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Sumario del 06/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: todos temos algo de ovelha perdida

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Rádio Vaticano (RV) – O ponto central da homilia do Papa na manhã da terça-feira (06/12) foi o Evangelho da ovelha perdida com a alegria pela consolação do Senhor. 

“Ele vem como um juiz” – explicou Francisco – “mas um juiz que cuida, um juiz cheio de ternura: faz de tudo para nos salvar”: não vem “para condenar mas para salvar”, procura cada um de nós, nos ama pessoalmente, “não ama a massa indistinta”, mas “nos ama por nome, nos ama como somos”.

A ovelha perdida – comentou o Papa – “não se perdeu porque não tinha uma bússola. Conhecia bem o caminho”. Se perdeu porque “o coração estava doente”, cego por “uma dissociação interior” e foge “para ficar longe do Senhor, para saciar aquela escuridão interior que a levava à vida dupla”: estar no rebanho e fugir para a escuridão. “O Senhor conhece estas coisas” e “vai a sua procura”. “A figura que melhor me faz entender o comportamento do Senhor com a ovelha perdida – confessa o Papa – é o comportamento do Senhor com Judas”.

“A mais perfeita ovelha perdida no Evangelho é Judas: um homem que sempre, sempre tinha algo de amargo no coração, algo a criticar nos outros, sempre separado. Não sabia da doçura da gratuidade de viver com todos os outros. E sempre, esta ovelha não estava satisfeita – Judas não era um homem satisfeito! – fugia. Fugia porque era ladrão, ia para aquele outro lado, ele. Outros são luxuriosos, outros... Mas sempre escapam porque têm aquela escuridão no coração que o separa do rebanho. E aquela vida dupla, aquela vida dupla de tantos cristãos, e também, com dor, podemos dizer, sacerdotes, bispos... E Judas era bispo, era um dos primeiros bispos, eh? A ovelha perdida. Pobre! Pobre este irmão Judas como o chamava padre Mazzolati, naquele sermão tão bonito. ‘Irmão Judas, o que acontece no teu coração?’. Nós devemos entender as ovelhas perdidas. Também nós temos sempre algo, pequeno ou nem tanto, das ovelhas perdidas”.

Aquilo que faz a ovelha perdida – destacou o Papa – não é tanto um erro quanto uma doença que está no coração e da qual o diabo tira proveito. Assim, Judas, com o seu “coração dividido, dissociado”, é “o ícone da ovelha perdida” e que o pastor vai procurar. Mas Judas não entende e “no final quando viu aquilo que a própria vida dupla provocou na comunidade, o mal que semeou, com sua escuridão interior, que o levava a fugir sempre, procurando luzes que não eram a luz do Senhor mas luzes como enfeites de Natal”, “luzes artificiais”, “se desesperou”. O Papa comentou:

“Há uma palavra na Bíblia – o Senhor é bom, também para estas ovelhas, nunca deixa de procurá-las – há uma palavra que diz que Judas se enforcou, enforcou e ‘arrependido’. Eu creio que o Senhor tomará aquela palavra e a levará consigo, eu não sei, talvez, mas aquela palavra nos faz duvidar. Mas essa palavra o que significa? Que até o final o amor de Deus, trabalha naquela alma, até o momento do desespero. E esta é a atitude do Bom Pastor com a ovelha perdida. Este é o anúncio, a boa notícia que nos traz o Natal e nos pede essa sincera alegria que muda o coração, que nos leva a nos deixarmos consolar pelo Senhor, e não as consolações que procuramos para tentar desabafar, para escapar da realidade, escapar da tortura interior, da divisão interior”.

Jesus, quando encontra a ovelha perdida não a insulta, ainda que tenha feito tanto mal. No Jardim das Oliveiras chama Judas “Amigo”. São as carícias de Deus:

“Quem não conhece as carícias do Senhor não conhece a doutrina cristã! Quem não se deixa acariciar pelo Senhor está perdido! É esta a boa notícia, esta é a alegria sincera que nós hoje queremos. Esta é a alegria, esta é a consolação que buscamos: que venha o Senhor com o seu poder, que são as carícias, a encontrar-nos, para nos salvar, como a ovelha perdida e a nos levar para o rebanho de sua Igreja. Que o Senhor nos conceda esta graça, de esperar o Natal com as nossas feridas, com os nossos pecados, sinceramente reconhecidos, para esperar o poder desse Deus que vem nos consolar, que vem com poder, mas o seu poder é a ternura, as carícias que nasceram do seu coração, o seu coração tão bom que deu a vida por nós”. (RB-SP)

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Papa: nas periferias existem traços de beleza, humanidade verdadeira

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta terça-feira (06/12), aos participantes da 21ª sessão comum das Pontifícias Academias que este ano tem como tema “Faíscas de beleza para um rosto humano das cidades”. 

Os trabalhos foram abertos pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura e do Conselho de Coordenação entre as Pontifícias Academias, Cardeal Gianfranco Ravasi.

A mensagem do Papa foi lida pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, na sede da Chancelaria, onde se realizou o encontro. 

Visão cristã

Francisco saúda os cardeais, bispos, embaixadores, acadêmicos e amigos presentes no encontro, “com o desejo de que possa ser, para os premiados, um incentivo à pesquisa e ao aprofundamento de temas fundamentais para a visão humanística cristã, e para todos os participantes, um momento de amizade e enriquecimento cultural e interior”.

O Papa congratula-se com os membros e o presidente da Pontifícia Insigne Academia de Belas-Artes e Letras dos Virtuosos no Panteão, antiga instituição acadêmica criada em 1542, em Roma. 

A propósito do tema deste ano, Francisco recorda um trecho do discurso do Papa Bento XVI aos artistas, em novembro de 2009, na Capela Sistina. 

Beleza

“O momento atual está marcado não só por fenômenos negativos a nível social e econômico, mas também por um esmorecimento da esperança, por uma certa desconfiança nas relações humanas, e por isso crescem os sinais de resignação, agressividade e desespero (...). O que pode voltar a dar entusiasmo e confiança, o que pode encorajar o ânimo humano a reencontrar o caminho, a elevar o olhar para o horizonte, a sonhar uma vida digna da sua vocação, a não ser a beleza?”, dissera o papa emérito, convidando os artistas a se comprometerem cada vez mais a fim de que os lugares de convivência social se tornem cada vez mais humanos: “Vós bem sabeis, queridos artistas, que a experiência do belo, do belo autêntico, não efêmero nem superficial, não é algo acessório ou secundário na busca do sentido e da felicidade, porque esta experiência não afasta da realidade, mas, ao contrário, leva a um confronto cerrado com a vida cotidiana, para o libertar da obscuridade e o transfigurar, para o tornar luminoso, belo”.

Periferias

Francisco afirma ainda que o tema deste ano se refere também “à atualidade, aos projetos de requalificação e renascimento das periferias das metrópoles, das grandes cidades, elaborados por arquitetos qualificados, que propõem, faíscas de beleza, ou seja, pequenas mudanças de caráter urbanístico, arquitetônico e artístico através dos quais recriar, nos contextos mais degradantes e feios, um sentido de beleza, de dignidade, de decoro humano e não só urbano. Cresce a convicção de que também nas periferias existem traços de beleza, de humanidade verdadeira, que é preciso saber acolher e valorizar, que devem ser apoiados e incentivados, desenvolvidos e difundidos”. 

“Talvez muitas cidades de nosso tempo, com os seus subúrbios desoladores, deixaram mais espaço aos medos do que aos desejos e aos sonhos mais bonitos das pessoas, sobretudo dos jovens. Recordei na Encíclica ‘Laudato si’ que «não se deve descurar nunca a relação que existe entre uma educação estética apropriada e a preservação de um ambiente sadio», afirmando que «prestar atenção à beleza e amá-la nos ajuda a sair do pragmatismo utilitarista. Quando não se aprende a parar a fim de admirar e apreciar o que é belo, não surpreende que tudo se transforme em objeto de uso e abuso sem escrúpulos»”.

Desenvolvimento

Segundo Francisco, “é necessário que os templos sagrados, começando pelas novas igrejas paroquias, sobretudo as situadas nas periferias e contextos degradantes, se tornem oásis de beleza, de paz e acolhimento, favorecendo o encontro com Deus e a comunhão com os irmãos e irmãs, tornando-se ponto de referência para o crescimento integral de todos os habitantes, em prol do desenvolvimento harmonioso e solidário das comunidades”.

“Cuidar das pessoas, começando dos pequenos e indefesos, significa cuidar também do ambiente em que eles vivem. Pequenos gestos, ações simples, pequenas faíscas de beleza e caridade podem curar, remendar o tecido humano, urbanístico e ambiental, muitas vezes dilacerado e dividido, sendo uma alternativa concreta à indiferença e ao cinismo.”

Faísca de esperança 

Para Francisco, “os artistas devem se deixar iluminar pela beleza do Evangelho de Cristo, criando obras de arte que levem através da linguagem da beleza, um sinal, uma faísca de esperança e confiança onde as pessoas parecem se render à indiferença e ao feio”. 

“Arquitetos, pintores, escultores, músicos, cineastas, literários, fotógrafos, poetas, artistas de toda disciplina são chamados a fazer brilhar a beleza sobretudo onde a escuridão domina na cotidianidade, são custódios da beleza, anunciadores e testemunhas da esperança para a humanidade, como repetiu várias vezes os meus predecessores. Cuidem da beleza, pois ela curará as feridas que marcam o coração e a alma dos homens e mulheres de nossos dias”, conclui. 

(MJ)

 

 

 

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Santa Sé: Com o Papa por um mundo sem armas nucleares

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Viena (RV) - "Na promoção da segurança nuclear, a comunidade internacional abraça a ética de responsabilidade, a fim de promover um clima de confiança e reforçar a segurança cooperativa por meio do diálogo multilateral". Assim falou o representante do Vaticano, Subsecretário para as Relações com os Estados, Dom Antoine Camilleri, na Segunda Conferência da Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA), que acontece em Viena.

"A lógica do medo e da desconfiança que encontra a sua síntese na dissuasão nuclear deve ser substituída por uma nova lógica de ética global. Precisamos de uma ética de responsabilidade, solidariedade e segurança colaborativa adequada à tarefa de manter sob controle o poder da tecnologia nuclear." De acordo com Dom Camilleri "as ameaças à segurança nuclear são tecnicamente e diplomaticamente os principais desafios enfrentados" e "para responder, é necessário abordar as dinâmicas mais amplas da segurança, da política, da economia e da cultura, que guiam as autoridades estatais e não-estatais na busca de segurança, legitimidade ou poder em armas nucleares."

A Santa Sé considera de grande importância a promoção da segurança nuclear, para fins de fortalecimento do regime de não-proliferação e do processo de desarmamento nuclear, e para a promoção da tecnologia nuclear para fins pacíficos. Dom Camilleri indica duas áreas em que são necessários maiores esforços: A proteção física de material nuclear, uma vez que a falta de controle pode gerar consequências catastróficas; e também a importância da prevenção de cyber-ataques contra dados e estruturas sensíveis a partir de um aumento do nível de segurança da informação e da computação, preservando a confidencialidade das informações relevantes para a segurança nuclear.

O Sub-Secretário regista os progressos significativos no reforço da segurança e proteção nuclear, agradecendo à Agencia por seus esforços ao longo dos anos. Ao mesmo tempo, ressalta que grande parte do sucesso da Agência depende do comprometimento dos Estados-Membros a cumprir os seus deveres legais e éticos. "As responsabilidades dos Estados-Membros – destaca Dom Camilleri - deve permanecer no centro do nosso debate". Concluindo seu discurso, o representante do Vaticano em Viena deixa claro que é preciso levar muito a sério a gravidade dos desafios enfrentados pela comunidade internacional, e que devido a esses desafios a Santa Sé reitera o seu apoio à Agência, em concordância com o apelo de Francisco entregue à ONU em 2015, em que roga por um mundo sem armas nucleares.  (LV)

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Representante vaticano: passar da globalização à riqueza partilhada

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Genebra (RV) - “Traduzir as declarações em ações e os compromissos assumidos em resultados.” Essa é a direção que deve ser tomada pelo comércio global para alcançar as metas da nova Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. 

Foi o que afirmou o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, em pronunciamento esta segunda-feira (05/12) na reunião do Conselho da Unctad, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

Repensar globalização para criar uma prosperidade partilhada

Apesar das indubitáveis vantagens da liberalização do comércio global e dos progressos realizados nas últimas décadas pela comunidade internacional para tornar os mercados acessíveis aos países em desenvolvimento com a entrada deles na Organização Mundial do Comércio (OMC), a economia mundial tem dificuldade de recuperar-se da crise econômica e financeira mundial iniciada em 2008-2009, que pesa particularmente sobre as nações mais pobres, bem como sobre as economias industrializadas criando crescentes desigualdades, observou o representante vaticano.

Diante desse cenário, “o grande desafio político que a comunidade internacional tem diante de si é passar da globalização a uma narração mais construtiva da criação de uma riqueza partilhada”, evidenciou.

Promover o círculo virtuoso em prol do bem comum

Para fazer isso, as políticas das instituições multilaterais e as 17 metas da Agenda para o desenvolvimento pós-2015 não podem limitar-se a manter uma espécie de equilíbrio entre interesses particulares, mas devem buscar o bem comum. Isso requer, de um lado, o autocontrole de cada membro da comunidade internacional e, de outro, a sua colaboração, prosseguiu o arcebispo esloveno.

Passar das palavras aos fatos

“Se queremos realmente o sucesso da Agenda 2030, devemos continuar implementando a Conferência de Adis-Abeba” – o Programa de Ação adotado em 2015 pela 3ª Conferência das Nações Unidas sobre financiamentos ao desenvolvimento. “Nosso objetivo comum deve ser transformar a nossa decisão em ação”, arrematou o Arcebispo Jurkovič. (RL)

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Igreja na América Latina



Mensagem de esperança do Papa aos paraguaios

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Assunção (RV) – O Cardeal Luis Héctor Villalba, enviado do Papa Francisco ao Paraguai, manifestou que o Sumo Pontífice recordou com carinho do país sul-americano, enviando muitas bênção à sua população, com mensagens de esperança. O purpurado reuniu-se com o Presidente Horacio Cartes na manhã desta terça-feira (06/12). 

O Cardeal Villalba chegou ao Paraguai na segunda-feira, por ocasião dos 50 anos da Diocese de Caacupé e pela festividade Imaculada, em 8 de dezembro. Após o encontro com o Presidente em  Mburuvicha Róga, o purpurado participou de una breve coletiva de imprensa.

Na ocasião, o Arcebispo emérito de Tucumán relatou que o Santo Padre enviou muitas bênção ao país, recordando com carinho a visita realizada em 2015. “O Papa insiste muito para que não percamos a esperança, por maiores que sejam as dificuldades, problemas e sofrimentos”, ressaltou  Dom Villalba.

Na continuação, expressou felicidade por estar no país e poder compartilhar de uma festa tão grandiosa como a da Virgem de Caacupé e os 50 anos da Diocese.

O Cardeal também sublinhou a importância de evangelizar os jovens para que eles, por sua vez, evangelizem a outros jovens e assim, a mensagem de Cristo Ressuscitado vai se difundindo.

O purpurado presidirá uma celebração eucarística em Caacupé na quinta-feira.

 

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JMJ 2019: Delegação do Vaticano chega ao Panamá

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Cidade do Panamá (RV) – O Cardeal Kevin Farrel chegou na segunda-feira (05/12) ao Panamá para tratar da preparação da próxima Jornada Mundial da Juventude, a ser celebrada no país centro-americano em 2019, informou a Arquidiocese do Panamá.

“Já está conosco o Cardeal Kevin Farrel e sua equipe para iniciar os preparativos para a próxima Jornada Mundial da Juventude”, referiu a Igreja panamenha em suas contas nas redes sociais.

Farrel, originário dos Estados Unidos, é Prefeito do Dicasterio para os Leigos, a Familia e a Vida, e sua visita tem como objetivo “conhecer o país, na sua realidade social e eclesial; avaliar possíveis locais para os atos centrais da JMJ e reunir-se com membros do Comitê Organizador Local (COL) da Arquidiocese do Panamá”, indicou um comunicado.

Do programa da visita do purpurado e sua equipe, consta um encontro com jovens da Arquidiocese do Panamá, na Paróquia de Nossa Senhora de Lurdes, que culminará com a celebração de uma Missa.

Já no dia 8 de dezembro, o enviado do Papa Francisco presidirá a Celebração Eucarística na Paróquia da Imaculada Conceição de “La Chorrera”, capital da Província do Panamá Oeste, às 9 horas locais. Mais tarde manterá um encontró com os grupos juvenis desta localidade.

Ao concluir sua visita em 8 de dezembro, o Cardeal Farrel e o Arcebispo de Panamá, José Domingo Ulloa Mendieta, presidirão uma coletiva de imprensa no Aeroporto de Tocumen, às 17 horas, pouco antes do retorno a Roma.

Acompanha o Cardeal Farrel o Padre João Chagas,  responsável pelo Setor Juventude do Dicastério para Leigos, Família e Vida e Marcelo Bedeschi, Presidente da Fundação São João Paulo II – instâncias do dicastério – que permanecerão no país até o domingo, 11 de dezembro, com a finalidade de visitar alguns locais nas Dioceses de Chitré, Santiago e Colón - Kuna Yala, concluiu o comunicado da Arquidiocese.

(je/efe)

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Igreja no Mundo



Episcopado suiço: cerimônia penitencial e de oração por vítimas de abuso

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Berna (RV) – A Conferências dos Bispos da Suiça (CES) dedicou a segunda-feira (05/12) à oração e à penitência pelas vítimas de abusos sexuais no contexto eclesial.  A cerimônia foi realizada na Basílica de Valère, em Sion.

Os bispos, os representantes dos  Superiores Maiores Religiosos da Suíça e as corporações de direito público eclesiástico, além de uma delegação de vítimas, rezaram juntos neste local de peregrinação por excelência.

A cerimônia de oração e arrependimento foi presidida pelo Presidente da Conferência Suíça de Bispos, Dom Charles Morerod, que em seu pronunciamento reconheceu, que "um grande erro foi revelado no nosso tempo na Igreja, assim como  em nossas dioceses e comunidades. Esta falta de alguns também foi possível devido a certas estruturas e certos padrões de comportamento e pensamento. A falta atinge vários níveis: o ato de abuso, o silêncio cúmplice, a ausência de auxílio às vítimas. Em diferentes níveis, nos sentimos co-responsáveis e devemos às vítimas que abriram nossos olhos".

Resposta ao pedido do Papa

Esta cerimônia oração e arrependimento é uma resposta da Conferência Suíça de Bispos a um pedido do Papa Francisco, que deseja que a Igreja Católica mantenha tais celebrações em todo o mundo.

Representantes da Conferência dos Bispos Suíços, da União dos Superiores Maiores Religiosos da Suíça (VOS'USM) e da Conferência Central católica romana da Suíça (RKZ),  aproveitaram a oportunidade para informar, em uma coletiva de imprensa em separado, sobre o estado da questão do abuso sexual no contexto da Igreja.

Prevenção

A nível nacional, as diretrizes da CES foram revistas e adaptadas, desde a sua criação em 2002. A CES foi uma das primeiras Conferências episcopais no mundo  a  dar orientações vinculativas sobre como prevenir o abuso de crianças ou adultos e para tratar as vítimas e seus autores.

O VOS'USM juntou-se ao CES para a terceira edição publicada em 2014. As diretivas agora não se aplicam mais unicamente à pessoas particulares, ativas na pastoral,  mas para todas as pessoas que trabalham no contexto da Igreja, como, por exemplo, na catequese, em trabalho social ou jovem na música.

Fundo de indenização para casos prescritos

Os responsáveis eclesiásticos consideram particularmente difícil a situação das vítimas de abuso sexual que prescreveram segundo o direito público e o direito canônico, e que as instâncias da Igreja por um longo tempo não ouviram, nem repararam.

A última das numerosas medidas implementadas até agora foi, pelo reconhecimento de uma responsabilidade, a instauração de bases financeiras e legais para a concessão de acordos indenizações. Existe agora um fundo de reparação de  500.000 francos, que foi constituído pela CES, a VOS'USM e RKZ. Uma comissão independente decide sobre a concessão de uma compensação e o respectivo montante.

A RKZ participa neste fundo de reparação, porque uma grande parte dos colaboradores da Igreja na Suíça é empregado em empresas públicas de direito eclesiástico, com contratos de direito público.

Há seis anos, no verão de 2010, os bispos haviam reconhecido publicamente, por ocasião de uma vigília de oração especial na Capela de Nossa Senhora em Einsiedeln, a responsabilidade da Igreja no sofrimento das vítimas, pelo passado, de abusos sexuais no contexto da Igreja. As numerosas medidas introduzidas desde então à nível nacional, diocesano, regional e cantonal, servem tanto para prevenir os abusos, como para regular casos atuais e passados.

Estatísticas 2010-2015

A Comissão de peritos "O abuso sexual no contexto eclesial" da CES realiza todos os anos, desde o apelo de 2010, uma estatística dos casos relatados.

Desde que em 2010, 115 casos de abusos sexuais haviam sido relatados às instâncias diocesanas, observou-se uma redução significativa dos casos nos anos sucessivos: 24 (2011), 9 (2012), 11 (2013 ), 11 (2014), 24 (2015). A maioria dos casos de abuso sexual ocorreu entre 1950 e 1990.

Das 223 vítimas anunciadas no decorrer destes seis anos, 49 eram crianças com menos de 12 anos na época dos fatos, 23 meninas e 56 meninos entre 12 e 16 anos, 43 mulheres adultas e 38 homens adultos. Não foi possível obter informações sobre a idade de 14 vítimas no momento.

No que concerne aos autores, as estatísticas revelam para o período, um total de 204 autores, incluindo 103 sacerdotes, 47 religiosos, 11 religiosas, 5 teólogas e teólogos leigos, 6 pessoas de outras profissões. Não foi possível obter informações sobre 32 autores relatados. As estatísticas do Comité de Peritos cobre todo o espectro de  abusos sexuais possíveis, declarações e gestos com conotação sexual.

Os Bispos suíços e os Superiores Religiosos ficam agradecidos por qualquer denúncia de abuso sexual no contexto eclesial. Eles apelam às vítimas para procurar os serviços de acolhida da Igreja ou do Cantão, de auxílio às vítimas.

As vítimas devem receber justiça e os responsáveis devem prestar contas à justiça, mesmo que o abuso tenha ocorrido há muito tempo.

Os membros da Conferência dos Bispos da Suiça realizam sua 314ª Assembleia de 5 a 7 de dezembro em Sion et Viège.

 

(JE/Conferência dos Bispos Suiços)

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Bispos do Burundi lamentam passos insuficientes para reconciliação

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Bujumbura (RV) - “Apreciamos os passos dados e agradecemos àqueles que contribuíram para isso.” É o que expressam os bispos da República do Burundi, centro-leste da África, em sua Carta pastoral publicada pela conclusão do Ano Santo da Misericórdia.

“Na abertura do Ano jubilar tínhamos feito votos de que este Ano fosse para os burundineses uma oportunidade de reconciliação, a fim de que os contendentes se sentassem, se dissessem a verdade num diálogo franco que permitisse resolver os problemas do país, de modo que os burundineses possam viver na paz e na segurança”, explica a mensagem que chegou à agência missionária Fides.

Refugiados no exterior têm medo de retornar à pátria

“Há ainda muitos irmãos e irmãs que se encontram refugiados fora do país”, recordam os bispos. “Apesar de terem ouvido nosso apelo, não ousam voltar porque não se sentem assegurados. Não tem algo a ser corrigido a fim de que se sintam seguros?”, pergunta-se na mensagem.

Os prelados lamentam que aqueles que ficaram no país “desconfiam uns dos outros, e que parecem espiar-se reciprocamente, tendo medo de dizer a verdade em alta voz, não se confia mais no vizinho, propriamente quando, ao invés, é o momento de dizer a verdade e de acolher a verdade que salva e reconcilia”.

A crise desencadeada em abril de 2015

A crise política burundinesa remonta a abril de 2015, quando o Presidente Pierre Nkurunziza anunciou a decisão de reapresentar-se nas eleições para um terceiro mandato, violando a Constituição e os Acordos de Paz de Arusha (Tanzânia).

A reeleição de Nkurunziza, em julho do mesmo ano, agravou a situação com homicídios e desparecimentos de pessoas ligadas à oposição e o surgimento de grupos de guerrilha anti-Nkurunziza. As violências provocaram até então 500 mortos e levaram cerca de 300 mil pessoas a fugir para os países limítrofes. (RL)

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Atualidades



Mundo vive maior crise humanitária desde 2ª Guerra, alerta ONU

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Genebra (RV) – O mundo atravessa sua pior crise humanitária desde a 2ª Guerra e cerca de 128 milhões de pessoas precisam de ajuda em diversos continentes. Nesta segunda-feira, 5, a ONU lançou um apelo para o financiamento de suas operações de resgate e estima que em 2017 precisará de US$ 22,2 bilhões para socorrer a população afetada por guerras e desastres ambientais.

O valor solicitado é inédito e a ONU insiste que nunca, desde o final da 2ª Guerra, tantas pessoas no planeta estiveram sob um risco tão elevado.

Diante da dificuldade em sair ao auxílio de todos, a entidade dará prioridade a 33 países e estabelecerá operações para atender 93 milhões de pessoas consideradas as mais vulneráveis. “O mundo está enfrentando um estado de crise humana jamais visto desde o final da 2.ª Guerra. No total, 128 milhões de pessoas estão sendo afetadas por conflitos, deslocamentos, desastres naturais e profunda vulnerabilidade”, indicou a ONU em seu apelo por recursos.

Solidariedade

“A escala da crise hoje é maior do que em qualquer outro momento desde a criação da ONU”, declarou Stephen O’Brien, sub-secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários. “Em nenhum momento no passado recente tantas pessoas precisaram de nossa ajuda e solidariedade para sobreviver.”

Em seu apelo por recursos, a ONU incluiu ações para lutar contra a fome na bacia do Lago Chade e no Sudão do Sul, atendimento para civis na Síria, Iraque e Iêmen, e educação para crianças em zonas afetadas pelo fenômeno El Niño. A guerra na Síria, porém, estará entre as mais custosas financeiramente. No continente americano, o foco do resgate será o Haiti.

Crise

Se o mundo vive sua pior crise humanitária, a ONU também atravessa uma situação financeira delicada. Para 2016, a entidade recebeu apenas 52% da verba que havia solicitado para sair ao socorro das populações pelo mundo.

Ao final de 2016, o buraco nas contas da entidade chegou a US$ 10,7 bilhões, o maior de sua história. “A vida de milhões de crianças, mulheres e homens estão em nossas mãos”, disse O’Brien, ao lançar o apelo. “Não podemos abandoná-los.” (SP)

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Como o agronegócio impacta o cerrado e seus habitantes?

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Cidade do Vaticano (RV) – Dom Adriano Ciocca é o bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Italiano, chegou ao Brasil em 1979  como missionário, à diocese de Petrolina, onde foi assistente espiritual do seminário. Em 1992 foi para Petrolândia (PE) e em 1999 foi nomeado bispo da Diocese de Floresta (PE). Até 2011, foi o bispo referencial da CNBB para as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Em 2012, foi transferido para a Prelazia de São Félix do Araguaia.

Do sertão para o cerrado, onde o índice de desmatamento é 2,5 vezes maior que a Amazônia. O bioma cerrado alimenta grandes rios como o São Francisco, o Amazonas, o Paranaíba e o Araguaia e é conhecido como a caixa d’água do Brasil. Com tanta água disponível e superfícies planas, o Cerrado tem grande vocação agrícola e sua produção elevou o Brasil à posição de segundo maior produtor de alimento do mundo.

Segundo Rafael Loyola, diretor do Laboratório de Biogeografia da Conservação da Universidade Federal de Goiás, metade da área originalmente coberta pelo Cerrado já foi transformada em algo diferente e apenas 8% do bioma é protegido por unidades de conservação. Que impacto o título de “celeiro nacional” tem sobre a população local, assentados e indígenas?

De acordo com o bispo, Dom Adriano Ciocca, o agronegócio gerou uma enorme valorização das terras; e as famílias começaram a entregar suas propriedades, tentadas por tanto dinheiro. Foi uma ‘forma de agressão’ em cima dos pequenos proprietários. Com isso, as terras foram se concentrando nas mãos de poucos.

Outra pressão sofrida é a causada pelo uso intensivo de defensivos agrícolas, que se espalham por cerca de 25 km a partir do ponto em que são borrifados dos aviões. Estes produtos muitas vezes destroem as plantações dos pequenos agricultores, além de provocar problemas respiratórios e alergias na população.

Já os indígenas são aliciados para alugarem suas terras para o gado, o plantio e a construção de estradas. Submetidos à presença contínua de pessoas ‘de fora’ e as comunidades sofrem com o desequilíbrio de sua vida interna.

Ouça a entrevista, clicando aqui: 

(CM)

 

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Pesquisas de controle do Aedes aegypti estão evoluindo

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Cidade do Vaticano (RV) - Prosseguimos em nosso espaço de saúde com o tema sobre os progressos científicos obtidos em relação ao vírus zika e sua ligação com a microcefalia. 

“É um problema que veio para ficar. Passou a ser um grande problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) continua reconhecendo que a infecção pelo vírus zika é um problema de saúde pública que tem de ser abordado não só de forma emergencial, mas de forma contínua. A mudança foi essa. Desapareceu o caráter emergencial e se manteve o caráter de luta como grande problema de saúde pública”, disse o nosso entrevistado o infectologista Dr. Pedro Luiz Tauil professor na Universidade de Brasília. 

Segundo ele, foram feitos progressos nas pesquisas no que diz respeito ao controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus zika. “As pesquisas para o controle do mosquito estão evoluindo”, disse o infectologista. Dr. Tauil nos fala a propósito de uma técnica inglesa de controle do vírus. 

Nós conversamos também com o Doutor Vanderlei Bagnato, físico e professor da Universidade de São Paulo sobre a situação no Brasil em relação ao vírus e a microcefalia. 

(MJ)

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