Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 27/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa aos jovens reunidos em Riga: É tempo de misericórdia para todos

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou uma mensagem esta terça-feira (27/12) aos participantes do 39º Encontro Europeu de Jovens organizado pela Comunidade ecumênica de Taizé, que este ano se realiza em Riga, capital da Letônia. 

“Com o tema do testemunho da esperança que estará no coração das vossas reflexões e da vossa oração – escreve Francisco -  estou particularmente próximo de vocês, pois muitas vezes vos convidei a não deixarem que vos roubassem a esperança”.

Durante a vigília de oração da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, Francisco havia enfatizado fortemente esta realidade essencial da fé cristã: “Quando [o Senhor] nos chama, olha para tudo o que podemos fazer, para todo o amor que somos capazes de espalhar. Ele aposta sempre no futuro, no amanhã. Jesus lança-te para o horizonte, nunca para o museu”.

O Santo Padre agradeceu aos participantes do encontro - que se realiza em pleno inverno europeu - por terem feito a escolha de “deixar os vossos sofás para viverem esta peregrinação de confiança em resposta ao apelo do Espírito de Deus”.

De fato, ao decidirem passar juntos estes dias num clima de fraternidade real - diz Francisco -  jovens cristãos, ortodoxos, protestantes e católicos manifestarão o desejo de “serem protagonistas da história e de não deixar os outros decidirem o vosso futuro”.

O Papa convida os jovens a manterem-se firmes na esperança, “permitindo que o Senhor habite no vosso coração e na vossa vida quotidiana. Com Jesus, esse amigo fiel que nunca nos decepciona, podeis trilhar o caminho do futuro com alegria e desenvolver os vossos talentos e as vossas capacidades para o bem de todos”.

Hoje em dia – recordou o Papa - muitas pessoas estão confusas, desanimadas pela violência, pelas injustiças, pelo sofrimento e por divisões. Têm a impressão que o mal é mais forte do que qualquer outra coisa”.

Neste sentido,  convida os jovens “a mostrar em palavras e em atos que o mal não tem a última palavra na nossa história. Pois ‘é o tempo da misericórdia para todos e cada um, para que ninguém possa pensar que é alheio à proximidade de Deus e à força da sua ternura’”.

Por fim, o Pontífice faz votos de que estes dias de encontro em Riga ajudem os jovens a não ter medo de seus limites, “mas a crescer na confiança em Jesus, Cristo e Senhor, que acredita e espera em cada um. Que com simplicidade que o irmão Roger testemunhou, possam construir pontes de fraternidade e tornar visível o amor com que Deus nos ama”.

A mensagem conclui com um bênção do Papa a todos os jovens participantes do encontro, aos irmãos de Taizé e a todas as pessoas que os acolherão em Riga e na região.

O encontro realiza-se de 28 de dezembro a 1° de janeiro de 2017.

(JE)

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Retrospectiva do ano do Papa será publicada na quinta-feira

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Rádio Vaticano (RV) – Nesta quinta-feira (29/12), publicaremos a retrospectiva do ano do Papa Francisco.

Os momentos mais marcantes de 2016 vividos pelo Papa e vistos pelo mundo inteiro foram selecionados pela redação e também com a ajuda de nossos amigos nas redes sociais.

Francisco realizou seis viagens internacionais, manteve centenas de encontros e audiências e também deixou o Vaticano em outras ocasiões.

O vídeo da retrospectiva será publicado em nossas redes sociais.

Não deixe de assistir e compartilhar!

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Comércio mundial de armas movimentou US$ 80 bilhões em 2016

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Cidade do Vaticano (RV) – 9 bilhões a menos em relação ao ano anterior. Não obstante a queda, o mercado de armas convencionais em 2016 movimentou um valor colossal em torno de 80 bilhões de dólares.

Encabeça a lista dos maiores vendedores os Estados Unidos, com quase metade das vendas, e um incremento de 6 bilhões. O segundo lugar é ocupado pela França, com 15 bilhões e um incremento de 9 bilhões, seguida pela Rússia com 11,1 bilhões (com ligeira queda de 100 milhões) e a China, que se manteve nos 6 bilhões.

Entre os maiores compradores está o Catar - com 17 bilhões em gastos - seguido pelo Egito, com 12 bilhões e Arábia Saudita, com 8 bilhões.  Todos países localizados no barril de pólvora que é o Oriente Médio. Outros “bons compradores” são Coreia do Sul, Paquistão, Israel, Emirados Árabes Unidos e Iraque.

Os dados foram revelados por um estudo conduzido pelo Centro de Pesquisas do Congresso de Washington, publicado na segunda-feira (26/12). A Rádio Vaticano entrevistou a este respeito a pesquisadora e consultora para as Relações Institucionais do Arquivo de Desarmamento, Laura Zeppa:

“O setor, infelizmente, não conhece crise. Existem tendências de queda, determinadas por uma crise econômica global, porém este setor permanece florescente. Naturalmente, existe uma tentativa de controle, por parte de tantas entidades, organizações não-governamentais, associações e também dos próprios Estados que são sensíveis a tal tema; porém, depois, prevalece sempre a política do incremento este setor – muitas vezes sob a forma de pesquisa, porque se diz, que fazendo pesquisa militar, depois haverá também desenvolvimento de pesquisa na pesquisa civil. Na realidade, se prossegue porque as indústrias militares existem, são florescentes e talvez não se prospectam outros mercados e portanto as atenções econômicas e políticas se voltam ao incremento deste setor que, repito, é florescente”.

RV: A União Europeia, em particular, o que fez ou está fazendo?

“Está levando fortemente em consideração a possibilidade de inserir nos próprios balanços uma notável parte dos próprios fundos para o desenvolvimento da pesquisa no setor militar. Uma recente Resolução do Parlamento Europeu de 22 de novembro passado –sobre diversas temáticas em relação à Defesa europeia – mostra precisamente como, talvez também à luz das recentes eleições americanas, a União Europeia está levando seriamente em consideração tornar-se sempre mais um sujeito independente ou ao menos menos dependente daqueles que são os recursos dos Estados Unidos. E talvez esta intenção por parte da União Europeia de empregar parte dos próprios recursos na pesquisa militar – algo que até agora nunca havia acontecido – se está precisamente inserindo nesta tentativa de fazer frente a uma menor participação por parte dos Estados Unidos”.

RV: Dra. Zeppa, os negócios e os interesses que estão por trás do comércio de armas sempre têm razão sobre qualquer outra instância para pacificar este nosso planeta?

“O interesse monetário, econômico e o poder que se cria e que brota deste mercado – neste momento – parece predominar sobre qualquer outro interesse. Porém, na realidade, não é a solução para fazer frente a este momento de grande crise e de grande sensação de insegurança. Antes pelo contrário, é um alimentar a mais a insegurança, da qual normalmente este comércio de armas é o primeiro beneficiário: se está autoalimentando com o próprio medo que ele gera”.

(je/rg)

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Igreja no Brasil



Brasil, terreno fértil para o crescimento do carisma de Madre Clélia Merloni

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Cidade do Vaticano (RV) – No último dia 21 de dezembro o Papa Francisco reconheceu, entre outros, as virtudes heroicas da Serva de Deus Clélia Merloni. A religiosa italiana, nascida em 10 de março de 1861 em Forlì, fundou o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, com forte presença no Brasil.

Para saber sobre como as Irmãs receberam esta notícia, a RV conversou com a Madre brasileira Miriam Cunha Sobrinha, eleita Superiora Geral da Congregação em 21 de julho no Capítulo Geral e em Roma há três meses. Eis o que disse: 

“Eu recebi com alegria esta notícia do Santo Padre dia 21, com a assinatura do decreto de Venerável, como reconhecimento das virtudes heroicas da nossa Madre fundadora. Para nós apóstolas foi realmente uma alegria imensa, e para nós brasileiras posso dizer mais ainda, porque o carisma da Madre inicialmente cresceu muito no Brasil, porque como a história dela conta, as primeiras irmãs que foram afastadas da Madre foram para o Brasil. E ali o carisma de Madre Clélia cresceu com muita força”.

RV: Como é a presença da Congregação no Brasil e o que identifica o seu carisma?

“O carisma no Brasil como eu disse, ele é muito forte, porque ali foram as primeiras que estiveram muito próxima da Madre e posso dizer que conheceram o coração da Madre muito de perto. Então este carisma no Brasil se traduziu através de muitos gestos concretos, de amor, em muitas atividades que o Instituto promoveu. Inicialmente foi a acolhida dos imigrantes italianos na Diocese de São Paulo, no Paraná, trabalhávamos na educação e na catequese destes imigrantes italianos que foram ao Brasil para encontrar novas possibilidades de vida.  Depois com o tempo  o campo da educação  foi crescendo, foi aumentando, como também a parte de saúde, onde as irmãs inicialmente trabalharam em muitos hospitais da região de São Paulo e em várias cidades, como também no Paraná, no sul do Brasil. Depois se estendeu ainda mais ao trabalho pastoral, à assistência social. Fizemos no início vários orfanatos, atendimento à crianças pobres através de alguns projetos, as pastorais paroquiais. Assim a forma do carisma de Madre Clélia foi se concretizando através de várias atividades, para responder aquelas necessidades da Igreja e do mundo atual. Mas não temos um tipo de atividade, porque justamente a Madre, quando recebeu este carisma, ela desejava que nós fôssemos Apóstolas como os Apóstolos. Ou seja, seguir os passos dos Apóstolos, não ter uma obra privilegiada, mas estar atentas àquilo que a Igreja da época, onde cada momento histórico nos pede. Isto nos deu muitas possibilidade de trabalhar em vários setores onde existem necessidades muito grandes.  E hoje atualmente o carisma também é muito forte quando se fala na dimensão da reparação, pois a realidade nos pede justamente esta ajuda, esta colaboração na reconstrução da dignidade humana. E com isto também nós já temos algumas experiências. Na Província de São Paulo – porém na missão  que está nas Filipinas - com tóxicos-dependente, isto é, dependentes químicos de bebidas, drogas, e outros tipos. Para nós também este é um grande trabalho. O trabalho com os idosos nos asilos, é muito vasto, muito vasto”.

(je)

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Igreja na América Latina



Argentina: Padre acusado de abusos contra menores perde estado clerical

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Buenos Aires (RV) – O Bispado de Santo Tomé, Argentina, deu a conhecer a decisão da Santa Sé sobre a perda do estado clerical do ex-Padre Fabián Omar Reimer, acusado de “comportamentos e delitos relacionados com o abuso de menores”.

No comunicado, o Bispado assinala que logo após ter recebido as denúncias em 2010, o então Bispo de Santo Tomé, Dom Hugo Norberto Santiago, impôs ao sacerdote “a suspensão do exercício do ministério, como medida cautelar”.

“Depois de um longo processo, a Santa Sé, em 14 de novembro de 2016, confirmou a demissão (perda do estado clerical) do presbítero Fabián Omar Reimer, como firme e definitiva”, explica a nota.

Com a decisão, ele fica privado de todo o exercício do ministério sacerdotal e dos direitos e deveres que possuía como clérigo.

A Diocese de Santo Tomé e seu Administrador diocesano, Dom Héctor de Jesús Aguirre, “expressam sua dor e proximidade com as vítimas e suas famílias, pedindo a eles perdão pelo sofrimento padecido”.

“Ratificamos nossa vontade de vigilância e purificação, para que outros fatos de natureza semelhante, nunca mais voltem a repetir-se no seio da comunidade eclesial”, conclui o comunicado.

Esta é a segunda “perda do estado clerical” ocorrida na Argentina no mês de dezembro. A primeira foi contra o ex-sacerdote Cristian Gramlich, acusado de abusos na Diocese de San Isidro.

 

(je/aci)

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Bispos preocupados com situação de migrantes hondurenhos

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Tegucigalpa (RV) - “Aproximar-se da realidade do povo hondurenho e fazer propostas para frear a desigualdade, a exclusão e a corrupção no país.” 

É o que a Conferência Episcopal Hondurenha pede ao mundo político na mensagem natalina intitulada “De Belém a Nazaré”. 

No documento, os bispos recordam que 2017 será “um ano político”, pois em 12 de março se realização as eleições primárias, e em novembro, as consultas gerais. 

Os prelados hondurenhos esperam que os futuros candidatos saibam “se aproximar da realidade do povo para analisar, propor e oferecer alternativas a fim de superar a desigualdade e a exclusão, e nos libertar da corrupção”. 

“Feliz ano político a todos vocês! Feliz Ano Novo se os cidadãos assumirem a responsabilidade do bem comum, se informar sobre propostas e projetos para controlar o que se promete e não deixar-se levar por ofertas ou palavras enganosas que possam encantar”. 

Os bispos expressam também preocupação pela dor que vivem muitos hondurenhos, sobretudo as crianças, “obrigados a migrar, expostos à exploração e violência em seu percurso, mal pagos quando chegam ao destino, e criminalizados pela arrogância daqueles que aproveitam de sua fadiga”.

Os prelados se comprometem a reforçar a Pastoral da Mobilidade Humana a fim de que o amor e a proximidade de toda a comunidade cheguem às crianças e adolescentes que migram, vulneráveis e sem voz.

Segundo cifras oficiais, 10.468 menores hondurenhos não acompanhados conseguiram atravessar o confim entre México e Estados Unidos em 2016. Esta cifra representa 93,5% a mais em relação aos 5.409 que chegaram ao país em 2015. 

(MJ)

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Igreja no Mundo



São 31 os agentes pastorais assassinados em 2016

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Roma (RV) – Durante este ano de 2016, de acordo com as informações coletadas pelo site O Sismógrafo, foram mortos 31 agentes pastorais, 9 a mais dos 22 de 2015 (+ 41%). Um ano “terrível”, portanto, para os católicos, sacerdotes, religiosas e leigos, que trabalham na evangelização.

O continente americano se apresenta, mais uma vez, como a região mais perigosa para os agentes pastorais: o número das vítimas duplicou passando dos 8 de 2015 para 16 em 2016. Neste ano que está prestes a terminar, no mundo foram assassinados 14 sacerdotes. No ano passado morreram 13. Um aumento surpreendente se registra em relação às religiosas: as vítimas passaram de 4 de 2015 a 9 em 2016.

Comparação 2016-2015

Sacerdotes - 14 (2016) - 13 (2015)

Religiosas - 9 (2016) - 4 (2015)

Leigos - 8 (2016) - 5 (2015)

Na América Latina, nos últimos dez anos, de 2005 a 2015, os agentes pastorais assassinados foram 121 dos quais 107 sacerdotes. Na década 2005/2015 o total de agentes pastorais católicos no mundo assassinados é de 259.

31 AGENTES PASTORAIS MORTOS EM 2016

- sacerdotes (14)
- religiosas (9)
- agentes Caritas (3)
- seminarista (1)
- catequistas (4)

Ásia (6)

- Síria (1): Elias Abiad (agente Caritas) – 13 de fevereiro
- Iêmen (4):  Irmã Anselm, da Índia  - 4 de março
                   Irmã Marguerite de Ruanda – 4 de março
                   Irmã Reginette de Ruanda – 4 de março
                   Irmã Judit do Quênia – 4 de março
- Filipinas (1): Pe. Marcelino Biliran – 27 de junho

América (16)

- Brasil (3): Pe. Antônio Moser - 9 de março
                  Pe. Francisco Carlos Barbosa Tenório – 9 de outubro
                  Pe. João Paulo Nelli – 9 de outubro

- Venezuela (1): Pe. Darwin Zambrano – 31 de março

- EUA (3): Pe. Rene Robert – 10 de abril

               Irmã Margaret Held – 25 de agosto

                Irmã Paula Merrill – 25 de agosto


- Haiti (1): Irmã Isabel Sola Macas – 2 de setembro

- México (7): Pe.p. Alejo Nabor Jiménez Juárez - 18-19 de setembro

                   Pe. José Alfredo Juárez - 18-19 de setembro

                    Pe. José Alfredo López Guillén -19-20 de setembro (?)
                    Willibaldo Hernández - catequista – 4 de outubro (?)
                    Adán Valencia- catequista – 4 de outubro (?)
                    Jesús López Urbina- catequista – 4 de outubro (?)
                    Jesús Ayala Aguilar- catequista – 4 de outubro (?)


- Colômbia (1): Pe. José Fortunato Bedoya Franco – 25 de outubro
 

África (8)


- Congo (Rep. Dem.) (5): Pe. Vincent Machozi – 20 de março
                                      motorista-agente Caritas – 25 de março
                                      contador da Caritas Basankusu – 11 de agosto
                                      Pe. Joseph Mulimbi – 21 de outubro
                                      Irmã Marie Claire Agano -30 de novembro

- Sul Sudão (1): Irmã Veronika Terézia Racková – 20 de maio 

- Nigéria (2): Pe. John Adeyi – 22 de junho 

                    seminarista Lazarus Nwafor - 25 de agosto
 

Europa (1)


- França (1): Pe. Jacques Hamel – 26 de julho
 

Nota.

Ainda se espera o relatório final sobre as causas da morte do Pe. Juan Viroche, Argentina, encontrado morto no último dia 05 de outubro. Esses números não incluem a morte da senhora Marie-Yvonne, enfermeira/responsável da casa de repouso para idosos monges e missionários de Montferrier-sur-Lez, no departamento de Hérault, no sul da França, em 25 de novembro passado. (SP)

 

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Paz e reconciliação na mensagem de Natal dos bispos africanos

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Abidjan (RV) - Paz, reconciliação, amor e tolerância. Estas são as palavras-chave das mensagens natalinas de várias Conferências episcopais africanas, sobretudo as de países dilacerados por longos conflitos.  

“Tomemos o exemplo de Jesus e percorramos o caminho do amor sem exclusões, a estrada da felicidade partilhada, o percurso da paz e do perdão”, escreve o Arcebispo de Abidjan, Costa do Marfim, Cardeal Jean-Pierre Kutwa.

O purpurado faz um apelo aos cristãos, aos políticos e líderes religiosos do país para que se afastem das trevas da divisão e do ódio, promovendo a paz e a reconciliação.

Uma mensagem de Natal ecumênica foi assinada pelo Bispo de Port-Louis, República de Maurício, Cardeal Maurice Piat, e pelo responsável da Igreja Anglicana local, Ian Ernest. O ponto central do documento é “a importância da doação de si que é o dom mais precioso que se possa oferecer ao próximo”, escrevem os dois líderes religiosos. 

A mensagem natalina do Arcebispo de Lomé, Togo, Dom Denis Amuzu-Dzakpah, é centrada “no desejo profundo de paz e no grande espírito de solidariedade” associado ao Natal.  

O Arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, Cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, em sua mensagem natalina, exorta os cristãos do país a se afastarem da violência e se tornarem promotores de paz. A República Democrática do Congo foi devastada, durante anos, por conflitos entre as forças de segurança e manifestantes contrários ao presidente Kabila. 

No poder desde 2001, segundo a Constituição vigente, Kabila não poderia mais se candidatar para outro mandato, mas a Corte estabeleceu que poderá permanecer no poder pelo menos até as próximas eleições, incialmente previstas para novembro passado, e depois adiadas por tempo indeterminado.

O Cardeal Monsengwo pediu respeito pela vida dos cidadãos, porque “a paz do Natal exclui homicídios, assassinatos e violência” e envolve “justiça, amor e verdade”. O purpurado recordou o apelo lançado pelo Papa Francisco na audiência geral da última quarta-feira: “Dirijo mais uma vez um premente apelo a todos os congoleses para que, neste delicado momento de sua história, sejam artífices de reconciliação e de paz. Aqueles que têm responsabilidade política ouçam a voz de sua consciência, saibam ver os cruéis sofrimentos de seus compatriotas e levem em consideração o bem comum.”

O Arcebispo de Dacar, Senegal, Dom Benjamin Ndiaye, reitera a sua posição contra o retorno da pena de morte, abolida em 2004. Por causa do aumento da criminalidade, no país se reacendeu o debate sobre o restabelecimento da pena capital. Dom Benjamin deplora a violência contra mulheres e crianças, e vários comportamentos errados presentes na sociedade. “Acredito que a nossa sociedade tenha sido afetada pela falta de padrões éticos e morais, pela pressa e impaciência, pela falta de consciência cívica, pela indisciplina e por uma tendência cada vez mais materialista e consumista”, afirma o prelado em sua mensagem natalina.

“Natal é a celebração da vida doada por Deus. Desejo que a alegria desta solenidade e a paz de Deus reinem nos corações de todos os homens”, conclui o Arcebispo de Dacar. 

(MJ)

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Arcebispo de Argel: Testemunhar o amor de Cristo entre os muçulmanos

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Argel (RV) – Às vésperas do Santo Natal, o Papa Francisco nomeou o novo Arcebispo de Argel, capital da Argélia. Trata-se de Dom Paul Desfarges, até agora Bispo da Diocese argelina de Constantine.

O jesuíta francês, de 72 anos, está há 40 na Argélia. Foi Professor de Psicologia em língua árabe na Universidade local e Superior da comunidade dos jesuítas na capital, até ser nomeado Bispo por Bento XVI em 2008.

Em entrevista à colega Sara Bakaloglou, do Programa Francês, Dom Desfarges fala sobre como é a vida da minoria cristã em um país de maioria muçulmana:

“É um desafio e ao mesmo tempo uma graça. Na cotidianidade, nós vivemos boas relações e nos maravilhamos a cada dia por estas boas relações, que são relações de proximidade, de colaboração, às vezes até mesmo de amizade, que vão muito longe na partilha que podemos viver todos os dias. Somos testemunhas deste viver juntos e acreditamos nisto, justamente por viver isto cotidianamente. Não devemos nos esforçar para fazer isto! O Papa, em  nossa última visita ad Limina nos disse: “Sejam testemunhas da caridade de Cristo". E esta é a caridade de Cristo. É o apostolado da bondade, como diria Charles de Foucauld. E é esta a nossa alegria, a de amar e de servir. É verdade, existem as dificuldades da vida de todos os dias, assim como é verdade que não é possível que todos estejamos sempre contentes, mas isto faz parte da vida... Mas existe um Pai. Existem dificuldades atuais que nos preocupam e isto é verdade. Mas isto não diz respeito àquilo que é a nossa vida cotidiana no encontro entre as pessoas. A nossa vocação é ser Igreja para todos, Igreja do encontro fraterno com todos”.

RV: Com é a Igreja em Argel?

“O que eu posso dizer se refere à realidade de Constantine, onde existe um grande número de estudantes subsaarianos, mas estão presentes também numerosas comunidades de trabalhadores e de diplomatas provenientes de diversos países. Isto faz com que seja uma Igreja Católica muito internacional, caracterizada por todos os nossos serviços de proximidade às pessoas; serviços realizados nas escolas, nas bibliotecas, nas atividades de assistência e de formação. Existe um grande dinamismo. Agora terei a oportunidade de descobri-lo e conhecê-lo melhor ainda”.

RV: Quais são as palavras do Papa Francisco que lhe acompanharão de forma particular nesta nova missão?

“O Papa fala de periferias e nós estamos nestas periferias: “lugares de ruptura”, como dizia Dom Claverie. É o lugar onde estamos. No final, porém, descobrimos que é um local ordinário da misericórdia, onde a misericórdia age. E mais uma vez nós não somos os únicos protagonistas dela, mas somos testemunhas dos nossos irmãos e das irmãs muçulmanas que, por sua vez, nos edificam em virtude da acolhida em relação a nós, do dom deles mesmos e da vontade do diálogo e do encontro. Sei que na noite de Natal muito amigos muçulmanos foram às paróquias, certamente não para converterem-se, mas simplesmente para ver como os cristãos rezam. Esta também é uma maneira para nos conhecermos melhor. E disto nós estamos muito felizes! Em um mundo em que a tensão entre muçulmanos e Ocidente, entre muçulmanos e cristãos parece crescer sempre mais, existe um lugar em que é possível viver outras coisas”.

(je/sb)

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Atualidades



Índios não são donos da terra. Cuidam dela, ela cuida de nós

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Cidade do Vaticano (RV) – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), reconhece que “o respeito aos conhecimentos, às culturas e às práticas tradicionais indígenas contribui para o desenvolvimento sustentável e equitativo e para a gestão adequada do meio ambiente”.

A relação entre os índios e a natureza é pautada por dois elementos básicos: respeito e equilíbrio. Os especialistas afirmam que as comunidades indígenas são modelos inspiradores de vida sustentável. Os índios não usam mais do que precisam; obtêm sua nutrição física e espiritual a partir do ambiente natural e ao contrário do que se vê na sociedade não indígena, a extração é entendida como necessidade e tratada com respeito.

Ou seja, os alimentos necessários para a sobrevivência são retirados, mas há a manutenção de uma relação harmoniosa e de equilíbrio com o meio ambiente. A ação revela uma extração sem dominação do meio, marca registrada da ação da sociedade em geral. Os índios entenderam que não são donos da terra, mas que deve haver uma relação de trocas de reciprocidade com o meio ambiente.

Nosso hóspede é Francisco (Chico) Loebens, membro do Comité Executivo Ampliado da REPAM, Rede Eclesial Pan-amazônica e do Cimi, Conselho Indigenista Missionário, Regional Norte I, que abrange Amazonas e Roraima. Ouça-o aqui: 

“Os desafios são enormes. Os povos indígenas ultimamente na Amazônia tiveram conquistas importantes na afirmação de direitos que asseguram a possibilidade de seus projetos de vida futura, sobretudo na demarcação de terras; também tiveram conquistas em termos legais na Constituição de 1988, mas estes direitos territoriais e demais direitos hoje estão seriamente ameaçados porque existe um grande movimento no sentido de impor um retrocesso nestas conquistas”.

“Na Amazônia, os povos indígenas são aqueles que se opõem à devastação, dão uma contribuição muito grande no sentido de evitar que a Amazônia seja devastada. Então, se hoje a gente enxerga, por exemplo, no ato do desmatamento na região Norte do Mato Grosso, no estado do Pará e também em Rondônia, podemos ver as manchas verdes no mapa que indicam as áreas dos territórios indígenas”.

O Papa reconhece este papel relevante que os povos indígenas têm na dimensão do cuidado com a Casa Comum e neste sentido, tenho destacado a relevância de a Igreja estar caminhando junto com os povos, de estabelecer uma grande aliança, porque na verdade são eles que no processo histórico sempre cuidaram melhor da natureza, desta Casa Comum. Temos muito a aprender com eles”.

Eles não são donos, se sentem parte, e por isso, cuidar da terra, para que a terra cuide de nós”. 

(cm)

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Mulheres e meninas, as maiores vítimas do tráfico de pessoas, denuncia ONU

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Viena (RV) – Mulheres e meninas representam 71% das vítimas do tráfico de pessoas, uma forma de “escravidão moderna” que atinge também crianças, um terço dos casos. 

O Papa Francisco, repetidas vezes, definiu o tráfico de pessoas como “uma chaga” dos tempos modernos. Em agosto do corrente, visitou a Comunidade João XXIII, em Roma, que acolhe 30 jovens que foram vítimas da prostituição e tráfico de pessoas.

 

A denúncia faz parte do Informativo Global sobre Tráfico de Pessoas 2016 do Escritório da ONU contra a Droga e o Delito (ONUDD), divulgado em Viena,  com base nos relatos de quase 63 mil vítimas, entre os anos de 2012 e 2014, em mais de cem países.

Modalidades do tráfico

O tráfico de pessoas consiste em transportar e reter um pessoa pela força ou coerção, com o fim de explorá-la, não somente com fins de trabalho ou sexuais, mas também para mendigar ou, até mesmo, para o tráfico de órgãos ou matrimônios forçados.

“A exploração sexual e o trabalho forçado seguem sendo as modalidades mais detectadas de tráfico, porém as vítimas também sofrem com o tráfico para a mendicância, os matrimônios forçados, as fraudes nos serviços públicos, ou a pornografia”, explica Yuri Fedotov, Diretor Executivo da ONUDD.

O relatório indica que em 54% dos casos, a exploração sexual é o delito mais comum, sendo observada no entanto uma tendência à diminuição desde 2007.

Enquanto as mulheres e meninas representam a maior parte das vítimas de abusos sexuais ou matrimônios forçados, para os homens e meninos a maior incidência é de exploração no trabalho (85% dos casos), principalmente na indústria da mineração, da pesca ou como soldados.

Exploração infantil

A exploração infantil também varia segundo as regiões e continentes, revela o relatório da ONU. Enquanto a média global em relação à exploração de menores gira em torno dos 30%, na África subsaariana este percentual aumenta para 64% e na América Central e Caribe, 62%.

Impunidade

As máfias por trás do tráfico ganham cerca de 32 milhões de dólares anuais. Os baixos índices de condenação, segundo a ONU, não fazem outro que incentivar este tipo de crime.

A maioria das pessoas condenadas por tráfico são homens (seis em cada dez) e geralmente são do mesmo ambiente das vítimas, o que é essencial para ganhar a sua confiança, embora exista, cada mais uma vez, grandes variações regionais. Na Europa de Leste 54% dos supostos traficantes investigados são mulheres e na África Subsaariana representam metade dos suspeitos.

O relatório revela que as mulheres tem uma maior taxa de condenação pelo tráfico de pessoas em relação a outros delitos e aponta também que, em alguns casos, as próprias vítimas passam a fazer parte de uma organização criminosa, cooptando novas mulheres e meninas.

A ONU alerta não existir nenhum país imune ao tráfico e que somente na Europa Ocidental foram detectadas vítimas oriundas de 137 países. A ONU chama a atenção, ademais, para o fato de que os dados documentados no informe representam somente “a ponta do iceberg”.

Guerras, migrações e pobreza

“As pessoas que fogem da guerra e da perseguição são particularmente vulneráveis ao tráfico”

O documento não arrisca um número global de pessoas afetadas por este crime contra os direitos humanos, limitando-se a analisar estes 63.000 casos documentados nos últimos dois anos, embora o próprio Fedotov disse em mais de uma ocasião que as vítimas totalizaram " milhões ".

No relatório, o Diretor Executivo do ONUDD destacou a ligação entre a presença de grupos armados e o tráfico de pessoas, que muitas vezes exploram sexualmente mulheres e enviam os homens para o trabalho forçado ou para combater.

"As pessoas que fogem de guerras e perseguição são particularmente vulneráveis ao tráfico", ressaltou Fedotov  no relatório, recordando que os atuais movimentos migratórios e de refugiados são os maiores no mundo desde a Segunda Guerra Mundial. Outros fatores que aumentam a vulnerabilidade a este tipo de crime é o crime organizado e a pobreza.

Penalização do tráfico

O relatório também detalha que houve avanços significativos nos últimos anos: se em 2003 apenas 18% dos países penalizava o tráfico, agora são 85%, um total de 158 países. Também foi ampliado o espectro do delito, já que as forças de segurança de  muitos países agora detectam melhor os casos de trabalhos forçados ou exploração no trabalho.

No entanto, novamente voltam a existir grandes diferenças entre os países, e os Estados mais pobres são aqueles que têm mais dificuldades para garantir uma investigação e proteção adequada às vítimas. Nesse sentido, a ONU afirma que o grau de impunidade por este crime continua a ser elevada, em parte devido à investigação deficiente para resolver um crime transnacional tão complexo.

O documento salienta que são necessários mais recursos para identificar e ajudar as vítimas, assim como para melhorar as ações do sistema de justiça para investigar e processar os responsáveis.

(je)

 

 

 

 

 

 

 

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Rússia: Dia de luto nacional

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Moscou (RV) - Dia de luto nacional na Rússia após a queda do avião militar no Mar Negro, que causou a morte de 92 pessoas, incluindo os membros do Coral do Exército russo, que se dirigia para a Síria para exibir-se diante das tropas de Moscou. O Presidente Putin pediu uma “investigação cuidadosa” para determinar as causas do desastre. De acordo com o Ministério dos Transportes russo o acidente ocorreu devido a um erro do piloto ou a uma falha técnica, enquanto um ataque terrorista não está entre as principais hipóteses. 

O avião, um Tupolev 154 do exército, caiu dois minutos após a decolagem do aeroporto de Sochi, matando 84 passageiros e oito tripulantes. Uma das caixas-pretas foi encontrada nesta manhã pelas equipes de resgate. Continuam as buscas ao largo da costa de Sochi, para identificar restos do avião e para recuperar dos corpos os passageiros. Mais de 3.000 pessoas, incluindo 100 mergulhadores, chegaram de toda a Rússia e estão envolvidos nas buscas, junto com 32 navios e vários helicópteros. (SP)

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