Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 13/11/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Lupa da Igreja está apontada ao esquecido e excluído

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – “Se quiseres encontrar Deus, procura-o onde Ele está escondido: nos mais necessitados, nos doentes, nos famintos, nos presos", disse o Papa Francisco, ao presidir este domingo na Basílica de São Pedro, a Missa por ocasião do Jubileu dos Socialmente Excluídos. 

Em sua homilia, o Santo Padre recordou que “neste mundo quase tudo passa, como a corrente da água”, e as riquezas que permanecem, “seguramente são duas: o Senhor e o próximo”, os bens maiores que devemos amar”. Neste sentido, observou, "a lupa da Igreja está apontada ao irmão esquecido e excluído".

As leituras do dia nos remetem – disse Francisco - precisamente “àqueles que têm confiança no Senhor, que depõem a sua esperança n’Ele, escolhendo-O como bem supremo da vida e recusando-se a viver só para si mesmos e seus interesses. Para eles, pobres de si mas ricos de Deus, brilhará o sol da sua justiça: são os pobres em espírito, a quem Jesus promete o reino dos céus e dos quais Deus, pela boca do profeta Malaquias, declara: «são meus»”.

As leituras do dia – explica o Papa – contrapõe os que colocam a sua esperança no Senhor e os soberbos, “aqueles que puseram na sua autossuficiência e nos bens do mundo a segurança da vida”. E nos interpelam sobre o sentido último da existência:

“Onde busco a minha segurança? No Senhor ou noutras seguranças que não são do agrado de Deus? Qual é a direção da minha vida, para onde olha o meu coração? Para o Senhor da vida ou para as coisas que passam e não saciam?”.

Da mesma forma o Evangelho de Lucas fala de “conflitos, carestias, convulsões na terra e no céu”. Mas “Jesus não quer assustar – é o alerta de Francisco - mas dizer-nos que tudo aquilo que vemos passa inexoravelmente. Mesmo os reinos mais poderosos, os edifícios mais sagrados e as realidades mais firmes do mundo não duram para sempre; mais cedo ou mais tarde, caem”.

Diante das palavras de Jesus sobre o final do tempos, as pessoas ficam curiosas em saber ”Quando sucederá isto? E qual será o sinal?”:

“Sempre somos impelidos pela curiosidade: quer-se saber quando e receber sinais. Esta curiosidade, porém, não agrada a Jesus. Pelo contrário, exorta a não nos deixarmos enganar pelos pregadores apocalíticos. Quem segue Jesus não presta ouvidos aos profetas da desgraça, à futilidade dos horóscopos, às previsões que amedrontam, distraindo daquilo que conta. O Senhor convida a distinguir, dentre as muitas vozes que se ouvem, aquilo que vem d’Ele e o que vem do falso espírito. É importante distinguir entre o sábio convite que Deus nos dirige cada dia e o clamor de quem se serve do nome de Deus para assustar, sustentando divisões e medos”.

Diante dos “cataclismas de cada época” – explica o Santo Padre -  Jesus nos pede para sermos firmes e perseverantes no bem, “com plena confiança em Deus que não desilude”.

Hoje, no entanto, somos interpelados sobre o sentido de nossa existência. As leituras do dia – disse o Papa – se apresentam “como uma peneira no meio do fluxo de nossa vida”:

“Elas lembram-nos que, neste mundo, quase tudo passa, como a corrente da água; mas há realidades preciosas que permanecem, como uma pedra preciosa numa peneira. E o que é que resta? O que é que tem valor na vida? Quais são as riquezas que não desaparecem? Seguramente duas: o Senhor e o próximo. Estes são os bens maiores, que havemos de amar. Tudo o resto – o céu, a terra, as coisas mais belas, mesmo esta Basílica – passa; mas não devemos excluir da vida Deus e os outros”.

“E todavia neste dia jubilar que nos fala de exclusão – sublinhou -  imediatamente vêm à mente pessoas concretas; não coisas inúteis, mas pessoas preciosas”:

“A pessoa humana, colocada por Deus no cume da criação, muitas vezes é descartada, porque se prefere as coisas que passam. Isto é inaceitável, porque o ser humano é o bem mais precioso aos olhos de Deus. E é grave que nos habituemos a este descarte; é preciso preocupar-se quando se anestesia a consciência, já não fazendo caso do irmão que sofre ao nosso lado nem dos problemas sérios do mundo, que se reduzem a um refrão já ouvido nos sumários dos telejornais”.

Dirigindo-se aos “socialmente excluídos”, o Papa recorda que Deus não se detém nas aparências, mas fixa o seu olhar nos humildes de coração contrito, em tantos pobres Lázaros de hoje. “Como nos faz mal fingir que não nos damos conta do Lázaro que é excluído e descartado!”, adverte:

“É um sintoma de esclerose espiritual, quando o interesse se concentra nas coisas a produzir, em vez de ser nas pessoas a amar. Assim nasce a dramática contradição dos nossos tempos: quanto mais crescem o progresso e as possibilidades – e isto é bom – tanto maior é o número daqueles que não lhes podem chegar. É uma grande injustiça que nos deve preocupar muito mais do que saber quando e como será o fim do mundo. Com efeito, não se pode estar tranquilo em casa, enquanto Lázaro jazer à porta; não há paz em casa de quem está bem, quando falta justiça na casa de todos”.

Ao recordar que este domingo são fechadas as portas da Misericórdia em Catedrais e Santuários em todo o mundo, Francisco exorta para pedirmos “a graça de não fechar os olhos perante Deus que nos olha e o próximo que nos interpela”:

“Abramos os olhos a Deus, purificando a visão do coração das representações enganadoras e pavorosas, do deus da força e dos castigos, projeção da soberba e dos medos humanos. Olhemos com confiança para o Deus da misericórdia, com a certeza de que «o amor jamais passará». Renovemos a esperança da vida verdadeira a que somos chamados, aquela que não passará e que nos espera em comunhão com o Senhor e com os outros, numa alegria que durará para sempre, sem fim. E abramos os olhos ao próximo, sobretudo ao irmão esquecido e excluído. Para ele está apontada a lupa da Igreja; que o Senhor nos livre de a voltarmos para nós. Afaste-nos das quimeras que nos distraem, dos interesses e dos privilégios, do apego ao poder e à glória, da sedução do espírito do mundo”.

De modo particular a nossa Mãe Igreja «olha para toda a humanidade que sofre e chora, pois ela sabe que esta lhe pertence, por direito evangélico», disse o Papa  ao concluir, citando Paulo VI. E completou:

“Por direito e também por dever evangélico, porque é nossa tarefa cuidar da verdadeira riqueza que são os pobres, como bem no-lo recorda uma antiga tradição referente ao mártir romano São Lourenço. Este, antes de suportar um martírio atroz por amor do Senhor, distribuiu os bens da comunidade aos pobres, por ele designados como verdadeiros tesouros da Igreja”.

Que o Senhor nos conceda a graça de olhar sem medo para aquilo que conta, dirigir o coração para Ele e para os nossos verdadeiros tesouros. (JE)

inizio pagina

Homilia integral: Missa com os socialmente excluídos

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre presidiu neste domingo (13/11) na Basílica de São Pedro a Santa Missa por ocasião do Jubileu dos Excluídos Socialmente.

Eis a homilia da íntegra:

“«Para vós (...) brilhará o sol da justiça, trazendo a cura nos seus raios» (Ml 3, 20). As palavras do profeta Malaquias, que ouvimos na primeira leitura, iluminam a celebração desta jornada jubilar. Encontram-se na última página do último profeta do Antigo Testamento e são dirigidas àqueles que têm confiança no Senhor, que depõem a sua esperança n’Ele, escolhendo-O como bem supremo da vida e recusando-se a viver só para si mesmos e seus interesses. Para eles, pobres de si mas ricos de Deus, brilhará o sol da sua justiça: são os pobres em espírito, a quem Jesus promete o reino dos céus (cf. Mt 5, 3) e dos quais Deus, pela boca do profeta Malaquias, declara: «são meus» (Ml 3, 17). O profeta contrapõe-nos aos soberbos, àqueles que puseram na sua autossuficiência e nos bens do mundo a segurança da vida. Perante esta página final do Antigo Testamento, surgem questões que interpelam o sentido último da vida: Onde busco a minha segurança? No Senhor ou noutras seguranças que não são do agrado de Deus? Qual é a direção da minha vida, para onde olha o meu coração? Para o Senhor da vida ou para as coisas que passam e não saciam?

Idênticas questões aparecem no trecho evangélico de hoje. Jesus encontra-Se em Jerusalém, para a última e mais importante página da sua vida terrena: a sua morte e ressurreição. Está perto do templo, «adornado de belas pedras e de ofertas votivas» (Lc 21, 5). As pessoas estão precisamente a comentar as belezas exteriores do templo, quando Jesus diz: «Virá o dia em que de tudo isto que estais a contemplar, não ficará pedra sobre pedra» (21, 6). Acrescenta que haverá conflitos, carestias, convulsões na terra e no céu. Jesus não quer assustar, mas dizer-nos que tudo aquilo que vemos passa inexoravelmente. Mesmo os reinos mais poderosos, os edifícios mais sagrados e as realidades mais firmes do mundo não duram para sempre; mais cedo ou mais tarde, caem.

Na sequência destas afirmações, as pessoas colocam duas questões imediatas ao Mestre: «Quando sucederá isto? E qual será o sinal»? (21, 7). Sempre somos impelidos pela curiosidade: quer-se saber quando e receber sinais. Esta curiosidade, porém, não agrada a Jesus. Pelo contrário, exorta a não nos deixarmos enganar pelos pregadores apocalíticos. Quem segue Jesus não presta ouvidos aos profetas da desgraça, à futilidade dos horóscopos, às previsões que amedrontam, distraindo daquilo que conta. O Senhor convida a distinguir, dentre as muitas vozes que se ouvem, aquilo que vem d’Ele e o que vem do falso espírito. É importante distinguir entre o sábio convite que Deus nos dirige cada dia e o clamor de quem se serve do nome de Deus para assustar, sustentando divisões e medos.

Com firmeza, Jesus convida a não temer perante os cataclismos de cada época, nem mesmo frente às provas mais graves e injustas que acontecem aos seus discípulos. Pede para perseverar no bem e colocar plena confiança em Deus, que não desilude: «Não se perderá um só cabelo da vossa cabeça» (21, 18). Deus não esquece os seus fiéis, a sua propriedade preciosa que somos nós.

Entretanto, hoje, interpela-nos sobre o sentido da nossa existência. Poder-se-ia dizer, com uma imagem, que estas leituras se apresentam como uma «peneira» no meio do fluxo da nossa vida: lembram-nos que, neste mundo, quase tudo passa, como a corrente da água; mas há realidades preciosas que permanecem, como uma pedra preciosa numa peneira. E o que é que resta? O que é que tem valor na vida? Quais são as riquezas que não desaparecem? Seguramente duas: o Senhor e o próximo. Estes são os bens maiores, que havemos de amar. Tudo o resto – o céu, a terra, as coisas mais belas, mesmo esta Basílica – passa; mas não devemos excluir da vida Deus e os outros.

E todavia neste dia jubilar que nos fala de exclusão, imediatamente vêm à mente pessoas concretas; não coisas inúteis, mas pessoas preciosas. A pessoa humana, colocada por Deus no cume da criação, muitas vezes é descartada, porque se prefere as coisas que passam. Isto é inaceitável, porque o ser humano é o bem mais precioso aos olhos de Deus. E é grave que nos habituemos a este descarte; é preciso preocupar-se quando se anestesia a consciência, já não fazendo caso do irmão que sofre ao nosso lado nem dos problemas sérios do mundo, que se reduzem a um refrão já ouvido nos sumários dos telejornais.

Hoje, queridos irmãos e irmãs, é o vosso Jubileu e, com a vossa presença, ajudais-nos a sintonizar no comprimento de onda de Deus, a ver o que Ele vê: Ele não Se detém nas aparências (cf. 1 Sam 16, 7), mas fixa o seu olhar «nos humildes de coração contrito» (Is 66, 2), em tantos pobres Lázaros de hoje. Como nos faz mal fingir que não nos damos conta do Lázaro que é excluído e descartado (cf. Lc 16, 19-21)! É afastar o rosto de Deus. Temos um sintoma de esclerose espiritual, quando o interesse se concentra nas coisas a produzir, em vez de ser nas pessoas a amar. Assim nasce a dramática contradição dos nossos tempos: quanto mais crescem o progresso e as possibilidades – e isto é bom – tanto maior é o número daqueles que não lhes podem chegar. É uma grande injustiça que nos deve preocupar muito mais do que saber quando e como será o fim do mundo. Com efeito, não se pode estar tranquilo em casa, enquanto Lázaro jazer à porta; não há paz em casa de quem está bem, quando falta justiça na casa de todos.

Hoje, nas catedrais e santuários de todo o mundo, são fechadas as Portas da Misericórdia. Peçamos a graça de não fechar os olhos perante Deus que nos olha e o próximo que nos interpela. Abramos os olhos a Deus, purificando a visão do coração das representações enganadoras e pavorosas, do deus da força e dos castigos, projeção da soberba e dos medos humanos. Olhemos com confiança para o Deus da misericórdia, com a certeza de que «o amor jamais passará» (1 Cor 13, 8). Renovemos a esperança da vida verdadeira a que somos chamados, aquela que não passará e que nos espera em comunhão com o Senhor e com os outros, numa alegria que durará para sempre, sem fim.

E abramos os olhos ao próximo, sobretudo ao irmão esquecido e excluído, ao "Lázaro" que jaz diante de nossa porta. Para ele está apontada a lupa da Igreja; que o Senhor nos livre de a voltarmos para nós. Afaste-nos das quimeras que nos distraem, dos interesses e dos privilégios, do apego ao poder e à glória, da sedução do espírito do mundo. De modo particular a nossa Mãe Igreja «olha para toda a humanidade que sofre e chora, pois ela sabe que esta lhe pertence, por direito evangélico» (PAULO VI, Discurso no início da II Sessão do Concílio Vaticano II, 29 de setembro de 1963); por direito e também por dever evangélico, porque é nossa tarefa cuidar da verdadeira riqueza que são os pobres. À luz destas reflexões, gostaria que hoje fosse "o dia dos pobres". Como bem no-lo recorda uma antiga tradição referente ao mártir romano São Lourenço. Este, antes de suportar um martírio atroz por amor do Senhor, distribuiu os bens da comunidade aos pobres, por ele designados como verdadeiros tesouros da Igreja. Que o Senhor nos conceda a graça de olhar sem medo para aquilo que conta, dirigir o coração para Ele e para os nossos verdadeiros tesouros”.

inizio pagina

Papa no Angelus: Manter firme a esperança na eternidade

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – “Manter firme a esperança na eternidade e no Reino de Deus”. Após presidir na Basílica de São Pedro a Missa pelo Jubileu dos Socialmente Excluídos, o Papa assomou à janela do apartamento pontifício para a Oração mariana do Angelus. Francisco exortou os fieis a permanecerem firmes na esperança, em meio às tribulações e sofrimentos. 

Inspirado na passagem de Lucas proposta pela Liturgia do dia, que narra o discurso de Jesus sobre o final dos tempos, o Papa recordou o “efeito destas palavras sobre os discípulos de Jesus”, explicando:

“Ele, porém, não quer ofender o templo, mas fazer entender a eles, e também a nós hoje, que as construções humanas, mesmo as mais sagradas, são passageiras e não é preciso colocar nelas a nossa segurança. Quantas presumíveis certezas na nossa vida que pensávamos serem definitivas e depois, revelaram-se efêmeras! Por outro lado, quantos problemas nos pareciam sem saída e depois, foram superados!”.

Ao alertar sobre os falsos profetas, o Pontífice explica que “as guerras, revoluções e calamidades”, fazem “parte da realidade deste mundo”. E que não devemos nos deixar aterrorizar e desorientar por estes acontecimentos:

“A história da Igreja é rica de exemplos de pessoas que suportaram tribulações e sofrimentos terríveis com serenidade, porque tinham a consciência de estarem firmes nas mãos de Deus. Ele é um Pai fiel e cuidadoso, que nunca abandona os seus filhos. Deus não nos abandona nunca. Nunca. Esta certeza devemos ter no coração. Deus não nos abandona nunca”.

Neste sentido, devemos “permanecer firmes no Senhor, caminhar na esperança, trabalhar para construir um mundo melhor, não obstante as dificuldades e os acontecimentos tristes que marcam a existência pessoal e coletiva”, pois “é isto que realmente conta; é isto que a comunidade cristã é chamada a fazer para ir de encontro ao “dia do Senhor”.

Nesta mesma perspectiva Francisco coloca os compromissos nascidos nestes meses em que se viveu o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que hoje “se conclui nas Dioceses de todo o mundo com o fechamento das Portas Santas nas igrejas-catedrais”:

“O Ano Santo nos solicitou, por um lado, manter fixo o olhar no cumprimento do Reino de Deus e, por outro, a construir o futuro nesta terra, trabalhando para evangelizar o presente, de forma a fazer dele um tempo de salvação para todos”.

De fato – recordou o Papa - Jesus nos exorta no Evangelho “a ter bem firme na mente e no coração a certeza de que Deus conduz a nossa história e conhece o fim último das coisas e dos eventos”. Sob o seu olhar misericordioso se desenvolve a história, “tudo o que acontece é conservado nele; a nossa vida não pode se perder, porque está em suas mãos”.

Francisco conclui, pedindo a Virgem Maria que, “em meio aos acontecimentos alegres e tristes deste mundo”, mantenhamos “firme a esperança na eternidade e no Reino de Deus”.

Após recitar o Angelus, Francisco recordou a restituição à devoção dos fieis de um antigo crucifixo de madeira da Basílica de São Pedro, do século XIV, e que após a restauração que devolveu seu esplendor, será colocado na Capela do Santíssimo Sacramento, em recordação ao Jubileu da Misericórdia.

O Papa recordou ainda o Dia de ação de Graças celebrado pela tradição italiana pelos frutos da terra e do trabalho humano e saudou os grupos presentes na Praça São Pedro, incluindo brasileiros vindos do Rio de Janeiro. (JE)

Eis a alocução do Santo Padre na íntegra:

“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A passagem evangélica do dia (Lc 21,5-19) contém a primeira parte do discurso de Jesus sobre os últimos tempos, na redação de São Lucas. Jesus o pronuncia enquanto se encontra diante do templo de Jerusalém e se inspira nas expressões de admiração das pessoas diante da beleza do santuário e de suas decorações. Então Jesus diz: “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”.

Podemos imaginar o efeito destas palavras sobre os discípulos de Jesus! Ele, porém, não quer ofender o templo, mas fazer entender a eles, e também a nós hoje, que as construções humanas, mesmo as mais sagradas, são passageiras e não é preciso colocar nelas a nossa segurança. Quantas presumíveis certezas na nossa vida que pensávamos serem definitivas e depois, revelaram-se efêmeras! Por outro lado, quantos problemas nos pareciam sem saída e depois, foram superados!

Jesus sabe que sempre tem alguém que especula sobre a necessidade de segurança. Por isto disse: “Cuidado para não serdes enganados”. E alerta para os tantos falsos messias que se apresentariam. Ainda hoje existem. E acrescenta para não se deixarem aterrorizar e desorientar pelas guerras, revoluções e calamidades, porque também isto faz parte da realidade deste mundo. A história da Igreja é rica de exemplos de pessoas que suportaram tribulações e sofrimentos terríveis com serenidade, porque tinham a consciência de estarem firmes nas mãos de Deus. Ele é um Pai fiel e cuidadoso, que nunca abandona os seus filhos. Deus não nos abandona nunca. Nunca. Esta certeza devemos ter no coração. Deus não nos abandona nunca”.

Permanecer firmes no Senhor, caminhar na esperança, trabalhar para construir um mundo melhor, não obstante as dificuldades e os acontecimentos tristes que marcam a existência pessoal e coletiva, é isto que realmente conta; é isto que a comunidade cristã é chamada a fazer para ir de encontro ao “dia do Senhor”.

Precisamente nesta perspectiva, queremos colocar o compromisso que nasce destes meses em que vivemos com fé o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que hoje se conclui nas Dioceses de todo o mundo com o fechamento das Portas Santas nas igrejas catedrais.

O Ano Santo nos solicitou, por um lado, manter fixo o olhar no cumprimento do Reino de Deus e, por outro, a construir o futuro nesta terra, trabalhando para evangelizar o presente, de forma a fazer dele um tempo de salvação para todos.

Jesus no Evangelho nos exorta a ter bem firme na mente e no coração, a certeza de que Deus conduz a nossa história e conhece o fim último das coisas e dos eventos. Sob o olhar misericordioso do Senhor se desenvolve a história no seu fluir incerto e no seu entrecruzar de bem e de mal. Mas tudo o que acontece é conservado nele; a nossa vida não pode se perder, porque está em suas mãos.

Rezemos a Virgem Maria, para que nos ajude, em meio a acontecimentos alegres e tristes deste mundo, a manter firme a esperança na eternidade e no Reino de Deus. Deus nunca nos abandona”. 

inizio pagina

Papa nomeia Bispo coadjutor para Hong Kong

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre nomeou Bispo coadjutor da Diocese de Hong Kong, na China, a Dom Michael Yeung Ming-Cheung, até então Bispo titular de Monte de Numidia e Auxiliar da mesma Diocese.

O Papa também nomeou como Membro da Congregação das Causas dos Santos a Dom Claudio Maria Celli, Arcebispo titular de Civitanova e ex- Presidente do Pontifício Conselhos das Comunicações.

Para o Pontifício Comitê de Ciências Históricas foram nomeados Membros o Rev. Antón Pazos, Vice- Diretor do Instituto de “Estudios Gallegos Padre Sarmiento, CSIC" (Espanha) e Gaetano Lettieri, Docente Ordinario de História do Cristianismo e da Igreja junto à Universidade “La Sapienza”, de Roma.

 

 

inizio pagina

Morricone e Frisina juntos no 'Concerto para a Caridade' no Vaticano

◊  

Cidade do Vaticano (RV) -  As mais célebres composições de Ennio Morricone foram oferecidas aos participantes de um concerto realizado na Sala Paulo VI, no Vaticano, no final da tarde de sábado (12/11). Como convidados especiais, centenas de pessoas excluídas socialmente, incluindo imigrantes e sem-teto.

Esta segunda edição do “Concerto para a Caridade”, organizado pela ONG “Nova Opera”, pela Diocese de Roma e pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, entre outros, marca as últimas celebrações do Jubileu Extraordinário, que se concluirá em 20 de novembro.

Pela primeira vez na Sala Paulo VI, centenas de pessoas que diariamente necessitam da ajuda de organismos assistenciais, como a Esmolaria Pontifícia. Os outros convidados eram incentivados a fazer doações em prol da construção de uma nova Igreja em Moroto, Uganda, e uma Escola Agrícola, em Burkina Faso.

O ganhador dos Prêmios Oscar – um pela carreira em 2007 e outro pela trilha sonora do “The hateful eight” - além de outras condecorações, regeu a Orquestra “Roma Sinfoniette” e o Coro da Academia Nacional de Santa Cecília e da Diocese de Roma.

As primeiras filas da Sala Paulo VI foram reservadas aos mais necessitados, que puderam desfrutar do concerto de Morricone, de 88 anos, que intercalou o palco com Monsenhor Marco Frisina, Diretor do Coro da Diocese de Roma, e que dirigiu a execução de algumas composições religiosas, também suas, incluindo o “Te Deum”.

O Concerto teve início com uma das composições de Frisina “Iubilate Deo”. A seguir, Morricone dirigiu a execução de “Deus, um de nós”.

O Maestro Frisina conduziu então a execução de alguns temas  da trilha do filme italiano de 2002 “San Giovanni – L’apocalisse”, por ele composta.

Morricone retornou ao palco para reger a orquestra que interpretou “Deborah”, do filme “Era uma vez na América” (1984); “Addio Monti” e “Tra Cielo e terra”, esta última do filme “Padre Pio”.

Frisina intercalou um espetacular “Te Deum” com as vozes dos Coros, enquanto Morricone comoveu a plateia com três temas do conhecido filme “Mission”, sobre o apogeu e derrocada das Missões jesuíticas na América do Sul.

Ao final do concerto, os jovens do Coro da Diocese de Roma e os voluntários do Jubileu distribuíram uma refeição para os indigentes e um pequeno presente.

Morricone e os organizadores tiveram a oportunidade de saudar o Papa na Praça São Pedro após a Audiência Jubilar. Em entrevista à Rádio Vaticano, o Maestro destacou o desejo do Pontífice de que o Concerto fosse dedicado aos mais necessitados. “É muito importante que um público não seja o rico, mas um público sem dinheiro que possa assistir e escutar esta música, com este Coral, com esta Orquestra, é algo que gosto muito de fazer”, declarou.

(je/efe)

inizio pagina

Página Facebook da Fundação Ratzinger tem 20 mil curtidas

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Criada em 2016, a página Facebook da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger - Bento XVI alcançou esta quinta-feira as 20 mil curtidas.

A presença em uma das redes sociais mais populares do mundo, oferece uma ocasião para se estar sempre informados sobre as atividades que a Fundação promove, além de recordar do magistério de Joseph Ratzinger como Professor, Arcebispo, Cardeal e Papa.

Com picos de 500 mil visualizações semanais, a página tornou-se, em pouco tempo, a expressão da atenção e do afeto pelo Papa emérito Bento XVI.

Vídeos, fotografias e outras contribuições evidenciam a continuidade do Magistério, com o Papa Francisco.

https://www.facebook.com/Fondazione-Vaticana-Joseph-Ratzinger-Benedetto-XVI-566735950151496/

(JE)

inizio pagina

Igreja na América Latina



Vaticano media diálogo entre Governo e oposição venezuelana

◊  

Caracas (RV) – Os delegados do Governo e da oposição venezuelana realizarão a terceira rodada de negociações na terça-feira, 6 de dezembro, informou o Prefeito de Libertador, Jorge Rodríguez, representante do Executivo nas conversações.

O acordo sobre a nova data foi possível graças à sugestão do enviado do Vaticano para mediar o diálogo, Dom Claudio Maria Celli.

A primeira rodada de negociações realizou-se em 30 de outubro. A segunda teve início na última sexta-feira e terminou este sábado (12/11) com vários acordos entre as partes, que se comprometeram em colocar em prática alguns procedimentos e a “conviver em paz”.

A este respeito, Rodríguez considerou que a Venezuela vive “um momento propício” para a busca de consensos e acredita que os acordos alcançados até o momento fortalecem o diálogo, motivo pelo qual mostrou-se “otimista” com os próximos resultados.

As conversações entre Governo e oposição foram por ele consideradas como “sinceras”, ao mesmo tempo que assegura que transcorreram em clima de “concórdia e de reflexão profunda”.

O representante do Governo, considerou ademais, ser este “um bom momento” para que os opositores que criticam o processo de diálogo, juntem-se à mesa de conversações pois, assegurou, “não se ganha nada com a violência, a não ser tristeza, angústia e desolação”.

Rodriguez explicou por fim, que serão mantidas “de forma mais coordenada” as quatro mesas técnicas de trabalho para responder a temas como reparação das vítimas, economia, sociedade e agenda eleitoral. Outrossim, será instalada uma Comissão de acompanhamento para estas mesas, coordenada pelo ex-Primeiro Ministro espanhol José Luis Zapatero.

O processo de diálogo na Venezuela é incentivado pelo Vaticano e pela União das Nações Sul-americanas (Unasur), que designou como acompanhantes internacionais do processo, além de Zapatero, os ex-Presidentes Martín Torrijos (Panamá) e Leonel Fernández (República Dominicana).

(je/efe)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Missa presidida por Pe. Sosa conclui Congregação Geral dos jesuítas

◊  

Roma (RV) – Uma missa celebrada na tarde de sábado (12/11) na Igreja de Santo Inácio, em Roma, concluiu a 36ª Congregação Geral da Companhia de Jesus.

A celebração foi presidida pelo novo Superior Geral da Companhia, Padre Arturo Sosa, que em sua homilia recordou como os Exercício Espirituais de Santo Inácio são alicerçados na contemplação, como instrumento para chegar ao amor.

O amor, obviamente, é aquele do Senhor, que enviando seu Filho ao mundo, quis dar a conhecer como Ele é amor: “O amor deve ser mostrado mais nas obras do que nas palavras – frisou Padre Sosa – e é uma troca onde cada um dá tudo aquilo que tem e tudo aquilo que é”.

Comoção com testemunhos de irmãos em zonas de guerra

O sacerdote contou então, em como os participantes ficaram comovidos “pelos testemunhos de nossos irmãos em condição de guerra”. As feridas das guerras, de fato, fazem aumentar os fluxos de refugiados e aumentam os sofrimentos dos migrantes..

“As desigualdades entre os povos e dentro das nações, são o sinal do mundo que despreza a humanidade”, afirmou, precisando que a política entendida como arte da negociação pelo bem comum “continua a enfraquecer-se”.

Ver o mundo pelos olhos do pobre

“O nosso discernimento – prosseguiu Padre Sosa – nos faz ver o mundo com os olhos dos pobres e nos impele a colaborar com eles para construir a vida verdadeira, nos convida a ir às periferias do mundo e entender a partir dalí como enfrentar a crise que coloca em risco a vida na Terra”.

Isto foi indicado pelo sacerdote como o renovado empenho da Companhia de Jesus, instrumento capaz para combater a superficialidade e a ideologia: pregar o Evangelho em todos os lugares, sempre consolidados pelo amor de Deus”.

(je/rb)

inizio pagina

Papa eleva Santuário dos "cristãos escondidos" à Basílica menor

◊  

Nagasaki (RV) - O Papa Francisco concedeu o título de "Basílica menor" à Igreja de Oura (Santuário de Nagasaki), ligada à memória dos "cristãos escondidos", que por mais de dois séculos viveram secretamente sua fé no Japão, depois que a dura perseguição contra os cristãos no final do século XVI levou ao martírio muitos católicos e à expulsão de todos os sacerdotes do país.

O Decreto do Vaticano remonta ao final de abril, mas a notícia tornou-se pública com a cerimônia para celebrar o acontecimento realizada nos dias passados na Arquidiocese de Nagasaki.

No mundo são cerca de 1.700 as Basílicas menores. A de Oura é a primeira reconhecida no Japão, país onde as comunidades cristãs são muito pequenas. Muitas vezes, uma paróquia reúne não mais que uma dezena de fieis.

Oura, neste sentido, representa um local fundamental para a história da Igreja japonesa. De fato, este igreja em Nagasaki foi a primeira construída pelos missionários franceses quando puderam retornar ao país em 1864. O Santuário construído em madeira faz memória aos mártires crucificados na perseguição de 1597. Anos mais tarde foi transformado em uma igreja em estilo neogótico.

Poucos meses após a sua chegada, em 17 de março de 1865 foi grande a surpresa dos missionários ao ver chegar naquela igreja uma delegação de um grupo de comunidades que viviam nos povoados ao redor de Nagasaki. Guiados por uma obstetra, queriam saber se eles eram os sucessores dos "bateran", os "padres" expulsos séculos antes. Em todo este tempo, eles haviam vivido secretamente a mensagem cristã recebida dos primeiros missionários.

Este testemunho é muito caro ao Papa Francisco, que mais de uma vez citou como modelo. "Sobreviveram com a graça de seu Batismo - comentou em 15 de janeiro de 2014 durante a Audiência Geral. Isto é grandioso: o povo de Deus transmite a fé, batiza os seus filhos e segue em frente. E mantiveram, mesmo em segredo, um forte espírito comunitário, porque o Batismo os fez tornar-se um só corpo em Cristo: eram isolados e escondidos, mas eram sempre membros do povo de Deus, membros da Igreja".

Com o reconhecimento da Igreja de Oura como Basílica menor, é indicado aos cristãos de todo o mundo um local para fazer memória dos "cristãos escondidos". "Esta igreja - comentou o Arcebispo de Nagasaki, Mitsuaki Takami na celebração de reconhecimento - foi palco de um acontecimento que marcou a transição de um tempo em que a nossa fé era proibida a outra em que tornou-se livre. E hoje é chamada a redescobrir um papel mais que nunca central em nosso futuro". (JE)

inizio pagina

Na Bélgica, estudantes ainda optam pelas aulas de religião

◊  

Bruxelas (RV) - Inserida no currículo desde 1° de outubro passado, a nova disciplina "Educação à filosofia e à cidadania" não registou na Bélgica um elevado número de participantes entre as crianças das escolas primárias. A nova matéria substitui, para quem o desejar, a segunda hora de ensinamento religioso, prevista por uma lei de 1958 que disciplina a matéria.

A partir deste ano escolar - refere o site protestante riforma.it - os pais podem portanto escolher se os próprios filhos devem frequentar a clássica segunda hora de religião, ou melhor, de história das religiões, ou se a substituirão pelo novo ensino proposto pelo Ministério da Educação.

Muitas associações laicas do país haviam feito uma maciça campanha de sensibilização voltada a promover o curso de filosofia à cidadania. As comunidades religiosas alarmaram-se, levando-as a escrever uma carta pública na qual protestantes, católicos, ortodoxos, judeus e muçulmanos exortam os pais a não negligenciar o ensinamento das religiões, fundamental para compreender no que acredita o próprio vizinho de casa, o companheiro da escola, e por meio do diálogo e da compreensão, superar os muros do ódio que caracterizam os nossos tempos. O apelo deu resultado, tanto que somente 8% dos estudantes belgas pediram para tomar parte nas novas lições.

Segundo Dom Guy Harpigny, Bispo de Tournai e responsável pelos cursos de religião católica, a hora de religião ajuda "a desenvolver de maneira essencial perguntas de sentido, a partir das diversas tradições religiosas; contribui a desconstruir os discursos radicais; acompanha os estudantes a abrirem-se à dimensão espiritual da existência e a trabalharem ativamente para o encontro do outro".

Entre os que assinaram o acordo estão, entre outros, Dom Jozef De Kesel, Arcebispo de Mechelen-Bruxelles e Presidente da Conferência Episcopal, o Metropolita Atenagoras da Igreja Ortodoxa na Bélgica, Philippe Markiewicz, Presidente do Consistório Central Israelita da Bélgica, Salah Echallaoui dos muçulmanos da Bélgica, o Pastor Stephan Fuite, Presidente da Igreja Protestante unida da Bélgica, e Geert Lorein, Presidente do Sínodo Federal das Igrejas Protestantes e evangélicas belgas.

(JE/Osservatore Romano)

inizio pagina

Atualidades



Espaço Interativo: Sua opinião conta!

◊  

Rádio Vaticano (RV) – “Como ser misericordioso com um morador de rua?”

Esta foi a pergunta da semana que fizemos em nossa página no Facebook, no contexto do Jubileu das pessoas em situação de precariedade que acontece neste fim de semana no Vaticano.

As mensagens de voz selecionadas que chegaram em nosso Whatsapp foram: “Levanta-te e Anda” de Salvador, Bahia; Joni Marques, de Sergipe e Maria Neiva Nogueira, de São Paulo. 

inizio pagina