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Sumario del 12/11/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Última audiência Jubilar: "Inclusão, aspecto importante da misericórdia"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã deste sábado (12/11), o Santo Padre encontrou, na Praça São Pedro, cerca de 30 mil fiéis e peregrinos, de diversas partes do mundo, para a última audiência Jubilar deste Ano Santo da Misericórdia, que se concluirá no próximo dia 20, festa de Cristo Rei. 

Durante as audiências Jubilares, neste Ano Santo extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco encontrou cerca de 450 mil pessoas, provenientes da Itália e de outros países.

Aspecto importante da misericórdia

Em sua catequese desta última audiência Jubilar, o Papa refletiu sobre um aspecto importante da misericórdia: a inclusão. E explicou:

“Deus, de fato, no seu desígnio de amor, não quis excluir ninguém, pelo contrário, incluir todos. Por exemplo, através do Batismo, nos tornou seus filhos, em Cristo, membros do seu Corpo que é a Igreja. Nós, cristãos, somos convidados a usar o mesmo critério”.

O critério da misericórdia, continuou Francisco, é aquele modo e estilo de agir, com os quais tentamos incluir os outros na nossa vida, evitando de fechar-nos em nós mesmos e nas nossas seguranças egoístas. E citando o Evangelho de hoje, onde Jesus faz um convite realmente universal “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, o Papa afirmou:

O apelo de Jesus

“Ninguém está excluído deste apelo, porque a missão de Jesus é a de revelar a todas as pessoas o amor do Pai. Cabe a nós abrir o coração, confiar em Jesus e acolher esta mensagem de amor, que nos faz penetrar no mistério da salvação”.

Este aspecto da misericórdia, a “inclusão”, manifesta-se quando alargamos os braços para acolher os outros, sem excluí-los e sem julgá-los segundo a sua condição social, língua, raça, cultura, religião. Diante de nós, há somente uma pessoa para amar, como Deus a ama. E o Papa ponderou:

“Quantas pessoas cansadas e sobrecarregadas encontramos também em nossos dias: nas ruas, nos ambientes  públicos, nos ambulatórios médicos... O olhar de Jesus paira sobre cada um desses rostos, também mediante os nossos olhos. Mas, como está o nosso coração? É misericordioso? O nosso modo de pensar e agir é inclusivo?

Uma grande obra de inclusão

A estas perguntas, o Papa respondeu dizendo que “o Evangelho nos convida a reconhecer na história da humanidade o desígnio de uma grande obra de inclusão; esta, respeitando plenamente a liberdade de cada pessoa, de cada comunidade e cada povo, exorta todos a formar uma família de irmãos e irmãs, na justiça, na solidariedade e na paz, e a fazer parte da Igreja, Corpo de Cristo. E recordando que Jesus nos convida a ir a Ele para encontrar descanso, o Santo Padre disse:

“Os seus braços alargados sobre a Cruz demonstram que ninguém está excluído do seu amor, da sua misericórdia, do seu perdão. Todos nós temos necessidade de ser perdoados por Deus. Por isso, não excluamos ninguém, Pelo contrário, com humildade e simplicidade sejamos instrumentos da ‘misericórdia inclusiva’ do Pai. A Santa Igreja prolonga, no mundo, o grande abraço de Cristo, morto e ressuscitado!

Francisco concluiu sua catequese nesta última Audiência Jubilar comparando a colunata da Praça São Pedro com um grande abraço, dizendo: “Deixemo-nos envolver neste movimento de inclusão dos outros, sendo testemunhas da misericórdia, com a qual Deus acolheu e acolhe cada um de nós”.

Após a sua catequese, o Papa passou a saudar os peregrinos, presentes na Praça São Pedro. Falando em italiano, cumprimentou e agradeceu, entre outros, todos aqueles que trabalharam para o bom andamento deste Ano Santo da Misericórdia, de modo especial os voluntários:

“Saúdo, com particular afeto, os voluntários do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, provenientes de diversas Nações, e os agradeço pelo precioso serviço que prestaram aos peregrinos, para que pudessem viver bem esta experiência de fede. Admirei muito a sua dedicação, paciência e entusiasmo”.

Por fim, após ter saudado também os fiéis do Movimento Shalom, dirigiu a seguinte saudação aos presentes de língua portuguesa:

“Queridos peregrinos de língua portuguesa, de coração vos saúdo a todos, desejando-vos que possais experimentar nesta peregrinação jubilar a força do Evangelho da misericórdia que transforma, que faz entrar no coração de Deus, que nos torna capazes de perdoar e olhar o mundo com mais bondade. Que Deus vos abençoe a vós e às vossas famílias”.

Francisco concluiu sua última Audiência Jubilar, concedendo a todos a sua Bênção Apostólica. (MT)

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Mensagem aos Agentes da Saúde: "Combate à doenças raras e negligenciadas"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre enviou, neste sábado (12/11), uma Mensagem aos participantes na XXXI Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para os Agentes da Saúde, que se realizou na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, de 10 a 12 deste mês. 

Partindo do tema, abordado por peritos qualificados, provenientes de diversos países, “Por uma cultura da saúde acolhedora e solidária a serviço das pessoas acometidas por patologias raras e negligenciadas”, o Papa citou alguns dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): são cerca de 400 milhões as pessoas que, no mundo, sofrem de doenças definidas “raras”.

Mas, o cenário das doenças “negligenciadas”, disse Francisco, é bem mais dramático, porque abrangem mais de um bilhão de pessoas. Tais doenças, de natureza infecciosa, são difundidas mais entre as populações pobres do mundo, sobretudo na África e América Latina, onde há escassez de água potável e péssimas condições higiênico-alimentares, sociais e habitacionais.

Trata-se, disse o Pontífice, de um desafio imane em nível global, que, porém, não é impossível enfrentar por todas as realidades humanas, institucionais, inclusive eclesiais.

A este respeito, Francisco apresentou três considerações para contribuir com a reflexão feita pelos participantes nesta XXXI Conferência Internacional.

Primeira consideração: toda pessoa enferma merece ser acolhida, curada e, se possível, sarada. À base de toda iniciativa, deve haver uma vontade livre e corajosa de fazer o bem, para resolver este problema global da saúde, ou seja, a “sabedoria do coração”.

Entre todos aqueles que se dedicam, com generosidade, à assistência e acompanhamento do homem que sofre, está a Igreja, que continua esta verdadeira obra de misericórdia. Estas doenças “raras” e “negligenciadas” tem estreita relação com o ambiente. Eis porque devemos dar absoluta importância e respeito à custódia da Criação, nossa Casa Comum.

A segunda consideração: a prioridade da Igreja deve ser a de estar em “contínua saída” para testemunhar, concretamente, a misericórdia divina entre os marginalizados que vivem na periferia existencial, socioeconômica, sanitária, ambiental e geográfica do mundo.

A terceira e última consideração tem relação com o tema da justiça, ou seja, toda pessoa enferma deve ter acesso à assistência sanitária, independentemente dos fatores socioeconômicos, geográficos e culturais. A razão de tudo isso parte de três princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja: sociável, subsidiário e solidário.

Com base nestes três princípios doutrinais, concluiu o Papa, podem ser individuadas soluções realistas, corajosas, generosas e sociais para enfrentar, com eficácia, a emergência sanitária das doenças “raras” e “negligenciadas”. (MT)

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Política, desigualdades, migrações, martírio de cristãos: Papa encontra Scalfari

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Cidade do Vaticano (RV) – “Não faço juízo sobre pessoas e sobre homens políticos, mas estou interessado em saber se o modo de agir deles provoca sofrimento aos pobres e aos excluídos”. Palavras do Papa Francisco ao ser interpelado pelo jornalista Eugenio Scalfari a respeito de Donald Trump.

Na entrevista realizada no dia 7 de novembro e publicada no Jornal italiano “La Repubblica” na sexta-feira, 11, Francisco fala também da luta contra a desigualdade e o martírio de cristãos. O Papa ressalta que devemos derrubar os muros que dividem e tentar fazer crescer o bem-estar, tornando-o mais acessível a todos, além de fazer crescer a liberdade e os direitos.

Ao falar das guerras, o Papa observa que o ódio pelo ódio somente intensifica a existência do ódio e do mal no universo. Os cristãos – afirmou – sempre foram mártires, “mesmo que a nossa fé tenha conquistado grande parte do mundo. Dois bilhões e meio. Foi necessário armas e guerras? Não. Mártires? Sim, muitos”.

Eis a entrevista na íntegra:

Nos abraçamos depois de tanto tempo.

"Vejo que o senhor está bem", disse-me ele.

O senhor também está muito bem, apesar das contínuas dificuldades da sua vida.

“É o Senhor quem decide”.

E "a nossa irmã morte corporal".

“Sim, corporal”.

Era a conversa que começava a se aprofundar.

Santidade – perguntei-lhe – o que o senhor pensa de Donald Trump?

“Eu não faço juízos sobre as pessoas e sobre os homens políticos, quero somente entender quais são os sofrimentos que o seu modo de agir causa aos pobres e aos excluídos”.

Então, qual é, neste momento tão agitado, a sua principal preocupação?

“A dos refugiados e dos imigrantes Em pequena parte cristãos, mas isso não muda a situação que nos diz respeito, o seu sofrimento e o seu desconforto; as causas são muitas e nós fazemos o possível para removê-las. Infelizmente, muitas vezes, são apenas procedimentos adversados por populações que temem perder o emprego e a redução dos salários. O dinheiro é contra os pobres, além de ser contra os imigrantes e os refugiados, mas existem também os pobres dos países ricos, que temem a acolhida dos seus semelhantes provenientes de países pobres. É um círculo perverso e que deve ser interrompido. Devemos derrubar os muros que dividem: tentar fazer ampliar o bem-estar e torná-lo mais difundido, mas para alcançar esse resultado devemos derrubar os muros e construir pontes que permitam fazer diminuir as desigualdades e aumentar a liberdade e os direitos. Maiores direitos e maiores liberdade”.

Perguntei ao Papa Francisco se as razões que obrigam as pessoas a emigrar vão acabar mais cedo ou mais tarde. É difícil entender porque o homem, uma família e comunidades e comunidades inteiras queiram abandonar a própria terra, os lugares onde nasceram, a sua língua.

O senhor, Santidade, por meio dessas pontes a serem construídas, favorecerá a reagregação destes desesperados, mas as desigualdades nasceram em países ricos. Existem leis que tendem a diminuir o seu fluxo, mas não têm muito efeito. Esse fenômeno nunca terá fim?

“O senhor falou e escreveu várias vezes sobre esse problema. Um dos fenômenos que as desigualdades encorajam é o movimento de muitos povos de um país a outro, de um continente a outro. Depois de duas, três, quatro gerações, esses povos se integram, e a sua diversidade tende a desaparecer completamente”.

Eu chamo isso de uma mestiçagem universal, no sentido positivo da expressão.

“Bravo, é a palavra correta. Eu não sei se será universal, mas será de qualquer maneira mais difundida do que hoje. O que nós queremos é a luta contra as desigualdades, esse é o mal maior que existe no mundo. É o dinheiro que as cria e é contra aquelas medidas que tendem a nivelar o bem-estar e favorecer assim a favorecer a igualdade”.

O senhor me disse há algum tempo que o preceito "Ama o teu próximo como a ti mesmo" deveria mudar, dados os tempos escuros que estamos atravessando, e tornar-se "mais do que a ti mesmo". O senhor, portanto, anseia por uma sociedade dominada pela igualdade. Esse, como o senhor sabe, é o programa do socialismo marxista e, depois, do comunismo. Portanto, o senhor pensa em uma sociedade de tipo marxista?

“Diversas vezes foi dito, e a minha resposta sempre foi que, quando muito, são os comunistas que pensam como os cristãos. Cristo falou de uma sociedade onde os pobres, os fracos, os excluídos, são eles a decidir. Não os demagogos, não os barrabás, mas o povo, os pobres, quer tenham ou não fé no Deus transcendente, são eles que devemos ajudar para obter a igualdade e a liberdade”.

Santidade, eu sempre pensei e escrevi que o senhor é um revolucionário e também um profeta. Mas hoje eu entendo que o senhor deseja que o Movimento dos populares, e sobretudo o povo dos pobres, entrem diretamente na política propriamente dita.

“Sim, é isso. Não no chamado politiquês, as disputas pelo poder, o egoísmo, a demagogia, o dinheiro, mas a política alta, criativa, as grandes visões. Aquilo que Aristóteles escreveu na sua obra.

Eu vi que em seu discurso aos "movimentos populares" de sábado passado, o senhor citou a Ku Klux Klan como um movimento vergonhoso e, assim como o de sinal oposto mas análogo, o das Panteras Negras (ndr – Em seu discurso, o Pontífice não fez nenhuma menção à quer à Ku Klux Kan como aos Panteras Negras). Mas citou como admirável Martin Luther King. Também ele é um profeta, que dá sentido pelo que que dizia na América livre?

“Sim, eu o citei porque o admiro. Eu li aquela citação; penso que também seja oportuno recordá-lo também para quem lê este nosso encontro «Quando te elevas ao nível do amor, da sua grande beleza e poder, a única coisa que procuras derrotar são os sistemas malignos. Amas as pessoas que caíram na armadilha daquele sistema, mas procuras derrotar aquele sistema [...] Ódio por ódio só intensifica a existência do ódio e do mal no universo. Se eu te firo e tu me feres, e restituo-te a pancada e tu restituis-me a pancada, e assim por diante, é evidente que se continua sem fim. Simplesmente nunca acaba. Nalguma parte, deve haver alguém que tem um pouco de bom senso, e aquela é a pessoa forte. A pessoa forte é aquela que é capaz de cortar a cadeia do ódio, a cadeia do mal».

E agora voltemos à política e ao seu desejo de que sejam os pobres e os excluídos a transformar a política em uma democrática vontade de realizar os ideais e a vontade dos movimentos populares. O senhor defendeu o interesse pela política porque é Cristo que a quer. "Os ricos deverão passar pelo buraco da agulha". Cristo a quer  não porque também é filho de Deus, mas sobretudo porque é filho do homem. Mas um confronto, no entanto, haverá, pois está em jogo o poder, e o poder, o senhor mesmo disse, comporta a guerra. Portanto, os movimentos populares deverão sustentar uma guerra, mesmo que política, sem armas e sem derramamento de sangue?

“Eu nunca pensei em guerra e armas. O sangue sim, pode ser derramado, mas serão eventualmente os cristãos a serem martirizados, como está acontecendo em quase todo o mundo, por obra dos fundamentalistas e terroristas do Isis, os carnífices. Eles são horríveis e os cristãos são as suas vítimas”.

Mas o senhor, Santo Padre, bem sabe que muitos países reagem também com as armas para derrotar o Isis. Outrossim, as armas foram usadas também pelos judeus contra os árabes, mas até mesmo entre eles.

“Bem, não é esse tipo de conflito que os movimentos populares cristãos levam em frente. Nós, cristãos sempre fomos mártires, mesmo que a nossa fé no decorrer dos séculos tenha conquistado grande parte do mundo. Claro, houve guerras apoiadas pela Igreja contra outras religiões, e houve até mesmo guerras dentro da nossa religião. A mais cruel foi o massacre de São Bartolomeu, e infelizmente, muitas outras análogas. Mas ocorriam quando as várias religiões e a nossa, às vezes mais do que as outras, antepunham o poder temporal à fé e à misericórdia”.

O senhor, porém, Santidade, exorta agora os movimentos populares a entrar na política. Quem entra na política se confronta, inevitavelmente, com os adversários. Guerra pacífica, mas no entanto, trata-se de conflito, e a história nos diz que nos conflitos está em jogo a conquista do poder. Sem o poder, não se vence.

“Ora, o senhor esquece que existe também o amor. Muitas vezes o amor convence, e portanto, vence também. Os católicos são um bilhão e meio, os protestantes das várias confissões 800 milhões, os ortodoxos são 300 mil, depois existem as outras confissões como os anglicanos, valdenses, coptas. Com todos eles somados, os cristãos chegam a dois bilhões e meio de fiéis, e talvez mais. São necessárias armas e guerras? Não. Mártires? Sim, e muitos”.

E assim vocês conquistaram o poder.

“Propagamos a fé, tomando o exemplo de Jesus Cristo. Ele foi o mártir dos mártires e lançou para a humanidade a semente da fé. Mas eu tomo cuidado para não pedir o martírio àqueles que se expõe em uma política orientada aos pobres, pela igualdade e a liberdade. Essa política é uma coisa diferente da fé e são muitos os pobres que não têm fé. Têm, porém, necessidades urgentes e vitais, e nós devemos apoiá-los, como apoiaremos todos os outros. Como pudermos e como soubermos”.

Enquanto eu o escuto, me convenço sempre mais sobre o que sinto pelo senhor:  de um Pontificado como o seu houve  poucos. Ademais, o senhor tem muitos adversários dentro da sua Igreja.

“Eu não diria adversários. A fé nos unifica a todos. Naturalmente, cada um de nós indivíduos vê as mesmas coisas em um modo diferente; o quadro objetivamente é o mesmo, mas subjetivamente é diferente. Já dissemos isso várias vezes, o senhor e eu”.

(JE)

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Ex-pároco: "Foi uma surpresa. Saboreei o gosto do Evangelho"

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Cidade do Vaticano (RV) – “A notícia me pegou de surpresa, soube há poucos dias. E a surpresa está no fato de que o Papa preocupou-se conosco”. 

Foi o que afirmou o ex-pároco Andrea Vallini ao telejornal da TV2000, ao comentar a visita do Papa Francisco ao apartamento em Ponti di Nona, zona leste de Roma, onde estão sete famílias formadas nos últimos anos por sacerdotes que deixaram o ministério.

“O Papa Francisco – acrescentou Andrea – não é um simples bispo. A primeira sensação foi de algo realmente evangélico. No geral deveriam ser os pecadores a ir de encontro ao Senhor, mas hoje, aconteceu ao contrário. Saboreei um gosto de Evangelho muito belo e puro. O Papa tem uma capacidade de relacionar-se de uma forma realmente envolvente”.

“Em alguns casos, haveria a necessidade de curar as feridas – considerou Andrea – mas todas as situações presentes hoje já estavam bastante curadas. Esta visita não sei se abre novas perspectivas. Entendi que o Papa estava particularmente admirado que alguns de nós, sobretudo italianos, sentíamos uma certa exclusão. Na sua experiência, nos contou nunca ter excluído situações particulares. Nos disse que o seu Presidente da Caritas em Buenos Aires era um ex-sacerdote, que realizou um ótimo trabalho”.

“Espero que com o exemplo do Papa – salientou - mesmo existindo histórias diferentes, possamos continuar a ser um recurso para a Igreja. Todos nós gostaríamos de continuar a ser úteis para a comunidade cristã, seria bonito se fossem superadas as cercas. Por outro lado, além de ter o caráter sacerdotal, que não se cancela, somos batizados. Seria bonito continuar a fazer o bem, como me esforcei para fazer em outras vestes”.

“É uma “Sexta-feira da Misericórdia” – concluiu – que não esquecerei nunca. Sob o meu teto, tendo-se espalhado a voz da chegada do Papa, juntou uma pequena multidão de cerca 50 pessoas e alguém me disse: “O senhor fez uma coisa realmente bonita, és realmente bom”. Mas eu respondi a ele imediatamente: “Justamente porque não sou bom que o Papa veio aqui hoje, de outra forma não teria vindo”. Uma visita que me encheu de alegria, que espero, me ajudará a ser melhor”.

O gesto do Papa insere-se na iniciativa "Sextas-feiras da Misericórdia", realizado uma sexta-feira por mês ao longo deste Ano Jubilar.

(JE)
 

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Concerto para os pobres reúne Frisina e Morricone no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – Às 18h30min deste sábado (12/11), realizou-se na Sala Paulo VI, no Vaticano, a segunda  edição do Concerto com os pobres e para os pobres. No palco, alternaram-se o Prêmio Oscar Ennio Morricone - que dirige a Orquestra de Roma “Sinfonietta” e o Coral da Academia Nacional de Santa Cecília – e Marco Frisina, que guia a Orquestra e Coro da Diocese de Roma.

Peças célebres e duas inéditas constaram do programa, que teve por objetivo apoiar um sinal de caridade do Papa para o Jubileu: a construção de uma Catedral em Uganda e de uma Escola Agrária em Burkina Faso. Eis o que disse Marco Frisina aos microfones da Rádio Vaticano, antes do concerto:

“Os pobres não são “outros” de nós; são irmãos, são companheiros de caminho. Compartilhar com eles a beleza da música como dom de Deus que consola, que eleva, foi o que nos levou também neste ano a organizar este vento. Na audiência no ano passado, o Papa nos disse que a música une e eleva; nos faz respirar o ar puro das grandes coisas, nos faz pensar em Deus, no amor, na verdade, na beleza. E não é justo manter isto somente para nós, mas é bonito compartilhá-lo com quem, talvez, pela primeira vez, escuta um concerto e não oferecendo a eles “alguma coisinha”, mas o máximo que se pode, porque é justo que eles tenham o máximo!”.

RV: No programa alternam-se peças suas e do Maestro Morricone...

“O Maestro Morricone escolheu estes três adágios; são três meditações inspiradas nas músicas mais belas que escreveu para o cinema. Depois há este inédito que ele quis readaptar sobre o texto de Bevilacqua, que será executado no início deste concerto, para dar o “lá”. Trata-se de uma meditação brevíssima. Depois haverá uma suíte minha sobre músicas do Apocalipse de São João, lá onde quis sublinhar que a dor da humanidade que Deus operou por amor volta-se para a salvação, transforma no cumprimento da salvação: é o amor que vence o terremoto, a guerra, a violência. Depois do Maestro Morricone tem “Entre o Céu e a terra”, um trecho de grande sugestão espiritual extraído das músicas para Padre Pio que ele escreveu; haverá um Te Deum meu, na versão gregoriana, variada com o coro e a orquestra, como um agradecimento a Deus por este ano de graça que quis dar e para compartilhar esta alegria que o Te Deum te dá. É louvor a Deus que no amor nos salva e nos redime juntos a todos os nossos irmãos. O concerto acaba, por fim, com uma pequena suíte do filme ‘Mission’; que recorda mais uma vez como aquela história tão dolorosa da comunidade jesuíta no Paraguai terminava com esta violência inaudita dos poderosos, mas também ali Deus e a fé venceram, e o tema famoso, que já conhecemos todos, do “Gabriel’s Oboe”  flui no final neste hino à nossa vida, à vida que vence. É a vida de Deus que nos faz vencer sobre toda dor e sofrimento”.

RV: Tocar para os pobres, faz bem também aos músicos?

“Faz bem também a nós. No ano passado vi que o Maestro Daniel Oren, que é de religião judaica – e dirigiu músicas minhas cristãs – estava muito emocionado. Me disse:  “É uma das coisas mais bonitas da minha vida, porque me dou conta do que significa a música”. Nestes casos a música adquire um valor que é o do entretenimento e da exibição vaidosa. Mas a música torna-se um dom de amor; é um carinho para eles, é um beijo, um abraço, uma consolação e esta é a coisa mais bonita que se possa viver. Comigo acontece seguido, porque como sacerdote, a faço com este espírito, mas cada vez é uma surpresa, porque a cada vez percebemos aquilo que Deus pode fazer por meio da música e por meio de nós e como pode tocar o coração de tantas pessoas e pode, com eles, viver a alegria e a luz que a arte nos dá”.

(je/gc)

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Igreja no Brasil



I Congresso Nacional Online sobre Matrimônio Católico: formar casais

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Brasil (RV) - “Refletir sobre a santificação das famílias e propor discussões sobre as diversas realidades que desafiam o matrimônio cristão” será o objetivo do I Congresso Nacional Online sobre Matrimônio Católico, que se realizará de 14 a 20 de novembro próximo. 

Este Congresso será o maior evento online sobre Matrimônio Católico realizado no país e servirá como instância de formação para casais, que se prepararam para a vocação matrimonial, para os que são casados e também para os que precisam de ajuda na recomposição do seu matrimônio.

O evento pretende ainda proporcionar maturidade no relacionamento conjugal, ajudar a enfrentar as crises, a própria salvação, a formação de seus filhos, a formação de uma família católica e, principalmente, segundo a vontade de Deus.

Organização

Os organizadores do evento online afirmam: “Nosso sonho é despertar as famílias católicas e mostrar-lhes que é possível matrimônios mais felizes e realizados. Em suma, sonhamos com famílias mais santas! Esse é o maior objetivo do Congresso, nosso maior interesse e o espírito que nos move".

“Acreditamos levar a transformação para a vida pessoal de cada jovem que esteja discernindo a vocação matrimonial, de cada cônjuge, de cada família católica, com conteúdo de qualidade e de forma prática em nosso Congresso”, afirmam os líderes da iniciativa.

Participantes

O Congresso contará com palestras online de importantes peritos sobre temas de vida e família como: o apresentador e escritor católico Professor Felipe Aquino; o Presidente do Observatório Interamericano de Biopolítica, Felipe Nery, e o blogger da Comunidade Shalom, Carmadélio Souza.

O evento contará também com a participação do Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que falará sobre “A inserção da nova família na grande família da Igreja”; o Bispo-Auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antônio Augusto; o Bispo de Palmares (PE), Dom Enrique Soares; e Dom Antônio Carlos Keller, Bispo de Frederico Westphalen (RS). (MT)

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Igreja na América Latina



CELAM cria Conselho da Mobilidade Humana e dos Refugiados

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Bogotá (RV) – Nasce no coração do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) um novo organismo pastoral. Trata-se do Conselho Latino-americano da Mobilidade Urbana e dos Refugiados (CLAMOR).

A decisão, comunicada na quinta-feira (10/11) pelo CELAM, consta na ‘Declaração de Honduras’, que segue o recente seminário realizado em Tegucigalpa por iniciativa do Departamento Justiça e Solidariedade do CELAM (Dejusol), dedicado aos migrantes, aos refugiados, ao tráfico de pessoas.

Na Declaração é evidenciada “a grave situação vivida por milhares de irmãos e irmãs que viram-se obrigados a emigrar, encontrando muros físicos, políticos, religiosos e culturais ao invés de portas abertas”.

Em particular, são trazidos alguns exemplos, como “as 15 mil pessoas, mexicanas, turcos, paquistaneses, togoleses, sírios, haitianos, eritreus e congoleses, bloqueadas nos últimos quatro meses em Tijuana”, na fronteira entre o México e a Califórnia.

Ou também, “os mais de 26 mil menores chegados nos últimos seis meses – segundo a UNICEF – no norte do México e nos Estados Unidos, pedindo asilo”.

Todavia, “não é menos dramática a situação dos cubanos bloqueados no Panamá ou Costa Rica e não menos dilacerante a situação de milhares de haitianos que fogem da pobreza, obrigados a percorrer rotas perigosas e enfrentar fortes discriminações”.

O CLAMOR, nas intenções da Igreja latino-americana, terá a missão de articular e coordenar “os esforços das diversas realidades da Igreja “que se ocupam da questão.

(JE/Sir)

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Sacerdote desaparecido no México

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Cidade do México (RV) – Está desaparecido desde sexta-feira (11/11) no município mexicano de Catemaco, o Padre José Luis Sánchez Ruiz, 54 anos, titular da Paróquia dos Doze Apóstolos .

Moradores do município localizado na região de Los Tuxtlas, sul do estado, denunciaram que vários indivíduos vestidos de policiais entraram de maneira violenta na residência do sacerdote.

Curiosamente,  no mesmo dia do desaparecimento, as autoridades da Diocese mexicana de Victoria renovavam o seu compromisso e o seu pedido para que não cessem as buscas do Padre Carlos Ornelas Puga, desaparecido em novembro de 2012.

Padre Sánchez Ruiz,  bem quisto e respeitado pela população, era conhecido pelo seu empenho social e há poucos dias havia coordenado um protesto contra o excessivo valor cobrado pela eletricidade.

Na noite de sexta-feira, a população assustada realizou um protesto contra a violência e a pouca eficácia da ação preventiva e repressiva das autoridades locais.

Neste mesmo Estado, uma das regiões mais violentas do México, em 19 de setembro passado foram sequestrados e mortos no município de Poza Rica outros dois sacerdotes - Alejo Naborí e José Alfredo – provavelmente vítimas de um furto que teve um fim trágico.

Até os dias de hoje as autoridades, assim como em tantos outros casos, não foram capazes de encontrar e prender os culpados.

Há poucos dias, outro sacerdote havia sido vítima de uma tentativa de sequestro que resultou na morte de um dos sequestradores, porque a população advertiu as forças do exército e da Polícia. Os fatos ocorreram em Baborigame, município de Guadalupey Calvo (Chihuahua).

 

(JE com Agências)

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Igreja no Mundo



No Albergue da Caritas, fechada primeira Porta Santa da Diocese de Roma

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Roma (RV) – A Porta Santa do Albergue Padre Luigi Di Liegro, da Caritas diocesana, foi uma das primeiras a ser fechada em Roma. A celebração, na manhã deste sábado, foi presidida pela Cardeal Vigário Agostino Vallini e concelebrada pelo Diretor da Caritas diocesana, Dom Enrico Feroci.

Foram mais de 12 mil as pessoas que atravessaram a Porta Santa da Caridade no Albergue dedicado ao Padre Di Liegro: peregrinos, voluntários, os próprios hóspedes acolhidos na estrutura que, com o refeitório dedicado a João Paulo II, recebe centenas de pessoas carentes.

A Porta Santa, pela primeira vez naquele centro de caridade, foi aberta em 18 de dezembro de 2015 pelo Papa Francisco. Mas, o que deixa esta Porta da Caridade? Quem explica é o Cardeal Vigário Agostino Vallini:

“Permanece antes de tudo um grande caminho de vida cristã, de santidade de vida, de questionados, talvez, tantos comportamentos. Eu vejo tantas pessoas que sofrem, mas também tantas pessoas que ajudam. Cresceu, certamente, me parece, a sensibilidade por quem tem necessidades. Certamente, é preciso fazer ainda mais. Que cada um faça um exame de consciência e diga: “O que eu posso fazer pelos outros?”. Porque a cidade somos nós, e portanto, arregacemos as mangas”.

(je/fs)

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190ª Assembléia Plenária dos bispos portugueses

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Lisboa (RV) - A renovação da catequese e a Eutanásia foram alguns dos temas tratados na 190ª Assembléia Plenária dos bispos portugueses, concluída no dia 10 de novembro, em Fátima.

No evento, foi abordado o conteúdo de uma Carta Pastoral sobre o centenário das aparições intitulada "Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo”. Um dos temas da Carta foi o respeito dos catequistas pela liberdade das pessoas. 

De acordo com Dom Manuel Pelino, Chefe da Comissão Episcopal para a Educação Cristã e doutrina da fé , a catequese não nasce a partir dos livros, e sim, do acompanhamento pessoal. Conforme acrescentou Dom Flavio Giovenale, Bispo de Santarém, "os catequistas respeitam a liberdade das pessoas e procuram garantir que os fiéis sigam um caminho para uma vida mais completa, livre, fraterna, construindo um mundo mais justo e em sintonia com o reino de Deus ". O documento "A catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo", que visa incentivar a reflexão sobre a catequese contemporânea, foi distribuído para mais de 50 mil catequistas do país.

Eutanásia

É sempre difícil falar sobre um tema tão delicado como o fim de uma vida. Neste sentido, a Associação de Médicos Católicos Portugueses (AMCP) discutiu nos últimos dias a respeito da legalização da eutanásia, que segundo os médicos significa “um sinal da perda de sentido da vida”.

Conforme argumenta a Associação através de um documento, a sociedade civil não pode e não deve consentir que ,em nome de uma ilusória autonomia e de uma equivocada noção de liberdade (que conduz o individualismo egoísta e a indiferença com o próximo), torne lícito o que é proibido, gerando, de tal forma, a cultura da morte. 

A tomada de posição oficial de médicos portugueses, constitui uma reação ao primeiro caso de eutanásia infantil na Bélgica, e responde diretamente à  “Petição pelo direito de uma morte digna”, assinada por oito mil cidadãos e apresentada no Parlamento pelo Partido do bloco de esquerda.

A associação lembra ainda a opinião já expressa em outubro passado, na qual declarou que a eutanásia afeta a dignidade humana e a própria profissão médica. A mensagem da Associação destaca fortemente as implicações legislativas que a legalização desta teria.  "Qualquer lei que constituísse um ataque de qualquer forma contra a vida - concluem os médicos católicos - levaria o Estado a negar sua função de defesa e proteção às pessoas."

(LV/Osservatore Romano)

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Formação



Reflexão dominical: "Firmes na fé e na esperança"!

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Cidade do Vaticano (RV) - «“Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo salvação em suas casas.” 

Esta frase de Malaquias nos garante a vitória final em que, apesar de vermos o triunfo do mal, o bem será o triunfador.

Mas para que a justiça triunfe ainda neste mundo, será necessário que trabalhemos com fé, esperando uma sociedade nascida do trabalho daqueles que atuam em seu favor e da liberdade. Cada gesto, por menor que seja, mas que demonstre resistência ao mal e adesão ao bem das pessoas, é uma pequena vitória dos justos.

No Evangelho, temos uma página de estilo apocalíptico, isto é, uma linguagem aparentemente incompreensível, mas que fortifica a esperança na ação de Deus.

É-nos proposta uma resistência inteligente que desmonta os sistemas que geram opressão e morte. Jesus fala da destruição do Templo de Jerusalém. O Templo representa a antiga aliança e como tudo que é antigo, também ele sofrerá destruição, não ficará pedra sobre pedra, mas os amados de Deus ficarão incólumes e nem um fio de cabelo de sua cabeça se perderá. O antigo será destruído, se perderá porque o novo será o eterno, mesmo que se desenvolva de modo discreto, simples, ele permanecerá.

Também nós enfrentamos dificuldades em nossa vida, em nosso dia a dia e ficamos muito tristes e preocupados porque perdemos coisas que foram duramente conquistadas e parecem desaparecer para sempre.

Nesse momento surge Jesus, a fé na vida, e nos diz que é necessário permanecer firmes, que será desse modo que ganharemos a vida.

Estamos no final do Ano Litúrgico. No próximo domingo celebraremos a festa de Cristo Rei do Universo. Tivemos mais um ano para crescer no conhecimento do amor de Deus, no aumento da fé, da esperança e da caridade. Neste momento poderemos fazer uma avaliação de como nos portamos face à Misericórdia de Deus, que nos deu mais um ano para crescermos na fé.

Deixamo-nos impressionar pelos eventos apocalípticos de em nossa vida? Ficamos assustados com as atitudes desconcertantes de algumas pessoas? Somos dependentes da aprovação das pessoas? O Senhor nos manda permanecermos firmes, isto é, firmes na fé em suas palavras de esperança e de fé na vida!»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XXXIII Domingo do Tempo Comum)

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Atualidades



Editorial: Vocês são a riqueza da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Vamos viver neste final de semana aqui no Vaticano, o último evento do Jubileu da Misericórdia, antes da celebração de fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro no dia 20 de novembro. Francisco reservou este momento às pessoas excluídas, aos socialmente excluídos, àqueles que vivem à margem da nossa sociedade, aos sem-teto, aos mais pobres dos pobres; sem distinção de cor, credo, nacionalidade. Desde ontem, 11 de novembro, milhares de pessoas, cerca de 5 mil, que viveram ou vivem pelas ruas de grandes cidades, provenientes de toda a Europa, se encontram em Roma para viver o Jubileu da Misericórdia, uma semana antes do encerramento do Ano Santo. 

Essas pessoas estão fazendo a experiência da peregrinação, da passagem pela Porta Santa, e ontem, o encontro com o sucessor de Pedro, o Papa Francisco, um encontro cheio de ternura, emoção e amor. Uma experiência que permite a essas pessoas mais frágeis da nossa sociedade descobrir que elas têm um lugar privilegiado no coração de Deus, no coração do Papa, no coração da Igreja. Neste domingo, na Basílica de São Pedro a Santa Missa, presidida para eles pelo Pontífice.

A iniciativa dessa peregrinação nasceu em 2014 quando 200 pessoas, 150 das quais moradores de rua, realizaram uma peregrinação da França a Roma tendo como tema “Todos chamados à santidade”. Também naquela ocasião, o encontro com o Papa Francisco.

No ano passado os organizadores desta iniciativa escreveram uma carta a Francisco pedindo para também eles poderem participar de um Jubileu da Misericórdia, e o Papa respondeu, sim.

Os participantes deste Jubileu são pessoas da nossa realidade, e são pessoas das quais as paróquias têm necessidade, afirmou Le Forestier da Rede Irmão, organizador do evento –, porque sãos os pequeninos, os mais pobres dos pobres e, portanto, os mais próximos a Cristo. São moradores de rua, ou melhor, “pessoas socialmente excluídas, num total de cerca 5 mil homens e mulheres provenientes de 22 países, envolvendo associações e paróquias.

Carregam nos ombros vidas de exclusão, quem sabe, falências de vida e de relações que os levou à rua onde encontram uma via de fuga para desaparecer no meio da multidão de nossas cidades. Não é somente a falta de comida ou de casa, sofrem principalmente pela solidão, isolamento, falta de esperança; eles são hoje os peregrinos de nossas cidades.

O Papa Francisco tem um amor especial por eles, e demonstra com gestos concretos a ternura de um pai que não esquece seus filhos. E o Papa é visto por eles como uma pessoa muito próxima, humilde, alegre, simples, que os convida à sua casa.

Eles vieram de todas as partes da Europa, cheios de entusiasmo e curiosidade. Segundo um dos integrantes da Associação francesa “Irmão” foram feitos três encontros durante os quais os moradores de rua tiveram a oportunidade de se conhecer, de rezar juntos, fazer amizades e se perguntar, sobre como seria a viagem. “Muitas dessas pessoas - por exemplo – fizeram perguntas como: “O que é o Jubileu da Misericórdia?” ou “Quem é o Papa?”; e foi importante poder respondê-las. Alguns participantes têm fé, outros não. Mas todos têm em comum a curiosidade e vontade de participar”,

Eles sãos os invisíveis por antonomásia da nossa sociedade moderna e opulenta, que corre veloz e não tem tempo para eles; uma sociedade que não pode diminuir o ritmo para incluí-los, para esperar por eles. Talvez precisamente por isso o Papa quis que no Ano Santo houvesse um momento inteiramente dedicado a eles.

Desde o início de seu Pontificado, Francisco demonstrou que cada um, na sua possibilidade, pode fazer algo para restituir um pouco de dignidade aos últimos da terra. O pensamento vai ao dormitório “Dom de Misericórdia”, desejado por Francisco, e confiado às missionárias da caridade, ou aos banheiros e ao serviço de barbearia sob as Colunatas de Bernini, como também a visita aos museus vaticanos. Pequenos gestos, pequenas luzes de um interminável Rosário de palavras e gestos a serem recordados.

Frequentemente evitamos ver os moradores de rua. São os descartados dos quais fala Bergoglio. Homens e mulheres sobre os quais nunca são ligados os refletores, ignorados para evitar problemas, desconfortos e sentido de culpa. Eles são, recordando Francisco, citando o Evangelho: “importantes para a Igreja, e vocês e não o dinheiro, são a sua riqueza”. (Silvonei José)

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