”. Entre os conferencistas, estão Mons. Guido Marini, mestre das celebrações litúrgicas do Papa, e Mons. Marco Frisina, diretor do Coral da Diocese de Roma.

No sábado, os participantes estarão na Praça S. Pedro para a Audiência Jubilar com o Papa Francisco e, à tarde, todos os corais se exibirão num concerto da Sala Paulo VI dedicado a São João Paulo II e à Divina Misericórdia.

O Jubileu se concluirá no domingo com a peregrinação à Porta Santa e a celebração da missa na Basílica vaticana presidida por Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização. Na sequência, rezarão com o Pontífice a oração do Angelus na Praça S. Pedro. 

Foram convidados a participar deste evento leigos, sacerdotes, diretores de oficinas litúrgicas, diretores de corais e músicos.

A finalidade deste Jubileu é ressaltar o papel da música instrumento extraordinário de comunicação e, na Liturgia, como ápice da expressão da fé e da cultura cristãs.  

inizio pagina

Igreja no Brasil



Morre o artista sacro Cláudio Pastro

◊  

São Paulo (RV) - Faleceu na madrugada desta quarta-feira (19/10) em São Paulo o artista sacro Cláudio Pastro.

O velório será no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra (SP). O sepultamento acontecerá às 16h no cemitério do Mosteiro, precedido da Eucaristia em ação de graças.

“Rezemos ao bom Deus que acolha em sua casa este servo bom e fiel!”, declarou o Arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, Dom Darci José Nicioli, ao divulgar a notícia nas redes sociais.

“Este irmão, com quem pude ter boa amizade, serviu a Igreja no Brasil e em outras partes do mundo com seu dom extraordinário na área litúrgica. Na ressurreição, vai cantar as maravilhas de Deus eternamente”, declarou Dom Gil Antonio Moreira, responsável pelos bens culturais no Regional Leste 2 da CNBB.

Vida e obra

Cláudio Pastro nasceu em São Paulo, em 1948. Era considerado por especialistas de arte sacra como o brasileiro mais expressivo da atualidade nesta área. Grande devoto da espiritualidade beneditina, recebeu o título de oblato.

Reconhecido internacionalmente, realizou trabalhos em vários países como Itália, Alemanha, França e Espanha.

Sua refinada arte pode ser admirada em centenas de capelas, igrejas, catedrais e mosteiros espalhados pelo Brasil e no exterior, nos quais foi responsável pelos projetos arquitetônicos, pinturas, vitrais, azulejos, altares e peças litúrgicas.

Em reconhecimento por sua relevante contribuição à arte sacra, Pastro recebeu o título de Doutor Honoris Causa, em 2007, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Desde 1975, Pastro se dedicava à arte sacra, tendo cursado teoria e técnicas de arte na Abbaye Notre Dame de Tournay (França), no Museu de Arte Sacra da Catalunha (Espanha), na Academia de Belas Artes Lorenzo de Viterbo (Itália), na Abadia Beneditina de Tepeyac (México) e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo

Desde o ano de 2000, Cláudio Pastro teve incumbência de cuidar de toda a arte da Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O artista também foi o responsável pela criação de todas as peças litúrgicas que o Papa Francisco utilizou na celebração das missas realizadas em Aparecida e no Rio de Janeiro em 2013.

Entre as obras mais recentes, está o memorial a Nossa Senhora Aparecida, inaugurado pelo Papa Francisco nos Jardins do Vaticano no início de setembro.

(arqsp/rb)

 

inizio pagina

Igreja no Mundo



Espanha: oração inter-religiosa pela paz

◊  

Madri (RV) - A Família Franciscana promove, no próximo dia 30, na Basílica de São Francisco, o Grande, em Madri, Espanha, uma oração inter-religiosa pela paz. 

Segundo a Agência Sir, o evento intitulado “O nome de Deus é a paz” será realizado com a colaboração da delegação diocesana para as relações inter-religiosas e a Comunidade Romana de Santo Egídio. 

Participam do evento, o Arcebispo de Madri, Dom Carlos Osoro Sierra, que será criado cardeal em 19 de novembro próximo, o imame da mesquita central da cidade, Riay Tatary, o Rabino-chefe da Comunidade Judaica de Madri, Moshe Bendahan, o arcebispo metropolitano da Espanha e Portugal do Patriarcado de Constantinopla, Mons. Policarpo, e o pastor da Igreja evangélica Espanhola, Alfredo Abad.
 
O evento se concluirá com a assinatura do apelo pela paz, em Assis, subscrito em 20 de setembro passado, na presença do Papa Francisco.

(MJ)

inizio pagina

Patriarca Sako faz premente apelo em favor da paz e unidade no Iraque

◊  

Bagdá (RV) - O Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Raphaël I Sako, acaba de lançar um veemente apelo em favor da paz e da unidade nacional no Iraque, no momento em que prossegue uma dura ofensiva internacional, sob o comando dos EUA, para libertar Mosul e a Planície de Nínive dos militantes do autoproclamado Estado Islâmico (EI).

“Gostaria de dirigir-me, com palavras do profundo do meu coração, a todas as nossas famílias iraquianas como se fossem uma só”, escreve o Patriarca no apelo, reportado pela agência missionária AsiaNews. “Creio firmemente que todos nós, enquanto iraquianos, somos uma única família, a despeito de nossas diferentes afiliações”, ressalta.

O bem do país e da população esteja acima de tudo

Daí, a exortação a “evitar trocas recíprocas de acusações e de culpas”, de modo a “colocar a palavra fim a todas as contendas e um freio aos egoísmos e aos interesses pessoais e de parte”. Tudo em nome do bem comum do país e de toda a população que devem ser colocados “por primeiro e acima de toda e qualquer outra coisa”.

Ademais, os votos do Patriarca Sako são de que tal atitude permita “aplainar o caminho rumo a uma verdadeira reconciliação comunitária, no signo do amor, da paz e da desocupação de todas as terras ocupadas”.

É preciso a democracia respeitosa de todos

Portanto, é com “confiança e esperança” que o Patriarca caldeu pede “uma solução rápida” para a situação nacional que leve à instituição de “uma democracia genuína, respeitosa de todos de modo pacífico e civil”, porque “este é o único modo para uma plena retomada do país”.

Apelo à comunidade internacional

Dom Sako chama em causa também a comunidade internacional, à qual dirige “um premente apelo” a que “tome iniciativas concretas a fim de que o Iraque e toda região médio-oriental possam reencontrar sua segurança e sua paz”.

Por fim, o Patriarca implora a proteção divina para todo o país e a sua população. (RL)

inizio pagina

Entrevistas



Jesuíta: "Pe. Sosa, universalidade e inovação"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Em 100 países dos cinco continentes, os 16 mil jesuítas no mundo desempenham hoje seu trabalho missionário além das fronteiras das dificuldades sociais.

Ao longo da história, sua missão é colaborar na transformação da sociedade por meio da espiritualidade, da promoção social, do diálogo intercultural e inter-religioso, do serviço da fé e da promoção da justiça. 

Na última sexta-feira (14/10), os 215 delegados convocados para participar da 36ª Congregação Geral, elegeram o Padre Arturo Sosa Abascal, da Província da Venezuela, Superior Geral da Companhia de Jesus.

Pela primeira vez, o Prepósito não é europeu. Segundo o Reitor da Universidade Católica de Pernambuco, Padre Pedro Rubens Ferreira Oliveira, delegado brasileiro na Congregação, nos quatro dias de ‘murmurationes’ que precederam a eleição, este não foi um requisito. 

Ouça aqui a entrevista de Padre Pedro Rubens: 

inizio pagina

Formação



Congresso internacional analisa a pastoral vocacional

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Com a presença de quase 300 cardeais, bispos e sacerdotes de todo o mundo engajados na pastoral das vocações, abre-se nesta quarta-feira (19/10) em Roma um congresso internacional promovido pela Congregação para o Clero.

O evento, na Casa Geral dos Salesianos, será inaugurado pelo Cardeal Prefeito da Congregação, Beniamino Stella, e deverá tratar a promoção das vocações com uma abordagem analítica.

Quem nos fala é o Padre Fábio de Freitas, psicólogo e oficial da Congregação. 

“No Congresso vamos procurar observar, de modo bem direto, as realidades vocacionais que encontramos no mundo e quais são os principais desafios hoje, na hora de trabalhar o tema das vocações. Sabemos que a mudança na hora de pensar nos tempos de hoje, nos desafios: a mídia, as famílias que sofrem tanto o efeito de degradação, trazem marcas sobre a figura daquele que é o sujeito a quem Deus vai chamar; e como podemos lidar com este sujeito, de que modo se aproximar deste sujeito chamado por Deus, ou seja, procurar identificar os sinais do chamado de Deus, mas também sabendo cuidar deste sujeito que chega muitas vezes machucado, incompleto na sua própria compreensão de si em muitos aspectos. Ele vem ao encontro do orientador vocacional de certa forma ainda tentando entender um pouco mais sobre ele mesmo, e como se posicionar diante disto... quais são os principais desafios hoje, concretos, e como agir diante deles. Esta é a proposta do Congresso”.

Para ouvir a entrevista completa, clique aqui: 

(CM)

inizio pagina

LG: Uma nova relação da Igreja com o Reino de Deus e com o mundo

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar da Constituição Dogmática Lumen Gentium

Vamos continuar neste espaço dedicado ao Concílio Vaticano II a explorar um de seus mais importantes documentos, a Constituição Dogmática Lumen Gentium. No Programa de hoje, Padre Gerson Schmidt nos propõe a reflexão "Uma nova relação da Igreja com o Reino de Deus e com o mundo":

"Nos encontros anteriores falamos da dimensão cristológica e pneumática da eclesiologia da Lumen Gentium, numa clara consciência da Igreja não ser simplesmente uma associação ou agremiação humana, mas obra de Cristo, por vontade do Pai, realizada e assistida pelo Espírito Santo. Essa visão traz duas consequências. Uma, a superação de uma eclesiologia puramente jurídica; e a outra, a consciência de uma nova relação com o Reino de Deus e com o mundo. Já vimos a primeira questão de ultrapassar o jurisdicismo. O primeiro capítulo da Lumen Gentium, intitulado O mistério da Igreja, sinaliza uma Igreja trinitária, que se origina do mistério de Deus e deve testemunhá-lo ao mundo.

Vejamos hoje a segunda: uma nova relação da Igreja com o Reino de Deus e com o mundo.

A Igreja deixa de se identificar com o Reino para ser seu sinal e instrumento, seu germe e início e ter a missão de anunciá-lo e estabelecê-lo em todo o mundo (cf. Lumen Gentium, 5). Assim, a única Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele, embora fora de seu corpo se encontrem vários elementos de santificação e de verdade (cf. Lumen Gentium, 8). Aqui não se trata de um relativismo eclesiológico, como se Jesus Cristo não quisesse ter fundado a Igreja ou como se ela tivesse surgido com o processo de perda da tensão escatológica, mas de afirmar seu lugar e seu papel no mundo como subsistência da única Igreja de Jesus Cristo.

De acordo com o então Cardeal Ratzinger, quando o Concílio usa o verbo “subsistir” quer entendê-lo como um caso especial de ser, afirmando que a Igreja de Jesus Cristo, como sujeito concreto neste mundo, se encontra na Igreja Católica. E isso existe apenas uma só vez. É expressão da singularidade da Igreja Católica e não sua multiplicidade. Contudo, não se pode esquecer o drama da divisão eclesial. Embora a única Igreja subsista em um único sujeito, também fora da Igreja existem elementos de verdade e santificação, existindo verdadeiras comunidades eclesiais. Por isso, o esforço do ecumenismo caminha na direção de reabilitar a unidade perdida pelo pecado humano e a impele ao diálogo com outras tradições e expressões religiosas ¹.

Um segundo elemento se pode acrescentar na busca de identificar a eclesiologia da Lumen Gentium. A Igreja da Lumen Gentium é um Povo de Deus em busca da santidade. A imagem bíblica de Povo de Deus, preferida à imagem de Corpo de Cristo, destaca a dimensão histórica. De fato, a historicidade da Igreja vem destacada por essa imagem e sua abertura para a história humana, pois a Igreja avança em direção à casa do Pai no mundo e não fora dele. E o Vaticano II não quis ignorar o mundo de então, pelo contrário, entrar em diálogo com o mundo, como, aliás, o demonstra a Gaudium et Spes. Mas é um Povo de Deus santo, e em busca da santidade. Santo, porque Deus torna a Igreja santa, mas, ao mesmo tempo, deve realizar em sua própria vida a santidade de Deus. Por essa razão, ela é semper reformanda, de acordo com o penúltimo parágrafo do número 8 da Lumen Gentium.

Os capítulos de 3 a 7 demonstram toda uma orientação conciliar: a hierarquia, os leigos, a vocação universal à santidade, os religiosos e a dimensão escatológica da Igreja mostram o objetivo intrínseco da Igreja, o que lhe é essencial: a busca da santidade. A Igreja é chamada a se conformar com Cristo, para, assim, tornar-se instrumento de Deus no mundo. Ser sinal de Deus, clamando para que a humanidade dê espaço para Deus, a fim de que ele possa habitar no mundo e, assim, tornar-se morada de Deus".

¹ Cf. J. RATZINGER, loc. cit., p. 77.

 

inizio pagina

Cantar a misericórdia...e ouvi-la no Porta Aberta!

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A edição desta quarta-feira (19/10) do Porta Aberta é especial, dedicada ao Jubileu dos corais e dos animadores litúrgicos, que se realizará de 21 a 23 de outubro.

Inspirado pelo tema do Congresso “Cantar a misericórdia”, a redação do Programa Brasileiro selecionou quatro músicas que, na liturgia, apresentam o tema da misericórdia.

Começamos com o canto gregoriano, canto oficial da Igreja Católica. A segunda faixa é um canto famoso do repertório polifônico de Allegri, que alterna canto gregoriano com polifonia. Sobre esta composição, uma curiosidade: Mozart transcreveu de cor esta música quando a ouviu em uma de suas viagens à Itália. Ao participar da Missa da Sexta-feira Santa no Vaticano e sem autorização para acessar as partituras, o compositor a transcreveu de cabeça.

A terceira faixa é uma composição da tradição polifônica do final de 1500, de Handl-Gallus.

O tema da misericórdia também foi contemplado por músicos contemporâneos. O último trecho é do compositor Mons. Marco Frisina, intitulado “Oração na hora da misericórdia”.

Clique no link acima para ouvir o Porta Aberta.

inizio pagina