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Sumario del 26/11/2016

Papa e Santa Sé

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco: "Economia escute o grito dos pobres!"

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Cidade do Vaticano (RV) –  “Como consagrados, somos chamados a ser profecia a partir de nossa vida animada pela 'charis', pela lógica do dom, da gratuidade; somos chamados a criar fraternidade, comunhão e solidariedade com os mais pobres e carentes. Se quisermos ser realmente humanos, devemos dar espaço ao princípio de gratuidade como expressão de fraternidade”. 

Mensagem a cerca de 800 ecônomos de Institutos de todo o mundo

É o que escreve o Papa em um texto enviado ao Simpósio sobre economia da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

“A hipocrisia dos consagrados que vivem como ricos fere a consciência dos fiéis e prejudica a Igreja”, advertiu ainda, prosseguindo:

“Não basta esconder-me atrás da afirmação de que ‘não possuo nada porque sou religioso, religiosa, se meu instituto me permite administrar ou desfrutar de todos os bens que desejo e controlar as fundações civis criadas para manter as próprias obras, evitando assim o controle da Igreja”, segundo o Pontífice.

Pensar apenas no lucro é distroção da economia

Francisco adverte contra o princípio da ‘maximização do benefício’ e afirma que este conceito é ‘uma distorção da economia’. “Quantos consagrados pensam que as leis da economia são independentes de qualquer consideração ética?”, questiona o Papa.

“Quantas vezes a avaliação sobre uma reestruturação ou a venda de um imóvel é vista apenas com base na análise de custos-benefícios e do valor do mercado? Que Deus nos livre do espírito do funcionalismo e de cair na armadilha da avareza!”.

Decisões sustentáveis e solidárias

Jorge Bergoglio prossegue: “Cada um é chamado a fazer a sua parte, a usar seus bens para tomar decisões solidárias, a ter cuidado com a Criação, a medir-se com a pobreza das famílias que vivem ao nosso lado”.

“Trata-se de adquirir um costume, um estilo marcado pela justiça e compartilhar, esforçando-se em optar pela honestidade sabendo que, simplesmente, é o que temos a fazer”. 

(CM)

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Papa: "Serviço civil dá plenitude de significado à vida"

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Cidade do Vaticano (RV) – “O grau de civilização de um povo se mede pela sua capacidade de respeitar e promover os direitos de cada pessoa, a partir dos mais carentes”: esta é uma das principais passagens do discurso pronunciado pelo Papa na manhã de sábado (26/11) aos 7 mil jovens do Serviço Civil Italiano, recebidos na Sala Paulo VI. 

Itália, exemplo no acolhimento de migrantes

Francisco também agradeceu a Itália pelo que faz pelos migrantes e lembrou as pessoas atingidas pelos recentes terremotos no centro do país. O Pontífice encorajou os jovens em sua atuação no serviço civil, um ‘caminho que oferece plenitude de significado à vida’:

“A opção pelo serviço civil alternativo vai contra os modelos dominantes, mas na realidade, cada um de nós se sente contente e realizado apenas quando é útil para alguém. Isto libera novas energias em nós, nos faz perceber que não estamos sós; dilata nossos horizontes”.

A meta é a sociedade solidária

Francisco definiu estes jovens “uma força preciosa e dinâmica do país”, e acrescentou: “Sua contribuição é indispensável para realizar o bem da sociedade, especialmente das pessoas mais vulneráveis. Uma sociedade solidária é a meta de toda comunidade civil que queira ser igualitária e fraterna”.

O risco do rearmamento

“Esta meta é traída toda vez que se “assiste passivamente ao aumento das desigualdades entre as partes sociais ou entre as nações do mundo; quando se reduz a ajuda às faixas mais vulneráveis da população; quando se aceitam perigosas lógicas de rearmamento e são investidos preciosos recursos na compra de armas; ou ainda, quando o pobre se torna uma ameaça e ao invés de lhe estendermos a mão, o relegamos à sua miséria”.

Tais atitudes representam, segundo o Papa, “uma ferida em nossa sociedade e cultura”. O serviço civil, por sua vez, ajuda a sociedade a crescer de modo harmônico e a desempenhar uma função crítica. Este papel se concretiza na tutela do meio ambiente, na assistência aos pobres e na ajuda a refugiados e migrantes, tarefa esta em que a Itália se empenha seja no acolhimento como na integração. 

(CM)

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Fidel, o 'líder máximo' que encontrou três Papas

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Cidade do Vaticano (RV) – Fidel Castro, o líder da Revolução Cubana morreu sexta-feira (25/11), aos 90 anos, anunciou a TV estatal. Um dos homens mais carismáticos e controversos da História política do século XX, era a última grande figura do comunismo ocidental. O ex-líder ‘máximo’ governou a ilha caribenha por quase meio século até render-se à saúde e entregar o poder a seu irmão, Raúl Castro, em 2008. Conforme Raúl, o corpo do ex-presidente de Cuba será cremado na manhã deste sábado (26/11), ‘atendendo a seus pedidos’. 

Povo cubano 'será vitorioso'

Fidel foi visto publicamente pela última vez em 15 de novembro passado, quando recebeu o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. Em abril, proferiu um discurso raro no último dia do congresso do Partido Comunista. Na ocasião, ele reconheceu a idade avançada, mas disse que os conceitos comunistas cubanos ainda eram válidos e o povo cubano ‘será vitorioso’.  

“Na abertura de Cuba ao mundo e do mundo a Cuba” foi decisivo o papel diplomático da Igreja Católica, inicialmente com João Paulo II e Bento XVI, e depois com a ação do Papa Francisco que levou à normalização das relações de Cuba e Estados Unidos.

O desgelo com Wojtyla

Fidel Castro encontrou Papa Wojtyla em 1996, no Vaticano: uma audiência reservada e cordial, de 35 minutos. No final, a declaração de Fidel: “Gostaria de receber o Papa em Cuba”. Dito e feito, em janeiro de 1998, o acontecimento histórico, a visita do Papa João Paulo II à ilha. Ao se despedir do Pontífice, que defendera repetidamente o fim do embargo, não se furtando, contudo, de pedir a libertação dos presos políticos cubanos, o presidente cubano afirmou:

“Creio que nós dois demos um bom exemplo ao mundo. O senhor, visitando o que alguns passaram a chamar de último bastião do comunismo. Nós, recebendo o líder religioso a quem quiseram atribuir a responsabilidade de haver destruído o socialismo na Europa”.  

Bento XVI em Havana

Quatorze anos depois, em 2012, mais livre de compromissos políticos, vista a idade e a doença, foi a vez do encontro com Bento XVI em Havana. Padre Federico Lombardi, então porta-voz da Santa Sé, mencionou que a conversa foi cordial; Fidel teria apresentado ao Pontífice esposa e filhos.

Entre o líder e Bento XVI houve uma animada troca de ideias e no momento da despedida, Castro quis agradecer Ratzinger por duas beatificações: Madre Teresa de Calcutá e João Paulo II.

As afinidades com Papa Francisco

Enfim, domingo, 20 de setembro de 2015: Papa Francisco e Fidel Castro, encontro definido na ocasião como “uma visita pastoral de um  sacerdote a uma pessoa idosa e doente”.

Castro ofereceu ao pontífice o livro ‘Fidel e a Religião', escrito pelo brasileiro Frei Beto (1997), com uma dedicatória: “Para o Papa Francisco por ocasião de sua visita a Cuba, com a admiração e o respeito do povo cubano”.  Deixando a ilha, em conversa com jornalistas no avião, Francisco revelou ter presenteado o líder com um livro e um CD de conferências do Padre Llorente, um jesuíta muito amigo dele, além de dois livros do Padre Pronzato.

“Falamos muito da Encíclica Laudato si’, porque estava interessado no tema da ecologia”, contou o Papa. “Foi um encontro mais espontâneo que formal; estava presente também a família e ainda os que me acompanhavam. Sobre a Encíclica, muito. Do passado, não falamos. Bem, um pouco do passado sim: do colégio dos jesuítas, de como eram os jesuítas, de como o faziam trabalhar. Disso, sim”.

(CM)

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Os pêsames do Papa: "Triste notícia, rezo por ele"

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Cidade do Vaticano (RV) – Informado sobre a morte do ex-Presidente cubano Fidel Castro, o Papa Francisco enviou um telegrama de pêsames a seu irmão Raúl Modesto Castro.  

“Expresso meus sentimentos de pesar à família do ex-Presidente, assim como ao governo e ao povo desta amada nação. Ao mesmo tempo, ofereço orações ao Senhor pelo seu descanso e confio todo o povo cubano à materna intercessão de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira deste país”. 

Fidel faleceu na noite de sexta-feira (25/11) em Havana. Cuba declarou 9 dias de luto oficial. Presidentes latino-americanos e europeus comentaram a morte neste sábado. 

(CM)

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Em cerimônia no Vaticano, Papa confere Prêmio Ratzinger a teólogos

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco quis demonstrar na manhã deste sábado (26/11) seu carinho e gratidão ao Papa emérito Bento XVI, “que nos acompanha ainda hoje com suas orações”.

A ocasião foi a entrega do Prêmio Ratzinger ao Monsenhor Inos Biffi e ao teólogo ortodoxo Ioannis Kourempeles: uma cerimônia da qual o “Professor Ratzinger” não participou, tendo recebido os dois premiados na noite de sexta-feira (25/11).

Francisco parabenizou o Presidente, Padre Federico Lombardi, e os membros da Fundação pelo “bom êxito do Simpósio Internacional sobre o tema da Escatologia, análises e perspectivas, que se realizou nos últimos dias na Universidade Santa Croce e se encerrou no Instituto Augustinianum.

Escatologia é tema importante para Bento XVI

“Sabemos – ressaltou – que o tema da escatologia ocupou lugar muito importante na obra teológica do Professor Joseph Ratzinger, em sua atividade como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e, enfim, em seu magistério como Pontífice. Não podemos nos esquecer – prosseguiu o Papa falando de seu predecessor – suas profundas considerações sobre a vida eterna e sobre a esperança, na Encíclica Spe salvi”.

Elogios aos vencedores

Em relação ao Mons. Inos Biffi, Francisco mencionou “os méritos de uma vida inteira dedicada aos estudos teológicos na Igreja e a seu serviço”: um reconhecimento, por assim dizer, à carreira do grande teólogo. A respeito do trabalho do ortodoxo Ioannis Kourempeles, o Papa destacou “o interesse dedicado ao pensamento de Joseph Ratzinger” e o esforço em “sonda a fecundidade do encontro” entre o pensamento do Papa emérito e a teologia ortodoxa.

(CM)

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Astrofísico Steven Hawking participa de debate no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) - O cientista britânico Stephen Hawking dissertou sexta-feira (25/11) no Vaticano sobre a expansão do Universo e afirmou que perguntar sobre “o que havia antes do Big Bang” não faz sentido, pois “é como questionar o que há mais ao sul do Polo Sul”. 

Plenária da Academia das Ciências

Hawking participa da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências em andamento de 25 a 28 de novembro na Casina Pio IV com o tema “Ciência e Sustentabilidade. Impacto dos conhecimentos científicos e da tecnologia sobre a sociedade humana e sobre o meio ambiente”.

Os membros da Academia estão refletindo sobre como os avanços científicos já alcançados ou ainda a serem descobertos podem impactar de maneira positiva ou negativa  no desenvolvimento sustentável das sociedades e em seu meio ambiente.

A expansão do Universo

Durante seu discurso de aproximadamente 20 minutos, Hawking considerou que “o descobrimento da expansão do Universo” foi um dos achados “intelectuais mais importantes” dos últimos tempos.

Além disso, o astrofísico britânico fez uma analogia entre ciência e economia para explicar que “ao contrário da inflação nos preços, a inflação no Universo é algo bom”.

Cientista ateu já esteve no Vaticano no passado

Hawking, que nega a existência de Deus, também aproveitou a ocasião para lembrar de uma conferência que participou no Vaticano em 1981, na qual disse que “o tempo e o espaço (…) não têm limite ou idade”.

Em outro momento de seu discurso, o cientista lembrou que podem existir “dúvidas sobre uma ideia amplamente aceita” em relação à noção de que “a inflação eterna dá origem a um Universo infinitamente grande que contém uma grande variedade de grupos diferentes de universos”.

“Ao invés disso – disse -, o fim da inflação eterna é razoavelmente suave, levando a um Universo muito mais simples que é globalmente finito. Isto implicaria uma significativa redução do multiverso a um grupo muito menor de universos”, expôs.

No dia 28 de novembro, os participantes da Plenária serão recebidos pelo Papa Francisco

(CM-EFE)

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Atualidades



Editorial: Força de mudança

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Cidade do Vaticano (RV) – “Este é o tempo da misericórdia”: é o que reafirma o Papa Francisco na sua Carta Apostólica “Misericórdia e mísera”, publicada no início desta semana por ocasião da conclusão do Jubileu. Além de uma ampla reflexão sobre a misericórdia, o Papa neste texto apresenta quatro principais novidades: todos os sacerdotes terão de agora em diante, até segunda ordem, a faculdade de absolver quem se manchou com o pecado do aborto; os Missionários da Misericórdia prosseguirão assim o seu ministério; os fiéis que frequentam a Fraternidade São Pio X poderão continuar a receber validamente a absolvição sacramental; e enfim, a instituição do Dia Mundial dos pobres. 

“Como desejo que os anos futuros sejam cheios de misericórdia, para que cada pessoa encontre a bondade e a ternura de Deus”!, escreveu Francisco nos dias passados no seu tweet.

Após a sua publicação, a Carta Apostólica do Papa continua a suscitar comentários e certamente entre as novidades mais debatidas está a faculdade concedida a todos os sacerdotes de absolver o pecado do aborto. Mas o que chamou a atenção nesta semana foi a deformação, a má informação, o uso errado de alguns meios de comunicação sobre o que escreveu o Pontífice.

Sim porque os meios de comunicação, e não foram poucos, não prestaram um correto serviço de informação, como se o Papa tivesse banalizado ou desclassificado o aborto como pecado grave. E isso é verdade exatamente ao contrário: - como disse nos dias passados bispo italiano Dom Paglia -, precisamente porque concede o perdão significa um diálogo, uma consciência, uma decisão de não repetir mais aquilo que fez. E neste sentido, ampliar aos sacerdotes uma faculdade que antes era somente dos bispos, quer dizer dar maior possibilidade a quem realizou este gesto terrível de compreender a gravidade daquilo que fez e, portanto, de poder mudar de vida, e não fazer mais.

Neste sentido o Papa Francisco – como sabemos muito bem, consciente da gravidade -, quer oferecer o modo melhor para impedir que este ato se repita. Certamente, ter uma maior possibilidade de aceder a um remédio mais forte, ajuda quem é fraco a não cair. Portanto, precisamente porque é um ato muito grave é necessário uma extraordinária concessão da Misericórdia.

Como reafirmou também Dom Fisichella, responsável pela organização do Jubileu, o aborto é um pecado grave porque põe fim a uma vida inocente. Com a mesma força afirmou que não existe nenhum pecado que a misericórdia não possa alcançar e destruir quando encontra um coração arrependido que procura reconciliar-se com Deus. “Então, não há nenhuma forma de laxismo”. Há, sim, uma forma com a qual a pessoa é consciente da gravidade do pecado, mas se arrependeu e quer se reconciliar com o Senhor.

O coração do documento é dar novamente força de mudança à Misericórdia. E a Misericórdia já não é uma palavra abstrata: na realidade, é a força de Deus que muda a história dos homens, afirma Francisco. Por isso, o Papa exorta a acolhê-la e a distribui-la a todos, porque quem a acolhe não fica indiferente, não permanece igual ao que era antes.

O Santo Padre no seu texto sublinha que nenhum pecado é tão grande que possa criar um obstáculo que impeça receber o abraço do Pai e, portanto, o perdão. Em síntese, afirma que todo o pecado é  repleto de morte, mas também é verdade que a misericórdia, que é encharcada de graça, é mais forte de cada pecado.

O valor de redenção do Ano da Misericórdia é dar a todos a possibilidade de mudar. Francisco ainda relançou o tema da Palavra. A âncora da Palavra, o Dia da Palavra, que cada diocese deverá escolher o seu dia, junto com o Dia dos Pobres. Serão 24 horas para o Senhor e gestos de misericórdia que cada sacerdote poderá fazer, repletos de graça e de benção.

Celebramos um Ano intenso – escreveu Francisco na sua Carta Apostólica -, durante o qual nos foi dada em abundância a graça da misericórdia. “Como um vento impetuoso e saudável, a bondade e misericórdia do Senhor se derramaram sobre o mundo inteiro”. Agora é necessário prosseguir nesta estrada que indica sempre novas trilhas a serem percorridas para levar a todos o Evangelho que salva.

“É o momento – acrescenta o Papa – de dar espaço à fantasia da misericórdia”, que através da simplicidade de pequenos gestos cotidianos, sinais concretos de bondade e ternura dirigidos aos mais pequenos e indefesos, a quem vive sozinho e abandonado, pode “dar vida a uma verdadeira revolução cultural” em todo o mundo.

“Ninguém de nós pode colocar condições à misericórdia; ela é sempre um ato de gratuidade do Pai, um amor incondicional e imerecido. Portanto, não podemos correr o perigo de nos opormos à plena liberdade do amor com o qual Deus entra na vida de cada pessoa”.

A misericórdia é a ação concreta do amor que, perdoando, transforma e muda a vida. Um convite a você para que leia e aprofunde esse texto do Papa para viver plenamente a misericórdia. (Silvonei José) 

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