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Sumario del 28/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa Francisco: lamentar-se com Deus é um modo de rezar

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Cidade do Vaticano (RV) – Passado o Natal e a série de celebrações no Vaticano, o Papa voltou a se reunir nesta quarta-feira (28/12) com os fiéis e peregrinos na habitual audiência geral, que no inverno se realiza na Sala Paulo VI. 

Abraão, modelo de fé: foi este o tema de sua catequese, inspirada na carta de São Paulo aos Romanos que descreve “a esperança de Abraão em se tornar pai apesar de muito idoso, e sua esposa, estéril”. Mas Deus havia lhe prometido um filho e Abraão confiava neste anúncio.

Acreditar no impossível

“Abraão crê, sua fé se abre a uma esperança aparentemente irracional; é a capacidade de ir além do raciocínio humano, da sabedoria e da prudência do mundo, além do considerado como bom-senso para crer no impossível. A esperança abre novos horizontes, nos torna capazes de sonhar o impensável. A esperança nos conduz na escuridão de um futuro incerto para caminhar na luz”.

Momentos de crise

O Pontífice lembrou, no entanto, que este caminho é difícil e comporta também crises de desconforto. Abraão, por exemplo, se lamenta com Jesus porque o tempo passava e o ventre de Sara ‘permanecia fechado’ em sua esterilidade. Ele, quase centenário, não teria descendência. Seu herdeiro seria Eliézer de Damasco, um servo.

Pai de muitos povos

Uma noite, o Senhor lhe diz: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz! Assim será tua descendência”. Abraão se sente só, cansado, perto da morte. Seu coração estava tomado pela desilusão e o desânimo. Não havia mais tempo para um filho. Como continuar a crer?

Segundo Francisco, a lamentação de Abraão é uma forma de fé. Não obstante tudo, ele continua a crer em Deus e espera que alguma coisa aconteça. Se não, por que interpelar Deus e pedir o cumprimento de sua promessa? De fato, o Papa explicou que “a fé não é só silêncio que aceita tudo sem replicar; a esperança não é certeza que protege das dúvidas e da perplexidade. Fé é também lutar com Deus, mostrar-lhe nossas amarguras sem fingimento. E esperança é não ter medo de ver a realidade como ela é, aceitando as contradições”.

A única certeza é a fé

Na fé, Abraão se dirige a Deus para que o ajude a continuar a esperar. E o Senhor responde, insistindo na promessa: o herdeiro não será um servo, mas um filho verdadeiro, gerado por ele. “Sua única certeza é confiar na palavra do Senhor”, concluiu o Papa.

Novamente uma promessa, algo a se esperar para o futuro. Como quando Deus o levou para fora da tenda e lhe mostrou as estrelas, esta é a fé.

“Para crer, é necessário saber ver com os olhos da fé; é este o caminho da esperança que cada um de nós deve percorrer. Quando a nossa única possibilidade é olhar para as estrelas, será a hora de confiar em Deus. Não há nada mais bonito do que isso”. 

Conclusão com o Circo

Na conclusão da última Audiência Geral de 2016 um momento de alegria com a presença de artistas do Golden Circus de Liana Orfei que ofereceram ao Papa e aos fiéis presentes exibições de malabarismos e equilibrismos. O momento circense, ao som tradicional das marchas de circo, se concluiu com a apresentação de algumas araras, uma das quais foi colocada sobre o braço do Papa Francisco.

Nas suas palavras, em língua italiana, Francisco agradeceu os artistas pela agradável exibição recordando que “a beleza sempre nos aproxima de Deus”.

Ainda na saudação final aos jovens, aos enfermos e aos recém-casados o Papa chamou esses últimos de “corajosos, porque é preciso coragem para se casar e fazer isso por toda a vida”. Recordou mais uma vez aos “corajosos” que “nunca terminem o dia sem fazer as pazes entre eles”.

(cm)

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Papa: Natal, festa da esperança porque Deus confia em nós

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Cidade do Vaticano (RV) - No final da catequese da Audiência Geral desta quarta-feira (28/12), o Papa Francisco saudou os peregrinos, na Sala Paulo VI, provenientes da América Latina, Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e Ásia, dirigindo-lhes suas felicitações de Natal e Ano Novo.  

O Pontífice pediu a todos para “conservar a alegria do Natal, encontrando na oração o Salvador que deseja fazer-se próximo” a cada um de nós: 

“Esta é a nossa esperança natalina: Nasceu para nós Jesus Cristo, o Salvador, o Deus conosco. Por isso, não devemos ter medo do futuro. Vamos ao encontro do futuro, em comunhão com Cristo.”

No Menino Jesus “foi-nos revelado o rosto tenro e misericordioso do Pai Celeste” que deseja nos encher de “toda consolação e graça” para que as transmitamos a todos:

“O Natal de Jesus é a festa da confiança e da esperança porque Deus está conosco e confia ainda em nós! Levemos aos nossos irmãos a boa notícia de que somos amados imensamente e singularmente por Deus, e irradiemos ao nosso redor a alegria e a paz que este amor nos dá.” 

O Papa agradeceu as felicitações recebidas, as orações pelo seu ministério e invocou a paz para o mundo inteiro. 

(MJ)

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Nomeados bispos para Sorocaba (SP) e Crato (CE)

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira (28/12), o Papa Francisco nomeou como Arcebispo de Sorocaba (SP), Dom Júlio Endi Akamine, S.A.C., que até agora era bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo.  

Dom Júlio Endi Akamine, 54, é natural de Garça, diocese de Marília, sempre no estado de São Paulo. Foi ordenado em 1988 e desempenhou cargos diferentes no Paraná, em Roma e São Paulo. Em 2011, foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo, tendo sido vigário episcopal para a região Lapa. É também o atual Secretário da Conferência Episcopal Regional Sul1.

No Ceará, Crato ganha novo bispo diocesano: Dom Gilberto Pastana de Oliveira, que até o momento era seu coadjutor. 

(cm)

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“Procedimentos para curar as doenças da alma”, o presente do Papa à Cúria

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Cidade do Vaticano (RV) – “O esforço para adquirir as virtudes pode vencer todas as doenças da alma”, escrevia em 1.600 Padre Claudio Acquaviva, quinto Geral dos Jesuítas e autor do livro “Procedimentos para curar as doenças da alma” (“Accorgimenti per curare le malattie dell’anima”, título em italiano). A obra foi presenteada aos membros da Cúria pelo Papa Francisco, por ocasião das felicitações de Natal.

A Rádio Vaticano perguntou ao Diretor Espiritual do Pontifício Seminário Romano Maior - e autor da apresentação do livro - Padre Giuseppe Forlai, sobre o por quê desta escolha do Pontífice: 

“Penso que o Santo Padre tenha escolhido este texto porque Acquaviva é uma leitura habitual dentro da Companhia, sobretudo nos anos de formação – ao menos o era. Os procedimentos de Acquaviva são um dos poucos manuais modernos em uso pelos Superiores, para guiar e fazer crescer, sobretudo na experiência do espírito, aqueles que lhe são confiados. E provavelmente, por ocasião de um discurso à Cúria que tinha como ponto central os termos da reforma – e a reforma parte sempre da reforma interior, daquilo que alguém é, antes daquilo que faz – não poderia haver um texto mais adequado do que este”.

RV: O Papa Francisco, confirma-se assim como um grande diretor espiritual das almas?

“Sim. A missão do Papa e de cada Superior em uma comunidade é sempre - e sobretudo - a de ajudar as pessoas a eles confiadas a alimentarem-se em bons prados. Jesus é o pastor que não organiza as pessoas: Jesus não é o pastor porque organiza uma Igreja ou a estrutura, mas porque leva e conduz a cada um de nós à vida eterna. Na terra, nós, na fé, desejamos e acreditamos que os nossos pastores façam o mesmo. Os Bispos, os Superiores das comunidades, deveriam ser pessoas que cuidam antes de tudo da salus animarum, isto é, da nossa experiência de fé. Na tradição monástica e da vida religiosa genuína, o Superior tem sempre - e sobretudo - este papel, até mesmo um papel de direção espiritual comunitária, como é o Abade na regra de São Bento. Depois, pouco a pouco, infelizmente, com um certo pragmatismo, sobretudo depois da Revolução Francesa, o Superior também na comunidade reduziu-se a uma figura que coordena as atividades dos religiosos”.

RV: Também desperta curiosidade o aspecto prático deste livro...

“Acquaviva toca muito aos Padres, e sobretudo a Cassiano, à regra pastoral de Gregório Magno e também à sua experiência pessoal de diretor de almas. O princípio fundamental do qual parte Acquaviva é este: de que o Superior será chamado a prestar contas das almas que lhe foram confiadas. E Acquaviva assume uma direção investigativa sobre as almas das pessoas, por meio da nomeação clássica dos vícios capitais. O Superior traz à consciência todos os membros, por meio da fraqueza de um irmão, o que é um risco para toda a comunidade. E assim, é necessário que exista uma comunidade sempre vigilante e que o Superior a tenha sempre desperta: o Superior não é alguém que administra a vida tranquila, mas que inquieta quanto à radicalidade do caminho evangélico, do seguimento de Cristo”.

RV: “Antes de tudo, que o Superior examine a si mesmo”, é uma das frases de Acquaviva. O que quer dizer isto?

“Que o Superior deve ser capaz de detectar as doenças espirituais dos irmãos, mas pode fazê-lo somente se conhece as suas. Diz Antônio Abade, que é o pai de toda a vida religiosa, que ninguém pode combater os demônios dos outros se não acerta primeiro as contas consigo mesmo”.

RV: Outro aspecto do verdadeiro tratado de Acquaviva: como conciliar ternura e firmeza num governo?

“Acquaviva se coloca em equilíbrio entre um modo de ser  Superior - que é o de um líder-censor - e um líder excessivamente materno, protetor, que justifica ou que faz silenciar tudo, por uma “falsa-paz” da comunidade. Por outro lado, Acquaviva se coloca precisamente como um Superior que tem como objetivo a transformação em Cristo das pessoas. É um líder transformador, o Superior, isto é, alguém que sabe ler o mal e envolver toda a comunidade na mudança. Mas este é um conceito muito importante que está presente nos Padres, sobretudo em Evagrio Pontico: “O mal que eu vejo em um irmão é o mal de todos”. O Superior transformador é aquele que envolve todos os irmãos na tomada de consciência do mal que é curado com a graça de Deus. Assim, em Acquaviva existe esta grandíssima confiança na força curadora da graça de Deus”.

RV: Este livro, permanece atual ou volta a ser atual?

“É sempre atual, sobretudo porque nós temos necessidade hoje de recalibrar, em todos os níveis, a figura, a pessoa do Superior. O Superior não é um manager, como não o é o Bispo; mas isto nós, hoje, temos muita dificuldade em entender. Acquaviva, que era Geral de uma Companhia de Jesus em plena expansão, havia entendido isto muito bem. E tinha problemas práticos muito mais sérios do que os nossos, problemas organizativos vastíssimos e ainda, neste seu manual para os Superiores, acena exclusivamente à saúde das almas dos membros da Companhia”.

RV: Neste sentido, este livro nasce do conhecimento dos grandes Padres monásticos, mas também da experiência pessoal, quer do Superior da Companhia, quer do Diretor do nascente Seminário Romano...

“Eu entendi uma coisa muito simples, que depois o Papa Francisco repete: que a reforma nasce a partir do discernimento. Se nós não nos preocupamos em reformar o nosso coração, isto é, de invocar o dom da conversão, todos os ajustes, as acomodações, a sobriedade exterior não servem para nada. A reforma nasce sempre do coração. De outra forma, teríamos comportamentos que podem durar alguns anos, alguns decênios, mas que não se sustentam mais tarde diante da prova da história”.

(je/em)

 

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Papa envia seis milhões de euros para crise humanitária na Ucrânia

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou seis milhões de euros para ajudar o povo ucraniano. 

Diante da crise humanitária na Ucrânia, que desde o início do conflito, em 2014, causou 9.758 mortos e mais de 22 mil feridos, o Pontífice está ajudando concretamente esta população. Dos 12 milhões de euros arrecadados em 24 de abril passado, com a coleta realizada nas igrejas europeias, quase seis milhões estão em processo de alocação.
 
Entrevistado pela nossa emissora, eis o que disse o secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, Dom Giovanni Pietro Dal Toso, que administra a distribuição dos fundos. 

Dal Toso: “O Pontifício Conselho fez duas viagens para formar uma Comissão técnica, em Zaporizhia, na Ucrânia. Em junho deste ano, o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, visitou a Ucrânia para dar visibilidade concreta da proximidade do Papa à população ucraniana. Chegou esta primeira remessa de ajuda porque houve encontros com paróquias, organizações, comunidades de diferentes denominações religiosas às quais foi explicado como é possível ter acesso aos fundos.”

Com quais critérios vocês selecionaram as propostas através da Comissão técnica? 

Dal Toso: “Primeiramente, o critério deveria ser o da ajuda humanitária: por exemplo, garantir a sobrevivência, oferecer aquecimento, garantir medicamentos, o funcionamento de hospitais e assistência médica a tantas pessoas que estão abandonadas. Depois, há o problema dos refugiados, pois na Ucrânia existem dois milhões de refugiados que fugiram das áreas de guerra e uma parte foi para Kiev ou áreas de confim e não têm ainda um lugar estável onde estar. Nós aplicamos alguns critérios: os projetos devem ser comunitários, ou seja, não levado adiante singularmente. Outro critério é a distribuição geográfica, outro ainda é que não se fizesse distinção de pertença religiosa. Excluímos projetos de construção ou reconstrução, porque que nesta primeira fase a coisa mais importante era garantir a sobrevivência. Neste período, tivemos uma grande colaboração também com algumas entidades das Nações Unidas que tinham uma maior possibilidade de acesso em áreas difíceis.”

Como irão continuar controlando estes projetos?

Dal Toso: “Sobretudo com a Comissão técnica que continua trabalhando com afinco, acompanhada e apoiada pelo Núncio Apostólico na Ucrânia, Dom Gugerotti. A Comissão técnica se encarregará de enviar dinheiro concretamente a esses projetos e depois avaliar a realização efetiva deles.” 

No final dessa seleção vocês chegaram a 20 projetos e 39 iniciativas de solidariedade...

Dal Toso: “Estabelecemos três formas de projetos: o primeiro para as necessidades imediatas que às vezes se apresentam e que não têm necessidade de muita burocracia: existem povoados em que falta o básico para viver. Para as ajudas mais estruturadas, dividimos os projetos em duas categorias: projetos pequenos e grandes. Projetos pequenos significa de até 20 mil euros, os maiores até 250 mil. Vamos usar o dinheiro que chegou em novos projetos e novas necessidades”.

Há uma especial atenção aos menores em suas escolhas?

Dal Toso: “Certamente. Vimos que a questão da educação é sempre central em situações de crise. Portanto, também nesta crise damos às crianças uma atenção especial.”

(MJ)

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Cardeal Ryłko, novo arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco acolheu, nesta quarta-feira (28/12), a renúncia apresentada pelo Cardeal Santos Abril y Castelló do cargo de arcipreste e administrador da Basílica Papal de Santa Maria Maior.

O sucessor do purpurado espanhol é o Cardeal Stanisław Ryłko, presidente emérito do Pontifício Conselho para os Leigos que foi incorporado no Departamento para Leigos, Família e Vida.

O Cardeal Ryłko, 71 anos, polonês, foi desde 4 outubro de 2003 presidente do organismo vaticano para os leigos. O Cardeal Santos Abril y Castelló, 81 anos, foi nomeado arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior, em 21 de novembro de 2011. 

(MJ)

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Igreja no Brasil



180 povos indígenas na Amazônia brasileira, preservando a natureza

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Cidade do Vaticano (RV) - Estudos indicam que no Brasil, no século XVI, havia entre 2 e 4 milhões de índios, que pertenciam a mais de mil povos e falavam mais de mil línguas diferentes. Hoje, segundo o Censo IBGE 2010, os 240 povos indígenas somam cerca de 900 mil pessoas, falando aproximadamente 200 línguas, filiadas a dois troncos linguísticos principais, o Tupi e o Macro-Jê, a duas famílias linguísticas mais importantes, o Aruak e o Karib e a outras famílias menores.

Nosso hóspede é Francisco (Chico) Loebens, membro do Comité Executivo Ampliado da REPAM, Rede Eclesial Pan-amazônica, e do Cimi, Conselho Indigenista Missionário, Regional Norte I, que abrange Amazonas e Roraima. Ouça: 

“Na Pan-amazônia aproximadamente 250 línguas indígenas ainda são faladas hoje e mais de 50 famílias linguísticas distintas. Aqui na Amazônia brasileira, há mais de 180 povos indígenas, fora os povos indígenas ainda isolados. Existem pelo menos 100 referências de grupos isolados aqui na Amazônia brasileira. Então existe uma diversidade cultural enorme... são povos que têm o seu jeito próprio de se relacionar, que são também diferentes entre si, que falam línguas diferentes e organizam seu jeito de vida também diferente, mas têm algo em comum, que é justamente esta forma com que se relacionam com o meio ambiente”.

Eles, na verdade, buscam a relação com a terra, no sentido que esta lhes possa dar a suficiência para viverem bem, ao contrário da nossa sociedade ocidental, que busca a exploração da natureza para viver melhor e nunca estamos satisfeitos... O planeta hoje se ressente um pouco desta lógica consumista, a lógica do descarte. Eu digo sempre que precisamos viver melhor. Os povos indígenas nos ensinam que basta viver bem com o suficiente para viver bem; e deste suficiente também faz parte a vida que circula em toda a Criação, entorno das terras indígenas, quer dizer, os povos indígenas se concebem como parte da natureza. Não dá para destruir a natureza porque também eles se destruiriam. Preservar a natureza faz parte da história dos povos”. 

(cm)

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Apóstolas do SCJ: coração aberto para responder aos apelos do Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Em 21 de dezembro passado, o Papa Francisco reconheceu as virtudes heroicas da Serva de Deus Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. 

O anúncio foi recebido com alegria, especialmente no Brasil, visto que o carisma da Madre cresceu com muita força em nosso país, já que as primeiras irmãs que foram afastadas de Madre Clélia, conheceram o coração dela muito de perto, conforme revela a Superiora Geral da Congregação, Madre Miriam Cunha Sobrinha.

Segundo explicou a religiosa brasileira, a Congregação não tem um único tipo de atividade, não privilegia nenhuma obra em especial, mas busca responder com força às necessidades da Igreja em cada época.

Neste sentido, as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, seguindo os passos dos Apóstolos, trabalham com educação, com imigrantes, toxicômanos, idosos, crianças, com os pobres, atuando numa “dimensão de reparação, na reconstrução da dignidade humana”.

Esta vasta área de ação, permite dar uma resposta aos apelos do Papa Francisco por uma Igreja em saída, segundo nos conta a Madre Miriam:

“Sim, uma Igreja em saída. Nós também trabalhamos na Universidade, temos uma Universidade no Estado de São Paulo, na cidade de Bauru, onde nós trabalhamos com muita juventude. Isso também nos dá muita possibilidade de poder fazer um trabalho de evangelização também com eles. A Congregação no 17º Capítulo Geral que aconteceu no mês de julho passado, recebeu um mandato de abrir uma missão para a colhida dos imigrantes. Esta missão, seguramente, vai ser aberta no próximo ano, na Sicília. É um grande centro onde chegam tantas naves, tantos navios com estas pessoas. Mais de cem pessoas chegam a cada dia nestes portos da Sicília. E nós estamos dispostas a dar uma resposta. Um outro apelo grande também que o Instituto está procurando responder é acolher a missão com as jovens que são frutos do tráfico, do comércio, da prostituição. Aquelas jovens que vem para a Itália com a promessa de um trabalho e chegam aqui e os protetores – como os chamam – pegam os documentos destas jovens, ficam com elas e colocam elas no trabalho da prostituição. É um trabalho de escravidão muito grande. Então também aqui nós estamos tentando responder a este apelo com a ajuda de outras instituições”.

RV: Madre Miriam, como é a presença da Congregação no Brasil?

“No Brasil estamos no Estado de São Paulo, em várias cidades, no sul de Minas, estamos no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Depois tem a Região Centro-norte, que é Brasília, depois os Estados do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará. E no Pará nós temos uma missão, que é na cidade de Juruti, na Diocese de Óbitos, que já é uma comunidade que trabalha com a população ribeirinha”.

“Eu gostaria de dizer que nós Apóstolas estamos com o coração muito aberto, para responder àqueles que são os apelos do Papa Francisco. Eu vejo que todas as irmãs estão se esforçando para dar uma resposta a estes apelos de uma forma muito concreta. E para nós, Congregação, é um motivo de muita alegria. Porque este era um sonho da Madre, que as Apóstolas caminhassem com a Igreja. E nós queremos continuar respondendo a isto, principalmente neste momento atual quando existem tantas formas de pobreza”.

(je)

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Igreja no Mundo



Nepal: governo recoloca Natal no calendário das festividades do país

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Katmandu (RV) – Após ter retirado o Natal do calendário das festividades públicas do país em abril de 2016 , o governo do Nepal decidiu - após pressões de grupos minoritários - convocar a população para a festa a nível nacional. Para a ocasião, lojas e centros comerciais foram decoradas com luzes e árvores de Natal.

Os cristãos – refere a Agência Asianews – cantaram hinos, trocaram presentes e glorificaram o nascimento de Jesus Cristo com orações e hinos. Também milhares de não-cristãos tomaram parte nas celebrações.

Celebrações públicas a cargo do Estado

Dos festejos públicos tomou parte, entre outros, a Presidente do Nepal Bidya Devi Bhandari, que presidiu as festividades como convidada-chefe.

Ao dirigir-se aos líderes cristãos, a mandatária fez votos de que a  Festa do Natal “possa fortalecer os sentimentos de amor e unidade entre os cidadãos nepaleses e inspirar a todos no respeito à Constituição, em nome de um pacífico e próspero Nepal”.

Também o Primeiro Ministro Pushpa Kamal Dahal fez votos de “paz, felicidade, prosperidade, boa saúde, unidade e fraternidade a todos os cristãos nepaleses residentes no país e no exterior”. Até mesmo o ex-Rei nepalês, Gyanendra Shah e seu filho, uniram-se às celebrações.

Quando o governo do Nepal havia decidido retirar a Festa do Natal do Calendário oficial, o Ministro do Interior, Shakti Basnet, explicou à Agência Asianews “ter sido obrigado a eliminar o Natal das festas públicas para controlar o aumento das festividades nacionais. De qualquer forma – acrescentou – garantiremos aos funcionários públicos tirar férias”.

O Pastor Cb Gahatraj, Secretário Geral da Federação Nacional dos Cristãos, havia denunciado que “os cristãos não trabalham somente para o governo. Se o Natal não for festa nacional, os trabalhadores do setor privado não poderão celebrá-lo. O Governo aprova a existência de 83 festas para os hinduístas e outras comunidades, mas nenhuma para os cristãos”.

(je/asianews)

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Formação



Gaudium et Spes: Igreja e o caminho missionário

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso Espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar no programa de hoje, da Constituição Apostólica Gaudium et Spes.

Esta última edição de 2016 deste nosso espaço dedicado ao Concílio Vaticano II, vamos dedicar à Missão da Igreja no mundo de hoje, tema proposto pelo importante documento conciliar Gaudium et Spes. A reflexão é do Padre Gerson Schmidt - incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre - e que tem nos acompanhado na exposição dos documentos conciliares. Vamos ouvir: 

"Escreve o conhecido teólogo francês Pe. Marie-Dominique Chenu¹, colaborador do Concílio Vaticano II, que o título do capítulo IV, da primeira parte do documento, retoma o título da própria Constituição: A missão da Igreja no mundo de hoje. No seu conjunto, a Constituição Pastoral especifica o seu objetivo formal, em termos de missão.

Depois de três capítulos sobre a vocação da pessoa humana, sobre a sua dignidade (primeiro capítulo), a comunidade humana (segundo capítulo) e a atividade humana (terceiro capítulo), o documento aborda a missão da Igreja para com o mundo contemporâneo, no qual explica as razões da relação da Igreja com o mundo. A intenção fica clara na introdução da primeira parte: “O Povo de Deus e o gênero humano, no qual aquele está inserido, prestam serviço mútuo, manifestando-se, assim, o caráter religioso e, por isso mesmo, profundamente humano da missão da Igreja” (Gaudium et Spes 11). Quer dizer que o Povo de Deus é um povo inserido no mundo². 

Cabe bem aqui uma das importantes frases do Pe. Chenu, falando dessa unidade da história salvífica dentro da história da humanidade: "O cristianismo situa-se no tempo vinculando-se assim à história. É uma força histórica na transformação do mundo e isto, não somente em virtude de quaisquer benefícios esporádicos, mas como um fermento que faz levedar a massa. A salvação é sem dúvida pessoal e realiza-se numa comunhão exclusiva e íntima com Deus. Não se pode, porém, efetuar fora da comunidade humana". Portanto o mundo, é o palco, onde Deus se revela e salva e onde a Igreja tem seu papel fundamental de transformação do mundo, palco salvífico, por meio do Evangelho, pela graça de Cristo.

Concluindo, lembremos as palavras do Papa Francisco, na homilia de abertura do Ano da Misericórdia, frisando aquela outra porta que, há cinquenta anos, os Padres do Concílio Vaticano II escancararam ao mundo: “O Concílio foi também, e primariamente, um encontro; um verdadeiro encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo. Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixos que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário.

Era a retomada de um percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive: na sua cidade, na sua casa, no local de trabalho… em qualquer lugar onde houver uma pessoa, a Igreja é chamada a ir lá ter com ela, para lhe levar a alegria do Evangelho. Trata-se, pois, de um impulso missionário que, depois destas décadas, retomamos com a mesma força e o mesmo entusiasmo”.

Repetimos aqui a missão da Igreja no mundo de hoje, no entender do Papa Francisco: A Igreja precisa retomar o caminho missionário, a retomar um percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive: na sua cidade, na sua casa, no local de trabalho… em qualquer lugar onde houver uma pessoa, a Igreja é chamada a ir lá ter com ela, para lhe levar a alegria do Evangelho. A Alegria do Evangelho – Evangelii Gaudium - título da encíclica do Papa Francisco em que ele retoma a tônica da grande Encíclica de Paulo VI – Evangelii Nunciandi – marco histórico da busca da Igreja de ser missionária e levar a boa Nova a toda a criatura”. 

 

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¹ Marie-Dominique Chenu, OP (Soisy-sur-Seine, 1895 - Convento de Saint-Jacques - Paris em 11 de Fevereiro de 1990), teólogo francês com grande influência no Concílio Vaticano II[1].

² Cf. MARIE-DOMINIQUE CHENU, A missão da Igreja no mundo de hoje. In G. BARAÚNA, op. cit., p. 337- 356.

VI – Evangelii Nunciandi – marco histórico da busca da Igreja de ser missionária e levar a boa Nova a toda a criatura.

 

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Atualidades



Papa recebe camisa da Chapecoense

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Rádio Vaticano (RV) – Após a bênção de Natal no dia 25, o Papa recebeu da redação brasileira da Rádio Vaticano uma camisa da Chapecoense, em agradecimento às palavras de apoio de Francisco após a tragédia. 

A camisa traz estampado o nome do Papa Francisco e o número 71, em recordação ao número de vítimas da tragédia do voo da Chapecoense.

Ao receber o presente, o Papa recordou que “foi um evento muito triste e agradeceu a todos os chapecoenses, a quem enviou uma bênção especial”.

Em 30 de novembro, o Papa expressara seu pesar durante a Audiência Geral. 

Recorde:

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Dom Ruffinoni: migração, sinal da providência

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Cidade do Vaticano (RV) - O Porta Aberta de hoje aborda o tema da migração, muito debatido em nossos dias. O Papa Francisco sempre chama a atenção para a questão do migrante e para o próximo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado em 15 de janeiro de 2017, escolheu como tema “Migrantes menores, vulneráveis e sem voz”. 

Com este tema, o Pontífice quer focar a atenção nas crianças que chegam sozinhas aos países de destino, e que “não são capazes de fazer ouvir a própria voz, tornando-se facilmente vítimas de graves violações dos direitos humanos”. 

O Bispo de Caxias do Sul (RS), Dom Alessandro Ruffinoni, coordenador da Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE), vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), visitou recentemente a nossa emissora. Ele é italiano e vive há 46 anos no Brasil. É da Congregação dos Missionários de São Carlos fundada na cidade italiana de Piacenza, em 1887, pelo Beato João Battista Scalabrini, que se dedica fundamentalmente à atenção ao migrante.

O prelado conversou conosco sobre o seu trabalho na CNBB no âmbito da migração.

(MJ)

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