Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 16/11/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Audiência: suportar com paciência as fraquezas do próximo

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Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. Na Praça S. Pedro, cerca de 25 mil fiéis e peregrinos ouviram o Papa Francisco falar de uma obra de misericórdia que todos conhecem, mas que dificilmente se coloca em prática: suportar com paciência as fraquezas do próximo. 

“Com grande facilidade, sabemos reconhecer a presença de pessoas que podem nos incomodar. Logo pensamos: por quanto tempo deverei ouvir as lamentações, as fofocas, os pedidos ou os triunfos desta pessoa?”, questionou o Papa, recordando que na maioria das vezes são pessoas próximas a nós, como parentes e colegas de trabalho.

Na Bíblia, Deus nos ensina a ser pacientes e misericordiosos, como Ele mesmo o foi com o povo hebreu que se lamentava contra Ele durante o Êxodo, ou como Jesus que, aos Apóstolos tentados pelo poder e pela inveja, procurava, com muita paciência, fazer-lhes enxergar aquilo que era o essencial na sua missão.

Exame de consciência

É fácil falar dos defeitos dos outros, disse o Papa, mas nós fazemos um exame de consciência para ver se somos nós que importunamos?

Neste sentido, são importantes também outras duas obras de misericórdia: ensinar os ignorantes e corrigir os que erram. “Penso por exemplo nos catequistas – entre os quais as muitas mães e religiosas – que dedicam tempo para ensinar às crianças os elementos basilares da fé. Quanto esforço, sobretudo quando os jovens preferiram brincar ao invés de ouvir o catecismo!”

Acompanhar na busca do essencial é belo e importante, disse o Papa, porque nos faz compartilhar a alegria de saborear o sentido da vida. Diante de pessoas que buscam satisfações imediatas e efêmeras, é muito importante saber dar conselho, admoestar e ensinar.  

Evitar as tentações da inveja, ambição e adulação

Para Francisco, ensinar a descobrir o que o Senhor quer de nós e como podemos corresponder significa colocar-se no caminho para crescer na própria vocação e evitar de cair na inveja, na ambição e na adulação – tentações sempre à espreita inclusive entre os cristãos.

Todavia – advertiu o Pontífice –, aconselhar, admoestar e ensinar não nos devem fazer sentir superiores aos outros, mas nos obriga a olhar para nós mesmos para verificar se somos coerentes com aquilo que pedimos aos outros.

“Não nos esqueçamos das palavras de Jesus, concluiu o Papa: ‘Por que olha para o cisco no olho do irmão, ignorando a trave que está no seu? Que o Espírito Santo nos ajude a ser pacientes em suportar e humildes e simples ao aconselhar.”

Infância e Adolescência

Depois de sua catequese, o Pontífice recordou que no próximo domingo, 20 de novembro, celebra-se o Dia Mundial dos direitos da infância e da adolescência.

“Faço um apelo à consciência de todos, instituições e famílias, para que as crianças sejam sempre protegidas e o seu bem-estar, tutelado, para que jamais caiam em formas de escravidão, recrutamento em grupos armados e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade internacional possa proteger suas vidas, garantindo a cada menino e menina o direito à escola e à educação, para que seu crescimento seja sereno e olhem com confiança para o futuro.” 

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Papa aos bispos dos EUA: "Abater muros e construir pontes"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco exorta a Igreja dos Estados Unidos a “abater os muros e construir pontes”, na videomensagem que dirigiu esta quarta-feira à Assembleia Geral da Conferência Episcopal do país (USCCB), reunida em Baltimore, Maryland, de 14 a 17 de novembro. 

“Nosso grande desafio é criar uma cultura do encontro, que encoraje cada pessoa e cada grupo a compartilhar a riqueza de suas tradições e experiências, a abater os muros e a construir pontes”, indica o Santo Padre na mensagem.

“Comunhão entre nós, com os outros cristãos e com todos aqueles que buscam um futuro de esperança”, acrescentou Francisco. “Devemos nos tornar sempre mais plenamente, uma comunidade de discípulos missionários, repletos de amor pelo Senhor Jesus e de entusiasmo pela difusão do Evangelho”.

Francisco considera que “a Igreja nos Estados Unidos, como em outras partes do mundo, é chamada a sair de sua comodidade”. Sublinha que os católicos devem ser “mensageiros de boas notícias na sociedade, sujeita a desconcertantes mudanças sociais, culturais e espirituais, além de uma crescente polarização”.

Ao recordar sua viagem aos Estados Unidos em setembro de 2015, para o Encontro Mundial das Famílias, o Pontífice assegura ter ficado “impressionado pela vitalidade e a diversidade da comunidade católica” no país.

“Ao longo da história, a Igreja em seu país acolheu e integrou novos fluxos de imigrantes. Com uma rica variedade de suas línguas e tradições culturais, deu forma ao rosto em contínua transformação da Igreja estadunidense”.

Neste sentido, Francisco pede ao clero estadunidense que considere de que maneira as Igrejas locais poderiam “responder à crescente presença, aos dons e aos potencial da comunidade hispânica”.

Ao valorizar a contribuição que a comunidade hispânica deu à vida da nação, Francisco garante sua oração pelo Quinto Encontro Nacional da Pastoral Hispânica - que terá início em janeiro próximo- para que este “dê frutos para a renovação da sociedade americana e para o apostolado da Igreja nos Estados Unidos” e reconheça e valorize “os dons específicos que os católicos hispânicos ofereceram e seguem oferecendo à Igreja estadunidense”.

(Je)

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Papa envia restauradores e bombeiros à Nurcia

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Cidade do Vaticano (RV) – A atenção do Papa Francisco pelas populações atingidas pelo terremoto é constante. Para fazer sentir a elas a sua proximidade, enviou a Nurcia uma equipe de Bombeiros da Cidade do Vaticano e uma de restauradores dos Museus Vaticanos, informa a Diocese presidida por Dom Renato Boccardo.

“Somos infinitamente reconhecidos ao Papa – disse o Arcebispo de Spoleto-Norcia – por mais este gesto de proximidade pelas populações da Valnerina. O Pontífice acompanha com atenção as vicissitudes da terra de São Bento, profundamente ferida pelo sisma.”.

“Todos recordamos a sua presença em São Pellegrino de Nurcia, em 4 de outubro, e o telefonema feito em 2 de novembro para assegurar sua oração depois de novos abalos. Agora nos envia os “seus” bombeiros e permitiu que uma equipe de restauradores dos Museus Vaticanos se empenhe gratuitamente em devolver o esplendor para as obras de arte retiradas das igrejas que desabaram ou danificadas em seu antigo esplendor. Esta proximidade do sucessor de Pedro é para todos motivo de grande esperança”.

(je/adnkronos)

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Missa campal com o Papa deve ser celebrada em Monza em 2017

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Cidade do Vaticano (RV) – Uma coletiva de imprensa está marcada para esta quinta-feira (17) em Milão para apresentar o programa da visita pastoral do Papa Francisco à cidade, marcada para 25 de março do próximo ano. O Santo Padre deve celebrar uma missa campal no Parque da Vila Real de Monza, a 15 quilômetros de Milão. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (16) pelo Cardeal Angelo Scola durante a inauguração do ano acadêmico da Universidade Católica de Milão. 

O local escolhido é um dos maiores parques urbanos e históricos da Europa e também um dos maiores cercado por muros. O próprio autódromo nacional, um dos mais importantes e prestigiosos do circuito automobilístico mundial, fica dentro do Parque de Monza. “O anúncio do Cardeal Scola é motivo de alegria e orgulho para todos”, comentou o prefeito de Monza, Roberto Scanagatti. “A nossa cidade e o inteiro território de Brianza saberão acolher Papa Francisco da melhor maneira”, acrescentou ele.

“A sua palavra nestes tempos difíceis e, por certos aspectos trágicos, penso à crise que muitas famílias ainda vivem e aos muitos teatros de guerra no mundo que obrigam inteiras populações a migrar, será de grande conforto e de apoio para aqueles que estão comprometidos diariamente na promoção dos valores de paz, de solidariedade e para um desenvolvimento sustentável”, finalizou o prefeito de Monza.

Já o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, disse ser “uma ótima decisão”, porque é um espaço adequado para a celebração. “Já tínhamos analisado com a Cúria. Obviamente nós daremos uma mão, por exemplo, em nível de mobilidade e de suporte com a guarda municipal”, comentou Sala. (AC/Askanews/Ansa)

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Cardeais Parolin e Vegliò na FAO no Dia Mundial da Pesca

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Cidade do Vaticano (RV) - O Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, e o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Antônio Maria Vegliò, participarão na próxima segunda-feira (21/11), Dia Mundial da Pesca, na sede da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em Roma, do encontro que abordará a questão da escravidão moderna em alto mar. 

A indústria pesqueira mundial gera anualmente cerca de 135 bilhões de dólares dos rendimentos das exportações. Estima-se que ofereça trabalho e renda a um décimo da população mundial, sendo a fonte de 17% de todas as proteínas animais consumidas no mundo. 

Porém, a pesca tem também um lado obscuro: a falta de respeito pelos direitos humanos, como a pesca pirata, os conflitos nas áreas de pesca, trabalho infantil e forçado, e o tráfico de seres humanos. 

Não obstante os progressos no campo nacional e internacional para promover a sustentabilidade da pesca e combater esses problemas, as medidas de proteção do trabalho permanecem inadequadas ou inaplicadas. Isso significa que o mesmo setor que oferece oportunidades para as comunidades costeiras pode também contribuir para vitimar as pessoas mais vulneráveis da sociedade. 

A iniciativa promovida pela FAO e Santa Sé sobre o tema “A violação dos direitos humanos no setor da pesca e da pesca ilegal, não declarada e não regulamentada”, fará um apelo aos países, às organizações internacionais, às organizações de categoria e à indústria pesqueira para trabalhar juntos a fim de promover os direitos humanos e garantir um trabalho digno neste setor econômico e de produção alimentar. 

Na abertura do encontro, os representantes do Vaticano levarão uma mensagem da Santa Sé centralizada nas questões dos direitos humanos no setor da pesca.

(MJ)

 

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Guardas Pontifícios recebem formação em Cantão suiço

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Cidade do Vaticano (RV) – “O perigo potencial mudou”, declarou a jornalistas na terça-feira, na Suiça, o Comandante da Guarda Pontifícia, Cristoph Graf.

De fato, com a ameaça de ataques terroristas, a Guarda Pontifícia enviou alguns de seus recrutas ao Cantão de Tessin, para aprimorar sua formação.

As pequenas dimensões do Estado do Vaticano não contemplam espaços para prática de tiro, por exemplo, o que obrigava os guardas do Papa a fazerem uso de instalações italianas. Com os atentados de Bruxelas e Paris, estes locais passaram a ser utilizados, prioritariamente, pelas forças de segurança italianas.

Neste contexto, foi assinado em setembro um Acordo entre a Santa Sé e o Cantão de Tessin, onde membros da Guarda passam a receber ulterior  formação em Isone. Eles contam ainda com o apoio logístico do Departamento Federal da Defesa. “Fomos recebidos de braços abertos”, revela o Comandante Graf.

Quinze Guardas Suiços participam dos exercícios deste primeiro grupo, numa densa programação que engloba exercícios de tiro, defesa pessoal, primeiros socorros e combate à incêndio, sem falar no curso de direito e aulas de italiano, além de acompanhamento espiritual.

A formação segue até 27 de novembro. A cada ano, serão formados 30 Guardas Suiços. Os próximos cursos estão previstos para outubro e novembro de 2017. Um soldado da Guarda Suiça presta serviço no Vaticano por 26 meses.

Os Guardas Suiços passaram a ser responsáveis pela segurança do Pontífice desde 22 de janeiro de 1506.

(JE/Tribune de Geneve)

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Igreja no Brasil



Dom Orlando Brandes é o novo Arcebispo de Aparecida

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco nomeou o novo Arcebispo de Aparecida (SP): trata-se de Dom Orlando Brandes, que até então estava à frente da Arquidiocese de Londrina (PR). 

Dom Orlando Brandes tem 70 anos. Ele nasceu em 13 de abril de 1946 em Urubici, na diocese de Lages (Santa Catarina). Foi nomeado Bispo de Joinville (SC) em 1994 e em 2006 foi transferido para a Arquidiocese de Londrina. Foi Presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB (2007-2011) e Delegado para a V Conferência do CELAM em Aparecida (2007).

O Pontífice aceitou a renúncia apresentada pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis, por limite de idade. Dom Raymundo guiou a Arquidiocese de Aparecida por 12 anos. Neste período, foi Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participou de quatro Sínodos no Vaticano e foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI. Participou ainda do conclave que elegeu o papa Francisco, sendo seu anfitrião por ocasião da visita do Pontífice a Aparecida em 2013.

Novo Bispo

O Papa Francisco nomeou Bispo Prelado de Cristalândia (TO) o Rev. Wellington de Queiroz Vieira, até então juiz Auditor da Câmara Eclesiástica da Diocese de Tocantinópolis e Pároco de “São Paulo Apóstolo” em Araguaína (TO).

O novo bispo nasceu em 11 de julho de 1968 em Tocantinópolis. Estudou Filosofia no Seminário Arquidiocesano “Nossa Senhora de Fátima”, em Brasília (1989-1990) e concluiu o curso na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Estudou Teologia no Seminário Arquidiocese “São José”, no Rio de Janeiro (1994-1996). Obteve a licenciatura em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Lateranense (2010-2013).

Foi ordenado sacerdote em dezembro de 1996.

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Grandes obras na Amazônia: que benefícios para o povo nativo?

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Belém (RV) – O Projeto governamental MATOPIBA é também tema das apresentações no auditório da Casa da Comunidade Sementes do Verbo, em Belém. A ‘última fronteira agrícola do Brasil’ engloba 4 estados: parte de Maranhão, todo o Tocantins, e parte de Piauí e de Bahia. O programa está impactando fortemente as comunidades locais, sem produzir riqueza e muito menos empregos para a população. Quem nos explica é o arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito: 

“Tocantins está no bioma ‘cerrado’, ele é o último bioma antes da Amazônia. Ele entrega aos outros biomas e recebe também da Amazônia, então é um bioma que é a ‘nascente das águas’, pois as águas do grande Brasil nascem ali: os braços do Rio Tocantins, do Araguaia e outros que depois formam a Bacia Amazônica, vêm ao Pará e assim por diante. Então, nós não somos contra o desenvolvimento do agronegócio; todos têm o seu espaço, mas o nosso medo é que este desmatamento atinja o coração da realidade, sobretudo as fontes: as pessoas que moram na região, as comunidades tradicionais, que há séculos vivem ali e têm suas terras ali, mesmo que às vezes não tenham documento, mas são proprietárias porque nasceram e cresceram ali”.

“Agora vem o agronegócio que é um rolo compressor que passa em cima de tudo, derruba tudo para plantar milho, soja e outras coisas que não se consome nesta região. Não conheço um tocantinense que se alimente de farelo de soja, óleo ou leite de soja...”

“Esta não é a lógica do agronegócio, os contêineres são para a exportação e não para o consumo das pessoas. Depois, não empregam pessoas, usam maquinários de última geração, uma pessoa só faz tudo, colhe tudo. O sistema é interessante como mecanismo, mas tem o seu lado perverso”.

O II Encontro da Igreja Católica na Amazônia centra suas atividades nos efeitos e desafios dos grandes projetos no meio ambiente e principalmente junto às populações. Nativos, os indígenas são os mais abalados com esta destruição em nome de um progresso que a ninguém beneficia. Este é o testemunho de Chico, representante do Conselho Indigenista Missionário no Regional Norte 1, Amazonas e Roraima. 

“Os desafios são realmente enormes. Nos últimos anos, os indígenas na Amazônia tiveram conquistas importantes na afirmação de direitos que asseguram a possibilidade de seus projetos de vida futura, sobretudo na demarcação de terras, obtiveram conquistas em termos legais, mas os direitos territoriais e outros direitos estão seriamente ameaçados porque existe um grande movimento no sentido de impor um retrocesso nestas conquistas  dos povos indígenas”.

“Os povos indígenas são na verdade aqueles que se opõem à devastação, dão uma contribuição muito grande no sentido de evitar que a Amazônia seja devastada. Então se hoje observarmos o arco do desmatamento no norte de Mato Grosso, em Pará e Rondônia,  vemos as manchas verdes no mapa coincidem com as áreas dos territórios indígenas. Nós estamos conversando, aqui neste Encontro,  sobre isso”.

“O Papa também reconhece o papel relevante  que os indígenas têm na dimensão do cuidado com a Casa Comum e neste sentido, destaco que a Igreja caminha junto com os povos para estabelecer uma grande aliança, porque na verdade são eles que no processo histórico sempre cuidaram melhor da natureza, desta Casa Comum. Temos muito a aprender com eles”.

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Dom Azcona: degrado e violência ferem o povo de Marajó

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Belém (RV) – A Ilha de Marajó foi a protagonista na manhã desta terça-feira, 15 de novembro, do II Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal. Exploração sexual de crianças, tráfico de pessoas e de drogas, abandono e ausência do Estado são a realidade deste contexto. A cidade de Melgaço, por exemplo, está localizada a 290 km  em linha reta da capital do estado, Belém, e registra o pior IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, do Brasil.

O bispo emérito, Dom José Luis Azcona, defende que a face violenta e desumana desta realidade não faz parte da cultura paraense. Ouça: 

O II Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal teve ainda um painel bem esclarecedor da realidade marajoara do procurador Felício Pontes, defensor da questões amazônicas no Tribunal Superior em Brasília.

“Estou tentando retornar um pouco do muito que recebi na minha formação. Até agora em Brasília, no Tribunal Regional Federal, onde me ocupo das ações da Amazônia que chegam em grau de apelação. Em qualquer lugar da Amazônia, quando uma das parte não se conforma com a decisão, recorre para o TRF e lá eu tenho a missão de manter a decisão favorável aos povos da floresta. Somos 50 procuradores da República no Brasil inteiro incumbidos desta missão em Brasília. Eu sou o único do estado do Pará. Nesta área, o Pará tem uma das maiores demandas naquele Tribunal: é um estado-chave, considerado ‘formador de jurisprudência’. As ações que passam no estado do Pará são sempre ações de vanguarda. Se eu pudesse simplificar isso, eu diria que nós estamos vivendo hoje um choque entre dois diferentes modelos de desenvolvimento”.

Para ouvir, clique aqui: 

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Igreja na América Latina



Concluído em Buenos Aires Fórum Sul-americano sobre liberdade religiosa

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Buenos Aires (RV) – A capital argentina acolheu nestes dias o Fórum Sul-americano pela Liberdade Religiosa, que tratou dos principais temas ligados à relação entre liberdade religiosa e Estado, com particular referência à educação e às práticas de culto.

Participaram do evento – realizado na sede do Governo argentino - pesquisadores, acadêmicos e líderes religiosos provenientes do Brasil, Uruguai, Chile, Peru, Argentina, Equador, e também da Espanha e Estados Unidos. A organização coube ao Conselho Argentino para a Liberdade Religiosa e à Associação internacional para a liberdade religiosa.

Limitações à liberdade religiosa

O Diretor do Departamento de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa da União Argentina da Igreja Cristã Adventista do Sétimo Dia e membro do Comitê organizador do encontro, Darío Bruno Bruno, explicou à Agência Efe que “é bastante comum pensar que na América do Sul não existam problemas com a liberdade religiosa, pois se tem o direito de reunir-se livremente, de rezar ou de fazer publicações. Mas em diversos países da América do Sul, entre os quais a Argentina – recordou – houve limitações à liberdade religiosa”.

A seu ver, uma destas “limitações” é o tratamento jurídico e econômico diferente entre uma religião e outra.

Ademais, Bruno listou entre os problemas, as dificuldades encontradas por aqueles que professam alguma religião ao observar, por exemplo, o dia de repouso previsto pela própria fé, ou mesmo, certas discriminações sofridas nos lugares de trabalho e no âmbito educacional.

Contribuição das religiões à favor da paz

Os organizadores sublinharam a grande contribuição das religiões em favor da paz e da convivência pacífica entre os homens e entre os povos: “Existem muitos desafios a serem enfrentados. Enquanto a legislação fornece respostas, grande parte do trabalho – acrescentou – diz respeito a cada um de nós. Devemos continuar a focar na educação de nossos filhos e sobre a liberdade, para que a experimentemos como valor fundamental sem o qual se chega a situações de intolerância e discriminação”.

Durante o Fórum, foram aprofundados temas como o papel do Estado em relação à liberdade religiosa, a questão dos refugiados em relação à prática religiosa, a educação escolar, a observância do dia de repouso, o uso de símbolos religiosos nos espaços públicos e o financiamento dos cultos. O fórum tratou também de questões relativas ao diálogo inter-religiosos e ao impacto da fé sobre a política internacional”.


(JE/Osservatore Romano)

 

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Igreja no Mundo



Encontro reúne católicos e luteranos em Trento

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Trento (RV) – “Católicos e protestantes a 500 anos da Reforma. Um olhar comum sobre hoje e sobre o amanhã”. Este é o título do Encontro que terá lugar em Trento, a partir desta quarta-feira (16) até o dia 18, promovido pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).

“O encontro foi pensado junto com os irmãos e irmãs evangélicos – explicou o Diretor do Setor nacional para o ecumenismo e o diálogo inter-religioso, Padre Cristiano Bettega – como sinal tangível de um estilo de partilha ecumênica que deve guiar as comunidades cristãs”.

Poucos dias após o evento em Lund, onde o Papa participou da abertura das celebrações pelos 500 anos da Reforma, também protestantes e católicos italianos se encontram para refletir juntos sobre este aniversário e sobre o futuro do caminho ecumênico.

“Nos alegramos porque com este encontro se retoma, após muitos anos, a colaboração entre CEI e Federação das Igrejas Evangélicas na Itália (FCEI) na organização de encontros de reflexão sobre o ecumenismo, como as convenções nacionais “Pai Nosso”, de 1999 e “Bem-aventurança” de 2003, comentou à Agência NEV, o Pastor Luca Maria Negro, Presidente da FCEI.

“A esperança – acrescentou – é que o caminho ecumênico na Itália possa prosseguir e levar, no futuro, à constituição de uma Consulta Ecumênica nacional do qual tomariam parte católicos, ortodoxos e protestantes”.

(JE)

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Formação



'Gaudium et Spes', prolongamento da 'Lumen Gentium'

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso Espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a analisar a relação entre a Lumen Gentium e a Gaudium et Spes.

No programa passado, o Padre Gerson Schmidt, que tem nos acompanhado na apresentação dos documentos do Concílio Vaticano II, nos falou sobre a unidade existente entre a Lumen Gentium e a Gaudium et Spes. No programa de hoje, o sacerdote nos mostra como a Gaudium et Spes é um prolongamento da Lumen Gentium¹: 

"A Gaudium et Spes é um prolongamento da Lumen Gentium. A constituição Gaudium et Spes deve ser lida em conjunto, além da Lumen Gentium, com outros documentos conciliares, como a Sacrosanctum Concilium, a Dei Verbum e a Unitatis Redintegratio, que, aliás, muito escassamente foram citados no texto da Gaudium et Spes. Guiado por essa certeza, Giuseppe Alberigo afirma que “uma leitura plenária e crítica da mesma só pode ser guiada pela consciência dessa interdependência” ².

A Gaudium et Spes aborda o problema da relação entre Igreja e mundo. Tal problema já estava na pauta dos debates no campo católico, antes do Concílio, sobretudo em forma de Doutrina Social Cristã, na teologia das realidades terrestres e no tema da consecratio mundi – consagração do mundo. Esse tema da inserção no mundo, também se fazia presente no mundo ecumênico, em debates sobre a realidade do mundo, no movimento Life and Work, do Conselho Mundial de Igrejas. As dificuldades que esse tema encontrou, no período preparatório ao Vaticano II, desde a sua convocação, em 1959, é fruto da prevalência de uma eclesiologia de orientação preponderantemente jurídico-societária, eclesiologia que constituía, às vezes, de modo inconsciente, a premissa doutrinal da doutrina social cristã. Essa eclesiologia que buscou levar o Evangelho a ter aplicações concretas na vida concreta levava a separar questões doutrinais de doutrina social da Igreja e da relação da Igreja com o Estado, dando a impressão de serem assuntos desligados, assuntos periféricos.

Junto com a Lumen Gentium, a Gaudium et Spes se torna um dos documentos mais importantes do Concilio Vaticano II. Na GS, vemos que a “atitude defensiva da Igreja se transforma em abertura, diálogo e crítica construtiva frente a modernidade” ³. A atenção ao mundo é um componente essencial do modo de ser da Igreja. Não se pode distanciar do mundo que é o objetivo final da missão salvadora da Igreja (4). E esse mundo possui estruturas naturais, queridas por Deus, que possuem valores que se tem de respeitar.

O professor e doutor Mons. Mariano Fazio, da Pontifícia Universidade de Santa Cruz, de Roma, em um artigo “El Concilio Vaticano II e El processo de secularizacion: balance y perspectivas”, diz que “a GS reconhece a autonomia das realidades humanas, intrinsecamente dotadas de sentido e queridas por Deus. Os cristãos, iluminados pela revelação, tem a missão de revelar ao homem mais profundamente o sentido da vida humana e das realidades terrestres. Em Cristo se recapitulam todas as coisas e encontram um sentido mais autêntico, pois a fé e a graça não eliminam a natureza, nem a substituem. Em consequência o documento conciliar (GS) requer a necessidade de respeitar o valor da racionalidade humana, do método científico e da diversidade cultural (também em âmbito político, social e econômico). Em definitivo, a constituição pastoral afirma a secularidade ou secularismo como parte integrante do plano de Deus para o homem e para o mundo”.

Em um outro artigo, o Cardeal Dom Aloísio Lorscheiter, dizia que a inserção da Igreja no mundo não é para dominá-lo, mas para servi-lo numa verdadeira diaconia de servos de Jahvé. “O que nos aproxima do mundo não é a busca de privilégios ou de poder, mas o zelo apostólico, que deseja ver a todos saudáveis de corpo e da alma. Trata-se de esquecer a si mesmo para tornar os outros felizes. Como Igreja servidora, esforçamo-nos para descobrir quais as instâncias concretas a que devemos responder em nossa diaconia de evangelização, santificação e restauração evangélica da sociedade” (5).

 

¹ Baseado no texto de Pe. Geraldo B. Hackmann, “A IGREJA DA LUMEN GENTIUM E A IGREJA DA GAUDIUM ET SPES”, com as devidas referências também das notas e fontes usadas, com adaptações pessoais para programa radiofônico.

² ibidem

³ FAZIO, Mons. Mariano. “El concilio Vaticano II e El processo de secularizacion: balance y perspectivas”, artigo in: Concilio Vaticano II: 40 anos de Lumen Gentium, org. Manoel Augusto dos Santos, Edipucrs, Porto Alegre, 2005, p. 141.

4 Idem.

5 LORSCHEITER, Dom Aloísio. Linhas Mestras do concilio Vaticano II. In: Concilio Vaticano II: 40 anos de Lumen Gentium, org. Manoel Augusto dos Santos, Edipucrs, Porto Alegre, 2005, p.22

 

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Atualidades



Empreendedor em debate no Vaticano: o desafio da economia inclusiva e social

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Cidade do Vaticano (RV) – A partir desta quinta-feira (17) o Vaticano vai sediar um simpósio internacional sobre “líderes de empresa, agentes de inclusão econômica e social”. Essa temática já tinha sido abordada no Vaticano em julho de 2014, num encontro sobre o bem comum global.  

O Simpósio internacional foi apresentado à imprensa pelos promotores do evento: em nome do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz falou o secretário Dom Silvano Maria Tomasi, e pela Conferência Internacional das Associações de Empreendedores Cristãos (Uniapac), entidade presente em mais de 40 países, o presidente José Maria Simone.

O desafio da economia em respeito à dignidade das pessoas

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Tomasi abordou o bem comum através do pontificado de Francisco.

Dom Tomasi – A procura do bem comum na economia é um dos temas fundamentais das intervenções do Papa Francisco: deseja uma economia que respeite a dignidade de todas as pessoas e que se focalize não no bem de alguns, que acumulam muita riqueza enquanto a maioria é deixada à parte, mas que o bem comum seja respeitado na solução e na procura de novas atividades econômicas. Tudo isso na tentativa de sair da crise que, há alguns anos, também enfrenta a inteira economia mundial que está com dificuldades para passar de uma economia de finança para uma economia real. Dessa forma, diria que são duas as tradições que convergem: aquela que o dicastério está promovendo nestes anos e, sobretudo, o ensinamento inovador de Papa Francisco que fala de uma economia de mercado social, isto é, com regras que equilibrem o ganho justo com o bem de todas as pessoas envolvidas: dos proprietários e chefes da indústria, dos operários e empregados que devem viver uma vida decente.

Economia, diálogo e caminho para a paz

É importante que a Igreja, com a sua influência, entre nesse debate com os gigantes da economia.

Dom Tomasi – Por essa razão a Igreja põe um forte tom sobre o diálogo entre os proprietários e os empregados nas suas várias categorias e situações, de modo que não exista um confronto antagonista ou violento, mas um diálogo que leve ao incremento do bem-estar a todos. Nessa estrada se pode construir um futuro de paz porque, se há uma situação econômica substancialmente positiva que leve o bem a todos, daí se origina a consequência social para a paz e a convivência. Dessa forma acreditamos realmente num futuro mais saudável.

A vocação nobre do empreendedor

Vivemos tempos em que os poderes da economia e da tecnologia digital ditam a agenda das atividades humanas, muitas vezes, direcionado a um número muito restrito de pessoas com alto poder aquisitivo. Segundo José Maria Simone, porém, é um contexto em que os empreendedores podem fazer a diferença.

José Maria Simone – A Evangelii Gaudium e a Laudato Si são muito claras sobre os objetivos pelos quais devemos ter mais consciência, sobre as necessidades que as pessoas têm hoje. Mas o Papa afirma também que a vocação do empreendedor é nobre. Então, se a gente olhar a exclusão que se criou em todos os sentidos, a evolução da economia não foi capaz de administrar essa exclusão porque não foi realmente considerada. Isso de um lado. Do outro, quando sabemos que a nossa é uma “vocação nobre”, não podemos não nos sentir envolvidos no objetivo de tentar concordar esses dois aspectos. Enquanto empreendedores, de fato, somos muito pragmáticos, mas somos muito frágeis perante o social. Devemos, então, aprender como transformar os nossos pontos de vista e levar em consideração o impacto que produzimos na sociedade quando tomamos decisões. (AC)

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Copppal saúda acordo de paz na Colômbia

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Santo Domingo (RV) – A Conferência Permanente dos Partidos Políticos da América Latina e do Caribe (Copppal), afirmou na terça-feira (5/11) que assume “com alegria” o novo acordo de paz alcançado entre o Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

O Presidente da Copppal - o dominicano Manolo Pichardo – afirmou em um comunicado divulgado em Santo Domingo, que se trata “de um feito importante”, e espera confiante que com este acordo a Colômbia “caminhe para a paz definitiva”.

Por outro lado, Pichardo destacou os avanços do diálogo entre o oficialismo e a oposição da Venezuela.

O político dominicano afirmou que “com os avanços do diálogo na Venezuela se vai impondo a sensatez e o interesse coletivo dos venezuelanos para superar a crise”.

Ademais, reconheceu o trabalho de mediação do Vaticano, assim  como do ex-Primeiro Ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero e dos ex-Presidentes Leonel Fernández (da República Domincana) e  Martín Torrijos (Panamá), com o apoio da União das Nações Sul-americana (Unasur).

“Trata-se de que nossa América Latina viva em harmonia e com os avanços no diálogo da Venezuela, e a nova assinatura dos Acordos de paz na Colômbia, leva-se tranquilidade à região”, afirmou o também deputado diante do Parlamento Centro americano (Parlacen).

 

(je/efe)

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OEA debaterá declaração de apoio ao diálogo na Venezuela

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Washington (RV) – O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) debaterá esta quarta-feira – em sessão extraordinária – uma declaração de apoio ao diálogo entre o Governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana.

A declaração, proposta por Brasil, Argentina, Honduras, México, Peru, Estados Unidos e Canadá, “dá as boas vindas” e “apoia” o diálogo iniciado em 30 de outubro passado, com o acompanhamento do Vaticano e da União das Nações Sul-americanas (Unasur). Outrossim, encoraja o Governo e a opositora ‘Mesa de Unidad Democrática’ (MUD) a “alcançar resultados concretos em um prazo razoável para colocar fim à difícil situação que atravessa a Venezuela”.

A declaração também exorta as partes a “atuar com prudência” e a “evitar qualquer ato de violência ou ameaças ao processo em andamento”, reconhecendo “o compromisso das partes com uma convivência pacífica, respeitosa e construtiva, assim como a decisão de colocar o bem comum da Venezuela acima de qualquer diferença entre as partes”.

Por fim, “respalda” o apoio ao diálogo do Vaticano, assim como do ex-Primeiro Ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, do ex-Presidente dominicano Leonel Fernández e do panamenho Martín Torrijos, ao mesmo tempo em que insiste na “deposição” do Conselho Permanente em “colaborar” com o processo.

O Conselho Permanente da OEA se reunirá em Washington a partir das 15 horas desta quarta-feira.

(je/efe)

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Mossul: emergência de inverno para os refugiados

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Cidade do Vaticano (RV) - O início das operações militares para libertar Mossul dos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico está causando o rápido aumento de refugiados que fogem da segunda maior cidade do Iraque. Há quem faça a hipótese de que a onda de refugiados que fogem de Mossul poderia alcançar a cifra de um milhão de pessoas, e as organizações de caridade católicas engajadas no país lançam um alarme para o período de inverno que se aproxima. No norte do Iraque, as temperaturas da estação caem abaixo de zero e, já no ano passado, muitas crianças morreram de hipotermia nas tendas de campos de refugiados. 

O responsável pela organização Catholic Relief Services no Iraque, Hani El Mahdi, comenta que "a chegada do inverno pode tornar a gestão dos imigrantes uma questão incontrolável". Desde 2014, a violência no centro-norte do Iraque causou devastação e deslocamento de massa de mais de 3 milhões de iraquianos. Mais de 80% dos deslocados estão vivendo fora dos acampamentos organizados, hóspedes de famílias de parentes e amigos, em alojamentos precários. (Fides)

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