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Sumario del 02/12/2016

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Mensagem do Papa aos Padres Escolápios pelo Ano jubilar Calasanziano

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre enviou uma Mensagem ao Padre Pedro Aguado Cuesta, Prepósito Geral dos Padres Escolápios, por ocasião dos 400 anos de fundação da Congregação das Escolas Pias e dos 250 aniversário de Canonização de São José de Calasanz. 

José Calasanz nasceu no ano de 1557, em Aragão, Espanha. Ordenou-se sacerdote em 1583 e, em 1592, transferiu-se para Roma, onde iniciou as primeiras Escolas para crianças pobres e abandonadas. Junto com alguns sacerdotes, fundou a Ordem Religiosa das Escolas Pias. Estes sacerdotes foram chamados Escolápios e se dedicam à educação da juventude.

Em sua Mensagem, o Papa encoraja toda a Congregação das Escolas Pias e continuar, com entusiasmo, dedicação e esperança, o carisma deixado pelo seu fundador, São José de Calasanz: “Fazer tudo pela glória de Deus e a utilidade do próximo”.

Hoje, como no tempo de Calasanz, disse Francisco, “as crianças e os jovens continuam a precisar do pão da piedade e do saber; os pobres continuam a apelar-nos e a convocar-nos; a sociedade pede para ser transformada, segundo os valores do Evangelho e o anúncio de Jesus, que deve ser levado a todos os povos e nações”.

Nestes quatro séculos, recordou o Pontífice, as Escolas Pias se mantiveram em contínua abertura à realidade e de saída pelo mundo.

Por isso, o Papa convida os filhos e filhas de São José Calasanz a viverem este Ano Jubilar, que tem como tema “Educar, anunciar e transformar”, como um novo “Pentecostes dos Escolápios”.

São José de Calasanz morreu em 25 de agosto de 1648, aos 91 anos. Em 1948, o Papa Pio XII atribuiu-lhe o título de “Padroeiro universal das Escolas Populares Cristãs”, com as seguintes palavras: “O que São José de Calasanz sofreu nos últimos anos de sua longa vida, o que suportou com heróica virtude, resplandece como uma das mais preciosas relíquias da história”.

São José de Calasanz foi um “Grande Profeta de Deus entre os pequenos”. (MT)

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1ª pregação de Advento: Fr. Cantalamessa medita sobre o Espírito Santo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco iniciou suas atividades na manhã desta sexta-feira (02/12), participando da primeira pregação de Advento do Frei Raniero Cantalamessa, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano. 

Clique para ler a íntegra da pregação

Durante as quatro sextas-feiras do período de Advento, o pregador oficial da Casa Pontifícia Capuchinho dedicará suas meditações ao tema “Bebamos, sóbrios, a embriaguez do Espírito”.

Participam das suas pregações o Santo Padre, os Cardeais, Arcebispos e Bispos, Secretários das Congregações, os Prelados da Cúria Romana e do Vicariato de Roma, como também os Superiores Gerais e Procuradores das Ordens Religiosas, que fazem parte da Capela Pontifícia.

O Frei Cantalamessa iniciou suas reflexões teológicas, em preparação ao Santo Natal, à figura do “Espírito Santo, como a novidade teológica e espiritual mais importante depois do Concílio e a principal fonte de esperança da Igreja”.

De fato, afirmou o Pregador Capuchinho, a maior novidade pós-conciliar, na teologia e na vida da Igreja, é precisamente o Espírito Santo.

Renovação

No próximo ano, recordou Cantalamessa, comemoramos o 50º aniversário do início da Renovação Carismática, um dos muitos sinais do despertar do Espírito e dos carismas na Igreja. Esta experiência renovada do Espírito Santo tem estimulado a reflexão teológica.

A experiência do Espírito Santo em Pentecostes levou a Igreja a descobrir a figura de Jesus e os seus ensinamentos. O Paráclito, prometido por Jesus, conduz os discípulos à "verdade plena" sobre o Pai e o Filho.

Em outras palavras, diz o Pregador, na ordem da criação e do ser, tudo parte do Pai, passa pelo Filho e chega a nós pelo Espírito; na ordem da redenção e do conhecimento, tudo começa com o Espírito Santo, passa pelo Filho e retorna ao Pai.

Ação

Desta forma, em suas meditações de Advento, o Frei Cantalamessa propõe alguns aspectos da ação do Espírito Santo, partindo do terceiro artigo do Credo, que compreende três grandes afirmações: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”; “Que procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”; e “falou pelos profetas".

A Carta aos Hebreus diz que "depois de falar um tempo por meio dos profetas, nos últimos tempos, Deus nos falou pelo Filho". Assim, o Espírito não parou de falar por meio dos profetas, o fez com Jesus e o faz ainda hoje na Igreja.

Piedade cristã

O Pregador Capuchinho concluiu a sua primeira meditação recordando que “a teologia, a liturgia e a piedade cristã, tanto no Oriente como no Ocidente, consolidaram o símbolo de fé: o Credo.

Na sequência de Pentecostes, a relação íntima e pessoal com o Espírito Santo, é expressa com títulos como “Pai dos pobres, luz dos corações, doce hóspede da alma e dulcíssimo alívio”. A mesma sequência dirige ao Espírito Santo uma série de belas orações, que respondem às nossas necessidades. (MT)

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Íntegra 1ª pregação de Advento

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Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap

Primeira pregação de Advento 2016

“CREIO NO ESPÍRITO SANTO”

 

1. A novidade do pós-concílio

Com a celebração do 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II, terminou a primeira fase do "pós-concílio" e abriu-se uma outra. Se a primeira fase foi caracterizada por problemas relacionados à "recepção" do Concílio, esta nova será caracterizada, creio eu, pelo completar e integrar o Concílio; em outras palavras, pela releitura do Concílio à luz dos frutos produzidos por este, destacando também o que nele está ausente, ou presente apenas de forma embrionária.

A maior novidade do pós-concílio, na teologia e na vida da Igreja, tem um nome específico: o Espírito Santo. O Concílio não havia ignorado a sua ação na Igreja, mas havia falado quase sempre "en passant", mencionando-o muitas vezes, mas sem destacar o seu papel central, nem sequer na constituição sobre a Liturgia. Em uma conversa, no tempo em que estávamos juntos na Comissão Teológica Internacional, recordo que o Pe. Yves Congar usou uma imagem forte a este respeito; falou de um Espírito Santo, espalhado aqui e ali nos textos, como se faz com o açúcar nos doces, mas que não se torna parte da composição da massa.

Mas o degelo havia começado. Podemos dizer que a intuição de São João XXIII do Concílio como sendo “um novo Pentecostes para a Igreja” encontrou a sua implementação somente mais tarde, terminado o concílio, como tem acontecido muitas vezes nas histórias dos concílios.

No próximo ano nós comemoramos o 50º aniversário do início, na Igreja Católica, da Renovação Carismática. É um dos muitos sinais – o mais evidente pela vastidão do fenômeno – do despertar do Espírito e dos carismas na Igreja. O Concílio havia preparado o caminho para a sua recepção, falando, na Lumen Gentium, da dimensão carismática da Igreja, juntamente com aquela institucional e hierárquica, e insistindo na importância dos carismas[1]. Na homilia da Missa Crismal da Quinta-feira Santa de 2012, Bento XVI disse:

"Quem olha para a história da época pós-conciliar pode reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que muitas vezes assumiu formas inesperadas em movimentos cheios de vida e que torna quase palpáveis a vivacidade inesgotável da Santa Igreja, a presença e a ação eficaz do Espírito Santo".

Ao mesmo tempo, a experiência renovada do Espírito Santo tem estimulado a reflexão teológica[2]. Depois do concílio se multiplicaram os tratados sobre o Espírito Santo: dentre os católicos, está o do próprio Congar[3], de K. Rahner[4], de H. Mühlen[5] e de von Balthasar[6], dentre os luteranos o de J. Moltmann[7] e M. Welker[8], e de muitos outros. Da parte do Magistério houve a encíclica de São João Paulo II "Dominum et vivificantem". Por ocasião do XVI centenário do concílio de Constantinopla, do 381, o próprio Sumo Pontífice, em 1982, promoveu um congresso internacional de Pneumatologia no Vaticano, cujas atas foram publicadas pela Livraria Editora Vaticana, em dois grandes volumes intitulados "Credo in Spiritum Sanctum[9]”.

Nos últimos anos estamos observando passos decididos nessa direção. No fim de sua carreira, Karl Barth fez uma declaração provocativa que foi, em parte, também uma autocrítica. Disse que no futuro iria desenvolver uma teologia diferente, a “teologia do terceiro artigo”. Por “terceiro artigo” entendia, naturalmente, o artigo do credo sobre o Espírito Santo. A sugestão não caiu no vazio. Desde que foi lançada a proposta surgiu a atual corrente denominada, precisamente, "Teologia do terceiro artigo".

Não acredito que tal corrente queira tomar o lugar da teologia tradicional (seria um erro se pretendesse), mas sim estar do lado e reaviva-la. Ela se propõe a fazer do Espírito Santo não somente o objeto do tratado que lhe diz respeito, a Pneumatologia, mas por assim dizer a atmosfera na qual se desenvolve toda a vida da Igreja e toda pesquisa teológica, "a luz dos dogmas", como um antigo Padre da Igreja definia o Espírito Santo.

O tratado mais completo desta recente corrente teológica é o volume de ensaios surgido em Inglês no último mês de setembro, com o título "Teologia do terceiro artigo. Para uma dogmática pneumatológica[10]”.  Nesse, partindo da doutrina trinitária da grande tradição, teólogos de várias Igrejas cristãs oferecem a sua contribuição, como premissa de uma teologia sistemática mais aberta ao Espírito e mais adequada às exigências atuais. Inclusive foi-me pedido, como católico, uma contribuição com um ensaio sobre “Cristologia e pneumatologia nos primeiros séculos da Igreja”.

2. O credo lido de baixo

As razões que justificam esta nova orientação teológica não são apenas de ordem dogmáticas, mas também históricas. Em outras palavras, compreende-se melhor o que é e o que se propõe a teologia do terceiro artigo, se se leva em conta como se formou o atual símbolo Niceno-Constantinopolitano. A partir desta história pode-se ver com maior clareza a utilidade de ler uma vez tal símbolo “de trás para frente”, ou seja, começando do final, em vez do início.

Vou tentar explicar o que quero dizer. O símbolo Niceno-Constantinopolitano reflete a fé cristã na sua fase final, depois de todos os esclarecimentos e as definições conciliares, concluídas no V século. Reflete a ordem alcançada ao final do processo de formulação do dogma, mas não reflete o próprio processo. Não corresponde, em outras palavras, ao processo pelo qual, de fato, a fé da Igreja historicamente foi formada, e nem sequer corresponde ao processo pelo qual se chega à fé hoje, compreendida como fé viva em um Deus vivo.

 

No credo atual, parte-se de Deus Pai e criador, dele passa-se ao Filho e à sua obra redentora, e, por fim, ao Espírito Santo atuante na Igreja. Na verdade, a fé seguiu o caminho oposto. Foi a experiência Pentecostal do Espírito que levou a Igreja a descobrir quem era realmente Jesus e qual havia sido o seu ensinamento. Com Paulo e especialmente com João, se chega a subir de novo de Jesus ao Pai. É o Paráclito que, como prometido por Jesus (João 16, 13), conduz os discípulos à "verdade plena" sobre ele e o Pai.

São Basílio de Cesareia resumiu nestes termos o desdobramento da revelação e da história da salvação:

"O caminho do conhecimento de Deus procede do único Espírito, através do único Filho, até o único Pai; inversamente, a bondade natural, a santificação secondo natura, a dignidade real, se difundem pelo Pai, por meio do Unigênito, até o Espírito[11]”.

Em outras palavras, na ordem da criação e do ser, tudo parte do Pai, passa pelo Filho e chega a nós no Espírito; na ordem da redenção e do conhecimento, tudo começa com o Espírito Santo, passa pelo Filho Jesus Cristo e retorna ao Pai. Podemos dizer que São Basílio é o verdadeiro iniciador da teologia do terceiro artigo! Na tradição ocidental tudo isso é expresso de forma sucinta na última estrofe do hino Veni Creator. Dirigindo-se ao Espírito Santo, a Igreja reza dizendo:

Per te sciamus da Patrem,

noscamus atque Filium,

te utriusque Spiritum

credamus omni tempore.

 

Faça que por meio de ti conheçamos o Pai,

que conheçamos ao mesmo tempo o Filho

e em ti que es o Espírito de ambos

creiamos firmemente hoje e sempre.

 

Isso de forma alguma significa que o Credo da Igreja não seja perfeito ou que deva ser reformado. Ele só pode ser assim do jeito que é. É a maneira de lê-lo que, por vezes, é útil mudar, para refazer o caminho com o qual se formou. Entre as duas formas de utilizar o credo – como um produto realizado, ou no seu próprio fazer-se –, existe a mesma diferença de fazer pessoalmente, no início da manhã, a escalada do Monte Sinai partindo do mosteiro de Santa Catarina, ou ler a narração de alguém que fez a escalada antes de nós.

3. Um comentário ao “terceiro artigo”

Com isto em mente, nas três meditações de Advento, gostaria de propor reflexões sobre alguns aspectos da ação do Espírito Santo, partindo precisamente do terceiro artigo do credo que lhe diz respeito. Este compreende três grandes afirmações. Vamos começar com a primeira:

a. “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”.

O credo não diz que o Espírito Santo é "o" Senhor (acima, no credo, se proclama, "e creio em um só Senhor Jesus Cristo"!). Senhor (no texto original, to kyrion, neutro!) indica aqui a natureza, não a pessoa; diz o que é, não quem é o Espírito Santo. "Senhor" significa que o Espírito Santo compartilha o Senhorio de Deus, que está do lado do Criador, e não das criaturas; em outras palavras, que é de natureza divina.

A Igreja chegou a esta certeza baseando-se não somente na Escritura, mas também na própria experiência de salvação. O Espírito, já escrevia Santo Atanásio, não pode ser uma criatura, porque quando somos tocados por ele (nos sacramentos, na Palavra, na oração) fazemos a experiência de entrar em contato com Deus em pessoa, e não com o seu intermediário. Se nos diviniza, isso significa que ele próprio é Deus[12].

Não se poderia, no símbolo de fé, dizer a mesma coisa de forma mais explícita, definindo o Espírito Santo puramente e simplesmente “Deus e consubstancial ao Pai", como havia sido feito para o Filho? Certamente, e foi precisamente essa a crítica movida rapidamente por alguns bispos, dentre os quais São Gregório de Nazianzo, à definição. Por razões de conveniência e de paz, eles preferiram dizer a mesma coisa com expressões equivalentes, atribuindo ao Espírito, além do título de Senhor, também a isotimia, ou seja, a igualdade com o Pai e o Filho na adoração e na glorificação da Igreja.

A expressão segundo a qual o Espírito Santo "dá a vida" é tomada de várias passagens do Novo Testamento: "É o Espírito que dá a vida" (Jo 6, 63); "A lei do Espírito dá a vida em Cristo Jesus" (Rm 8, 2); "O último Adão tornou-se espírito que dá a vida" (1 Cor 15, 45); "A letra mata, o Espírito dá a vida" (2 Cor 3, 6).

Temos três perguntas. Em primeiro lugar, que vida dá o Espírito Santo? Resposta: dá a vida divina, a vida de Cristo. Uma vida super-naturale, não uma super-vida natural; cria o homem novo, não o super-homem de Nietzsche "inchado de vida”. Em segundo lugar, onde nos dá uma vida assim? Resposta: no batismo, que é apresentado, de fato, como um “renascer do Espírito” (Jo 3, 5), nos sacramentos, na palavra de Deus, na oração, na fé, no sofrimento aceite em união com Cristo. Em terceiro lugar, como o Espírito nos dá a vida? Resposta: fazendo morrer as obras da carne! "Se pelo Espírito fizerdes morrer as obras do corpo, vivereis", diz São Paulo em Romanos 8, 13.

b. “... e procede do Pai (e do Filho) e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”

Passemos agora à segunda grande afirmação do credo sobre o Espírito Santo. Até agora, o símbolo de fé nos falou da natureza do Espírito, não ainda da pessoa; nos disse o que é, não quem é o Espírito; falou-nos sobre o que é comum ao Espírito Santo, ao Pai e ao Filho – o fato de ser Deus e de dar a vida. Com a presente afirmação se passa ao que distingue o Espírito Santo do Pai e do Filho. O que o distingue do Pai é que procede dele (um é aquele que procede, outro de quem procede!); o que o diferencia do Filho é que procede do Pai e não por geração, mas por inspiração; para expressar-nos em termos simbólicos, não como o conceito (logos) que procede da mente, mas como o sopro que procede da boca.

É o elemento central do artigo do credo, aquele com o qual se pretendia definir o lugar que ocupa o Paráclito na Trindade. Esta parte do símbolo é conhecida especialmente pelo problema do Filioque, que foi por um milênio o objeto principal de desacordo entre o Oriente e o Ocidente. Não vou me debruçar sobre este problema já muito discutido, até porque eu mesmo já falei aqui, tratando sobre o acordo de fé entre Oriente e Ocidente na Quaresma do ano passado.

Vou apenas destacar o que podemos reter desta parte do símbolo e que enriquece a nossa fé comum, além das disputas teológicas. Isso nos diz que o Espírito Santo não é um parente pobre na Trindade. Não é um simples "modo de agir" de Deus, uma energia ou um fluido que permeia o universo como pensavam os estóicos; é uma "relação subsistente", portanto, uma pessoa.

Não tanto a "terceira pessoa do singular", mas sim "a primeira pessoa do plural". O "Nós" do Pai e do Filho[13]. Quando, para expressar-nos de modo humano, o Pai e o Filho falam do Espírito Santo, não dizem “eles”, mas dizem “nós”, porque ele é a unidade do Pai e do Filho. Aqui se vê a fecundidade extraordinária da intuição de Santo Agostinho para o qual o Pai é aquele que ama, o Filho o amado e o Espírito o amor que os une, o dom mútuo. Sobre isso está baseada a crença da Igreja ocidental, segundo a qual o Espírito Santo procede “do Pai e do Filho”.

O Espírito Santo, apesar de tudo, será sempre o Deus escondido, mesmo se conhecemos os efeitos. Ele é como o vento: ninguém sabe de onde vem e para onde vai, mas vemos os efeitos da sua passagem. É como a luz que ilumina tudo o que está à frente, ficando ela própria escondida.

Por isso é a pessoa menos conhecido e amada das Três, apesar de ser o Amor em pessoa. Nos é mais fácil pensar no Pai e no Filho como “pessoas”, mas é mais difícil para nós o Espírito. Não existem categorias humanas que podem ajudar-nos a compreender este mistério. Para falar de Deus Pai nos ajudamos da filosofia que trata da causa primeira (o Deus dos filósofos); para falar do Filho temos a analogia da relação humana pai-filho e temos também a história, já que o Verbo se fez carne. Para falar do Espírito Santo só temos a revelação e a experiência. A própria Escritura fala dele servindo-se quase sempre de símbolos naturais: a luz, o fogo, o vento, a água, o perfume, a pomba.

Compreenderemos totalmente quem é o Espírito Santo só no paraíso. Na verdade, o viveremos em uma vida que não terá fim, em um aprofundamento que nos dará alegria imensa. Será como um incêndio muito doce que inundará a nossa alma e a encherá de bem-aventuranças, como quando o amor invade o coração de uma pessoa e esta se sente feliz.

c. "... e falou pelos profetas"

Estamos na terceira e última grande afirmação sobre o Espírito Santo. Depois de professar a nossa fé na ação vivificante e santificadora do Espírito na primeira parte do artigo (o Espírito que é o Senhor e dá a vida), agora se menciona também a sua ação carismática. Dessa se nomeia um carisma por todos, aquele que Paulo disse ser o primeiro por importância, ou seja, a profecia (cf. 1 Cor 14).

Até do carisma profético se menciona somente um momento: o Espírito que “falou por meio dos profetas”, ou seja, no Antigo Testamento. A afirmação é baseada em vários textos da Escritura, mas, em particular, em 2 Pedro 1, 21: "Movidos pelo Espírito Santo, falaram alguns homens da parte de Deus."

4. Um artigo a ser completado

A Carta aos Hebreus diz que "depois de falar um tempo por meio dos profetas, nos últimos tempos, Deus falou a nós no Filho" (cf. Hb 1,1-2). O Espírito não parou, então, de falar por meio dos profetas; o fez com Jesus e o faz ainda hoje na Igreja. Esta e outras lacunas do símbolo foram preenchidas gradualmente na prática da Igreja, sem necessidade, para isso, de mudar o texto do credo (como aconteceu, infelizmente, no mundo latino, com a adição do Filioque). Vemos um exemplo na epiclese da liturgia ortodoxa rezada por São Tiago, que diz assim:

"Envia... o teu santíssimo Espírito, Senhor e vivificador, que senta contigo, Deus e Pai, e com o teu Filho unigênito; que reina consubstancial e co-eterno. Ele falou na Lei, nos Profetas e no Novo Testamento; desceu em forma de pomba em nosso Senhor Jesus Cristo no rio Jordão, repousando sobre ele, e desceu sobre os santos apóstolos... no dia do Santo Pentecostes[14]".

Ficaria decepcionado quem quisesse encontrar no artigo sobre o Espírito Santo tudo, ou talvez só o melhor, da revelação bíblica sobre ele. Isso mostra a natureza e o limite de cada definição dogmática. O seu objetivo não é dizer tudo sobre um dado de fé, mas traçar um perímetro dentro do qual deve-se colocar cada afirmação sobre tal dado e que nenhuma afirmação pode contradizê-lo. A isso deve-se acrescentar, no nosso caso, o fato de que o artigo foi elaborado em um momento no qual a reflexão sobre o Paráclito estava apenas no começo e razões históricas contingentes ( o desejo de paz do imperador) impunham, como mencionei acima, um acordo entre as partes.

Contudo, nós não fomos abandonados somente com as palavras do credo sobre o Paráclito. A teologia, a liturgia e a piedade cristã, tanto no Oriente como no Ocidente, cobriram de “carne e sangue” as parcas afirmações do símbolo de fé.

Na sequência de Pentecostes, a relação íntima e pessoal com o Espírito Santo com cada palavra (uma dimensão completamente ausente no símbolo), é expressa por títulos como Pai dos pobres, luz dos corações, doce hóspede da alma e dulcíssimo alívio. A mesma sequência dirige ao Espírito Santo uma série de orações que são especialmente belas e respondem às nossas necessidades. Concluimos, proclamando-as juntos, talvez tentando encontrar entre elas aquela que sentimos mais necessária para nós:

Lava quod est sórdidum,
riga quod est áridum,
sana quod est sáucium.

Flecte quod est rígidum,
fove quod est frígidum,
rege quod est dévium.

Lava o que está impuro,

molha o que está seco,

cura o que sangra.

 

Dobra o que está rígido,

aquece o que está frio,

endireita o que está torto.

 

[© Tradução ao português, do original italiano, feita por Thácio Siqueira]

 

 

 

 

[1] Lumen gentium 12.

[2] Cf. La riscoperta dello Spirito. Esperienza e teologia dello Spirito Santo, a cura di Claus Hartmann e Heribert Muhlen, Milano 1975 (ed. originale, Erfahrung und Theolgie des Heiligen Geistes, München 1974).

[3] Y. Congar, Credo nello Spirito Santo, 2,  Brescia 1982, pp. 157-224

[4] K. Rahner, Erfahrung des Geistes. Meditation auf Pfingsten, Herder, Friburgo  i. Br. 1977.

[5] H. Mühlen , Der Heilige Geist als Person. Ich - Du - Wir, Münster in W., 1963

[6] U. von Balthasar, Spiritus Creator, Brescia 1972, p. 109.

[7] J. Moltmann, Lo Spirito della vita, , Brescia 1994, pp. 102-108

[8] M. Welker, Lo Spirito di Dio. Teologia dello Spirito Santo, Brescia 1995, p.62.

[9] Editi da Libreria Editrice Vaticana nel 1983.

[10] Third Article Theology: A Pneumatological Dogmatics, a cura di Myk Habets, Fortress Press, Settembre 2016.

 

[11] Basilio di Cesarea, De  Spiritu Sancto XVIII, 47 (PG 32 , 153).

[12] S. Atanasio, Lettere a Serapione, I, 24 (PG 26, 585).

[13] Cf H. Mühlen, Der Heilige Geist als Person. Ich - Du - Wir, Aschendorff, Münster in W. 1963. Il primo a definire lo Spirito Santo il «divino Noi» è stato S. Kierkegaard, Diario II A 731 (23 aprile 1838).

[14] In A. Hänggi - I. Pahl, Prex Eucharistica, Fribourg, Suisse, 1968, p. 250.

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Papa recebe Presidente do Uruguai: situação regional na pauta

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Cidade do Vaticano (RV) – A situação política nacional e regional - com especial referência ao desenvolvimento das instituições democráticas e a situação social e humanitária da América Latina – pautou o encontro de 40 minutos do Papa Francisco com o Presidente da República do Uruguai, Tabaré Ramion Vázquez Rosas na manhã desta sexta-feira, no Vaticano. A seguir, o mandatário uruguaio manteve conversações com o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin.

Os cordiais colóquios evidenciaram as boas relações existentes entre a Santa Sé e o Uruguai e o comum interesse pelo desenvolvimento integral da pessoa, o respeito dos direitos humanos e a paz social. Em tal contexto, foi evidenciado o papel e a contribuição positiva das instituições católicas na sociedade uruguaia, especialmente na promoção humana, na formação e na assistência aos mais necessitados.

O Presidente uruguaio chegou ao Vaticano acompanhado de sua esposa, María Auxiliadora Delgado, e um de seus filhos, Alvaro, assim como dos Secretários. 

Durante a troca de dons, Francisco recebeu do Presidente uma típica ametista do país sul-americano, enquanto entregou a ele uma medalha de bronze e uma cópia de três documentos por ele escritos: Laudato Sii, Amoris laetitia  e Evangelii Gaudium.

Enquanto entregava a Rosas este que é o conteúdo programático de sue pontificado, Francisco exclamou, com um tom de surpresa: “Ouvi que o Mujica falava na rádio da Evangelii Gaudium”. O Papa, de fato, encontrou o ex-Presidente Mujica – com quem mantém relações de cordialidade e respeito -  durante a audiência com os Movimentos Populares realizada recentemente no Vaticano.

(JE)

 

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Papa reconhece martírio de espanhóis durante guerra civil

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu em audiência na tarde de quinta-feira (1º/12) o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Card. Angelo Amato.

No decorrer da audiência, Francisco autorizou a Congregação a promulgar os decretos concernentes:

- ao milagre atribuído à intercessão do venerável Servo de Deus João Schiavo, Sacerdote professo da Congregação de São José; nascido em 8 de julho de 1903 e morto em 27 de janeiro de 1967;

- ao martírio dos Servos de Deus Vicente Queralt Lloret, Sacerdote professo da Congregação da Missão, e 20 companheiros, entre os quais seis sacerdotres professos da mesma Congregação, cinco sacerdotes diocesanos, duas religiosas Filhas da Caridade e sete leigos da Associação Filhos de Maria da Medalha Milagrosa, assassinados por ódio à fé durante a guerra civil espanhola entre 1936 e 1937;

- ao martírio do Servo de Deus Teófilo Matulionis, Arcebispo-Bispo de Kaišiadorys (Lituânia); nascido em 22 de junho de 1873 e assassinado por ódio à fé em 20 de agosto de 1962;

- ao martírio do Servo de Deus Stanley Francesco Rother, Sacerdote diocesano; nascido em 27 de março de 1935 e assassinado por ódio à fé em 28 de julho de 1981;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus Guilherme Massaja, da Ordem dos Frades Menores Capuchinos, Cardeal da Igreja; nascido em 8 de junho de 1809 e morto em 6 de agosto de 1889;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus Nunzio Russo, Sacerdote diocesano, Fundador da Congregação das Filhas da Cruz; nascido em 30 de outubro de 1841 e morto em 22 de novembro de 1906;

- às virtudes heroicas do Servo di Dio José Bau Burguet, Sacerdote diocesano, pároco em Masarrochos (Spagna); nato il 20 aprile 1867 e morto il 22 novembre 1932;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus Mario Ciceri, Sacerdote diocesano; nascido em 8 de setembro de 1900 e morto em 4 de abril de 1945;

- às virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Giuseppa Aubert (no civil: Susana), Fundadora do Instituto das Filhas de Nossa Senhora da Compaixão; nascida em 19 de junho de 1835 e morta em 1° de outubro de 1926;

- às virtudes heroicas da Serva de Deus Luce Rodríguez-Casanova y García San Miguel, Fundadora da Congregação das Mulheres Apostólicas do Sagrado Coração; nascida em 28 de agosto de 1873 e morta em 8 de janeiro de 1949;

- às virtudes heroicas da Serva de Deus Caterina Aurelia do Preciosíssimo Sangue (no civil: Aurelia Caouette), Fundadora da Congregação das Irmãs Adoradoras do Preciosíssimo Sangue de Nossa Senhor Jesus Cristo da União de Saint-Hyacinthe; nascida em 11 de julho de 1833 e morta em 6 de julho de 1905;

- às virtudes heroicas da Serva de Deus Leonia Maria NastaƂ, Freira professa da Congregação das Pequenas Servas da Maria Imaculada; nascida em 8 de novembro de 1903 e morta em 10 de janeiro de 1940.

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A semana de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – Confira abaixo o vídeo com os principais eventos de Francisco esta semana, de 28 de novembro a 2 de dezembro.

Nas imagens, é possível recordar as homilias das missas presididas na Casa Santa Marta e as audiências que o Pontífice concedeu aos participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências, do IV Congresso mundial de pastoral para os estudantes internacionais e aos voluntários do Ano Santo da Misericórdia.

Também é possível acompanhar as palavras que o Papa dirigiu ao povo brasileiro na Audiência Geral, para expressar seu pesar pela tragédia com a Chapecoense.

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Cardeal Müller sobre carta dos 4 Cardeais: não à polarização

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Cidade do Vaticano (RV) – A Congregação para a Doutrina da Fé não pensa, no momento, em responder à carta dos quatro Cardeais que pediram ao Papa para esclarecer dúvidas sobre a interpretação da Exortação Apostólica Amoris laetitia, em particular em relação à possibilidade para os divorciados que casaram novamente de terem acesso em alguns casos à Comunhão.  A informação é do Prefeito do dicastério vaticano, Cardeal Gerhard Ludwig Müller, em entrevista concedida à Agência austríaca Kathpress.

A Congregação para a Doutrina da Fé – disse o purpurado – se movimenta e fala “com a autoridade do Papa” e não pode “participar à polêmica das opiniões”. O Cardeal observa que a carta foi endereçada pessoalmente ao Santo Padre, que poderia, por sua vez, “encarregar” o dicastério para resolver a questão, enquanto organismo competente para todas as temáticas relativas ao magistério eclesial sobre fé e sobre moral.

Debate objetivo, não à polarização

O Prefeito pediu um debate sereno sobre a Carta Apostólica Amoris laetitia. ‘Neste momento – sublinhou – é importante que cada um de nós permaneça objetivo e não se deixe levar por uma uma espécie de polarização e menos ainda contribua em inflamá-la”.

Afirmações dos Papas precedentes sempre válidas

O Cardeal Müller não trata diretamente do ponto contestado, isto é, se em alguns casos, particulares e bem motivados, os divorciados recasados possam ser admitidos à Comunhão. Mas sublinhou, no entanto, que este documento não deve ser interpretado como se as afirmações dos Papas precedentes e da Congregação para a Doutrina da Fé não sejam mais válidas, citando expressamente a resposta oficial do Dicastério à carta pastoral de três bispos da Alta Renânia de 1993, em que o Cardeal Joseph Ratzinger, então Prefeito da Congregação, havia rejeitado o pedido dos prelado para fazer uma exceção em casos particulares sobre a Comunhão aos divorciados recasados.

Indissolubilidade do matrimônio e misericórdia de Deus

A indissolubilidade do matrimônio – reiterou o Cardeal Müller – deve ser “o fundamento imóvel do ensinamento para todo acompanhamento pastoral”. Ao mesmo tempo – precisou – o Papa Francisco quer ajudar todos aqueles cujo matrimônio e cujas famílias encontram-se em crise, “a encontrar um caminho que esteja em correspondência com a vontade sempre misericordiosa de Deus”.

Vitória da verdade, não triunfo do poder

Por fim, o purpurado rejeita as teorias sobre presumíveis lutas internas no Vaticano entre aqueles que incentivam uma reforma e aqueles que, pelo contrário, a freiam: estamos falando “da vitória da verdade – concluiu – e não do triunfo do poder”.

(je)

 

 

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Igreja no Brasil



Igreja na Amazônia: de 1971 a 2002

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste espaço, o Padre Vanthuy Neto, diretor executivo do ITEPES, Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES) prossegue o seu relato sobre a trajetória da Igreja amazônica, com um perfil amazônico, uma consciência iniciada em 1952 e que tem amadurecido a cada Encontro. 

Segundo o estudioso, as décadas de 70 a 90 foram marcadas por uma maior consciência ambiental, ao ponto que a Igreja dedicou em 2004 a sua Campanha da Fraternidade ao tema da Amazônia: Água, fonte de Vida. Vamos começando esta segunda parte da reportagem a partir do ano 1971. Ouça a entrevista integral aqui: 

“Em 1971, a Presidência da CNBB visitou várias prelazias da Amazônia: Dom Ivo, Dom Aloísio e Gaudêncio Ramos, que era o bispo de Belém. Tomaram consciência das distâncias e começou a surgir a ideia do Projeto ‘Igrejas-irmãs’”.

“Em 1972, o grande Encontro em Santarém, a ‘grande carta da Igreja na Amazônia’. Dali surgiram dois caminhos: que a evangelização na Amazônia passava por um ‘encarnar-se’ na realidade: assumir toda a realidade amazônica; e que a evangelização deveria ser libertadora. Naquele ano, o bispo de São Félix, Dom Pedro Casaldaliga, lançava a carta ‘Uma Igreja em conflito com o latifúndio e a marginalização social’. Ainda em 1972, foi fundado o Conselho Indigenista Missionário. Aquela foi uma ‘década amazônica’, com um despertar da população e dos bispos”.

(CM)

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Pe. Gusberti: ser missionário é saber responder ao chamado de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja é missionária por natureza. “Uma Igreja fechada em si mesma trai sua própria identidade”, disse o  Papa Francisco numa de suas audiências gerais. 

O II Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, realizado em novembro passado, em Belém (PA), reuniu bispos, coordenadores de pastoral, religiosos, sacerdotes e leigos comprometidos com os povos da Amazônia na defesa da vida e construindo com eles uma nova forma de ser cristão e de ser Igreja, segundo as indicações do  Papa Francisco.

Cristiane Murray acompanhou esse evento e conversou com o Pe. Jaime Luiz Gusberti da Diocese de Caxias do Sul (RS) sobre o trabalho missionário dessa diocese gaúcha em Porto Velho (RO).

(MJ/CM)

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Igreja no Mundo



Papa recorda 100 anos da morte de Charles de Foucauld

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recordou ao término da missa celebrada esta quinta-feira (01/12) na casa Santa Marta, no Vaticano, o 100º aniversário da morte do Beato Charles de Foucauld, assassinado na Argélia em 1º de dezembro de 1916.

“Era um homem que venceu muitas resistências e deu um testemunho que fez bem à Igreja. Peçamos que nos abençoe do céu e nos ajude a caminhar em suas pegadas de pobreza, contemplação e serviço aos pobres”, disse Francisco.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o vice-postulador da causa de Canonização de Foucauld, Pe. Andrea Mandonico, nos diz qual é a característica mais atual do carisma do Beato:

Pe. Andrea Mandonico:- “Numa realidade como a nossa, sem dúvida, a fraternidade: depois, o testemunho cristão, um modo que vale para todos, não somente para quem se encontra em terra de missão, mas para todos nós. Ser nós mesmos Evangelhos vivos e testemunhá-lo com a vida, com o modo de fazer. O terceiro aspecto importante é o de fazer-se próximo, Eucaristia para os outros, dom para os outros. Basta pensar em toda aquela ampla gama, aquela grande extensão que permite ser dom na vida familiar, no trabalho, no encontro com os outros, na relação com os outros, no diálogo... podemos tomá-lo como base, como fundamento da nossa vida cristã.”

RV: Essa espiritualidade se encontra também no Papa Francisco...

Pe. Andrea Mandonico:- “Com certeza! Basta ler a ‘Evangelii Gaudium’ com essa visão e se encontram as passagens magníficas de correspondência entre aquilo que o Papa Francisco escreve e aquilo que o Beato irmão Foucauld nos deixou como espiritualidade. Por exemplo, a proximidade ao outro, não permanecer fechados em si mesmos, ir às periferias do mundo e ele foi naquele momento estar em meio aos Tuaregues, que eram desconhecidos; e ademais, onde o Papa fala sobre a espiritualidade como importância da intercessão, da oração, esse aspecto no irmão Foucauld foi realmente um grande pilar, o de rezar a fim de que todos possam ir para o paraíso.”

RV: O que significava para Charles de Foucauld “incarnar a vida oculta de Nazaré”?

Pe. Andrea Mandonico:- “Viver como Jesus viveu em Nazaré, no meio dos outros, fazendo-se próximo dos outros, vendo nele – diz sempre – o rosto de Jesus. Levar a Eucaristia, não somente na adoração, na celebração, na adoração eucarística, mas fazendo-se ele mesmo Eucaristia, ou seja, dom para estes irmãos. Voltemos ao que disse antes, da possibilidade da proximidade a estes irmãos mais pobres. Ademais, outra coisa importante: ele dizia “tornar-se Evangelho vivo”, e deixou isso escrito, é um mandato também para seus discípulos. Carregar Jesus segundo o estilo de Nazaré não é pregar, mas gritar Jesus com a própria vida, por conseguinte, uma vida evangélica, uma vida santa, seguindo aquilo que lhe dissera seu diretor espiritual: “Com essa vida santa e boa suscita nos outros a interpelação: ‘Como é possível que este homem seja tão bom?’”. Eu sou assim bom – dizia ele – porque meu Senhor é ainda melhor do que eu.”

RV: Em todo caso, uma vida admirável, sempre voltada para a misericórdia...

Pe. Andrea Mandonico:- “Como Maria carregava Jesus consigo no próprio seio materno e o levou à casa de Zacarias, e levando-o santificou, redimiu, salvou toda a família, a casa de Zacarias, do mesmo modo também eu – dizia – devo levar Jesus na Eucaristia e no Evangelho em meio aos povos que ainda não o conhecem, buscando ser irmão de todos.”

RV: Ser irmão de todos significou para ele aprender imediatamente a língua dos tuaregues...

Pe. Andrea Mandonico:- “Aprendeu o tamec e escreveu o famoso dicionário em quatro volumes, tuaregue-francês, que ainda hoje é uma obra-prima para aqueles que querem estudar sobre os tuaregues.” (RL)

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Conclusão do Ano e do Centenário de morte de Charles de Foucauld

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Argel (RV) – Concluíram-se oficialmente, neste 1° de dezembro, as celebrações do Centenário de morte de Charles de Foucauld e do Ano dedicado a este religioso francês, explorador do deserto do Saara e estudioso da língua e da cultura dos Tuaregues.

Os tuaregues fazem parte do povo berbere, nômade, que se desloca entre o centro e o Oeste do deserto do Saara.

No final da missa celebrada na Casa Santa Marta na quinta-feira, o Papa Francisco recordou que se celebrava os 100 anos do assassinato do Beato Charles de Foucauld, ocorrido na Argélia em primeiro de dezembro de 1916. Era “um homem – disse – que venceu tantas resistências e deu um testemunho que fez bem à Igreja. Peçamos que nos abençoe do céu e nos ajude a caminhar nos caminhos de pobreza, contemplação e serviço aos pobres”.

Por ocasião do Centenário de morte de Charles de Foucauld, os Bispos argelinos divulgaram uma Carta destacando o exemplo deste bem-aventurado, que continua a inspirar aquela Igreja. Em concomitância com o Jubileu da Misericórdia, que acaba de se encerrar, foi dedicado um Ano a Charles de Foucauld, cujas celebrações tiveram início em 4 de dezembro de 2015.

"Este religioso se fez tudo para todos", escrevem os Bispos, dedicando-se ao "apostolado da bondade" na Argélia, longe de fazer qualquer proselitismo. Sua vida foi marcada pela imitação de Jesus de Nazaré, pela oração e preocupação com os pobres. O seu desejo era o de ser o "irmão universal", a exemplo de Jesus, aberto à acolhida de todos, independente da condição social, religiosa ou étnica".

Até aos 28 anos, Charles de Foucauld viveu distante da fé. Mas, em uma viagem ao Marrocos, ao ver o testemunho da fé dos muçulmanos, refletiu sobre a existência de Deus e se questionou: “Mas Deus, existe? Se você existir, faça com que eu o conheça”. 

Voltando ao convívio familiar, Charles de Foucauld descobriu a fé cristã e, após uma viagem à Terra Santa, decidiu dedicar-se totalmente a Deus.

Recebeu a ordenação sacerdotal com 43 anos, quando se transferiu para o deserto do Saara, onde conviveu com o povo Tuaregue. Ali viveu como pobre entre os pobres e descobriu uma vida de oração e adoração.

Hoje, no mundo, existem 11 Congregações religiosas e oito Associações de fiéis, espalhadas pelos cinco Continentes, que levam adiante a regra de vida de Charles de Foucauld, baseada na ‘Vida de Nazaré', uma vida simples, pobre e oculta.

Charles de Foucauld foi beatificado pelo Papa emérito Bento XVI, em 13 de novembro de 2005.

 

(JE/MT)

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Sínodo Arquidiocesano de Lisboa: "O sonho missionário de chegar a todos"

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Lisboa (RV) - Com o título “O sonho missionário de chegar a todos”, está em andamento até o próximo domingo (04/12), no Centro de espiritualidade de Turcifal, nas proximidades de Torres Vedras, no distrito da capital portuguesa, o Sínodo Arquidiocesano de Lisboa.

Para a ocasião, o Patriarcado publicou a segunda versão do Documento de Trabalho. “O caminho sinodal parece indicar percursos de renovação eclesial que se concentram sobre algumas opções fundamentais (missionária e evangelizadora, comunitária, familiar e vocacional), cuja implementação cria pontos ulteriores de reflexão”, lê-se.

Essa segunda versão do Documento de Trabalho reúne uma série de contribuições e busca “sistematizar” as propostas obtidas na arquidiocese a partir de setembro de 2014. O objetivo principal era concretizar as orientações indicadas pelo Papa Francisco, em particular, reforçando a opção missionária e aplicando a reforma das estruturas.

À escuta do mundo; notáveis sinais de esperança

O texto, que no próximo domingo, dia 4, será entregue oficialmente aos membros do Sínodo, é dividido em três áreas temáticas e se inicia colocando-se “à escuta do mundo”, que hoje se tem mostrado “cada vez mais heterogêneo e complexo”, e “olhando para a Igreja” através de suas práticas e estruturas, suas formas de presença e de linguagem, como através de seus limites e de suas potencialidades.

No mundo atual encontram-se “notáveis sinais de esperança” – lê-se no documento –, mas também “sinais de perigo” como o crescente individualismo com efeitos em muitos setores da vida que se concretizam na erosão da noção de bem comum, na desconfiança nas instituições e nos indivíduos, na procura desequilibrada de bem-estar pessoal, na competitividade social e econômica.

No que tange à Igreja católica, o Patriarcado de Lisboa evidencia “várias expressões” de “crise do compromisso comunitário” e problemas na organização e ação eclesial, como “a falta de coordenação pastoral e a multiplicação das propostas”, a tendência a “concentrar-se nas particularidades e no imediato”, a “resistência a ir além da rotina”, bem como “várias lacunas de formação dos agentes de pastoral”.

Conversão pastoral e missionária da Igreja

No segundo ponto, dedicado aos critérios para a ação eclesial, estão presentes oito modalidades de discernimento e de caminho concreto a partir da Exortação apostólica do Papa Francisco “Evangelii gaudium”, das indicações do Patriarca de Lisboa, Cardeal Manuel Clemente, e das contribuições daqueles que prepararam o Sínodo, relativos a temas específicos: tempo, unidade, realidade, totalidade, autenticidade, inclusão, família, qualidade e beleza.

O último tema do Documento de Trabalho concentra-se na conversão pastoral e missionária da Igreja que implica, entre outras coisas, uma “maior dedicação e competência de seus agentes pastorais”.

As conclusões sob o manto da Imaculada Conceição

O Sínodo realiza-se no contexto dos 300 anos de instituição do Patriarcado e dos 376 da realização, em 1640, do último Sínodo Arquidiocesano de Lisboa. Composta por 137 leigos, sacerdotes e religiosos, a assembleia examinará o Documento de Trabalho fruto da reflexão que teve como base a Exortação “Evangelii gaudium”.

O Cardeal Manuel Clemente anunciou a elaboração de um documento que apresentará as linhas-mestras da ação pastoral da Igreja arquidiocesana para os próximos anos.

O último ato do Sínodo coincidirá com a solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, dia 8 de dezembro: às 15h30 locais, na igreja do Mosteiro dos Jerônimos, se realizará uma cerimônia durante a qual serão ordenados alguns diáconos. (L’Osservatore Romano / RL)

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Atualidades



Dia Internacional para a Abolição da Escravidão: 21 milhões de vítimas no mundo

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Nova Iorque (RV) -  Celebra-se, nesta sexta-feira (02/12), o “Dia Internacional para a Abolição da Escravidão”.

A Organização das Nações Unidas (ONU) criou este dia em 2004. Esta data lembra a assinatura da Convenção das Nações Unidas, em 2 de dezembro de 1949, para a Supressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição de Pessoas.

A ONU calcula a existência de 21 milhões de vítimas da escravidão espalhadas pelo mundo. A escravidão é um crime e os que o cometem, permitem ou toleram, devem responder perante a justiça.

A escravidão remonta aos tempos mais antigos da humanidade, com relatos inclusive na Bíblia. Ela era vista e vivida em várias maneiras, conforme o contexto histórico-geográfico.

Apesar dos progressos registados, a abolição da escravidão é ainda uma meta a ser atingida em pleno século XXI. Eis porque, neste dia 2 de dezembro, somo convidados a refletir e a lutar contra esta chaga da humanidade.

A escravatura faz-se sentir ainda, em nossos dias, de várias formas: trabalho forçado, servidão obrigatória, tráfico de crianças e mulheres, prostituição, escravatura doméstica, trabalho infantil, casamentos combinados, entre outros.

No Brasil, em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, entrava em vigor a liberdade total e definitiva alcançada, finalmente, pelos negros. A Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, abolia definitivamente a escravidão em nosso país.

Por ocasião do “Dia Internacional para a Abolição da Escravidão”, celebrado nesta sexta-feira, 2 de dezembro, o Papa, em seu tuíte, “convida todas as pessoas de boa vontade a agirem contra o tráfico de pessoas e as novas formas de escravidão”. (MT)

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Terra Santa: fecha-se a Porta Santa, mas permanece a Misericórdia pelas feridas

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Jerusalém (RV) – Com uma Santa Missa celebrada na Basílica do Getsêmani – presidida pelo Vigário Patriarcal Dom William Shomali, juntamente com o Custódio da Terra Santa, Francesco Patton – será fechada este sábado em Jerusalém a Porta Santa, aberta justamente na Basílica da Agonia em 13 de dezembro de 2015, por ocasião do Jubileu da Misericórdia.

Um ano muito rico, marcado por pequenas mas significativas iniciativas - explica aos microfones da Rádio Vaticano o Arcebispo Pierbattista Pizzaballa, franciscano, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, e que nos dias passados participou em Roma da reunião da 14ª Comissão bilateral das delegações do Grande Rabinato de Israel e da Comissão da Santa Sé para as Relações com o Judaísmo.

“É o mesmo do fechamento do Jubileu e da Porta Santa um pouco como em todas as partes do mundo: o de concluir – como disse também o Papa Francisco – o Ano Jubilar, fazendo também tesouro de tudo o que foi feito neste ano e de continuar a ternura aberta – como disse o Pontífice – a “Porta da Misericórdia”. E quem mais do que nós? Aqui na Terra Santa temos necessidade de misericórdia pelas tantas feridas e divisões que nos envolvem”.

RV: O fato de que as Portas Santas tenham sido abertas também – e sobretudo – onde é mais intenso o sofrimento dos cristãos e onde a dificuldade de convivência entre os fieis de diferentes religiões assume muitas vezes uma dimensão bem visível, fez nascer o que na Terra Santa?

“Gerou tantas iniciativas. Não esperávamos isto e não tivemos grandes eventos que tenham mudado o curso da história aqui no nosso presente, porém tivemos tantas pequenas iniciativas a nível de território: penso na ajuda aos refugiados, aos imigrantes; penso nas tantas iniciativas de parcerias entre escolas israelenses e palestinas. Tantas pequenas realidades que marcaram um pouco o território na vida ordinária de tantas pessoas”.

RV: Infelizmente se registra ainda uma tensão nas conversações israelense-palestinas. Quais são os seus votos?

“O meu desejo é que os políticos, aqueles isto é, que devem tomar as decisões, tenham coragem e visão. Infelizmente, com muito realismo, devo dizer que a curto e médio prazo não vejo tudo isto. Mesmo assim continuamos a trabalhar no território, com as pessoas, para fazer alguma coisa. Existem muitas iniciativas a nível de associações e também a nível religioso entre cristãos, judeus e muçulmanos, que não são notícia, e que talvez também até seja bom que não se transformem em notícia, porque de outra forma entrariam dinâmicas de visibilidade e de medo que poderiam complicar o todo. Mas são muitíssimas”.

RV: Recentemente o senhor assinou um Documento conjunto entre o Grande Rabinato de Israel e a Santa Sé. Depois a Resolução da UNESCO que fala dos Lugares Santos de Jerusalém Leste, nomeando-os somente em árabe e não em língua hebraica. O que se falou a respeito da tentativa de negar a história bíblica e a ligação do povo de judaico ao lugar mais santo do mundo, o Monte do Templo?

“Evidentemente, naquela circunstância, havia muito desapontamento, sobretudo pela parte judaico-israelense e não tanto pelo conteúdo, mas pelo modo como foi escrito e elaborado (o Documento da resolução, ndr) que é objetivamente problemático”.

RV: Portanto, foi reafirmado o princípio do respeito universal pelos Lugares Santos de cada religião?

“Certo. É necessário haver um respeito universal por todos os Locais Sagrados, os muçulmanos, os cristãos e os judaicos. E sobretudo respeito pela história. Ninguém quer negar a realidade presente, mas a história é aquela e não existem elementos para mudá-la”.

RV: Depois deste comunicado, qual será o próximo passo da Comissão Conjunta?

“Haverá outras reuniões e iniciativas aqui na Terra Santa e em Israel, de continuação destes colóquios sobre vários temas: o próximo tema será sobre a mídia e ética, que é um tema muito atual”.

(je/ga)

 

 

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Basílica de Santa Rita de Cássia será reaberta

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Cássia (RV) - No próximo dia 04, II Domingo de Advento, será reaberta em Cássia, na Itália, a Basílica de Santa Rita danificada pelos terremotos de 24 de agosto e de 26 e 30 de outubro passados.

Às 14h locais, o Arcebispo de Spoleto-Norcia, Dom Renato Boccardo, presidirá um momento de oração para a reabertura do templo. Depois às 16h locais, presidirá em Norcia, na Praça São Bento, a celebração eucarística com o Corpo de Bombeiros. Nesse  dia, se celebra também Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros.

“Será uma ocasião para manifestar apreço e gratidão ao trabalho generoso e competente que os bombeiros realizam todos os dias em favor das pessoas marcadas pelo terremoto”, disse o prelado italiano.
 
No último domingo (27/11), em Cássia, Dom Boccardo inaugurou o centro pastoral situado na Praça Dante. Foi uma data importante para a comunidade cristã de Cássia depois dos dois terremotos que abalaram aquela região, pois marca um retorno à normalidade em relação à vida paroquial.
 
“Santa Rita e São Bento nos protegeram, evitando que houvesse mortos e feridos graves”, disse o prelado durante sua visita às monjas agostinianas de Cássia que depois do terremoto de 30 de outubro foram acolhidas pelas religiosas agostinianas no Mosteiro de Lecceto, em Siena.

(MJ)

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Condenado ex-sacerdote que caluniou expoentes da Cúria

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Roma (RV) – Denunciou falsamente altos expoentes da Cúria romana, acusando-os de supostos crimes de pedofilia e prostituição de menores.

Declarações falsas que determinaram, primeiro, a sua prisão em junho de 2013, e neste dia 2 de dezembro, a condenação a seis anos e 11 meses de reclusão, por crime de calúnia agravada e continuada.

A pena foi pronunciada pelo juiz romano Angelo Giannetti e imputada ao ex-sacerdote Patrizio Poggi, ex-pároco da Igreja de São Filipe Neri, após uma condenação sem recurso a cinco anos de prisão, por abuso de menores.

A Procuradora adjunta, Maria Monteleone, havia pedido 9 anos de reclusão, ao considerar ter ficado demonstrado que Poggia concebeu seu “plano” calunioso, também com a construção de falsas provas testemunhais, “enquanto animado por ressentimentos e motivações pessoais em relação a alguns bispos, por ele acusados de serviços sexuais a pagamento com menores”.

Poggi havia agido assim, também por estar convencido “de que o êxito positivo das investigações por ele estimuladas sobre o fenômeno dos “padres pedófilos”, poderia incidir positivamente, também com ameaças de chantagem, sobre suas tentativas de obter do Vaticano a revogação das providências de perda do seu estado clerical e sobre uma eventual revisão do processo com que havia sido condenado, no passado, por atos sexuais com menores”.

(je/agi)

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Card. Vallini abrirá Jubileu em Caravaca de la Cruz

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Madrid (RV) – “Descobre o teu caminho”. Com este slogan  - que acima de tudo é um convite – foi apresentado nos dias passados em Madrid o programa do Ano Jubilar 2017 de Caravaca de la Cruz.

Esta cidade localizada à nordeste de Murcia (Espanha) - que há oito séculos custodia uma relíquia da “Santíssima verdadeira Cruz”-  obteve de João Paulo II, em 9 de janeiro de 1998, a concessão de um Jubileu a ser celebrado “in perpetuum, a cada sete anos, a partir de 2003.

A Porta Santa será aberta com uma solene celebração em 8 de janeiro, pelo Vigário Geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini.

Na apresentação do encontro – refere o L’Osservatore Romano – participaram, além das autoridades civis da cidade de Caravaca e da região de Murcia, Dom Manuel Lorca Planes, Bispo de Cartagena (em cujo território se encontra Caravaca), o Arcebispo emérito de Burgos, Dom francisco Gil Hellin, e o Bispo de Santander, Dom Manuel Sanchez Monge, em cuja diocese se encontra o Mosteiro de São Turíbio de Liebana, outro lugar privilegiado com um Jubileu perpétuo.

Na ocasião foram ilustrados os eventos principais previsto durante o ano. Em particular, aos peregrinos será proposto percorrer o “Caminho do Levante”, um percurso de 118 km que parte de Orihuela e atravessa seis municípios, com mais de cem pontos de interesse religiosos e cultural, antes de chegar ao destino final, Caravaca.

Não faltarão mostras, uma das quais - “Cruces de Caravaca” -dedicada ao criador de imagens sacras, o murciano Francisco Salzillo, com 25 diversas interpretações da verdadeira cruz e vários eventos musicais, com concertos de música sacra.

(JE/Osservatore romano)

 

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