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Sumario del 03/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Fórum Social Fortune-Time: "Criar um novo pacto social e modelos econômicos"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre concluiu suas atividades, na manhã deste sábado (03/12), recebendo em audiência, na Sala Clementina, cerca de 400 Empresários participantes no Encontro promovido pela Time-Life. 

O Papa iniciou seu discurso aos presentes, partindo do tema que abordaram nestes dois dias de trabalhos: “O desafio do século XXI: criar um novo pacto social”.

Trata-se de um tema bastante oportuno, disse Francisco, que visa a necessidade urgente de modelos econômicos mais inclusivos e justos:

“O mais se requer, no momento, não é um novo acordo social abstrato, mas ideias concretas e ações eficazes em prol de todos, em resposta às prementes questões do nosso tempo”. Agradeço-lhes pelo que estão fazendo para promover a centralidade da dignidade da pessoa humana no âmbito das instituições e da economia e para atrair a atenção para a chaga dos pobres e refugiados, muitas vezes esquecidos pela sociedade”.

“Quando ignoramos o grito de tantos nossos irmãos e irmãs no mundo, afirmou o Papa , não só negamos os seus direitos e valores recebidos de Deus, mas também rejeitamos a sua sabedoria e talentos, tradições e culturas”. Esta atitude faz aumentar o sofrimento dos pobres e marginalizados e nós mesmos nos tornamos mais pobres, não só materialmente, mas moral e espiritualmente:

“O nosso mundo, hoje, é marcado por grande inquietação. A desigualdade entre os povos continua a aumentar e muitas comunidades são atingidas pela guerra, pobreza ou crescente número de migrantes e refugiados. Apesar disso, estamos vivendo um momento de esperança”.

A própria presença dos empresários aqui, hoje, constatou Francisco, é sinal de esperança, ao reconhecer os problemas e agir com decisão. Esta estratégia de renovação, porém, requer uma conversão institucional e pessoal, uma mudança de coração. Tal renovação fundamental não deve se referir apenas à economia de mercado:

“Estamos falando do bem comum da humanidade, do direito de cada pessoa de participar dos recursos deste mundo e de ter a oportunidade de realizar as suas potencialidades, que se baseiam na dignidade dos filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança”.

Na conclusão do seu discurso, Francisco reafirmou: “Nosso grande desafio é responder aos níveis globais de injustiça promovendo um sentido de responsabilidade local e individual, de modo que ninguém seja excluído da vida social. A renovação, a purificação e a solidez dos modelos econômicos depende da nossa conversão pessoal e generosidade com os necessitados. E o Papa terminou, dizendo:

“Encorajo-os a continuar o trabalho que vocês iniciaram neste Fórum e a buscar meios, cada vez mais criativos, para transformar as instituições e as estruturas econômicas; estejam sempre a serviço da pessoa humana, especialmente dos marginalizados e excluídos, dando-lhes voz, ouvindo as suas histórias e compreendendo as suas necessidades”.

O Santo Padre se despediu dos empresários da Time-Life prometendo-lhes suas orações “para que seus esforços possam produzir muitos frutos”. (MT)

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Cardeal Müller sobre carta dos 4 Cardeais: não à polarização

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Cidade do Vaticano (RV) – A Congregação para a Doutrina da Fé não pensa, no momento, em responder à carta dos quatro Cardeais que pediram ao Papa para esclarecer dúvidas sobre a interpretação da Exortação Apostólica Amoris laetitia, em particular em relação à possibilidade para os divorciados que casaram novamente de terem acesso em alguns casos à Comunhão.  A informação é do Prefeito do dicastério vaticano, Cardeal Gerhard Ludwig Müller, em entrevista concedida à Agência austríaca Kathpress.

A Congregação para a Doutrina da Fé – disse o purpurado – se movimenta e fala “com a autoridade do Papa” e não pode “participar à polêmica das opiniões”. O Cardeal observa que a carta foi endereçada pessoalmente ao Santo Padre, que poderia, por sua vez, “encarregar” o dicastério para resolver a questão, enquanto organismo competente para todas as temáticas relativas ao magistério eclesial sobre fé e sobre moral.

Debate objetivo, não à polarização

O Prefeito pediu um debate sereno sobre a Carta Apostólica Amoris laetitia. ‘Neste momento – sublinhou – é importante que cada um de nós permaneça objetivo e não se deixe levar por uma uma espécie de polarização e menos ainda contribua em inflamá-la”.

Afirmações dos Papas precedentes sempre válidas

O Cardeal Müller não trata diretamente do ponto contestado, isto é, se em alguns casos, particulares e bem motivados, os divorciados recasados possam ser admitidos à Comunhão. Mas sublinhou, no entanto, que este documento não deve ser interpretado como se as afirmações dos Papas precedentes e da Congregação para a Doutrina da Fé não sejam mais válidas, citando expressamente a resposta oficial do Dicastério à carta pastoral de três bispos da Alta Renânia de 1993, em que o Cardeal Joseph Ratzinger, então Prefeito da Congregação, havia rejeitado o pedido dos prelado para fazer uma exceção em casos particulares sobre a Comunhão aos divorciados recasados.

Indissolubilidade do matrimônio e misericórdia de Deus

A indissolubilidade do matrimônio – reiterou o Cardeal Müller – deve ser “o fundamento imóvel do ensinamento para todo acompanhamento pastoral”. Ao mesmo tempo – precisou – o Papa Francisco quer ajudar todos aqueles cujo matrimônio e cujas famílias encontram-se em crise, “a encontrar um caminho que esteja em correspondência com a vontade sempre misericordiosa de Deus”.

Vitória da verdade, não triunfo do poder

Por fim, o purpurado rejeita as teorias sobre presumíveis lutas internas no Vaticano entre aqueles que incentivam uma reforma e aqueles que, pelo contrário, a freiam: estamos falando “da vitória da verdade – concluiu – e não do triunfo do poder”.

(je)

 

 

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Igreja no Brasil



Padre João Schiavo, que viveu no Brasil, será beatificado

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Caxias do Sul (RV) - Entre os decretos autorizados pelo Papa Francisco na última quinta-feira, (1º), encontra-se o do milagre atribuído a um sacerdote que viveu durante 35 anos no Brasil, o Servo de Deus João Schiavo. Com isso, se poderá proceder à beatificação do presbítero, que deverá ocorrer em 2017.

O milagre aprovado pelo Vaticano foi a cura de Juvelino Carra, morador de Caxias do Sul (RS), que sofria de um grave problema intestinal, mas se recuperou completamente com a intercessão de Pe. Schiavo.

Tudo ocorreu em 1997. Em outubro, Juvelino Corra tinha uma forte dor intestinal e foi encaminhado para uma cirurgia de emergência. Dr. Ademir Cadore, o médico cirurgião, diagnosticou que se tratava de uma trombose mesentérica venosa superior aguda que envia todo o intestino delgado.

Após a avaliação, decidiu que seria melhor desistir da cirurgia. Assim, fechou o abdômen de Juvelino e o encaminhou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a fim de ser acompanhado até a morte iminente.

Diante dessa notícia, a esposa de Juvelino se apegou fortemente a um santinho de Padre João Schiavo e pediu: “Pe. João, tu deves sarar meu marido, tu deves ajudá-lo, tu deves reconduzi-lo para casa…”.

As orações logo alcançaram a cura do marido, que, para surpresa dos médicos e familiares, passou a apresentar sinais de melhora. Em sete dias, ele teve alta hospitalar, sem apresentar problemas ou sequelas.

Passados 12 anos deste fato, por ocasião do processo sobre o presumível milagre, as avaliações da equipe médica do Vaticano confirmaram o estado de saúde normal de Juvelino.

Sacerdote missionário no Sul do Brasil

Padre João Schiavo nasceu em Sant'Urbano de Montecchio Maggiore, Itália, no dia 8 de julho de 1903. Desde pequeno expressava o desejo de ser sacerdote. Deu o primeiro passo para realização deste sonho ao ingressar na Congregação dos Josefinos de Murialdo, onde fez sua primeira profissão religiosa em 1919.

Foi ordenado sacerdote em 10 de julho de 1927, aos 24 anos. Quatro anos mais tarde, realizou outro sonho, o de ser missionário. Obediente aos superiores, partiu para o Brasil, tendo chegado a Jaguarão (RS), em 5 de setembro de 1931.

Em terras brasileiras, desempenhou um grande trabalho vocacional e foi o primeiro mestre de noviços da missão Josefina no país. Sua missão foi desenvolvida, sobretudo, na região de Caxias do Sul.

Além disso, fundou várias obras em prol de crianças e jovens pobres, como o Abrigo de Menores São José, em Caxias do Sul; a Obra Social Educacional, em Porto Alegre (Partenon e no Morro da Cruz, respectivamente); o Abrigo de Menores em Pelotas e Rio Grande (RS); o Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá (SC).

Entre 1947 e 1956, foi o primeiro Superior Provincial dos Josefinos no Brasil. E, em 9 de maio de 1954, iniciou, em Fazenda Souza – Caxias do Sul –, o primeiro grupo das Irmãs Murialdinas de São José no Brasil. Foi também na Fazenda Souza onde fundou a Escola Santa Maria Goretti das Irmãs Murialdinas.

Atualmente, na Fazenda Souza é mantido um memorial que homenageia o Pe. Schiavo, onde estão depositados os seus restos mortais.

Ele faleceu no dia 27 de janeiro de 1967, após ter adoecido gravemente no final de novembro de 1966. Logo adquiriu fama de santidade.

A data de beatificação de Padre João Schiavo ainda não foi definida, mas, segundo a Diocese de Caxias do Sul, deverá acontecer em 2017, nesta cidade gaúcha. (SP)

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Igreja no Mundo



Polônia: Dia de oração pelas Igrejas do Leste

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Varsóvia (RV) – Neste domingo, 04 de dezembro, a Igreja polonesa celebra o Dia de Orações e de apoio material em favor das Igrejas do Leste. A iniciativa, que teve início 17 anos atrás, este ano, será enriquecida com uma “ponte de oração” entre as paróquias polonesas e aquelas da Diocese de Irkutsk na Sibéria russa.

Ajuda para construção e reforma de igrejas

No ano passado, a coleta permitiu enviar R$ 1,5 milhão para a construção e reforma de igrejas, casas paroquiais e apartamento de várias ordens e congregações religiosas, compra de material necessário para a catequese e de material litúrgico para numerosas igrejas capelas. “No total, em 2016, esta soma de dinheiro contribuiu para co-financiar 312 projetos”, declarou padre Leszek Kryza, responsável, junto à Conferência Episcopal Polonesa, do setor de ajuda e apoio às Igrejas do Leste, lembrando que graças a este dinheiro também foi possível cobrir as despesas de 10 mil jovens ucranianos e russos que participaram da JMJ 2016 em Cracóvia.

Generosidade dos doadores

Dom Antoni Dydycz, presidente do Grupo para a Ajuda e o apoio às Igrejas do Leste, na mensagem para este dia 04 de dezembro, destaca que “graças à generosidades dos doadores, os habitantes das áreas mais orientais do continente europeu poderão, com maior alegria e serenidade, viver o próximo Natal e com maior confiança olhar para o futuro”.

O prelado pede, ainda, para “transformar nem que seja só por uns 15 minutos a própria sala de casa ou o quarto em capela para rezar por aqueles que são obrigados a enfrentar a prisão espiritual e física por causa da própria religião”. (SP)

 

 

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Terra Santa: fecha-se a Porta Santa, mas permanece a Misericórdia pelas feridas

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Jerusalém (RV) – Com uma Santa Missa celebrada na Basílica do Getsêmani – presidida pelo Vigário Patriarcal Dom William Shomali, juntamente com o Custódio da Terra Santa, Francesco Patton – será fechada este sábado em Jerusalém a Porta Santa, aberta justamente na Basílica da Agonia em 13 de dezembro de 2015, por ocasião do Jubileu da Misericórdia.

Um ano muito rico, marcado por pequenas mas significativas iniciativas - explica aos microfones da Rádio Vaticano o Arcebispo Pierbattista Pizzaballa, franciscano, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, e que nos dias passados participou em Roma da reunião da 14ª Comissão bilateral das delegações do Grande Rabinato de Israel e da Comissão da Santa Sé para as Relações com o Judaísmo.

“É o mesmo do fechamento do Jubileu e da Porta Santa um pouco como em todas as partes do mundo: o de concluir – como disse também o Papa Francisco – o Ano Jubilar, fazendo também tesouro de tudo o que foi feito neste ano e de continuar a ternura aberta – como disse o Pontífice – a “Porta da Misericórdia”. E quem mais do que nós? Aqui na Terra Santa temos necessidade de misericórdia pelas tantas feridas e divisões que nos envolvem”.

RV: O fato de que as Portas Santas tenham sido abertas também – e sobretudo – onde é mais intenso o sofrimento dos cristãos e onde a dificuldade de convivência entre os fieis de diferentes religiões assume muitas vezes uma dimensão bem visível, fez nascer o que na Terra Santa?

“Gerou tantas iniciativas. Não esperávamos isto e não tivemos grandes eventos que tenham mudado o curso da história aqui no nosso presente, porém tivemos tantas pequenas iniciativas a nível de território: penso na ajuda aos refugiados, aos imigrantes; penso nas tantas iniciativas de parcerias entre escolas israelenses e palestinas. Tantas pequenas realidades que marcaram um pouco o território na vida ordinária de tantas pessoas”.

RV: Infelizmente se registra ainda uma tensão nas conversações israelense-palestinas. Quais são os seus votos?

“O meu desejo é que os políticos, aqueles isto é, que devem tomar as decisões, tenham coragem e visão. Infelizmente, com muito realismo, devo dizer que a curto e médio prazo não vejo tudo isto. Mesmo assim continuamos a trabalhar no território, com as pessoas, para fazer alguma coisa. Existem muitas iniciativas a nível de associações e também a nível religioso entre cristãos, judeus e muçulmanos, que não são notícia, e que talvez também até seja bom que não se transformem em notícia, porque de outra forma entrariam dinâmicas de visibilidade e de medo que poderiam complicar o todo. Mas são muitíssimas”.

RV: Recentemente o senhor assinou um Documento conjunto entre o Grande Rabinato de Israel e a Santa Sé. Depois a Resolução da UNESCO que fala dos Lugares Santos de Jerusalém Leste, nomeando-os somente em árabe e não em língua hebraica. O que se falou a respeito da tentativa de negar a história bíblica e a ligação do povo de judaico ao lugar mais santo do mundo, o Monte do Templo?

“Evidentemente, naquela circunstância, havia muito desapontamento, sobretudo pela parte judaico-israelense e não tanto pelo conteúdo, mas pelo modo como foi escrito e elaborado (o Documento da resolução, ndr) que é objetivamente problemático”.

RV: Portanto, foi reafirmado o princípio do respeito universal pelos Lugares Santos de cada religião?

“Certo. É necessário haver um respeito universal por todos os Locais Sagrados, os muçulmanos, os cristãos e os judaicos. E sobretudo respeito pela história. Ninguém quer negar a realidade presente, mas a história é aquela e não existem elementos para mudá-la”.

RV: Depois deste comunicado, qual será o próximo passo da Comissão Conjunta?

“Haverá outras reuniões e iniciativas aqui na Terra Santa e em Israel, de continuação destes colóquios sobre vários temas: o próximo tema será sobre a mídia e ética, que é um tema muito atual”.

(je/ga)

 

 

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Basílica de Santa Rita de Cássia será reaberta

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Cássia (RV) - No próximo dia 04, II Domingo de Advento, será reaberta em Cássia, na Itália, a Basílica de Santa Rita danificada pelos terremotos de 24 de agosto e de 26 e 30 de outubro passados.

Às 14h locais, o Arcebispo de Spoleto-Norcia, Dom Renato Boccardo, presidirá um momento de oração para a reabertura do templo. Depois às 16h locais, presidirá em Norcia, na Praça São Bento, a celebração eucarística com o Corpo de Bombeiros. Nesse  dia, se celebra também Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros.

“Será uma ocasião para manifestar apreço e gratidão ao trabalho generoso e competente que os bombeiros realizam todos os dias em favor das pessoas marcadas pelo terremoto”, disse o prelado italiano.
 
No último domingo (27/11), em Cássia, Dom Boccardo inaugurou o centro pastoral situado na Praça Dante. Foi uma data importante para a comunidade cristã de Cássia depois dos dois terremotos que abalaram aquela região, pois marca um retorno à normalidade em relação à vida paroquial.
 
“Santa Rita e São Bento nos protegeram, evitando que houvesse mortos e feridos graves”, disse o prelado durante sua visita às monjas agostinianas de Cássia que depois do terremoto de 30 de outubro foram acolhidas pelas religiosas agostinianas no Mosteiro de Lecceto, em Siena.

(MJ)

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Entrevistas



Padre brasileiro em Uganda recorda visita do Papa à África

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Rádio Vaticano (RV) - Nesta semana completa-se um ano da visita do Papa Francisco à África, quando abriu a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia. Durante este ano, mais de 20 milhões de pessoas passaram por Roma para a celebração do Ano Santo Extraordinário. 

O padre brasileiro Fernando Duarte Barros Reis, da diocese de Jataí (GO), que trabalha há dois anos e meio em Uganda, também esteve em Roma para acompanhar o encerramento do Jubileu e concedeu entrevista à Rádio Vaticano sobre seu trabalho na Nunciatura Apostólica em Campala.

“Fazemos um trabalho missionário, de representação dos interesses da Santa Sé. Em novembro o papa visitou o Quênia, a Uganda e República Centro Africana. Falando de Uganda, a ocasião foi comemorativa aos 30 anos da canonização dos mártires – São Carlos, Luanda e seus companheiros -, pelo papa Paulo VI”, contou o padre.

A Conferência Episcopal de Uganda, junto à Arquidiocese de Campala, organizou o encontro para que os fiéis pudessem refletir acerca do significado da visita apostólica do Papa e sobre as virtudes heroicas dos mártires homenageados.

Em Uganda, país que tem mais de 40% de católicos e 30% de anglicanos, o Papa Francisco relembrou com gratidão o sacrifício dos mártires e destacou que a morte por Cristo é testemunho do ecumenismo de sangue.

No mesmo clima de gratidão mencionado pelo Pontífice, padre Fernando falou sobre sua trajetória de trabalho missionário nos três continentes: desde o Brasil, passando pela Itália e agora em Uganda:

“Trabalhei os primeiros 4 anos do meu sacerdócio em Goiás, depois fui mandado para Roma e depois de três anos para a Uganda. É a vida de missionário, mas sou agradecido às pessoas e a Deus acima de tudo”, destacou o sacerdote.

Em sintonia com as palavras de Francisco proferidas no encerramento do Jubileu da Misericórdia, padre Fernando deixou sua mensagem aos ouvintes da Rádio Vaticano:

“Deus é misericordioso, as portas continuam abertas. Ele pede de nós uma resposta. A resposta é conversão. Que procuremos todos ser mais misericordiosos.”

(lv)

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Formação



Reflexão dominical: João Batista prega uma mudança radical do coração

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Cidade do Vaticano (RV) – «A liturgia de hoje, de modo especial, nos propõe uma mudança radical que nos torne pessoas de acordo com o coração de Deus. A primeira leitura tirada do livro do Profeta Isaías nos dá uma visão do mundo querido por Deus e pelo qual deveríamos trabalhar para que se tornasse realidade: a harmonia reinando entre as criaturas, sejam animais racionais ou irracionais. O Evangelho nos leva à radicalidade ao apresentar a pessoa de João Batista: ele prega a metanóia, a mudança de mentalidade. 

O termo técnico usado pela espiritualidade ao falar de mudança de pensar e de querer é a palavra grega metanóia. Usamos geralmente a palavra metamorfose para falar de mudança de forma. Metanóia é mudar de cabeça, de maneira de pensar e de agir.

João Batista prega isso ao falar em conversão e a mostra quando se apresenta com um modo de proceder bastante simples e voltado para aquele que virá – Jesus Cristo!

Se vivo voltado para mim mesmo, se sou consumista, se me fecho em meu mundinho formado por minha família e minha roda de amigos, se desconheço a realidade que está à minha volta e se penso apenas nos negócios da família, necessito de conversão. Se continuo assim, nunca será Natal em minha vida, mesmo que minha casa esteja bem iluminada e decorada, mesmo que em cada canto haja um presépio, mas será o famoso Natal consumista, sem a presença do aniversariante porque não existe lugar para ele com seus valores em nossa vida.

O Natal autêntico é a abertura do coração ao Senhor para que venha até nós e se instale como quiser. Certamente os frutos serão a fraternidade, a alegria sincera, o serviço despretensioso, a gratuidade no ser e no agir.

Existe uma fábula de La Fontaine - o Cordeiro e o Lobo -  onde fica claro que o mais forte sempre possui uma razão para devorar o mais fraco, mesmo que seja sem culpa alguma do primeiro. Também nós, fechados em nosso mundo e confiantes em nossa sabedoria e discernimento, sempre encontramos razões para continuar fazendo o que nos agrada e julgar que sempre temos razão e os errados são os outros. Deixemo-nos questionar pela Palavra de Deus! É a nossa salvação, a libertação de nós mesmos! Eis o tempo propício à conversão, à mudança de mentalidade.

Se o coração não estiver mudado, o Senhor não virá até cada um de nós. A imagem usada pelo Batista deixa claro que para o rei poder chegar ao seu povo, necessita de haver caminhos endireitados, caso contrário se torna impossível. Não é que o Senhor exija caminhos, mas como entrar em um coração fechado, em uma mente que não se abre para acolher novas ideias e para sempre deixar outras? Como acolher o outro se temos muros que impedem o acesso a nós?

Na Eucaristia celebramos o mundo da partilha, onde Deus e não o dinheiro é o Pai. O caminho é o da austeridade de vida e o da solidariedade. E isso com todos os bens que possuímos, desde os materiais até os espirituais, passando pelos psicológicos, os afetivos, os intelectuais. O sacrificar-se pelo outro e até a própria liberdade se for o caso, faz parte dessa dinâmica, pois Eucaristia é o sacrifício da Vida, realizado pelo Amor, partilhada em favor de todos.

A segunda leitura nos ensina que essa acolhida será para todos os homens, sejam fracos ou fortes, sem preconceito algum. Mas ela também nos diz a necessidade de unirmos nossos sentimentos, a exemplo de Jesus Cristo.

Além disso é preciso criar raízes. Nos primeiros tempos da Evangelização do Brasil, os nossos índios, após um tempo em que os missionários estavam contentes pelos aparentes frutos colhidos, voltavam aos antigos costumes, deixando com isso os missionários muito tristes com a falta de perseverança dos nativos. É necessário mudança radical!

Nesse segundo domingo do Advento peçamos ao Senhor que invada nosso coração e aplaine nossa afetividade, corrija nossos valores e derrube nossos muros. Que nossa vida, com toda sua riqueza seja colocada em favor da paz, da harmonia entre os homens. Que a paz e a beleza da noite de Natal, quando veio ao mundo o Príncipe da Paz, não seja impedida pelo nosso egoísmo, mas permitida pelo nosso querer e agir, pelo nosso coração. Advento/Natal é tempo de amar, tempo de mudar de vida para amar mais, em plenitude.

Nossa vocação é o Amor! Vivamos o Amor sem limites, sem empecilhos, sem barreiras, o Amor da Noite de Natal!»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o II Domingo do Advento)

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Oásis, um lugar de vida nas Arábias

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, envio-lhes uma saudação das Arábias, onde as paisagens de areia e montanhas desérticas ocultam algum oásis na sua imensidão. 

A palavra oásis surgiu para indicar uma porção de terra, com água e vegetação, encravada no meio de um deserto. É um dos poucos lugares em que, a sobrevivência do homem nas areias escaldantes, é possível.

Os oásis são encontrados em áreas escavadas pelo vento, onde o lençol de água subterrânea fica próximo do solo.   O precioso líquido dos reservatórios encontra um caminho pelas fendas das rochas e aflora na superfície, jorrando em fontes que hidratam homens, animais e vegetação. Ao redor das fontes formam-se lagoas, surge uma faixa de palmeiras e pequenas plantações são irrigadas.

A água é vida para os desertos. Ela é o elemento mais precioso nas terras desoladas das Arábias, Saara, Atacama e outras regiões sobre as quais não chove. Longe das imagens românticas, os desertos, com a água de seus oásis, transformaram-se numa metáfora para explicar a vida.

No deserto tudo gira ao redor dá água: a vida, a morte, a existência. A vida no deserto precisa aprender sobre a água, saber como obtê-la e preservá-la. Plantas e animais, em regiões desérticas, aprenderam como utilizá-la para sobreviver.

O deserto não é uma região morta. A compreensão da metáfora da vida sob todas as formas se faz forte no deserto e impacta profundamente o viajante que atravessou dunas, vales e colinas inóspitas até banhar seu rosto, refrescar seus pés e saciar sua sede com a, naturalmente, abençoada água.

O oásis se converte em lugar de descanso, refúgio, em ponto estratégico para as caravanas comerciais, em berço de uma cultura especial e diferente. Além disso, essas ilhas verdes e húmidas, no meio das dunas, são um espaço no qual se evidencia a harmonia entre o homem e a natureza. Plantas típicas, principalmente as tamareiras, crescem ao redor das fontes de água, proporcionando sombra para as pequenas culturas, animais e aos homens do deserto.

É sob a ótica da água, fonte de vida, que entendemos o diálogo entre Cristo e a mulher samaritana da cidade de Sicar. Ele estava repousando à beira do poço de Jacó (Jo 4,7-15), quando a confusa mulher se aproximou para buscar água. Esqueceu a água do poço e voltou para a cidade, anunciando que havia encontrado a água de que ela mais precisava: o verdadeiro sentido da vida.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.

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Editorial: Um novo caminho

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Cidade do Vaticano (RV) – Estamos concluindo a primeira semana do Tempo do Advento; “um novo caminho de fé em que o povo de Deus vai ao seu encontro e Ele vem até nós”, como definiu o Pontífice no Angelus do último domingo. O Senhor nos visita continuamente, todo dia, caminha ao nosso lado, é uma presença de consolação, disse o Papa.  

E nesta semana fomos atingidos por uma terrível tragédia que envolveu a equipe do Chapecoense, mas também o mundo da imprensa e da aviação. 71 pessoas perderam a vida em uma tragédia assustadora nos céus da Colômbia. Um sonho, o do Chapecoense, que se transformou em um pesadelo de dor. O Brasil parou. O mundo esportivo mundial parou e chorou a dor da perda que envolveu a todos, como se fosse uma dor de família. Não podemos nem mesmo imaginar a dor e a tristeza dos familiares.

As demonstrações de afeto chegaram de todas as partes do planeta e neste final de semana o adeus derradeiro, com os funerais. Adeus a pessoas que foram arrancadas de seus sonhos.

Também o Papa Francisco expressou seu pesar pela tragédia da Chapecoense durante a Audiência Geral da quarta-feira, recordando a dor do povo brasileiro pela tragédia do time de futebol. Pediu ainda para rezarmos pelos jogadores mortos, pelas suas famílias. Nós da Rádio Vaticano expressamos nossos sinceros sentimentos às pessoas que perderam seus entes queridos, e que Deus dê conforto a todos nesta hora de tanta dor.

Neste tempo de Advento, somos chamados a ampliar o horizonte de nosso coração, a deixarmo-nos surpreender pela vida que apresenta a cada dia suas novidades. O Senhor vem na hora que não imaginamos. Vem para nos conduzir a uma dimensão mais bonita e maior. Então, devemos nos colocar em caminho para encontrar o Senhor. Um encontro que pode ocorrer somente se somos humildes, como disse Francisco na sua homilia na terça-feira.

E precisamente sobre o tema da humildade Francisco tem insistido muito no seu Pontificado. Somente os pequeninos, “são capazes de entender” plenamente “o sentido da humildade”, - disse o Papa -, o “sentido do temor de Deus”, porque “caminham diante do Senhor”, vigilados e protegidos. Esta é a verdadeira humildade.

A humildade é a virtude dos pequeninos, a verdadeira humildade, não a humildade um pouco teatral: não, enfatizou nesta semana o Santo Padre. “A humildade do pequenino é aquela que caminha na presença do Senhor”.

O Advento nos chama a imitarmos os personagens do tempo de Jesus, disse dias atrás à Rádio Vaticano o Cardeal Edoardo Menichelli. Quem foi que acolheu o Filho de Deus nascido em Belém? Os simples, os puros, os humildes. Aqueles que não fizeram grandes raciocínios sobre o porquê e sobre o como; simplesmente aceitaram um convite, uma proposta, um ato de livre adesão. Portanto, a humildade é o comportamento mais útil e necessário, indispensável para acolher o dom de Deus, para acolher Deus.

Humildade é uma palavra perturbadora, disse também Dom Menichelli: basta pensar no Deus Todo-poderoso, que fez todas as coisas. Fez-se pequeno, humilde, assumiu a nossa natureza, e experimentou a nossa fragilidade.

Vivemos em um mundo de força, de domínio, de poder. E quando temos a proposta de Francisco, a proposta do Evangelho da humildade, tal proposta pode parecer escandalosa e ninguém quer acolher. Assim, talvez, os gestos de humildade, de simplicidade, de autenticidade do nosso Papa Francisco, nem sempre podem ser acolhidos e compreendidos, apesar de mover corações e sentimentos de muitos.

Advento é “um tempo para caminhar e ir ao encontro do Senhor, é um tempo para não ficar parado”.

Recordamos que o nosso Deus é um Deus das surpresas; o Deus que está nos procurando, nos esperando, e que nos pede somente para darmos o pequeno passo da boa vontade.

Este o convite para vivermos o tempo do Advento, como caminho ao encontro do Nosso Senhor.

Francisco não se cansa de dizer que “o Senhor vai sempre além, vai primeiro. Nós damos um passo e Ele faz dez. Sempre”. (Silvonei José)

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Atualidades



Dia Internacional dos direitos das Pessoas portadoras de Deficiência

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Nova Iorque (RV) – Celebra-se neste sábado (03/12), o “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”, proclamado pela ONU em 1992.

Com este ato, a ONU considera que ainda falta muito para se resolver os problemas dos deficientes físicos e mentais.

As entidades mundiais da área esperam que, com este Dia Internacional, todos os países passem a gerar conscientização, compromisso e ações, que transformem a situação dos deficientes no mundo. O sucesso desta iniciativa depende diretamente do envolvimento da comunidade de portadores de deficiência, que devem estabelecer estratégias para manter o tema em evidência.

Objetivo

Neste dia, portanto, busca-se promover os direitos humanos de todas as pessoas portadoras de deficiência física e mental, em níveis local, nacional, regional e internacional; pode ser também uma oportunidade para estimular debates sobre o assunto da deficiência em geral e tornar públicos os programas, as políticas e as leis.

Muitos de nós ouvimos, durante anos, que as vidas das pessoas deficientes têm pouco valor. Mas, na verdade, suas necessidades são importantes, suas habilidades e experiências são de enorme valor para a comunidade, a sociedade, o mundo. Estas pessoas têm direitos, necessidades e habilidades como quaisquer outras pessoas.

Eventos

Os eventos que marcam o Dia Internacional devem envolver as pessoas com deficiência e suas organizações; celebrar as experiências e perícias; conscientizar sobre os assuntos de deficiência e promover os direitos humanos de todas as pessoas portadoras de deficiência.

Em todo o mundo, estas pessoas estão entre as mais pobres e vivem vidas de desvantagem e privação. Por quê? Tradicionalmente, a deficiência é vista como um “problema” do indivíduo e, por isso, ele deveria se adaptar à sociedade ou ser mudado por profissionais através da reabilitação ou cura.

Barreiras

Hoje, as pessoas portadoras de deficiência e suas organizações descrevem, a partir de suas experiências, como as barreiras econômicas e sociais têm obstruído a participação plena das pessoas portadoras de deficiência na sociedade.

Estas barreiras estão espalhadas a tal ponto que nos impedem de garantir uma boa qualidade de vida para nós mesmos.

Esta explicação é conhecida como o modelo social da deficiência, porque focaliza os ambientes e barreiras incapacitantes da sociedade e não as pessoas deficientes. O modelo social foi formulado por pessoas com deficiência e agora vem sendo aceito também por profissionais não-deficientes. Ele enfatiza os direitos humanos e a equiparação de oportunidades.

Promover esta forma de pensamento sobre a deficiência: eis o objetivo principal deste Dia Internacional das Pessoas com Deficiência! (MT/ONU)

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Chapecó: neste sábado o funeral das vítimas do desastre aéreo

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste sábado o funeral das vítimas do desastre aéreo na Colômbia envolvendo o time da Chapecoense. A cidade de Chapecó, como todo o Brasil, se une hoje entorno das famílias que perderam seus entes queridos.

Os corpos das vítimas do desastre aéreo na Colômbia com a delegação da Chapecoense devem chegar a Chapecó por volta das 10h neste sábado. O velório coletivo na Arena Condá deve durar cerca de quatro horas. 

De Chapecó para a Rádio Vaticano o repórter da Rede Sul de Rádio, Márcio Frozza. (SP)

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