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Sumario del 26/10/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Audiência: sofrimento dos refugiados é responsabilidade de todos

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Cidade do Vaticano (RV) – A Praça S. Pedro acolheu mais de 25 mil fiéis, entre os quais inúmeros brasileiros, para a Audiência Geral desta quarta-feira (26/10) com o Papa Francisco. 

Em sua catequese, o Pontífice deu sequência à reflexão sobre as obras corporais de misericórdia. Na semana passada, falou sobre dar de comer e de beber. Desta vez, comentou outras duas: era estrangeiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes.

“A crise econômica, os conflitos armados e as mudanças climáticas obrigam tantas pessoas a emigrar. Todavia, as migrações não são um fenômeno novo, mas pertencem à história da humanidade. É falta de memória histórica pensar que são características dos nossos anos”, disse o Papa, citando como exemplo episódios bíblicos, como o de Abraão, do povo de Israel e da própria família de Jesus. “A história da humanidade é história de migrações: em todas as latitudes, não há povo que não tenha conhecido o fenômeno migratório.”

Crise econômica gera muros e barreiras

Hoje, lamentou o Papa, o contexto de crise econômica favorece atitudes de fechamento e não de acolhimento. Em algumas partes do mundo, surgem muros e barreiras. O instinto egoísta ofusca o trabalho de quem se esforça em assistir os migrantes.  Mas o fechamento não é uma solução; pelo contrário, favorece os tráficos criminosos. A única via de solução é a da solidariedade, à qual os cristãos são chamados com particular urgência.

“É um compromisso que envolve todo mundo, ninguém está excluído. As dioceses, as paróquias, os institutos de vida consagrada, as associações e os movimentos são chamados a acolher os irmãos e as irmãs que fogem da guerra, da fome, da violência e de condições de vida desumanas. Todos juntos somos uma grande força de amparo para quem perdeu a pátria, a família, o trabalho e a dignidade.”

A lição da senhora com o migrante no taxi

O Papa então contou aos fiéis um fato ocorrido poucos dias atrás, de um refugiado que procurava o caminho para atravessar a Porta Santa. Uma senhora ofereceu ajuda e parou um taxi para que acompanhasse o rapaz. No início, o taxista não queria que o migrante entrasse no carro, pois estava descalço e cheirava mal. Ao final acabou cedendo e, no caminho, ouviu a história de dor e sofrimento que o refugiado contou à senhora. Esta, quando quis pagar a corrida, ouviu do taxista que era ele quem deveria pagá-la, pois esta história havia mudado o seu coração. Esta senhora conhecia a dor de um migrante, porque tinha sangue armênio e conhecia o sofrimento do seu povo. “Pensem nessa história e pensem no que podem fazer pelos refugiados.”

Vestir os nus é restituir dignidade

Na sequência, o Papa comentou a outra obra corporal de misericórdia: vestir os nus. “Do que se trata senão restituir a dignidade a quem a perdeu?”, questionou o Pontífice. “Pensemos também nas mulheres vítimas do tráfico lançadas nas ruas ou a outros, demasiados modos de usar o corpo humano como mercadoria, até mesmo de crianças e adolescentes.  Do mesmo modo, não ter um trabalho, uma casa, um salário justo, ou ser discriminado pela raça ou pela fé são todas formas de “nudez” diante das quais, como cristãos, somos chamados a estar atentos e prontos à ação.

E esta foi exortação final de Francisco:

“Queridos irmãos e irmãs, não caiamos na armadilha de nos fecharmos em nós mesmos, indiferentes às necessidades dos irmãos e preocupados somente com os nossos interesses. É precisamente na medida em que nos abrimos aos outros que a vida se torna fecunda, as sociedades reconquistam a paz e as pessoas recuperam sua plena dignidade. E não se esqueçam daquela senhora, daquele migrante e do taxista do qual o migrante mudou a alma.”

(BF)

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Papa: amem o Rosário, oração simples que consola a mente e o coração

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Cidade do Vaticano (RV) - Na Audiência Geral desta quarta-feira (26/10), o Papa Francisco recordou que outubro é o mês dedicado ao Rosário e recomendou esta oração aos fiéis. 

No tuíte de alguns dias atrás, o Pontífice confessou: “O terço é a oração que sempre acompanha a minha vida; é também a oração dos simples e dos Santos, é a oração do meu coração”. 

Hoje, na Audiência Geral, o Papa explicou que o Rosário “é uma síntese da Divina Misericórdia”: 

“Nos mistérios do Rosário, com Maria, contemplamos a vida de Jesus que irradia a misericórdia do Pai. Alegremo-nos por Seu amor e perdão, o acolhamos nos estrangeiros e pobres, vivamos a cada dia de Seu Evangelho”, disse o Pontífice.

Dirigindo-se aos jovens, aos doentes e recém-casados, Francisco disse: 

“Esta oração mariana simples indique a vocês, queridos jovens, o caminho para interpretar a vontade de Deus em suas vidas. Amem esta oração, queridos doentes, porque ela carrega consigo o consolo para a mente e o coração. Que se torne para vocês, queridos recém-casados, um momento privilegiado de intimidade espiritual em sua nova família.”

O Papa Francisco presenteia todas as pessoas que encontra com um Rosário. “A Nossa Senhora está sempre próxima aos seus filhos. Está sempre pronta a nos ajudar quando a invocamos, quando pedimos a sua proteção. Ela não sabe esperar: é a Nossa Senhora da prontidão. Vai logo servir.”

(MJ)

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Papa na Suécia: celebrar também os 50 anos de diálogo, diz Card. Koch

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Cidade do Vaticano (RV) – É grande a expectativa pela viagem do Papa à Suécia, de 31 de novembro a 1º de novembro, por ocasião da histórica celebração luterano-católica dos 500 anos da Reforma.

Na manhã desta quarta-feira, o  Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, deu os detalhes desta que é a 17ª Viagem Apostólica Internacional de Francisco.

Acontecimento inédito

É um acontecimento inédito na história cristã: pela primeira vez a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica celebrarão juntas, em 31 de outubro em Malmö e Lund, na Suécia, os 500 anos da Reforma, que terá lugar em 2017.

O objetivo é manifestar os dons da Reforma e pedir perdão pela divisão perpetrada pelos cristãos das duas tradições, evidenciando o caminho percorrido nos últimos 50 anos de diálogo ecumênico contínuo entre católicos e luteranos, como bem expressa o lema desta viagem, como ressaltou Greg Burke:

“’From Conflict to Communion: Toghether in Hope’, ‘Do conflito à comunhão: juntos na esperança’, que quer dizer que o Papa neste caso recebeu convites quer da Igreja Católica, quer do Governo sueco, quer da Federação Luterana Mundial”.

Programação

Dois dias repletos de eventos: a chegada do Papa às 11 horas do dia 31 no Aeroporto de Malmö, quando será acolhido pelo Primeiro Ministro sueco; após a visita à família real no Palácio de Lund.

No início da tarde, a oração ecumênica na Catedral luterana e o deslocamento até a Arena de Malmö, onde haverá o encontro público com 30 delegações luteranas.

No contexto de uma viagem ecumênica – comentou Burke – o Santo Padre se deslocará acompanhado pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, pelo Presidente da Federação Luterana Mundial, o Bispo Munib A. Younan e o Secretário Geral, o Rev. Martin Junge, também presente no briefing desta manhã:

“Nós entendemos, graças ao nosso diálogo, graças à confiança que cresceu entre nós, graças também ao fato de que fomos capazes de remover alguns dos obstáculos de diferenças doutrinais entre nós, que o tempo está maduro para tentar passar do conflito à comunhão”.

Missa com a pequena comunidade católica

Em 1º de novembro, Festa de Todos os Santos, o Papa Francisco celebrará a Missa, sempre em Malmö, com a pequena comunidade católica sueca, antes de retornar a Roma onde é esperado às 15h30min.

Frutos do evento

São grandes as expectativas pelos frutos deste evento, como o Cardeal Kurt Koch explicou aos jornalistas:

“No passado tivemos centenários confessionais, com um tom um pouco triunfante e polêmico de ambas as partes. Hoje queremos fazer isto juntos e não fazemos somente a celebração dos 500 anos da Reforma, mas também dos 50 anos do diálogo entre luteranos e católicos. Este foi o primeiro diálogo bilateral que a Igreja Católica começou logo após o Concílio, em 1967, e este é também um sinal de gratidão. Pudemos redescobrir tudo aquilo que é comum entre luteranos e católicos”.  

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"Decisão corajosa" do Papa ir à Suécia, diz Secretário da FLM

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Cidade do Vaticano (RV) – A decisão do Papa Francisco de ir a Lund “para celebrar junto conosco o aniversário da Reforma” foi uma escolha “corajosa”. Disto está convencido o Secretário Geral da Federação Luterana Mundial Martin Junge, que nesta entrevista concedida a Antonio Carneiro, do L’Osservatore Romano, fala das expectativas ecumênicas da viagem do Papa à Suécia, a ser realizada de 31 de outubro a 1º de novembro.

P: O que tem para ser celebrado neste 500 anos após a Reforma?

“Ela deu frutos para a Igreja no seu conjunto: a sua ênfase em Cristo como salvador, a tradução da Bíblia nas línguas faladas, a fé como dom. Além disto, gostaria de recordar os cinquenta anos do diálogo entre católicos e luteranos a nível global, que celebraremos em 2017. O diálogo, iniciado após o Concílio Vaticano II, ofereceu um significativo impulso na busca da unidade entre as comunidades do mundo cristão. Não podemos celebrar, pelo contrário, as divisões: como povo que lê a Bíblia, sabemos o quanto Jesus rezou pela unidade entre os seus discípulos. Mas a Reforma, mesmo não querendo, trouxe divisões. Devemos reconhecer também a violência e as guerras de religiões que se seguiram à Reforma, quando as disputas teológicas eram alinhadas com os conflitos políticos e econômicos da época. Não existe maneira de banalizar tal violência ou de justificá-la. Podemos somente arrepender-nos por tudo isto”.

P: Atualmente, como são as relações entre a Igreja Luterana e a Igreja Católica na Suécia?

“Existem muitas conexões em diversos níveis diferentes: a cooperação entre as paróquias, plataformas e processos de diálogo também a nível nacional, com a participação das duas realidades no Conselho sueco de Igrejas.  Somos gratos à Igreja Luterana da Suécia e à Diocese Católica de Estocolmo pela sua vontade de acolher-nos”.

P: Quais foram os progressos mais importantes do diálogo entre luteranos e católicos durante os Pontificados de Bento XVI e Francisco?

“Houve um diálogo intenso, que também viveu grandes discussões, nunca degeneradas em confrontos. É uma troca construtiva em busca da verdade, enquanto se busca compreender-se um ao outro. Eis porque hoje a comemoração comum é possível. Já antes destes dois Pontificados, a “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação” foi assinada quer por católicos como por luteranos em 1999, no tempo de João Paulo II. Mais tarde, em 2013, durante o papado de Bento XVI, teve o documento “Do Conflito à Comunhão”. E agora Francisco tomou a corajosa decisão de ir à Lund para celebrar junto conosco o aniversário da Reforma. Esta viagem e os objetivos estabelecidos deixam claro: a celebração comum não vem do nada. É construída com base em um sólido processo ecumênico que nos levou a estar muito mais próximos”.

P: O que significa para os luteranos receber uma visita papal?

“Diversos Pontífices visitaram comunidades luteranas nos últimos decênios. Esta vez, no entanto, o Papa não fará somente uma visita, mas irá compartilhar a celebração comum com o Presidente da Federação Luterana Mundial, o Bispo Munib Younan, e também comigo, como Secretário Geral da mesma. E isto tem um grande significado. O fato de que o Papa compartilhe a comemoração comum transmitirá uma forte mensagem sobre o importante processo ecumênico ocorrido nestes últimos decênios e sobre o decidido empenho em seguir em frente juntos. Enquanto recordamos o passado, queremos olhar em frente, para um futuro comum, naquilo que Deus continua a pedir à Igreja”.

P: A que tipo de reconciliação se deseja chegar?

“Com a Declaração de 1999 chegamos à conclusão de que as condenações, formuladas segundo as disputas teológicas nascidas no século XVI, não têm mais razão de existir. Com o Documento “Do Conflito à Comunhão” conseguimos oferecer uma narrativa comum sobre os acontecimentos da Reforma, sobre questões teológicas em jogo e sobre como estas problemáticas evoluíram ulteriormente. Algumas destas problemáticas nos guiaram para alcançarmos uma comum compreensão. Outras, em particular a compreensão da Igreja, o ministério e a Eucaristia, requerem um maior esforço. Com base nesta fundamental convergência e no contexto de um mundo que sofre por conflitos, fragmentações e falta de comunicação, não posso que não pensar em um tempo melhor para os luteranos e os católicos, que juntos, declaram publicamente a sua determinação de separar-se de um passado tão fortemente marcado pelo conflito e lançar-se em um futuro que, acreditamos, será comum. Este importante passo deve ser ainda seguido por outros, que no final deveriam guiar-nos em receber de forma comum a presença reconciliadora de Cristo por meio do pão e do vinho ao redor da ceia à qual somos convidados. Acredito firmemente que a celebração comum será um grande encorajamento para buscar, de modo ainda mais convicto, como deixar de lado os obstáculos remanescentes que nos impedem de receber os dons de Deus na mesma ceia. Enquanto trabalhamos para tal meta, desejo que a nossa reconciliação nos torne livres para testemunhar já agora, com maior alegria, a beleza e a profundidade da fé comum no Deus Trinitário e de servir, com maior compaixão e amor, aqueles que hoje têm uma desesperada necessidade da Igreja – os pobres, os refugiados – e uma criação que geme sob o peso de uma exploração inexorável”.

P: Se Lutero fosse vivo hoje, qual seria a sua reflexão sobre a Igreja Católica?

“Um famoso quadro de Lucas Cranach mostra Martinho Lutero que prega do púlpito de uma igreja de Wittenberg. O representa enquanto indica Jesus Cristo que proclama a palavra de Deus. Cristo é o nosso Alfa e Ômega. Isto é verdade quer para católicos como para luteranos. Acredito que mesmo permanecendo fieis às tradições e ensinamentos, os luteranos e os católicos querem antes de tudo ser conscientes das suas raízes comuns no Batismo e desejam oferecer aquele testemunho ao qual Cristo nos convida hoje. Se Lutero fosse vivo, esperaria de vê-lo alegre pelo fato de que, devido às nossas comuns raízes em Cristo, as memórias derivadas da uma dolorosa história entre católicos e protestantes continuam a cicatrizar”.

(JE)

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Encontro internacional para Vigários e Delegados da Vida Consagrada

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Cidade do Vaticano (RV) - Realiza-se em Roma, de 28 a 30 próximos, no Auditório da Pontifícia Universidade Antonianum, o encontro internacional para Vigários Episcopais e Delegados para a Vida Consagrada promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. 

Na Carta Apostólica às Pessoas Consagradas, por ocasião do Ano da Vida Consagrada, o Papa Francisco convida os Pastores das Igrejas particulares a promoverem em suas comunidades os diferentes carismas “apoiando, animando, ajudando no discernimento, acompanhando com ternura e amor as situações de sofrimento e fraqueza em que podem se encontrar alguns consagrados, e sobretudo esclarecendo com o seu ensino o povo de Deus sobre o valor da vida consagrada, de modo a fazer resplandecer a sua beleza e santidade na Igreja.”

À luz destes objetivos, o dicastério programa este encontro internacional para os Vigários Episcopais e os Delegados que desempenham o papel de promover e animar a Vida Consagrada, com o objetivo de favorecer a comunhão eclesial fecunda dentro da Igreja Particular. 

Deseja-se refletir juntos sobre a relação entre Pastores e consagrados, muitas vezes delicada e complexa em virtude das várias realidades de consagração, como a vida religiosa apostólica, a vida de clausura e monástica, os Institutos Seculares, o Ordo Virginum e novas formas. Será uma ocasião para atualizar os Vigários Episcopais e os Delegados sobre os programas do dicastério, iniciativas e documentos recentes que pretendem promover a vida consagrada.

(MJ)

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Papel das mulheres é essencial para construir a paz, diz Dom Auza na ONU

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Nova Iorque (RV) – Uma mulher tem capacidades únicas e insubstituíveis em aplacar os ventos de uma guerra, desarmar um potencial conflito, colhendo as “soluções mais eficazes” que abrem ao diálogo.

Foi o que afirmou o Observador Permanente da Santa Sé, Dom Bernardito Auza, ao pronunciar-se na sede das Nações Unidas na terça-feira sobre “mulheres, paz e segurança”.

Uma mãe de família – afirmou – pode ser “essencial” não somente para a tranquilidade da sua casa, mas também “para uma sociedade pacífica, inclusiva e segura”.

Dom especial

O papel da figura feminina nas crises e na solução delas é um aspecto sobre o qual se discute há tempos na ONU. Neste contexto, Dom Auza voltou a propor aos delegados das Nações Unidas o ponto de vista da Santa Sé, na linha do que já foi afirmado pelo Papa Francisco no último ano ao se pronunciar na Tribuna da Assembleia Geral.

Para o representante vaticano, é necessário trabalhar para radicar à nível internacional a consciência do quanto é “fundamental” a ação das mulheres, tanto na “prevenção do desencadear da guerra, por meio da mediação e diplomacia preventiva”, quanto no “conciliar, reabilitar e reconstruir as sociedades em situações pós-bélicas, evitando recaídas nos conflitos armados”.

“As peculiares capacidades delas de levar ordem ao caos, às comunidades divididas, e a paz nos conflitos”, assim como “o seu especial dom de educar as pessoas a serem mais receptivas e sensíveis às necessidades dos outros”, são “essenciais – afirmou Dom Auza – para poupar nosso mundo de ulteriores flagelos da guerra e ajudar a curar as feridas dos violentos conflitos passados e atuais”.

Educação contra marginalização

O valor do papel que as mulheres desempenham para sociedades mais seguras, está ligado à instrução. Para o Observador da Santa Sé, será difícil que as mulheres possam exercer a sua positiva influência, caso ainda continuarem “a representar um número desproporcional entre as pessoas desfavorecidas no mundo”.

Muitas jovens e mulheres – afirmou – “não têm pleno acesso à educação” e isto se traduz , via de regra, “na condenação a um papel de segunda classe dentro da sociedade e em um impedimento a serem ouvidas”.

A instrução é um “fator qualificante” e a Igreja – recordou Dom Auza – tem em sua maioria mulheres e jovens em muitas de suas “mais de 100 mil escolas” em todo o mundo, “da creche à universidade”, em particular “nas regiões em que as mulheres e jovens ainda sofrem a discriminação”.

Luta contra a pobreza, uso de recursos

O terceiro aspecto, igualmente interligado aos outros, é a luta contra a pobreza, que vê as mulheres sempre entre as primeiras vítimas. “Em vastas áreas do mundo – indicou Dom Auza – a falta de comida consistente e de nutrientes, de serviços hídricos e higiênico-sanitários limpos, assim como a falta de oportunidades de trabalho e de retribuições dignas, continuam a minar a capacidade das mulheres de desempenhar o seu papel na vida das próprias famílias e na sociedade no seu complexo”.

“Com tanto dinheiro disponível para as armas – perguntou-se o Observador pontifício – não poderia o mundo poupar recursos para compensar a perda de vida e a incolumidade física das famílias e das casas destas vítimas inocentes, para ajudá-las a superar as devastações do conflito e consentir a elas tornarem-se artífices de paz?”.

Justiça e dignidade

A pressão “dos cinquenta conflitos desencadeados em diversas partes do mundo nos chama hoje – reiterou Dom Auza, ao concluir – a concentrar os nossos esforços na condição das mulheres e das jovens nas situações de violência”.

Devem ser ajudadas a “pedir justiça” e também a “superar o estigma e a vergonha a que são submetidas em certas sociedades”. De outra forma, será “muito mais difícil para as mulheres sustentar a família e assistir os familiares mutilados pela violência, se as suas feridas não forem tratadas e as injustiças sofridas resolvidas”.

 

 

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Liberdade religiosa norteia encontro entre Vietnã e Santa Sé

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Cidade do Vaticano (RV) – Na esteira dos acordos alcançados no quinto Encontro do Grupo de trabalho realizado em Hanói em setembro 2014, realizou-se de 24 a 26 de outubro no Vaticano o sexto Encontro do Grupo de trabalho conjunto entre o Vietnã e a Santa Sé. 

A reunião foi presidida conjuntamente pelo Vice-Ministro Permanente dos Assuntos Exteriores e Chefe da Delegação vietnamita, Sr. Bui Thanh Son e pelo Sub-Secretário para as Relações com os Estados, Dom Antoine Camilleri, Chefe da Delegação da Santa Sé.

As duas Partes tiveram uma ampla e profunda troca de pontos de vista sobre as relações Vietnã-Santa Sé, incluindo as questões relativas sobre a Igreja Católica no país.

A Parte vietnamita reiterou quer a constante e concreta melhoria no plano legislativo e político no que tange à promoção e à proteção da liberdade de crença e de religião dos cidadãos, quer o encorajamento e a  contínua facilitação do ativo empenho da Igreja Católica na causa nacional do desenvolvimento socioeconômico.

A Santa Sé – ao reafirmar a liberdade da Igreja de levar em frente a sua missão pelo bem de toda sociedade – manifestou o seu apreço ao Governo vietnamita pela atenção dada às necessidades da Igreja Católica, como recentemente testemunhado com a inauguração do Instituto Católico do Vietnã, e pela assistência na organização de cerimônias e eventos eclesiais importantes.

As duas Partes concordaram que a Igreja Católica no Vietnã continuará a ser inspirada pelo Magistério da Igreja no que tange à prática do “viver o Evangelho dentro da Nação” e de ser, ao mesmo tempo, bons católicos e bons cidadãos.

A Santa Sé – ao reafirmar que o Papa Francisco mantém um vivo interesse pelo desenvolvimento das relações Vietnã-Santa Sé – auspicia que a comunidade católica possa continuar a oferecer a sua preciosa contribuição, colaborando com os outros protagonistas na sociedade vietnamita, e em acordo com as leis pertinentes, pelo desenvolvimento nacional e a promoção do bem comum.

As duas Partes concordaram, outrossim, em manter um diálogo construtivo, em espírito de boa vontade, com o objetivo de fazer crescer a compreensão mútua e de promover ulteriormente as relações entre as duas partes, Concordaram também em convocar o sétimo Encontro do Grupo de trabalho conjunto entre o Vietnã e a Santa Sé em Hanói. A data do encontro será concordada por meio de canais diplomáticos.

Antes de partir do Vaticano, a Delegação vietnamita realizou visitas de cortesia ao Secretário de Estado de Sua Santidade, o Cardeal Pietro Parolin, e ao Secretário para as Relações com os Estados, o Arcebispo Paul Gallagher. A delegação visitou também algumas Instituições religiosas da Santa Sé.

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Tráfico de pessoas: sensibilizar a sociedade é o desafio no Brasil

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Cidade do Vaticano (RV) – A audiência com o Papa Francisco nesta quinta-feira (27/10) é o ápice do encontro realizado no Vaticano do chamado “Grupo Santa Marta”, que se ocupa do tráfico de pessoas.

O Grupo apresenta ao Papa Francisco um relatório com o progresso que tem sido feito desde o acordo assinado há dois anos, em que cada um dos 24 chefes de polícia se empenhava em desenvolver parcerias com a Igreja e com a sociedade civil para levar à Justiça os responsáveis pelo crime do tráfico e para aliviar o sofrimento das vítimas.

A Diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Ir. Rosita Milesi, participa pela primeira vez deste encontro e compartilhou a experiência brasileira neste campo. Ela afirma que o Brasil avançou em termos de legislação, de criminalizar os responsáveis por este crime, mas precisa “caminhar muito” quanto à sensibilização da sociedade.

Ouça aqui:

 

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Diocese de Caetité (BA) tem novo Bispo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco nomeou o novo Bispo para a Diocese de Caetité (BA): trata-se de Dom José Roberto Silva Carvalho, do clero da Arquidiocese de Vitória da Conquista (BA), até então pároco da paróquia “Divino Espírito Santo” em Poções. 

O novo Bispo nasceu em 31 de março de 1960 em Fortaleza, no Ceará. Estudou Filosofia no Instituto “Nossa Senhora das Vitórias” em Vitória da Conquista e Teologia no Instituto “Sagrado Coração de Jesus” em Taubaté (SP).  Em Roma, frequentou um Curso para formadores de seminários.

Recebeu a ordenação sacerdotal em 9 de julho de 1995 e foi incardinado na Arquidiocese de Vitória da Conquista, onde desempenhou os seguintes cargos: Reitor do Seminário de Filosofia “Nossa Senhora das Vitórias” (1995-2010); Administrador paroquial em várias paróquias; Pároco da paróquia “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” em Iguaí (BA); Juiz Auditor da Câmara Eclesiástica (desde 1995); Membro do Conselho Presbiteral e do Colégio dos Consultores (desde 2011). Em 15 de setembro de 2011 foi incluído entre os capelães de Sua Santidade.

Atualmente, é pároco da paróquia “Divino Espírito Santo” em Poções (BA) e Vigário Episcopal do Vicariato “São Marcos”. 

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Caridade do Papa: Prêmio Oscar dirige concerto para pobres

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Rádio Vaticano (RV) – O maestro Ennio Morricone vai dirigir a Orquestra Roma Sinfonietta e o Coral da Academia Nacional de Santa Cecília para a segunda edição do “Concerto com os pobres e para os pobres”, em programa para 12 de novembro na Sala Paulo VI, no Vaticano. 

O maestro executará faixas dos seus mais célebres trabalhos e de trilhas sonoras compostas nos seus 60 anos de carreira. Ao lado de Morricone estará monsenhor Marco Frisina, que também dirigirá a Orquestra e o Coral da Diocese de Roma em duas peças sacras e guiará os presentes ao longo deste itinerário musical oferecendo reflexões sobre temas do Jubileu da Misericórdia e da caridade.

Obras concretas

O evento acontece no signo da caridade do Papa para o Jubileu com duas obras concretas: a construção da nova Catedral em Moroto, Uganda e de uma escola agrícola em Burkina Faso.

Para isso, as ofertas livres dos presentes ao final do concerto serão recolhidas e entregues pelos voluntários do Jubileu.

Quando a apresentação terminar, ainda como gesto de solidariedade, jovens do coral da diocese de Roma e voluntários distribuirão alimento aos pobres e uma pequena recordação do evento.

É possível reservar até 5 ingressos gratuitos por pessoa no site do concerto.

(vi/rb)

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Igreja no Mundo



Card. Gracias sobre a "Amoris laetitia": tempo de cuidados pastorais

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Mumbai (RV)  -“Os desafios do mundo de hoje como o relativismo, o individualismo, a indiferença, a incapacidade de assumir compromissos permanentes, o egoísmo, podem ser enfrentados somente através dos valores que permeiam a família e que se desenvolvem em seu seio. A família é um agente fundamental no trabalho de evangelização.”

São palavras pronunciadas pelo arcebispo de Bombay e presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Índia, Cardeal Oswald Gracias, durante o Simpósio nacional concluído esta segunda-feira (25/10) em Mumbai (ex-Bombaim), por ocasião dos vinte anos da Comissão diocesana pela vida humana.

Tratou-se de um encontro que desde seu tema – “Um chamado à liberdade e à justiça na família e na sociedade: preocupações éticas e abordagens pastorais” – expressa a atenção a atenção com a qual a Igreja local acompanha os desafios da pastoral familiar.

Cuidado pastoral para com as famílias, uma prioridade para a Igreja

“A família deve ser alimentada de modo constante e sustentada pela fonte da liturgia e dos sacramentos. O cuidado pastoral para com as famílias deve ser uma prioridade para a Igreja. A grande atenção dada às realidades familiares une de modo direto o Pontificado de João Paulo II ao do Papa Francisco.

A própria Exortação apostólica Amoris laetitia foi construída de modo progressivo a partir das muitas encíclicas de João Paulo II, que criaram muitas intuições sobre a família.

Nesse contexto foi também recordada uma passagem da Exortação apostólica Familiaris consortio de João Paulo II: “O futuro da humanidade passa pela família! Portanto, é indispensável e urgente que todo homem de boa vontade se comprometa a salvar e a promover os valores e as exigências da família”.

Caminhada em favor da vida conduzida por bispos, sacerdotes e religiosos

A necessidade de focalizar a atenção nos problemas cotidianos das famílias indianas levou o episcopado do país asiático a decidir discutir o assunto também durante o próximo encontro bienal, que se realizará em Bhopal, no Estado de Madhya Pradesh, de 31 de janeiro a 7 de fevereiro de 2017.

A Conferência dos Bispos Católicos da Índia colabora também com numerosos movimentos cristãos engajados no âmbito familiar no país, como “Casais para Cristo” ao qual aderem cerca de trinta mil famílias.

Em concomitância com o Simpósio de Mumbai realizou-se uma caminhada em prol da vida conduzida por bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, da qual participou um grande número de jovens, agentes sociais e pessoas envolvidas no apostolado da família e da saúde.

Os fiéis chegaram à Basílica de Nossa Senhora do Monte, refere a agência missionária AsiaNews. O bispo auxiliar de Bombay, Dom Agnelo Rufino Gracias, os acolheu e convidou os participantes a refletir sobre o significado da iniciativa.

Em primeiro lugar, o “espírito de agradecimento” pelo dom da vida, que Deus nos concedeu. Em segundo lugar, o sentido da caminhada concebida como ato de solidariedade que busca promover a vida em todas as suas fases.

Por fim, a escolha de adotar um comportamento em favor da vida em todas as esferas, inclusive a da tutela do ambiente. “A vida humana encontra-se hoje ameaçada em diferentes âmbitos: no momento do nascimento pelas forças que promovem o aborto. Durante seu percurso, a deterioração do ambiente constitui, sem dúvida, uma ameaça concreta para a vida. Até mesmo no fim da vida esta é ameaçada por vozes que se elevam pela obtenção da eutanásia”. (L’Osservatore Romano - RL)

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Dom Marcuzzo: Vandalismo no Monte Tabor é estranho aos nosso valores

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Jerusalém (RV) – Uma oração de reparação e um novo ato de consagração. Assim a comunidade cristã de Jerusalém pensa em responder ao grave ato de vandalismo, que no último domingo danificou a Basílica da Transfiguração no Monte Tabor.

Cálices, ícones, mobília: os vândalos “violaram todos os objetos que consideravam preciosos, não obstante o sentimento comum e os valores da Terra Santa sejam bem diferentes”, comentou aos microfones da Rádio Vaticano o Vigário Patriarcal de Jerusalém, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo:
“A profanação do Santíssimo Sacramento, de um local sagrado, é grave por si só. O que num certo sentido torna mais leve o ocorrido, é o fato de que não queriam fazer um ato de profanação, mas sim, simplesmente roubar, pela droga. Naturalmente, fizemos mesmo assim um ato de e4xpiação porque se trata, de qualquer maneira, das sagradas hóstias atiradas no chão, trata-se da estátua de Nossa Senhora que foi atirada no jardim externo, quando viram que não tinha nada de precioso”.

RV: Mas houve outros atos na Terra Santa...

“Sim, mas esta é uma outra questão”.

RV: O senhor falou de se realizar um ato oficial de reparação nas próximas semanas...

“Sim, queremos dar um testemunho de amor e de ligação ao local. Todos, naturalmente, são informados, sobretudo os peregrinos, aqueles que neste momento se encontram na Galileia, também eles contribuem em dar um testemunho de amor por este local santo”.

RV: O sentido do sagrado, do divino, que estes lugares comunicam e adiam, é partilhado entre cristãos, judeus e muçulmanos?

“Sim. No geral, no Oriente Médio uma imagem, um lugar, um símbolo considerado sagrado pelos cristãos é respeitado pelos muçulmanos, pelos judeus, por todos e da mesma forma aquilo que os muçulmanos consideram sagrado, nós o respeitamos e assim com os judeus, etc. Existe este respeito mútuo por todas as coisas religiosas. Esta é uma coisa bonita, é absolutamente o contrário daquilo que está fazendo o Daesh ou o famoso Isis, que não respeita a mentalidade muçulmana, até mesmo aquela popular, da vida cotidiana. No geral, existe este respeito por tudo aquilo que é sagrado para os outros, também as festas, aqui não se toca. E é por isto que este ato é um pouco fora da mentalidade e nos faz entender melhor ainda quem poderiam ser os autores deste ato”.

RV: Muito provavelmente, mais a nível popular, do sentir comum, existe esta sensação de respeito recíproco e também de disponibilidade de partilha, coisa que às vezes à nível de política e de autoridade não funciona, levando ao confronto. Penso ultimamente na Esplanada das Mesquitas e na decisão da Unesco sobre ela...

“Quando a política se mistura com a religião ou assume um aspecto religioso pelos seus interesses, esta é bem outra questão, mas é absolutamente necessário distinguir as duas coisas. A propósito: os peregrinos – que não tem a ver com estas histórias um pouco negativas – são sempre bem vindos e são sempre respeitados. Venham venerar e absorver a melhor espiritualidade cristã dos lugares santos. Sejam bem-vindos todos os peregrinos!”.

 

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Os mil anos da Igreja Católica na Noruega, em livro a ser entregue ao Papa

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Oslo (RV) – Uma pequena e tenaz comunidade em crescimento, 25 paróquias, duas novas Igrejas – entre as quais a Catedral de Trondheim. A milenar história da presença católica na Noruega foi compilada em um livro que será entregue ao Papa Francisco durante sua viagem à vizinha Suécia, de 31 de outubro a 1º de novembro.

O livro “Mil anos da Igreja Católica na Noruega” será entregue ao Pontífice pelos peregrinos noruegueses que irão a Malmö, para participar no dia 31 da abertura da celebração ecumênica dos 500 anos da Reforma.

Dos vikings aos dias atuais

É a primeira vez que “a história da Igreja Católica, dos vikings até hoje, é compilada em um único livro”, explica Liv Hegna, curadora da obra. A narração começa pelo “furto que os vikings fizeram no mosteiro de Lindisfarne, na Inglaterra, em 793, de onde roubaram livros sagrados e móveis” – precisa Hegna - passando pela cristianização realizada pelo grande Rei Olav II, a criação da sede episcopal em Nidaros em 1153, o desaparecimento dos católicos entre a Reforma e o século XIX, para finalmente chegar aos dias de hoje da comunidade católica, que dos 8 mil fieis dos anos 60, passou a mais de 140 mil atuais.

Fase positiva

“As coisas estão andando muito bem. Existe um grande interesse por parte do público e da mídia pela Igreja Católica na Noruega”, conta Hans Rossiné, responsável pela comunicação da Diocese de Oslo, entusiasmado pelo recente sucesso, também midiático, do “Festival das Culturas”, realizado em setembro na capital, organizado pela Igreja Católica com o objetivo de recolher fundos para a Caritas e destinado à Síria.

Nova Catedral em Trondheim

Também suscita interesse a nova Catedral católica em Trondheim, que será consagrada em 19 de novembro pelo Cardeal emérito de Westminster, Cormac Murphy O’Connor, designado pelo Papa como seu legado.

A antiga construção não comportava mais todos os fieis: no outono de 2014 foi demolida e no seu lugar foi construída uma nova, diante da histórica catedral, hoje luterana, onde são conservadas as relíquias do Santo Rei Olav.

“Será a única catedral  que será consagrada este ano na Europa”, observa Rossiné, a segunda nova igreja na Noruega desde 2016, porque “próximo a Oslo foi construída outra”: com os números em constante elevação, há necessidade de novas construções e de novos sacerdotes para as 25 comunidades paroquiais do país.

Muitas nações, uma só comunidade

Os católicos noruegueses querem também participar mais da vida política. Busca-se o “diálogo com todos os partidos em vista das eleições parlamentares de 2017: queremos fazer ouvir também a nossa opinião”.

A Igreja Católica ganhou crédito, sendo reconhecida por diversos setores como “contexto de sucesso para a integração”, quer pelo que realiza dentro dela, quer pelo serviço de assistência social que oferece por meio de suas instituições, Caritas em primeiro lugar.

A comunidade católica é formada principalmente por poloneses, croatas, lituanos, filipinos, vietnamitas, eritreus, cingaleses e chilenos, os mais numerosos entre as 180 nacionalidades. “Não é fácil encontrar um equilíbrio entre a diversidade cultural, a independência das diversas nacionalidades e a única Igreja”.

Valores, identidade, diálogo

Também a atualidade ecumênica é densa. As relações com a Igreja Luterana são “muito cordiais” e cresceram nestes  anos com o trabalho comum em vista do 500º aniversário da Reforma.

Não teve consequências ecumênicas a recente decisão do Sínodo luterano de celebrar com rito religioso matrimônios de casais do mesmo sexo: “Nós esclarecemos os nossos valores e os nossos pontos de vista a este respeito e não existe confusão”.

Houve algum problema na parte luterana, onde “um punhado de pastores afirmou querer passar para a Igreja Católica”. São, de fato, cerca de cem luteranos que anualmente pedem para se tornar católicos.

A clareza da Igreja Católica suscita atração no debate público onde se registra uma retomada do debate sobre religiões, após anos em que “atingiu mínimos históricos”. É a atualidade do tema “Islã” e a sua forte identidade a colocar as religiões sob os refletores e fazer nascer também nos cristãos o questionamento a respeito dos próprios valores.

(je/sir)

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Formação



O Sínodo de 1985 - Revisão do Concílio Vaticano II

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar no programa de hoje do Sínodo de 1985, uma revisão do Concílio.

A edição de hoje deste nosso espaço, vai lançar um olhar sobre o Sínodo de 1985 convocado pelo Papa João Paulo II, para avaliar as conclusões e aplicações do Concílio Vaticano II. Padre Gerson Schmidt: 

"O Sínodo de 1985, convocado pelo Papa João Paulo II, teve o objetivo de reunir os bispos do mundo inteiro para revisar e reavivar as conclusões e aplicações do Concilio Vaticano II. Esse sínodo apresentou o Vaticano II como uma “verdadeira graça de Deus e um dom do Espírito Santo”, que tem dado numerosos frutos espirituais para a Igreja e para a humanidade. Diz o texto final do sínodo: “Temos determinado seguir avançando pelo mesmo caminho que nos indicou o Concilio” {RF, I, 2). Na palavra final do sínodo se fez uma exaltação e promoção do Concilio. O Concilio foi uma grande torrente de luz que a grande maioria dos cristãos o receberam com “fervor de alma”, apesar da resistência de uma minoria. Semelhante aceitação majoritária era indiscutivelmente - afirmava a Relação Final - um fruto do Espírito Santo.

Passados 20 anos de Concilio, passada a primeira fase de distúrbios e má interpretação do Concílio, havia no Sínodo de 85 boas razões para enaltecer o Concilio como um sinal e testemunho da ação de Deus em nosso tempo. A colaboração das diversas Conferências episcopais vinha fazer uma radiografia pós-conciliar, na tarefa de verificar e trocar as experiências sobre a “aplicação” do Vaticano II, como pedira o Papa João Paulo II.

A redação final mencionará o que se chamou de “sombras” da “recepção” e da “aplicação defeituosa” do Concílio. Afirmou que nem todas as coisas que se passaram depois do Concilio sejam necessariamente causadas pelo Concilio, como se fossem suas consequências. Houve uma certa timidez na hora de aplicar a “verdadeira” doutrina conciliar (cfr. RF, I, 4). O sínodo constatou uma falta de identificação plena com a Igreja em sua missão, especialmente no “primeiro mundo” (cfr. ibid). Foi citado o secularismo como uma das causas externas dessa situação. Um secularismo que se considera como um sinal dos novos tempos, havendo uma aceleração do fenômeno após o concílio, como por exemplo, uma Europa toda descristianizada {RF, II, A, 1). Como causa interna, o Sínodo dos bispos de 85 identificou uma leitura “parcial e seletiva” do Concilio, e com uma interpretação «superficial» de sua doutrina “em um e outro sentido”.

Concretamente, entre essas parcialidades se menciona uma apresentação “unilateral” da Igreja como estrutura meramente institucional, e a confusão da legítima abertura ao mundo fosse uma incorreta aceitação dos valores errôneo do mundo secularizado. Junto com estas “parcialidades” os bispos enumeram deficiências teóricas e prática na catequese, na liturgia, na moral, na espiritualidade, etc. O sínodo assumiu com franqueza essas lacunas, essa realidade pendente.

O Sínodo quis promover decididamente um conhecimento mais amplo e profundo do Concílio. Neste sentido, sugeriu uma maior difusão e conhecimento dos documentos conciliares entre os membros do Povo de Deus: sacerdotes, religiosos, leigos.... Sugeriu-se a organização de conferências e cursos que expliquem os documentos conciliares, etc. Que essa difusão maior das conclusões conciliares não ficasse simplesmente a nível epidérmico, senão que houvesse como fruto uma verdadeira assimilação do concilio tanto a nível comunitário como pessoal.

Bem por isso, aqui, nesse importante espaço, fazemos algo que o próprio Sínodo pretendeu. O resgate dos importantes documentos conciliares, num estudo, numa tentativa de aplicação e numa revisão do como esses documentos se traduzem na pastoral e na evangelização atual da Igreja Católica, nas paroquias, nos movimentos sociais, nos organismos eclesiais, nas comunidades novas, muitas delas surgidas como fruto do próprio concílio, por obra do Espírito Santo".

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Conversão pastoral: a conversão fundamental é do nosso coração

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, lembramos que oriunda da V Conferência Geral do Episcopado  Latino-Americano e do Caribe, a “Missão Continental” constitui resposta significativa da nossa Igreja ao chamado urgente à nova evangelização. 

Nesse sentido, a Conferência de Aparecida pediu-nos uma conversão pastoral: o passar de uma pastoral de manutenção a uma pastoral eminentemente missionária. Aparecida pede-nos aquilo sobre o qual o Papa Francisco tanto insiste: uma Igreja em saída; sair das paróquias para – sem presunção – anunciar Cristo aos afastados.

De fato, o Papa nos pede uma Igreja de portas abertas, sobretudo para sair, indo ao encontro daquelas realidades de “periferias geográficas, sociais e existenciais” – como costuma chamar.

Tudo isso requer uma conversão Pastoral. A esse propósito, perguntamos ao bispo de Mossoró, Dom Mariano Manzana – com quem temos contado estes dias –, se ele tem constatado essa conversão pastoral na ação evangelizadora da Igreja.

O bispo desta Igreja particular rio-grandense-do-norte diz-nos, inicialmente, que a conversão fundamental é a do nosso coração, que depois transforma as estruturas. Cita o Papa Bergoglio, que foi – quando ainda cardeal em Buenos Aires – um dos que deu essas linhas no Documento de Aparecida profundamente transformadoras de uma Igreja em saída, “de uma Igreja que toma consciência de si e se torna missionária e que coloca suas estruturas a serviço dos mais pobres, a serviço de quem precisa e aberta para os outros”, observa ele.

“Percebe-se cada vez mais que o sentido da Igreja de ser Igreja é em função dos outros (...) que não liga a si, mas encaminha para o Senhor”, afirma Dom Manzana. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Povos indígenas da Amazônia equatoriana dialogam com a Repam

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Puyo (RV) - Cerca de 130 indígenas, afro-equatorianos, missionários e missionárias se reuniram de 21 a23 de outubro no Centro de Pastoral Intipungo, em Puyo – Equador, para um grande diálogo promovido pela Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM) com os povos nativos na Amazônia local.

O encontro teve a participação do Cardeal Cláudio Hummes, presidente da REPAM e da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB e bispos dos Vicariatos Apostólicos da Amazônia Equatoriana. O diálogo, em clima aberto e de mútua escuta, se mesclou com momentos de espiritualidade e troca de experiências, a partir de uma reconstrução histórica da missão eclesial na Amazônia.

O bispo de Puyo, Dom Rafael Cob, deu as boas-vindas a todos convidando a escutar a voz dos povos e Mauricio López, secretário executivo da REPAM, apresentou o projeto global do trabalho da Rede, que coordena os nove países amazônicos: Equador, Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia, Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.

“Projetos de Vida” e “Modelo de Desenvolvimento” foram temas de mesas temáticas, com a apresentação de experiências práticas realizadas na área. Também houve lugar para uma festiva noite cultural com painéis de cada Vicariato.

No último dia, o Card. Hummes propôs uma reflexão sobre os elementos importantes na pauta de uma Igreja que quer ’um rosto amazônico’.   

O encontro se encerrou com uma celebração de envio realizada pelas nacionalidades kichwa, shuar, afro-equatorianos e agentes de pastoral. O comunicado final recorda que todos são enviados para levar a boa notícia aos povos e comunidades de onde provêm, como uma Igreja que defende a vida com rosto amazônico.

(P. Julio Caldeira/CM)

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