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Sumario del 05/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: a transformação de Jesus não é magia, renova o coração

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Cidade do Vaticano (RV) – Deixemo-nos transformar por Jesus, deixando que nos liberte dos nossos pecados: foi o que disse o Papa celebrando a Missa na manhã de segunda-feira (05/12), na capela da Casa Santa Marta. 

Em sua homilia, o Pontífice comentou a primeira leitura, que fala da renovação: O deserto florescerá, os cegos verão e os surdos ouvirão. Tudo será transformado para melhor, pois era isso que o povo de Israel esperava do Messias.

Ao falar do Evangelho do dia, Papa observou que Jesus curava e mostrava “um caminho de mudança para as pessoas e, por isso, elas o seguiam”. Não o seguiam porque estava na moda, mas porque a sua mensagem chegava ao coração. E depois, acrescentou, “o povo via que Jesus curava e o seguia também por isso”:

“Mas o que Jesus fazia não era somente uma mudança da feiura à beleza, do ruim ao bom: Jesus fez uma transformação. Não é um problema de fazer bonito, não é problema de maquiagem, de magia: transformou tudo a partir de dentro! Transformou com uma recriação: Deus tinha criado o mundo; o homem caiu no pecado; chega Jesus para recriar o mundo. E esta é a mensagem; a mensagem do Evangelho, que se vê claramente: antes de curar aquele homem, Jesus perdoa os seus pecados. Vai ali, à recriação, recria aquele homem de pecador a homem justo: o recria como justo. O faz de novo, totalmente novo. E isso escandaliza: isso escandaliza!”

Por isso, afirmou o Papa, os Doutores da Lei “começam a discutir, a murmurar” porque não podiam aceitar a sua autoridade. Jesus, disse, “é capaz de fazer de nós – pecadores – pessoas novas”. É algo – observou – que Madalena intuiu, ela que era saudável, mas tinha uma chaga dentro: era uma pecadora. Intuiu, portanto, que “aquele homem podia curar não o corpo, mas a chaga da alma. Podia recriá-la! E para isso precisa de tanta fé”.

Dizer os pecados “com nome e sobrenome”

O Papa afirmou: “Que o Senhor nos ajude a nos preparar para o Natal com grande fé”, porque precisa de muita fé “para a cura da alma, para a cura existencial, para a recriação que Jesus nos traz”. “Ser transformados – reiterou – é a graça da saúde que Jesus traz”. E precisa vencer a tentação de dizer “eu não consigo”, mas, ao invés, se deixar “transformar”, “recriar” por Jesus. Coragem é a palavra de Deus:

“Todos somos pecadores, mas olhe para a raiz do seu pecado e que o Senhor vá lá no fundo e a recrie; e aquela raiz amarga florescerá, florescerá com as obras de justiça; e você será um novo homem, uma nova mulher. Mas se nós ‘Sim, sim, tenho pecados; vou, me confesso… duas palavrinhas e depois continuo assim…’, não me deixo recriar pelo Senhor. Somente duas pinceladas de verniz e acreditamos que com isso encerro o caso! Não! Os meus pecados, com nome e sobrenome: eu fiz isso, isso, isso e me vergonho dentro do coração! E abro o coração: ‘Senhor, o único que tenho. Recria-me! Recria-me!’ E assim teremos a coragem de ir com fé verdadeira – como pedimos – em direção ao Natal”.

O Papa acrescentou que sempre “tentamos esconder a gravidade dos nossos pecados”. Por exemplo, quando não damos importância à inveja. Esta, ao invés, disse Francisco, “é algo terrível! É como o veneno da serpente” que tenta destruir o outro!”.

Deixemos que o Senhor cancele os nossos pecados

O Papa então encorajou a “ir a fundo nos nossos pecados e depois entregá-los ao Senhor, para que Ele os cancele e nos ajude a ir avante com fé”. E destacou este trecho, contando uma anedota de um Santo, “estudioso da Bíblia”, que tinha um caráter muito forte, com momentos de ira e que pedia perdão ao Senhor, fazendo muitas renúncias e penitências:

“O Santo, falando com o Senhor, dizia: ‘Está feliz, Senhor?’ – ‘Não!’ – ‘Mas dei tudo!’ – ‘Não, falta alguma coisa…’. E este pobre homem fazia outra penitência, outra oração, outra vigília: ‘Dei-lhe isto Senhor. Está bom assim?’ – ‘Não! Falta alguma coisa…’ – ‘Mas o que falta, Senhor?’ – ‘Faltam os seus pecados! Dê-me os seus pecados!’. Isso é o que o Senhor pede a nós hoje: ‘Coragem! Dê-me os seus pecados e eu farei de você um novo homem e uma nova mulher’. Que o Senhor nos dê fé para acreditar nisto”. 

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Crise migratória: Vaticano convoca prefeitos europeus

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Cidade do Vaticano (RV) – Prefeitos de 80 cidades europeias se reunirão no Vaticano, nos dias 9 e 10 de dezembro, para um encontro sobre refugiados.

Organizado na Casina Pio IV, nos Jardins Vaticanos, o evento é intitulado "Europa: os refugiados são nossos irmãos". Este encontro foi convocado pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais para atrair a atenção internacional sobre a ameaça à estabilidade mundial representada pelo crescente número de refugiados no planeta – um número que no momento supera 125 milhões.

 

Durante o evento, serão apresentadas e avaliadas propostas que, em seu conjunto, apostam na redução dos riscos de uma espiral de reações catastróficas a curto prazo e, também, ampliam e consolidam os benefícios de reformas a longo prazo.

Ressalta-se a necessidade de passar de uma estratégia baseada na defesa e na guerra a uma estratégia mais focalizada no desenvolvimento sustentável e global, especialmente no caso dos países desenvolvidos. “Construir mais muros e barreiras não poderá deter milhões de migrantes em fuga da violência, da exclusão, da pobreza extrema, da fome, da sede, das doenças, da seca, de inundações e outros males. Somente a cooperação internacional para a conquista da justiça social pode ser a solução”, lê-se na convocação do encontro.

A Pontifícia Academia pede que os prefeitos coloquem à disposição suas competências para acolher e regularizar todos os migrantes e os refugiados. “É necessário que a voz dos prefeitos seja ouvida para promover a construção de pontos, e não de muros.”

Da Itália, estarão presentes prefeitos de cidades que acolhem grande números de migrantes, como Roma, Milão e Lampedusa. Na tarde de 9 de dezembro, está prevista uma audiência com o Papa Francisco. 

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Cardeal Koch: será o sangue de muitos mártires a semear a unidade

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Roma (RV) – “Os mártires já encontraram a unidade”. Palavras do Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, que às vésperas da cerimônia que se realiza em Estrasburgo – no âmbito das comemorações pelos 500 anos da Reforma protestante – concedeu uma entrevista ao jornal francês “La Croix”.

Ocasião para falar de um ano muito fértil no campo do ecumenismo, que registrou passos significativos como os encontros do Pontífice com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill; do Patriarcado Ecumênico Bartolomeu I; a oração com o Primaz da Igreja anglicana Justin Welby e a histórica viagem à Lund, na Suécia, para a celebração ecumênica do cinquentenário da Reforma.

Resistências

Respondendo às perguntas de Nicolas Senèze, o purpurado não esconde, porém, as resistências verificadas especialmente no campo ortodoxo. Também por isto – considera - ainda não é possível prever um novo encontro entre o Papa e Kirill.

Confiança

Todavia, não obstante a existência de “tensões” - que surgiram sobretudo por ocasião do Concílio Pan-Ortodoxo, com a reticência de algumas Igrejas em aceitar o próprio documento sobre as relações com as outras confissões cristãs - o Cardeal Koch mostrou-se “confiante”, porque “muitos líderes ortodoxos são favoráveis ao ecumenismo, em particular o Patriarca Ecumênico Bartolomeu e o Patriarca Kirill”.

Neste sentido, Koch cita também os trabalhos da plenária da Comissão para o Diálogo Católico-ortodoxo que, “depois de nove anos de dificuldades, demonstrou que era possível publicar um projeto comum”.

Católicos e luteranos

Uma perspectiva aplicável também nas relações com as comunidades reformadas. A este propósito, o purpurado não deixa de destacar que as cerimônias comuns entre católicos e luteranos não pretenderam celebrar a Reforma de Lutero, mas “comemorar” um evento histórico do qual todos podem tirar lições.

“O nosso texto comum Do conflito à comunhão é claro. Como primeira coisa sublinhamos a gratidão por uma história que não é somente constituída por 500 anos de conflito, mas é também marcada pelos últimos 50 anos de intenso diálogo. O diálogo com os luteranos é o primeiro diálogo ecumênico iniciado após o Concílio e levou em 1999 à Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação”.

O passo sucessivo – acrescenta – “é o de fazer penitência”. De fato, “a Reforma não trouxe a renovação da Igreja desejada por Lutero, mas divisões e guerras de religiões horríveis”.

Necessidade de um objetivo comum

Disto, também a necessidade de individuar novos caminhos a serem percorridos juntos, porque – defende – o “problema fundamental” é o de encontrar uma meta compartilhada. “Sem um objetivo comum – afirma – não podemos considerar os passos sucessivos. Este é o motivo pelo qual, com os luteranos, propus preparar uma nova Declaração conjunta sobre Igreja, Eucaristia e Ministério”.

Todavia, o diálogo não se faz somente com a Teologia. “Todas as Igrejas – sublinha – têm os seus mártires e este testemunho comum é um sinal muito importante. Estou convencido de que será o sangue de muitos mártires a semear a unidade do Corpo de Cristo”.

(je)

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Igreja no Brasil



Cardeal Tempesta: “necessária cultura contra a corrupção”

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Rádio Vaticano (RV) – Milhares de pessoas foram às ruas no Brasil neste domingo para protestar contra as mudanças aprovadas pela Câmara no pacote anticorrupção e também para defender as investigações da Operação Lava Jato.

O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, falou à Rádio Vaticano sobre este momento vivido pelo Brasil: "necessidade de uma discussão e aprofundamento”. 

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Igreja na América Latina



Novo Cardeal celebra primeira missa em Mérida, Venezuela

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Mérida (Agência Fides) – O novo cardeal venezuelano Baltazar Enrique Porras Cardozo, celebrou domingo (04/12) a primeira missa como cardeal em sua arquidiocese de Mérida, com a participação de milhares de fiéis provenientes do estado de Mérida e de outras cidades do país. Os concelebrantes principais foram o Núncio apostólico na Venezuela, o Arcebispo Aldo Giordano, e o Bispo auxiliar de Caracas, Dom Trino Fernández, em representação do Arcebispo de Caracas, Card. Jorge Urosa Savino, ausente por razões de saúde. Também estavam presentes Bispos, sacerdotes, seminaristas e religiosos venezuelanos.

Na homilia, proferida por Dom Fernandez, o Bispo falou da força e da coragem do Card. Porras em tempos difíceis, como os que vive a democracia venezuelana, e sublinhou o trabalho pastoral desempenhado durante todo o seu ministério sacerdotal e como defensor dos pobres, tornando-se uma referência para muitos na Igreja católica.

Dirigindo-se aos presentes, Dom Trino Fernández afirmou a necessidade de estar unidos diante dos problemas do país: “Devemos fazer juntos todas as coisas a fim de nos prepararmos para enfrentar as situações da vida. Não nos deixemos transportar por mensagens ou estórias fantasiosas. A partir do momento que temos fé, devemos recordar que fomos construídos sobre pedra e não sobre areia, a fim de servir os mais pobres”.

A missa foi celebrada no estádio Rincón Gutiérrez, da Universidade de los Andes. Além de encerrar o Jubileu da Misericórdia, a celebração abriu também o duplo Jubileu, que celebra 50 anos de ordenação sacerdotal (30/07/1967) do novo cardeal e seus 25 anos à Igreja de Mérida.

(CM-Fides)

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Bispo paraguaio denuncia indiferença e desrespeito pelos índios

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Caacupé (RV) – Na missa de ontem, domingo 4 de dezembro, na Basílica de Caacupé, o Bispo do Vicariato Apostólico de Pilcomayo, Dom Lucio Alfert, O.M.I. criticou o tratamento reservado aos indígenas do Paraguai e exortou os jovens a serem ‘esperança’ para os grupos étnicos, colocando fim na injustiça, na desigualdade e no rechaço por esta componente da população. “Deus nos criou todos de modo diverso, mas com a mesma dignidade”, destacou Dom Alfert durante a homilia, e acrescentou: “somos chamados a viver fraternamente em uma sociedade multiétnica e multicultural”.

Participaram da celebração cerca de 2.500 indígenas provenientes de várias partes do país, em maioria de Chaco. Por este motivo, uma leitura da missa e a oração dos fiéis foram lidas em nivaclé, língua nativa do Paraguai. O Bispo lamentou que “para a sociedade, ser diferente ‘é errado’. Isto gera rechaço, deboche e falta de respeito pelos direitos fundamentais das comunidades indígenas”, reiterou.

“O verdadeiro problema dos paraguaios é a ignorância das diferentes culturas. Entre nós, os indígenas são os que mais sofrem com a indiferença e a incompreensão; são expulsos de suas terras e seus direitos não são respeitados”, disse. O Bispo condenou duramente políticos e traficantes de drogas que utilizam as terras ancestrais para finalidades pessoais, abusando de seus habitantes. 

(CM-Fides)

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Cardeal hondurenho: 'Não gastar mais que o necessário"

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Tegucigalpa (RV) – “Evitar desperdícios e viver com o necessário, principalmente no período de Natal,  quando tanta gente gasta dinheiro com o supérfluo”: é o apelo lançado aos hondurenhos pelo Card. Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, Arcebispo de Tegucigalpa. Durante a missa dominical na Catedral da cidade, o Cardeal lamentou “tanto ódio e a sensação de desafio na sociedade” e convidou todos a uma renovação espiritual.

“Precisamos que nossa vida mude e se transforme, abandonando atitudes, comportamentos e modificando o nosso estilo de vida”. O Card. Rodrìguez ressaltou o fato que o mundo continue a estar “imerso em suas contradições, violando e ignorando a justiça, a paz e a fraternidade entre os seres humanos”.  

(CM-Fides)

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Argentina: sacerdote perde estado clerical por "comportamentos graves"

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Buenos Aires (RV) – O Bispado de San Isidro, Província de Buenos Aires, informou no último sábado que a Santa Sé decretou “a demissão (perda do estado clerical) do presbítero Cristian Gramlich, ficando privado de todo exercício do ministério sacerdotal”.

O sacerdote havia sido denunciado em 2012 por “comportamentos graves e indevidos” e afastado de seu serviço de Pároco de Santa Rita, da Diocese de Boulogne.

Segundo informou a Agência católica AICA, o caso remonta ao ano de 2012, quando o Bispo de San Isidro, Oscar Ojea, recebeu informações referida a comportamentos graves e indevidos do sacerdote. Imediatamente colocou-se à disposição dos denunciantes.

Cumprindo com as disposições da Santa Sé, foram iniciados os procedimentos previstos pela Igreja para examinar a conduta do presbítero, sendo então afastado de suas funções junto à Paróquia de santa Rita.

“Compartilhamos a dor das pessoas atingidas e expressamos nosso desejo de promover uma cultura de cuidado das crianças e dos jovens”, expressa o comunicado divulgado pelo bispado de San Isidro.

(je/aica)

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Igreja no Mundo



Bartolomeu I: fortalecer comunhão distanciando fundamentalismos

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Bari (RV) - A cidade italiana de Bari acolheu, nesta segunda-feira (05/12), o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, para a Festa de São Nicolau que se celebrará nesta terça-feira (06/12). 

“A sua presença faz parte de um longo processo de diálogo e estima recíproca entre os líderes das duas Igrejas”, disse o Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Brian Farrell, que deu as boas-vindas ao Patriarca em nome da Santa Sé. 

Bartolomeu I inaugurou o ano acadêmico da Faculdade Teológica Pugliese. Fez uma Lectio magistralis e depois recebeu o prêmio ecumênico “São Nicolau” que a Faculdade Teológica Pugliese atribui a eminentes personalidades católicas e ortodoxas “pelo serviço prestado na promoção da unidade dos cristãos”.

“Acreditamos que o papel das religiões seja fundamental para criar, iniciar e fortalecer um princípio de comunhão para a colaboração e compreensão recíproca, distanciando os fundamentalismos que se encontram em todas as sociedades e religiões. É preciso recriar a estima recíproca entre os povos, superando desconfianças, violência, massacres e genocídios. É preciso que a justiça social e a justiça entre as nações prevaleçam sobre os interesses da economia mundial e da globalização desenfreada, para por fim à migrações incontroladas”, disse o Patriarca em seu discurso, esta manhã, na Basílica de São Nicolau, em Bari.  

“O Mediterrâneo, mar do encontro e da cultura, da convivência de religiões e povos se encontrou improvisamente atravessado por uma onda de dispersos que fogem da guerra, do fundamentalismo religioso, que apareceu no cenário do Oriente Médio por causa das penúrias, criadas muitas vezes pela ganância de poucos em detrimento de muitos, por tiranias que tornam a vida impossível e pela falta dos bens elementares de sobrevivência", frisou ainda Bartolomeu I.

O Patriarca se perguntou: “Como os cristãos de várias Igrejas podem alimentar os princípios de diálogo, amor e paz num mundo abalado e diante de um mar que se tornou a tumba de muitos irmãos e irmãs que sonham uma vida melhor”?

“Ninguém deixa espontaneamente sua casa a não ser se for por necessidade ou violência. É necessária uma economia de comunhão que saiba acolher, sem criar descontentamento social nos países anfitriões”, disse ainda Bartolomeu I.
 
“Se todos os sujeitos interessados aceitarem, com coragem, a justiça, a liberdade e a verdade como pilares da paz e se as religiões souberem criar pontes entre os indivíduos, povos e culturas, poderemos ser ainda sinal de esperança para a humanidade”, concluiu o patriarca.
Para Dom Brian Farrell, este “evento foi de grande significado ecumênico e teve um sentido muito particular porque se realizou na Puglia, região intimamente ligada à história da Igreja Oriental que  pode ser ponte entre Oriente e Ocidente”. 

“O Patriarca encontrou aqui uma profunda sintonia cultural e espiritual”, concluiu o prelado. 

(MJ)

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Patriarca de Moscou consagra nova Catedral ortodoxa em Paris

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Paris (RV) - O Patriarca de Moscou, Kirill, consagrou no domingo (04/12) a nova Catedral ortodoxa de Paris. O Papa Francisco esteve representado pelo Núncio Apostólico na França, Dom Luigi Ventura.

Com cinco cúpulas douradas - características da arquitetura religiosa da Rússia - a maior para Cristo, e as outras quatro para os outros quatro evangelistas – a Igreja da Santíssima Trindade faz parte do vasto Centro Cultural e Espiritual ortodoxo russo.

Sinal da importância do evento para a comunidade ortodoxa foi a presença de cerca de doze bispos que acompanharam a cerimônia de dedicação (consagração),  incluindo o Bispo Jean Charioupolis, Arcebispo das Igrejas russas na Europa Ocidental, com base na outra margem do Sena.

"Nós tivemos a alegria de ver uma imagem da unidade Ortodoxa", congratulou-se o Patriarca de Moscou em seu discurso para a multidão, no final da celebração, em agradecimento à França e Paris por terem permitido a construção de esse "lugar magnífico".

Kirill abençoou o local com  incenso, ao som de cantos ortodoxos. Após o rito de consagração ele presidiu a "Divina Liturgia” em língua eslava, a língua da Igreja Russa, com algumas canções em francês e um emocionante "Pai Nosso".

A Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, participou da cerimônia ao lado da esposa do Primeiro-Ministro da Rússia, Svetlana Medvedeva. Muitas celebridades amigas da Rússia estiveram presentes, acompanhando a cerimônia de pé, como é habitual.

O Patriarca Kirill, de 70 anos, realiza até esta segunda-feira a sua primeira visita pastoral à França desde que foi eleito no início de 2009 como "Patriarca de Moscou e de Toda a Rússia", que congrega mais de metade dos 250 milhões de cristãos ortodoxos espalhados em todo o mundo e que está desfrutando de um verdadeiro renascimento após o fim do bloco soviético.

Esta é a segunda visita à França de um chefe da Igreja Ortodoxa Russa, depois da de Alexis II, em 2007.

A Catedral da Santíssima Trindade é modesta em tamanho (450 metros quadrados), mas impressiona pela altura de suas cúpulas, a mais alta com 36 metros de altura.

Sua iconostasis temporária - uma parede coberta com ícones coloridos que separa o Santuário do resto da igreja - em breve será substituída por uma estrutura permanente em mármore. O local de culto, ainda com paredes muito brancas, também espera por seus afrescos e mosaicos.

A Diocese de Chersonèse - nome da jurisdição do Patriarcado de Moscou para a França, Suíça, Espanha e Portugal – estava instalada na Igreja dos Três-Santos-Doutores - no décimo quinto arrondissement – usada como sede desde 1931.

Oitenta e cinco anos mais tarde, a Igreja Russa encontrou um lugar para viver de acordo com as suas ambições. Este complexo de quatro edifícios, projetado pelo arquiteto francês Jean-Michel Wilmotte com vidro laminado e pedra, foi construído em um local excepcional de mais de 4.000 metros quadrados, aos pés da Ponte d’Alma, não muito longe a Torre Eiffel.

A Federação Russa, proprietária do local, investiu 170 milhões de euros nesta operação pode ser visto como uma iniciativa político-diplomática.

(je/Le Parisien)

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Filipinas: Atentados anti-católicos, bispos pedem mais segurança

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Manila (RV) - Volta o medo entre a comunidade católica de Mindanao, ilha de maioria muçulmana no sul das Filipinas. Há temores de novos ataques terroristas após o atentado do último domingo contra uma igreja, provavelmente realizado pelo novo grupo fundamentalista "Maute", este ligado ao Estado Islâmico. Os bispos pediram ao presidente Duterte para garantir a segurança dos fiéis, caso contrário as missas poderão ser suspensas. O Padre Giovanni Re, missionário do PIME nas Filipinas, convedeu entrevista à Rádio Vaticano sobre a situação do conflito.

Padre: O que aconteceu em frente àquela igreja foi um caso particular em Mindanao por estar em uma zona de conflito. Poucos dias depois deste atentado foi encontrada uma bomba em frente à embaixada nos Estados Unidos; e depois, em uma outra ocasião, houve outro ataque contra um comboio militar. Todos estes acontecimentos estão interligados ao conflito entre o governo e as forças muçulmanas, com as quais estão tentando dialogar há algum tempo. Mas esses grupos muçulmanos aparentemente estariam relacionados ao IS e portanto não são controlados pelos dois maiores grupos muçulmanos, com os quais o governo está tentando diálogo para a paz".

RV. - A luta contra o fundamentalismo pode ser um terreno comum entre a Igreja e Duterte?

R. – A igreja tem se mostrado aberta em favor do diálogo; e na verdade, existem iniciativas de diálogo inter-religioso entre cristãos e muçulmanos. O problema é que do outro lado o diálogo é interpretado como algo que não deve ser feito, porque o que eles dizem é que eles querem um Estado islâmico independente.

D. – Você acha, então, que há também uma matriz religiosa por trás dos ataques?

R. - É sempre difícil falar de um movimento completamente e somente religioso. Certamente, há também uma parte deste fundamentalismo religioso, mas também muitas outras coisas. Estamos falando de dezenas e dezenas de anos... São mais de 50 anos de conflitos entre os grupos muçulmanos, cristãos e o governo filipino. Parece um pouco simplista dizer que é apenas uma questão religiosa: há muitos outros fatores envolvidos.

D. – Basicamente, qual o clima predominante até mesmo na comunidade católica?

R. – Atualmente alguns temem mais que outros, mesmo para o novo governo e para o presidente, que às vezes durante entrevistas - e isso também é devido um pouco ao seu caráter – tem algumas saídas muito precisas e também um pouco ameaçadoras, como aconteceu recentemente ameaçando aqueles que estão comprometidos com os direitos humanos ... Mas este novo governo prometeu que vai tentar de todas as maneiras finalizar estes acordos, porque conforme as palavras do novo presidente, ele não quer que haja guerra, mas sim paz, também através do diálogo.

D. - Na sua opinião, é possível um acordo de paz definitivo e duradouro entre as partes?

R. – Dizemos que tudo é possível. Eu não sou muito otimista, mesmo estando aqui há alguns anos: Eu vi várias tentativas e negociações de paz com os diferentes grupos e quando parece que finalmente estão chegando a um acordo com um grupo, de repente, surge um outro grupo para seguir a luta contra o governo e contra os demais grupos...

(LV)

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Myanmar: Igreja de São Francisco Xavier destruída pelas bombas

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Naypyidaw (RV) - A Igreja de São Francisco Xavier, em Mung Koe, nordeste de Myanmar, na Ásia, foi destruída em dezembro de 2015 por um ataque aéreo do exército do governo. Dom Philip Za Hawung, bispo da Diocese de Lashio, onde a paróquia está localizada, escreveu  em uma mensagem que “toda a igreja foi destruída, à exceção da torre do sino. A fumaça que subiu era visível de longe até o meio-dia. Essa igreja foi construída com concreto armado e foi consagrada em 2006.” 

O templo está localizado em um dos territórios do confronto entre o exército (Tatmadaw) e as milícias étnicas rebeldes dos Estados Kachin e Shan, na fronteira com a China. Estes últimos são dois dos 135 grupos étnicos que compõem Myanmar e que sempre procuraram conviver de forma pacífica com o Governo central e sua maioria constituinte birmanês. Acirrada em junho de 2011, após 17 anos de relativa calma, a guerra entre o Tatmadaw e os kachin causou dezenas de mortes de civis e pelo menos 120 mil pessoas foram deslocadas, vivendo atualmente em 167 campos de refugiados.

Durante várias semanas, tem-se intensificado o avanço dos Tatmadaw nos territórios do Nordeste. As tropas utilizam ataques aéreos e terrestres para acertar as posições de milícias étnicas, causam um número desconhecido de mortos e prendem civis de forma indeterminada. O Arcebispo de Yangon, Cardeal Charles Bo, tem apelado repetidamente para todo o país, para que busque a paz.

A destruição da paróquia da Diocese de Lashio - escreveu Dom Za Hawng - forçou "os padres e freiras, juntamente com paroquianos, a encontrar refúgio do outro lado da fronteira chinesa. Os residentes da cidade também fugiram".

"Durante semanas, o governo chinês criou algumas barracas para acomodar os refugiados provenientes de Myanmar (cerca de 3000). Os padres e freiras, continuou o bispo, "voltam de vez em quando para a cidade para alimentar o gado, em momentos de trégua nos combates. As estruturas paroquiais estão muito perto da fronteira com a China ".

O lugar é afetado pelos combates porque "logo após a construção da igreja foi construído um centro de comando do exército do governo no lado oposto da estrada." A mensagem do Cardeal Za Hawng termina com um apelo: "Quem lê estas linhas, por favor, orem pela paz em Myanmar". (LV)

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Orvieto: Festival internacional 'Arte e Fé 2016'

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Orvieto (RV) - Terá início nesta terça-feira (06/12), em Orvieto, na Itália, a 11ª edição invernal do Festival internacional “Arte e Fé 2016”.
 
Por ocasião do Ano Santo da Misericórdia, que se concluiu recentemente, o Festival quis ler os sinais dos tempos e aproveitar o presente da misericórdia, mudando a sua programação para as últimas duas edições de inverno para o início e o fim do Jubileu. 

“Os encontros programados, de 6 a 8 deste mês, serão dedicados a Maria. Esta edição acompanhará o caminho e a expectativa do Natal na cidade”, explicam os organizadores.

O festival terá início às 18h, com a projeção do documentário “Os mistérios de Maria de Nazaré, em Fátima”, produzido pela TV2000 gravado a maior parte em Orvieto, graças ao trabalho de UmbriaFilmMovie e ao apoio da Associação Presépio & Orvieto. 

(MJ)

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Exorcismo: exigida profunda união com a Cruz de Cristo

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Roma (RV) – São 404 os exorcistas em todo o mundo, aos quais se somam 124 auxiliares e um número impreciso não cadastrado na Associação Internacional dos Exorcistas (AIE), única entidade na matéria reconhecida pelo Vaticano.

Na Itália atuam 240 exorcistas e 62 auxiliares, que se defrontam com uma demanda crescente de casos, visto o aumento na propagação do ocultismo e satanismo, práticas muito difundidas, especialmente nas grandes metrópoles, com ramificações também nos poderes.

Para o Padre Francesco Bamonte, exorcista da Diocese de Roma e Presidente da AIE, é fundamental “uma séria formação permanente e a total fidelidade às normas litúrgicas e pastorais”, para que não se verifiquem casos como apresentados no filme-documentário “Liberta-me”.

Não existem dados confiáveis sobre o número de pessoas que a cada ano procuram o auxílio de exorcistas. Privadas totalmente de fundamento, no entanto, as estatísticas que apresentam o sul da Itália – “ignorante e supersticioso” – como ocupante do primeiro lugar nos pedidos de exorcismo, em particular, por parte de mulheres com um nível cultural médio-baixo. A realidade é bem diferente e não existem significativas diferenças culturais.

Presença nas Dioceses

Aos exorcistas atuantes na Itália, somam-se algumas dezenas que não estão inscritos na AIE, a Associação desejada por Padre Gabriele Amorth no início dos anos noventa e oficialmente aprovada pela Congregação para o Clero em 2014.

Ao lado deles atuam auxiliares, ou mesmo leigos preparados, e sacerdotes sem mandato. Os impedimentos principais encontrados pelos bispos não residem tanto no preconceito, mas na dificuldade de identificar, às vezes, o candidato adequado para as funções, visto a exigência de uma fé sólida e um escrupuloso cuidado espiritual, com anos de ministério nas costas e a disponibilidade de estar ao lado de um exorcista especialista.

No mundo

Se na Itália o quadro não é dos melhores, no exterior não é mais animador. À exceção do caso francês, onde os exorcistas são numerosos, mas os exorcismos pouco praticados, é a Polônia a ocupar o segundo posto europeu, com 120 exorcistas (nenhum membro a AIE, mas diretamente submetidos à Conferência Episcopal).

Segue-se o Reino Unido (28 exorcistas e 4 auxiliares), a Espanha (15 e 9), a República Tcheca e a Eslováquia (9 e 1), a Lituânia (8 e 6) e Portugal (5 e 3).

Fora das fronteiras europeias, o México elenca quase 120 exorcistas e os Estados Unidos 21. O Brasil tem 5 exorcistas inscritos na Agência.

Formação séria

Para o Padre Francesco Bamonte, exorcista da Diocese de Roma e Presidente da AIE, é fundamental “uma séria formação” e nenhuma improvisação, mas uma escrupulosa atenção ao que prescreve a Igreja.

“O ministério do exorcista não pode ser praticado com superficialidade e com aproximação, nem como se fosse um hobby ou um brinquedo. O exorcismo é uma luta, às vezes muito dura, contra o poder de satanás. Uma luta – sublinha o sacerdote – que não podemos sustentar somente com nossas forças, mas que exige uma profunda união à Cruz de Cristo”.

Sinais de possessão

Os sinais da possessão diabólica são quatro: falar corretamente línguas desconhecidas ou entender quem as fala; conhecer coisas ocultas; manifestar forças superiores à idade ou á condição física da pessoa; ter aversão pelo sagrado.

Decisiva e apoiada pela AIE na prática do ministério é a colaboração com médicos e psicólogos “com competência também nas realidades espirituais”.

Subsídio

Em muitos casos, de fato, os sintomas são referentes à patologias médicas. Se as regras são escritas, porém, as dificuldades não faltam quando se depara com a realidade. Para prevenir isto, a AIE está elaborando as “linhas mestras para uma correta prática do ministério dos exorcismos” que querem sintetizar os elementos principais e ser um vade-mécum confiável ao qual referir-se em todas as circunstâncias.

O objetivo é o de evitar os comportamentos discutíveis por parte de algum exorcista que exerceu o seu ministério de modo “espetacular ou ambíguo”, ou mesmo com métodos duvidosos e comportamentos não correspondentes às normas com as quais a Igreja regula o exercício do ministério, como no caso recente do filme-documentário “Liberta-me” que – escreve uma nota AIE -  “coloca-se longe do quanto a Igreja dispõe e recomenda em matéria de exorcismo”.

Os próprios sacerdotes protagonistas do filme, de fato, “não representam nem a doutrina católica, nem a correta prática exorcista estabelecida pela Igreja Católica”.

(je/agência sir)

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Formação



Diocese de Garanhuns: as Cebs e o fenômeno das novas comunidades

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” prossegue com a participação do bispo da Diocese de Garanhuns, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, com quem temos contado estes dias nestes espaço de formação e aprofundamento. 

Na edição passada, Dom Paulo falou-nos sobre as Cebs (Comunidades eclesiais de base) na vida da Igreja e, especificamente, na realidade desta diocese da mesorregião do agreste pernambucano. Disse existir, nesta Igreja particular, a presença de muitas Cebs, mas também de outros modos de compreender e de viver a fé cristã.

Na edição de hoje o bispo de Garanhuns diz haver “uma vida, uma vitalidade imensa nas muitas comunidades” existentes nas paróquias de sua diocese, ressalta que a paróquia precisa ser renovada, “re-compeendida” de modo novo, “re-significada” e colocada a serviço dessa imensa rede de comunidades vivas animadas pelo Espírito.

Esta Igreja particular “vem trabalhando para ser mais e mais uma Igreja viva, uma imensa rede de comunidades eclesiais”, afirma Dom Paulo, destacando também o fenômeno das “novas comunidades” na diocese.

“As novas comunidades podem e são, na verdade, uma bênção para a Igreja, desde que sejam acompanhadas e estejam plenamente inseridas, em diálogo permanente e obedientes ao plano de pastoral de toda a Igreja”, observa o bispo de Garanhuns. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Vaticano e Panamá dão início aos trabalhos para a JMJ2019

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Rádio Vaticano (RV) – No final de novembro foram divulgados os temas para as próximas edições da Jornada Mundial da Juventude: percurso que culmina com a JMJ de 2019 na Cidade do Panamá.

A Rádio Vaticano ouviu p. João Chagas responsável pelo Setor Juventude do Dicastério para Leigos, Família e Vida. Ele revelou a delegação panamenha já visitou o Vaticano e que, em breve, uma equipe de Roma viajará para a Cidade do Panamá. 

“As primeiras peças do quebra-cabeças já começaram a ser montadas. Já teve uma visita do Comitê Organizador aqui a Roma. Nós também vamos com uma pequena comitiva para o Panamá para ver, conhecer alguns lugares que poderão ser utilizados durante a JMJ. E nos reunir com aqueles que já fazem parte do Comitê. Neste momento, o número de voluntários internacionais é baixo. Eles começam a aumentar um ano antes da Jornada e nos meses que a antecedem. Mas, no início, uma pequena quantidade de voluntários internacionais já ajuda”.

(rb)

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Al Azhar condena destruição de Patrimônio Histórico e Cultural

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Abu Dabi (RV) – Uma conferência internacional realizada nos dias 2 e 3 de dezembro em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, tratou sobre a proteção do patrimônio em perigo, em tempos de conflito, depois de destruições cometidas por jihadistas. O encontro reuniu representantes de quarenta Estados e instituições privadas.

Solicitada pelo Presidente François Hollande, o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed al Tayyeb, enviou uma mensagem aos participantes, assegurando que "o Islã não incentiva esse tipo de crime".

"Com o meu apoio, Al-Azhar confirma que monumentos históricos são um patrimônio da humanidade que deve ser preservado e protegido”.

Em uma mensagem publicada na sexta-feira (02/12) o Grão Imame protestou contra "os atos cometidos por organizações terroristas para destruir a herança civilizacional e para apagar a história dos povos".

Atos que, naturalmente, “contradizem os ensinamentos do Islã, que considera esses atos como um grande crime contra o mundo inteiro".

"Se estes terroristas estão destruindo uma herança cultural e civilizacional em nome da religião, eu me considero - na qualidade de Grão Imame de Al-Azhar - na obrigação de proclamar que o Islã não incentiva esse tipo de crime ", disse Ahmed al Tayyeb ainda nesta declaração.

"Em vez disso, convida todas as pessoas a viajar nestas terras para ver os vestígios dos antigos, a fim de meditar e disto tirar lições. Certamente, as experiências dos nossos antepassados participam de uma maneira eficaz  da riqueza da humanidade, para corrigir seus erros e para proteger seus próprios interesses".

Para todas as correntes salafistas que pretendem imitar totalmente a Salaf, as três primeiras gerações de muçulmanos, o Grão Imame tem o cuidado de recordar que "os companheiros do Mensageiro de Alá, que vieram para o Egito, guiados pelo famoso chefe Amr ibn al-as, não provocaram nenhum atentado a estes monumentos. Eles não emitiram nenhuma fatwa pedindo o ódio por estes monumentos, ou a destruição deles”.

A Conferência foi convocada em função de uma série de destruições cometidas nos últimos anos por jihadistas no Iraque, Síria, Mali e Afeganistão. A cúpula foi realizada por iniciativa de François Hollande, que solicitou apoio à Universidade Al-Azhar.

Na presença do Presidente francês, o homem forte dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, e da Diretora Geral da UNESCO, Irina Bokova, os participantes se comprometeram  em criar um fundo financeiro e uma rede abrigos para proteger o patrimônio em perigo em tempos de conflito.

Al-Azhar, que ensina as ciências do Islã há mais de mil anos, está cercada por monumentos faraônicos, coptas e muçulmanos, recorda seu Grão Imame.

"Em nenhum momento na história, algum de seus clérigos tocou estes monumentos ou emitiu uma fatwa para demoli-los".

"Pessoalmente, eu nasci e fui criado no povoado de Qurna, à oeste de Luxor, entre os famosos templos e estátuas da antiguidade faraônica. Eu fui formado em Institutos azharites por xeques eruditos, cujas propostas e condutas que nos foram dadas, não eram inspiradas ao convite para destruir estes monumentos.  Pelo contrário, muitos deles estavam ansiosos para visitar os monumentos faraônicos e não hesitaram em expressar sua admiração", testemunhou ainda al-Tayyeb.

(je/la croix)

 

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