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Sumario del 25/10/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: Reino de Deus cresce com a docilidade, não com organogramas

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Cidade do Vaticano (RV) – Para que o Reino de Deus cresça, o Senhor requer a todos a docilidade. Esta foi a exortação que o Papa Francisco dirigiu aos fiéis na Missa matutina (25/10) na Casa Santa Marta. 

Bem-aventurados aqueles que “caminham na Lei do Senhor”. O Papa iniciou a sua homilia destacando que a Lei não é somente para estudá-la, mas para “caminhá-la”. E acrescentou que a Lei “é para a vida, é para ajudar a fazer o Reino, a fazer a vida”. Hoje, disse ainda Francisco, o Senhor “nos diz que também o Reino está em caminho”:

“O que é o Reino de Deus? Eh, talvez o Reino de Deus seja uma estrutura bem feita, tudo em ordem, organogramas bem feitos, tudo.... e aquilo que não entra ali, não é o Reino de Deus. Não. Com o Reino de Deus acontece o mesmo que pode acontecer com a Lei: o ‘imobilismo’, a rigidez … A lei é para caminhá-la, o Reino de Deus está em caminho. Não é estático. E mais: o Reino de Deus ‘se faz’ todos os dias’”.

Jesus, retomou o Papa, fala em suas parábolas de “coisas da vida cotidiana”: o fermento que “não permanece fermento”, porque, no final, “se mistura com a farinha”, está portanto “em caminho e faz o pão”. E depois a semente que “não permanece semente” porque “morre e dá vida à árvore”. “Fermento e semente – observou Francisco – estão em caminho para fazer algo”, mas para fazer isto, “morrem”. “Não é um problema de pequenez, de pouca ou grande coisa. É um problema – destacou o Pontífice – de caminho, e no caminho acontece a transformação”.

Devemos ser dóceis ao Espírito Santo

Alguém que vê a Lei e não caminha, advertiu, tem uma atitude fixa, “uma atitude de rigidez”: 

“Qual é o comportamento que o Senhor nos pede para que o Reino de Deus cresça e seja pão para todos e habitação, também, para todos? A docilidade. O Reino de Deus cresce com a docilidade à força do Espírito Santo. A farinha deixa de ser farinha e se torna pão, porque é dócil à força do fermento, e o fermento se deixa amassar com a farinha... não sei, a farinha não tem sentimentos, mas deste deixar-se amassar se pode pensar que há algum sofrimento ali, não? E depois, se deixa assar. Mas, também o Reino... mas o Reino cresce assim, e ao final é alimento para todos”.

“A farinha é dócil ao fermento”, cresce e o Reino de Deus “é assim”. “O homem e a mulher dóceis ao Espírito Santo – afirmou o Papa – crescem e são dom para todos. Também a semente é dócil para ser fértil, e perde a sua entidade de semente e se torna outra coisa, muito maior: se transforma”. Assim é o Reino de Deus: “em caminho”. Em caminho “rumo à esperança”, “em caminho em direção à plenitude”.

Rigidez

O Reino de Deus, disse ainda, “se faz todos os dias, com a docilidade ao Espírito Santo, que é aquele que une o nosso pequeno fermento ou a pequena semente à força, e o transforma para fazer crescer”. Se, ao invés, não caminhamos, nos tornamos rígidos e “a rigidez nos faz órfãos, sem Pai”:

“O rígido tem somente patrões, não um pai. O Reino de Deus é como uma mãe que cresce e fecunda, doa a si mesma para que os filhos tenham comida e teto, de acordo com o exemplo do Senhor. Hoje é um dia para pedir a graça e a docilidade ao Espírito Santo. Muitas vezes somos dóceis aos nossos caprichos, aos nossos juízos. ‘Mas, eu faço o que quero...’...Assim o Reino não cresce, tampouco nós. Será a docilidade ao Espírito Santo que nos fará crescer e transformar como o fermento e a semente. Que o Senhor nos dê a todos a graça desta docilidade”.

(bf/rb)

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Doutrina da Fé publica Instrução sobre sepultura e cremação

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Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se na Sala de Imprensa da Santa Sé, nesta terça-feira (25/10), a coletiva de apresentação da Instrução ‘Ad resurgendum cum Christo’ da Congregação para a Doutrina da Fé a propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas no caso de cremação. 

Participaram da coletiva o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, o Secretário da Comissão Teológica Internacional, Pe. Serge-Thomas Bonino, e o consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, Mons. Angel Rodríguez Luño. 

Segundo o documento, “a prática da cremação difundiu-se bastante em muitas Nações e, ao mesmo tempo, difundem-se também novas ideias contrastantes com a fé da Igreja”. 

Código de Direito Canônico

A norma eclesiástica vigente em matéria de cremação de cadáveres é regulada pelo Código de Direito Canônico: “A Igreja recomenda vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar os corpos dos defuntos; mas não proíbe a cremação, a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã.”

“É preciso sublinhar que, não obstante esta norma, a prática da cremação se difundiu muito no âmbito da Igreja Católica. Em relação à prática de conservação das cinzas, não existe uma específica norma canônica. Por isso, algumas Conferências Episcopais se dirigiram à Congregação para a Doutrina da Fé levantando questões acerca da prática de conservar a urna cinerária em casa ou em lugares diferentes do cemitério, e sobretudo de espalhar as cinzas na natureza”, disse o Cardeal Müller na coletiva. 

“Seguindo a antiga tradição cristã, a Igreja recomenda insistentemente que os corpos dos defuntos sejam sepultados no cemitério ou num lugar sagrado.  Ao lembrar a morte, sepultura e ressurreição do Senhor, mistério à luz do qual se manifesta o sentido cristão da morte, a inumação é a forma mais idônea para exprimir a fé e a esperança na ressurreição corporal. A sepultura nos cemitérios ou noutros lugares sagrados responde adequadamente à piedade e ao respeito devido aos corpos dos fiéis defuntos. Enterrando os corpos dos fiéis defuntos, a Igreja confirma a fé na ressurreição da carne e se separa de comportamentos e ritos que envolvem concepções errôneas sobre a morte: seja o aniquilamento definitivo da pessoa; seja o momento da sua fusão com a Mãe natureza ou com o universo; seja como uma etapa no processo da reencarnação; seja ainda, como a libertação definitiva da “prisão” do corpo.”

Conservação as cinzas

“Quaisquer que sejam as motivações legítimas que levaram à escolha da cremação do cadáver, as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim determinado pela autoridade eclesiástica.”

Segundo o documento, “a conservação das cinzas em casa não é consentida. Somente em casos de circunstâncias graves e excepcionais, o Ordinário, de acordo com a Conferência Episcopal ou o Sínodo dos Bispos das Igrejas Orientais, poderá autorizar a conservação das cinzas em casa. As cinzas, no entanto, não podem ser divididas entre os vários núcleos familiares e deve ser sempre assegurado o respeito e as adequadas condições de conservação das mesmas.

Para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista, não é permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou, ainda, em qualquer outro lugar. Exclui-se, ainda a conservação das cinzas cremadas sob a forma de recordação comemorativa em peças de joalharia ou em outros objetos.

“Espera-se que esta nova Instrução possa fazer com que os fiéis cristãos tenham mais consciência de sua dignidade de filhos de Deus. Estamos diante de um novo desafio para evangelização da morte”, concluiu o Cardeal Müller. (MJ)

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A seguir, a íntegra do documento.

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

Instrução Ad resurgendum cum Christo
a propósito da sepultura dos defuntos
e da conservação das cinzas da cremação

1. Para ressuscitar com Cristo, é necessário morrer com Cristo, isto é, “exilarmo-nos do corpo para irmos habitar junto do Senhor” (2 Cor 5, 8). Com a Instrução Piam et constantem, de 5 de Julho de 1963, o então chamado Santo Ofício, estabeleceu que “seja fielmente conservado o costume de enterrar os cadáveres dos fiéis”, acrescentando, ainda, que a cremação não é “em si mesma contrária à religião cristã”. Mais ainda, afirmava que não devem ser negados os sacramentos e as exéquias àqueles que pediram para ser cremados, na condição de que tal escolha não seja querida “como a negação dos dogmas cristãos, ou num espírito sectário, ou ainda, por ódio contra a religião católica e à Igreja”.  Esta mudança da disciplina eclesiástica foi consignada no Código de Direito Canônico (1983) e no Código dos Cânones da Igreja Oriental (1990).

Entretanto, a prática da cremação difundiu-se bastante em muitas Nações e, ao mesmo tempo, difundem-se, também, novas ideias contrastantes com a fé da Igreja. Depois de a seu tempo se ter ouvido a Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, o Pontifício Conselho para os Textos Legislativos e numerosas Conferências Episcopais e Sinodais dos bispos das Igrejas Orientais, a Congregação para a Doutrina da Fé considerou oportuno publicar uma nova Instrução, a fim de repôr as razões doutrinais e pastorais da preferência a dar à sepultura dos corpos e, ao mesmo tempo, dar normas sobre o que diz respeito à conservação das cinzas no caso da cremação.

2. A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da fé cristã, anunciada come parte fundamental do Mistério pascal desde as origens do cristianismo: “Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze” (1 Cor 15, 3-5).

Pela sua morte e ressurreição, Cristo libertou-nos do pecado e deu-nos uma vida nova: “como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós vivemos uma vida nova” (Rom 6, 4). Por outro lado, Cristo ressuscitado é princípio e fonte da nossa ressurreição futura: “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram….; do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo todos serão restituídos à vida” (1 Cor 15, 20-22).

Se é verdade que Cristo nos ressuscitará “no último dia”, é também verdade que, de certa forma já ressuscitamos com Cristo. De facto, pelo Batismo, estamos imersos na morte e ressurreição de Cristo e sacramentalmente assimilados a Ele: “Sepultados com Ele no batismo, também com Ele fostes ressuscitados pela fé que tivestes no poder de Deus, que O ressuscitou dos mortos” (Col 2, 12). Unidos a Cristo pelo Batismo, participamos já, realmente, na vida de Cristo ressuscitado (cf. Ef 2, 6).

Graças a Cristo, a morte cristã tem um significado positivo. A liturgia da Igreja reza: “Para os que creem em vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma; e, desfeita a morada deste exílio terrestre, adquirimos no céu uma habitação eterna”.  Na morte, o espírito separa-se do corpo, mas na ressurreição Deus torna a dar vida incorruptível ao nosso corpo transformado, reunindo-o, de novo, ao nosso espirito. Também nos nossos dias a Igreja é chamada a anunciar a fé na ressurreição: “A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos: acreditando nisso somos o que professamos”. 

3. Seguindo a antiga tradição cristã, a Igreja recomenda insistentemente que os corpos dos defuntos sejam sepultados no cemitério ou num lugar sagrado. 

Ao lembrar a morte, sepultura e ressurreição do Senhor, mistério à luz do qual se manifesta o sentido cristão da morte,  a inumação é, antes de mais, a forma mais idônea para exprimir a fé e a esperança na ressurreição corporal. 

A Igreja, que como Mãe acompanhou o cristão durante a sua peregrinação terrena, oferece ao Pai, em Cristo, o filho da sua graça e entrega à terra os restos mortais na esperança de que ressuscitará para a glória.

Enterrando os corpos dos fiéis defuntos, a Igreja confirma a fé na ressurreição da carne,  e deseja colocar em relevo a grande dignidade do corpo humano como parte integrante da pessoa da qual o corpo partilha a história.  Não pode, por isso, permitir comportamentos e ritos que envolvam concepções errôneas sobre a morte: seja o aniquilamento definitivo da pessoa; seja o momento da sua fusão com a Mãe natureza ou com o universo; seja como uma etapa no processo da reincarnação; seja ainda, como a libertação definitiva da “prisão” do corpo.

Por outro lado, a sepultura nos cemitérios ou noutros lugares sagrados responde adequadamente à piedade e ao respeito devido aos corpos dos fiéis defuntos, que, mediante o Batismo, se tornaram templo do Espirito Santo e dos quais, “como instrumentos e vasos, se serviu santamente o Espirito Santo para realizar tantas boas obras”.

O justo Tobias é elogiado pelos méritos alcançados junto de Deus por ter enterrado os mortos,  e a Igreja considera a sepultura dos mortos como uma obra de misericórdia corporal.  

Ainda mais, a sepultura dos corpos dos fiéis defuntos nos cemitérios ou noutros lugares sagrados favorece a memória e a oração pelos defuntos da parte dos seus familiares e de toda a comunidade cristã, assim como a veneração dos mártires e dos santos.

Mediante a sepultura dos corpos nos cemitérios, nas igrejas ou em lugares específicos para tal, a tradição cristã conservou a comunhão entre os vivos e os mortos e opõe-se à tendência a esconder ou privatizar o acontecimento da morte e o significado que ela tem para os cristãos.     

4. Onde por razões de tipo higiênico, econômico ou social se escolhe a cremação; escolha que não deve ser contrária à vontade explícita ou razoavelmente presumível do fiel defunto, a Igreja não vê razões doutrinais para impedir tal práxis; uma vez que a cremação do cadáver não toca o espírito e não impede à omnipotência divina de ressuscitar o corpo. Por isso, tal facto, não implica uma razão objectiva que negue a doutrina cristã sobre a imortalidade da alma e da ressurreição dos corpos.  

A Igreja continua a preferir a sepultura dos corpos uma vez que assim se evidencia uma estima maior pelos defuntos; todavia, a cremação não é proibida, “a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã”. 

Na ausência de motivações contrárias à doutrina cristã, a Igreja, depois da celebração das exéquias, acompanha a escolha da cremação seguindo as respectivas indicações litúrgicas e pastorais, evitando qualquer tipo de escândalo ou de indiferentismo religioso.

5. Quaisquer que sejam as motivações legítimas que levaram à escolha da cremação do cadáver, as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim determinado pela autoridade eclesiástica. 

Desde o início os cristãos desejaram que os seus defuntos fossem objecto de orações e de memória por parte da comunidade cristã. Os seus túmulos tornaram-se lugares de oração, de memória e de reflexão. Os fiéis defuntos fazem parte da Igreja, que crê na comunhão “dos que peregrinam na terra, dos defuntos que estão levando a cabo a sua purificação e dos bem-aventurados do céu: formam todos uma só Igreja”. 

A conservação das cinzas num lugar sagrado pode contribuir para que não se corra o risco de afastar os defuntos da oração e da recordação dos parentes e da comunidade cristã. Por outro lado, deste modo, se evita a possibilidade de esquecimento ou falta de respeito que podem acontecer, sobretudo depois de passar a primeira geração, ou então cair em práticas inconvenientes ou supersticiosas. 

6. Pelos motivos mencionados, a conservação das cinzas em casa não é consentida. Em casos de circunstâncias gravosas e excepcionais, dependendo das condições culturais de carácter local, o Ordinário, de acordo com a Conferência Episcopal ou o Sínodo dos Bispos das Igrejas Orientais, poderá autorizar a conservação das cinzas em casa. As cinzas, no entanto, não podem ser dividias entre os vários núcleos familiares e deve ser sempre assegurado o respeito e as adequadas condições de conservação das mesmas 

7. Para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista, não seja permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou, ainda, em qualquer outro lugar. Exclui-se, ainda a conservação das cinzas cremadas sob a forma de recordação comemorativa em peças de joalharia ou em outros objetos, tendo presente que para tal modo de proceder não podem ser adotadas razões de ordem higiênica, social ou econômica a motivar a escolha da cremação.

8. No caso do defunto ter claramente manifestado o desejo da cremação e a dispersão das mesmas na natureza por razões contrárias à fé cristã, devem ser negadas as exéquias, segundo o direito.  

O Sumo Pontífice Francisco, na Audiência concedida ao abaixo-assinado, Cardeal Prefeito, em 18 de Março de 2016, aprovou a presente Instrução, decidida na Sessão Ordinária desta Congregação em 2 de Março de 2016, e ordenou a sua publicação.

Roma, Congregação para a Doutrina da Fé, 15 de Agosto de 2016, Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria.

Gerhard Card. Müller
Prefeito

Luis F. Ladaria, S.I.

Arcebispo titular de Thibica Secretário

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Papa recebe Maduro: aliviar o sofrimento do povo

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência no Vaticano, no início da noite de segunda-feira (24/10), o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. 

De acordo com um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, o encontro, de caráter privado, se realizou no “âmbito da preocupante situação de crise política, social e econômica que o país está atravessando e que se repercute duramente na vida cotidiana de toda a população”.

“Deste modo – prossegue a nota  –, o Papa, que se preocupa com o bem de todos os venezuelanos, quis continuar oferecendo a sua contribuição a favor da estabilidade institucional do país e de tudo o que possa contribuir para resolver as questões em aberto e criar confiança entre as partes”.

Diálogo

Francisco convidou Maduro a “empreender com coragem o caminho do diálogo sincero e construtivo, para aliviar o sofrimento do povo, dos pobres em primeiro lugar, e promover um clima de renovada coesão social que permita olhar para o futuro da nação com esperança”.

A audiência foi anunciada poucos minutos da sua realização pelo Presidente Maduro, em um tuíte, e antecede um encontro entre representantes do Governo e da oposição, marcado para 30 de outubro, na ilha de Margarita (Venezuela), com a mediação da Santa Sé.

O Vaticano nomeou como seu mediador no processo de diálogo na Venezuela o Núncio Apostólico na Argentina, Dom Emil Paul Tscherrig.

O diplomata vaticano disse à imprensa que o objetivo do encontro do próximo dia 30 de outubro é procurar criar “um clima de confiança, superação da discórdia e a promoção de um mecanismo que garanta a convivência pacífica” entre governo e opositores.

A crise política no país sul-americano agravou-se nos últimos dias, depois que o Conselho Nacional Eleitoral bloqueou a realização de um referendo sobre a continuidade de Maduro na presidência.

A crise política na Venezuela soma-se a uma crise econômica, com dificuldades no acesso a alimentos, medicamentos e artigos de higiene.

O último encontro entre o Papa Francisco e Maduro se realizou em junho de 2013.

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Grupo Santa Marta intensifica cooperação contra tráfico de pessoas

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Cidade do Vaticano (RV) - Chefes de polícia, bispos, religiosas e representantes da sociedade civil que compõem o Grupo Santa Marta se reúnem esta semana (26-27 de outubro), no Vaticano, para compartilhar e incentivar as melhores práticas na luta contra o tráfico de seres humanos. 

O Grupo Santa Marta apresentará um relatório ao Papa Francisco com o progresso que tem sido feito desde o acordo assinado há dois anos, em que cada um dos 24 chefes de polícia se empenhava em desenvolver parcerias com a Igreja e com a sociedade civil para levar à Justiça os responsáveis pelo crime do tráfico e para aliviar o sofrimento das vítimas.

A audiência com o Pontífice está marcada para o dia 27 de outubro.

O encontro deste ano irá incluir um pedido a todas as Conferências Episcopais para que nomeiem um bispo que acompanhe o problema do tráfico humano em seu país, seja junto às autoridades civis e políticas, seja junto à própria Igreja.

Entre os participantes, estão três sobreviventes do tráfico de seres humanos. Do Brasil, participa a Ir. Rosita Milesi, Diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH). De Moçambique, estará presente a scalabriniana brasileira Marinês Biasibetti.

Lançado em 2014 pelo Papa Francisco e liderado pelo Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster, o Grupo surgiu de uma parceria única estabelecida em 2012 entre a Conferência Episcopal da Inglaterra e País de Gales e da unidade de tráfico humano da Polícia Metropolitana de Londres.

(bf)

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Ditadura Argentina: Vaticano e bispos abrem arquivos a familiares das vítimas

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Cidade do Vaticano (RV) - A Comissão Executiva da Conferência Episcopal Argentina se reuniu, no último sábado (15/10), no Vaticano, com o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, com o Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, e alguns oficiais da Secretaria de Estado, para uma avaliação sobre os trabalhos de catalogação e digitalização do material de arquivo do período da Ditadura Militar (1976-1983), conservado nos arquivos da Conferência Episcopal Argentina, da Secretaria de Estado e da Nunciatura Apostólica, em Buenos Aires.  

Uma declaração conjunta da Conferência Episcopal Argentina e da Secretaria de Estado informa que foi terminado o processo de organização e digitalização do "material de arquivo do período da Ditadura Militar". Um processo que foi “executado conforme as decisões e indicações do Santo Padre e representa o prosseguimento de um trabalho iniciado anos atrás pela Conferência Episcopal Argentina”. 

“Com base num protocolo a ser estabelecido em breve, o material poderá ser consultado pelas vítimas e os familiares dos desaparecidos e prisioneiros e, nos casos de religiosos ou eclesiásticos, pelos seus superiores maiores”, prossegue a nota.

O comunicado sublinha que “este trabalho foi desempenhado tendo em vista o serviço à verdade, à justiça e à paz, continuando o diálogo aberto com a cultura do encontro”. “O Papa Francisco e o episcopado argentino confiam a Pátria à proteção misericordiosa de Nossa Senhora de Luján, confiantes na intercessão do amado São José Gabriel del Rosário Brochero”, conclui o comunicado conjunto.

A Comissão Executiva da Conferência Episcopal Argentina é formada pelo Arcebispo de Santa Fe de la Vera Cruz, Dom José María Arancedo, presidente do organismo, pelo Arcebispo de Buenos Aires e Primaz da Argentina, Cardeal Mario Aurelio Poli, vice-presidente, pelo Arcebispo de Salta, Dom Mario Antonio Cargnello, segundo vice-presidente, e pelo Bispo de Chascomus, Dom Carlos Humberto Malfa, secretário-geral. 

(MJ)

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Vaticano felicita hinduístas pelo Festival das Luzes

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Rádio Vaticano (RV) – O tema central da mensagem do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso aos hinduístas por ocasião do Deepavali é a “promoção da esperança entre as famílias”. 

Os hinduístas se preparam para celebrar o Diwali no próximo dia 30 de outubro.  Conhecido como Festival das Luzes, o significado espiritual desta que é uma das maiores festividades hindus, é a vitória da luz sobre as trevas, do bem sobre o mal, da sabedoria sobre a ignorância. A festividade também é observada por sikistas, budistas e jainistas. 

“É na família que os filhos, guiados pelo nobre exemplo dos pais e dos avós, são formados aos valores que os ajudarão a se desenvolver como seres humanos bons e responsáveis”, lê-se na mensagem assinada pelo Cardeal Jean-Louis Tauran.

Esperança

“A educação à esperança encoraja os jovens a se colocaram à disposição dos necessitados, em caridade e serviço, tornando-se uma luz para aqueles que estão na obscuridade”, prossegue o texto.

Para concluir, uma exortação:

“Como cristãos e hinduístas, unamo-nos a todas as pessoas de boa vontade para defender o matrimônio e a vida familiar, guiando as famílias a serem escolas de esperança. Levemos a luz da esperança a todos os cantos da terra, oferecendo consolação e força a todos os necessitados”.

(rb)

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Bento XVI e Francisco. Sucessores de Pedro a serviço da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Ludwig Müller, acaba de publicar seu novo livro “Bento XVI e Francisco. Sucessores de Pedro a serviço da Igreja”.

O purpurado alemão detém-se, em particular, sobre a figura dos dois Pontífices, sobre a reforma da Cúria Romana, sobre a teologia de Joseph Ratzinger e, ainda, sobre a “Igreja pobre e para os pobres” do Papa Francisco.

Em entrevista concedida à Rádio Vaticano, o Card. Müller explicitou os temas tratados no livro. Eis o que disse:

Card. Müller:- “Todos os dois são Sucessores de São Pedro! E é importante ver isso propriamente segundo a nossa teologia: o Papa não é diretamente o sucessor do Papa precedente, mas todo Papa é o Sucessor de São Pedro e, por conseguinte, representa essa grande missão que Jesus Cristo confiou a ele. Por isso, cada Papa, em sua pessoa, é instruído pelo próprio Jesus Cristo.”

RV: A seu ver, qual foi o impulso que Bento XVI deu a nossa fé em Cristo? Em que, sobretudo, se caracterizou o Pontificado do Papa Ratzinger?

Card. Müller:- “O Papa Bento XVI escreveu este livro sobre Jesus de Nazaré e – como sabemos – essa era a confissão, era a profissão de fé de São Pedro. Muita gente dizia que Jesus era um profeta. Pedro, na pessoa da Igreja, graças a uma revelação do Pai Celeste, disse: ‘Tu és o Cristo, o Messias’. Esse é o núcleo da missão petrina! Esse livro não é somente um trabalho privado: professores escreveram sobre vários temas da teologia, da filosofia... Esse é quase o núcleo do Primado, porque precisamos de um Primado somente para isso, para unir todos os fiéis na mesma fé. A fé não é uma soma de convicções, de ideias. O centro da fé é a pessoa de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.”

RV: Um dos capítulos do seu livro é dedicado à “Igreja pobre e para os pobres”, à opção preferencial pelos pobres. Por que esse tema, que o Papa Francisco introduziu em seu Pontificado, imediatamente impressionou e continua surpreendendo tanto, inclusive os não católicos?

Card. Müller:- “Esta expressão ‘opção preferencial pelos pobres’ não é exclusiva, mas preferencial pelos pobres e pelos jovens, como se diz originalmente: essa expressão tem suas raízes no Concílio Vaticano II, na Gaudium et spes e também na Doutrina Social da Igreja. É claro, não caiu do céu como uma estrela, mas vem do núcleo, do centro da missão da Igreja. Certamente, os bispos, os sacerdotes, os leigos da América Latina têm essa preferência porque esses temas são urgentes, mais urgentes do que em nossos países europeus ou nos EUA. O Papa Francisco sempre diz: ‘Aquilo que nós – a Igreja – podemos dar aos pobres é, sobretudo, o Evangelho’, essa nova notícia, que Jesus morreu e ressuscitou por todos os homens. Por conseguinte, devemos também ocupar-nos da promoção integral e do desenvolvimento de todos os homens: todos têm o direito fundamental de participar dos bens materiais, culturais, sociais da humanidade. O Papa Francisco abriu-nos novamente a isso, fazendo-nos ver isso direta e concretamente. Esse é o grande desafio que existe no mundo inteiro. Penso que por isso o Papa Francisco tem uma grande reputação e dá um grande impulso não somente à Igreja, mas também à humanidade. Essa é a sua importância e o seu papel no mundo de hoje.”

RV: O último capítulo do livro oferece uma abordagem sobre critérios teológicos para a reforma da Igreja e da Cúria Romana. No contexto dessa sua abordagem, como se situa o processo de reforma empreendido pelo Papa Francisco desde o início de seu Pontificado?

Card. Müller:- “Há muito tempo todo mundo fala de uma reforma da Cúria Romana ou da Igreja, mas é preciso distinguir uma reforma de um ente humano: trata-se aí da Igreja, e da Igreja fundada por Jesus Cristo, e, portanto, uma obra, um opus de Deus. E não somos capazes de reformar a Igreja, como se fosse quase um objeto em nossas mãos. Quando se fala da Cúria Romana deve-se ver, por primeiro, de que se trata. A Cúria Romana não é um aparato burocrático que administra a Igreja; esse é um pensamento por demais mundano! Trata-se, em primeiro lugar, de uma reforma espiritual onde a espiritualidade impele e motiva todos os participantes ao trabalho da Cúria Romana. A reforma da Cúria: muita gente, os jornalistas falam, particularmente, sobre a reforma no sentido de uma nova organização exterior, mas isso é de importância secundária. A reforma mais importante é a do espírito enquanto espírito de serviço, espírito de acolhimento. Nesse sentido, precisamos de uma reforma da Cúria. O próprio Papa falou não somente da reforma da Cúria, mas também da reforma da Igreja inteira, de todos os ordinariatos, vacariatos, das várias dioceses... É importante que haja um novo espírito não somente na burocracia e na administração. Como os membros da Cúria se consideram? Consideram-se empregados de uma organização ou são os representantes da Igreja que é o Corpo de Cristo, o templo do Espírito Santo, o Povo de Deus? O Santo Padre ressaltou a importância do exercício para toda a Cúria Romana, para uma Congregação singularmente considerada. A oração, a união com Deus com Jesus Cristo é a fonte da qual provém o nosso espírito.”

RV: Quais são os maiores dons que o Papa Francisco e o Papa Bento XVI deram e que, na realidade, continuam dando?

Card. Müller:- “Todos sabemos que o Papa Bento XVI é um teólogo de nível extraordinário, excepcional, mas não é somente um teólogo, não podemos cair neste clichê. Não foi somente ‘um professor alemão!’ Tem muita experiência na pastoral, escreveu muitos livros sobre a espiritualidade, sobre os grandes desafios da vida moderna, escreveu, pregou e deu explicações de altíssimo nível também intelectual e isso significa que o cristianismo tem uma intelectualidade própria. Somos capazes de dar respostas a todas as perguntas que existem a nível do Logos, não somos uma religião de sentimentos, de superficialidade, mas a fé entra diretamente em todas as questões existenciais do homem. O Papa Francisco vem do próprio contexto, a América Latina, há 500 anos uma grande região de fé católica com uma grande maioria de fiéis católicos. É positivo que entre essa dimensão cultural no catolicismo universal, para de certo modo superar o euro-centrismo... Neste mundo da globalização, da universalidade, é um bom sinal e podemos interpretá-lo como um sinal do Espírito Santo o fato de os Papas não serem provenientes somente da Europa ou de alguns países europeus. A nacionalidade não constitui um obstáculo a tornar-se um candidato para o Papado... O Espírito Santo é livre para escolher mediante os cardeais!” (RL)

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Igreja no Brasil



Card. Turkson: "Card. Paulo E. Arns, exemplo luminoso"

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São Paulo (RV9 – A cidade de São Paulo prestou homenagem na noite desta segunda-feira (24/10) a seu arcebispo emérito, Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, que completou em 14 de setembro passado 95 anos. Em duas horas de testemunhos e agradecimentos, amigos e companheiros de luta em defesa dos direitos humanos lotaram o auditório do Tuca para lembrar a resistência do cardeal à ditadura militar, a partir de 1966.

Mais de 500 participaram da homenagem

A celebração marcou ainda o pré-lançamento da biografia 'Dom Paulo: Um homem amado e perseguido', de Evanize Sydow e Marilda Ferri. No evento, as autoras apresentaram em uma brochura o oitavo capítulo da obra, que reconstrói a mobilização de Dom Paulo em resposta à morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura.

Entre os convidados que se sentaram à mesa, ao lado do homenageado, estavam a reitora da PUC, Ana Maria Marques Cintra, o ex-ministro José Gregori, o jurista Dalmo de Abreu Dallari, o bispo emérito de Blumenau (SC) e auxiliar emérito de São Paulo, Dom Angélico Sandalo Bernardino, e o coordenador nacional do MST, João Paulo Stédile.

No ato, diante de cerca 500 pessoas, o professor Pe. Fernando Altemeyer, da PUC-SP, leu a carta enviada ao aniversariante pelo Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson.

Card. Turkson: "O exemplo de Dom Paulo"

O cardeal ganês define Dom Paulo “exemplo luminoso de bispo que encarnou eficazmente em sua ação pastoral o espírito da renovação conciliar”, lembra “seu pastoreio na grande arquidiocese paulista”, e o chamado a ser conselheiro e colaborador especial de Paulo VI, que em seguida o nomeou cardeal.  

O Cardeal Turkson ainda ressalta que Dom Paulo é uma “concretização profética da renovação pastoral exigida pelo Concílio e da qual o nosso Santo Padre Francisco nos vem continuamente chamando à atenção” e ressalta a ousadia e a criatividade do modo como o homenageado “procurou exercer o seu episcopado”. 

O espírito do Concílio: dedicação aos pobres e vítimas de hoje

A carta enviada pelo Vaticano dá destaque também à “extremosa dedicação do Cardeal Arns aos mais pobres e às vitimas da injustiça e da violência do nosso mundo de hoje, “solicitude que tem sido uma das características fundamentais da figura de todos os agentes pastorais formados no espírito do Concílio, começando pelo bispo”.

Finalizando, o Cardeal Peter Turkson mencionou um trecho da Encíclica de Francisco Evangelii Gaudium:

«Desejamos assumir, a cada dia, as alegrias e esperanças, as angústias e tristezas do povo brasileiro, especialmente das populações das periferias urbanas e das zonas rurais - sem terra, sem teto, sem pão, sem saúde - lesadas em seus direitos. Vendo a sua miséria, ouvindo os seus clamores e conhecendo o seu sofrimento, escandaliza-nos o fato de saber que existe alimento suficiente para todos e que a fome se deve à má repartição dos bens e da renda. O problema se agrava com a prática generalizada do desperdício»" (n. 191).

O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz pede “ao Pai celeste, com a intercessão de S. Francisco de Assis, que derrame muitas bênçãos sobre Dom Paulo”. 

Num discurso de sete minutos, Dom Paulo agradeceu a homenagem com uma voz forte e clara, apesar da idade.

Biografia

Natural de Forquilhinha, em Santa Catarina, no dia 14 de setembro de 1921, numa colônia de imigrantes alemães. Religioso da Ordem dos Frades Menores de São Francisco de Assis, foi ordenado em 1945, nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 1966, elevado a arcebispo em 1970, e feito cardeal em 1973 pelo Papa Paulo VI.

Renunciou ao completar 75 anos em 1996, mas só deixou o governo da arquidiocese em 15 de março de 1998, quando foi substituído por outro franciscano, Dom Cláudio Hummes.

Hoje, Dom Paulo reside numa casa de religiosas em Taboão da Serra, na diocese de Campo Limpo, região metropolitana de São Paulo.

Nossa reportagem termina com palavras pronunciadas pelo então arcebispo de São Paulo (na época, a maior diocese do mundo, com 8 milhões de fiéis). Para ouvir, clique aqui: 

(CM)

 

 

 

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Igreja no Mundo



Scalabrinianas em festa pelos 121 anos de fundação

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Cidade do Vaticano (RV) – As scalabrinianas estão em festa: a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo foi fundada pelo bem-aventurado Dom João Batista Scalabrini, bispo da diocese de Piacenza, Itália, em 25 de outubro de 1895. São co-fundadores Padre José Marchetti e Madre Assunta Marchetti. 

Brasil

A fundação está ligada a uma época de profundas mudanças econômicas, sociais e políticas. Esse contexto gerou migrações em massa da Europa para países das Américas do Norte e do Sul e, assim, Dom Scalabrini deu início a uma ação pastoral específica.

As primeiras irmãs da Congregação a assumirem este desafio, a convite de Padre José Marchetti, foram Carolina Marchetti, Assunta Marchetti, Ângela Larini e Maria Franceschini, que no dia 25 de outubro de 1895 foram admitidas aos votos religiosos e enviadas em missão por Dom João Batista Scalabrini para o Brasil, especificamente, ao Estado de São Paulo.  

Chegando lá, as irmãs estabeleceram a primeira comunidade no Orfanato Cristóvão Colombo, na cidade de São Paulo, com a finalidade de atender os órfãos, filhos de imigrantes italianos, em sua maioria, ali acolhidos. Na época, foram os primeiros destinatários da ação missionária da Congregação, traduzida no serviço evangélico e missionário aos migrantes, preferencialmente aos pobres e necessitados.

Hoje, a Congregação está presente em 27 países.

A Rádio Vaticano entrevistou a Superiora-Geral da Congregação, a Ir. Neusa de Fátima Mariano, que afirma que a data é um motivo de ação de graças e também de esperança:  

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Bispos Albânia: carta pelos 38 mártires vítimas do comunismo

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Tirana (RV) - “Estamos muito gratos ao Senhor, que neste ano nos encheu de grande alegria quando, através do Papa Francisco, escreveu o nome da Beata Teresa de Calcutá entre os nomes dos santos da Igreja. E como se isso não bastasse, nos próximos dias, a Igreja vai escrever no livro dos bem-aventurados os nomes dos 38 católicos que sofreram o martírio no período obscuro do comunismo ateu”. É o que se lê em uma carta, divulgada pela agência Sir, da Conferência Episcopal da Albânia, “dirigida aos sacerdotes, religiosos e religiosas e a todos os fiéis”.

“A palavra mártir - explica -, significa testemunha. Assim, o mártir é aquele que dá testemunho de sua crença. Jesus disse: “Não existe maior amor, do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”. Assim, o martírio é a manifestação suprema do amor de Cristo”. A beatificação terá lugar no dia 5 de novembro em Shkoderi e terá a presença do representante do Papa, Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

O comunismo manifestou um ódio particular contra os católicos

“O comunismo que por quase meio século oprimiu a Albânia - continua a carta -, manifestou um ódio particular contra os católicos. Enver Hoxha (ditador da Albânia desde a Segunda Guerra Mundial até 1985), em um discurso que fez na Conferência de Peza, em 1984, disse que a hierarquia católica era composta de “homens sem pátria que dependiam totalmente pelo Vaticano... Todos os líderes da igreja católica eram cultos, instruídos com seus estudos teológicos, treinados com disciplina de ferro, com métodos e estratagemas de opressão da vontade dos homens, através do medo do Senhor ”.

A beatificação dos 38 mártires será em 05 de novembro

“São palavras - explicam os bispos – que mostram o preconceito contra a Igreja Católica”. E ainda: “a terra albanesa foi banhada pelo sangue dos mártires, mas hoje nos alegramos! Em 5 de novembro, a Igreja irá elevar aos altares os nossos 38 mártires assassinados naquele período terrível. Todos os 38 mártires eram sacerdotes (ou clérigos), com a exceção de 4 leigos: uma jovem, Maria Tuci, brutalmente assassinada porque era candidata das irmãs Estigmatinas e catequista; e três homens: Qerim Sadiku, Gjelosh Lulash e Fran Mirakaj”.

Entre os novos Beatos também o Arcebispo de Durrês

Entre os 38 mártires albaneses que serão beatificados, está também Dom Vincenç Prendushi, o último Arcebispo de Durrês. “Ele – lê-se na carta divulgada pelos bispos da Albânia - foi acusado de ser “inimigo do povo”, “reaccionário”, “espião do Vaticano”, e condenado a vinte anos de prisão, onde foi torturado, insultado e humilhado de muitas maneiras, até à morte”.

A Igreja tem necessidade de consagrados à vida sacerdotal e relilgiosa

“Queridos irmãos e irmãs, a Igreja precisa do seu testemunho. A Igreja – afirmam os prelados -, precisa que alguns homens e mulheres se consagrarem ao Senhor no sacerdócio e na vida religiosa. A sociedade, especialmente hoje, precisa do seu testemunho. Vocês têm diante dos olhos o exemplo dos nossos mártires”. Suas últimas palavras foram: “Viva Cristo Rei! Viva a Albânia!’”: “o amor fiel do Senhor nos ensina a amar a pátria, como amar os outros e, também como amar a si mesmos”. Portanto, acrescentam os bispos, “vamos nos esforçar para sermos bons cidadãos e bons em família, na escola, em cada área da vida e na política. Mostrem-se fortes em sua fé, para que através de nós o mundo aprenda a respeitar a vida humana desde a concepção até a morte e trabalhe para aquela justiça que é a base de uma paz verdadeira e estável”. “Aguardamos sua participação na celebração de beatificação de nossos mártires de sábado, 5 de novembro, em Shkoder, às 10 da manhã”. (SP)

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Bispos suíços: no referendum, "sim" ao abandono da energia nuclear

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Genebra (RV) - Sair do nuclear é factível e auspicioso tanto a nível prático quanto ético. É o que afirma numa nota a Comissão Justiça e Paz da “Conferência Episcopal Suíça” (CES), que convida a votar ‘sim’ no próximo referendum de 27 de novembro em que os cidadãos helvécios serão chamados a decidir fechar ou não, nos próximos 45 anos, as usinas nucleares no país.

Europa produz energia mais que suficiente

“Sem dúvida, uma reserva confiável de energia constitui um bem. Uma saída do nuclear coloca-nos diante de grandes desafios, porque as decisões que tomamos hoje envolvem a nossa geração e as futuras”, ressalta a nota.

Segundo a Comissão, “o perigo de escassez de energia elétrica é irrisório”, porque atualmente a Europa produz energia mais que suficiente para suas necessidades, “mesmo já de há algum tempo algumas usinas nucleares tenham sido desativadas por motivos técnicos. Ademais, a difusão da energia eólica e solar transformou radicalmente o mercado da energia e da sua oferta”, observa ainda.

Ser conscientes de nossas responsabilidades com as futuras gerações

Evocando a Carta encíclica “Laudato si” do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum, a nota ressalta que “a salvaguarda da Criação constitui uma tarefa essencial de todo cristão e toda cristã”. Mais ainda, considerando que “o princípio de solidariedade nos chama a um modo de agir consciente de nossas responsabilidades para com as gerações futuras”, acrescenta.

“Um abandono do nuclear politicamente aprovado oferece as premissas para uma boa planificação energética e nos desafia a repensar a partir de hoje o nosso estilo de vida e nossas exigências”, conclui a Comissão Justiça e Paz da “Conferência Episcopal Suíça”. (RL)

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Congo: sacerdote assassinado em Lubumbashi

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Lubumbashi (RV) - Sacerdote foi morto no sul da República Democrática do Congo. Trata-se- de Padre Joseph Mulimbi Nguli, 52, Vigário da paróquia de São Martinho no Município de Katuba, em Lubumbashi, capital da Província de Alto Katanga. Na noite entre 21 e 22 de outubro desconhecidos armaram uma emboscada para o sacerdote que retornava a casa. Padre Joseph foi atingido no estômago por um tiro de Kalashnikov.

Bispos preocupados com os massacres em Kivu do Norte e ataques a paróquias e mosteiros

A deterioração das condições de segurança em grandes partes do país foi denunciada pelos bispos congoleses na mensagem publicada na conclusão da reunião da Comissão da Conferência Episcopal encarregada de seguir o processo eleitoral. “Estamos preocupados pelos massacres que se repetem no Kivu do Norte, em particular na cidade e no território de Beni; pelos assassinatos no Kasai Central; pelos confrontos entre as forças de segurança e as milícias do líder tradicional Kamuina-Nsapu; pelos conflitos intercomunitários que estão causando muitas vítimas em várias províncias, especialmente em Katanga; pelos tristes acontecimentos de 19 e 20 de setembro, em Kinshasa; e pelo surgimento do banditismo”. Os bispos denunciam também “ataques às paróquias e comunidades religiosas, em particular em Kinshasa, Kananga e Bukavu”. (SP)

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Formação



Castel Gandolfo: a residência onde os Papas fizeram História

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Castel Gandolfo (RV) – O apartamento pontifício de Castel Gondolfo foi aberto ao público. Localizado a cerca de 20 km de Roma, fiéis e curiosos podem conhecer agora a intimidade dos papas. Foram incluídos no museu espaços que, até então, eram reservados ao uso exclusivo dos Pontífices: a biblioteca, o escritório particular e até mesmo o quarto de dormir. É possível admirar também a capela com a imagem da Virgem de Czestochowa, onde – pela primeira vez – dois papas rezaram juntos: Bento XVI e Francisco.

A iniciativa de abrir ao público foi justamente do Papa argentino, que nunca residiu no Palácio de verão. Não se trata, porém, de uma novidade: desde 1596, de 33 papas, 15 jamais pernoitaram em Castel Gandolfo. A decisão de que tudo isso agora seja museu é permanente, até o próximo pontificado.

História

As instalações e os aposentos são sóbrios, pouco luxuosos, mas adquirem relevância com a história de que são testemunhas.

O itinerário começa com a “Sala dos Suíços”, decorada com mármores policromos. Na sequência, estão o elegante Salão Verde para os encontro oficiais, a “Galeria da música”, a “Sala do trono”, a sala do Consistório para os encontros com os cardeais, onde Giuseppe Angelo Roncalli, futuro São João XXIII, recebeu a púrpura. Há também o escritório, onde foram escritas inúmeras encíclicas e homilias, e a biblioteca. Sobre a escrivaninha, foram depositados os documentos do vatileaks, que Bento XVI entregou a Francisco.

O quarto papal é simples: uma cama de solteiro, Nossa Senhora com o Menino Jesus, um armário, o criado-mudo e o retrato do Papa Gregório. Neste quarto, morte e vida se intercalaram no decorrer dos anos: ali nasceram cerca de 40 crianças, filhos de mulheres abrigadas por Pio XII que deram à luz durante a guerra. A maioria dos bebês foi batizada com o nome de Eugênio, em homenagem ao Pontífice Eugênio Pacelli – que faleceu naquela mesma cama em 1958. Neste aposento, também conclui sua passagem terrena o Papa Paulo VI, em 1978.

Ainda funcionam todos os relógios, assim como permaneceram intactos alguns objetos, como o telefone utilizado pelo Papa João Paulo II, que definia Castel Gandolfo como “Vaticano Dois”

O primeiro hóspede foi Urbano VIII, que ali chegou em 10 de maio de 1626. No século XX, apenas João Paulo I nunca esteve em Castel Gandolfo. O último a passar as temporadas de verão foi Bento XVI. Em 28 de fevereiro de 2013, Joseph Ratzinger deixou o Vaticano de helicóptero depois de renunciar ao pontificado: quando os portões do Palácio Apostólico se fecharam, teve início a sede vacante: e foram, até hoje, os últimos instantes de um papa residente em Castel Gandolfo. 

O museu está aberto ao público de segunda a sábado. Há uma bilheteria no local, mas os Museus Vaticanos aconselham a reserva.

(bf)

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Povos indígenas: direito do controle social da saúde indígena

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Porto Velho (RV) - Está em andamento, no Brasil, a Semana Nacional da Saúde Indígena. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Governo está tentando acabar de vez com as políticas de saúde indígena. 

Na semana passada, o Ministério da Saúde atacou diretamente o princípio de autonomia da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e a Constituição de 1988, tirando dos povos indígenas, toda autonomia que ainda tinham para deliberar sobre como deve ser realizado o atendimento às suas comunidades.

Sem realizar nenhuma consulta prévia aos povos indígenas, como obriga a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da qual o Brasil é signatário, o Governo publicou no Diário Oficial da última terça-feira (18/10), a Portaria 1.907 que revoga por sua vez a Portaria 457 de 17 de março de  2011 e a Portaria 33 de 22 de maio de 2013, que garantiam à SESAI e aos seus escritórios regionais, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), a autonomia para gerenciar seus recursos.

Demandas
 
Todos os gastos necessários para o atendimento da saúde das comunidades, que exige o conhecimento das particularidades de cada região e da forma de cada povo lidar com a questão da saúde vai precisar agora passar pelo Ministro da Saúde. Isso vai fazer com que se tenha de esperar ainda mais tempo para ver suas demandas atendidas.

Na entrevista concedida a Cristiane Murray, o Arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Roque Paloschi, Presidente do Cimi, disse que esta “é uma semana de luta, uma semana de mobilização dos povos indígenas que exigem o direito do controle social da saúde indígena e também da Convenção 169 da OIT que pede o respeito aos povos tradicionais de serem consultados”.

(MJ/CM/Cimi)

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