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Sumario del 08/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa confia à Imaculada Conceição as necessidades do mundo

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Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde desta quinta-feira, 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada, o Papa Francisco dirigiu-se à Praça de Espanha, centro de Roma, para renovar o tradicional ato de homenagem e de oração aos pés do monumento à Imaculada, dirigindo-se a seguir à Basílica de Santa Maria Maior, para rezar diante da imagem de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”.  

Às 7h30 da manhã, como reza a tradição, uma equipe do corpo de bombeiros depositou flores aos pés da estátua, no alto da coluna, e colocou uma coroa de flores na imagem. Durante todo o dia foram realizadas diversas cerimônias e procissões diante da imagem, sob a responsabilidade de diversos grupos.

Após saudar populares presentes na Praça de Espanha, Francisco depositou flores aos pés do monumento e recitou a seguinte oração:

Ó Maria, nossa Mãe Imaculada, no dia de tua Festa venho a Ti, e não venho sozinho: trago comigo todos aqueles que o teu Filho me confiou, nesta cidade de Roma e em todo o mundo, para que Tu os abençoe e os salve dos perigos.

Trago a Ti, Mãe, as crianças, especialmente aquelas sozinhas, abandonadas, e que por isso são enganadas e exploradas.

Trago a Ti, Mãe, as famílias, que levam em frente a vida e a sociedade, com seu compromisso diário e escondido; especialmente as famílias que têm mais dificuldades, por tantos problemas internos e externos.

Trago a Ti, Mãe, todos os trabalhadores, homens e mulheres, e confio a ti especialmente quem, por necessidade, se esforça em realizar um trabalho digno e aqueles que perderam o trabalho ou não conseguem encontrar um.

Temos necessidade de teu olhar imaculado, para reencontrar a capacidade de olhar para as pessoas e as coisas com respeito e reconhecimento, sem interesses egoístas ou hipocrisia.

Temos necessidade de teu coração imaculado, para amar de maneira gratuita, sem segundas intenções, mas buscando o bem do outro, com simplicidade e sinceridade, renunciando à máscaras e truques.

Temos necessidade de tuas mãos imaculadas, para acariciar com ternura, para tocar a carne de Jesus nos irmãos pobres, doentes, desprezados, para levantar aqueles que caíram e sustentar quem vacila.

Temos necessidade de teus pés imaculados, para ir de encontro àqueles que não podem dar o seu primeiro passo, para caminhar nos caminhos de quem está perdido, para ir e encontrar as pessoas sozinhas.

Nós te agradecemos, ó Mãe, porque mostrando-se a nós livre de qualquer mancha de pecado,Tu nos recordas que antes de tudo existe a graça de Deus, existe o amor de Jesus Cristo que deu a vida por nós, existe a força do Espírito Santo que tudo renova.

Faz que não cedamos ao desencorajamento, mas, confiando na tua constante ajuda, nos empenhemos a fundo para renovar nós mesmos, esta Cidade e o mundo inteiro.

Reza por nós, Santa Mãe de Deus".

A Imaculada e os Papas

O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado em 8 de dezembro de 1854 pelo Beato Papa Pio IX.

Três anos mais tarde, em 8 de dezembro de 1857, o Papa abençoou e inaugurou o monumento da Imaculada na Praça de Espanha.

O Papa Pio XII, por sua vez, foi o primeiro a enviar flores à Praça de Espanha na Solenidade da Imaculada.

São João XXIII, em 1958, dirigiu-se à Praça de Espanha e depositou aos pés do monumento um cesto contendo rosas brancas. Sucessivamente, visitou a Basílica de Santa Maria Maior.

Tal gesto foi repetido também pelos Papas Beato Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI.

(JE)

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Papa no Angelus: O Senhor não deixa o homem à mercê do seu mal

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Cidade do Vaticano (RV) - “O Senhor não deixa o homem à mercê do seu mal; imediatamente o procura e lhe faz uma pergunta cheia de apreensão: “Onde você está?”. É a pergunta de um pai ou de uma mãe que procura o filho perdido: “Onde você está? Em qual situação você se encontra?”. E tudo isso Deus o faz com tanta paciência, até preencher a distância criada nas origens.”

O Papa Francisco comentou dessa maneira no Angelus desta quinta-feira, 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, a passagem bíblica do pecado original. 

“O livro do Gênesis nos mostra o "não das origens", quando o homem preferiu olhar para si mesmo, em vez do seu Criador, quis fazer por conta própria, escolheu ser autossuficiente. Mas, assim fazendo, saindo da comunhão com Deus, perdeu a si mesmo e começou a ter medo, a se esconder e a acusar quem estava perto. Isto faz o pecado”.

O sim de Maria

A segunda passagem comentada pelo Papal, narrada hoje no Evangelho,  - continuou o Papa  - é quando Deus vem habitar entre nós, se faz homem como nós. E isso só foi possível por meio de um grande “Sim”, o de Maria no momento da Anunciação.

“Através deste “sim” Jesus começou o seu caminho nas estradas da humanidade; começou em Maria, transcorrendo os primeiros meses de vida no útero da mãe: não apareceu já adulto e forte, mas seguiu todo o percurso de um ser humano. Se fez em tudo igual a nós, exceto uma coisa: o pecado. Por isso, escolheu Maria, a única criatura sem pecado, imaculada”.

No Evangelho, com uma palavra, ela é chamada de “cheia de graça”, isto é cumulada de graça. Isso significa que nela, “imediatamente” cheia de graça, não há lugar para o pecado.

E como o “não” das origens tinha fechado a passagem do homem a Deus, assim o “sim” de Maria abriu o caminho para Deus entre nós. É o “sim” mais importante da história, o “sim” humilde que abate o “não” soberbo das origens, o “sim” fiel que cura a desobediência, o “sim” disponível que derrota o egoísmo do pecado.

Praça de Espanha

Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou o terremoto que abalou nesta quarta-feira (07/12), a ilha de Sumatra, na Indonésia.

“Asseguro a minha oração pelas vítimas e seus familiares, pelos feridos e todos os que perderam suas casas. Que o Senhor dê força à população e sustente o trabalho de socorro.”

Antes de se despedir dos fiéis recordou que iria parte da tarde até a Praça de Espanha para renovar o tradicional ato de homenagem e de oração aos pés do monumento à Imaculada e depois à Basílica de Santa Maria Maior, para rezar diante da imagem de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”.

(SP-MJ)

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Congregação para o Clero: a identidade do sacerdote

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Cidade do Vaticano (RV) – Leis, por nada rígidas, nunca hipócritas e com o “sentido da beleza”. É a identidade do sacerdote hoje traçada no novo documento sobre a vocação presbiteral da Congregação para o Clero "Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis". 

É necessário cultivar a humildade

O documento, publicado em anexo com o jornal vaticano L’Osservatore Romano atualiza as regras inalteradas desde 1985 e explica em detalhes como deve ser realizada a formação dos seminaristas, os futuros sacerdotes. “É necessário cultivar a humildade, a coragem, o sentido prático, a magnanimidade do coração, a retidão o juízo e a discrição, a tolerância e a transparência, o amor à verdade e a honestidade”, destaca o documento do Dicastério conduzido pelo Cardeal Beniamino Stella.  

Formação humana

No capítulo dedicado à “formação humana” destaca-se que o futuro padre deve ser acompanhado na totalidade das dimensões, sem esquecer o cuidado com “a saúde, a alimentação, a atividade motora, o descanso”.

É de fundamental importância que o seminarista alcance uma “equilibrada autoestima, que o leve a ter consciência das próprias qualidades, para aprender a colocá-las ao serviço do Povo de Deus”. O futuro sacerdote deve ter também um gosto estético: “na formação humana é necessário cuidar do aspecto estético, oferecendo uma instrução que permita conhecer as diferentes manifestações artísticas, educando ao “sentido da beleza”, o sentido social, ajudando o sujeito a melhorar sua capacidade de relacionamento, para que possa contribuir na edificação da comunidade em que vive”.

Padre não é um funcionário

“Pareceu-nos que a formação dos sacerdotes precisava ser relançada, renovada e recolocada no centro – explicou o Cardeal Stella ao jornal vaticano -, para isso fomos incentivados e iluminados pelo magistério de Papa Francisco, com a espiritualidade e a profecia que distinguem sua palavra. O Pontífice dirigiu-se muitas vezes aos sacerdotes, lembrando-lhes que o padre não é um funcionário, mas um pastor ungido para o povo de Deus, que tem o coração compassivo e misericordioso de Cristo para com as multidões cansadas e famintas”. Um bom sacerdote deve ter a qualidade da escuta: “para realizar o discernimento pastoral é preciso colocar no centro o estilo evangélico da escuta, que livra o pastor da tentação da abstração, do protagonismo, da excessiva segurança de si e daquela frieza que o tornaria “um contador do espírito”, em lugar de ser “um bom samaritano””.

O sacerdote, alerta o documento, não deve ser um homem “do fazer”: “o pastor aprende a sair das próprias certezas pré-constituídas e não pensará seu ministério como uma série de coisas a serem feitas ou normas a serem aplicadas, mas fará da própria vida o “lugar” de uma acolhedora escuta de Deus e dos irmãos”. (SP)

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Igreja no Mundo



Patriarca Sako pede tutela do patrimônio religioso no Iraque

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Bagdá (RV) - “A escalada de conflitos religiosos e étnicos em toda a região mostra a necessidade de uma ação urgente da parte da comunidade internacional a fim de proteger e preservar o patrimônio cultural iraquiano.” 

Este foi o apelo lançado pelo Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Raphaël I Sako, durante a Conferência internacional sobre a conservação dos bens culturais em risco nas áreas de conflito realizada recentemente em Abu Dhabi, uma iniciativa dos Emirados Árabes Unidos e França em colaboração com a Unesco. 

Preocupação do Papa

A afirmação do patriarca está em sintonia com o que foi afirmado pelo Papa Francisco durante a audiência geral de 30 de novembro passado, que em vista da conferência, ressaltou como este tema seja, “infelizmente, dramaticamente atual”. “Na convicção de que a tutela das riquezas culturais seja uma dimensão essencial da defesa do ser humano, desejo que este evento marque uma nova etapa no processo de implementação dos direitos humanos”, acrescentou o Papa na ocasião. 

Devastação

Nos últimos anos, as milícias do Estado Islâmico destruíram grande parte do patrimônio artístico e cultural do Iraque, antiga Mesopotâmia. “Primeiro, o saqueio de manuscritos e artefatos do museu nacional iraquiano de Bagdá e do museu de Mossul. Sucessivamente, muitos outros locais de importância histórica foram depredados pelos jihadistas do Estado Islâmico que iniciaram uma verdadeira e própria estratégia para cancelar o que não tem a ver com a época islâmica e que não se adapta com a sua ideologia”, recordou o patriarca caldeu citado pelo jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano.

“Diante da destruição total das mesquitas de Nabi Younis e Nabi Jarjees, bem como outros sítios arqueológicos importantes como Nimrud e Hatra, e do incêndio de centenas de manuscritos conservados em igrejas e mosteiros, a comunidade internacional deveria se comprometer com o governo iraquiano e outros governos da região para assegurar a conservação e proteção deste patrimônio multimilenar e sua restauração, com uma equipe de especialistas”. 

Trabalho dominicano

O patriarca recordou o trabalho imenso desempenhado pelo dominicano Najib Mussa que fundou o Centro Digital de Manuscritos Orientais, em Mossul, que em 1990 iniciou a documentar e catalogar os manuscritos conservados nas igrejas e mosteiros, a gravar com câmeras outros 7.500 manuscritos e a restaurar alguns entre os mais danificados recentemente pelos jihadistas. Em Irbil, no centro dominicano, estão disponíveis cds e catálogos graças ao trabalho desempenhado nestes anos. 

“Esperamos que esses lugares antigos e sagrados como igrejas, mosteiros e mesquitas sejam logo reconstruídos, respeitando suas características de um tempo”, prosseguiu Dom Sako. 

Projetos

Hoje, a situação no Iraque é muito instável e insegura, e não obstante o Estado Islâmico tenha sido rejeitado em algumas cidades, “a sua ideologia continuará vivendo, criando novos conflitos”, frisou.

“Gostaria de propor três projetos importantes que devem ser implementados: Primeiramente, é preciso criar um lugar seguro para a conservação e estocagem do patrimônio cultural em via de extinção, com um acordo ou convenção do governo iraquiano e a supervisão de uma equipe de monitoração das Nações Unidas.” 

Além disso, “é preciso fazer chegar ao Iraque especialistas para a formação de estudiosos iraquianos a fim de que possam enfrentar e gerir melhor este patrimônio cultural imenso que está aqui há milhares de anos. Em particular, catalogar, proteger e restaurar os manuscritos, os locais históricos, os objetos antigos, as igrejas, os mosteiros, as sinagogas e as mesquitas. Enfim, é preciso fornecer instrumentos adequados para as equipes de especialistas iraquianas para que possam desempenhar suas atividades de forma adequada e com instrumentos modernos e sofisticados”. 

(MJ)

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Líbano: Patriarca Raï pede formação de um governo até o Natal

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Beirute (RV) - O Patriarca Maronita, Cardeal Bechara Boutros Raï, fez um convite aos partidos políticos libaneses para que entrem num acordo que possa formar o Governo até o Natal, como um presente a toda a população e em favor do caminho futuro do país. 

O purpurado expressou esse desejo depois do acordo alcançado para eleição do Presidente Michel Aoun e pede mais um esforço ao Parlamento e à classe política libanesa para alcançar um compromisso para a formação do novo executivo. 

Segundo Asianews, numa nota divulgada na última terça-feira (06/12), o Patriarca Raï recordou que a eleição de Aoun, depois de dois anos e seis meses de presidência vacante, “é o resultado obtido graças ao consenso nacional, a reconciliação entre os maronitas e a reconciliação entre maronitas e sunitas. Espero que este processo seja completado com a formação de um novo executivo”.

A eleição de Aoun como presidente e a tarefa ao ex-premiê Saad Hariri de formar o novo governo deram esperança para o futuro do país que lida com uma economia estagnante e com a emergência refugiados da Síria. 

Problemas graves e difíceis aos quais a classe política libanesa concentrada em interesses pessoais não soube até agora responder de forma adequada. 

Todavia, o processo de formação do novo governo poderá durar meses, sobretudo no que concerne as funções importantes de poder. O presidente do Parlamento, Nabih Berri, que está levando adiante as tratativas em nome da aliança de 8 de março, apoiada pelas milícias xiitas de Hezbollah, mira ao controle das Finanças e dos Trabalhos públicos. 

Segundo ele, ao Movimento Marada, de orientação cristã democrática guiado pelo maronita e ex-presidente da República Suleiman Frangieh, deve ser designado um ministério importante. 

(MJ)

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Filipinas: Bispo dá dicas de como passar o Natal no país

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Manila (RV) – O Bispo Dom Ruperto Santos, convidou os filipinos que regressam ao seu país por ocasião do Santo Natal para que estejam mais tempo com suas famílias. O presidente da Comissão para os Migrantes e os Itinerantes da Conferência Episcopal das Filipinas (CEF) incentivou a que participem das cerimônias religiosas, vão às igrejas e não apenas aos centros comerciais.

Dom Ruperto Santos destacou que o Natal é uma oportunidade para os trabalhadores migrantes passarem mais tempo com suas famílias. Ele recomendou que, em vez de ir aos centros comerciais, os trabalhadores que regressam ao país deveriam "passar o tempo com a família, economizar dinheiro e compartilhar histórias".

Enquanto estiverem no país, o prelado recomendou que eles deveriam “sempre estar disponíveis para seus filhos, falar com eles, compartilhar refeições e histórias. Ter tempo de qualidade com suas famílias”.

Além dessas recomendações, o presidente da Comissão para os Migrantes e os Itinerantes da Conferência Episcopal das Filipinas (CEF) aconselhou aos que regressam ao País por ocasião do Natal que usem sabiamente o dinheiro arduamente ganho no exterior. São aproximadamente 10 milhões os trabalhadores filipinos em 170 países, informou a UCANews. (SP)

 

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Formação



Reflexão para a Solenidade da Imaculada

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Cidade do Vaticano (RV) - A primeira leitura da liturgia de hoje,  Gênesis 3, versículos de 9 a 15 é o chamado proto-evangelho porque nos fala, ainda que de um modo remoto e impreciso, da salvação, da atuação do Messias. 

Deus oferece ao homem sua amizade, mas ele prefere escutar a serpente, prefere dar vasão ao desejo de autossuficiência. Com essa atitude de se colocar como centro, o homem prejudica seu relacionamento com as demais pessoas, com a natureza e com Deus.

Como a rejeição a Deus é automaticamente rejeição à Vida e à felicidade sem fim, o homem atraiu sobre si e sobre a natureza a maldição, abrindo as portas ao sofrimento e à morte.

Contudo Deus é Pai, é Vida e não pode permitir o triunfo da morte, a danação de suas criaturas, especialmente do homem, criado à sua imagem e semelhança.

Exatamente no momento da rejeição do símbolo da autossuficiência, Deus anuncia a vitória da descendência humana sobre o pecado, é a vitória de Cristo em sua Paixão, quando se descentraliza para estar totalmente voltado para o Pai, para a Vida, não fazendo a sua vontade, mas a de Seu Pai.

Adão e Eva estão nús, isto é, estão sem a proteção de Deus, colocando suas esperanças apenas em sua autossuficiência. Maria é saudada pelo anjo como a cheia de graça e a plena de Deus, de Vida. Ela se descentralizou ao dizer que era a Serva do Senhor e permitindo que se fizesse nela a palavra do anjo.

Por um privilégio concedido por Deus, Maria foi a única exceção humana a não dar sua adesão ao pecado. Ela foi a obra-prima da graça de Deus, perfeita em sua adesão livre à missão dada pelo Pai e geradora não apenas do Messias, mas origem da própria Igreja. O prefácio da missa a chama de “primícias da Igreja”.

Celebrando sua Imaculada Conceição, celebramos sua total pertença a Deus.

A segunda leitura, extraída da Carta de São Paulo aos Efésios, fala do projeto de Deus a nosso respeito, de nossa vocação, de nossa destinação. Do mesmo modo que Maria, fomos redimidos pelo sangue de Jesus e destinados à felicidade sem fim.
 
Cada um de nós é criado por Deus para ter uma missão neste mundo, missão unida à Cristo, como foi a de Maria. Ela, concebida sem o pecado das origens, foi toda um sim ao Pai e, por isso, gerou o Filho, plena do Espírito Santo. Também nós, redimidos por Jesus Cristo, poderemos colaborar com o Pai em seu projeto grandioso para com cada ser humano, permitindo que o Espírito Santo conduza nossa vida. Não é para um projeto próprio, fadado ao insucesso, que fomos convocados, mas a um projeto feito por Deus, onde a fraternidade e a obediência ao Amor são as leis máximas.

(Padre Cesar Augusto dos Santos, sj)

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Ecumenismo: para dialogar é preciso partir da nossa identidade

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” continua com a participação do bispo da Diocese de Garanhuns, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza. 

Há pouco mais de um ano e meio eleito bispo desta Igreja particular da mesorregião do agreste pernambucano, Dom Paulo nos fala na edição de hoje sobre a realidade que encontrou em sua diocese no que diz respeito ao ecumenismo, ao diálogo da Igreja católica com as demais confissões cristãs.

Destaca-nos, particularmente, Garanhuns e Canhotinho, duas cidades marcadas fortemente pela presença do presbiterianismo, cujos missionários chegaram muito cedo a estas cidades, há mais de um século.

Cita o diálogo constante e a amizade com um pastor da Assembleia de Deus e afirma que “mesmo entre as Igrejas Pentecostais há muita possibilidade de diálogo”, sem deixar de reconhecer que em alguns cantos, em alguns locais, há dificuldade com as Igrejas Neopentecostais.

O bispo de Garanhuns destaca, ainda, que para dialogar é preciso partir da nossa identidade, não negarmos a nossa identidade: “quanto mais soubermos quem somos, quanto mais tivermos clareza e defendermos a nossa identidade, podemos dialogar”, afirma ele, acrescentando que “o diálogo é sempre a porta possível para se vivenciar o ideal de Cristo e do Evangelho. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



A Imaculada Conceição segundo os grandes pintores

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Cidade do Vaticano (RV) – “A mulher vestida de sol”, com a lua debaixo de seus pés e a cabeça coroada com doze estrelas, a “Toda bela”, a nova Eva. São estas apenas algumas das imagens com as quais os pintores buscaram representar o tema da Imaculada Conceição.

No decorrer dos séculos, o debate artístico acompanhou e foi um reflexo do debate teológico. Também os grandes mestres se confrontaram com o tema da Imaculada, bem antes da  proclamação do dogma, ocorrida em 8 de dezembro de 1854, pelo Papa Pio IX.

É uma história fascinante, que envolveu os maiores artistas europeus no desafio de representar  a pureza de Maria, concebida sem pecado original, “sem mácula”. Um conceito não simples de representar por meio de imagens.

Na alta Idade Média os artistas, por exemplo, representaram os pais de Maria, Joaquim e Ana, que se encontram na Porta de Ouro de Jerusalém. Em seu abraço, em uma idade não mais fértil, é oferecida simbolicamente a ideia de uma concepção virginal, similar àquela de Cristo. E é uma das primeiras formas, mesmo que imperfeita, de representar a graça especial da Mãe de Jesus. Forte, depois, a inspiração no Apocalipse de João: a mulher vestida de sol, com a lua sob os pés e a coroa com doze estrelas.

Fazendo-se, por outro lado, uma releitura mariana do Cântico dos Cânticos, que recita “és toda bela, amiga minha, em ti nenhuma mancha”, e fala da esposa escondida como uma pomba entre as fendas das rochas, Leonardo da Vinci dá a sua contribuição ao tema da Imaculada, com a sua célebre obra “A Virgem das rochas” (ou dos rochedos), pintada entre 1483–1485 e exposta no Louvre. Aqui Maria nasceria, segundo algumas interpretações, junto à terra, no próprio coração da criação, predestinada a ser a Mãe de Deus.

O debate sobre o tema da Imaculada Conceição viu seu maior representante, no século XIII, em Giovanni Duns Scoto, o doctor subtilis, beatificado por João Paulo II justamente por ter aberto o caminho para o dogma.

Desta forma, o tema da disputa teológica entrou plenamente na arte, como testemunha, entre outros, a pintura do século XVI de Pordenone: “Disputa da Imaculada Conceição”, onde é possível observar doutores e santos debatendo sobre a questão.

Pouco antes, no século XVI, Sixto IV havia tentado colocar fim às contínuas acusações de heresia entre “maculistas” e “imaculistas”. Foi ele que instituiu a Festa da Conceição, o 8 de dezembro de 1477, quase quatro séculos antes do dogma, e a dedicar à Imaculada uma Capela na antiga Basílica de São Pedro.

No século XVI, a iconografia já está amadurecida e Cigoli dá uma prova disto na Capela Paulina na Basílica de Santa Maria Maior, enquanto no século XVII o mestre de Velázquez, Francisco Pacheco, pode até mesmo teorizar: “Se deve pintar esta Senhora no florescer de sua idade, dos 12 aos 13 anos, belíssima menina com belos olhos e olhar profundo, nariz e boca perfeitíssimos e faces rosadas, os belíssimos cabelos lisos, cor de ouro. Deve-se pintá-la com túnica branca e manto azul, vestida de sol”.

E também ele contempla serafins e outros anjos, as doze estrelas, uma coroa imperial, a lua sob os pés. Tiraria ao menos o dragão, se possível.

O pintor espanhol não fazia outra coisa senão registrar a visão pictórica da Imaculada Conceição que havia se imposto no tempo e que continuará pouco depois. Exemplos notáveis disto são as obras de Velázquez, de Bartolomé Esteban Murillo ("A Imaculada Conceição dos Veneráveis", pintura de 1678), mas também de Pompeu Batoni, e sobretudo a obra-prima do século XVIII de Tiepolo: Maria, entre os anjos e as nuvens, vestida de branco, envolvida por panos celestes. O seu rosto jovem com uma expressão profunda é capaz de falar ainda hoje da graça e da pureza.

(je/em)

 

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Nazaré: frade brasileiro fecha última Porta Santa ainda aberta

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Cidade do Vaticano (RV) - Ano da Misericórdia encerrado, Portas Santas fechadas, certo? Não em Nazaré, a única Porta Santa ainda aberta e que será fechada na quinta-feira, 8 de dezembro. 

O Reitor e Guardião da Basílica da Anunciação em Nazaré é o frade brasileiro Fr. Bruno Varriano, que nos explica o motivo desta decisão:

“Havia o desejo de fechar a porta da misericórdia no dia da Imaculada, por ser uma festa mariana. O Santo Padre disse que a Virgem Santíssima é a porta da misericórdia, e realmente com o seu ‘sim’ Ela abriu esta porta. Não é uma incoerência encerrar Nazaré por último. Eu vejo como algo muito positivo, porque com o ‘sim’ de Maria, como disse o Santo Padre, se abriu a porta da misericórdia.”

Fecha-se a porta santa e o que fica aberto, Fr. Bruno?

“Fica aberta a misericórdia, um Deus que nos ama, que nos amou concretamente quando se fez carne aqui em Nazaré, morrendo e ressuscitando por nós no Calvário, nascendo em Belém naquela pobre gruta. Os mistérios da misericórdia divina continuam abertos e para nós, da Terra Santa, queremos que continuem as peregrinações, que aumentaram no Ano da Misericórdia. Que não diminuam, que os peregrinos continuem vindo: este é um apelo, porque vindo à Terra Santa ajudam os cristãos, que são uma minoria.”

Síria

Na entrevista concedida ao Programa Brasileiro, Fr. Bruno faz uma reflexão sobre a Imaculada Conceição, “concebida sem pecado, mas não sem a humanidade”, fala ainda sobre como é celebrar o Natal na terra em que Jesus nasceu e anuncia que, no início de janeiro, fará uma viagem à Síria, para manifestar a solidariedade aos cristãos que permaneceram no país.

A entrevista completa pode ser ouvida no Programa Porta Aberta, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 16h - horário de Roma.

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