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Sumario del 14/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: "Cristãos têm esperança mesmo quando tudo parece perdido"

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Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira, 14 de dezembro, o Papa recebeu os fiéis para a audiência geral na Sala Paulo VI e fez a todos uma catequese centrada no livro de Isaías. Cerca de 6 mil pessoas participaram do encontro. 

Nesta leitura do Advento, o profeta narra o convite feito a Jerusalém para que desperte e vista sua roupa de festa, porque o Senhor veio para libertar o seu povo, e acrescenta: “Meu povo ficará sabendo o meu nome.: ‘Aqui a teu lado eu estou!’”.

Israel pode reencontrar a fé

Francisco explicou que esta expressão dita por Deus resume toda a vontade de salvação, pois, liberada do exílio, Israel pode reencontrar Deus e na fé, reencontrar-se a si mesma. Em seguida, o profeta insere um canto de exaltação:

“Que beleza, pelas montanhas, os passos de quem traz boas-novas, que vem anunciar a felicidade, noticiar a salvação, dizendo a Sião:

“Teu Deus começou a reinar!”

“Vamos explodir de alegria, ruínas de Jerusalém, pois o Senhor consolou o seu povo, recuperou a liberdade para Jerusalém!”

“O Senhor arregaçou as mangas de seu braço santo, enfrentando todos os povos.

E, assim, os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus”.

O mais importante são os rápidos passos dos mensageiro

Os versos de Isaías se referem ao milagre da paz, mas dão destaque especial aos passos velozes do mensageiro, para anunciar a libertação e a salvação, e proclamar que “Deus reina”: são estas as palavras da fé em um Senhor cuja potência se inclina sobre a humanidade para oferecer misericórdia e libertar o homem. E a realização deste imenso amor será precisamente o Reino instaurado por Jesus, o Reino de perdão e de paz que celebramos com o Natal e se realiza definitivamente na Páscoa.

O Papa afirmou que “são estes os motivos de nossa esperança”:

“Quando tudo parece acabado, quando nos vem a tentação de crer que nada mais tem sentido, surge a bela notícia trazida por aqueles passos velozes. Deus está vindo para realizar algo de novo, arregaçou as mangas e nos traz liberdade e consolação; o mal não triunfará para sempre, há um fim para a dor. O desespero foi vencido”.

Na conclusão do Pontífice, “nós também somos solicitados a levantarmos, atendendo ao convite do profeta, e a nos tornarmos homens e mulheres de esperança”.

A graça de Deus é maior do que o pecado. A improvisação do Papa

Improvisando, Francisco disse “como é feio o cristão que perde a esperança, que acha que tudo está terminado, que vê somente muros diante de si... Mas o Senhor abate os muros com o seu perdão”.

“A mensagem da Boa Nova é urgente, nós também devemos correr como o mensageiro, porque o mundo não pode esperar, a humanidade tem fome e sede de justiça, de verdade e de paz. Ao ver o Menino de Belém, as crianças do mundo podem saber que a promessa se cumpriu: naquele pequeno recém-nascido se encerra toda a potencia de Deus que salva. É preciso abrir o coração àquela pequenez e maravilha; é a maravilha do Natal, a que nos estamos preparando. É a surpresa de um Deus menino, de um Deus pobre, de um Deus frágil, de um Deus que abandona sua grandeza para se fazer próximo de cada um de nós”. 

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Papa brinca com fiéis: "Comemorar antes da data dá azar!"

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Cidade do Vaticano (RV) – Três dias antes da data, o Papa foi parabenizado na audiência geral de quarta-feira (14/12) ao entrar na Sala Paulo VI. Francisco, que completa 80 anos sábado (17/12), soprou duas velas com as formas de oito e zero, acesas em um bolo levado por uma senhora.

Em seguida, os autofalantes da Sala emitiram felicitações ao Pontífice em várias línguas, em nome dos presentes. No final do encontro, em italiano, o Papa agradeceu a todos:

“Obrigado!... Mas gostaria de dizer uma coisa que os fará sorrir: na minha terra, dar parabéns antes da hora dá azar! E quem o faz é um azarento!”.

Ouça aqui: 

 

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Em vídeo, Papa deseja Feliz Natal na língua de sinais

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Cidade do Vaticano (RV) – Feliz Natal e rezem por mim: esta é a mensagem do Papa Francisco dirigida especialmente aos surdos-mudos, num vídeo publicado nas redes sociais.

A mensagem natalina imediatamente foi compartilhada por milhares de internautas.

As imagens foram feitas com um celular por Mons. Yoannis Lahzi Gaid, Secretário particular do Pontífice. Após desejar um Santo Natal e pedir orações, o Papa Francisco concede a todos a sua bênção apostólica. 

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Sacerdote claretiano é o novo Bispo da Diocese de Assis (SP)

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco nomeou Bispo da Diocese de Assis (SP) o Pe. Argemiro de Azevedo, C.M.F., até então pároco da paróquia “Imaculado Coração de Maria” em Araçatuba (SP).

Dom Argemiro de Azevedo, C.M.F., nasceu em 3 de dezembro de 1952 em Fernandópolis, diocese de Jales (SP). Estudou Filosofia no Seminário Claretiano de Rio Claro (1975-1976) e Teologia no Studium Theologicum de Curitiba (1977-1980). Fez Pedagogia nas Faculdades Claretianas de Batatais e Licenciatura em Educação na Universidade São Marcos em São Paulo.

Emitiu a profissão religiosa na Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria (Claretianos) em 9 de fevereiro de 1975 e recebeu a ordenação sacerdotal em 2 de julho de 1980.

No Instituto Religioso desempenhou inúmeros cargos: Diretor dos estudantes de Filosofia em Ribeirão Preto (1982-1990); Pároco da paróquia Imaculado Coração de Maria em Batatais (1988-1991); Administrador do Centro Universitário Claretiano de Batatais (1985-1994); Diretor e Administrador do Colégio e das Faculdades Claretianas em São Paulo (1994-2001).

Atualmente, exercita o seu ministério sacerdotal na diocese de Araçatuba, desempenhando as seguintes funções: Pároco da paróquia Imaculado Coração de Maria (desde 2003); Juiz Auditor; Assessor para a Pastoral Familiar; Membro do Conselho Presbiteral e do Colégio dos Consultores. 

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C9: impulso missionário e sinodalidade na reforma dos dicastérios

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Cidade do Vaticano (RV) - Concluiu-se, nesta quarta-feira (14/12), a 17ª reunião do Conselho dos Nove Cardeais (C9) com o Papa Francisco. O C9 é o grupo formado pelo Pontífice para auxiliá-lo na reforma da Cúria Romana.

“O C9 reuniu-se com o Santo Padre de 12 a 14 deste mês. Estiveram presentes todos os membros do Conselho. O Papa participou da maior parte das reuniões. Esteve ausente esta manhã por causa da Audiência Geral”, disse o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, no briefing realizado no final da manhã desta quarta-feira (14/12).

A maior parte dos debates foi dedicada a demais considerações sobre a Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide), Secretaria de Estado, a Congregação para os Bispos e a Congregação para as Igrejas Orientais, em vista da nova Constituição apostólica que substituirá a ‘Pastor bonus’ de São João Paulo II. 

Dois temas fundamentais emergiram como diretrizes da reforma dos dicastérios da Cúria Romana: impulso missionário e sinodalidade. 

Os cardeais concluíram o estudo sobre as Congregações para a Doutrina da Fé, Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Causas dos Santos e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e entregaram a sua proposta definitiva ao Papa Francisco. Um tempo consistente foi dedicado aos projetos de dois novos dicastérios. 

O Prefeito do novo Departamento para Leigos, Família e Vida, Cardeal Kevin Farrell, falou sobre esse dicastério. O debate se deteve no papel dos leigos, com um convite a todos a reler a carta do Papa Francisco ao Cardeal Marc Ouellet, Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. 

O Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson apresentou o plano de trabalho do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, do qual é prefeito, que une quatro organismos: Justiça e Paz, Cor Unum, Agentes de Saúde e Migrantes e Itinerantes. 

O purpurado estava acompanhado por Dom Silvano Maria Tomasi que explicou o novo dicastério como uma implementação da Constituição Conciliar Gaudium et Spes.

O Cardeal Sean O’Malley, de Boston (EUA), expôs as últimas atividades da Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores, e o Cardeal George Pell falou sobre o andamento da Secretaria para a Economia.

Na parte da tarde, o Prefeito da Secretaria para as Comunicações, Mons. Dario Edoardo Viganò, apresentou os passos realizados e os próximos que serão dados para a reforma do sistema de comunicação da Santa Sé, com ênfase na formação dos funcionários. 

A próxima reunião do C9 está prevista de 13 a 15 fevereiro de 2017. 

(MJ)

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Santa Sé: dar direitos e dignidade aos idosos

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Nova York (RV) - “Um novo tratado, uma convenção, um novo documento que reitera o que foi afirmado outras vezes. Tudo pode caminhar bem, se os princípios enunciados forem respeitados. Caso contrário, se trataria de outras palavras inúteis que nenhum idoso merece ouvir”, disse o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova York, Dom Bernardito Auza, em seu pronunciamento na sessão do grupo de trabalho que tutela os direitos e a dignidade das pessoas idosas. 

Um mundo idoso

O observador vaticano abriu o seu pronunciamento com algumas cifras que destacam um cenário global muito sério: Até 2030, o número de pessoas em todo o mundo, com mais de 60 anos, é destinado a aumentar para 56%, de 901 milhões para 1 bilhão e 400 milhões. Até 2050, essa mesma faixa de população é destinada a dobrar, alcançando quase 2 bilhões e 100 milhões. “Este aumento dramático da população idosa se une a um aumento da expectativa de vida média que colocará à prova os sistemas de saúde e as redes de segurança social”, disse ainda Dom Auza. 

Diversamente necessários

Nascem os problemas sobre a dignidade de quem tem uma certa idade. Existe a tendência de pensar e tratar os idosos como se fossem unicamente uma peso econômico e social. “Um idoso pode sempre dar, de várias formas, a sua contribuição social. É preciso reconhecer que a dignidade não desaparece com a idade ou com a diminuição da produtividade de mercado. Como fazer para impedir esta concepção errada?”, perguntou Dom Auza. 

Serve um novo tratado?

O observador pontifício recorda que se existe “um consenso sobre a importância de enfrentar as lacunas graves existentes na tutela dos direitos humanos dos idosos”, este consenso não pode faltar “no âmbito de como remediar”. “Alguns Estados propuseram a adoção de um novo mecanismo de tutela, outros que se respeitassem os compromissos assumidos em outros tratados e convenções”. 

Outros ainda que a “base para a tutela dos idosos deve ser encontrada dentro do Plano de Ação Internacional de Madri sobre o envelhecimento e nos compromissos assumidos para a implementação da Agenda de 2030”. 

“É essencial garantir que as medidas concordadas sejam adequadas para proteger, respeitar e realizar os direitos humanos particulares das pessoas idosas” visto que a “experiência nos mostrou que tratados, encontros, conferências e declarações contribuem para a construção do consenso e de normas internacionais, mas muitas vezes falta a vontade política necessária para a sua realização plena. Não podemos permitir que os nossos idosos sejam deixados para trás por palavras que não têm depois um seguimento”.

Papa Francisco e idosos
 
Dom Auza solicitou colocar a questão na ótica indicada pelo Papa Francisco para o qual os idosos não podem sofrer a solidão e  o abandono causados pela cultura do descarte, aquela que “julga todo ser humano simplesmente por sua utilidade”.
 
Pelo contrário, os idosos “desempenham uma função importante” e isso deve ser redescoberto sobretudo num momento histórico em que muitos lutam “para encontrar a própria identidade e são incertos do futuro”. 

“Quando se fala de envelhecimento e pessoas idosas, estamos falando de uma categoria de pessoas da qual um dia faremos parte. As decisões que tomamos e o trabalho que fazemos hoje terão um reflexo no amanhã”, concluiu Dom Auza.
 
(MJ)

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Comunidade do "Bambino Gesù" encontra o Papa Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco receberá em Audiência na manhã desta quinta-feira, na Sala Paulo VI, milhares de pessoas que tem suas vidas ligadas ao Hospital Pediátrico ‘Bambino Gesù”, o hospital da Santa Sé.

Da audiência – que será transmitida ao vivo  pelo Centro Televisivo Vaticano e pela TV 2000 – tomará parte o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e o Cardeal Arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga.

Serão milhares os médicos, pesquisadores, enfermeiras, auxiliares, estudantes, pessoal técnico e administrativo, religiosos, cooperativas, voluntários, professores, associações e, naturalmente, pacientes e ex-pacientes com suas famílias que representarão as quatro sedes do Hospital em Roma e cercanias.

De fato, o “Bambino Gesù”, é um dos maiores hHspitais e Centros de Pesquisa Pediátricos a nível europeu, vinculado aos maiores polos internacionais do setor e ponto de referência para a saúde de crianças e jovens provenientes de toda a Itália e do exterior.

Criado em 1896 como primeiro hospital pediátrico da Itália, o Bambino Gesù foi doado em 1924 pela família Salviati à Santa Sé, que desde então é a sua proprietária.

A Presidente da instituição Mariella Enoc, à frente da instituição desde 2015, apresentará ao Santo Padre as áreas de excelência do Bambino Gesù, com particular atenção à acolhida dos pequenos pacientes e as iniciativas de cooperação na Jordânia, Palestina e República Centro Africana.

15 crianças provenientes da República Centro Africana estarão acompanhadas pelo novo Cardeal e Arcebispo de Bangui Dom Dieudonné Nzapalainga.

Junto às crianças internadas, estarão os filhos dos funcionários do hospital, em sinal de uma única grande comunidade a serviço dos pequenos. Um coral formado por pais e pacientes entoará a canção “Vite Coraggiose”, hino da campanha de comunicação social da Fundação Bambino Gesù, voltada à coleta de fundos para a pesquisa contra doenças raras e ultrarraras.

O Hospital agradecerá o Papa Francisco pelo “dom” do heliporto vaticano, colocado à disposição do Bambino Gesù para aterrisagem e decolagem de heli-ambulâncias e helicópteros adaptados ao transporte de urgências e emergências pediátricas;

Desde sua ativação, já foram realizados cerca de 80 transportes de urgência, graças à estreita colaboração com o Governatorato do estado da Cidade do Vaticano (Gendarmeria e Direção de Saúde e Higiene).

 

(je)

 

 

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Igreja no Brasil



Igreja no Brasil em luto: faleceu o Card. Arns. Entrevista com Dom Scherer

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São Paulo (RV) - Faleceu no final da manhã desta quarta-feira (14/12), aos 95 anos, o arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Paulo Evaristo Arns, bispo das causas sociais, grande defensor dos direitos humanos, conhecido por ajudar os perseguidos pelas ditaduras militar latino-americanas. 

Considerado uma das figuras mais destacadas da Igreja católica na América-Latina da segunda metade do Séc. XX, Dom Paulo encontrava-se internado desde o dia 28 de novembro passado no Hospital Santa Catarina, na capital paulista, em decorrência de uma broncopneumonia.

O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, lamentou a morte de Dom Arns, que será velado durante 48 horas na Catedral da Sé, e destacou “sua dedicação e coragem na defesa da dignidade e dos direitos inalienáveis da cada pessoa.

Dom Paulo foi criado cardeal em 1973 pelo Papa Paulo VI, tendo sido arcebispo de São Paulo de 1970 até 1998, ano em que renunciou por limite de idade, sendo substituído à frente da arquidiocese paulista – a terceira maior do mundo (após Cidade do México e Guadalajara) – pelo Cardeal Claudio Hummes.

Considerado uma das figuras mais eminentes da Igreja latino-americana, o Cardeal Arns foi um dos grandes articuladores da eleição de João Paulo II no Conclave de 1978.

Franciscano de origem alemã, Dom Paulo foi um dos principais defensores dos direitos humanos durante a ditadura militar que governou nosso país entre 1964 e 1985, período em que ajudou muitos perseguidos também de outros países latino-americanos.

Dom Paulo era o último dos cardeais em vida criados pelo Papa Paulo VI (também o Papa emérito Bento XVI foi feito cardeal pelo Papa Montini).

Entrevistado pelo colega Silvonei José, o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, nos fala da grande perda deste homem de Deus, sobre o testemunho e legado deixados por Dom Paulo Evaristo Arns: 

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Faleceu o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns

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São Paulo (RV) - Comunico, com imenso pesar, que no dia 14 de dezembro de 2016, às 11:45, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo, entregou sua vida a Deus, depois de tê-la dedicado generosamente aos irmãos neste mundo.

Louvemos e agradeçamos ao “Altíssimo, onipotente e bom Senhor” pelos 95 anos de vida de Dom Paulo, seus 76 anos de consagração religiosa, 71 anos de sacerdócio ministerial, 50 de episcopado e 43 anos de cardinalato.

Glorifiquemos a Deus pelos dons concedidos a Dom Paulo, e que ele soube partilhar com os irmãos. Louvemos a Deus pelo testemunho de vida franciscana de Dom Paulo e pelo seu engajamento corajoso na defesa da dignidade humana e dos direitos inalienáveis de cada pessoa.

Agradeçamos a Deus por seu exemplo de Pastor zeloso do povo de Deus e por sua atenção especial aos pequenos, pobres e aflitos. Dom Paulo, agora, se alegre no céu e obtenha o fruto da sua esperança junto de Deus!

Convido todos s elevarem preces de louvor e gratidão a Deus e de sufrágio em favor do falecido Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Convido também a participarem do velório e dos ritos fúnebres que serão realizados na Catedral Metropolitana de São Paulo.

Na festa de São João da Cruz,

São Paulo, 14 de dezembro.

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo metropolitano de São Paulo. 

Biografia

Dom Paulo Evaristo Arns O.F.M. nasceu em Forquilhinha (SC) em 14 de setembro de 1921.  Era o quinto de treze filhos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner, descendentes de imigrantes alemães.

Três de suas irmãs são freiras e um irmão pertence à Ordem dos Frades Menores. Dona Zilda Arns, morta no terremoto do Haiti em 2010, era uma de suas irmãs.

Estudos

Realizou seus estudos fundamentais em Forquilhinha. Mais tarde ingressou no Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, em Rio Negro (PR). Em 1940, entrou no noviciado, em Rodeio (SC). Posteriormente cursou Filosofia em Curitiba e Teologia em Petrópolis.

Ordenação sacerdotal

Foi ordenado sacerdote em Petrópolis em 30 de novembro de 1945, pelo Arcebispo de Niterói Dom José Pereira Alves. Ali exerceu seu ministério por dez anos junto aos mais desfavorecidos. Contemporaneamente lecionou no Teologado Franciscano e na Universidade Católica de Petrópolis.

Mais tarde, cursou Letras na Universidade Sorbonne, em Paris, onde se doutorou em 1952. Ao retornar ao Brasil lecionou nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Agudos e Bauru. Mais tarde voltou á Petrópolis, onde continuou seu trabalho junto aos mais necessitados.

Ordenação Episcopal

Em 2 de maio de 1966, aos 44 anos, foi eleito Bispo titular de Respecta e auxiliar de São Paulo, recebendo a ordenação em 3 de julho de 1966, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Forquilhinha, sendo sagrante principal o Arcebispo de São Paulo, Dom Agnelo Rossi, e consagrantes Dom Anselmo Pietrulla OFM, então Bispo de Tubarão, e Dom Honorato Piazera SCI, então Bispo coadjutor de Lages.

No dia 22 de outubro de 1970, foi nomeado por  Paulo VI como Arcebispo Metropolitano de São Paulo, tomando posse em 1º de novembro de 1970. Exerceu o cargo até 15 de abril de 1998, quando renunciou, por limite de idade. Desde então detinha o título de Arcebispo-emérito de São Paulo.

Tinha por lema inscrito em seu brasão "EX SPE IN SPEM" (De Esperança em Esperança).

Cardinalato

Dom Paulo foi criado Cardeal pelo Papa Paulo VI no Consistório de 5 de março de 1973, passando a ser Cardeal-presbítero de Santo Antônio de Pádua, na Via Tuscolana.

Como Cardeal eleitor participou dos Conclaves de agosto e de outubro de 1978. Participou também, como não-votante, dos Conclaves de 2005 e de 2013. Em 9 de julho de 2012 tornou-se o Protopresbítero do Colégio dos Cardeais, por ser aquele que há mais tempo foi elevado à dignidade cardinalícia entre todos os cardeais-presbíteros, sendo também o mais antigo de todos os membros do Colégio Cardinalício.

Ação Pastoral

A ação pastoral de Dom Paulo foi voltada aos habitantes da periferia e trabalhadores, à formação de Comunidades Eclesiais de Base nos bairros. Sua forte atuação o levou a ser conhecido como “o Cardeal dos Direitos Humanos”, tendo sido o fundador da Comissão Justiça e Paz de São Paulo.

Durante a ditadura militar, na década de 1970, notabilizou-se na luta pelo fim das torturas e restabelecimento da democracia no país. Ao lado do pastor presbiteriano Jaime Wright, coordenou o projeto Brasil Nunca Mais, que reuniu documentos onde era denunciada a prática de crimes cometidos por agentes de Estado contra presos políticos. Na obra são relatados métodos de tortura e acusações ilegais. Em 1972, criou a Comissão Brasileira Justiça e Paz, que articulou denúncias contra abusos do regime militar.

Enquanto Arcebispo de São Paulo instituiu novas regiões episcopais (divisões da Arquidiocese de São Paulo) e quarenta e três novas paróquias.] Incentivou a Pastoral da Moradia e a Pastoral Operária.

Em 22 de maio de 1977 recebeu o título de "Doutor Honoris Causa" (juntamente com o presidente norte-americano Jimmy Carter) da Universidade de Notre Dame, Indiana, Estados Unidos. A distinção, concedida também ao Cardeal Kim da Coreia do Sul e ao Bispo Lamont da Rodésia, deveu-se ao seu empenho em prol dos direitos humanos.

Em 3 de junho de 1980 recebeu , em São Paulo o Papa João Paulo II. Em 30 de novembro de 1984 inaugurou a Biblioteca Dom José Gaspar.

Em 1985, com a ajuda de sua irmã, a pediatra Zilda Arns Neumann, implantou a Pastoral da Criança.

Em 1989 a Arquidiocese de São Paulo, por decisão do Papa João Paulo II, teve seu território reduzido com a criação das novas Dioceses: Osasco, Campo Limpo, São Miguel Paulista e Santo Amaro.

Em 1992, Dom Paulo criou o Vicariato Episcopal da Comunicação, com a finalidade de fazer a Igreja estar presente em todos os meios de comunicação. Em 22 de fevereiro de 1992 inaugurou uma nova residência destinada aos padres idosos, a Casa São Paulo, ano em que também criou a Pastoral dos Portadores de HIV. Em 1994 criou o Conselho Arquidiocesano de Leigos.

Em 1996, ao completar 75 anos, apresentou renúncia ao Papa João Paulo II por limite de idade. Desde então tornou-se Arcebispo emérito de São Paulo, sendo substituído por Dom Frei Cláudio Cardeal Hummes.

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Artigo: O Cardeal da Esperança

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Rio de Janeiro (RV) - Na plenitude da vida, viver é um grande dom, uma dádiva que supera qualquer contingência humana. Hoje a irmã morte veio ao encontro deste grande ícone da esperança, da caridade, e da fraternidade cristã e franciscana seu nome Paulo Evaristo Arns, seguidor fiel das pegadas de Francisco e Clara de Assis, pautou sua vida no carisma do poverello de Assis, se fez frade menor, seguindo o ideal da fraternidade, esposo da pobreza, irmão dos pobres, o frei Paulo Evaristo foi antes de tudo um irmão, um homem da esperança.

A graça de Deus na sua infinita bondade o chamou ao ministério sacerdotal e o frade soube testemunhar eloquentemente o carisma franciscano assumindo com simplicidade o sacramento da ordem, assim foi vivendo e servindo a Igreja como um sacerdote animador do povo de Deus nas mais diversas frentes de atuação missionária, sua missão de frade sacerdote foi como que fermento na massa, sal e luz da terra, junto aos pobres e desvalidos soube ser presença libertadora. Foi um professor exemplar e exímio formador das novas gerações franciscanas.

A missão da Igreja é um dom que se perpetua de forma universal e sem fronteiras, foi assim que a Igreja elegeu este irmão sacerdote filho de são Francisco ao grau do episcopado. Eleito bispo, arcebispo e criado Cardeal da Santa Igreja Romana, Dom Paulo foi sinal de esperança e ternura, foi um DOM de Deus no coração da Igreja universal, especialmente para a Igreja Particular de São Paulo, que por mais de 3 décadas foi cardeal arcebispo da grande metrópole, deixando marcado no coração da paulicéia o seu carisma da esperança contra toda esperança humana. Eu o conheci quando eu, ainda jovem estudante religioso, residindo em São Paulo, na Região Episcopal Santana, onde D. Paulo Evaristo era o Bispo Auxiliar encarregado da área. Em suas visitas à Paróquia de Nossa Senhora das Graças em Vila Nova Cachoeirinha pude começar a conhecer esse grande homem com quem neste ano tive a graça de concelebrar a missa agradecendo pelos seus 50 anos de episcopado.

Seu episcopado foi marcado pela esperança evangélica, o Evangelho palavra viva e encarnada, foi sua inspiração e lema, o bispo e cardeal da esperança viveu seu ministério com tão grande zelo e dedicação, especialmente nos tempos obscuros da história do Brasil, em tempos de exceção, como não lembrar deste Cardeal encorajando, incentivando, acolhendo, protegendo e amparando seu povo das perseguições cruéis e desumanas, protegendo as suas ovelhas e fiel ao diálogo ecumênico e inter-religioso também protegendo os não católicos e a todos dando guarida misericordiosa. Dom Paulo Evaristo foi sem dúvida como que o Evangelho encarnado nesse cenário de crueldade e morte. Assim ele promoveu a vida , foi profeta da esperança, guiando e conduzindo seu rebanho ao jeito de são Francisco de Assis seu patriarca, e  em tempos de tão grande perseguição política ideológica e  desumana, este destemido Cardeal foi capaz de ir na contra mão da história, remando contra maré do sistema, ele foi o irmão de todo irmão, foi sinal vivo da esperança que acolhe, perdoa, anima e promove a vida ao jeito de Jesus cristo o eterno sacerdote.

No exercício pastoral de seu ministério episcopal incentivou a Igreja no Brasil, a alargar os horizontes da comunhão e participação ativa dos fieis leigos a caminhar em comunhão com seus pastores sendo protagonistas da ação missionária libertadora. Ele foi irmão dos pequenos e excluídos, dedicou-se incansavelmente pela causa dos oprimidos, defendeu a vida das crianças, incentivou e apoiou a fundação junto à sua irmã Zilda Arns a Pastoral da Criança no Brasil e que depois se expandiu para o resto do mundo. Dom Paulo Evaristo de fato foi um DOM especial para a Igreja no Brasil e no mundo inteiro, um DOM não somente de nome mais de vida e testemunho.

O Cardeal Paulo Evaristo Arns foi um profeta da esperança defendendo os mais pobres e necessitados e denunciando as injustiças usando o Evangelho como caminho de diálogo e de superação. Encarnou o Evangelho da Vida fazendo-se frade menor no meio dos menores e sempre foi uma presença luminosas nas periferias existências de São Paulo. Combateu o bom combate e permanecerá exemplo de justiça e de misericórdia para a Igreja e para todo o Brasil.

 Hoje acolhido no seio da irmã morte, recebido no coração de Deus, este Deus que o saudoso purpurado soube amar concretamente no rosto dos excluídos, este Deus que Dom Paulo Evaristo serviu tão perfeitamente quando acolheu  a vocação franciscana  abraçando para toda  a vida o carisma do Evangelho das bem aventuranças, foi o DOM Paulo irmão dos pequenos, Cardeal da esperança, profeta dos desprezados, promotor da vida, defensor dos direitos humanos, ícone da fraternidade e da paz.

Ao cumprimentar os meus veneráveis irmãos Cardeais, Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e Dom Frei Cláudio Hummes, OFM, sucessor de Dom Paulo e Arcebispo Emérito de São Paulo, bem como todo os bispos auxiliares e todo o presbitério da Arquidiocese de São Paulo, assim como a amada gente de Piratininga e paulista, bem como a família Franciscana, em nome da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e meu próprio, quero apresentar a Deus a prece especial para que do céu Dom Paulo seja intercessor do Brasil que precisa de esperança, de justiça e de paz. Recebi a notícia enquanto celebrava a Eucaristia nesse horário e já coloquei no mesmo instante a intenção pelo repouso eterno do querido irmão que partiu.

Serão muitas histórias contadas sobre tão longevo cardeal, com muitos acontecimentos e fatos. Mas, sem dúvida, a grande razão de tudo o que D. Paulo realizou foi sua paixão pelo Cristo, por quem deu sua vida, e por causa d’Ele pela causa dos irmãos mais necessitados. Foi um homem de Deus que serviu a Igreja com alegria.

 Dom Paulo Evaristo Arns hoje recebe a coroa da glória eterna  a  ele reservado  por tão nobre  missão, que ficará eternamente gravado no coração da Igreja do Brasil e no mundo inteiro, foi um dom universal de  Deus que ama, e  que jamais será esquecido na vida de seu povo, povo que ele soube amar incansavelmente com a ternura e a paixão franciscana de ser e viver. Obrigado querido Dom Paulo Evaristo nosso irmão, cardeal da esperança.

 

Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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Igreja no Mundo



Centenário das aparições em Fátima, um sinal de esperança

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Fátima (RV) – O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovou na terça-feira (13/12) a publicação da Carta Pastoral “Fátima, sinal de esperança para o nosso tempo”, que assinala o centenário das Aparições na Cova da Iria (1917-2017).

O documento - que em novembro foi discutido na Assembleia Plenária da CEP - quer ajudar os católicos a viver este acontecimento “com alegria", “reavivar a permanente atualidade da mensagem de Fátima” e o "compromisso evangelizador", declarou aos jornalistas o porta-voz do episcopado católico, Padre Manuel Barbosa.

O secretário da CEP adianta que os bispos querem colocar em destaque o “sentido profético” do convite à "conversão" e de “combate ao mal” que foi deixado em 1917, nas aparições aos pastorinhos.

A carta, a ser divulgada nos próximos dias, será subdividida em quatro partes, começando por uma “breve história” do acontecimento do centenário de Fátima, um "grande acontecimento".

O texto fala da Mensagem de Fátima como “bênção fecunda” para a Igreja e o mundo, passando depois para alguns aspetos essenciais dessa mesma mensagem, “como dom e convite” para a sua vivência pessoal e comunitária.

A última parte da Carta Pastoral propõe Fátima numa perspectiva de futuro “para a Igreja, Portugal e o mundo”, acentuando o “rosto materno da Igreja” e o “anúncio profético da misericórdia e da paz”.

Já no comunicado final da Assembleia Plenária de novembro, Dom Manuel Clemente, Presidente da CEP e Cardeal Patriarca de Lisboa, havia sublinhado que o documento reflete sobre “o que se passou e sobretudo a mensagem que os pastorinhos nos contaram que a Senhora lhes disse”, no sentido de “voltar ao Evangelho”.

De acordo com o testemunho reconhecido pela Igreja Católica das três crianças conhecidas como pastorinhos de Fátima (Lúcia, Francisco e Jacinta), ocorreram seis aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e imediações, uma a cada mês, entre maio e outubro de 1917.

 

(Ecclesia)

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Igrejas cristãs em Londres: Campanha para acolher migrantes

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Londres - #LondonUnited é a hashtag com o qual os londrinos de várias igrejas cristãs são incentivados a partilhar o seu trabalho feito para servir a comunidade para o acolhimento de estrangeiros.

No lançamento da iniciativa, que ocorreu nos últimos dias, vários líderes expressaram sua preocupação com a intensificação dos episódios de intolerância e xenofobia após a votação do referendo de 23 de junho, em que 52% dos cidadãos britânicos optaram por sair da União Europeia.

Além do cardeal, primaz católico da Inglaterra e País de Gales , Vincent Nichols; também participou do encontro a administradora do “Serviço Jesuíta aos Refugiados”, Sarah Teather; o arquidiácono anglicano de Barking e presidente da rede para os requerentes de asilo de igrejas de Londres, John Perumbalath; a coordenadora da organização Capital Mass que ajuda as paróquias mais pobres, Angela Afzal; o primeiro vice-prefeito negro da capital, escolhido pelo prefeito Sadiq Khan para seguir o setor de integração, Matthew Ryder; além de representantes da organização internacional que ajuda a refugiados políticos e migrantes em dificuldade.

Londres: uma longa tradição de hospitalidade

"A rica diversidade de nossas paróquias e nossas escolas testemunham a longa tradição de acolhimento que Londres sempre honrou", disse o Cardial Vincent Nichols. "Como cristãos, somos chamados a oferecer nossa amizade e nosso apoio para aqueles que mais precisam." (L.V)

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Formação



GS e a relação entre a história da salvação e a história humana

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tatar no programa de hoje do segundo elemento da Gaudium et Spes, a relação entre a história da salvação e a história humana. 

A Igreja não existe fora do mundo, com ele atua e nele vive. Nessa cidade humana, anuncia e constrói o Reino de Deus, o Reino que não é deste mundo. Fermento e a alma da sociedade humana. A sociedade deve ser transformada em família de Deus. A Igreja não é deste tempo, mas mergulhada nesse tempo, no temporal e terreno, caminha para outro tempo escatológico.

A concepção de Igreja, que situa o documento Gaudium et Spes no âmbito doutrinal, foi o tema da reflexão do programa passado. No programa de hoje, o Padre Gerson Schmidt nos fala sobre a relação entre a história da salvação e a história humana.

"Os elementos que se destacam da eclesiologia da Gaudium et Spes estão relacionados com a Lumen Gentium. Apontamos aqui já três elementos na Gaudium et Spes:

O primeiro elemento é a concepção de Igreja de si mesma; o segundo elemento - a relação entre a história da salvação e a história humana; o terceiro elemento - a missão da Igreja no mundo de hoje.

Tendo já comentado o primeiro elemento, aprofundemos hoje aqui o segundo elemento: a relação da história da salvação com a história dos homens. No decorrer de todos os debates sobre a Gaudium et Spes, estava presente um problema de ordem dogmática: a natureza da relação entre a Igreja e os valores da criação.

Não bastava afirmar o desejo de dialogar com todas as pessoas, escutando seus problemas e angústias e fazendo ouvir o pensamento da Igreja. Era necessário que tudo isso se fizesse à luz da vocação do Povo de Deus. Isso porque a Igreja o faz com a consciência de ser sinal do trabalho misterioso da graça de Deus e de instrumento de salvação. Com essa consciência, a Igreja entra em comunhão ativa com o mundo¹.

Foi assim possível elaborar uma reflexão sobre a relação entre a história da salvação e a história humana, abandonando definitivamente a tentação da competição com a sociedade civil e respeitando a autonomia da sociedade terrena, enquanto a Igreja realiza sua contribuição de acordo com a sua finalidade religiosa e, por isso, ela não é de ordem política, econômica ou social (cf. Gaudium et Spes 42 e 72).

Dentro dessa relação com a história é que se pode perceber a relação entre eclesiologia e Doutrina Social Cristã. O Concílio supera uma eclesiologia da sociedade perfeita (societas perfecta), e deve pronunciar-se sobre a questão social, dando um salto à frente, por causa dos novos questionamentos impostos pela complexidade da problemática social, cada vez mais crucial. Hoje, passados 50 anos de Concílio, a nova realidade social é muito mais exigente e emergente, pois os problemas só se aguçaram.  

A Gaudium et Spes representa muito mais do que a boa vontade e interesse pelo futuro. Ela é a reformulação de uma teologia cristã que sabe atingir o âmago da problemática histórica, aproveitando todas as riquezas da Revelação. Deus se revela na história, não fora dela. A teologia da pessoa humana e da Igreja que o Vaticano II formulou, oferece a possibilidade de aprofundar suas relações com o mistério da salvação iluminado por Cristo. Ela representa, dessa forma, a avaliação dos problemas sociais na passagem de uma eclesiologia jurídica para uma eclesiologia de comunhão e do desígnio de salvação sobre o mundo. Assim, esse modo renovado do pensar cristão pode contribuir para o progresso espiritual da humanidade². Deus quer salvar o homem, fala ao homem mergulhado na história. Por isso, o mundo não é necessariamente diabólico, mas lugar da Salvação de Deus. Este homem concreto, situado no mundo, Deus vem salvar, vai ao seu encontro, vai em busca para dirigir uma Palavra de Salvação. A Gaudium et Spes não negligencia as realidades humanas, mas a valoriza, como lugar do encontro de Deus com o homem na situação concreta em que se encontra, em suas lutas, angústias e esperanças". 

 

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¹ J. M. R. TILLARD, A teologia subjacente à Constituição: a Igreja e os valores terrestres. In G. BARÚNA, A Igreja no mundo de hoje, p. 215s.

² Cf. A. ALBERIGO, op. cit., p. 195 e 196.

 

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Atualidades



Amazônia ganhará Barco-hospital com nome do Papa Francisco

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Óbidos (RV) – As comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas, dos municípios de Alenquer, Almerim, Belterra, Curruá, Faro, Juruti, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Santarém e Terra Santa vão receber atendimento médico de qualidade em um Barco-hospital. A embarcação está sendo construída com os R$ 24,5 milhões, provenientes de uma indenização devida por dano moral coletivo envolvendo as empresas Shell e Basf. A ideia nasceu de uma sugestão do Papa Francisco, se concretizou graças a um juiz de Campinas (SP), e está sendo realizada pela Associação da Fraternidade São Francisco de Assis da Providência de Deus.

O Barco-hospital atenderá mais de mil comunidades ribeirinhas na Bacia Amazônica, no Estado do Pará, potencialmente 675 mil pessoas, e terá como base a Diocese de Óbidos (PA). Quem nos fala sobre a iniciativa, desde o início, é o bispo, Dom Bernardo Bahlman OFM.

O Barco-hospital vai se chamar Papa Francisco. Nasceu de uma colocação feita pelo Papa ao Frei Francisco Belotti no Hospital São Francisco, no Rio de Janeiro, durante a sua visita na JMJ de 2013. Na visita, o Papa perguntou ao Frei “A Fraternidade de vocês já está na Amazônia?” e o Frei disse que não”.

“Mais tarde, quando eu fui procurar uma solução para o Hospital de Óbidos, falei com a Irmã Lia, do Hospital Santa Catarina em São Paulo, ela me recomendou que falasse com o Frei Francisco. Eu lhe telefonei e o convidei para assumir o Hospital de Óbidos, uma Santa Casa da Misericórdia. Eu estava cansado de ver as pessoas morrerem por não serem atendidas no hospital por causa da falta de recursos, de médicos, de profissionais e outros problemas. Os gestores estavam tentando de tudo mas não conseguiam... e me perguntaram se eu poderia ajudar a levantar o hospital de Óbidos”.

“Frei Francisco veio a Óbidos, assumiu o Hospital Santa Casa da Misericórdia e outro hospital, já bem equipado pela empresa Alcoa, no município de Juruti. Hoje os dois hospitais estão sendo administrados pela Associação Lar São Francisco. Graças a Deus estamos conseguindo avançar muito e a partir desta proposta, surgiu a ideia de ter um Barco-hospital em nossa região para atender os ribeirinhos e as pequenas vilas e cidades ao longo do Rio Amazonas, no estado do Pará”.

“Uma vez o Frei Francisco foi convidado a dar uma entrevista a respeito da saúde, de modo geral, junto com o diretor do Hospital do Câncer de Barretos (SP) e um juiz, em Campinas, ouviu a entrevista e se encantou com o projeto e a ideia do Barco-hospital no Rio Amazonas. O juiz então chamou o Frei Francisco e o diretor do Hospital de Barretos a Campinas e lhes disse sobre que a indenização paga pela Shell e da Basf em um processo seria revertida para a construção do Barco-hospital”.

O Barco será construído e equipado; terá um centro cirúrgico e seus equipamentos vão ajudar a atender bem as pessoas. O projeto prevê também a manutenção do projeto nos próximos anos”.

Ouça a entrevista com Dom Bernardo, clicando aqui: 

(cm)

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Universidade de Estrasburgo elege um sacerdote como Presidente

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Estrasburgo (RV) - A Universidade de Estrasburgo (Unistra)  tem desde terça-feira  (13/12) um novo Presidente. A particularidade, é tratar-se de um Professor de Teologia e sacerdote católico, uma situação única na França.

Esta eleição não é uma revolução, visto que Deneken Michel, 59, foi Vice-Presidente da Universidade por oito anos, estando à frente das finanças desde a formação inicial e contínua. Desde setembro do ano passado, ele presidiu interinamente a Unistra, após a saída para o Ministério do Ensino Superior do Presidente anterior, Alain Beretz.

Ele foi eleito terça-feira pelo Conselho Administrativo por 26 votos a 9, obtidos pelos seu opositor Helen Michel, que liderou uma lista alternativa para eleições universitárias.

Formação

Professor certificado de alemão, o Padre Deneken também é um Doutor em Teologia. Ele ensina na Unistra desde 1989.

Ele realizou pesquisas sobre "a história dos dogmas, especialmente em questões relacionadas à morte e ressurreição de Jesus", bem como "as relações entre a Igreja Católica e as Igrejas da Reforma", segundo um comunicado de imprensa da Unistra - que não menciona expressamente o fato de Padre Deneken ser um sacerdote católico desde 1985.

Única Universidade pública francesa com cursos de Teologia

A Unistra, que tem 50.000 estudantes, é a única universidade pública francesa a ter Faculdades de Teologia (católicos e protestantes), uma particularidade permitida por meio de um acordo.

Alguns opositores da lista encabeçada pelo Padre Deneken haviam apresentado sua condição de sacerdote para se opor à sua eleição à frente da Unistra.

O Sindicato Nacional dos Pesquisadores Científicos e o Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior (SNCs e Snesup afiliadas à FSU) haviam estimado que "o fato de que um padre e teólogo (...) pudesse ser Presidente de uma grande universidade de pesquisa, constitui um sinal muito ruim para a comunidade científica de nosso país e à uma sociedade muito dividida sobre a questão do secularismo".

Não à polêmica

Estes argumentos foram ignorados pelo Sindicato de Estudantes AFGES, assim como pelo próprio Padre Deneken que, em seu discurso na terça-feira, não fez referência a esta controvérsia. Ele simplesmente sublinhou a sua intenção de "apoiar a qualidade da pesquisa" e "fortalecer a atratividade" da Unistra à nível global.

Saudável laicidade

"Não há nenhum ataque à laicidade", assegurou o Padre Deneken ao “Dernières Nouvelles”, da Alsácia. "Esta controvérsia mostra que, em algumas mentes na França, ainda não foi resolvida de maneira serena e razoável o que é a laicidade”, declarou por sua vez ao semanário “Le Point”.

"O verdadeiro modelo francês  é a neutralidade", acrescentou ele, lamentando uma concepção da laicidade que procura "banir" religiões dos "espaços públicos".

(JE/AFP)

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Iêmen: A cada 10 minutos morre uma criança

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Sanaa (RV)  – Atualmente no Iêmen, mais de dois milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda e necessitam de cuidados imediatos. Pelo menos 462 mil crianças sofrem de desnutrição aguda grave (SAM), com um aumento drástico de cerca de 200% desde 2014. Outros 1,7 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda moderada.

A situação das crianças afetadas pela desnutrição aguda grave é ainda mais crítica em algumas províncias, tais como os de Hodeida, Sa'ada, Taiz, Hajjah e Lahej. Estas cinco províncias juntas têm o maior número de casos de desnutrição aguda severa no país. Em algumas áreas, 8 em cada 10 crianças sofrem de desnutrição crônica. Saada também tem a maior taxa do mundo de casos de crescimento de prisão entre as crianças.

"A desnutrição no Iêmen nunca foi tão elevada e continua a aumentar", disse o Representante da UNICEF F.F. no Iêmen, Meritxell Relano. "As condições de saúde das crianças no estado mais pobre do Oriente Médio nunca foram tão catastróficas como são hoje."

Mesmo antes da intensificação do conflito, em março de 2015, o Iêmen estava enfrentando desafios causados ​​pela pobreza generalizada, insegurança alimentar e a falta de serviços de saúde. Atualmente, o sistema de saúde do Iêmen está à beira de um colapso.

Menos de um terço da população do país tem acesso a cuidados médicos; menos da metade das unidades de saúde estão ativas; os profissionais de saúde não estão recebendo salários há meses. Além disso, as agências de ajuda estão enfrentado muitas dificuldades para realizar seu trabalho, devido ao impasse político entre as partes em conflito.

No Iêmen, a cada dez minutos, pelo menos uma criança morre de doenças preveníveis ​​como a diarreia, desnutrição e infecções respiratórias.

"A violência e os conflitos tem mostrado números alarmantes no campo da saúde e nutrição infantil na última década no Iêmen. Doenças como a cólera e o sarampo se espalharam e, dadas as poucas estruturas de saúde operacionais, essas epidemias têm graves repercussões sobre as crianças ", continuou Relano.

Em 2016, no Iêmen, a UNICEF auxiliou no tratamento de 215 mil crianças com desnutrição aguda grave e forneceu a mais de 4 milhões de crianças menores de 5 anos de idade, suplementos de vitaminas para fortalecer sua resistência às doenças. Mas estes esforços de socorro continuam dificultados pela falta de financiamento e acesso limitado às áreas afetadas pelo conflito.

“Pedimos que as partes em conflito nos permitam alcançar as crianças necessitadas no país, para distribuir ajuda alimentar, cuidado e serviços de saúde", concluiu Relano.

Os empréstimos continuam sendo um desafio. Para 2017, a UNICEF precisa de 70 milhões de dólares para fornecer serviços nutricionais essenciais às crianças e suas mães em todo o país. (LV)

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