Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 09/11/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na Audiência: visitar um doente é um ótimo remédio

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Cidade do Vaticano (RV) – Assistir os doentes e visitar os detentos: a Audiência Geral desta quarta-feira (09/11) do Papa Francisco foi dedicada a duas obras de misericórdia corporais. 

O Pontífice se reuniu com cerca de 20 mil fiéis na Praça S. Pedro e, em sua catequese, prosseguiu suas reflexões sobre as obras de misericórdia. Doentes e detentos vivem uma condição que limita a sua liberdade, disse o Papa, e é quando a perdemos que percebemos a sua preciosidade.

“Jesus nos doou a possibilidade de ser livres apesar dos limites da doença e das restrições. Ele nos oferece a liberdade que provém do encontro com Ele e do novo sentido que este encontro traz à nossa condição humana”, afirmou Francisco.

Visitar um doente é um ótimo remédio

Com essas obras de misericórdia, prosseguiu, o Senhor nos convida a um gesto de grande humanidade: a compartilha. Na doença, a pessoa pode experimentar a solidão mais profunda e uma visita pode ser um ótimo remédio: um sorriso, uma carícia, um aperto de mão são gestos simples, mas muito importantes para quem se sente abandonado. “Não deixemos sozinhas as pessoas doentes”, exortou Papa. Para ele, os hospitais são hoje verdadeiras “catedrais da dor”, onde porém se torna evidente também a força da caridade.

Julgar não cabe a nós

A mesma caridade deve ser demonstrada para com os detentos. Inserindo a visita à prisão entre as obras de misericórdia, Jesus nos convida, antes de tudo, a não fazer-nos juízes de ninguém. Qualquer tenha sido o crime cometido pelo prisioneiro, ele continua sendo amado por Deus, recordou o Papa.

Diante da privação da liberdade e, em muitos casos, da humanidade pelas condições degradantes em que vivem, o cristão é chamado a fazer de tudo para restituir ao preso a dignidade perdida, contra toda forma de justicialismo. “Ninguém aponte o dedo contra alguém”, advertiu o Pontífice, acrescentando: “Quantas lágrimas vi correr pelas faces de pessoas presas que talvez nunca tinham chorado na sua vida, e isto só porque se sentiram acolhidas e amadas”. O Papa reiterou que com frequência pensa nos presos e os leva em seu coração.

A experiência com os presos

Francisco recordou que Jesus e os apóstolos também viveram a prisão, e portanto conhecemos o sofrimento que viveram. E contou à multidão que domingo passado, Jubileu dos encarcerados, à tarde um grupo de presos de Pádua foi visitá-lo e o Papa lhes perguntou o que fariam no dia seguinte e se surpreendeu com a resposta: os detentos iam visitar a prisão de Mamertina, para compartilhar a experiência de São Paulo. “Ouvir isso me fez bem. Aqueles detentos queriam encontrar Paulo prisioneiro.”

“Como se vê, finalizou Francisco, essas obras de misericórdia são antigas e, mesmo assim, sempre atuais. Jesus deixou o que estava fazendo para visitar a sogra de Pedro e fez uma caridade. Não caiamos na indiferença, mas nos tornemos instrumentos da misericórdia de Deus para restituir alegria e dignidade a quem a perdeu.”

(bf)

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Card. Parolin: Trump trabalhe pela paz

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Cidade do Vaticano (RV) - “Creio que, antes de tudo, tomamos conhecimento com respeito da vontade expressa pelo povo estadunidense neste exercício de democracia que, soube, foi caracterizado também por uma grande afluência às urnas”, assim o Secretário de Estado vaticano, Card. Pietro Parolin, comenta a vitória de Donald Trump nas eleições para presidente dos Estados Unidos. 

O Cardeal faz seus votos ao novo presidente, “para que o Senhor o ilumine e o ampare a serviço de sua pátria naturalmente, mas também a serviço do bem-estar e da paz no mundo. Acredito que hoje exista a necessidade de todos trabalharem para mudar a situação mundial, que é uma situação de grave dilaceração, de grave conflito”.

Contra as previsões e as pesquisas de intenção de voto, Trump venceu a candidata democrata Hillary Clinton, conquistando ao menos 276 dos 538 votos do Colégio Eleitoral em contagem parcial dos votos.

Apuração

Hillary obteve 218 votos e perdeu Estados importantes, como a Flórida, Ohio e a Carolina do Norte.

Em seu discurso de vitória, o presidente eleito dos EUA se comprometeu a "renovar o sonho americano" e fez um apelo para a união do país. "Serei o presidente de todos os americanos e isso é muito importante para mim".

De acordo com Trump, a candidata democrata, Hillary Clinton, que não discursou, telefonou para reconhecer a derrota. "Para aqueles que optaram por não me apoiar, estou estendendo a mão para a sua orientação e ajuda para que possamos trabalhar juntos para unificar nosso grande país", disse Trump, em um apelo também pela união de seus críticos, principalmente dentro do Partido Republicano.

"A todos os republicanos, democratas e independentes nesta nação lhes digo que é momento que nos reconciliemos como um povo unido", afirmou.

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Cardeal Turkson: prevenir catástrofe ambiental no mundo

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Paris (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, participou de um encontro, nesta quarta-feira (10/11), em Paris, na França, sobre o tema “A Terra, nossa casa comum: desafio e esperança”.

Durante o encontro, promovido pela delegação da Santa Sé junto à Unesco e pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, o purpurado recordou os importantes acontecimentos ligados ao tema do meio ambiente, dentre os quais a Conferência internacional realizada em 2015, em Adis Abeba, Etiópia, sobre o desenvolvimento sustentável. Outro encontro lembrado pelo Cardeal Turkson foi a assembleia plenária das Nações Unidas realizada em 2014, para adotar a agenda global centralizada nas pessoas e no Planeta. 

“A conferência de Paris, em 2015, e a recente sobre o clima, em Marrakesh, Marrocos, são ulteriores passos para nos tornar juntos revolucionários, superar as diferenças e as desigualdades, cuidando da Terra, do bem comum e dos pobres”, frisou ainda o purpurado. 

“A Encíclica “Laudato si” é a esperança de que inicie um milênio de respeito pela vida, pela criação de Deus e pelos pobres na esteira da solidariedade, da justiça e da paz”, disse ainda o Cardeal Turkson.

Durante o seu discurso, o purpurado recordou os ensinamentos da Igreja sobre a ecologia, referindo-se ao magistério social dos pontífices a partir de Leão XIII. Deteve-se em particular nas contribuições dadas por Paulo VI, São João Paulo II, Bento XVI e Papa Francisco nos temas ambientais.

(MJ)

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Dom Jurkovič: cooperação internacional contra armas biológicas

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Genebra (RV) - “Nenhum Estado pode vencer sozinho a guerra contra a proliferação de armas biológicas”, foi o que disse o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, em seu discurso, na última segunda-feira (07/11), na 8ª Conferência de Revisão da Convenção sobre as Armas Biológicas (BWC). 

O prelado destacou a urgência de uma maior cooperação internacional diante da biossegurança e pediu uma ação comum e coordenada a fim de impedir a compra, produção ou uso de armas químicas e biológicas da parte de grupos terroristas.

O sistema de segurança internacional é hoje muito complexo. Os progressos revolucionários nas biotecnologias estão apresentando desafios cada vez mais difíceis na implementação da Convenção sobre as Armas Biológicas, aumenta o perigo do bioterrorismo, e a difusão frequente de pandemias ameaça a saúde e a segurança mundial.

“Por esses motivos é importante que os Estados que aderiram à Convenção continuem e reforcem o seu apoio aos que mais precisam de assistência, sobretudo os países pobres que são mais expostos ao risco de pandemias e são mais vulneráveis em caso de ataque biológico, demonstrando a estreita ligação entre desarmamento e desenvolvimento”, disse Dom Jurkovič.

“Por sua natureza, as doenças não respeitam confins. Portanto, é do interesse de todos que os nossos vizinhos tenham um sistema de saúde nacional sólido. É urgente atualizar os procedimentos de assistência previstos pela convenção, considerando a evolução rápida da ciência e das tecnologias neste campo e os perigos representados pela produção de armas biológicas caseiras”, frisou o representante da Santa Sé.

O prelado sublinhou que é importante conscientizar para o uso responsável das biotecnologias, finalizado na “promoção da vida e do desenvolvimento humano integral”. “Cientistas, universidades, empresas, governos e agências internacionais devem unir seus esforços nesta direção, porque a falta de cuidado hoje é a catástrofe de amanhã", concluiu. 

(MJ)

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Jubileu: tempo de balanços

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Cidade do Vaticano (RV) – A edição desta quarta-feira (09/11) do programa “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” é dedicada à reta final deste Jubileu.

No link acima, é possível ouvir uma reportagem especial sobre o fechamento das Portas Santas, em especial da Porta Santa da Caridade, que o Papa abriu no albergue da Caritas de Roma.

Há ainda uma análise dos protagonistas escolhidos por Francisco nesses últimos dias de Jubileu: os encarcerados e os socialmente excluídos.

Também os Oblatos de S. Francisco de Sales fazem seu balanço das experiências deste Ano, com uma entrevista ao Pe. Aldino J. Kiesel. 

O "Porta Aberta" vai ao ar às quartas-feiras às 16h - horário de Roma.

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Natal no Vaticano: inauguração do Presépio e árvore em 9 de dezembro

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Cidade do Vaticano (RV) – No próximo dia 9 de dezembro, às 16h30min, terá lugar na Praça São Pedro a inauguração do Presépio e da iluminação da árvore de Natal.

O Presépio e a árvore permanecerão iluminados desde a tarde em que serão inaugurados até a noite do domingo, 8 de janeiro de 2017, dia em que se comemora o Batismo do Senhor e se conclui a Liturgia do Tempo do Natal.

Abeto vermelho

A árvore – um abeto vermelho de 25 metros e com uma circunferência máxima de tronco de cerca de 75cm (reduzido a 65 para permitir o transporte) – será doado pela Comunidade de Scurelle – Floresta do Lagorai, Província Autônoma de Trento.

Compensação

No momento do corte – previsto para o domingo 13 de novembro – as crianças da Escola Elementar de Scurelle plantarão cerca de 40 novas mudas de abeto vermelho e de lariço, em uma região um pouco distante de onde, no outono passado, foram abatidas algumas árvores atingidas por um parasita.

Depois do corte, a árvore será transportada por um Helicóptero do Exército Italiano - com a colaboração da Proteção Civil de Trento - e colocado sobre um TIR, que o transportará até a capital, onde deverá chegar na noite entre 23 e 34 de novembro. Com o auxílio dos funcionários da Direção de Serviços Técnicos e dos Jardins Vaticanos, será levantado na Praça São Pedro.

Crianças com câncer

Também neste ano a árvore será ornamentada pelas reproduções de esferas em argila, representando desenhos realizados por crianças em tratamento, nos setores oncológicos de alguns hospitais italianos. Estas crianças, junto aos seus pais, participaram de um programa de cerâmica-terapia recreativa nos laboratórios hospitalares permanentes, idealizados, coordenados e geridos pela ONG  Fundação Condessa Lene Thun.

Iluminação

Uma das novidades diz respeito à iluminação, sobretudo no cuidado com o ambiente: 18 mil lampadinhas com tecnologia led, das quais 1.400 terão “efeito pisca”, num peso total de 140 kg e um consumo de somente 1,7 KW.

Presépio

O Presépio, por sua vez, será doado pela Arquidiocese e pelo Governo de Malta, que no último ano promoveram um concurso com este objetivo, reunindo artistas locais. O esboço escolhido pela comissão maltesa é do artista de Goza, Manwel Grech. A montagem cenográfica reproduz a paisagem maltesa, a arquitetura das construções, flora e fauna local.

A obra medirá 17 metros de largura, 12 de profundidade e altura máxima de 8 metros. Os personagens vestirão indumentária típica maltesa, além de objetos e instrumentos musicais. Serão 17 os personagens.

Migrantes

Naturalmente, estará presente a Cruz de Malta e um “luzzu” – típica embarcação do arquipélago maltês, que não somente representa a tradição, a pesca e a vida, mas, infelizmente, também a realidade dos migrantes, que justamente naquelas águas, navegam com embarcações para chegar à Itália.

Audiência com o Santo Padre

Na manhã de 9 de dezembro, as delegações trentina e maltesa, junto a algumas das crianças que realizaram as esferas, serão recebidas em audiência com o Santo Padre para a apresentação oficial das doações.

(JE)

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Igreja no Brasil



Dom Roque Paloschi: Matopiba nos condena à destruição

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Brasília/Porto Velho (RV) - Uma audiência pública no Senado discutiu nesta terça-feira (8) os resultados e impactos dos Plano Agropecuário do Matopiba, a última fronteira agrícola do país, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O projeto foi criado por decreto presidencial, no ano passado, para promover o desenvolvimento econômico sustentável em atividades agrícola e pecuária na região, mas moradores da região de Matopiba, sobretudo indígenas e remanescentes de quilombos, reclamam dos impactos sofridos após a implantação da fronteira agrícola. 

Para a Comissão Pastoral da Terra, existem dois problemas principais. Um, a questão dos conflitos, porque os grupos e fazendeiros da região estão chegando e impactando as comunidades. Outro, o problema principal, é a questão do meio ambiente, tanto a terra quanto a água, que são bens comuns.

Os 73 milhões de hectares abrangidos pelo Matopiba incidem sobre 28 Terras Indígenas, 42 unidades de conservação ambiental, 865 assentamentos rurais e 34 territórios quilombolas – sem contabilizar os territórios que estão em processo de reconhecimento, delimitação, demarcação ou titulação, e que seriam ainda mais gravemente afetados pela pressão do agronegócio. 

Segundo Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho e Presidente do Conselho Indigenista Missionário, “estamos nos condenando à destruição”:

“É bom que se diga que o Projeto Matopiba vai atingir três biomas: a Amazônia, a Caatinga, e principalmente, o Cerrado. Vai causar o agravamento da pobreza e o abandono forçado dos territórios. Os povos indígenas, as comunidades tradicionais, têm uma relação de profundo respeito pela natureza, da qual dependem para a própria sobrevivência. O atual modelo de desenvolvimento fundamentado na exploração ilimitada dos bens evidencia que nós estamos nos condenando à destruição”.

“Para os representantes do agronegócio, no entanto, os povos tradicionais, indígenas ou quilombolas, significam apenas um obstáculo ao desenvolvimento. Para eles, estas populações precisam ser expulsas e eliminadas. Nós, como Conselho Indigenista Missionário, juntamente com outras organizações, estamos gritando em defesa da vida e em defesa da Casa Comum, porque a destruição de uma só espécie – como afirma tão bem o Santo Padre – já é uma perda irreparável, como a destruição de biomas e da riqueza que estes biomas representam, com seus povo, suas tradições e culturas”.

Dados do governo apontam que, na temporada 2014/15, a fronteira agrícola Matopiba foi responsável por 11% da produção de soja nacional. No entanto, Dom Roque Paloschi afirma que esta maior produtividade não significa saciar a população:

“A grande maioria da produção – da monocultura – é transgênica, mas o nosso governo fecha os olhos e infelizmente, o que vale é o lucro, é ganhar mais, e sobretudo, o anseio de commodities, produzir para exportar. Mas enquanto cresce a produção, cresce a fome na região e no Brasil. Os pobres são cada vez mais pobres e vai se criando uma casta de milionários que muitas vezes se enriquece com negócios não tão lícitos neste país, como o desmatamento, apossar-se das terras públicas, e assim por diante, porque a grilagem de terra nesta pátria amada e idolatrada é uma coisa que não tem fim e infelizmente, a justiça não consegue combater tanto o avanço da malandragem de quem desmata, de quem grila a terra, de quem sonega e deixa os pobres e as comunidades tradicionais cada vez mais desamparadas nesta região”. 

Ouça a entrevista de Dom Roque clicando aqui: 

(CM)

 

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Igreja na América Latina



Conclusão do Jubileu no Haiti: Unidade e Misericórdia

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Porto Príncipe (RV) –  O Cardeal Chibly Langlois, Bispo de Les Cayes, junto a outros Bispos do Haiti, celebraram no último domingo, 6 de novembro, a conclusão do Jubileu da Misericórdia com a participação de um grande número de fieis.

A cerimônia, organizada pela Conferência Episcopal do Haiti, realizou-se no Estádio Nacional Silvio Cator, na capital, e do qual tomou parte também o Presidente ad interim, Jocelerme Privert, além de outras autoridades.

Em sua homilia, o Cardeal falou da unidade e da misericórdia que são necessárias existir ente os fieis católicos e entre todos os haitianos.

Poucos dias antes, o Cardeal Langlois havia afirmado, que "em um país onde mais de 8 pessoas em cada dez vivem na pobreza e metade do país vive em condições de extrema pobreza, os problemas econômicos tornam-se sempre mais graves, incentivando a violência nos bairros pobres e a migração, quer interna como para o exterior".

O Card. Langlois recordou que o país "é vulnerável aos desastres naturais catastróficos, como o Furação Matthew, que atingiu a Ilha em 4 de outubro passado". "Existem ainda pessoas que vivem em barracas. Existem pessoas que vivem em casas que são somente abrigos temporários. As pessoas vivem ainda em condições muito precárias".

"Não obstante a contínua fragilidade o Haiti, existem também muitos pontos de força no país, entre os quais a solidariedade que existe entre os haitianos no Haiti, que são cerca de 10 milhões e com os haitianos da diáspora, que são cerca d 2 milhões e vivem em outros países".

 

 

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Igreja no Mundo



Vigário Patriarcal alvejado em Aleppo: "Compartilho a cruz de quem sofre"

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Aleppo (RV) - "Agradeço a Deus que me protegeu e conservou ainda em vida. Agradeço a Deus porque nesta condição e com esta experiência, posso compartilhar a cruz de tantas pessoas que hoje sofrem na Síria, especialmente em Aleppo". Foi o que declarou à Agência Fides o Vigário Patriarcal sírio-ortodoxo de Aleppo, Dom Raban Boutros Kassis, ferido por dois tiros nas costas enquanto retornava de carro para a cidade.

"A cada dia sofremos agressões e bombardeios, a cada dia as pessoas são feridas e mortas - recorda o prelado. Estou feliz em desfrutar do amargor da cruz, em comunhão com Cristo e com tantos inocentes que sofrem. Temos a certeza de que a morte não é a última palavra, mas que no final é a Ressurreição".

Dom Kassis está internado na Hospital católico São Luis de Aleppo e está fora de perigo. Em 6 de novembro o Vigário seguia pela estrada que liga Homs a Aleppo, quando alguns tiros, disparados por um franco-atirador, atingiram seu automóvel, ferindo-o nas costas. O motoristas levou o prelado ao hospital, que foi submetido a uma cirurgia para a remoção das balas.

A estrada encontra-se em uma área controlada por tropas governamentais sírias, mas é fechada à noite, pois grupos terroristas se aproveitam da escuridão para espalhar minas.

 

 

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O difícil retorno dos cristãos à Qaraqosh: 90% das casas destruídas

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Qaraqosh (RV) - Não obstante a alegria pela ofensiva do exército iraquiano para libertar Mosul e os povoados da Planície do Nínive do Estado Islâmico, o caminho dos cristãos locais para retornar às suas habitações e às suas terras ainda é longo e cheio de obstáculos.

Diálogo para evitar vinganças

Em Qaraqosh, a maior cidade cristã da Planície do Nínive, 90% das habitações foram destruídas pelo Estado Islâmico. O perigo representado pelas minas terrestres ainda é elevado. Mas não basta derrotar o Estado Islâmico a campo, "é necessário enfrentar também a mentalidade ainda difusa em muitas pessoas, em tantos habitantes de Mosul que o apoiaram, e com os quais agora se deverá, de uma forma ou outra, dialogar para evitar vinganças cruéis". É o que adverte o sacerdote sírio-católico da Diocese de Mosul, Padre George Jahola.

A alegria, os cantos e as danças para festejar o início da ofensiva iraquiana para libertar Mosul, a antiga Nínive  e os povoados da Planície, não duraram muito. Para os cristãos chegados em Irbil (capital do Curdistão iraquiano) após o avanço dos milicianos do Estado Islâmico em 2014, ainda não é tempo de retornar às suas casas e povoados.

Não obstante a ameaça do Isis pareça mais distante, ainda não há motivos para uma maior tranquilidade e confiança. São graves os problemas que agora devem enfrentar, como testemunha o sacerdote sírio-católico da Diocese de Mosul, Padre George Jahola.

Em Qaraqosh, 90% das habitações queimadas ou destruídas

"É difícil pensar em um retorno veloz dos cristãos aos seus povoados. Somente na cidade cristã de Qaraqosh, ao norte de Mosul, a maior da Planície do Nínive, onde até junho de 2014 ali viviam mais de 60 mil pessoas,  90% das habitações foram destruídas ou queimadas".

O sacerdote fala com conhecimento de causa. À pedido do Arcebispo sírio-católico de Mosul, Kirkuk e de todo o Curdistão, Dom Petros Mouché,  ele é o responsável por redigir um inventário de casas, locais de culto, igrejas e cemitérios cristãos destruídos pelo Daesh nestes dois anos de ocupação.

"Estamos trabalhando com alguns jovens voluntários na elaboração desta lista. Atualmente, podemos dizer que mais de 6 mil habitações foram demolidas e devem ser reconstruídas do zero. Esperávamos encontrar casas saqueadas, danificadas, mas não queimadas e destruídas", afirmou. Uma situação que leva o sacerdote a afirmar que, o que foi feito pelo Estado Islâmico, "é um verdadeiro genocídio, diante do qual a comunidade internacional não pode calar". "Não se pode cancelar do Iraque a histórica presença das minorias", defende.

Tensões sectárias

Um dos riscos atuais para as minorias presentes no país, é serem atingidas pelo "fogo amigo", ou seja, pelas próprias Instituições iraquianas. Às tensões sectárias, que estão tendo um peso também na ofensiva contra Mosul, somam-se algumas leis aprovadas recentemente pelo Parlamento que impõe diversas proibições ao comércio de bebidas alcoólicas, publicação de artigos e também no modo de se vestir na Universidade, num claro sintoma da restrição das liberdades pessoais.

Primeiro segurança depois reconstrução

Os testemunhos que chegam de Qaraqosh, falam de uma cidade desabitada e perigosa. Na retirada, o Daesh plantou minas no terreno e dispôs franco-atiradores em locais estratégicos. "Colocar a cidade em segurança é fundamental - defende o sacerdote - para depois pensar em reconstruir a infraestrutura e devolver assim o fôlego à comunidade local extremada".

Os cristãos da Planície do Nínive tiveram um duplo sofrimento: despojados de seus bens, privados de tudo e expulsos de suas casas, entre junho e agosto de 2014, foram obrigados a suportar a profanação de suas igrejas, destruídas, transformadas em locais de tiro e em locais de treinamento militar. A Catedral da Imaculada Conceição, a Igreja de Mar Yuhanna e de Mar Zena foram incendiadas.

Reparação

Significativa, assim, a celebração presidida em 30 de outubro por Dom Petros Mouché na Catedral da Imaculada Conceição, em Qaraqosh. "Um gesto de reparação - explica o sacerdote sírio-católico - pela profanação sofrida pelo local sacro, a primeira missa desde a queda da cidade e a fuga de seus habitantes. A Liturgia desenvolveu-se entre as paredes escurecidas pelas fumaça, entre os escombros do teto desabado parcialmente, entre os restos de bancos usados como lenha e as siglas do Isis pintadas nas paredes".

Os hinos cantados em aramaico, a língua de Jesus, voltaram a ecoar nas naves da Catedral, na tentativa de apagar o ódio manifestado ali dentro nestes dois anos. Os votos do Padre Jahola é que depois de tanto sofrimento para os cristãos iraquianos, abram-se as portas para uma verdadeira cidadania, de estabilidade e de segurança. Que ao tempo da exclusão, siga-se um tempo de inclusão.

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Morteiro atinge Igreja franciscana em Damasco

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Damasco (RV) - Um morteiro atingiu na tarde de terça-feira (08/11) a cúpula da igreja dos franciscanos em Bab Tuma, zona central de Damasco e controlada pelo governo de Bashar al Assa. Segundo Frei Bahjat Karakach, guardião do Convento de São Paulo Apóstolo, foram registrados apenas danos materiais.

A região onde se encontra a histórica igreja franciscana, mesmo controlada pelo governo, não está imune aos golpes de morteiro, lançados das periferias controladas por facções ligadas ao Estado Islâmico. Nestes locais, os anos de guerra registraram muitas vítimas provocadas pelo fogo de artilharia, também em áreas da cidade velha, um pouco mais distante da linha do fronte.

Os franciscanos estão presentes na Síria desde 1239, com uma longa história de testemunhos e de martírio. Entre 1670 e 1760, dez Frades Menores morreram em Damasco ao assistir doentes de peste. Verdadeiros mártires da caridade.

Em 1926, a Igreja elevou à honra dos altares oito frades, dos quais sete espanhóis, martirizados em Damasco pelos otomanos em 1860. O grupo de religiosos residia precisamente no Convento de Bab Tuma, na cidade velha, na época, sede de um centro de estudos árabes nascido para preparar missionários na Terra Santa. A Igreja do Convento de Bab Tuma, dedicada a São Paulo (para os cristãos locais, "o Convento grande"), é ainda hoje a sede da principal paróquia latina de Damasco. Uma segunda paróquia, dedicada a Santo Antônio, surge no Bairro Salhieh, na zona das Embaixadas e dos Escritórios na Damasco nova.

Os franciscanos também estão presentes em Aleppo, com a Paróquia de Azizieh e a sucursal de São Boaventura (El Ram), duramente atingidas pela guerra.

 

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Formação



A unidade entre 'Lumen Gentium' e 'Gaudium et Spes'

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso Espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar no Programa de hoje de relação entre as Constituições conciliares Lumen Gentium e Gaudium et Spes.

No programa passado, vimos como a Gaudium et Spes é um prolongamento da Lumen Gentium sobre a Igreja, e representa um esforço para o estabelecimento de diálogo entre a Igreja e o mundo, de maneira autêntica e realista, como disse João XXIII. Na edição de hoje deste nosso espaço, Padre Gerson Schmidt nos fala sobre a "Unidade entre estas duas importantes Constituições do Concílio Vaticano II"¹: 

"A pastoral e a evangelização foi a principal intenção do Vaticano II. Mas isso não significa que os documentos desse Concílio II não tenham valor doutrinal, não tenha declarações dogmáticas seguras, ou não sejam a afirmação da doutrina da Igreja, professada ao longo dos séculos. Não há, no Concílio, um descontinuismo, como se agora houvesse a verdadeira Igreja, desconectada dessa de 20 séculos, dois mil anos. O próprio Paulo VI disse igualmente, no término da elaboração da Constituição Lumen Gentium, bem assim:

“O que a Igreja por séculos ensinou, ensinamo-lo igualmente. Somente aquilo que era simplesmente vivido, é agora expresso; aquilo que era implícito, fica esclarecido; o que era meditado, discutido e em parte controvertido, chega agora a uma serena formulação. Verdadeiramente podemos dizer que a Providência divina preparou para nós uma hora luminosa; ontem lentamente amadurecida, hoje resplandecente, amanhã certamente rica de ensinamentos, de impulsos, de melhoras para a vida da Igreja” ².

Há, sim, ensino doutrinal no Magistério do Vaticano II. Frei Boaventura Kloppenburg afirma ter sido a intenção do Concílio ensinar e propor definitivamente doutrinas, apesar de não as ter declarado de modo solene. Como exemplo, cita a infalibilidade dos Bispos, a colegialidade episcopal e a sacramentalidade do Episcopado ³. Os dois documentos a Lumen Gentium e a Gaudium et Spes são Constituições. A primeira, dogmática, e a segunda, pastoral. Com a denominação Constituição, fica clara a intenção do Concílio de também ensinar verdades doutrinais. Guilherme Baraúna, na Introdução à conhecida obra sobre a Gaudium et Spes, intitulada A Igreja no mundo de hoje, assim se expressa sobre a importância desse documento:

A Gaudium et Spes é um documento carregado de novidades para a consciência da Igreja. Um desses documentos que, por si só, bastaria para assinalar o Vaticano II e contradistingui-lo de todos os outros Concílios que o precederam. Nele se torna particularmente visível o que aflora, com maior ou menor clareza, em todos os outros documentos do Concílio ideado por João XXIII: que a Igreja aceitou definitivamente o convite – bem antigo aliás – de desinstalar-se de posições seculares e milenárias, admitindo inequivocadamente que uma era completamente nova de sua história acaba de inaugurar-se (4).

A Gaudium et Spes representa uma nova consciência para a Igreja e dá início a uma nova era eclesial. Contudo, a mesma observação pode ser feita a respeito da Lumen Gentium, porque esses dois documentos representam uma nova autocompreensão da Igreja sobre si mesma, como já foi expresso anteriormente, e uma nova postura diante do mundo. A leitura da Gaudium et Spes não pode ser feita desligada de outros documentos, particularmente da Lumen Gentium. As duas Constituições formam uma unidade, um “capítulo do Vaticano II”, parafraseando uma afirmação de Baraúna ². Aliás, é sempre mais frequente e autorizado o reconhecimento da estreita conexão existente entre a Constituição pastoral Gaudium et Spes e a Lumen Gentium, que contém, esta, algum dos motivos que representavam como a filigrana da Gaudium et Spes. Antes, esta particular intimidade entre os dois documentos remonta desde quase a origem da preparação da Gaudium et Spes, conforme é expressamente lembrado e reconhecido pelo próprio texto conciliar, quando afirma que a assembleia chegou a formular a Constituição pastoral ‘depois de haver investigado de modo mais profundo o mistério da Igreja – estudada na Lumen Gentium (GS, 2) (5)".

 

¹ Baseado literalmente no texto de Pe. Geraldo B. Hackmann, “A IGREJA DA LUMEN GENTIUM E A IGREJA DA GAUDIUM ET SPES”, com as devidas referências também das notas e fontes usadas, com adaptações pessoais para programa radiofônico. http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/article/viewFile/1713/1246.

²Idem.

³ cf. B. KLOPPENBURG, loc. cit., p. 832.

(4) G. BARAÚNA (Org.), A Igreja no mundo de hoje. Petrópolis: Vozes, 1967, p. 9.

(5) G. ALBERIGO, A Constituição “Gaudium et Spes” no quadro do Concílio Vaticano II. In G.BARAÚNA, op. cit., p. 172.

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Atualidades



Rádio Vaticano promove maior interação com a mensagem do Papa

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Rádio Vaticano (RV) – “Espaço Interativo” e “Um instante com Francisco” são as mais recentes novidades lançadas pela redação brasileira do Vaticano. 

No Espaço Interativo, é possível enviar sua mensagem de voz por meio do Whatsapp respondendo à pergunta da semana que é lançada em nossa fan-page no Facebook a partir de terça-feira.

Os áudios selecionados para o Espaço Interativo serão publicados aos domingos em nossa programação, em nosso site e também em nossas redes sociais.

Já “Um instante com Francisco” é uma nova proposta em que as principais e mais instigantes mensagens do Papa são apresentadas em breves vídeos na voz do Pontífice com legendas em português.

“Um instante com Francisco” não tem uma periodicidade definida e quer promover um momento de pausa para ouvir os ensinamentos do Papa. 

(rv)

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