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Sumario del 03/11/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: eliminar toda forma de fechamento e desprezo

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala Clementina, no Vaticano, nesta quinta-feira (03/11), os representantes de diferentes religiões, dentre os quais cristãos, judeus, muçulmanos, budistas e hinduístas comprometidos nas obras caritativas. O encontro foi realizado no contexto do Ano Jubilar e teve como tema a misericórdia.  

“Está para terminar o Ano Santo, durante o qual a Igreja Católica olhou intensamente para o coração da mensagem cristã na perspectiva da misericórdia que nos revela o nome de Deus. A misericórdia é a pedra angular que sustenta a vida da Igreja. É a chave para ter acesso ao mistério do ser humano que tanto precisa de perdão e paz”, frisou o Papa em seu discurso.

Serviço fraterno

“O mistério da misericórdia não deve ser celebrado somente com palavras, mas sobretudo com obras, com um estilo de vida realmente misericordioso, formado pelo amor desinteressado, serviço fraterno e partilha sincera. É o estilo que a Igreja deseja assumir cada vez mais em sua tarefa de favorecer a unidade e a caridade entre os homens. É o estilo ao qual foram chamadas também as religiões para serem, particularmente em nosso tempo, mensageiras de paz e artífices da comunhão; para proclamar, diversamente de quem alimenta confrontos, divisões e fechamentos, que hoje é tempo de fraternidade. Por isso, é importante buscar o encontro entre nós, um encontro que, sem sincretismos, nos torne mais abertos ao diálogo para nos conhecer e compreender melhor, eliminar toda forma de fechamento e desprezo e expelir toda forma de violência e discriminação.”

O Papa destacou ainda que o tema da misericórdia é familiar a muitas tradições religiosas e culturais, onde a compreensão e a não violência são essenciais e indicam o caminho da vida.

“A rigidez e a dureza pertencem à morte. A maciez e a ternura pertencem à vida, diz um velho ditado sapiencial. Inclinar-se com ternura sobre a humanidade vulnerável e carente é a característica de uma alma realmente religiosa, que rejeita a tentação de prevalecer com a força, que não aceita comercializar a vida humana e vê os outros como irmãos, não como números”, frisou o Pontífice. 

Abrir-se ao outro

Segundo o Papa, “fazer-se próximos aos que vivem em situações que exigem mais atenção, como a doença, a deficiência, a pobreza, a injustiça, consequências dos conflitos e migrações, é um chamado que vem do coração de toda tradição autenticamente religiosa. É o eco da voz divina que fala à consciência de cada um, convidando a superar o voltar-se para si mesmo para abrir-se ao Outro que está acima de nós, que bate à porta do coração. Abrir-se ao outro que está ao nosso lado, que bate à porta de casa, pedindo atenção e ajuda”.

O homem muitas vezes se esquece de Deus e se distancia do próximo e da “memória do passado. Com isso, se repetem os erros trágicos perpetrados em outros tempos. É o drama do mal”, escolha livre do homem. Mas o amor misericordioso não deixa o homem nas ondas do mal: 

“Num mundo agitado e com pouca memória, que caminha depressa deixando para trás muitos e sem perceber que permanece sem fôlego e sem meta, precisamos hoje de oxigênio, deste amor gratuito que renova a vida. O homem tem sede da misericórdia e não há tecnologia que possa saciá-lo. Procura um afeto que vai além do consolo do momento, um porto seguro onde atracar o seu navio inquieto, um abraço infinito que perdoa e reconcilia.”

Perdão

“O perdão é certamente o maior dom que podemos fazer aos outros, pois é o que custa mais. Ao mesmo tempo é o que nos torna mais parecidos com Deus.” Trata-se de uma misericórdia que “se estende também ao mundo que nos circunda, a nossa casa comum que somos chamados a proteger e preservar do consumo desenfreado e voraz” para por fim à grave crise ecológica de hoje. 

O Papa convidou a rejeitar “os caminhos sem meta da contraposição e do fechamento. Que não mais aconteça que as religiões, por causa do comportamento de alguns de seus seguidores, transmitam uma mensagem desafinada, que destoa com a da misericórdia”: 

“Infelizmente, não passa um dia em que não se houve falar de violência, conflitos, sequestros, ataques terroristas, vítimas e destruições. É terrível que para justificar essas barbaridades seja muitas vezes invocado o nome de uma religião ou do próprio Deus. Que sejam condenados de maneira clara estes comportamentos iníquos, que profanam o nome de Deus e poluem a busca religiosa do homem.”

Francisco pediu para que seja promovido “o encontro pacífico entre os fiéis e uma liberdade religiosa real. A nossa responsabilidade diante de Deus, da humanidade e do futuro é grande nisso e requer todo esforço, sem nenhuma pretensão”.

(MJ)

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Terremoto: Papa expressa solidariedade ao Arcebispo de Núrsia

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Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde de quarta-feira (02/11), o Papa Francisco telefonou para o Arcebispo de Spoleto-Núrsia, Dom Renato Boccardo, para expressar sua proximidade às populações atingidas pelos terremotos dos últimos dias.

Quando recebeu a ligação, Dom Boccardo estava em Núrsia acompanhando a visita do Presidente da República italiana, Sergio Matterella, às regiões afetadas pelo sismo.

“Ilustrei ao Santo Padre as dificuldades e o medo das pessoas, que estão sem casa e sem certezas e há mais de dois meses convivem com o terremoto, e a grave perda do patrimônio religioso e artístico dos nossos vales”, disse o Arcebispo.

O Papa lhe garantiu suas orações e pediu que levasse a todos a sua bênção. Além disso, o Pontífice se disse entristecido com a destruição de tantas igrejas e locais sacros, “símbolos da fé e da identidade de um povo”, acrescentou Dom Boccardo, agradecendo a Francisco por mais este sinal de proximidade à população. Em 4 de outubro passado, o Papa visitou as regiões mais afetadas pelo sismo de 24 de agosto.      

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Jubileu dos Encarcerados: milhares de detentos com o Papa em São Pedro

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Cidade do Vaticano (RV) -  “Estamos na reta final e temos agora dois encontros importantes”, declarou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, ao introduzir na manhã desta quinta-feira a apresentação do Jubileu dos Encarcerados e das “pessoas socialmente excluídas”, que terá lugar no Vaticano nos dias 5 e 6, e de 11 a 13 de novembro. 

Papa telefonou para presos

O Presidente do Pontifício Conselho para Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, ilustrou os dois encontros, que neste Jubileu demonstram uma forte preocupação pelos pobres, marginalizados e excluídos. O Arcebispo revelou ainda, que o vivo interesse do Papa pelos condenados ultrapassa o período jubilar. Francisco – disse ele – esteve em contato telefônico com detentos nos últimos meses, tendo realizado contatos também com condenados à morte”, “não podendo, infelizmente, salvar da morte um deles”.

Detentos de diversos países

Para o Jubileu dos Encarcerados que terá lugar no dia 6, foram convidados “os detentos com os seus familiares, agentes da Polícia Penitenciária, os Capelães das prisões e as Associações que oferecem assistência dentro e fora dos cárceres”.

“Até o momento – antecipou Dom Fisichella – inscreveram-se mais de 4 mil pessoas, das quais mais de mil serão detentos provenientes de 12 países do mundo: Inglaterra, Itália, Letônia, Madagascar, Malásia, México, Holanda, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Suécia e Portugal”.

O serviço litúrgico – disse ainda Dom Fisichella – “será feito pelos prisioneiros. As hóstias que serão utilizadas na Santa Missa foram produzidas por alguns detentos do Cárcere da ‘Opera’, de Milão, no âmbito do projeto “O Sentido do Pão”, idealizado e organizado por ocasião do Jubileu e implementado em colaboração com a ONG Fundação Casa do Espírito e das Artes”.

Ao lado do crucifixo em madeira do século XIV, restaurado recentemente, “será exposta uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, Protetora dos prisioneiros; o Menino Jesus tem em suas mãos correntes abertas em sinal de libertação e de confiança. Antes da Missa, o Papa saudará alguns encarcerados e personalidades presentes na celebração”.

O Programa

“O programa do Jubileu dos Encarcerados – explicou Dom Rino Fisichella -  é muito simples e não se afasta do espírito com que se quis viver o Jubileu. No dia de sábado os participantes terão a possibilidade, nas Igrejas jubilares, de confessarem-se e de atravessar a Porta Santa, realizando o percurso prévio, instalado na Via da Conciliação, em preparação à celebração do dia sucessivo. A partir das 7h30min será possível entrar na Basílica, em espera à celebração da Santa Eucaristia presidida pelo Santo Padre às 10 horas”.

Testemunhos

“Muito intenso, a partir das 9 horas, será o momento dos testemunhos. Teremos, de fato, como preparação à Celebração Eucarística, a apresentação de 4 testemunhos que englobam o mundo dos cárceres. Um detento que no mundo da prisão teve a experiência da conversão, falará junto à vítima com a qual se reconciliou; o irmão de uma pessoa assassinada que tornou-se um instrumento de misericórdia, portanto, de perdão; um menor de idade que está cumprindo pena e, por fim, um agente da Polícia Penitenciária, que diariamente está em contato com os detentos. Ouviremos os seus testemunhos de vida e compreenderemos o quanto o tema da misericórdia não é, de fato, uma palavra teórica, mas uma genuína ação cotidiana que representa muita vezes um verdadeiro desafio existencial. Os testemunhos serão intercalados com músicas e cantos pelo Coral Papageno, compostos por voluntários e detentos da “Casa Dozza do Distrito de Bolonha”. Ao meio-dia, por fim, o Angelus na Praça São Pedro.

Participantes

O grupo mais numeroso de prisioneiros – sublinhou Dom Fisichella – “provém da Itália e com quem, desde os primeiros meses do Jubileu, foi possível realizar uma ativa colaboração com o Departamento Penitenciário do Ministério da Graça e da Justiça, juntamente com o Inspetorato Geral dos Capelães. Esta concreta colaboração permitiu que os detentos de todas as categorias pudessem estar representados em São Pedro”.

Estarão presentes, de fato, “menores, pessoas que cumprem pena alternativa, pessoas com prisão domiciliar e detentos permanentes com condenações diversas. No final das contas – disse Fisichella – uma presença verdadeira que marca um real empenho para oferecer um futuro e uma esperança que ultrapasse a condenação e a duração da pena.”.

Digno de recordação – ressalta o Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização -  que a colaboração com o Ministério da Justiça nestes meses, permitiu que seis detentos desenvolvessem o serviço como voluntários do Jubileu. Uma experiência intensa vivida por todos com espírito de genuíno empenho e responsabilidade”.

Interesse do Papa pelos encarcerados

O Papa – recordou por fim Dom Fisichella – sempre dedicou grande atenção aos encarcerados: “Basta pensar à sua primeira celebração da Santa Missa in Coena Domini, no Cárcere para menores de Casal del Marmo, para depois passar para as suas numerosas visitas nas prisões de muitos países: em Poggioreale (Nápoles) em março de 2015, onde almoçou com os detentos; em Filadélfia em setembro de 2015; em Palmasole, Bolívia, em julho de 2015 e em Ciudad Juárez, no México, em fevereiro de 2016”. (JE)

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Terceiro Encontro dos Movimentos Populares: crises social e ambiental não são separadas

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Cidade do Vaticano (RV) – “Não somente denunciar a ditadura do dinheiro e a injustiça social, mas dar aos pobres, aos movimentos de base, a possibilidade de conhecerem-se e dialogar, para tornarem-se eles próprios protagonistas daquela mudança que todos desejamos”.

Este é o sentido do terceiro Encontro Mundial dos Movimentos Populares, afirmou o Cardeal Peter Turkson, ao abrir o primeiro dos cinco dias do encontro que tem por tema “Terra, Casa, Trabalho”.

Após a realização na Bolívia, em 2015, os movimentos voltam a Roma para plantar, como disse o Papa Francisco, a sua bandeira no Vaticano. No sábado, terá lugar a audiência com o Papa Francisco.

Uma plateia que vinda das periferias de todo o mundo, com o firme desejo de encontrar soluções concretas às dores e às dificuldades dos mais pobres. O terceiro Encontro dos Movimentos Populares está tratando de temas como a relação entre o povo e a democracia, o território e a natureza, o sofrimento dos migrantes e dos refugiados. Às três palavras que marcam o encontro – Terra, Casa, Trabalho – correspondem aos esforços da Igreja, explica o cardeal Turkson:

“Eles falam de “Tierra, Techo e Trabajo”, nós falamos de três coisas que podem facilitar estes objetivos: consciência – e nisto o Papa nos guias – empenho em realizar o desmantelamento das estruturas que oprimem e que criam estas situações de pobreza”.

Testemunhos vindos dos cinco continentes relataram o estado de saúde de suas democracias, democracias muitas vezes somente de fachada. Falaram ainda dos direitos dos trabalhadores, da condição feminina, da marginalidade na agenda política, de temas que dizem respeito aos mais frágeis.

Pela Europa, pronunciou-se, o Padre Luigi Ciotti, dos Grupos Abele e  Libera:

“Os pobres têm sempre necessidade de ajuda – casa, trabalho, cuidados -, mas antes de tudo têm necessidade de dignidade: não basta acolher, é necessário reconhecer. E assim é claro que nós não podemos construir esperança, se não partindo de quem da esperança foi excluído. É a partir deles que podemos esperar novamente, porque a esperança ou é de todos ou não é esperança”.

Padre Ciotti retomou a ideia de ecologia integral, tão cara ao Papa Francisco:

“Tem razão o Papa Francisco, ao nos recordar que não existem duas crises separadas – uma social e uma ambiental – mas uma só complexa crise socioambiental. Também para nós é importante não esquecer-nos daquela ecologia integral, porque o mundo é um ecossistema: não se pode agir sobre uma parte sem que as outras sintam isto”.

Ele também insistiu no tema da justiça social e na importância da acolhida:

‘A liberdade e a dignidade não são conceitos abstratos, mas valores fundados na justiça social. E então é justo rejeitar em nosso país a diferença instrumental e hipócrita entre “refugiados de guerra” e “migrantes econômicos”. Nós rejeitamos esta distinção, porque também os migrantes econômicos fogem do sofrimento, das crises ambientais ou por outras razões. A imigração nos coloca um desafio: uma cultura viva, autêntica, sólida, não tem nunca medo de abrir-se aos outros”.

(je/em)

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Dom Celli: Santa Sé fundamental para início do diálogo na Venezuela

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Caracas (RV) – Na presença do enviado do Papa Francisco, Dom Claudio Maria Celli e de uma delegação internacional, teve início na Venezuela o diálogo entre Governo e oposição.

No domingo foi realizada em Caracas a primeira reunião para tentar encontrar uma solução para a gravíssima crise institucional e econômica que atingiu o país. A oposição promoveu um referendum para a destituição do Presidente Maduro, que foi anulado pelas autoridades. Para o Papa Francisco, a única solução é o diálogo. A Rádio Vaticano perguntou a Dom Celli se os políticos venezuelanos compartilham desta convicção do Pontífice:

“Todos estão convencidos de que o diálogo é o único caminho a percorrer. Porque depois, em determinadas situações, se não existe diálogo, existe a violência e ninguém quer que haja uma presença de violência ulterior no país. E portanto, eu diria que decidiu-se abrir quatro linhas temáticas para as situações difíceis que devemos resolver. Assim, eu diria que este foi um primeiro passo, na minha opinião, fundamental”.

RV: E que já está dando frutos, pois vimos que a oposição decidiu adiar um voto contra o Presidente...

“Sim, exatamente: o Presidente libertou alguns prisioneiros políticos. E eu acredito que este caminho realmente difícil e complexo, tenha necessidade de sinais de ambas as partes, de sinais positivos que expressem a boa vontade de seguir em frente e de construir um caminho de diálogo. De fato, depois, no meu pronunciamento eu convidei a desarmar o espírito, porque às vezes também nas expressões, nas formulações, havia uma linguagem muito forte de uns contra os outros, e portanto, isto deve ser, pouco a pouco, sempre mais sublinhado e ajudado. De fato, em 11 de novembro, se tudo for bem e se permanecerem em vigor os acordos alcançados, deveremos ter um outro encontro entre as delegações governamentais e da oposição. E estarão sempre presentes os quatro ex-Presidentes que acompanham este processo e o subscrevem”.

RV: Portanto, o senhor retorna à Venezuela em breve. Quando ali chegou, falou em desarmar os espírito. Poderíamos dizer – perdão pela expressão – que o senhor encontrou pessoas  “com as armas apontadas”...

“Bem, materialmente não, mas a situação é muito forte, é muito dura, difícil. Eu posso dizer uma coisa, porque esta era a consciência comum e a própria oposição me repetiu várias vezes: “Nós estamos aqui unicamente porque está o senhor!”. Ou seja: o papel que desempenha a figura do Papa Francisco neste contexto é fundamental. Os próprios quatro ex-presidentes sublinharam que se não fosse pela presença da Santa Sé neste caminho, com a sua presença, bem, este caminho não teria nem mesmo sido iniciado. E isto o digo com muita serenidade. Pense você, que o próprio ex- Primeiro Ministro espanhol Zapatero, de quem todos conhecemos o percurso e a história, reconheceu oficialmente, em público, que tudo isto se deve à presença do Papa Francisco e portanto à presença da Santa Sé que acompanha este processo de diálogo”.

(JE/JP)

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Santa Sé: dignidade humana dos migrantes não é negociável

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Nova York (RV) - “A dignidade humana, seja de um migrante ou de um residente, não é negociável ou determinada pelas legislações nacionais”, porque “os direitos humanos de todo indivíduo estão radicados na dignidade de toda pessoa e são invioláveis sem distinções.”

Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento esta terça-feira (01/11), em Nova York, na 71º Assembleia Geral das Nações Unidas, sobre a eliminação do racismo e da xenofobia.

Partidos e grupos extremistas são ameaça para sociedades pacíficas e inclusivas

O arcebispo filipino destacou que o recente relatório do relator especial do Conselho para os direitos humanos ilustra claramente “a ameaça apresentada hoje por partidos, movimentos e grupos extremistas em muitas partes do mundo para a realização de uma sociedade pacífica, justa e inclusiva que os Estados membros da Onu se comprometeram concretizar com o cumprimento da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e a aplicação da Declaração de Nova York para os refugiados e os migrantes”.

Aumento das violências racistas ditado pelo medo do outro

Nesse sentido, “o significativo aumento dos episódios de violência de matriz racista e xenófoba é motivo de particular preocupação”, afirmou Dom Auza. Um recrudescimento, muitas vezes instrumentalizado politicamente, que parece ditado “pelo medo do outro” e, em particular, “pelas responsabilidades para com os marginalizados e os vulneráveis que têm desesperada necessidade da nossa solidariedade”.

Combater todas as formas de discriminação e intolerância

Diante do crescimento alarmante deste fenômenos, toda família humana deve reafirmar mais uma vez a própria determinação a combater toda e qualquer forma de discriminação e intolerância, enquanto contrárias à dignidade e à igualdade inerentes em todo ser humano e, por conseguinte, adotar medidas necessárias para eliminá-las”, concluiu o observador permanente da Santa Sé na Onu. (RL)

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Santa Sé: liberdade religiosa é espezinhada em muitos países

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Nova York (RV) - Todas as pessoas nascem com iguais dignidade e com o fundamental direito à vida. Trata-se de um direito que deveria ser acolhido e tutelado em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural.

Foi o que afirmou esta segunda-feira (31/10) o observador permanente da Santa Sé junto à ONU, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento na 71ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas centralizada no tema da promoção e da proteção dos direitos humanos.

Porém, tal direito continua sendo ignorado e diminuído. A liberdade de religião continua sendo espezinhada em muitos países, prosseguiu o arcebispo filipino.

Direito à vida seja uma prioridade

O direito à vida dos nascituros, dos migrantes, das vítimas de conflitos, dos pobres anciãos e daqueles que correm o risco da pena de morte continua sendo ignorado. Continua sendo debatido, mas não é considerado uma prioridade, observou o prelado.

Os Estados enfrentem “a sistêmica privação do direito à vida” assegurando alojamentos e padrões adequados aos que, por causa da pobreza, vivem em condições de indigência, acrescentou.

Cresce consenso global contra pena de morte

Em seguida, Dom Auza recordou que o crescente consenso, a nível global, à eliminação da pena de morte tem sido um passo avante para a proteção da vida. Tal condenação “contradiz o plano de Deus” e é uma ofensa à inviolabilidade da vida e à dignidade da pessoa humana. A pena de morte não faz justiça, alimenta a vingança.

Liberdade de pensamento e de religião

A compreensão integral dos direitos e da dignidade humana requer também o reconhecimento dos direitos sociais, culturais, políticos e espirituais de todas as pessoas. Um elemento constitutivo deste direito consiste na liberdade de pensamento, de consciência e de religião como sancionado pelo artigo 18 da Declaração universal dos direitos humanos. “A liberdade de mudar de religião ou credo” deve ser também assegurada, frisou o representante vaticano.

Liberdade de religião espezinhada em muitas regiões do mundo

As pessoas continuam sendo perseguidas, detidas e por vezes assassinadas exclusivamente por seu credo religioso. As mesmas comunidades religiosas não estão imunes da tentação de violar a liberdade de religião e de credo dos outros. Interpretações intolerantes para com certos credos religiosos resultaram em muitas perseguições, afirmou.

A religião torna-se uma “fonte de discriminação” quando é usada e abusada para definir a identidade e a unidade nacional, concluiu o observador permanente da Santa Sé na ONU. (RL)

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Igreja no Mundo



Bispos maronitas aprovam eleição de novo Presidente

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Beirute (RV) – Os bispos maronitas acolheram com favor a eleição do General Michel Aoun, de 81 anos, como 13º Presidente da república libanesa, depois de dois anos e meio de vacância do cargo.

O objetivo agora – afirmam os prelados – é a “rápida” transformação de um governo “eficiente” que seja capaz de enfrentar e resolver antigos problemas – crise econômica, paralisia institucional, terrorismo interno, guerra nas fronteiras e acolhida dos refugiados – que atingem o País dos Cedros.

Estabilidade política, econômica e social do país

Na Assembleia mensal, realizada em 2 de novembro na sede do Patriarcado maronita em Bkerké, os bispos – refere a Agência Asianews – sublinharam os esforços comuns de todos os participantes para chegar à eleição de Aoun.

Do discurso inaugural do novo Chefe de Estado, os prelado apreciaram sobretudo a referência à “estabilidade” política, econômica, administrativa e social. Um elemento essencial – comentam – para o crescimento do Líbano.

Entre os objetivos – completam – é fundamental também a aprovação de uma nova lei eleitoral capaz de assegurar a “representatividade” de todas as componentes do país.

Convite à unidade

No documento publicado ao final do encontro, os bispos maronitas recordam a “fase crítica” atravessada pela nação, que representa uma “enorme responsabilidade” para o novo Chefe de Estado e o futuro Executivo.

Dos prelado chega também o convite “à unidade”, em um momento crítico da história não somente do Líbano, mas de todo o Oriente Médio.

Por fim, a Assembleia deseja que depois de dois anos de instabilidade, agora se possa abrir uma “fase” em que os esforços sejam concentrados sobre “atividades da vida de todos os dias” e que sejam predispostos todos os meios com os quais os libaneses “possam ganhar o pão de cada dia”.

Os cidadãos – concluem os prelados – pedem somente para viver em uma nação “digna de suas aspirações”, em uma pátria “que os preservará de ter que buscar em outros lugares as condições para viver e trabalhar com plena dignidade”.

(JE)

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Formação



Desenvolvimento: juventude mundial se reúne no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se nos dias 31 de outubro e 1º de novembro o Simpósio Juvenil Vaticano, promovido pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais e pelas Nações Unidas. 

Durante o encontro, os jovens apresentaram iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável. De 50 projetos, dois foram escolhidos para participar da Conferência Mundial sobre o Clima (COP22), que será realizada entre os dias 7 e 18 de novembro em Marrakesh, no Marrocos.

O Brasil participou com uma única iniciativa: o "Projeto Vincular", promovido pela Comunidade dos Viventes.

O projeto brasileiro se classificou entre os 10 primeiros e seu representante, Gabriel Marquim, visitou a Rádio Vaticano e concedeu uma entrevista ao Programa Brasileiro: 

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Bispo sobre Papa na Suécia: todo esforço ecumênico é muito bem-vindo

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” continua dando voz aos nossos pastores. Na edição de hoje iniciamos a participação do bispo de Garanhuns, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, que estará conosco estes dias neste espaço de formação e aprofundamento. 

Vale lembrar que o Vaticano II foi um Concílio ecumênico e pastoral. Como se sabe, um dos notáveis esforços do Concílio deu-se justamente no campo do ecumenismo, para o qual houve um grande impulso. A Unitatis redintegratio, Decreto conciliar sobre o ecumenismo, é expressão desse impulso.

Nessa mesma linha, tivemos um passo ulterior com a Carta encíclica “Ut Unum Sint” (Que todos sejam um) do Papa João Paulo II, de 25/05/1995.

O Pontificado do Papa Francisco tem se caracterizado também por um significativo esforço no campo da relação com as outras confissões cristãs. Nesse sentido, insere-se a viagem apostólica que o Sucessor de Pedro acaba de fazer à Suécia, onde esteve nos dias 31 de outubro e 1º de novembro para a Comemoração Comum Luterano-Católica da Reforma e por ocasião dos 50 anos de diálogo entre a Igreja Católica e a Igreja Luterana.

Como é sabido, em ambiente católico nem todos viram com bons olhos esta visita do Papa à Suécia para esta ocasião, vez que esta divisão representada pela Reforma constitui uma ferida aberta para os cristãos.

Pois bem, na edição de hoje o bispo desta Igreja particular de Pernambuco atém-se propriamente a este evento ecumênico da Suécia para uma mais que oportuna elucidação. Dom Paulo observa que tanto para a “Federação Luterana Mundial” – da Igreja luterana, quanto para a Igreja católica – através do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, eles estabeleceram a porta do diálogo a partir da categoria “memória”, não a partir da categoria “celebração”.

Ou seja, para ambas as Igrejas, a Reforma protestante não deve ser celebrada, mas deve ser “co-memorada”, comemorar significa fazer memória de algo, ressalta o Bispo de Garanhuns.

Portanto, não se trata de celebrar, fazer cerimônia festiva, realizar uma festa para... – acrescentamos nós. Dom Paulo recorre à etimologia da palavra em questão, a seu sentido mais genuíno, co-memorar – lembrar juntos, trazer à memória.

No caso, “fazer memória de algo (a Reforma) que é, por um lado, uma chaga de divisão, mas podemos também ler este evento como uma possibilidade de abertura cada vez maior de diálogo” – continua ele.

“Esse foi o objetivo da visita do Papa à Suécia”, pontua e corrige oportunamente o bispo de Garanhuns, acrescentando que “todo esforço feito nesse sentido é muito bem vindo “e será um modo de vivermos o ideal de Jesus – Que todos sejam um”.

A visita do Santo Padre à Suécia nesta ocasião foi um ulterior esforço da Igreja católica nesta direção. Uma iniciativa do Papa à qual Dom Paulo se refere afirmando-nos, em suas primeiras palavras, que Francisco nos surpreende a cada dia. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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