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Sumario del 01/11/2016

Papa e Santa Sé

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Papa e Santa Sé



Papa no avião: imigração, não é humano fechar as portas

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Cidade do Vaticano (RV) - No avião que trouxe o Papa Francisco de Malmö, na Suécia, a Roma, nesta terça-feira (1º/11), o Pontífice conversou com os jornalistas que o acompanharam nesta 17ª viagem apostólica internacional. 

Dentre os temas abordados durante a coletiva estão: imigrantes e refugiados, secularização, laicidade e laicismo, mundanidade espiritual, tráfico de seres humanos e voluntariado na Itália. 

Depois de agradecer ao Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, pelas boas-vindas, o Papa iniciou a resposta da primeira pergunta, feita por uma jornalista sueca, agradecendo à Suécia por ter acolhido muitos argentinos, chilenos e uruguaios no tempo da ditadura militar. “A Suécia tem uma tradição longa de acolhimento, mas não somente de receber, mas de integrar, procurar moradia, escola e trabalho. Integrar num povo. Dos 9 milhões de habitantes na Suécia, 850 mil são novos suecos, ou seja, imigrantes, refugiados ou seus filhos”, disse Francisco. 

A seguir, o Papa fez a distinção entre migrante e refugiado. “O migrante deve ser tratado com certas regras porque migrar é um direito, mas é um direito muito regulado. Ao invés, o refugiado vem de uma situação de guerra, angústia, de fome, de uma situação terrível e o status de refugiado precisa de cuidado, de mais trabalho. Também nisso, a Suécia sempre deu um exemplo na organização, no fazer aprender a língua, a cultura e também integrar na cultura. Na integração das culturas, não devemos nos espantar porque a Europa foi formada com uma integração contínua de culturas, várias culturas”, disse o Pontífice.

Sobre o que pensa em relação aos países que fecham as fronteiras, o Papa disse que “na teoria não se pode fechar o coração a um refugiado, mas há também a prudência dos governantes: devem ser muito abertos a recebê-los, mas também fazer o cálculo de como organizá-los, porque um refugiado não se deve somente receber, mas o integrar. Se um país tem uma capacidade de vinte, digamos assim, de integração, faça os vinte. Se outro tem mais, faça mais. Mas sempre com o coração aberto: não é humano fechar as portas, não é humano fechar o coração. Quando um refugiado ou um migrante não se integra, entra num gueto. Uma cultura que não desenvolve em relação com a outra cultura é perigoso. Acredito que o pior conselheiro para os países que fecham as fronteiras seja o medo, e o melhor conselheiro seja a prudência. Conversei com um funcionário do Governo sueco estes dias e ele me falava de algumas dificuldades neste momento, pois chegam muitos e não se tem tempo de organizá-los, encontrar escola, casa, trabalho e aprender a língua. A prudência deve fazer este cálculo. Não acredito que se Suécia diminuir a sua capacidade de acolhimento o fará por egoísmo ou porque perdeu a capacidade; se há algo desse tipo é porque hoje muitos olham para a Suécia porque conhecem o acolhimento, mas para organizá-los não tem tempo necessário para todos.” 

Sobre o que pensa em relação à Suécia ter como Primaz da Igreja Luterana uma mulher, o Papa disse que leu a história daquela área onde esteve e viu que existiu uma rainha que ficou viúva três vezes. Então disse: “Esta mulher é forte! Disseram-me que as mulheres suecas são muito fortes e que alguns homens suecos procuram mulheres de outra nacionalidade. Não sei se é verdade isso!”, disse o Pontífice. 

Sobre a ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra foi dada por São João Paulo II, e esta permanece. “Se lemos bem a declaração feita por São João Paulo II, vai naquela linha. Sim. Mas as mulheres podem fazer muitas coisas, melhor que os homens, também no campo dogmático. Para esclarecer, talvez para dar uma clareza, não fazer somente uma referência a um documento: na eclesiologia católica existem duas dimensões para pensá-la. A dimensão petrina que é a dos apóstolos, Pedro e o colégio apostólico que é a pastoral dos bispos, e a dimensão mariana que é a dimensão feminina da Igreja. Isso eu já disse aqui mais de uma vez. Eu me pergunto: Quem é mais importante na teologia e na mística da Igreja, os apóstolos ou Maria, no dia de Pentecostes? É Maria. Digo mais. A Igreja é mulher! É “a” Igreja e não “o” Igreja. E a Igreja esposa Jesus Cristo. É um mistério esponsal. À luz deste mistério se entende o porque dessas duas dimensões: a dimensão petrina, ou seja episcopal, e a dimensão mariana com tudo aquilo que seja a maternidade da Igreja, mas num senso mais profundo. Não existe a Igreja sem esta dimensão feminina, porque ela é feminina.”

Um jornalista disse, em espanhol, que houve encontros ecumênicos ricos com as Igrejas tradicionais: ortodoxa, anglicana e agora a luterana, e que soube que na vigília de Pentecostes, do próximo ano, haverá um evento no Circo Massimo, em Roma, para celebrar o 50º aniversário da Renovação Carismática. 

O senhor promoveu muitas iniciativas em 2014, talvez a primeira vez para um Papa, com os líderes evangélicos. O que aconteceu com estas iniciativas e o que se espera obter da reunião, do encontro do próximo ano?

“Com estas iniciativas... Eu diria que fiz dois tipos de iniciativas. Uma quando fui a Caserta à Igreja Carismática, e também na mesma linha quando, em Turim, fui à Igreja Valdense. Uma iniciativa de reparação e pedido de perdão porque os católicos, parte da Igreja Católica não se comportou de maneira cristã, não se comportou bem, em relação a eles. Ali se devia pedir perdão e curar uma ferida. 

Outra iniciativa foi a do diálogo, e isso em Buenos Aires. Em Buenos Aires, por exemplo, fizemos três encontros no Estádio Luna Park de Buenos Aires que tem a capacidade de acolher 7 mil pessoas. Três encontros com fiéis evangélicos e católicos em linha com a Renovação Carismática, mas também aberta. Encontros que duravam o dia todo: pregava um pastor, um bispo evangélico e pregava um sacerdote católico ou um bispo católico, ou dois e dois, se alternavam. Em dois desses encontros, ou talvez em todos os três, mas em dois com certeza, pregou o Pe. Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia. 

Acredito que a coisa venha já dos pontificados precedentes, desde quando eu era em Buenos Aires. E isso nos fez bem. Fizemos também retiros espirituais de três dias com pastores e sacerdotes juntos, com a pregação feita por pastores e um sacerdote ou um bispo. Isso ajudou muito o diálogo, a compreensão, a aproximação, o trabalho, sobretudo o trabalho com os mais carentes. Juntos. E o respeito, o grande respeito. Isso em relação às iniciativas em Buenos Aires e esta agora, aqui em Roma, eu tive várias reuniões com pastores, dois ou três. Alguns vieram dos Estados Unidos e daqui da Europa.

O que você mencionou é a celebração que organiza a Iccrs, a celebração para os 50 anos da Renovação Carismática, que nasceu ecumênica, e por isso será uma celebração ecumênica neste sentido, e se realizará no Circo Massimo. Eu espero, se Deus me der vida, de ir falar ali. Parece-me que dura dois dias, mas ainda não foi organizada. Só sei que se realizará na vigília de Pentecostes, e eu falarei em algum momento. 

A propósito de Renovação Carismática e Pentecostais, a palavra pentecostal, a denominação pentecostal hoje é ambígua, porque se refere a muitas coisas que não são iguais, aliás, são opostas. Difundiu-se que se tornou um termo ambíguo. No Brasil, isto é típico, onde se propagou muito.
 
A Renovação Carismática nasce, e um dos primeiros opositores que houve na Argentina fui eu, porque eu era Provincial dos Jesuítas naquela época, quando iniciou na Argentina, e proibi os Jesuítas de ter contatos com eles. Eu disse publicamente que quando se fazia uma celebração litúrgica era preciso fazer uma coisa litúrgica e não uma escola de samba. Eu disse isso. Hoje, penso o contrário, quando as coisas são bem feitas. 

Em Buenos Aires, todos os anos, uma vez por ano, tínhamos na catedral a missa do movimento da Renovação Carismática à qual vinham todos. Eu também experimentei o processo de reconhecimento do bom que a Renovação deu à Igreja. Não podemos nos esquecer da grande figura do Cardeal Suenens, que teve aquela visão profética e ecumênica.”

A tradução da coletiva prosseguirá mais tarde...

(MJ)

 

 

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Papa celebra missa na Suécia: santidade é entregar-se aos outros

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Malmö (RV) – O último compromisso do Papa Francisco na Suécia foi com a pequena comunidade católica local. O Pontífice presidiu na manhã desta terça-feira (1º/11) à celebração eucarística no Estádio Swedbank, no centro da cidade de Malmö. 

O Papa dedicou sua homilia à solenidade de Todos os Santos, que a Igreja celebra no dia 1º de novembro. “Assim recordamos não só aqueles que foram proclamados Santos ao longo da história, mas também muitos irmãos que viveram a sua vida cristã na plenitude da fé e do amor através de uma existência simples e reservada. Contam-se certamente muitos dos nossos parentes, amigos e conhecidos.” Entre eles, o Pontífice citou as mães e os pais que se sacrificam pelas suas famílias.

A santidade, recordou Francisco, não se manifesta necessariamente em grandes obras nem em sucessos extraordinários, mas significa saber viver, fiel e diariamente, as exigências do Batismo, de entrega total aos outros.

Felicidade autêntica

Mas para o Papa, a felicidade é a característica dos santos, pois descobriram o segredo da felicidade autêntica, que tem a sua fonte no amor de Deus. Por isso, os Santos são chamados bem-aventurados.

As Bem-aventuranças são o perfil de Cristo e, consequentemente, do cristão. Dentre elas, o Papa destacou uma: "Felizes os mansos".

“Este é o retrato espiritual de Jesus, disse Francisco. A mansidão é uma maneira de ser e viver que nos assemelha a Jesus e nos faz estar unidos entre nós; faz com que deixemos de lado tudo o que nos divide e contrapõe, a fim de procurar formas sempre novas para avançar no caminho da unidade. A mansidão é a atitude de quem não tem nada a perder, porque a sua única riqueza é Deus.”

Como exemplo, o Papa citou santos da região, Santa Maria Elisabeth Hesselblad, recentemente canonizada, e Santa Brígida, Brigitta Vadstena, co-padroeira da Europa.

Para Francisco, as Bem-aventuranças são a carteira de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. E propôs algumas situações que podem ser vividas com espírito renovado: felizes os que olham nos olhos os descartados e marginalizados fazendo-se próximo deles; felizes os que protegem e cuidam da casa comum; felizes os que renunciam ao seu próprio bem-estar em benefício dos outros; felizes os que rezam e trabalham pela plena comunhão dos cristãos... “Todos eles são portadores da misericórdia e ternura de Deus”, disse o Pontífice, que concluiu:

“Queridos irmãos e irmãs, o chamado à santidade é para todos. Juntos, peçamos a graça de acolher este chamado e trabalhar unidos para levá-lo a cumprimento. À nossa Mãe do Céu, confiamos o diálogo em busca da plena comunhão de todos os cristãos, para que sejamos abençoados nos nossos esforços e alcancemos a santidade na unidade.”

Igreja na Suécia

Os católicos na Suécia são cerca de 115 mil, mas se estima que seja quase o dobro, pois a comunidade é constituída quase exclusivamente por imigrantes. A Igreja é organizada numa única diocese, a de Estocolmo.

Angelus

Ao final da missa celebrada no estádio de Malmö, o Papa Francisco rezou com os fiéis a oração mariana do Angelus.

Antes, porém, ouviu a saudação do Bispo de Estocolmo, Dom Anders Arborelius, e agradeceu a presença do Presidente e do Secretário-Geral da Federação Luterana e das delegações ecumênicas presentes no estádio.

“Dou graças a Deus por me ter dado a oportunidade de vir a esta terra e encontrar-me com vocês, muitos vindos de várias partes do mundo. Como católicos, fazemos parte de uma grande família, sustentada por uma mesma comunhão.”

O Papa encorajou os fiéis a viverem na oração, nos Sacramentos e no serviço generoso a quem passa necessidade e sofre.

“Na nossa vida, não estamos sozinhos. Temos sempre o auxílio e a companhia da Virgem Maria, que hoje nos aparece como a primeira dentre os Santos, a primeira discípula do Senhor. Confiemo-nos à sua proteção”, disse o Papa, rezando com os fiéis a oração do Angelus.

(bf)

 

Eis a íntegra da homilia:

“Celebramos hoje, com toda a Igreja, a solenidade de Todos os Santos. Assim recordamos não só aqueles que foram proclamados Santos ao longo da história, mas também muitos irmãos nossos que viveram a sua vida cristã na plenitude da fé e do amor através duma existência simples e reservada. Contam-se certamente, entre eles, muitos dos nossos parentes, amigos e conhecidos.

Celebramos, pois, a festa da santidade. Aquela santidade que, às vezes, não se manifeste em grandes obras nem em sucessos extraordinários, mas que sabe viver, fiel e diariamente, as exigências do Batismo. Uma santidade feita de amor a Deus e aos irmãos. Amor fiel até ao esquecimento de si mesmo e à entrega total aos outros, como a vida daquelas mães e pais que se sacrificam pelas suas famílias sabendo renunciar de boa vontade, embora nem sempre seja fácil, a tantas coisas, tantos projetos ou programas pessoais.

Mas, se alguma coisa há que caraterize os Santos, é o facto de serem verdadeiramente felizes. Descobriram o segredo da felicidade autêntica, que mora no fundo da alma e tem a sua fonte no amor de Deus. Por isso, os Santos são chamados bem-aventurados. As Bem-aventuranças são o seu caminho rumo ao seu destino, rumo à pátria. As Bem-aventuranças são o caminho de vida que o Senhor nos indica, para podermos seguir os seus passos. Ouvimos, no Evangelho de hoje, como Jesus as proclamou perante uma grande multidão num monte junto do lago da Galileia.

As Bem-aventuranças são o perfil de Cristo e, consequentemente, do cristão. Dentre elas, quereria destacar uma: «Felizes os mansos» (Mt 5, 5). Jesus diz de Si mesmo: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). Este é o seu retrato espiritual, e desvenda-nos a riqueza do seu amor. A mansidão é uma maneira de ser e viver que nos assemelha a Jesus e nos faz estar unidos entre nós; faz com que deixemos de lado tudo o que nos divide e contrapõe, a fim de procurar formas sempre novas para avançar no caminho da unidade, como fizeram filhos e filhas desta terra, entre os quais se conta Santa Maria Elisabeth Hesselblad, recentemente canonizada, e Santa Brígida, Brigitta Vadstena, co-padroeira da Europa. Elas rezaram e trabalharam para estreitar os laços de unidade e comunhão entre os cristãos. Um sinal muito eloquente é o facto de ser aqui no seu país, caraterizado pela convivência de populações muito diferentes, que estamos a comemorar em conjunto o quinto centenário da Reforma. Os Santos obtêm mudanças graças à mansidão do coração. Com ela, compreendemos a grandeza de Deus e adoramo-Lo com sinceridade; além disso, é a atitude de quem não tem nada a perder, porque a sua única riqueza é Deus.

As Bem-aventuranças são de algum modo o cartão de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus. Neste sentido, poderíamos assinalar novas situações para as vivermos com espírito renovado e sempre atual: felizes os que suportam com fé os males que outros lhes infligem e perdoam de coração; felizes os que olham nos olhos os descartados e marginalizados fazendo-se próximo deles; felizes os que reconhecem Deus em cada pessoa e lutam para que também outros o descubram; felizes os que protegem e cuidam da casa comum; felizes os que renunciam ao seu próprio bem-estar em benefício dos outros; felizes os que rezam e trabalham pela plena comunhão dos cristãos... Todos eles são portadores da misericórdia e ternura de Deus, e d’Ele receberão sem dúvida a merecida recompensa.

Queridos irmãos e irmãs, a chamada à santidade é para todos, e temos que a receber do Senhor com espírito de fé. Os Santos encorajam-nos com a sua vida e a sua intercessão diante de Deus, e nós precisamos uns dos outros para nos tornar santos. Ajudemo-nos a tornar-nos santos! Juntos, peçamos a graça de acolher, com alegria, esta chamada e trabalhar unidos para a levar a cumprimento. À nossa Mãe do Céu, Rainha de todos os Santos, confiamos as nossas intenções e o diálogo em busca da plena comunhão de todos os cristãos, para que sejamos abençoados nos nossos esforços e alcancemos a santidade na unidade”.

 

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Papa na Suécia: superar a mentalidade do confronto

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Malmö (RV) – Às 12h45min deste 1º de novembro de 2016 o Papa Francisco embarcou no avião da Alitália que o levou de volta a Roma, após passar pouco mais de 24 horas em terras suecas, naquela que foi a sua 17ª Viagem apostólica internacional. A viagem, considerada histórica, é um passo que adquire grande importância na relação entre católicos e luteranos.

Ao participar do início da celebração ecumênica dos 500 anos da Reforma protestante ocorrida em 1517, o Papa quis, com seu gesto corajoso, demonstrar a sua proximidade para colaborar na superação de uma mentalidade do confronto. Recordemos que as comemorações dos centenários da Reforma sempre foram caracterizadas por polêmicas, muitas vezes com acusações recíprocas e não raro com agressões mútuas. No contexto de uma fé cristã, isto representa um escândalo. Desta vez não. Pela primeira vez, a celebração é realizada de forma ecumênica.

A presença do Papa em Lund não é um fato isolado, mas é fruto de um intenso diálogo que já se realiza entre as duas Confissões desde 1967, com o Concílio Vaticano II. Marcos importantes nesta trajetória foram a Declaração Comum sobre a Justificação, de 1999, e o Documento “Do Conflito à comunhão”, de 2013.

O lema que guiou o encontro - “Do Conflito à Comunhão. Juntos na esperança” – bem revela o espírito que guiou os eventos em Lund e Malmö:  lançar uma luz em acontecimentos passados, curar a memória, trabalhar juntos no presente e lançar um olhar de esperança em direção ao futuro. A decisão do Papa demonstra justamente esta vontade de união e propõe um futuro de alegria de comunhão e união naquilo que é compartilhável.

A cerimônia na Catedral de Lund, teve um forte caráter penitencial, que bem se insere neste Ano Santo da Misericórdia. Unidos, luteranos, católicos e ortodoxos presentes, compartilhando a mesma fé em Jesus Cristo, dirigiram-se ao Pai pedindo perdão pelas divisões e reafirmando o desejo de um futuro compartilhado. Na Declaração conjunta, é reiterado o compromisso em favor de um testemunho comum e lançado um apelo aos católicos e luteranos do mundo inteiro para que , “mais do que os conflitos do passado, seja o espírito da unidade entre nós a guiar a colaboração e aprofundar a nossa solidariedade”.

O Papa afirmou, na sua homilia,  que “temos a possibilidade de reparar um momento crucial de nossa história, superando controvérsias e mal-entendidos que impediram de nos compreendermos uns aos outros. Não podemos resignar-nos com a divisão e o distanciamento que a separação gerou entre nós”, disse com veemência.

A presença de Francisco na Suécia não representou a solução das questões ainda pendentes, especialmente no campo teológico, mas foi um passo importante na relação entre as duas Confissões. Foi reiterado, em diversas ocasiões, que católicos e luteranos tem mais coisas que os unem do que os separam, e nisto foi colocado o foco.

Neste sentido, realizou-se o grande evento na Arena de Malmö, que fortaleceu o compromisso com o ecumenismo da caridade e do trabalho, com a assinatura da Declaração entre a Caritas Internationalis e o Serviço Mundial da Federação Luterana. Assim,  reafirma-se que diante dos desafios de uma humanidade fragmentada e marcada por conflitos, é imperativo o testemunho comum dos cristãos, também com o trabalho comum em prol dos pobres, marginalizados, necessitados.

Gratidão, penitência, superação, esperança, foram palavras-chaves que caracterizaram o histórico dia 31 de outubro de 2016. “Este é o testemunho que o mundo espera de nós, disse Francisco. E nós, cristãos, seremos testemunhas críveis da misericórdia, na medida em que o perdão, a renovação e a reconciliação forem uma experiência diária entre nós”.

De Malmö, na Suécia, Jackson Erpen

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Católicos e Luteranos fortalecem compromisso em favor dos pobres

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Malmö (RV) – A ação concreta de católicos e luteranos em favor dos necessitados do mundo. Este foi o tom do grande encontro ecumênico realizado na Arena de Malmö que se seguiu ao Encontro de Oração na Catedral de Lund.

O desejo do trabalho conjunto ficou  fortemente caracterizado pelo deslocamento até o estádio. Lado a lado, dentro de uma van, o Papa Francisco, o Presidente e o Secretário da Federação Luterana Mundial, Bispo Munib Younan e Martin Junge, respectivamente, e o Cardeal Koch. Assim, da oração comum - para que “a Palavra do Senhor nos mantenha unidos” , como disse ao Papa na Catedral – para a ação concreta em resposta às necessidades mais urgentes da população do planeta.

Um dos frutos do amadurecimento do diálogo é justamente a colaboração entre diversas organizações da Igreja Católica e da Federação Luterana Mundial, representado pela Declaração comum de Acordos entre a Caritas Internationalis e o Serviço Mundial da Federação Luterana, em favor da promoção da dignidade e da justiça social, temas em torno dos quais se desenvolveu todo o evento na Arena da Malmö.

Música, oração, luzes e testemunhos caracterizaram o encontro. Os presentes, reunidos desde cedo no estádio, puderam acompanhar o Encontro Ecumênico na Catedral de Lund através de telões.

Os testemunhos representaram situações de ameaça em diversas partes do mundo. Uma jovem indiana, Pranita,  comprometida com atividades ambientais depois de ter visto em seu país os desastres naturais provocados por inundações e ciclones; o Diretor da Caritas colombiana, Héctor Gaviria, que falou sobre a paz no país; Marguerite Barankitse, do Burundi, que adotou 7 crianças com o início do massacre, comprometeu-se com uma organização para ajudar crianças órfãs e construir uma geração capaz de romper o ciclo de violência e por fim, o testemunho de Dom Antoine Audo, Bispo caldeu de Aleppo, com o relato da situação de violência nesta terra martirizada.

O Presidente da Federação Luterana Mundial, Munib Younan, afirmou que “o nosso histórico encontro está enviando uma mensagem ao mundo inteiro”, de que os fortes esforços religiosos podem levar a uma reconciliação verdadeira, antes que causar mais conflito em um mundo já conturbado. “Agradeçamos a Deus – afirmou – porque estamos dando um passo do conflito à comunhão”.

Os ingressos para participar do encontro na Arena de Malmö foram colocados à disposição online em 9 de setembro e em pouco mais de dois dias se esgotaram. Cada ingresso foi oferecido ao preço de dez euros e o valor arrecadado será destinado em favor dos refugiados sírios na Jordânia e em Aleppo.

Reagir à crise síria, aliás, foi um dos temas centrais, com uma oração pedindo o fim do conflito. Desta forma, este dia histórico para as duas Confissões, além de um passo rumo a um futuro de unidade, fortalece o trabalho conjunto de organizações das duas Igrejas em favor dos pobres do mundo.

De Malmö, Suécia, Jackson Erpen

 

 

 

 

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Papa deixa a Suécia: juntos na esperança

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Cidade do Vaticano (RV) - “Do conflito à comunhão. Juntos na esperança”: este foi o lema da viagem à Suécia que o Papa Francisco encerrou nesta terça-feira.

Tratou-se da sua 17ª viagem apostólica e a última deste ano de 2016. A ocasião da visita foi a comemoração conjunta dos 500 anos da Reforma protestante e os 50 anos do diálogo entre as duas confissões – ambas as datas que serão recordadas de maneira oficial em 2017.

No total, foram pouco mais de 24 horas em solo sueco. No aeroporto de internacional de Malmö aguardava o Papa para a despedida em nome do governo e do povo sueco a Ministra da Cultura e da Democracia, senhora Alice Bah-Kuhnke.

Na bagagem desta viagem os momentos ecumênicos com os luteranos e a assinatura da Declaração conjunta.

Momentos com forte caráter penitencial; um pedido perdão pelos erros do passado e pelas divisões, e o propósito de caminhar juntos e trabalhar pelo bem da humanidade.

E nesta terça-feira a Santa Missa com a comunidade católica do país na solenidade de Todos os Santos. E as palavras finais que precederam o Angelus: “Dou graças a Deus por me ter dado a oportunidade de vir a esta terra e encontrar-me com vocês”. (SP)

 

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O encontro de Francisco com o rebanho católico na Suécia

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Malmö (RV) –  Último dia do Papa Francisco em terras suecas. Respondendo ao fervoroso pedido da comunidade local – como revelou na entrevista à “Civiltà Cattolica” – Francisco decidiu celebrar uma missa, aumentando a viagem à Suécia em um dia. 

“Na verdade – disse o Papa – eu não queria que a missa fosse celebrada no mesmo dia e não no mesmo lugar do encontro ecumênico para evitar confundir os planos. O encontro ecumênico deve ser preservado em seu profundo significado, segundo o espírito da unidade”.

Francisco despediu-se da Residência Papal em Igelösa às 8h30min e percorreu 35,7 km até o Swedbank Stadium, distante 3 km do centro da cidade, e com capacidade para acolher dezoito mil pessoas.

A alegria pela presença do Pontífice era perceptível pelos cantos e gritos de alegria e boas-vindas em espanhol, visto que a Suécia conta com uma grande comunidade sul-americana, formada especialmente por chilenos e mexicanos.  

De fato os católicos, que representam pouco mais de 1% da população sueca, é formada também por muitos estrangeiros, principalmente por poloneses, seguida pelos croatas, latino-americanos e cristãos do Oriente Médio de diversos ritos. A Igreja local conta com uma única circunscrição eclesiástica, a Diocese de Estocolmo, guiada por Dom Anders Arborelius.

A missa  na Solenidade de Todos os Santos foi celebrada em latim e sueco, com a oração dos fieis em espanhol, sueco, árabe, inglês, alemão e polonês. O Papa proferiu sua homilia em espanhol.

Com a celebração, Francisco concluiu a 17ª Viagem Apostólica internacional de seu Pontificado, dedicada à santidade, visto que neste dia a Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos.

Os jornais suecos desta segunda-feira deram amplo destaque à presença do Papa Francisco no país. Se a foto de capa do principal jornal estampava o Pontífice com o casal real, o segundo em importância dava destaque ao protagonismo de Francisco nos históricos eventos do dia 31, em Lund e em Malmö.

De Malmö, Suécia, Jackson Erpen

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Teólogo evangélico: encontro comovente, luteranos querem a unidade

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu um caloroso acolhimento por parte dos luteranos na Suécia. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o teólogo evangélico Paolo Tognina, que acompanhou de perto os encontros destes dois dias, comenta os eventos ecumênicos de Lund e Malmö, na segunda-feira (31/10), que marcaram esta visita do Santo Padre:

Paolo Tognina:- “Foi uma dia verdadeiramente muito bonito cadenciado por dois momentos muito fortes: um momento mais litúrgico e um momento mais de realce do trabalho prático que as Igrejas podem realizar juntas e que já realizam juntas. Foram palavras importantes, palavras de reconhecimento mútuo, palavras de reconciliação, pronunciadas em Lund, durante a oração comum. Depois, na Arena de Malmö, o forte realce, comovente e em alguns momentos emocionantes, do trabalho comum que as Igrejas fazem, realizam e queremos continuar realizando em favor da humanidade que sofre, da humanidade que deve fugir. Grande, grandíssima atenção dada ao problema dos refugiados. Foi muito bonito o fato de o Papa Francisco ter reiteradamente aplaudido o Rev. Younam enquanto este fazia seu pronunciamento; e vice-versa, os representantes luteranos ressaltaram, aplaudindo com grande entusiasmo, as palavras do Papa em relação à emergência dos refugiados, em relação à necessidade de cuidar do ambiente e da Criação na qual vivemos. Efetivamente, foi um dia comovente! Estou aqui na Suécia desde sexta-feira, vim aqui com a finalidade de entender qual era o ambiente, a atmosfera na Igreja luterana sueca e na pequena Igreja católica sueca: na Igreja luterana senti, por parte de todas as pessoas com as quais falei, quer ministros e, portanto, pastores, quer simples fiéis, um grande desejo de se poder chegar em breve à possibilidade de acolher-se reciprocamente para a Mesa eucarística. Por parte da base da Igreja, da Igreja da Suécia e, por conseguinte, da Igreja luterana, há este forte desejo.” (RL)

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Papa agradece a Nossa Senhora bom êxito da viagem à Suécia

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Cidade do Vaticano (RV) - O avião Airbus A321 Alitalia que trouxe o Papa Francisco de volta da Suécia aterrissou pouco depois das 15h locais (meio-dia do horário brasileiro de verão) no aeroporto romano de Ciampino, chegando quase meia hora antes do previsto, concluindo assim sua 17ª viagem apostólica internacional, viagem esta que se deu por ocasião da comemoração dos 50 anos de diálogo entre a Igreja Católica e a Igreja Luterana, na esteira da recordação dos 500 anos da Reforma protestante.

Do aeroporto, o Pontífice se dirigiu diretamente à Basílica de Santa Maria Maior – uma das quatro basílicas papais de Roma – para agradecer a Nossa Senhora Salus Populi Romani pelo bom êxito da viagem à Suécia.

O Papa depositou um ramalhete de flores diante do ícone mariano, detendo-se por alguns minutos em oração silenciosa. Logo após, seguiu para o Vaticano. (RL)

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3º Encontro Mundial dos Movimentos Populares

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Cidade do Vaticano (RV) - Com a participação de 170 delegadas e delegados de 65 países de movimentos populares - em que se organizam trabalhadoras e os trabalhadores da economia popular, do campo e diversos setores que representam os excluídos da sociedade - tem início nesta quarta-feira, 2 novembro até sábado, 5, o III Encontro Mundial dos Movimentos Populares no Vaticano a convite do Papa Francisco. 

Nos quatro dias do Encontro, serão debatidos os diferentes eixos que historicamente vem marcando o evento e representam preocupações latentes tanto para os movimentos populares como para o Papa Francisco: Terra, Teto e Trabalho.

Neste Encontro se abrirão novas discussões, ampliando as perspectivas de análise e trabalho sobre  Povos e Democracia, Território e Natureza e Refugiados e Desalojados do mundo, com o objetivo de ter novas ferramentas, reforçadas pela visão própria dos protagonistas destes problemas.

Segundo Juan Grabois, da Comissão Organizadora EMMP, “há um grande número de organizações que estão integradas e organizadas pelos excluídos e que não estão resignados à miséria imposta a eles e resistem com solidariedade ao paradigma tecnocrático atual. O diálogo entre nós e a igreja tem o objetivo de acompanhar, incentivar e visibilizar esses processos que surgem das  bases populares", disse.

Em função dos eixos que estruturam o Encontro diz: “os 3-T continuam a ser o coração dos nossos Encontros; direitos estão sendo violados por um sistema injusto que deixa milhões de camponeses sem terra, famílias desabrigadas e trabalhadores sem direitos. Por isso os principais protagonistas de nossos Encontros são os três principais setores sociais mencionados, marginalizados do campo e da cidade. “

O Painel de Abertura será nesta quarta-feira às 14h e realizado pelo Comitê de Organização; Card. Peter Turkson,  Pontifício Conselho da Justicia e da Paz – Vaticano; João Pedro Stédile, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) – La Vía Campesina – Brasil; Juan Grabois, Movimento de Trabalhadores Excluídos (MTE) – Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP) – Argentina; Jockin Arputham, National Slum Dwellers Federation of India – Slum Dwellers International (SDI) – India; Xaro Castelló, Hermandad Obrera de Acción Católico (HOAC) – Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) – Espanha. O intercâmbio das delegações participantes será concluído no dia 5 de novembro quando, em diálogo com o Papa Francisco, e será apresentado o Documento final com as propostas do Encontro. (SP)

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Formação



Dia de Todos os Santos: “Sede santos porque eu sou Santo!”

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Cidade do Vaticano (RV) - «A Igreja no Brasil celebra o “Dia de Todos os Santos” no próximo domingo. 

No entanto, fomos criados à imagem do Santo, isto é, de Deus. Sendo assim nosso modo de ser e de pensar é afinado com o modo de pensar e de agir de Deus. O contrário é aberração, é antinatural. A natureza humana foi feita para receber a divina.

Quando falamos de santos, estamos tendo como referencial o Santo, Deus. É santa aquela pessoa que amou, que fez o bem, que foi feliz. Exatamente por isso soube perdoar,  interessou-se pelos demais. Podemos ter como ideário dos santos as Bem-Aventuranças. Viveram seu agir especialmente a partir dos valores apontados nesse discurso de Jesus.

Celebramos três momentos de santidade: o momento passado, o momento presente e o momento futuro.

A Santidade do tempo presente é medida pela vivência das Bem-Aventuranças. Por isso hoje é nosso dia também, dia daqueles que tem em cada uma das bem-aventuranças de Jesus os mandamentos de seu dia a dia.

Quando homenageamos alguém e o intitulamos santo, queremos reconhecer nele a ação da Graça Divina que se concretizou  na configuração da imagem do Criador nessa criatura.

E nossa devoção vai muito além do que colocar flores e acender velas. Nossa devoção será imitar suas virtudes, seu testemunho de seguir Jesus Cristo.

Pouco importa a época em que tenham vivido e qual a vocação que Deus lhes tenha dado. Importa como viveram, como responderam aos chamados, como enfrentaram as dificuldades, como superaram seus próprios limites, como vivenciaram a fé, a esperança e o amor.

Fomos feitos à imagem do Santo, para sermos santos: “Sede santos porque eu sou Santo!” (Lev 11, 44)».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para a Solenidade de Todos os Santos)

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Atualidades



Bispo de Aleppo: Papa encontra luteranos, gesto corajoso

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Malmö (RV) - O Bispo caldeu de Aleppo, na Síria, Dom Antoine Audo, deu o seu testemunho durante o evento ecumênico na Arena de Malmö, na Suécia, na tarde desta segunda-feira (31/10).

Numa entrevista à nossa emissora ele falou sobre o significado deste encontro entre o Papa e os luteranos há 500 anos da Reforma: 

Dom Audo: “Penso que seja um gesto muito importante que o Papa Francisco quer dar a nós cristãos e à humanidade: um gesto corajoso! E não somente no âmbito de ideias ou de ideologia, mas porque é um homem que vive da fé e realiza realmente atos concretos de humildade e reconciliação. Isso é suficiente para nos indicar o caminho da esperança e da confiança uns nos outros.”

O senhor tem esperança na paz para a Síria?

Dom Audo: “Sim! Eu estou cansado da guerra e repito de vez em quando: ‘Quero a paz! Porém, vejo que existem estratégias de guerra e violência devido a interesses internacionais. Isso é algo realmente triste para mim! Mas nós continuaremos o nosso caminho.”

Segundo a Agência Sir, em seu testemunho, o Bispo caldeu de Aleppo destacou que “a maior parte dos hospitais foram destruídos e 80% dos médicos deixaram Aleppo”. “Na síria, 3 milhões de crianças não frequentam mais a escola. O esgotamento físico e moral afetou a todos, sobretudo os mais pobres, dentre eles crianças, adolescentes e idosos”, disse Dom Audo. 

“A nossa maior tristeza é ver que a cristandade rica e maravilhosa desta terra está desaparecendo”, disse o Bispo caldeu de Aleppo, que concluiu com um apelo “aos cristãos do mundo, aos muçulmanos do Oriente e do Ocidente, e às pessoas de boa vontade: não deixem que a nossa amada Síria seja destruída e fragmentada”.

Logo depois do testemunho de Dom Audo, o Bispo Younan e o Cardeal Kurt Koch leram em árabe e em inglês uma oração pela Síria e o Iraque a fim de que o Senhor da história “mude os corações” e “a paz possa ser estabelecida entre as nações sobre o fundamento da justiça e dos direitos humanos. Que o espírito da paz desça sobre os pobres da Síria, do Iraque e demais países do Oriente Médio”.

(MJ)

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