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Sumario del 30/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



O 2016 do Papa Francisco: a reforma real é o amor dos santos

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Cidade do Vaticano (RV) - O ano de 2016 está chegando ao fim. É tempo de balanço. O ano que termina foi muito intenso para o Papa com as suas seis viagens internacionais e as três realizadas na Itália, a publicação da Exortação Apostólica Amoris Laetitia sobre a família, o Jubileu da Misericórdia, com seus muitos eventos e, ainda os encontros, as audiências gerais, as Missas na Casa Santa Marta e as novas etapas da reforma da Cúria. Mas o traço comum também deste ano é a profunda renovação espiritual que o Papa Francisco está promovendo na Igreja para que os cristãos levem em todo o mundo a alegria do Evangelho. 

O amor de Deus é o centro do Evangelho, não a lei

“No centro não está a lei”, mas “o amor de Deus, que sabe ler o coração de cada pessoa, para compreender o desejo mais escondido, e que deve ter a primazia sobre tudo”. São, talvez, essas as palavras mais significativas deste ano do Papa Francisco: estão contidas na Carta Apostólica “Misericordia et Misera” publicada na conclusão do Jubileu. “Este é o tempo da misericórdia”, reafirma. É o poder do Evangelho que nós sempre tentamos engaiolar nos padrões tranquilizadores, assim como fazem os escribas e fariseus que fazem perguntas capciosas a Jesus citando Moisés e a Lei, porque “sempre foi feito assim”: mas o amor do Senhor é mais forte. “O cristão - escreve o Papa - é chamado a viver a novidade do Evangelho” e “também nos casos mais complexos, onde se procura fazer prevalecer uma justiça que vem apenas das regras, se deve acreditar na força que brota da graça divina”:

“O que isso significa? Que muda a lei? Não! Que a lei está a serviço do homem que está a serviço de Deus, e por isso o homem deve ter um coração aberto. O “sempre foi feito assim” é coração fechado e Jesus nos disse: “Vou enviar o Espírito Santo e Ele os conduzirá à plena verdade”. Se você tem o coração fechado à novidade do Espírito, nunca vai chegar à plena verdade”.

Rigidez e soberba

Não é fácil caminhar na Lei do Senhor “sem cair na rigidez”, disse o Papa. “A Lei não é feita para nos tornar escravos, mas para nos tornar livres, para nos tornar filhos”. O risco dos rígidos é cair na soberba, e considerarem-se mais justos do que os outros:

“Vamos rezar por nossos irmãos e irmãs que acreditam que caminhar na Lei do Senhor é tornar-se rígido. Que o Senhor faça com quem eles sintam que Ele é Pai e que Ele ama a misericórdia, a ternura, a bondade, a mansidão, a humildade. E a todos nos ensine a caminhar na Lei do Senhor com estas atitudes”.

Abertos às surpresas do Espírito

Desde o início, o Espírito Santo impele a Igreja para a frente, em direção de novas estradas, das novidades de Deus. Cresce, de fato, a compreensão da fé, as verdades de sempre são cada vez mais entendidas na sua plenitude. A partir do primeiro Concílio da história, o de Jerusalém, onde os apóstolos decidiram juntos de não impor a Lei Mosaica aos gentios convertidos:

“Este é o caminho da Igreja até hoje. E quando o Espírito nos surpreende com algo que parece novo ou que “nunca se fez assim”, “se deve fazer assim”, pensem no Vaticano II, às resistências que teve o Concílio Vaticano II, e digo isto porque é mais perto de nós. Quantas resistências: "Oh, não ... '. Também hoje resistências que continuam, de uma forma ou de outra, e o Espírito que vai avante. E o caminho da Igreja é este: reunir-se, unir-se, ouvir, discutir, rezar e decidir. E isso é a chamada sinodalidade da Igreja, na qual se expressa a comunhão da Igreja. E quem faz a comunhão? E o Espírito! Outra vez o protagonista. O que o Senhor pede de nós? Docilidade ao Espírito. O que o Senhor pede de nós? Não ter medo, quando vemos que é o Espírito que nos chama”.

O diabo quer destruir a Igreja com as divisões

O Papa Francisco convida a trabalhar pela unidade da Igreja, a não dilacerar o Corpo de Cristo. É o diabo - disse - que procura destruir a Igreja através de divisões teológicas e ideológicas. A sua “é uma guerra suja” e “nós ingênuos nos submetemos”:

“As divisões na Igreja não deixam que o Reino de Deus cresça; não deixam que o Senhor se mostre bem, como Ele é. As divisões fazem com que se veja esta parte, esta outra, contra esta, contra contra ... Sempre contra! Não há o óleo da unidade, o bálsamo da unidade (...) eu lhe peço para fazer todo o possível para não destruir a Igreja com as divisões, sejam ideológicas, sejam de ganância e de ambição, sejam de ciúmes” .

A Igreja - disse o Papa Francisco - tem necessidade constante de renovar-se, porque é um corpo vivo. Mas os verdadeiros reformadores são os santos. (SP)

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Jornal do Vaticano terá edição argentina

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Cidade do Vaticano (RV) - Para que as palavras de Francisco cheguem de forma direta, sem intermediários que as interpretem ou manipule, está sendo lançada em Buenos Aires a edição argentina do L'Osservatore Romano, o jornal do Vaticano. Como destaca o diretor, Giovanni Maria Vian, “é uma grande novidade na história do periódico da Santa Sé”, que neste primeiro número traz na capa um quirógrafo de Francisco, isto é, uma carta escrita à mão com palavras de incentivo à iniciativa. Outra novidade da edição argentina é que pela primeira vez, o ‘jornal do Papa’ será dirigido por um cristão não católico: o biblista e teólogo protestante Marcelo Figueroa, amigo do Papa Francisco. 

Distribuído com o diário ‘Perfil’, o primeiro número terá 16 páginas e estará nas bancas sexta-feira, 30 de dezembro. Assim, a Argentina se torna o primeiro país do mundo a acrescentar conteúdos próprios à edição italiana, cujo primeiro número saiu em 1º de julho de 1861.  

No quirógrafo, o Papa refere: "Com alegria, saúdo a nova presença do L’Osservatore Romano na Argentina. Através do cotidiano da Santa Sé, o serviço do Papa poderá ser divulgado diretamente. Peço a Nosso Senhor que abençoe aqueles que trabalham neste projeto a serviço do Reino de Deus e que a Virgem Santa os guarde. E por favor, peço aos leitores que não se esqueçam de rezar por mim”. 

(CM)

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Igreja na América Latina



JMJ 2019: Criada instância de apoio ao Comitê Organizador Local

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Cidade do Panamá (RV) – O Panamá oficializou na quinta-feira (29/12) a criação da Coordenação Executiva de Apoio ao Comitê Organizador Local (COL) da JMJ a ser realizada no país em 2019. 

A Coordenação de Apoio permitirá ao Órgão Executivo ordenar com o Comitê Organizador as tarefas que competem ao Estado para o bom desenvolvimento do evento em solo panamenho, conforme  estabelecido pelo decreto executivo que cria tal instância e publicado no Diário Oficial do Estado.

Sob o Ministério da Presidência, a Coordenação de Apoio participará com o COL na preparação da logística para a realização da JMJ.

O órgão também deverá definir as responsabilidades de cada instituição e administrar os recursos humanos e econômicos para o desenvolvimento dos trabalhos exigidos para cumprir com o objetivo.

O decreto instrui as instituições do Estado ligadas à organização do evento, a designar uma ligação permanente e com autoridade, pra prestar a colaboração necessária solicitada pela Coordenação Executiva de Apoio.

Entre as entidades que deverão estar à disposição, estão o Ministério da Presidência – que a presidirá - assim como os Ministérios das Relações Exteriores; Economia e Finanças; Educação; Saúde e Governo.

Ademais, a Prefeitura do Panamá, a Autoridade de Trânsito e Transporte Terrestre; o Aeroporto Internacional de Tocumen – o principal do país -; o Metrô do Panamá; Transporte Massivo do Panamá (Metrobús) e a Força Tarefa Conjunta de segurança e Turismo, integrada ademais por diversas instâncias de segurança e resgate.

A Coordenação contará com recursos materiais e humanos designados pelo Ministério da Presidência.

Em 8 de dezembro passado, o enviado do Papa Francisco para a organização da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Cardeal Kevin Farrel, anunciou que a Cidade do Panamá será o epicentro deste evento, a ser realizado no primeiro semestre de 2019.

O Cardeal explicou que a JMJ como tal, terá início no próximo Domingo de Ramos, 9 de abril de 2017, quando os jovens da Polônia passarão a Cruz das Jornadas aos panamenhos e centro-americanos.

Autoridades do Governo do Panamá e da Igreja Católica local acordaram em agosto passado a criação de comissões de trabalho, como o primeiro passo, para a organização da JMJ.

(je/efe)

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Cardeal Urosa: A paz pode ser alcançada com o apoio de todos

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Caracas (RV) - O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, junto com os bispos auxiliares, na mensagem que será lida nas missas de domingo, 1º de janeiro de 2017, 50º Dia Mundial da Paz, expressa o sentimento da Igreja Católica diante da situação que vive a Venezuela.
 
“O fato de não reconhecer as faculdades da Assembleia nacional instituiu uma verdadeira e própria situação de ditadura, ignorando a vontade do povo expressa em dezembro de 2015”, lê-se na mensagem divulgada pela Agência Fides. 

“O sofrimento de milhões de venezuelanos pede ao governo uma resolução da grave crise alimentar e de medicamentos que vivemos, causada pela aplicação de um sistema econômico errado, pelo totalitarismo socialista que atribui ao Estado o controle total da economia. Nunca como agora tantos venezuelanos tiveram que procurar comida no lixo” , afirmam os bispos na mensagem. 

Não obstante as palavras fortes do documento sejam endereçadas à Arquidiocese de Caracas, o texto reflete a situação de todo o país. No final da mensagem, junto com o pedido para evitar a violência social, que pesa sobre os mais pobres, consta o apelo a construir juntos a paz com o diálogo verdadeiro: 

“Este 2016, foi um ano difícil, cheio de anseios e dificuldades para todos nós. O diálogo entre Governo e oposição, que foi uma fonte de esperança para vários setores do país, foi colocado seriamente em discussão. Independentemente do futuro deste diálogo, que deveria fornecer soluções para a crise grave em andamento, devemos recordar que o povo pede paz, segurança pessoal e social, e condições que permitem trabalhar e viver em paz. A paz pode ser alcançada somente com o apoio de todos”.
 
(MJ)

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Igreja no Mundo



Relatório Fides: 28 agentes pastorais mortos em 2016

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Cidade do Vaticano (RV) - A Agência Fides publicou, nesta sexta-feira (30/12), o relatório anual sobre os agentes pastorais mortos durante 2016.
 
Este ano, foram mortos no mundo 28 agentes pastorais católicos, ou seja, 14 sacerdotes, 9 religiosas, 1 seminarista e 4 leigos.
 
Pelo oitavo ano consecutivo, o número mais elevado se verificou na América onde foram assassinados 12 agentes pastorais (9 sacerdotes e 3 religiosas); na África, foram mortos 8 (3 sacerdotes, 2 religiosas, 1 seminarista e 2 leigos); na Ásia, foram assassinados 7 (1 sacerdote, 4 religiosas e 2 leigos); e na Europa, foi morto 1 sacerdote, o padre francês Jacques Hamel, vítima de terrorismo enquanto celebrava a missa.

Como aconteceu nos últimos anos, a maior parte dos agentes pastorais morreu depois de tentativas de roubo ou furto, perpetradas violentamente em contextos marcados pela degradação moral, pobreza econômica e cultural, pela violência como regra de comportamento, e pela falta de respeito pelos direitos humanos e pela vida.

Nestes contextos, os sacerdotes, as religiosas e os leigos assassinados estavam entre aqueles que denunciavam com coragem as injustiças, as discriminações, a corrupção e a pobreza em nome do Evangelho. Trabalhavam junto com os mais pobres e alguns foram mortos pelas próprias pessoas que ajudavam. 

O relatório da Agência Fides recorda os três sacerdotes sequestrados e mortos, no México, pelo compromisso na luta contra o narcotráfico, e também o sacerdote mexicano Pe. José Luis Sánchez Ruiz, da Diocese de San Andres Tuxtla, Veracruz, sequestrado e depois libertado com “sinais evidentes de tortura”, depois de receber ameaças por causa das críticas contra a corrupção e o crime. 

Outros agentes foram mortos no Brasil, Venezuela, Colômbia, Haiti, e também, na Flórida, Estados Unidos. Na Nigéria, Sudão do Sul e República Democrática do Congo, sacerdotes, religiosas e agentes da Caritas perderam a vida, vítimas de emboscadas e agressões.

Agentes pastorais foram mortos nas Filipinas, Indonésia, Síria, e em março, quatro Missionárias da Caridade foram assassinadas no Iêmen. 

No relatório emerge também a preocupação da comunidade cristã por outros agentes pastorais sequestrados ou desaparecidos, dos quais não se têm mais notícias.
 
A Agência Fides recorda que no elenco anual, publicado com uma breve biografia de cada um dos agentes pastorais mortos, deve ser acrescentada a lista longa de muitos homens e mulheres, dos quais talvez nunca teremos notícias, que em todos os cantos da Terra sofrem e pagam com a própria vida a sua fé em Cristo.
 
(MJ)

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Inaugurada na Itália réplica de igreja destruída na Síria

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Turim (RV) – Em plena região do Piemonte, norte da Itália, em meio a um campo desportista, foi inaugurada a réplica do Mosteiro de Mar Elián, de Homs, destruído pelos jihadistas do Estado Islâmico na Síria.

“É uma mensagem de esperança”, declarou à AFP Miguel De Salvo, autor da iniciativa. “Queremos manifestar assim a nossa proximidade”, assegurou.

De Salvo, de 69 anos, dono de clínicas particulares na região e Presidente do Clube de futebol Novara, além de um centro esportivo, queria construir uma igreja, um projeto que custou 1,5 milhões de euros. “Não podemos promover o futebol sem cultivar a dimensão espiritual”, explicou.

A ideia surgiu em agosto de 2015, quando ele viu as imagens da destruição do mosteiro sírio, construído no século V, local por excelência de peregrinações de cristãos. Na mesma noite, se propôs a construir uma réplica da Igreja de São Elián, tal qual a destruída pela intolerância e o fanatismo, revelou.

O mosteiro havia sido restaurado no início do ano 2000 graças à ajuda do Mosteiro de Mar Musa, dirigido pelo religioso italiano Paolo Dall”Oglio, grande defensor do diálogo e sequestrado em julho de 2013 e de cujo destino não se tem mais notícias.

“A réplica depende agora de minha paróquia”, contou emocionado à AFP o Padre Mauro Pozzi, de Granozzo com Monticello, a localidade mais próxima, e que celebrou a primeira missa no templo há algumas semanas.

“Esta igreja é realmente incrível, é realmente bonita” – reconheceu - depois de elogiar o que qualificou de “projeto ambicioso e inteligente”.

O estilo oriental da construção é pouco usual nesta região, rodeada de montanhas, na fronteira com a Suiça. A imponente fachada com torres quadradas e janelas estreitas e longas, tem arcos e ícones próprios de sua região de origem.

(je/afp)

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Indonésia: líder muçulmano radical denunciado por ofensas ao cristianismo

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Jakarta (RV) – Rizieq Shihab, líder da Frente de Defesa Islâmica (FPI), foi acusado de blasfêmia pela comunidade católica na Indonésia. O integralista muçulmano foi denunciado por violações da seção “a” do Artigo 156 da Constituição e corre o risco de passar cinco anos na prisão.

No dia de Natal, Rizieq foi filmado enquanto afirmava: “Se Deus teve um filho, então, quem era o obstetra?”.

As imagens do discurso viralizaram na web, levando a Associação dos Estudantes Católicos Indonesianos (PMKRI) a denunciá-lo às autoridades.

Angelius Wake Kako, Presidente do PMKRI, declarou que Rizieq foi acusado junto a outras duas pessoas que divulgaram as imagens. Os sentimentos religiosos dos cristãos – acrescentou – “foram feridos e humilhados”.

Todos os indonesianos – afirmou o líder católico – “deveriam respeitar a diversidade e não interferir nos âmbitos privados das outras religiões. Somente os cristãos conhecem a fé cristã. Todos aqueles que não têm conhecimento dela, é melhor que fiquem calados”.

Rizieq defendeu-se dizendo que as acusações de blasfêmia foram mal endereçadas e que a matéria da acusação (o dogma religioso) não é suficiente para uma denúncia à polícia. Ele admitiu que qualquer pessoas pode denunciar outro cidadão quando tiver uma prova, “mas estas devem ser completas e não falsificadas”.

O líder islâmico é um dos principais críticos e acusadores do governador cristão de Jakarta, Basuki Tjahaja Purnama, conhecido como “Ahok”, denunciado por blasfêmia contra o Islã. Junto ao FPI, organizou diversas manifestações de mas para pedir a condenação do político.

Há duas semanas Ahok foi processado e há três dias os juízes indeferiram o pedido da defesa de suspender o Tribunal por diversas irregularidades.

(je/asianews)

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Núncio na Síria: presença dos cristãos fundamental para o país

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Damasco (RV) – “Existe uma única solução para deter o êxodo, não somente dos cristãos, mas de todos os sírios: o fim da violência, o acesso das ajudas humanitárias e o acordo político”. É o que defende o Núncio Apostólico na Síria, Cardeal Mario Zenari, em entrevista ao L’Osservatore Romano.

Êxodo de cristãos empobrece a Síria

“Os cristãos – observa o purpurado - devem ser ajudados não somente do ponto de vista econômico. Mas devem ser apoiados na sua missão, que é muito importante na Síria. Sendo minoria em um país de maioria muçulmana, podem ser um sinal vivo. Fazem, de certa forma, o papel de ponte entre os vários grupos religiosos. A partida deles deixa, objetivamente, o país mais pobre. Eles têm uma mentalidade universal, são um pouco como que uma janela para o mundo”.

“Mais de uma vez – revela Dom Zenari - vieram conversar comigo alguns líderes religiosos provenientes de várias partes da Síria. Expressaram seu desgosto ao ver os cristãos partir. Isto porque a presença deles é um elemento muito importante e o êxodo deles provoca um empobrecimento social e cultural. Certamente, o sofrimento na Síria é universal. É difícil dizer quem sofreu mais entre os vários grupos étnicos e religiosos: todos tiveram os seus mártires! Está claro, todavia, que as comunidades mais a risco são as minoritárias. E entre estas, uma das mais frágeis é a dos cristãos”.

Importância das associações caritativas

Neste contexto, as associações caritativas “têm uma grande importância, mas são somente uma gota em um mar de necessidades. Antes de tudo, representam um valor a mais que sempre caracterizou a presença dos cristãos nestes locais. Penso em particular – diz o Núncio – nos sacerdotes, nos religiosos e nas religiosas. Na mentalidade de uma pessoa muçulmana, a presença de uma pessoa religiosa, mesmo que um único indivíduo, representa muito”.

“Em muitas zonas – explicou ele – isto é de ajuda não somente aos cristãos, mas também aos muçulmanos, que a veem como um sinal de Deus que se manifesta por meio dos consagrados. Portanto, além do valor material das ajudas, existe este valor a mais”.

Apoio externo

“Por isto encorajo sempre todos a permanecerem aqui enquanto for possível. Gostaria de recordar três paróquias que estão em uma área sob o controle do Al-Nusra, considerado um grupo terrorista. Eles as deixam sobreviver, mesmo com muitas limitações, como a proibição de tocar os sinos e de expor cruzes. Os cristão procuram, no entanto, marcar presença com sua permanência. A custo de sacrifícios, naturalmente, mas sustentados também pelas ajudas enviadas por alguns dicastérios vaticanos, como a Congregação para as Igrejas Orientais e o Pontifício Conselho Cor Unum”.

Hospitais católicos

O Núncio Apostólico na Síria também fez questão de recordar os cinco hospitais católicos que funcionam no país há mais de cem anos, “dois em Damasco e três em Aleppo, explicou. Neste momento passam por grandes dificuldades, porque os doentes não têm nenhuma assistência comparável àquela de nossos países europeus. Portanto, os hospitais não recebem nenhuma contribuição, mesmo tendo muitas despesas e tendo que manterem-se como podem. Por isto se está buscando ajudas, para que as estruturas possam permanecer abertas e gratuitas para todos. Fazemos uso da generosidade das nossas instituições fora da Síria e do apoio privado.  Ademais, a situação geral é desastrosa. Fala-se de mais da metade dos hospitais da Síria fora de uso porque foram bombardeados ou danificados por morteiros”.

(JE/Osservatore Romano)

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Atualidades



Reforma na mídia do Vaticano: Rádio e TV unidos em 2017

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Cidade do Vaticano (RV) – 2017 será um ano-chave para a comunicação no Vaticano: a partir de 1º de janeiro, a Rádio Vaticano e o Centro Televisivo Vaticano serão uma só coisa e na Páscoa, começará a funcionar o único portal multimídia do Vaticano, com vídeos, fotos, tuites, textos e áudios. Será um único site, convergindo todos os outros informativos existentes até agora.  

A Secretaria para a Comunicação, assim é chamado o novo ‘ministério’, que vai modernizar e adaptar aos tempos atuais o aparato midiático da Santa Sé, foi criada pelo Papa em junho de 2015, quando foi nomeado como ‘Prefeito’ Mons. Dario Viganó, 54, até então diretor do Centro Televisivo Vaticano (CTV). Em entrevista ao jornal La Nacion, o professor de teologia da comunicação da Pontifícia Universidade Lateranense revela que o desafio é imenso e encontra muitas resistências.

“Mais do que medo, existe ansiedade, o que é intrínseco a qualquer mudança. O Papa disse que ninguém perderá o emprego, mas deverá merecer seu salário. Deste ponto de vista, quando alguém é profissional e trabalha, não terá nada a temer. Mas não nos esqueçamos também de outras palavras do Papa: quem recebe salário sem trabalhar, leva para casa um ‘pão sujo’. Fique claro que não daremos espaço para que estas situações se verifiquem”. 

Mas, exatamente, o que vai mudar?

“Por um lado, vai mudar a gestão econômica para adaptá-la ao critério apostólico. Um exemplo concreto: é muito importante que o magistério do Papa chegue à região linguística árabe e à de língua chinesa. Ali, evidentemente não se aplica um critério econômico, mas apostólico. No entanto, este critério tem que se conjugar com o que diz a doutrina social da Igreja, ou seja, que devemos ser absolutamente responsáveis por cada euro que gastamos, para que não sejam um custo, mas um investimento para o Evangelho. E isto é uma coisa que já está mudando. Outro exemplo: eliminamos da Sala de Imprensa do Vaticano a maioria dos boletins impressos em papel, por motivos econômicos, mas também seguindo as indicações do Papa para sermos mais ecológicos. Agora enviamos os boletins por email. Só esta medida significa uma grande economia anual”. 

No total, quantas pessoas trabalham nos departamentos de comunicação do Vaticano?

“No fim, quando nos unificaremos, seremos 650 funcionários com contrato fixo. Muitos. Agora estamos promovendo e já realizamos vários cursos de formação. A doutrina social da Igreja nos diz que o bem mais precioso de uma empresa são seus recursos humanos. Assim, alguns funcionários estão se especializando em jornalismo digital, em marketing... Outra mudança é que o pessoal pode ser compartilhado, não se limita a uma única instituição. Além disso, com a ajuda de patrocinadores e de doações, estamos nos dotando de uma tecnologia mais moderna. Na Sala de Imprensa, trocamos as duas TVs que tínhamos desde os anos 70 e consegui que a Sony nos desse dois telões de 75 polegadas. E ainda temos que implantar fibra  óptica em muitos lugares, porque aqui está tudo velho”.

O que mais está faltando? 

“Quando Francisco foi eleito Papa, nos motores de busca não aparecia nenhum site do Vaticano na primeira página. Isto significa que devemos ensinar nossos funcionários a escrever para a Rede, o que começa com este investimento na formação que estamos fazendo. Porque isto é outra coisa: o modelo de comunicação que temos aqui é unidirecional, dos anos 50, de cima para baixo; nós decidimos e imaginamos que os outros nos ouvem, encantados. Mas não é mais assim, devemos assumir outro paradigma, que situa os usuários em primeiro lugar”.

Escolher como diretor e seu vice na Sala de Imprensa dois ‘estrangeiros’: um estadunidense, Greg Burke, e uma mulher, a espanhola Paloma García Ovejero, foi um sinal forte.

“O Papa escolheu estes sinais porque esta é a Sala de Imprensa da Santa Sé, não da Igreja italiana”.

O que está em jogo com esta reforma nas comunicações?

“Na reforma da comunicação estamos realmente muito atrasados. Creio que podemos oferecer um serviço melhor, antes de tudo às Conferências Episcopais locais, aos porta-vozes das Conferências Episcopais e à rede de jornalistas de todo o mundo”. 

(EP/CM)

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Jean Vanier: “existe sempre um caminho de esperança”

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Cidade do Vaticano (RV) – Para ajudar uma pessoa que foi humilhada a entender o significado do próprio valor é preciso criar “uma cultura da alegria”, “lugares da alegria do encontro, realizar pequenos gestos, como Papa Francisco nos convida a fazer”. Esta a preocupação constante de Jean Vanier, que em 1964 decidiu fundar L’Arche para partilhar sua vida cotidiana com pessoas portadoras de desabilidades. E depois, explica em entrevista publicada no jornal vaticano L’Osservatore Romano, diante dos males do mundo “existe a esperança, existe sempre um caminho de esperança, graças a Jesus”.

Vanier cita a figura de são Francisco, “que passou da repulsa a um encontro que o transformou”, aquele com os leprosos, aos quais revelou “que eram bonitos”. Hoje destaca, “somos levados a vencer, a ter sucesso na vida profissional, a sermos admirados”, a ter vantagem em tudo, mas na realidade, “muitos sentem-se sozinhos, perdidos, à deriva”.

Lugar do sorriso

Aborto e suicídio assistido são dois rostos da cultura do destarte, mas diante da fraqueza “pode-se criar o lugar do sorriso ou o lugar do fechamento. Isto depende, muitas vezes, da vontade de uma só pessoa”. Qual é o ingrediente “mágico” desta vontade? “Na parábola do bom samaritano – responde Vanier -, tenho certeza que o hebreu que foi socorrido mudou. É preciso, pois, em primeiro lugar, uma experiência, mas também uma compreensão, ou seja, uma conscientização que a humanidade evolui, que é importante descobrir que todo ser humano é meu irmão”. Hoje, conclui, “observo um movimento nesta direção”. (SP)

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Retrospectiva 2016: O ano do Papa Francisco

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Rádio Vaticano (RV) – O vídeo com a retrospectiva do ano de 2016 do Papa Francisco recorda alguns momentos históricos e emblemáticos vividos pelo Pontífice no ano que termina.

Assista:

- A visita à Sinagoga de Roma (janeiro);

- O encontro o patriarca Kirill em Havana e a viagem ao México (fevereiro);

- A missa do lava-pés em Roma e a sexta-feira Santa na Basílica Vaticano (março);

- A visita à Ilha de Lesbos, na Grécia (abril);

- O encontro com o Grande Imam de Al-Azhar no Vaticano (maio);

- A Viagem apostólica na Armênia (junho);

- A visita a Auschwitz e o anúncio da próxima JMJ no Panamá (julho);

- O almoço com as famílias sírias na Casa Santa Marta (agosto);

- A canonização de Madre Teresa e a viagem à Geórgia e ao Azerbaijão (setembro);

- A vista a Amatrice (outubro);

- O Consistório para a criação de novos cardeais (novembro);

- O fechamento da Porta Santa, o aniversário de 80 anos do Papa Francisco, a bênção Urbi et Orbi no Natal (dezembro).

(rb0)

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Massacres em Aleppo levarão a maior radicalização da oposição

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Cidade do Vaticano (RV) – “Os massacres de Aleppo parecem destinados a radicalizar ulteriormente os opositores ao regime e poderiam ser somente o início de um novo período de conflitos”, avalia o jesuíta Giovanni Sale em artigo do  próximo número da “Civiltà Cattolica”.

Em Aleppo, “o Alto Comissário ONU para os direitos humanos denunciou (como o fizeram muitos Chanceleres europeus) estratégias perpetradas pelos “governativos”, nos últimos dias, contra pessoas indefesas”, escreve o sacerdote.

“Seguidamente os soldados – foi denunciado – ‘entram nas casas e matam qualquer pessoa que ali se encontre, mesmo mulheres e crianças’. O que aconteceu em Aleppo – continuou o Alto Comissário – poderia repetir-se também em outras cidades sírias. Os chefes militares e diplomatas russos desmentem tais fatos, atribuindo-os à propaganda dos inimigos do regime sírio. Não obstante as explicações dadas pelos russos sobre a proteção dos civis, na realidade neste momento Assad tem as mãos livres em relação aos “terroristas” que, como ele declarou diversas vezes, pretende aniquilar; de fato, um acordo estratégico entre Putin e Trump garantiria a ele ampla margem de manobra”.

Massacres em Aleppo radicalizam oposição ao regime

“De qualquer forma – completa – a Síria permanece como um país altamente desestabilizado e longe de uma pacificação nacional. Os massacres de Aleppo parecem destinados a radicalizar ulteriormente os opositores ao regime e poderiam ser somente o início de um novo período de conflitos”.

Segundo alguns analistas – escreve Padre Giovanni Sale -  “para o ditador sírio gerir o pós-guerra não será certamente fácil. Ele, de fato, deverá reconstruir o país devastado pelos bombardeios (somente Damasco e a costa setentrional não foram destruídos pelos ataques aéreos), sem esperar grandes financiamentos dos países que o ajudaram a vencer a guerra. Além disto deverá realojar milhões de refugiados e deslocados que não têm mais casa. Isto significa que muito sírios continuarão a viver por muitos anos nos campos de refugiados, onde crescerá uma geração avessa ao regime, o que poderá constituir um relevante fator de instabilidade”.

Questão político-religiosa

“O problema maior – continua o sacerdote – será o político-religioso, que foi também uma das causas da guerra civil. O país onde existe uma irrefutável maioria sunita (74%), continuará a ser governado pela minoria xiita, isto é, pelos alauítas. Isto não trará a paz à Síria, antes pelo contrário, dará vida a outros conflitos da mesma forma sangrentos”.

“De fato, é fácil prever que a derrota dos rebeldes levará os países sunitas, tendo a Arábia Saudita à frente, a aumentar as ajudas militares e financeiras aos sunitas da Síria, com o objetivo de construir uma frente comum anti-xiita (isto ém anti-governativa), à qual se uniriam os jihadistas do Estado Islâmico, que estão perdendo posições, além de outros inimigos da dinastia de Assad”.

“A queda de Aleppo e a derrota militar dos rebeldes não colocarão fim ao conflito porque – conclui o sacerdote citando Bernard Guetta – os alauítas não terão feito outra coisa do que vencer uma batalha à qual se seguirão muitas outras”.

Dos protestos à guerra

Diferentemente de Mosul - onde “uma grande coalizão de Estados, capitaneada pelos Estados Unidos, luta para libertar a cidade iraquiana dos jihadistas do Isis – em Aleppo “os governativos” como se diz, apoiados militarmente pela aviação russa e por tropas iranianas e libanesas (Hezbollah), combateram contra os rebeldes, isto é, contra aqueles que durante a assim chamada “primavera árabe” pediam pacificamente reformas ao Governo, e não obtendo nada, passaram à luta armada. Desde então, porém, entre os combatentes as coisas mudaram muito”.

“Em particular – explica Padre Giovanni Sale -  desde quando, em 2012, os rebeldes (a maioria pertencentes a movimentos leigos de esquerda) ocuparam uma parte de Aleppo, para manter as posições foram obrigados a fazer alianças com outros grupos de guerrilheiros jihadistas presentes no território; de forma que, com o tempo, muitos expoentes da frente laica-moderada passaram àquela islamista, e isto certamente não beneficiou a causa da revolução. Esta transformação do movimento antigovernamental deve ser imputada à incapacidade das chancelarias ocidentais de ajudar concretamente as forças laicas que guiavam a resistência ao regime na primeira fase da revolta”.

(je)

 

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Bogotá: Walesa e Karman confirmam presença no encontro dos Nobel da Paz

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Bogotá (RV) – O ex-Presidente da Polônia, Lech Walesa, e a jornalista e ativista iemenita dos direitos humanos, Tawakkul Karman, confirmaram sua participação na Cúpula Mundial dos Prêmios Nobel da Paz a ser realizado de 2 a 5 de fevereiro de 2017 na capital da Colômbia.

A Câmara de Comércio de Bogotá (CCB), organizadora do evento, afirmou em um comunicado que 24 ganhadores do Nobel já confirmaram sua participação na reunião de Cúpula, que pela primeira vez, será realizada na América Latina.

“Para a Colômbia, a trajetória do ex-Presidente polonês é importante, por sua experiência e pela mensagem que pode trazer ao sindicalismo nacional, que busca reinventar-se em tempos de transição da guerra à paz”, detalhou a CCB.

Lech Walesa recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1983 por conduzir as negociações com as autoridades durante a greve dos trabalhadores de 1980 contra o Partido Comunista que governava a Polônia.

Com as negociações, consolidou-se o Movimento “Solidariedade”, que uniu trabalhadores, intelectuais e Igreja Católica.

A ativista Tawakkul Karman, por sua vez,  recebeu o Prêmio Nobel em 2011 por defender os direitos das mulheres, a livre expressão, a democracia e a paz no Iêmen.

Karman criou a Fundação de Mulheres Jornalistas sem Cadeias em 2005, tendo sido reconhecido seu trabalho ao liderar protestos pedindo a liberdade de presos políticos.

“O caso Tawakkul Karman é relevante para a Colômbia porque, mesmo que a livre expressão seja um direito consagrado pela Constituição do país, os índices de ataques à jornalistas por parte de pessoas armadas em algumas regiões esgue alto”, frisou a Câmara de Comércio de Bogotá.

 

(je/efe)

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