Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 17/11/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: saber reconhecer a visita de Deus e abrir-se ao seu amor

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco iniciou a quinta-feira (17/11) celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta. 

Em sua homilia, o Papa partiu da imagem de Jesus chorando em Jerusalém, e explicou o motivo: Jesus o faz porque se lembra da história do “seu povo”. De um lado, este amor sem medidas e, de outro, “a resposta egoísta, desconfiante, adúltera e idolátrica do povo”.

A infidelidade machuca o coração de Cristo

O “amor louco de Deus pelo seu povo parece uma blasfêmia, mas não é”, afirma o Papa. Jesus, de fato, faz memória dos passos dos profetas, como Oséias e Jeremias, quando expressam o amor de Deus por Israel. No Evangelho do dia, Jesus se lamenta: “Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”:

“É isso que machuca o coração de Jesus Cristo, esta história de infidelidade, esta história de não reconhecer os carinhos de Deus, o amor de Deus, de um amor apaixonado que nos busca, que se preocupa com a nossa felicidade. Jesus viu naquele momento o que o aguardava como Filho. E chorou… ‘Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada’. Este drama não aconteceu somente na história e acabou com Jesus. É o drama de todos os dias. É também o meu drama. Cada um de nós pode dizer: ‘Eu sei reconhecer o tempo em que fui visitado? Deus me visita?’”.

Deus nos visita de três modos

O Papa destacou que, dias atrás, a Liturgia propunha a reflexão sobre três momentos da visita de Deus: para nos corrigir, para entrar em relação conosco e “para se convidar à nossa casa”. Quando Deus quer corrigir, convida a mudar de vida. Quando quer falar conosco, diz: “Eu bato à porta e chamo. Abra-me!”. E a Zaqueu, para receber o convite, diz para descer da árvore. O Pontífice convidou a nos perguntar como está o nosso coração, a fazer um exame de consciência, a questionar se “sei ouvir as palavras de Jesus” quando bate “a minha porta” e diz: “Corrija-se!”.  Cada um de nós corre um risco:

“Cada um de nós pode cair no mesmo pecado do povo de Israel, no mesmo pecado de Jerusalém: não reconhecer o tempo no qual fomos visitados. E todos os dias o Senhor nos visita, todos os dias bate à nossa porta. Mas devemos aprender a reconhecer isso, para não acabar naquela situação tão dolorosa: ‘Quanto mais os amava, mais os chamava, mais se afastavam de mim’. ‘Mas eu estou seguro das minhas coisas. Eu vou à missa, estou seguro…’.  Você faz todos os dias um exame de consciência sobre isso? Hoje o Senhor me visitou? Ouvi algum convite, alguma inspiração para segui-lo mais de perto, para fazer uma obra de caridade, para rezar um pouco mais? Não sei, tantas coisas às quais o Senhor nos convida todos os dias para se encontrar conosco”.

Abrir as portas a Jesus

Para o Papa, portanto, é fundamental reconhecer quando somo “visitados” por Jesus para nos abrir ao amor:

“Jesus chorou não somente por Jerusalém, mas por todos nós. E deu a sua vida, para que nós reconhecêssemos a sua visita. Santo Agostinho dizia uma palavra, uma frase muito forte: ‘Tenho medo de Deus, de Jesus, quando passa!’. Mas por que tem medo? ‘Tenho medo de não reconhecê-Lo!’. Se você não estiver atento ao coração, jamais saberá se Jesus o está visitando ou não. Que o Senhor nos dê a todos nós a graça de reconhecer o tempo em que fomos visitados, somos visitados e seremos visitados para abrir a porta a Jesus e fazer de modo que o nosso coração seja maior no amor e sirva no amor o Senhor Jesus”. 

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Cáritas tem missão fundamental na sociedade do “descarte”, diz o Papa

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Rádio Vaticano (RV) – Ao encontrar os representantes da Cáritas do mundo inteiro na manhã da quinta-feira (17/11), o Papa recordou que na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium dedicou um capítulo à dimensão social da evangelização, “reafirmando a opção preferencial da Igreja – que existe para evangelizar – pelos pobres”. 

Em uma sociedade frequentemente dominada pela cultura do “descarte”, Francisco convida todos a superar a indiferença e o egoísmo para aprender a arte da solidariedade.

“Por isso somos chamados a agir contra a exclusão social dos mais frágeis e trabalhar para a integração destes”.

Missão fundamental

Neste contexto, o Pontífice reiterou a importância fundamental da missão da Cáritas e seu papel específico na Igreja.

“Não são agências sociais, mas organismos eclesiais que partilham a missão da Igreja para ‘auxiliar o Papa e os bispos no ministério da caridade’”.

Francisco incentivou os trabalhadores da Cáritas ao citar João Paulo II e uma “nova ideia de caridade”:

“Trata-se de fazer resplandecer a caridade e a justiça no mundo à luz do Evangelho e do ensinamento da Igreja, envolvendo os pobres para que sejam os verdadeiros protagonistas de seu desenvolvimento”.

“A pobreza, a fome, as doenças, a opressão não são uma fatalidade e não podem representar situações permanentes. Confiando na força o Evangelho, podemos contribuir para mudar as coisas ou, ao menos, melhora-las. Podemos reafirmar a dignidade de quantos aguardam um sinal do nosso amor”, disse o Papa.

Por fim, o Papa disse estar muito “contente” ao saber que a Caritas Internationalis dará início a uma campanha sobre o tema das migrações.

(rb)

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Papa a empresários: corromper é fraudar a democracia

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Cidade do Vaticano (RV) – A última audiência concedida pelo Papa Francisco na manhã de quinta-feira (17/11) foi a cerca de 500 participantes da Conferência Internacional das Associações de Empresários Católicos (UNIAPAC). 

Os empresários estão debatendo, no Vaticano, o seu papel como agentes de inclusão econômica e social, que – para Francisco – pode constituir um “exercício da misericórdia”.

Em seu discurso, o Pontífice falou de três desafios da atividade empresarial: o dinheiro, a honestidade e a fraternidade.

O dinheiro é o esterco do diabo

“Falar de dinheiro é falar de um dos temas mais difíceis da percepção moral.” Trata-se do “esterco do diabo”, disse Francisco, recordando que o dinheiro existe para servir, não para governar: é um instrumento técnico de intermediação, de comparação de valores, de cumprimento das obrigações. E assim como o dinheiro, as empresas devem existir para servir e não somente para produzir lucro.

“Por isso é urgente recuperar o sentido social da atividade financeira e bancária”, exortou o Pontífice, afirmando que isso supõe assumir o risco de “complicar a vida”, renunciando a ganâncias econômicas. Francisco pediu crédito acessível aos pequenos produtores e empresários e denunciou, em nível internacional, a agiotagem praticada contra os países mais pobres no momento de financiá-los.

Corromper é fraudar a democracia

O segundo desafio apontado por Francisco é a honestidade, definindo a corrupção a pior chaga da sociedade. “É a lei da selva disfarçada de aparente racionalidade social”, “é a fraude da democracia”. A corrupção, prosseguiu contundente o Papa, não é um vício exclusivo da política, mas está presente nas empresas, nos meios de comunicação, nas Igrejas e nos movimentos populares. “Uma das condições necessárias para o progresso social é a ausência de corrupção.”

Migrações     

O terceiro desafio é a fraternidade: “a atividade empresarial tem sempre que envolver o elemento da gratuidade”, afirmou Francisco. Sobre este ponto, o Pontífice incluiu o tema das migrações e dos refugiados. A Santa Sé e as Igrejas estão fazendo esforços extraordinários para enfrentar de maneira eficaz as causas desta situação, buscando a pacificação das regiões em guerra e promovendo o espírito de acolhida. “Porém, não se consegue tudo o que se deseja”, constatou o Papa, pedindo que os empresários façam a sua parte, recordando que muitos deles pertencem a famílias de migrantes.

O Pontífice concluiu seu discurso propondo o trecho evangélico de Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos: “Faço votos de que esta Conferência seja como a figueira de Jericó, uma árvore em que todos podem subir para que encontrar o olhar de Jesus”. 

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Papa: nada pode justificar violência no Oriente Médio

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Cidade do Vaticano (RV) – A primeira audiência do Papa Francisco esta quinta-feira (17/11) foi ao Catholicos e Patriarca da Igreja Assíria do Oriente, Mar Gewargis III, com o qual rezou na Capela Redemptoris Mater. 

“Este encontro e a oração conjunta ao Senhor invocam o dom da paz”, disse o Pontífice em seu discurso, declarando-se “consternado” com o que continua acontecendo no Oriente Médio, especialmente no Iraque e na Síria.

“Sobre milhares de crianças inocentes, mulheres e homens recai a terrível violência de sangrentos conflitos, que nenhuma motivação pode justificar ou permitir”, acrescentou Francisco, implorando o fim da dor para aqueles povos.

Sofrendo provocações cotidianas, prosseguiu, os cristãos do Oriente Médio são “modelos” que nos exortam em qualquer circunstância a permanecer com o Senhor e a abraçar a sua cruz. Esta é a lição que aprendemos com os mártires e com aqueles que, ainda hoje, “mesmo às custas da própria vida, permanecem fiéis ao Senhor e com Ele vencem o mal com o bem”, disse o Papa, evocando o ecumenismo de sangue.

Francisco falou ainda da relação entre as duas confissões, citando de modo especial a Declaração Cristológica Comum e o trabalho da Comissão conjunta. Enquanto os teólogos trabalham em prol do pleno restabelecimento da comunhão eclesial, o Papa falou dos progressos realizados no campo do ecumenismo da caridade.

“Esta recompõe as fraturas e cura as dilacerações. Não nos cansemos de pedir ao Senhor de curar as feridas do passado com a unção benéfica da sua misericórdia.”

Antes dos discursos e da troca de presentes, Francisco e o Patriarca se reuniram para um colóquio privado. A audiência se encerrou com um momento de oração na Capela Redemptoris Mater

(bf)

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Visita do Papa a Milão em 2017: do almoço com presos à missa campal

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Cidade do Vaticano (RV) – A arquidiocese de Milão divulgou nesta quinta-feira (17) o programa oficial da visita do Papa Francisco à cidade em 25 de março de 2017. Do encontro com famílias da periferia ao Angelus na Piazza del Duomo, do almoço com detentos à missa campal em Monza: os detalhes foram apresentados pelo Cardeal Angelo Scola em coletiva de imprensa. 

O Pontífice parte do aeroporto de Ciampino de Roma às 7h10 locais de 25 de março para chegar em Milão uma hora depois. Francisco será recebido no aeroporto de Linate pelo Card. Scola e representantes institucionais.

A primeira etapa do programa acontece na periferia onde está localizada a Paróquia de São Galdino. Papa Francisco vai visitar duas famílias que vivem em casas populares para, em seguida, na praça do bairro Forlanini, encontrar mais residentes e também famílias constituídas por imigrantes, ciganos e islâmicos. “Essa é uma região que viu a primeira explosão periférica de Milão nos Anos 70 e vive bolsões de exclusão. Decidimos levá-lo ali realmente porque é próximo do bairro Forlanini”, comentou o Card. Scola.

Papa reza Angelus na Piazza del Duomo

A visita pastoral continua na Catedral de Milão, a quarta maior igreja da Europa e a quinta do mundo, onde Papa Francisco encontrará sacerdotes e consagrados. Em seguida, deve se deslocar até uma das capelas onde descansa o corpo de São Carlos Borromeo para adoração ao Santíssimo Sacramento e veneração às relíquias do padroeiro dos catequistas. Às 11h locais está previsto o Angelus, oportunidade em que os fiéis milaneses serão abençoados pelo Santo Padre na Praça Duomo.

Conforme o programa anunciado pelo Card. Scola, a visita terá prosseguimento no presídio San Vittore onde o Pontífice deverá permanecer por cerca de duas horas. Além de encontrar detentos nas próprias celas, Papa Francisco irá almoçar na companhia de 100 presos.

Missa campal em Monza para até um milhão de fiéis

No início da tarde, o Santo Padre se desloca até Monza, a 15 quilômetros de Milão. Às 15h locais está prevista uma missa campal a ser celebrada no antigo espaço do hipódromo do Parque da Vila Real para uma multidão estimada de até um milhão de fiéis.

O local escolhido é um dos maiores parques urbanos e históricos da Europa. O próprio autódromo nacional, um dos mais importantes e prestigiosos do circuito automobilístico mundial, fica dentro do Parque de Monza. “O anúncio do Cardeal Scola é motivo de alegria e orgulho para todos”, comentou o prefeito de Monza, Roberto Scanagatti.

Antes de voltar ao Vaticano no mesmo dia, 25 de março, Papa Francisco encontrará um grande grupo de crismados, pais, padrinhos e madrinhas no estádio San Siro de Milão. O voo de retorno está previsto para o final da tarde, às 18h30 locais, para chegar em Roma uma hora depois. (AC)

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Igreja no Brasil



Amazônia: "Mudar nosso comportamento para dar futuro ao planeta"

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Belém (RV) –  No último dia (16/11) do II Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, foi redigida aprovada uma carta-compromisso ilustrando as propostas elaboradas pelos grupos durante as sessões de trabalho. O momento agora é de balanço das atividades do Encontro, há 3 anos do primeiro, realizado em Manaus. Nosso hóspede, para uma avaliação do evento e de sua conclusão, é Dom Bernardo Bahlman, bispo de Óbidos, no Pará.

Muda o homem, muda o meio ambiente 

”Este Encontro foi um momento muito bonito em que nos encontramos para discutir primeiramente as questões ligadas à evangelização e depois os desafios que enfrentamos em nossa região, como os grandes projetos, as mineradoras, o desmatamento e outras coisas mais. Para nós é uma preocupação muito grande porque percebemos que a sociedade muda, mas também todo o meio ambiente. Por isso, precisamos fazer uma mudança dentro da nossa mentalidade e comportamento, para modificar esta destruição que está acontecendo e também dar um futuro para a humanidade e para o planeta Terra”.

“Depois, nós também escutamos muito o que o Papa Francisco nos fala e queremos levar à sério e aprofundar cada vez mais a Encíclica Laudato si, que nos fala também da Amazônia. Nós estamos aqui nesta terra e precisamos observar também a sua realidade e vocação.  Penso que nós poderíamos dar uma grande contribuição para o mundo, sobretudo na questão da ecologia do meio ambiente e das mudanças climáticas, na mudança do próprio ser humano; além de olhar para o seu resgate”.

Violência no campo no sudeste do Pará

E ainda no Pará, a violência no campo consequente das disputas pela exploração da terra tornam a região de Marabá, no sudeste do estado, uma das mais violentas do país. Os altos índices de mortes relacionadas a questões agrárias não se têm reduzido desde abril de 1996, quando a polícia militar matou 19 trabalhadores sem-terra no que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás. A lista de pessoas ameaçadas de morte ou que escaparam de atentados não para de crescer. Passaram-se 20 anos, e esta ferida permanece aberta e continua a sangrar.

No II Encontro da Igreja na Amazônia Legal, o bispo Dom Vital Corbellini relata a situação e a atuação da Igreja: 

“O problema continua porque ali vieram pessoas de muitos lugares do Brasil, sobretudo do Nordeste em busca do ouro. Receberam, na época, uma pequena quantia do ouro que tinham adquirido, com a promessa de que iriam receber este dinheiro mais tarde, e no entanto, nunca o receberam. La existe a pobreza mesmo. Isto nos angustia muito porque é um povo que ainda espera; são muito solitários, abandonados. Isto nos preocupa, já fizemos missões populares, a crisma, mas o problema social continua”.

“Há ainda a questão dos assentamentos e acampamentos, e a questão dos índios, à qual olhamos com muito carinho e deveríamos dar mais atenção”.

“Este encontro mostra a necessidade de trabalhar melhor todas estas questões, sobretudo a da natureza, das periferias, da evangelização, da nossa formação sacerdotal para que sejamos bons pastores”. 

(CM)

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Igrejas amazônicas divulgam carta-compromisso

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Belém (RV) - Os participantes do II Encontro da Igreja na Amazônia Legal redigiram uma carta-compromisso no final do evento e a RV publica o documento, em exclusiva, na íntegra. Confira abaixo:

Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram" (Rm 12,14-15).

Nós, bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas, assessores, leigos e leigas, reunidos em Belém do Pará, no II Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, enviamos esta Carta Compromisso, de coragem e de esperança, aos irmãos e às irmãs das nossas Dioceses, Prelazias e a todos as pessoas que quiserem ouvir a nossa voz.

Estamos vivendo um momento difícil da história do Brasil e da humanidade 

A crise econômica, as pragas da guerra, da corrupção e da violência e o fenômeno das migrações forçadas são consequências de uma crise bem mais profunda, caraterizada pela perda de valores referenciais, tais como: a vida e dignidade humanas, o direito a existência das diferentes espécies vegetais e animais que sofrem a incontrolável destruição do maravilhoso jardim da criação, ainda visível em muitos recantos desta verde Amazônia. Os projetos predatórios que aqui se alastram, pelos rios e pelas matas, não levam em conta os direitos da natureza, dos povos indígenas e das comunidades tradicionais que, desde sempre, convivem em harmonia e respeito com o ambiente, na casa comum, dádiva milenar. O mito do progresso sem limites e do lucro a qualquer custo continuam prometendo o sonho do paraíso aqui na terra, ao alcance de todos. Na realidade, assistimos à exclusão social, à discriminação dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, ao inchaço das periferias pobres das nossas cidades. Unimos a nossa voz a tantos que denunciam que “este sistema exclui, destrói e mata” (Grito dos Excluídos 2016).

Estamos conscientes da nossa responsabilidade de sermos testemunhas da alegria do Evangelho com as nossas vidas e com o compromisso de denunciar os males e de anunciar a esperança do reino de Deus: “reino eterno e universal, reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça do amor e da paz” (Prefácio: Cristo, rei do universo). Lamentamos o distanciamento entre a Igreja e os movimentos populares. Pedimos perdão pelas vezes que ficamos calados e omitimos a nossa solidariedade aos pobres e sofredores, aos injustiçados e às vítimas do sistema destruidor que mercantiliza a vida. A Igreja em saída, que o Papa Francisco nos pede, deve ser, em primeiro lugar, uma Igreja samaritana, companheira de caminhada, que evangeliza com a compaixão e a misericórdia, confiante na presença viva e profética do Divino Espírito Santo.

Refletindo sobre a realidade social e eclesial, à luz dos novos desafios que a história nos impõe, confirmamos e atualizamos alguns dos compromissos assumidos nos Encontros anteriores. O processo de mudança é constante e acontece de forma mais rápido que no passado. É possível, urgente e vital participarmos ativa e responsavelmente da nova época que está surgindo para o planeta terra para a humanidade inteira e também para a Amazônia.  Somos semeadores de fé, esperança e amor. O semeador nunca desiste de semear, mesmo quando não sabe se verá os frutos maduros das sementes do bem e da justiça plantadas no chão e regadas com lágrimas, fadigas, corajosa perseverança e paciência evangélica.

Apoiamos o esforço dos povos indígenas e dos que vivem dos frutos do campo, da floresta e dos rios, pela proteção das terras e das águas que dão sustento às suas comunidades e às suas culturas. Denunciamos como imorais as manobras legislativas que ameaçam os direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais consagrados pela Constituição de 1988. A lição de harmonia, respeito e sustentabilidade destes povos vale para o planeta inteiro e para toda a humanidade. Desmascara os ídolos da ganância, do consumo e do desperdício.

Constatamos o silêncio de grande parte dos Meios de Comunicação a respeito da crescente violência, perseguição e criminalização de lideranças camponesas, indígenas e de entidades que defendem os direitos humanos, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Sentimos a necessidade de uma maior presença da Igreja junto às comunidades espalhadas nesta imensa Amazônia. Preocupa-nos, em muitas delas, a ausência da celebração eucarística, memorial da vida doada de Cristo e da sua vitória sobre o mal e a morte. A realidade urbana desafia também a cada paróquia a se tornar verdadeira Comunidade de Comunidades. Precisamos renovar os ministérios ordenados, promover e valorizar os ministérios laicais, confiando na variedade dos carismas e na força da unidade e da comunhão. Reafirmamos a importância do ministério da Palavra para a missão evangelizadora, para a Iniciação à Vida Cristã e para a formação permanente. A promoção do ministério da coordenação ou do pastoreio pode dar ânimo e energia aos animadores e às animadoras de comunidades, de grupos e de pastorais. Como fruto do Ano da Misericórdia, somos chamados a promover o ministério do perdão, da reconciliação e da paz, também fora do sacramento da penitência, preparando agentes para favorecer o diálogo, o encontro e o perdão entre pessoas, famílias e comunidades.

Comprometemo-nos a promover a formação dos candidatos ao ministério ordenado para que estejam a serviço das nossas comunidades, livres do mundanismo, do carreirismo, do clericalismo e do autoritarismo. Que saibam confiar nos leigos e nas leigas como sujeitos verdadeiramente responsáveis da ação evangelizadora da Igreja para colaborar com todas as pessoas de boa vontade “na construção do desenvolvimento social e cultural” (EG 67).

Reconhecemos a missão própria dos leigos e das leigas na família, no trabalho, na cultura, nos meios de comunicação, na política, na universidade, na arte e no lazer. Eles e elas são a Igreja presente no coração da sociedade, sal da terra, luz do mundo, sinais do Reino que cresce na história humana.

Alimentamos a esperança que a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), possa contribuir eficazmente com a resistência dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, incentive o diálogo e a colaboração entre as Igrejas na obra da evangelização, na defesa e cuidado com a casa comum e na promoção da fraternidade solidária.

Agradecemos ao Papa Francisco, querido amigo da Amazônia, pelo seu empenho, dedicação, documentos e pronunciamentos, que nos encoraja a uma missão mais ousada em defesa da vida no horizonte de uma ecologia integral (LS 137).

Nossa gratidão à Igreja de Belém que nos acolheu nestes dias e que celebra com alegria os 400 anos do início da Evangelização em terras amazônicas. A memória dos primeiros missionários nos ajuda a vencer o medo de abrir caminhos novos. Estes irmãos e irmãs que precederam tiveram esta coragem, porque acreditaram no único Senhor Jesus Cristo, Caminho rumo ao Pai, Verdade que nos liberta e Vida plena, dom gratuito do Espírito. Rogamos a Maria, nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia e estrela da evangelização, que nos acompanhe sempre com a sua maternal proteção.

 

Belém, 16 de novembro de 2016

 

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Dom Leonardo Steiner: "Dinamizar comunidades, mesmo sem padres"

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Belém (RV) – O que foi feito desde o I Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal (Manaus, 2013) em relação aos compromissos assumidos? Algumas dioceses investiram nos ministérios leigos, formaram e ordenaram diáconos permanentes, cuidaram ainda mais da formação de padres autóctones e se posicionaram diante da luta dos povos originários. No entanto, ainda resta um longo caminho a ser percorrido. Segundo Dom Leonardo Steiner, Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, deste Encontro devem emergir propostas para incrementar a atuação da Igreja nas comunidades que carecem de sua presença. Ouça-o: 

“Foram três anos na tentativa de colocar em prática algumas sugestões que tinham sido pensadas. Eu creio que crescemos muito, especialmente com a criação da REPAM. A Comissão para a Amazônia se reforçou, ganhou mais corpo, tem mais presença junto às Igrejas particulares; nossos regionais estão hoje mais unidos, existe mais comunhão, existe uma tentativa cada vez maior de pensar e refletir em comum as questões todas da Amazônia.  Alguns Regionais têm mais dificuldades, outros menos, mas ajudou muito, inclusive ajudou a Conferência Episcopal a estar mais atenta, mais voltada para a Amazônia, tanto assim que este Encontro foi muito incentivado pela Presidência da CNBB”.

“Creio que a realidade apresentada nestes dias, as discussões e reflexões, vão nos conduzir a algumas propostas. Vamos tentar pensar numa Igreja que esteja mais presente. Hoje, ainda pensamos na Igreja como a presença do padre, do bispo, do religioso, da religiosa, pensamos que seja suficiente enviarmos leigos para momentos de evangelização; a reflexão caminha no sentido de haver uma presença maior da Igreja “oficial”, para que a comunidade se sinta como comunidade católica, se sinta dinamizada como comunidade católica; que haja ali alguém que o bispo delega para cuidar da comunidade, dinamizá-la”. 

“Naturalmente com a ajuda da Palavra de Deus, nós refletimos muito entorno dos ministérios  dos leigos; talvez aqui daremos alguns passos, porque temos que dar alguns passos”. 

Diocese de Roraima

A dimensão do território é também uma causa desta escassa presença da Igreja mencionada por Dom Leonardo.  

Dom Mario Antônio é o novo bispo da Diocese de Roraima, uma Igreja particular que tem mais de 100 anos de existência e engloba territorialmente todo o estado de Roraima, com mais de 200 mil km quadrados. Devido às distâncias e aos custos do transporte, não há missionários suficientes para atender todas as comunidades de maneira satisfatória. Ouça-o: 

 

 “Os Encontros como este são um momento de partilha, de experiência, de renovar os ânimos e aprender algo mais. Creio que esta nossa convivência tem muito a dizer para todos: seja aqueles que já estão há muitos anos numa mesma diocese, como para nós, que estamos em transição, porque chegar numa outra diocese é como “uma missão diferente”. O ideal é sempre o mesmo: a evangelização, a vida com o povo, com a comunidade que se reúne entorno de uma mesma fé, de um mesmo Jesus Cristo, mas pelas circunstâncias, pelo momento e até pela história específica de cada local, eu digo que é uma nova missão. Como eu estava como bispo auxiliar em Manaus há seis anos, agora assumindo a diocese como bispo diocesano, é realmente uma missão diferente”.  

No final do último dia (16/11) do II Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, foi redigida aprovada uma carta-final com as propostas elaboradas pelos grupos durante as sessões de trabalho. 

(CM)

 

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Igreja na América Latina



Bispos chilenos exortam à misericórdia por um país mais justo

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Santiago (RV) - O Jubileu está chegando ao fim, mas “o tempo da misericórdia é um desafio que perdura”. Portanto, é preciso “insistir nessa dimensão evangélica em nossos planos e projetos pastorais. O rosto misericordioso do Pai, que se manifesta na pessoa de Jesus Cristo, é a fonte da nossa esperança”.

É o que se lê no comunicado final da 112ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Chilena (CEC), realizada dias atrás no balneário de Punta de Tralca – centro do Chile –, em que os bispos exortam as instituições a não esquecer as urgências do país, em particular,  as que dizem respeito aos mais pobres e sofredores.

O temor é de que, com o início da campanha eleitoral para as próximas eleições presidenciais e parlamentares previstas para o final de 2017, se suspenda ou se deixe de lado o trabalho conjunto em prol do bem do país, “especialmente dos grupos vulneráveis”.

Preocupação com a situação social e a legalização do aborto

Mesmo reconhecendo os significativos passos avante dados em âmbito legislativo em favor das pessoas em dificuldade, os prelados consideram insuficiente o apoio do Estado e da sociedade civil às pessoas em situação de vulnerabilidade.

Intitulada “Diálogo, responsabilidade e misericórdia: por um Chile mais justo”, a nota expressa preocupação particular com a situação da saúde pública, as aposentadorias mínimas de hoje e de amanhã, o desemprego e a precariedade de muitos postos de trabalho, as delicadas condições vividas dos migrantes e povos indígenas, e com as mudanças culturais da sociedade chilena.

Os prelados mostram-se preocupados também com o projeto de lei do Governo Bachelet que pretende despenalizar o aborto em caso de estupro, de risco para a saúde da mãe e de má-formação do feto.

Promover uma educação integral contra toda colonização ideológica

Ademais, o episcopado exorta a promover uma educação integral que “humanize” sempre mais os indivíduos. Neste caso, “o Estado e a escola devem contribuir, segundo o princípio de subsidiariedade, para o direito fundamental e primordial dos pais de formar os filhos segundo seus valores, livres de toda e qualquer influência de ideologias de gênero que possam transformar-se em ‘verdadeiras colonizações ideológicas’ – explicam citando o Papa Francisco – transformadas em leis da República”.

Sim a uma democracia mais participativa, não à violência

Os bispos chilenos dão voz ao “crescente mal-estar” em alguns setores da sociedade manifestado por movimentos que buscam promover iniciativas em defesa dos direitos e de uma melhor qualidade da vida civil e de uma democracia mais participativa.

A esse propósito, o comunicado chama a atenção para o desinteresse e a crescente desafeição pela política confirmados pela altíssima abstenção nas últimas eleições municipais.

Com o aproximar-se do novo pleito eleitoral, os prelados fazem votos de que “os cidadãos não se reduzam a meros eleitores, mas assumam o papel de colaboradores ativos” na construção de um país renovado e sempre mais aberto “a um diálogo social sadio e fraterno”.

Os bispos chilenos exortam as instituições a não ignorar o atual mal-estar social e o crescente desalento para com as classes dirigentes, mas também os cidadãos a expressar suas instâncias “com um diálogo responsável e participativo”, evitando violências e difamações. (RL)

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Igreja no Mundo



Futuro cardeal da República Centro-Africana distribui material escolar às crianças

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Bangui (RV) – Ao visitar um bairro considerado perigoso em Bangui, capital da República Centro-Africana, o futuro Cardeal Dieudonné Nzapalainga distribuiu alimentos e material escolar para as crianças, na sua maioria de religião muçulmana. “Vim para que os órfãos abandonados e as crianças, cujos pais não têm meios de fazê-las estudar, possam ser instruídos. Espero que no futuro eles possam ser enfermeiros, ministros e deputados”, declarou o arcebispo de Bangui.

O Km5 é um bairro com registros frequentes de tiroteios que colocam em risco a vida e a escolarização das crianças, que vivem em condições precárias. Os próprios professores indicados para lecionar nas escolas do bairro se recusam em ir trabalhar, temendo a própria segurança.

O arcebispo de Bangui decidiu oferecer uma ajuda concreta ao entregar pessoalmente as doações para encorajar as crianças e jovens a estudar. Além de cadernos e quadros-negros também foram distribuídos sacos de arroz, latas de óleo e de sardinha. O material escolar e os alimentos foram recebidos pelo conselheiro local que convidou os alunos a frequentar a escola.

Consistório de 19 de novembro

Dom Dieudonné Nzapalainga, com quem o Papa abriu a primeira Porta Santa do Jubileu, será um dos 19 novos cardeais – oriundos de algumas das localidades mais distantes e periféricas do mundo – após o Consistório do próximo sábado (19), na conclusão do Ano Santo da Misericórdia. O futuro purpurado é o primeiro do país africano. (AC/Fides)

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Formação



Igreja precisa ser, no coração da humanidade, força misericordiosa de Cristo

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” prossegue com a participação do bispo da Diocese de Garanhuns, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, com quem temos contado estes dias neste espaço. 

Na edição passada, falando-nos sobre a Igreja pós-conciliar nestes 50 anos de caminhada, o bispo desta Igreja particular da mesorregião do agreste pernambucano disse-nos que a grande contribuição do Concílio Vaticano II está nessa possibilidade de a Igreja reencontrar a vida concreta, as pessoas concretas, os novos areópagos, o ser humano contemporâneo, com suas múltiplas perguntas, com seus múltiplos desafios, acrescentando ainda que “se a Igreja estiver neste permanente estado de escuta dos ecos do Espírito Santo, nas realidades concretas nas quais vivemos, ela tem muita possibilidade de acertar”.

Na edição de hoje, atendo-se aos desafios que se apresentam para a Igreja na América Latina em sua ação evangelizadora na esteira do Concílio, Dom Paulo afirma que a constatação de que a primeira evangelização em grande parte ficou num verniz que não penetrou em profundidade é uma grande descoberta para a Igreja nos últimos anos, especialmente a partir da Conferência de Santo Domingo (1992).

Por conseguinte, o bispo de Garanhuns ressalta que “é a hora de uma nova e profunda ação missionária, sobretudo com uma nova comunicação de uma experiência de Deus”. “A América Latina precisa reencontrar o caminho da comunicação da experiência discipular que foi feita”, ressalta Dom Paulo, acrescentando que “precisamos, antes de tudo, comunicar a força do nosso encontro com Jesus, que é a força de vida no coração da humanidade”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Dom Orani João Tempesta: ser Cardeal é dar a vida pela Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Em vista do Consistório e do encerramento do Ano Santo da Misericórdia no próximo final de semana, começam a chegar ao Vaticano os membros do Colégio Cardinalício.

O Arcebispo do Rio de Janeiro, Card. Orani João Tempesta, visitou a sede da Rádio Vaticano e falou deste momento solene para a vida da Igreja: 

A Rádio Vaticano vai transmitir ambas as celebrações. 

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Relembre os momentos mais marcantes do Jubileu

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Cidade do Vaticano (RV) – A misericórdia de Deus não tem limites: este foi um dos conceitos mais reiterados pelo Papa Francisco no decorrer deste Ano Jubilar. 

Eventos comoventes marcaram este Jubileu, feito de celebrações, viagens e audiências, dentro e fora do Vaticano: uma das iniciativas mais inovadoras foram as sextas-feiras da misericórdia: nestas ocasiões, o Papa foi ao encontro de crianças, idosos, doentes, vítimas do tráfico humano e padres que deixaram o ministério para se casar.

A redação do Programa Brasileiro selecionou alguns momentos significativos, começando com a abertura da Porta Santa de Bangui:

"Hoje, Bangui torna-se a capital espiritual do mundo. O Ano Santo da Misericórdia chega adiantado a esta terra; uma terra que sofre, há diversos anos, a guerra e o ódio, a incompreensão, a falta de paz. Mas, simbolizados nesta terra sofredora, estão também todos os países que estão passando através da cruz da guerra. Bangui torna-se a capital espiritual da súplica pela misericórdia do Pai. Para os países que sofrem a guerra, peçamos a paz; todos juntos, peçamos amor e paz. E, com esta oração, começamos o Ano Santo, hoje, aqui nesta capital espiritual do mundo!"

8 de dezembro de 2015

Mais solene foi a abertura da Porta Santa da Basílica de S. São Pedro

"Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, é Ele que nos vem ao encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia."

5 de maio de 2015

A vigília de oração para “Enxugar as lágrimas” foi outro momento marcante:

"Quantas lágrimas são derramadas, em cada instante, no mundo; uma diferente da outra; e, juntas, formam como que um oceano de desolação, que invoca piedade, compaixão, consolação. As mais amargas são as lágrimas causadas pela maldade humana: as lágrimas de quem viu arrancar-lhe violentamente uma pessoa querida; lágrimas de avós, de mães e pais, de crianças... Precisamos de misericórdia, da consolação que vem do Senhor. Todos nós precisamos dela; é a nossa pobreza, mas também a nossa grandeza: invocar a consolação de Deus, que, com a sua ternura, vem enxugar as lágrimas do nosso rosto. Nesta nossa dor, não estamos sozinhos."

12 de junho

Os enfermos também vieram ao Vaticano e ouviram do Papa palavras de encorajamento:

"Não existe apenas o sofrimento físico; entre as patologias mais frequentes nos dias de hoje conta-se uma que tem a ver precisamente com o espírito: é um sofrimento que envolve a alma tornando-a triste, porque carente de amor. Torna-se muito forte a tentação de se fechar em si mesmo e corre-se o risco de perder a ocasião da vida: amar apesar de tudo. Amar apesar de tudo. Jesus é o médico que cura com o remédio do amor, porque toma sobre Si o nosso sofrimento e redime-o."

31 de julho

Na Polônia, os jovens ouviram de Francisco que são valiosos aos olhos de Deus:

"Deus nos ama assim como somos, e nenhum pecado, defeito ou erro Lhe fará mudar de ideia. Para Jesus, ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante, mas todos somos prediletos e importantes: Deus conta com você por aquilo que é, não pelo que tem: a seus olhos, não vale nada a roupa ou o celular que usa. A seus olhos, o seu valor é inestimável."

6 de novembro

Aos encarcerados, a Palavra do Papa foi “liberdade”:

"O Jubileu, por sua própria natureza, traz consigo o anúncio da libertação. Não depende de mim a possibilidade de concedê-la, mas suscitar em cada um de vocês o desejo da verdadeira liberdade é uma tarefa a que a Igreja não pode renunciar." Depois da missa, no Angelus, o Papa fez uma apelo “em favor do melhoramento das condições de vida nas prisões, para que a dignidade dos detentos seja plenamente respeitada”.

13 de novembro

Aos excluídos, Francisco recordou que o descarte da pessoa humana é “inaceitável”

“Neste mundo, quase tudo passa, e as riquezas que permanecerão duas: o Senhor e o próximo”, os bens maiores que devemos amar”. "A lupa da Igreja está apontada ao irmão esquecido e excluído". “A pessoa humana, colocada por Deus no ápice da criação, muitas vezes é descartada, porque se preferem as coisas que passam. Isto é inaceitável, porque o ser humano é o bem mais precioso aos olhos de Deus." “É um sintoma de esclerose espiritual, quando o interesse se concentra nas coisas a produzir, em vez de ser nas pessoas a amar."

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O Jubileu dos Oblatos de São Francisco de Sales

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Cidade do Vaticano (RV) - O convidado em nosso espaço o ‘Caminho da Misericórdia’, desta quinta-feira (17/11), é o Pe. Aldino José Kiesel da Congregação dos Oblatos de São Francisco de Sales. 

Silvonei José conversou com ele sobre o Ano da Misericórdia em sua congregação. 

“O Ano da Misericórdia termina mas a misericórdia continua. É eterna porque Deus é eterno, Deus é amor. Este ano foi um convite a sermos mais misericordiosos com os que estão abandonados, com os refugiados”, disse Pe. Aldino.

(MJ/SP)

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"Terre des Hommes" em defesa dos menores

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Roma (RV) - Em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos da Infância, 20 de novembro, o grupo “Terre des Hommes” apresentou na Biblioteca do Senado Giovanni Spadolini, em Roma, o novo dossier "Maus-tratos e abuso de crianças ''. Na ocasião foi exposta uma Pesquisa Nacional sobre as atividades de cinco hospitais italianos: em Piemonte, Lombardia, Veneto, Toscana e Puglia, que deselvolvem ações em favor das crianças que sofrem maus-tratos. 

A associação tem evidenciado o quadro de violência contra as crianças, e sublinha a gravidade deste problema de saúde pública. Quem apresentou a pesquisa foi o presidente do Senado, Pietro Grasso, que falou em favor dos defensores da causa nos hospitais.

Conforme a Advogada responsável pelo programa da fundação “Terre des Hommes”, Federica Giannotti, o objetivo da apresentação deste dossiê, que conta com a colaboração de cinco hospitais nas cidades de Turim, Milão, Florença, Pádua e Bari, é chamar a atenção das instituições e da opinião pública, em geral, para o fato de que a violência contra as crianças não pode ser considerada exclusivamente como uma questão que diz respeito à vida social das pessoas, mas deve ser reconhecida como uma patologia real, e portanto como um fenômeno que atinge a esfera da saúde pública.

Giannotti explica que o abuso, em todas as suas formas - mesmo no caso de violência testemunhada, que muitas vezes não é percebida como tal, pode resultar em graves consequências físicas e psicológicas para a criança.

No evento, foi apresentada a rotina dos hospitais que apoiam o projeto em defesa das crianças vítimas de maus-tratos. “Estes maus-tratos afetam todo tipo de criança - de zero a dezoito anos -, os casos mais comuns não são apenas o abuso físico e a negligência, mas também o abuso na utilização de substâncias sedativas para fazer o bebê dormir ou acordar, como drogas, por exemplo, em crianças de zero a dois anos. Queremos mostrar, através das próprias pessoas que trabalham na saúde, como o fenômeno da violência contra as crianças é realmente uma questão de saúde pública e deve ser abordado pelas instituições. Precisamos de médicos treinados, equipamentos adequados, que sejam capazes de fazer um diagnóstico avançado. Avançamos muito na cura de muitas outras doenças. Precisamos deste avanço também com os maus-tratos”, observou.

Os médicos relatam que muitas crianças, vítimas de maus-tratos que chegam aos hospitais, possuem histórico de atendimento. Portanto, se houver uma prevenção, explicam que esses casos podem ser evitados.  

Por fim, Giannoti faz um apelo para que mais hospitais se unam em apoio a esta causa. “O ideal é que cada região tenha o seu centro de atendimento. Para que a partir de hospitais periféricos, possamos enviar os casos para os hospitais de referência. Às instituições, no entanto, pedimos que treinem os médicos de amanhã, inserindo os maus-tratos na Faculdade de Medicina e Cirurgia”, observou. (LV)

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