Sumario del 24/10/2016
- Papa: a Lei do Senhor não foi feita para escravizar, mas para libertar
- Papa aos jesuítas: "Em meio aos descartados, com a alegria do Evangelho!"
- Papa: rio de ódio no mundo é vencido pelo oceano da misericórdia de Deus
- Solidariedade inclusiva é tema de workshop no Vaticano
- Secretário Celam: Deus continua chamando em outros contextos
- Capuchinhos do RS lançam campanha de ajuda à Missão do Haiti
- Missões: solidariedade com as Igrejas que mais precisam
- Bispo caldeu agradece AIS por iniciativa em favor de cristãos perseguidos
- Concluído em Viena Encontro da Juventude Ecumênica da Europa
Papa: a Lei do Senhor não foi feita para escravizar, mas para libertar
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco começou a semana celebrando na segunda-feira (24/10) a Missa na capela da Casa Santa Marta.
Em sua homilia, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, em que Jesus cura uma mulher no sábado, provocando a indignação do chefe da Sinagoga porque – diz ele – foi violada a Lei do Senhor.
“Não é fácil caminhar na Lei do Senhor”, comentou o Papa, é “uma graça que devemos pedir”. Jesus o acusa de ser hipócrita, uma palavra que “repete tantas vezes aos rígidos, àqueles que têm uma atitude de rigidez em cumprir a lei”, que não têm a liberdade dos filhos, “são escravos da Lei”. Porém, “a Lei – observou – não foi feita para nos escravizar, mas para nos libertar, para nos fazer filhos”. “Por trás da rigidez, tem sempre outra coisa, sempre! E por isso Jesus diz: hipócritas!”:
“Por trás da rigidez há algo escondido na vida de uma pessoa. A rigidez não é um dom de Deus. A mansidão, sim; a bondade, sim; a benevolência, sim; o perdão, sim. Mas a rigidez não! Por trás da rigidez há sempre algo escondido, em tantos casos uma vida dupla; mas há também algo de doentio. Quanto sofrem os rígidos: quando são sinceros e se percebem isso, sofrem! Porque não conseguem ter a liberdade dos filhos de Deus; não sabem como se caminha na Lei do Senhor e não são beatos. E sofrem tanto! Parecem bons, porque seguem a Lei; mas por trás tem alguma coisa que não os torna bons: ou são maus, hipócritas ou são doentes. Sofrem!”.
O Papa Francisco recordou a parábola do filho pródigo, em que o filho mais velho, que sempre se comportou bem, se indigna com o pai porque acolhe com alegria o filho menor dissoluto, mas que regressou arrependido. Esta atitude – explicou o Papa –, mostra o que há por trás de certa bondade: “a soberba de se julgar justo”:
“Por trás deste comportar-se bem há soberba. Um filho sabia que tinha um pai e no momento mais obscuro da sua vida foi até ele; o outro via o pai somente como patrão, mas nunca o havia visto como pai. Era um rígido: caminhava na Lei com rigidez. O outro deixou a Lei de lado, foi embora sem a Lei, contra a Lei, mas a um certo ponto pensou no pai e voltou. E obteve o perdão. Não é fácil caminhar na Lei do Senhor sem cair na rigidez”.
O Papa concluiu a homilia com esta oração:
“Peçamos ao Senhor, rezemos pelos nossos irmãos e as nossas irmãs que pensam que caminhar na Lei do Senhor significa se tornar rígidos. Que o Senhor lhes faça sentir que Ele é Pai e que Ele gosta de misericórdia, de ternura, de bondade, de mansidão e de humildade. E ensine todos a caminhar na Lei do Senhor com essas atitudes”.
Papa aos jesuítas: "Em meio aos descartados, com a alegria do Evangelho!"
Cidade do Vaticano (RV) – Visita-surpresa do Papa Francisco a seus irmãos jesuítas na manhã desta segunda-feira (24/10). Às 9h, foi à Cúria Geral da Companhia de Jesus e participou da 36ª Congregação Geral e da oração com os 215 delegados de todo o mundo. O Pontífice foi acolhido pelo novo Superior-geral, o venezuelano Padre Arturo Sosa Abascal.
Alegria é sair para as periferias!
“Buscar a alegria não pode ser confundido com buscar ‘um efeito especial’: é ‘sair rumo às periferias’”, disse o Papa aos jesuítas, em discurso em espanhol, recordando também que “é dever específico da Companhia consolar o povo fiel e ajudar com o discernimento, a fim de que os inimigos da natureza humana não nos roubem a alegria: a alegria de evangelizar, a alegria da família, da Igreja, a alegria da Criação”.
“Não se pode dar uma boa notícia com a cara triste”, advertiu, acrescentando que “a alegria não é um ‘a mais’ decorativo, mas um ‘índice da graça’: indica que o amor é atrativo, operante, presente”.
Comover-se com o Senhor na Cruz
O Papa exortou, sobretudo no Jubileu do Misericórdia que está se concluindo, a “deixar-se comover pelo Senhor crucificado presente em ‘tantos irmãos que sofrem’, ‘a grande maioria da humanidade’”.
“A misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um estilo de vida que antepõe à palavra os gestos concretos que tocam a carne do próximo e se institucionalizam em obras de misericórdia”.
Portanto, “a alegria do anúncio explícito do Evangelho – mediante a pregação da fé e a prática da justiça e da misericórdia é o que leva a Companhia a sair para as periferias”.
Alegria sempre, inclusive em meio à pobreza e às humilhações
Mas – ressalvou Francisco - é preciso fazer isto sem perder a paz e com alegria. Considerados os pecados que vemos, seja em nós como pessoas, como nas estruturas que criamos, levar a Cruz implica experimentar a pobreza e as humilhações.
“Os jesuítas – concluiu – não caminham nem sozinhos nem com comodidade, mas em um percurso junto com todo o povo de Deus, tentando sempre ajudar alguém. Só assim, a Companhia pode ter o rosto, o acento e o modo de ser de todos os povos e de cada cultura”.
Padre Pedro Rubens e a universalidade da Companhia
Ainda sobre universalidade da Companhia, o jesuíta brasileiro Pe. Pedro Rubens, reitor da Universidade Católica de Pernambuco, falou à RV sobre este grande desafio de nossos tempos, no contexto da queda das vocações.
(CM)
Papa: rio de ódio no mundo é vencido pelo oceano da misericórdia de Deus
Cidade do Vaticano (RV) - "Vivemos em tempos difíceis", os de uma "guerra mundial em pedaços", mas "o rio do ódio e da violência nada pode contra o oceano de misericórdia que inunda nosso mundo."
É o que o Papa Francisco escreve no prefácio do livro “Não tenha medo de perdoar” do Pe. Luís Dri, sacerdote confessor em Buenos Aires e grande amigo de Jorge Mario Bergoglio quando era arcebispo da capital argentina. O livro, realizado em colaboração com Andrea Tornielli e Alver Metalli, foi publicado pela editora RaiEri e estará disponível nas livrarias a partir desta terça-feira, 25.
O Papa Francisco recorda de Pe. Luís Dri as longas horas passadas no confessionário em Buenos Aires, o gesto de beijar a mão dos penitentes, o escrúpulo por ter perdoado demais. Diante do Santíssimo Sacramento, Pe. Luís pedia ele mesmo perdão por ter perdoado demais e, como São Leopoldo Mandić, se dirigia a Jesus que nisso lhe deu “mau exemplo”.
“Um comportamento necessário hoje”, escreve o Papa, “porque ao penitente que entrou no confessionário “por acaso” (“mas no plano de Deus Pai nada é casual”, explica Francisco) ou como etapa final de um percurso sofrido, “é preciso fazer sentir o abraço misericordioso do nosso Deus. Um Deus que nos precede, nos espera e acolhe”.
Não é por acaso que no confessionário de Pe. Luís se encontra um quadro de Rembrandt sobre o retorno do Filho Pródigo. “A misericórdia é o amor materno visceral que se comove diante da fragilidade de sua criatura e a abraça, e a grande fidelidade do Pai que sempre apoia, perdoa e volta a colocar os seus filhos em seu caminho.”
Para Pe. Luís, a misericórdia é um ato de contestação do egoísmo, porque reconhece não "eu", mas "Outro" o princípio criador do mundo. Aceitando a misericórdia de Deus para o homem e imitando o seu comportamento, se adquire benefícios também na vida coletiva, porque “a misericórdia é um comportamento profundamente social”.
O Papa reitera que na “guerra mundial em pedações” que estamos vivendo, “todo sinal de amizade, toda mão estendida e toda reconciliação, embora não faça notícia, é destinada a trabalhar no tecido social", desde a família às relações entre os Estados. Um oceano de misericórdia contra o rio do ódio no qual se imergir e se deixar regenerar.
(MJ)
Solidariedade inclusiva é tema de workshop no Vaticano
Cidade do Vaticano (RV) – A Pontifícia Academia das Ciências promove nos dias 28 e 29 de outubro um workshop sobre “Solidariedade Inclusiva e integração dos marginalizados”.
Realizado na Casina Pio IV, nos Jardins Vaticanos, o evento reúne acadêmicas das mais renomadas universidades mundiais. O único brasileiro participante é Francisco H.G. Ferreira, do Departamento de Pesquisa Banco Mundial, que fará uma palestra sobre o tema “Combater a desigualdade para Lutar contra a Pobreza”.
Contra a globalização da indiferença, afirmou o Papa Francisco, “é necessário gerar um movimento transversal e ondular, uma ‘boa onda’, que abrace toda a sociedade de cima para baixo e vice-versa, da periferia ao centro e vice-versa, dos líderes às comunidade, e dos povos e da opinião pública até os mais altos níveis de decisão”.
Ao convocar este workshop, a Pontifícia Academia das Ciências considera que o sentimento de desolação transmitido por uma série de eventos dramáticos e casos de indigência leva a considerar com atenção o conceito de ‘inclusão social’ e a reputá-lo como um teste da efetiva seriedade das declarações de políticos e dirigentes.
Incluir significa compartilhar, participar, passar da condição de desadaptado àquela de membro ativo e integrado da sociedade. Hoje, sobretudo, o termo inclusão significa recordar que, nas últimas décadas, se registrou um forte aumento do número de pessoas que foram deixadas de lado da esfera produtiva. São, como diz o Pontífice, as pessoas descartadas pelo sistema.
Entre os temas em debate, estão políticas públicas contra a pobreza, democracia, cidadania, economia sustentável e solidariedade.
Secretário Celam: Deus continua chamando em outros contextos
Cidade do Vaticano (RV) - Concluiu-se nesta sexta-feira (21/10), no Vaticano, o Encontro Internacional da Pastoral Vocacional, promovido pela Congregação para o Clero.
Na audiência aos participantes do congresso, o Papa Francisco sublinhou que “a Pastoral Vocacional precisa de uma Igreja em movimento, capaz de ampliar seus confins, com base no grande coração misericordioso de Deus”.
O Secretário-Executivo do Departamento de Vocações e Mistérios do Celam (Conselho Episcopal Latino-americano), Pe. César Braga, participou desse encontro e conversou com a nossa emissora.
(MJ)
Capuchinhos do RS lançam campanha de ajuda à Missão do Haiti
Porto Alegre (RS) - A destruição provocada pelo furacão Matthew, que atingiu a parte Sul do Haiti no início deste mês, provocou destruição na área em que os freis Capuchinhos da Província do Rio Grande do Sul atuam em missão desde 2007. Quase 100% das instalações foram afetadas: telhados precisam ser refeitos, instalações (abastecimento de água, energia, etc) e equipamentos repostos (transformadores e conversores, entre outros). A fase, agora, é de planejamento da reconstrução – especialmente dos telhados -, mas, há carência absoluta de materiais em todo o sul do Haiti.
Além do envio de recursos para a reconstrução das instalações da missão – escolas, igrejas, postos de saúde, entre outros -, os Capuchinhos do RS, segundo informou o ministro provincial, Frei Cleonir Paulo Dalbosco, estão planejando o envio de mais freis para o Haiti, pelo período de alguns meses, para auxiliar na tarefa de reconstrução e de atendimento às necessidades de toda a população que sofreu as consequências do furacão. Estima-se que os próximos tempos serão de grande crise e fome, pois todo o ecossistema (plantações, hortas, árvores frutíferas, animais...) foi destruído; a terra foi lavada pelas fortes chuvas e houve transbordamentos de rios.
Os freis trabalham no Haiti na evangelização e desenvolvem outras obras sociais, além de auxiliar na gestão de escolas, operação de postos de saúde e implantação de poços artesianos. Atualmente, os freis gaúchos Aldir Crocoli e Sérgio Defendi, juntamente com o padre Renato Caron (da Diocese de Caçador - SC), freis naturais do próprio Haiti e irmãs que auxiliam na área da saúde estão trabalhando na Região de Les Cayes com duas paróquias - uma em St. Jean no vilarejo de Abacou, e outra em Torbeck, junto ao vilarejo Beraud – e, ainda, na Região Grand-D’Anse, na localidade de Corail, mantendo uma obra social.
Após quase duas semanas sem comunicação e informações devido à devastação de estruturas e redes feita pelo furacão, agora a comunicação foi possível através da fraternidade da capital, Porto Príncipe. Os freis que atuam no sul do Haiti estão bem e sem ferimentos, mas, como toda a população, sofrem com as consequências - prejuízos nas instalações das casas, centro de saúde, igrejas, escolas etc.
Segundo frei Aldir, em Abacou não há energia nem qualquer tipo de comunicação. Ele estima que a energia elétrica poderá demorar até um ano ou mais para retornar, pois não existe mais rede elétrica, tudo foi destruído e levado pelo vento. “Não houve mortos em Abacou e os moradores estão refazendo os telhados de suas casas ou estão morando na casa de parentes ou vizinhos. O futuro será de carestia, pois todas as plantações e lavouras foras destruídas”. Os freis dedicam-se a escutar e acompanhar as pessoas na tarefa de suportar as perdas das casas, das plantações, das árvores frutíferas e do cenário de completa devastação. Além dos perigos da cólera, doença infectocontagiosa já presente devido à falta de água potável, há falta alimentos, remédios e de materiais para reconstruir as casas.
Os freis haitianos que moram atualmente em Caxias do Sul e cursam Filosofia na UCS – freis Frantzso Pierre, de Tiburon, e Jean Daniel François, de Béraud, lamentam mais esta catástrofe que atingiu também seus familiares e amigos. Eles estimam que o povo passe um período de fome, visto que os animais foram atingidos e a agricultura destruída, devendo inclusive aumentar a imigração, movimento que ocorreu também em 2010 com o terremoto.
Para ajudar a Missão dos Capuchinhos no Haiti, está disponível a conta bancária: Banco do Brasil – Agência 1487-7 - Conta 26792-9. Doações também podem ser entregues na secretaria da Paróquia dos Capuchinhos, no bairro Rio Branco.
(Margô Segat/CM)
Missões: solidariedade com as Igrejas que mais precisam
Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja celebra neste domingo (23/10), o Dia Mundial das Missões que este ano tem como tema “Igreja missionária, testemunha de misericórdia”.
Na Audiência Geral da última quarta-feira (19/10), o Papa Francisco recordou que o Dia Mundial das Missões é uma “ocasião preciosa para refletir sobre a urgência do compromisso missionário da Igreja e de cada cristão”. “Somos chamados a evangelizar no ambiente em que vivemos e trabalhamos”, disse o Pontífice.
A missionariedade é um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja. A este propósito nos fala o Arcebispo de Maringá (PR), Dom Anuar Battisti.
(MJ)
Bispo caldeu agradece AIS por iniciativa em favor de cristãos perseguidos
Roma (RV) - “Apesar da constante difusão de informações, na Europa e em outros lugares, falta um apoio consistente em favor das minorias perseguidas e discriminadas”: foi o que disse num colóquio com a Fundação pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS) o bispo de Zakho e Amadya dos Caldeus, no Curdistão iraquiano, Dom Rabban Al-Qas. Por esse motivo, “aprecio as iniciativas da Fundação pontifícia”, acrescentou.
Em abril passado, em Roma, a “Fontana de Trevi” (um dos monumentos-símbolo da capital italiana) foi iluminada de vermelho para recordar o sangue dos cristãos perseguidos. No próximo mês de novembro também a Catedral de Westminster, em Londres, se revestirá de luz vermelha com a mesma finalidade.
“Alegro-me com a iniciativa do próximo sábado (29/10): fiquei sabendo que no edifício ‘Pirellone’ de Milão aparecerá a escrita ‘Help Christians’. Ninguém poderá ignorar uma grande inscrição luminosa no alto de um edifício numa grande cidade europeia. Os cristãos iraquianos estão contentes com isso!”, comentou Dom Al-Qas.
Inscrição 'Help Christians' denunciará perseguição anticristã
A inscrição luminosa no ‘Pirellone’ de Milão denunciará durante os trabalhos de um Simpósio internacional organizado por “Ajuda à Igreja que Sofre”, região italiana da Lombardia e a redação de “Os Olhos da Guerra”, a perseguição anticristã.
“Somos gratos a todos os organizadores: o empenho das Instituições e da mídia é fundamental. Para vencer a rede do terror e da perseguição é preciso uma rede composta por realidades internacionais como AIS, Instituições e mídia”, disse ainda o bispo de Zakho e Amadya.
“O ataque que os militares do exército do governo de Bagdá e os peshmergas curdos desfecharam em Mosul – reduto no Iraque do autodenominado Estado Islâmico – é para nós fonte de renovada esperança”, continuou o prelado.
Apesar de tudo, prevalece a esperança
“Nossas casas e nossas igrejas são mais uma vez terreno de confrontos, e isso nos aflige, mas, apesar disso, prevalece a esperança. Essa feroz organização terrorista pode sofrer uma derrota letal, e isso alimenta a esperança de que inteiras comunidades, cristãs, xiitas, yazdis, possam voltar a viver nas terras das quais foram expulsas em 2014.”
Contudo, Dom Al-Qas não se deixa iludir: “Quando Mosul for definitivamente libertada a esperança deverá confrontar-se com a realidade: novas tensões em vista de quem deverá governar uma cidade totalmente diferente da que foi deixada para trás em 2014, relações sociais dificilmente sanáveis...”
Esperança com os pés no chão
“Por exemplo, é perceptível entre as famílias cristãs em Irbil ou em Dahok a dor profunda pela traição dos vizinhos de casa, muçulmanos sunitas que, inicialmente, acolheram favoravelmente os homens do Califado. Será difícil, a curto prazo, garantir uma convivência pacífica.”
“Portanto, esperança com os pés no chão. Os iraquianos não devem iludir-se de que no dia seguinte tudo estará resolvido”, concluiu o bispo. (RL)
Concluído em Viena Encontro da Juventude Ecumênica da Europa
Viena (RV) - “Os jovens cristãos devem abraçar um testemunho ecumênico verdadeiramente compartilhado no acolhimento aos migrantes”: com esse compromisso concluiu-se em Viena, na Áustria, o encontro promovido pelo Conselho da Juventude Ecumênica da Europa (Eyce, na sigla em inglês).
Um evento, realizado de 21 a 23 de outubro, que faz parte de um percurso de formação pensado justamente para favorecer a partilha das experiências das comunidades e o cotejamento entre os projetos ecumênicos do Eyce.
Para tal, no encontro falou-se do programa “Romper os grilhões”, que há anos o Eyce tem levado adiante para denunciar as situações de pobreza e de marginalização, que nascem da violência contra a qual, também a nível juvenil, o movimento ecumênico quis se posicionar.
Cristãos podem trabalhar juntos para “romper os grilhões” da pobreza
Desse modo, também em Viena foi reiterada a necessidade da denúncia das situações concretas de pobreza, tão difusas também na Europa, para depois poder lançar propostas ecumênicas com as quais os cristãos possam trabalhar juntos para “romper os grilhões” da pobreza, buscando uma colaboração inter-religiosa e intercultural.
Passaram em resenha as iniciativas do Eyce em prol da remoção das causas da pobreza e voltadas para a assistência de muitos marginalizados, recordando que este programa nasceu do desejo de manifestar como os cristãos podem responder às responsabilidades indicadas pela leitura comum do Evangelho.
Trata-se, portanto, de encontrar nas Sagradas Escrituras o fundamento para um repensar a sociedade europeia. Seguindo uma tradição que sempre caracterizou os encontros do Eyce, no evento de Viena foi dado espaço para a troca das experiências locais a fim de favorecer um melhor conhecimento daquilo que é feito pelos grupos juvenis ecumênicos na Europa, na convicção de que a partilha das alegrias, das dificuldades e das esperanças é uma passagem fundamental na construção da unidade entre os cristãos. (RL)
Neojiba: “a música transforma a todo momento”
Rádio Vaticano (RV) – Nesta última entrevista da série que tem mostrado como a música transformou a vida de jovens de Salvador e da Bahia, conversamos com o maestro da Neojiba, Ricardo Castro.
Ele defende a criação de políticas públicas de governo para a educação, principalmente com a criação de espaços coletivos para o ensino da música – ambientes dinâmicos de transformação.
“A música transforma a todo momento. Partindo do princípio que vocês está buscando a excelência e buscando um alto nível de interpretação, essa busca é transformadora: tanto para aquele que a pratica, o músico, quanto para aquele que escuta, que está presente numa sala”.
Credibilidade
O Neojiba completa 9 anos de atividades. A última turnê que passou por Roma no início de setembro foi 6ª turnê internacional da orquestra, que é muito conceituada dentro e fora do Brasil, com uma demanda constante por apresentações.
“Graças também à nossa reputação, as últimas turnês que temos feito foram cobertas pelos produtores internacionais. Não deixa de ser – em um período de crise econômica mundial – ousado e também excepcional podermos manter essa presença internacional. Esperamos que as coisas estejam melhores nos próximos anos em termos de economia mundial, principalmente de incentivos para esta área, para que outros jovens tenham esta oportunidade de atravessar o Atlântico, de conhecer outras culturas. Não somente atravessar o Atlântico, mas também visitar a América Latina, sair do seu país, da sua cidade, para conhecer o mundo e ver tudo que é possível fazer”.
(rb)
Dubai (RV*) - Amigas e amigos, recebam uma saudação fraterna das Arábias. Hoje vou falar de um assunto, dentro do Islã, que pouca gente conhece, e, se conhece, talvez, não seja de forma correta. São os gênios, que em árabe, se usa a palavra “jins.” Contudo, é preciso ter em mente que o sentido de gênios é totalmente diferente daquele encontrado no dicionário. São seres diabólicos.
O Alcorão diz que o homem foi criado com barro modelável; antes dele, foram criados os gênios com fogo puríssimo, isto é, sem fumaça e habitam um mundo paralelo.
No Islã, os gênios são criaturas de Deus, com livre arbítrio (ao contrário dos anjos) e são invisíveis aos olhos humanos. Entretanto, possuem família, filhos, têm vida como qualquer um de nós, mas com expectativa de vida bem mais longa do que a nossa. Como os seres humanos, eles prestarão contas a Deus, no dia do juízo e irão para o inferno ou paraíso.
Os gênios têm a prerrogativa de serem muçulmanos e não muçulmanos. Entretanto, devido à sua natureza irascível, a maioria deles não é muçulmana. Todos esses gênios não muçulmanos formam uma parte do exército do gênio mais famoso, Satanás, que desobedeceu a Deus, negando-lhe adoração por julgar-se mais importante do que Ele. Contudo, existem os gênios que se tornam muçulmanos ao encantarem-se com a recitação do Alcorão.
Os gênios podem ser classificados como demônios que se distinguem da humanidade pelos seus poderes e habilidades. Um dos poderes dos gênios é o de serem capazes de assumir a forma física do que desejarem. Assim, podem aparecer como humanos, animais, árvores e qualquer outra coisa.
É preciso ter cuidado com os gênios porque eles nos veem e nós não os vemos. Têm a habilidade de possuir e controlar as mentes e corpos de outras criaturas. Um gênio malicioso e perverso pode apossar-se de um ser humano ou outros seres. Depois que um gênio tomou conta de uma pessoa, ele só a abandonará com a recitação do Alcorão.
Para que os gênios não nos prejudiquem é preciso obter proteção contra eles. O método é o buscar refúgio em Allah (Deus), antes de executar qualquer atividade. Dizer o nome de Allah, antes de entrar em casa, antes de comer ou beber, de se banhar e vestir previne que o gênio prejudique uma pessoa.
Cada cultura ou religião tem suas explicações para entender a tensão entre o bem e o mal e o que o inspira. A pessoa sábia é aquela que se protege antes que os males cheguem-se a ela.
Por isso, vale seguir o conselho: “Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo” (Efésios,6,11).
*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.
Católicos no mundo são quase 1 bilhão e 300 milhões
Roma (RV) - Por ocasião do Dia Mundial das Missões, celebrado neste domingo, 23, a agência Fides apresentou, como faz todos os anos, algumas estatísticas a fim de oferecer uma imagem panorâmica da Igreja no mundo. Os dados são tirados do último "Anuário Estatístico da Igreja" (atualizado em 31 de dezembro de 2014) e referem-se aos membros da Igreja, às suas estruturas pastorais, às atividades no campo da saúde, educação e assistência. Entre parênteses indica a variação, aumento (+) ou diminuição (-) em relação ao ano precedente, de acordo com a comparação feita pela agência Fides.
População mundial ultrapassa 7 bilhões
Em 31 de dezembro de 2014, a população mundial era de 7.160.739.000 pessoas, um aumento de 66.941.000 unidades, em comparação com o ano anterior. O aumento global também se refere este ano a todos os continentes, exceto a Europa: os maiores aumentos, mais uma vez, estão na Ásia (+37.349.000) e África (+23.000.000), seguidos pela América (+8.657.000) e Oceania (649.000). Diminui a Europa (-2.714.000).
Católicos em todo o mundo são 1.272.281.000
Também em 31 de dezembro de 2014 o número de católicos era de 1.272.281.000, com um aumento global de 18.355.000 milhões de pessoas, menor do que o registrado no ano anterior. O aumento diz respeito a todos os continentes, exceto a Europa: África (+8.535.000) e América (+6.642.000), seguido pela Ásia (+3.027.000) e Oceania (+208.000). Diminui a Europa (-57.000). A percentagem de católicos aumentou em 0,09%, fixando-se em 17,77%. Por continente, houve aumentos na África (+0,38), América (+0,12), Ásia (0,05), Europa (+0,14) e Oceania (+0,09).
Habitantes e católicos por sacerdote
O número de habitantes por sacerdote aumentou também neste ano, um total de 130 unidades, atingindo a cota de 13.882. A repartição por continente mostra, como nos anos anteriores, o aumento na América (+79), Europa (+41) e Oceania (+289); diminuição na África (-125) e na Ásia (-1.100). O número de católicos por sacerdote no mundo aumentou complexivamente em 41 unidades, para um total de 3.060. Há aumentos na África (+73), América (+59), Europa (+22) e Oceania (+83). Diminuição na Ásia (-27).
Circunscrições eclesiásticas
As circunscrições eclesiásticas são 9 a mais do que no ano anterior, chegando a 2.998, com novas circunscrições criadas na África (+1), América (+3), Ásia (+3) e na Europa (+2). A Oceania não teve mudanças.
Os bispos são mais de 5.000
O número total de bispos no mundo aumentou em 64 unidades, chegando a 5.237. Também este ano aumentaram, seja os bispos diocesanos, seja os religiosos. Os Bispos diocesanos são 3.992 (+47); Bispos religiosos são 1.245 (+17). O aumento dos Bispos diocesanos diz respeito a todos os continentes, exceto Oceania (-1): América (+20), Ásia (+9), África (+1) e Europa (+18). Bispos religiosos aumentam em todos os lugares: África (+5), América (+2), Ásia (+3), Europa (+6), Oceania (+1).
Aumenta número de sacerdotes
O número total de sacerdotes no mundo aumentou em 444 unidades em relação ao ano anterior, chegando a 415.792. Assinala uma diminuição substancial mais uma vez a Europa (-2.564) e, em menor medida, a América (-123) e Oceania (-86); os aumentos foram registados na África (+1.089) e Ásia (+2.128). Os sacerdotes diocesanos no mundo aumentaram em 765 unidades, chegando a um total de 281.297, com aumentos na África (+1.023), América (+810) e Ásia (+848). A diminuição, também neste ano, verificou-se na Europa (-1.914), e Oceania (-2). Os sacerdotes religiosos diminuíram no total de 321 unidades e são 134.495. Consolidando a tendência dos últimos anos, crescendo na África (+66) e na Ásia (+1.280), enquanto as diminuições afetam a América (-933), Europa (-650) e Oceania (-84).
Diminuem as religiosas
Os religiosos não sacerdotes diminuíram pelo segundo ano consecutivo, em contraste com os anos precedentes, de 694 unidades, alcançando o número de 54.559. Os aumentos foram registrados na África (+331) e Ásia (+66), enquanto diminuem na América (-362), Europa (-653) e Oceania (-76). Também este ano se confirma a tendência à diminuição global das religiosas, este ano ainda mais do que no ano anterior, de 10.846 unidades. O total hoje é de 682.729. Os aumentos são, mais uma vez, na África (+725) e Ásia (+604), as reduções na América (-4.242), Europa (-7.733) e Oceania (-200).
(SP)