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Sumario del 07/11/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Tráfico de pessoas: indiferença é o maior obstáculo, afirma o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – No final da manhã desta segunda-feira (07/11), o Papa Francisco recebeu no Vaticano os participantes da II Assembleia da Rede Religiosa Europeia contra o Tráfico e a Exploração (Renate). 

Em seu discurso, o Pontífice reiterou que uma das mais dolorosas feridas abertas do nosso tempo é o tráfico de seres humanos, que constitui um verdadeiro crime contra a humanidade.

“Enquanto muito foi feito para conhecer a gravidade e a extensão do fenômeno, ainda permanece muito por fazer para aumentar o nível de conscientização da opinião pública e para estabelecer uma melhor coordenação de esforços por parte das autoridades”, disse o Papa, recordando que as principais vítimas são mulheres e crianças.

Indiferença

Para Francisco, um dos obstáculos a abater é a tendência a “virar as costas”, que se manifesta na indiferença e até mesmo na cumplicidade das pessoas, enquanto potentes interesses econômicos e redes criminosas fazem o seu jogo.

Contra este cenário, o Papa elogiou os esforços da vida consagrada, em especial das religiosas, que acompanham de perto as vítimas “num profundo e pessoal itinerário de cura e de reintegração”.

“Queridas amigas e amigos, estou confiante de que sua compartilha de experiências, de conhecimentos e de competências contribuirá nesses dias a um testemunho mais eficaz do Evangelho numa das grandes ‘periferias’ da nossa sociedade contemporânea”, concluiu Francisco.

 

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Santa Sé não autorizou ordenações episcopais na China

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Cidade do Vaticano (RV) – “Nas últimas semanas circularam diversas notícias sobre algumas ordenações episcopais, conferidas sem Mandato Pontifício a sacerdotes da comunidade não-oficial da Igreja Católica na China Continental. A Santa Sé não autorizou nenhuma ordenação, nem foi oficialmente informada a respeito de tais acontecimentos”,  afirmou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke. 

“Se as referidas ordenações episcopais forem verdadeiras – acrescentou – contribuiriam para uma grave violação das normas canônicas. A Santa Sé faz votos de que tais notícias sejam infundadas. Caso contrário, deverá aguardar informações seguras e documentação precisa, antes de avaliar adequadamente os casos”.

Todavia – conclui Greg Burke – a Santa Sé “reitera que não é lícito proceder com ordenações episcopais sem o necessário Mandato Pontifício, nem mesmo fazendo apelo à particulares convicções pessoais”.

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Jubileu dos Encarcerados: Íntegra da homilia do Papa Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - No contexto do Jubileu dos Encarcerados, o Papa Francisco celebrou neste domingo (06/11), na Basílica de São Pedro, a missa com a presença de centenas de presidiários. Eis a homilia na íntegra:

"Esperança é certamente a mensagem que hoje nos quer comunicar a Palavra de Deus.

Um dos sete irmãos condenados à morte pelo rei Antíoco Epífanes diz: «É uma felicidade perecer à mão dos homens, com a esperança de que Deus nos ressuscitará» (2 Mac 7, 14). Estas palavras manifestam a fé daqueles mártires que, apesar dos sofrimentos e torturas, têm a força para olhar mais além. Aquela fé, ao mesmo tempo que reconhece em Deus a fonte da esperança, mostra o desejo de alcançar uma vida nova.

De igual modo ouvimos, no Evangelho, como Jesus anula, com uma resposta simples mas perfeita, toda a casuística banal que os saduceus tinham sujeito à decisão d’Ele. A sua afirmação – «Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos» (Lc 20, 38) – revela o verdadeiro rosto do Pai, cujo único desejo é a vida de todos os seus filhos. Assim, para ser fiéis ao ensinamento de Jesus, tudo o que somos chamados a assumir e fazer nosso é a esperança de renascer para uma vida nova.

A esperança é dom de Deus. É colocada no mais fundo do coração de cada pessoa para poder iluminar, com a sua luz, o presente muitas vezes turvado e ofuscado por tantas situações que geram tristeza e dor. Precisamos de tornar cada vez mais firmes as raízes da nossa esperança, para podermos dar fruto. Em primeiro lugar, tenhamos a certeza da presença e da compaixão de Deus, não obstante o mal que tivermos realizado. Não há ponto do nosso coração que não possa ser alcançado pelo amor de Deus. Onde há uma pessoa que errou, aí mesmo se torna ainda mais presente a misericórdia do Pai, para suscitar arrependimento, perdão, reconciliação.

Hoje celebramos o Jubileu da Misericórdia para vós e convosco, irmãos e irmãs encarcerados. E, para a necessidade que sentimos de vos confortar, valemo-nos desta expressão do amor de Deus: a misericórdia. É certo que a violação da lei vos mereceu a condenação; e a privação da liberdade é a forma mais pesada da pena que descontais, porque toca a pessoa no seu âmago mais profundo. Mas a esperança não pode desfalecer. Com efeito, uma coisa é o que merecemos pelo mal realizado; outra, diversa, é a «respiração» da esperança, que não pode ser sufocada por nada nem ninguém. O nosso coração sempre espera o bem; devemos isso à misericórdia com que Deus vem ao nosso encontro sem nos abandonar jamais (cf. Agostinho, Sermo 254, 1).

Na Carta aos Romanos, o apóstolo Paulo fala de Deus como sendo o «Deus da esperança» (15, 13). É como se nos quisesse dizer que Deus também espera; e, por mais paradoxal que possa parecer, é mesmo assim: Deus espera! A sua misericórdia não O deixa tranquilo. É como aquele Pai da parábola, que sempre espera o regresso do filho que errou (cf. Lc 15, 11-32). Deus não Se dá trégua nem descanso, enquanto não encontrar a ovelha que estava perdida (cf. Lc 15, 5). Ora, se Deus espera, então a esperança não pode ser tirada a ninguém, porque é a força para continuar; é a tensão para o futuro, a fim de transformar a vida; é um impulso para o amanhã, a fim de o amor – com que, apesar de tudo, somos amados – se poder tornar um caminho novo... Em suma, a esperança é a prova interior da força da misericórdia de Deus, que pede para olhar em frente e, com a fé e o abandono n’Ele, vencer a atração para o mal e o pecado.

Queridos reclusos, é o dia do vosso Jubileu. Que hoje, diante do Senhor, se reacenda a vossa esperança! O Jubileu, por sua própria natureza, traz consigo o anúncio da libertação (cf. Lv 25, 39-46). Não depende de mim a possibilidade de vo-la conceder, mas suscitar em cada um de vós o desejo da verdadeira liberdade é uma tarefa a que a Igreja não pode renunciar. Às vezes, uma certa hipocrisia impele a ver em vós apenas pessoas que erraram, para quem a única estrada é o cárcere. Não se pensa na possibilidade de mudar de vida, há pouca confiança na reabilitação. Mas, assim, esquece-se que todos somos pecadores e, muitas vezes, também somos prisioneiros sem nos dar conta. Quando se permanece fechado nos próprios preconceitos, ou se é escravo dos ídolos dum falso bem-estar, quando nos movemos dentro de esquemas ideológicos ou se absolutizam leis de mercado que esmagam as pessoas, na realidade limitamo-nos a viver dentro das paredes estreitas da cela do individualismo e da autossuficiência, privados da verdade que gera a liberdade. E apontar o dedo contra alguém que errou não pode tornar-se um álibi para esconder as nossas próprias contradições.

De facto, sabemos que, diante de Deus, ninguém se pode considerar justo (cf. Rm 2, 1-11). Mas ninguém pode viver sem a certeza de encontrar o perdão. O ladrão arrependido, crucificado juntamente com Jesus, acompanhou-O até ao paraíso (cf. Lc 23, 43). Por isso, nenhum de vós se feche no passado. É certo que a história passada, mesmo se o quiséssemos fazer, não pode ser reescrita. Mas a história, que começa hoje e aponta para o futuro, está ainda toda por escrever, com a graça de Deus e a vossa responsabilidade pessoal. Aprendendo com os erros do passado, pode-se abrir um novo capítulo da vida. Não caiamos na tentação de pensar que não podemos ser perdoados. Qualquer coisa que seja, pequena ou grande, que o coração nos acuse, «Deus é maior que nosso coração» (1 Jo 3, 20): temos apenas de nos confiar à sua misericórdia.

A fé, ainda que seja pequena como um grão de mostarda, pode deslocar as montanhas (cf. Mt 17, 20). Quantas vezes a força da fé permitiu pronunciar a palavra «perdoo» em condições humanamente impossíveis! Pessoas que sofreram violências e abusos em si mesmas, nos seus entes queridos ou nos seus próprios bens... Só a força de Deus, a misericórdia, pode curar certas feridas. E onde à violência se responde com o perdão, aí também o coração de quem errou pode ser vencido pelo amor que derrota todas as formas de mal. E assim Deus suscita, entre as vítimas e entre os culpados, autênticas testemunhas e obreiros de misericórdia.

Hoje veneramos a Virgem Maria nesta imagem que no-La representa como Mãe que sustenta nos seus braços Jesus com uma corrente quebrada, as correntes da escravidão e da prisão. Que Ela pouse sobre cada um de vós o seu olhar materno; faça brotar do vosso coração a força da esperança para uma vida nova e digna de ser vivida na liberdade plena e no serviço do próximo".

 

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Unesco sedia encontro sobre a Laudato Si

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Paris (RV) - “A Terra, nossa casa comum: desafio e esperança”: este é encontro promovido, em Paris, pela delegação da Santa Sé junto à Unesco e pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. 

O evento será realizado na sede da Unesco na próxima quarta-feira (09/11) para fazer um balanço da repercussão da Encíclica Laudato Si, 18 meses depois de sua publicação.

Participam do encontro a Diretora-Geral da Unesco, Irina Bokova, e o Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Card. Peter Kodwo Turkson. O ponto de partida será o apelo dirigido pelo Papa Francisco às Nações Unidas em Nairóbi (26 de novembro de 2015), durante a viagem apostólica à África.

Naquela ocasião, o Pontífice pediu à comunidade internacional que coloque no centro das negociações os princípios da solidariedade, da justiça, da igualdade e da participação para reduzir o impacto das mudanças climáticas, contra a pobreza e a promover a dignidade humana.

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Doenças raras e esquecidas: tema de Conferência Internacional no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – “No contexto do Jubileu, a luta contra doenças raras e esquecidas é uma obra de misericórdia evangélica inevitável”. Palavras do Secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde, Jean-Marie Musivi Mupendawatu, ao apresentar na manhã desta segunda-feira (07/11) na Sala de Imprensa da Santa Sé, a XXXI Conferência Internacional sobre Patologias raras, que terá lugar de 10 a 12 de novembro no Vaticano. 

Hoje as doenças raras reconhecidas são entre 6 e 8 mil, 80% delas de origem genética. As pessoas afetadas somam quase 500 milhões. Mais de 1 bilhão, pelo contrário, são as atingidas por doenças esquecidas.

São chamadas de doenças raras aquelas que atingem menos de um a cada 2.000 habitantes. Caso a incidência for ainda menor, são então definidas como ultra-raras ou raríssimas.

Existem, depois, doenças facilmente curáveis, como o cólera e a febre tifóide, que atingem os mais pobres, em áreas rurais, em zonas de conflito, nas favelas urbanas, onde a água potável e a higiene mínima não são um bom produto de mercado.

Contra o silêncio que muitas vezes envolve estes males, a Igreja continua os seus esforços, também com a realização da Conferência que terá por título “Por uma cultura da saúde acolhedora e solidária, a serviço das pessoas afetadas por patologias raras ou negligenciadas”. Dom Jean Marie Musivi explica as palavras-chaves que nortearão os trabalhos e a ação sucessiva:

“Reformar: para fazer um balanço do estado da arte, dos conhecimentos, tanto no sentido científico como clínico-assistencial. Segundo: tratar; precisamos tratar melhor, numa lógica acolhedora e solidária, a vida do doente. E terceiro: proteger o ambiente em que vive o homem ".

E sobre a necessidade de não deixar sozinhas em sua dor as pessoas atingidas por doenças raras, mesmo quando as pesquisas não levam ao lucro, insiste o Sub-Secretário do Dicastério, Padre Augusto Chendi:

“A Igreja não deixa de recordar à ciência, assim como aos legisladores, aos responsáveis socioeconômicos, para colocarem-se a serviço do bem comum, particularmente assumindo também as patologias raras, mesmo que não possam dar uma adequada compensação econômica para o investimento financeiro em pesquisa”.

Claudio Giustozzi, Secretário Nacional da Associação Cultural “Giuseppe Dossetti”, antecipa um dos momentos centrais da Conferência:

“Levaremos à atenção dos participantes da conferência, uma família com uma criança doente de uma doença muito importante, conhecida como “Síndrome do intestino curto”, representando as 8.000 patologias raras. E procuraremos fazer um balanço sobre como se vive em uma família onde há uma criança que está gravemente doente, e onde esta doença não é reconhecida dentro do mecanismo dos NEA (Níveis Essenciais de Assistência)".

Sobre o compromisso cotidiano que a Igreja vive para combater as doenças no mundo, Padre Jean-Marie recorda:

“Pensemos somente no que os “Fatebenefratelli” fizeram: tantos deles morreram durante a última epidemia de Ebola em Serra Leoa, Libéria e Guiné”.

Particiciparão do Encontro mais de 320 estudiosos e agentes de saúde de 50 países.

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Card. Filoni aos bispos malauianos: promover a missionariedade

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Lilongüe (RV) - O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, após ter presidido, no sábado (05/11), a consagração da Catedral da Karonga, na República de Malauí, encontrou os bispos do país africano na residência episcopal da Diocese de Karonga. 

“Tenho consciência dos desafios que o amado país de vocês enfrenta neste momento: a crise alimentar causada pela seca no norte e as inundações no sul, os desafios econômicos provocados pelos mesmos eventos e por outros fatores; por conseguinte, a pobreza vivida por muitos, e a falta de serviços sociais para as pessoas, muitas das quais sofrem todos os tipos de dificuldades, não por último, o Hiv/Aids. Contudo, tenho também consciência do bom trabalho realizado pela Igreja nestes momentos de necessidade”, disse o purpurado em seu discurso, reportado pela agência Fides.

‘Evangelii Gaudium’, um documento precioso para a Igreja nos próximos anos

O prefeito de Propaganda Fide indicou a Exortação apostólica “Evangelii Gaudium” como “um documento precioso, porque representa a visão do Papa Francisco para a Igreja nos próximos anos”, e evocou o que o próprio Papa Francisco lhes disse por ocasião da visita ‘ad Limina Apostolorum’ deles, realizada em 2014.

Em seguida, o Cardeal Filoni citou dois recentes aniversários: o 50º aniversário do Decreto conciliar ‘Ad Gentes’, sobre a atividade missionária da Igreja, “documento que permanece válido ainda hoje”, e o Centenário da evangelização de Malauí, celebrado em 2001. “Hoje recordamos com coração grato tantos anos abençoados desde quando teve lugar aqui a primeira evangelização”, disse.

Evangelizar a exemplo dos Mártires africanos

Detendo-se sobre a atualidade do empenho missionário, o purpurado ressaltou que “o bispo, como cabeça e ponto central do apostolado diocesano, deve promover, dirigir e coordenar a atividade missionária, e encorajar todos os membros do Povo de Deus a participar da obra de evangelização”.

Sem dúvida, “o caminho da evangelização não é fácil”, prosseguiu, convidando os bispos a olhar para o exemplo dos mártires africanos, “que foram testemunhas da esperança e da misericórdia de Deus também diante da dor da tortura e da morte”.

Recomendações aos bispos do Malauí

Em primeiro lugar, o prefeito do dicastério missionário exortou os bispos do Malauí a buscar “modos criativos para integrar realidades locais, civis e sociais e juntar os pontos de força das pessoas e dos grupos que compõem a Igreja, de modo a coordenar eficazmente a obra de evangelização, que é a tarefa primária da Conferência episcopal de vocês”, ressaltou.

Em seguida, evidenciou a promoção das vocações ao sacerdócio, buscando um atento discernimento e assegurando uma boa formação nos seminários. Por fim, convidou os bispos a “fazer-se próximo, com afeto paterno e fraterno, de todos aqueles que o Senhor lhes confiou”, com particular atenção aos sacerdotes.

“Ajudem os religiosos que generosamente prestam serviço em suas dioceses, façam-no mediante a oração, a retribuição e o respeito pela justa autonomia deles”, prosseguiu. Além disso, encorajo-os a permanecer sempre presentes e disponíveis aos fiéis leigos, que são uma parte integrante no trabalho de evangelização no Malauí”. (RL)

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Marrocos: O papel da Santa Sé na Conferência sobre o Clima (Cop 22)

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Marrakech (RV) -  A Conferência Internaional sobre o clima – Cop 22 – organizada pelas Nações Unidas, teve início esta segunda-feira (07/11) em Marrakech. São esperados representantes de 196 países, entre os quais 30 Chefes de Estado, além de agentes do setor e Organizações não-Governamentais.

Até 18 de novembro, os participantes deverão discutir os detalhes do Acordo sobre o Clima assinado em Paris em 2015 - em vigor desde a última sexta-feira – e que prevê, entre outros, deter o aumento de temperatura do planeta em dois graus, se comparado ao período pré-industrial.

A Rádio Vaticano falou a este respeito com o Oficial do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Dr. Teobaldo Vinciguerra:

“O Acordo de Paris é um texto muito geral; muitas coisas devem ser ainda definidas, e é justamente sobre “como”, que se refletirá nestes dias em Marrakech. Os organizadores da “Cop 22” – o Governo marroquino, o país que sedia o encontro – está gerindo uma situação onde uma centena de países é membro da Convenção quadro da ONU sobre mudanças climáticas e ratificou um Acordo em vigor. Os outros países, também eles mais ou menos uma centena, são sim membros da Convenção quadro da ONU, mas não ratificaram o Acordo. Um grande desafio, portanto, é o de poder trabalhar em duas velocidades sem perder os pedaços, sem deixar nada pelo caminho”.

RV: O Acordo de Paris prevê conter a emissão de CO2 em dois graus em relação ao nível pré-industrial. Quais são as possíveis estratégias para se alcançar este objetivo?

“O mecanismo previsto é o das “NDC” – “Contribuições Determinantes a nível Nacional” – em que cada país se propõe colocar no mesmo caldeirão comum. São medidas que dizem respeito às evoluções tecnológicas, modificações nos transportes, diminuição do desmatamento ou progressos do reflorestamento: toda uma série de medidas que os países apresentam como iniciativas próprias. É importante ressaltar de que não existe uma receita, nem um formato único para estas “NDC”. As demandas são como que para fazer com que as “NDC” sejam realizadas, mas também padronizadas entre os países; mas também para que se possa, o quanto antes possível, seguir passo a passo em direção a objetivos mais ambiciosos”.

RV: Mesmo porque se fala de 100 bilhões de dólares necessários para implementar este programa e são contribuições voluntárias...

“São contribuições voluntárias; também aqui não está claro como serão medidas, quem deverá pagá-las e o que será levado em consideração realmente nestas contribuições. Estamos chegando a posições que vão desde a simples redução do débito à investimentos privados, uso de fundos públicos, transferência tecnológica... Obviamente, países mais ricos, mais industrializados, países em via de desenvolvimento, têm posições um pouco mais divergentes sobre a origem destes recursos”.

RV: Em Marrakech estarão presentes centenas de ONGs. Qual é o papel da sociedade civil nesta Conferência?

“O papel das ONGs é um pouco de incentivo: estão aqui para estimular os trabalhos em Marrakesh, como o resto do ano estimularam os seus governos em casa, com manifestações, mas também com uma série de eventos laterais, conferências e seminários, para animar a reflexão em torno a certos temas. Por exemplo, proporão a reflexão sobre gestão dos solos, sobre a fertilidade da terra, sobre agricultura.  Se espera também um certo impulso ético-moral: é aqui que entram em jogo as religiões”.

RV: Neste contexto, qual é o papel da Santa Sé, e também da Encíclica Laudato Si?

“A Santa Sé acompanha com interesse e benevolência os trabalhos. A contribuição da Santa Sé durante a “Cop 21”, em Paris, foi muito baseada nos ensinamentos da Laudato Si: não tanto o interesse pelas questões técnicas – quantos graus, de onde vem o financiamento – mas sim a dimensão ética, a dimensão de justiça social. Este esforço que está no coração da Santa Sé e que, por exemplo, se concretiza em uma justa transição dos trabalhadores: isto é, que não haja uma simples supressão do trabalho nos setores mais poluentes, mas também uma criação de trabalho em outros setores. A preocupação pela solidariedade e a justiça entre gerações: também nisto, que mundo deixaremos às próximas gerações. A Laudato Si certamente permanece um fator de inspiração muito forte para os Governos, para a sociedade civil e também para o mundo privado. Se vê como muitas empresas, mesmo grandes multinacionais, sentiram-se provocadas pela Laudato Si. Portanto, certamente o impacto da Encíclica dura ainda muito”.

(je/mr)

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Igreja no Brasil



Congresso da Cáritas reflete trajetória de 60 anos no Brasil

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Aparecida (RV) – A Cáritas Brasileira comemora seus 60 anos de fundação com um Congresso Nacional no Santuário Nacional de Aparecida, de 9 a 13 de novembro.

O evento – em sua quinta edição – terá como tema “Cáritas: pastoralidade e transformação social” e como lema “60 anos de solidariedade libertadora”.

“No momento em que completa 60 anos, a Cáritas Brasileira realiza um profundo processo de reflexão sobre seu caminho místico e espiritual, avaliando experiências e vivências que conformaram a trajetória histórica da entidade e seu compromisso com as pessoas em situação de vulnerabilidade social”, lê-se no comunicado da entidade.

Os congressos da Cáritas constituem espaços ampliados para a reflexão sobre a realidade sociopoliticoeconômica do país, sobre a Igreja e, claro, sobre a própria Rede Cáritas. Nestes espaços, há ainda a definição das novas prioridades estratégicas da entidade e a celebração da caminhada construída conjuntamente. Em 2016, não será diferente. Sediado no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, no Santuário Nacional de Aparecida, o congresso será resultado de uma série de encontros prévios feitos em grupos, comunidades, dioceses, regionais e inter-regionais, aos quais se somou a realização de uma caravana nacional.

 

Todas estas atividades foram iluminadas pela imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, que tem seu jubileu de 300 anos comemorado em 2017. A imagem percorreu os regionais e as entidades membros da Cáritas Brasileira, acompanhando as caravanas territoriais, os momentos de reflexão e oração, os debates, as romarias e as manifestações realizadas nas cinco regiões do Brasil. A imagem foi entregue simbolicamente a uma comitiva da Cáritas durante missa em ação de graças pela fundação da entidade, celebrada na Basílica de Nossa Senhora Aparecida em 12 de abril deste ano.

A programação inclui ainda a realização de painéis de análise sobre a conjuntura socioeconômica, política e cultural do Brasil; sobre a ação da Igreja para a transformação social e sobre a própria pastoralidade da Cáritas, cuja fé se move pela libertação das pessoas excluídas da sociedade. Além disso, haverá uma procissão luminosa para marcar o projeto 10 Milhões de Estrelas e a organização da Feira de Saberes e Sabores, com exposição de produtos e artigos de empreendimentos solidários de diversas partes do país de 10 a 12 de novembro, também no centro de eventos do santuário.

Para mais informações sobre o V Congresso Nacional, acesse o site da Cáritas Brasileira.

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Igreja na América Latina



Igreja argentina: limpar as instituições do comércio de drogas

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Buenos Aires (RV) - “A cultura da morte e do descarte não deve prevalecer no nosso país”. Este é o título do documento divulgado na última sexta-feira pela Comissão Nacional Justiça e Paz do episcopado argentino, em memória do Padre Juan Viroche. Exatamente um mês atrás, o sacerdote, muito comprometido na luta contra todas as formas de tráfico e consumo de drogas em sua paróquia da Diocese de Tucumán, foi encontrado morto em circunstâncias ainda “não esclarecidas pela justiça”. 

O Padre Viroche várias vezes foi ameaçado pelos ‘narcotraficantes'

“O Padre Juan – lê-se em um comunicado – desafiou com coragem as máfias que dominam o tráfico de drogas na região e que haviam ameaçado ele, e outras pessoas da comunidade”. A Comissão Episcopal pede que as investigações sobre a trágica morte do sacerdote tenham em breve “uma resposta clara por parte da Justiça, devido à natureza incomum e intolerável da situação em torno deste caso”. A morte de Padre Viroche continua a ser motivo de controvérsia. Inicialmente, de fato, falou-se de um suposto suicídio, que foi repetidamente desmentido pela comunidade eclesial e paroquial. Ainda hoje são aguardados os resultados das investigações que poderiam confirmar a hipótese de assassinato. “As máfias que ganham com o tráfico de drogas, não hesitam em ameaçar e matar aqueles que consideram um obstáculo aos seus interesses” - afirma a Comissão Episcopal.

Urgente limpar as instituições da infiltração do tráfico de drogas

“Notamos com dor - continua a nota - que grupos criminosos se infiltraram em todos os setores e instituições da nossa sociedade”. Embora a Comissão reconheça os esforços das autoridades governamentais, que expressaram publicamente o seu compromisso em combater o flagelo do tráfico de droga, a Igreja argentina pede ações concretas para que a luta seja eficaz. “É urgente – lê-se - que a polícia, as forças de segurança e as instituições, que sofreram a infiltração dos interesses do tráfico de drogas, sejam limpas”.

Não se deve esquecer as vítimas e suas famílias

A Igreja argentina manifesta a sua proximidade às comunidades feridas pela morte de seu pastor, e especialmente, pelos danos sofridos por causa da droga, do crime e da corrupção. “O dinheiro, que em grandes quantidades move o tráfico de drogas, está manchado de sangue”, afirma ainda o comunicado, lembrando que são os pobres, os jovens e as crianças as principais vítimas do tráfico e consumo de drogas. “A dependência da droga é uma forma de escravidão moderna para muitas pessoas e famílias que não sabem a quem se dirigir e estão sozinhas para enfrentar este grave problema”. A nota conclui com o incentivo da Igreja às pessoas e instituições públicas e privadas que trabalham nesta área a duplicar todos os esforços, neste Ano da Misericórdia, com no centro a pessoa que sofre. (SP)

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Igreja no Mundo



Card. Nichols pede perdão por prática de adoção forçada na Grã-Bretanha

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Londres (RV) - O arcebispo de Westminster e presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales, Cardeal Vincent Gerard Nichols, pediu perdão a todos os ingleses pela dor causada a centenas de milhares de jovens-mães obrigadas a abandonar suas crianças mediante a prática da adoção forçada, frequentemente utilizada no período entre 1945 e 1976.

Igreja católica compreende e reconhece sofrimentos causados

Na gravação de um documentário intitulado “O escândalo das adoções na Grã-Bretanha”, que deverá ir ao ar esta quarta-feira (09/11) na emissora britânica ITV, o Cardeal Nichols declarou que a “Igreja católica compreende e reconhece os sofrimentos causados”, reporta a agência Sir.

“As práticas de todas as agências de adoção refletiam os valores sociais daquele tempo e, por vezes, havia falta até mesmo de compaixão e sensibilidade. Portanto, nos desculpamos pela dor e pelo dano provocado por algumas agências ligadas a institutos religiosos.”

Solicitada abertura de investigação

Na gravação do documentário, a advogada Carolyn Gallwey, que pediu à Ministra dos Assuntos Internos Ambra Rudd a abertura de uma investigação, explicou que as mulheres eram convencidas a não contar a ninguém o que lhes tinha acontecido. “Mas agora essas mães têm o direito de descobrir o que aconteceu naqueles anos”, afirmou Gallwey.

Casos análogos na Irlanda

Entre 1945 e 1976, ano em que o Parlamento de Londres modificou a lei sobre a questão, foi registrado no Reino Unido cerca de meio milhão de adoções concernentes a crianças nascidas de mães jovens acolhidas por algumas organizações religiosas ligadas à Igreja católica e à Comunhão anglicana.

Tratou-se de uma prática difusa no mesmo período também na Irlanda, onde em 2014 foi aberta uma investigação sobre algumas casas de acolhimento que hospedavam jovens mães, após o achado macabro de uma “vala-comum” em Tuam, no condado irlandês de Galway, com os corpos de 796 crianças. (RL)

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França: oração e jejum pelas vítimas da pedofilia

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Paris (RV) - Realiza-se em todas as dioceses da França, nesta segunda-feira (07/11), um dia de oração e jejum pelas vítimas de abuso sexual.

Os bispos franceses reunidos, em Lourdes, na assembleia plenária, irão pedir perdão pelos abusos perpetrados por membros do clero, celebrarão uma missa e serão informados sobre o balanço das medidas que, em abril deste ano, foram tomadas pela Conferência Episcopal Francesa na luta contra a pedofilia. Os jornalistas participarão dessa sessão de trabalho.
 
O Bispo de Puy, Dom Luc Crépy, Presidente da “célula permanente” instituída recentemente pelos bispos franceses a fim de coordenar todas as medidas de luta contra a pedofilia no âmbito diocesano, explicou na entrevista ao jornal católico “La Croix” que o dia de hoje é uma resposta ao convite do Papa Francisco que pediu a todas as Conferências Episcopais do mundo para celebrar este dia numa data a ser escolhida. A Igreja na França escolheu esta segunda-feira.
 
“Parece-me simbólico que os bispos rezem todos juntos fazendo penitência e jejum. Querem pedir perdão a Deus pelos abusos sexuais perpetrados contra menores nas Igrejas por membros do clero, mas também dentro das famílias e instituições. Trata-se de reconhecer publicamente que alguns responsáveis da Igreja são culpados de violações e que houve uma queda na vigilância. É preciso ser capazes de reconhecer as próprias culpas e pedir perdão. Isso leva a reconhecer o sofrimento das vítimas”, frisou.

Em abril, depois de alguns casos de pedofilia que surgiram nas dioceses, o Presidente da Conferência Episcopal Francesa, Dom Georges Pontier, apresentou à imprensa uma série de iniciativas implementadas em prol da vigilância em todo o território. Dentre estas a instituição em cada diocese e província eclesiástica de células locais de vigilância, a realização de um site para as vítimas que lhes permitirá entrar em contato com as células presentes no território e a criação de um e-mail para quem quer fazer uma denúncia ou pedir informações. É intenção dos bispos franceses dar a possibilidade às vítimas de ser acolhidas, ouvidas e acompanhadas”, disse Pe. Pontier, esperando que desta maneira e com estes meios “as vítimas possam entrar facilmente em contato com as pessoas encarregadas”.
 
Esta tarde será apresentado o balanço do trabalho até agora realizado à luz de algumas assinalações recebidas neste período.

(MJ)

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Formação



Espetáculo sobre NS Aparecida recebe chancela cultural vaticana

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Rádio Vaticano (RV) – Os 300 anos do descobrimento da imagem de Nossa Senhora Aparecida contados por teatro e dança - e algo mais!

Foi assim que o espetáculo 1717 trouxe para o Colégio Pio Brasileiro sua representação do que é a cultura popular brasileira ligada a Nossa Senhora Aparecida.

Após a estreia na Catedral de Florianópolis, o espetáculo recebeu uma chancela cultural do Pontifício Conselho para a Cultura.

A Rádio Vaticano conversou com Alexandra Klein e Ricardo Tetzner da Companhia Dois Pontos, de Florianópolis, logo após a apresentação do dia 12 de outubro, em Roma. 

“Apresentamos todo o trabalho, e o Pontifício Conselho se reuniu  e resolveu nos dar uma chancela que reconhece o nosso trabalho artístico e cultural. Com essa chancela – que não é um patrocínio financeiro, mas um patrocínio ‘moral’, como eles dizem – muitas portas se abriram. Inclusive o convite para a apresentação aqui no Colégio Pio Brasileiro”, disse Alexandra.

“É um espetáculo cansativo mas ao mesmo tempo muito prazeroso de dançar. A gente faz uma mistura bem grande com dança de salão, com o contemporâneo, aí a gente coloca a língua de sinais, a LIBRAS, danças urbanas também. Tem muita diversidade, também em relação ao tema, porque Nossa Senhora Aparecida é do Brasil todo: todo mundo conhece, é muito forte. O brasileiro tem isso, da diversidade. O que é o brasileiro? A gente quis trazer um pouco de tudo que envolve o ‘ser’ brasileiro e isso incluía desde as danças tipicamente brasileiras e ai sim a gente faz o espetáculo fluir”.

(rB-0)

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Diocese de Garanhuns: Igreja em estado permanente de Missão

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, em nossa edição de hoje quadro “O Brasil na Missão Continental” vamos até a Diocese de Garanhuns, na qual o bispo desta Igreja particular do Estado de Pernambuco, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, nos fala sobre o impulso missionário dado à Igreja no Brasil a partir da Conferência de Aparecida. 

Inicialmente, diz-nos que Aparecida nos conecta diretamente com o Pontificado do Papa Francisco, lembrando-nos que o Cardeal Bergoglio teve um papel importantíssimo na redação do Documento fruto da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

Dom Paulo aponta em Aparecida a redescoberta sempre nova e atual do mandato missionário da Igreja: “tenho a impressão que é uma grande redescoberta e o Papa Francisco tem um papel fundamental nisso”, ressalta.

O bispo de Garanhuns constata que no Brasil, concretamente no Regional Nordeste II, onde está a sua diocese, tem havido um grande movimento missionário, uma grande redescoberta desta característica essencial da Igreja.

Reconhecendo que muito ainda precisa ser feito, ele nos diz que “chegou a hora, e cada vez mais é urgente, a força do mandato missionário nos novos areópagos e nas realidades concretas nas quais estamos inseridos”.

“Dentre as prioridades da Diocese de Garanhuns, e dentre as urgências missionárias da Igreja Católica no Brasil, está exatamente esta Igreja em estado permanente de missão”, destaca ainda. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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