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Sumario del 31/12/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: ajudar os jovens a encontrar horizontes concretos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu neste sábado, 31 de dezembro, último dia do ano, na Basílica de São Pedro, as primeiras Vésperas com o Te Deum da Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. 
 
«Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos» (Gal 4, 4-5).

“Hoje, ressoam com uma força particular estas palavras de São Paulo, que, de forma breve e concisa, nos introduzem no plano que Deus tem para nós: quer que vivamos como filhos. Ecoa aqui toda a história da salvação: Aquele que não estava sujeito à Lei decidiu, por amor, deixar de lado todo tipo de privilégio e entrar pelo lugar menos esperado, a fim de nos libertar.” 

“Longe de se encerrar num estado de ideia ou essência abstrata, quis estar perto de todos aqueles que se sentem perdidos, mortificados, feridos, desanimados, abatidos e amedrontados; perto de todos aqueles que, na sua carne, carregam o peso do afastamento e da solidão, para que o pecado, a vergonha, as feridas, o desconforto, a exclusão não tenham a última palavra na vida dos seus filhos.”

O Papa frisou que “o presépio nos convida a assumir esta lógica divina: não uma lógica centrada no privilégio, em favores, no compadrio; mas a lógica do encontro, da aproximação e da proximidade. O presépio nos convida a abandonar a lógica feita de exceções para uns e exclusões para outros. O próprio Deus veio quebrar a cadeia do privilégio que gera sempre exclusão, para inaugurar a carícia da compaixão que gera a inclusão, que faz resplandecer em cada pessoa a dignidade para que foi criada. Um menino envolto em panos mostra-nos a força de Deus que interpela como dom, como oferta, como fermento e oportunidade para criar uma cultura do encontro”.

“Queremos hoje, diante do Menino de Belém, admitir a necessidade que temos de que o Senhor nos ilumine, pois tantas vezes parecemos míopes ou ficamos prisioneiros da atitude decididamente egocêntrica de quem quer forçar os outros a entrar nos próprios esquemas. Ver o presépio implica saber que o tempo que nos espera requer iniciativas cheias de audácia e esperança, bem como a renúncia a vãos protagonismos ou a lutas intermináveis para sobressair”, sublinhou Francisco.

“Ao ver o presépio, deparamo-nos com os rostos de José e Maria: rostos jovens, cheios de esperanças e aspirações, cheios de incertezas; rostos jovens, que perscrutam o futuro com a tarefa não fácil de ajudar o Deus-Menino a crescer. Não se pode falar de futuro sem contemplar estes rostos jovens e assumir a responsabilidade que temos para com os nossos jovens; mais do que responsabilidade, a palavra justa é dívida: sim, a dívida que temos para com eles. Falar de um ano que termina, é nos sentir convidados a pensar como estamos a nos interessar pelo lugar que os jovens têm em nossa sociedade”.

Segundo o Papa, “criamos uma cultura que por um lado idolatra a juventude procurando torná-la eterna, mas por outro, paradoxalmente, condenamos os nossos jovens a não possuir um espaço de real inserção, porque lentamente os fomos marginalizando da vida pública, obrigando-os a emigrar ou a mendigar trabalho que não existe ou que não lhes permite projetar o amanhã. Privilegiamos a especulação em vez de trabalhos dignos e genuínos que lhes permitam ser protagonistas ativos na vida da nossa sociedade. Esperamos deles e exigimos que sejam fermento de futuro, mas os discriminamos e condenamos a bater a portas que, na maioria delas, permanecem fechadas”.

“A cada um de nós é pedido para assumir o próprio compromisso – por mais insignificante que possa parecer – de ajudar os nossos jovens a encontrar aqui na sua terra, na sua pátria, horizontes concretos de um futuro a construir. Não nos privemos da força das suas mãos, das suas inteligências, das suas capacidades de profetizar os sonhos dos seus idosos. Se queremos apontar para um futuro que seja digno deles, só o poderemos alcançar apostando numa verdadeira inclusão: a inclusão resultante do trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário”, concluiu Francisco.

(MJ)

 

Segue, na íntegra, a homilia do Papa Francisco nas primeiras vésperas da Solenidade de Maria Mãe de Deus

HOMILIA DO SANTO PADRE

nas Vésperas com Te Deum

(Basílica de S. Pedro, 31 de dezembro de 2016)

«Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos» (Gal 4, 4-5).

Hoje ressoam com uma força particular estas palavras de São Paulo, que, de forma breve e concisa, nos introduzem no plano que Deus tem para nós: quer que vivamos como filhos. Ecoa aqui toda a história da salvação: Aquele que não estava sujeito à Lei decidiu, por amor, deixar de lado qualquer tipo de privilégio (privus legis) e entrar pelo lugar menos esperado, a fim de nos libertar a nós que estávamos – nós, sim – sob a Lei. E a novidade é que decidiu fazê-lo na pequenez e fragilidade dum recém-nascido; decidiu aproximar-Se pessoalmente e, na sua carne, abraçar a nossa carne; na sua fraqueza, abraçar a nossa fraqueza; na sua pequenez, superar a nossa. Em Cristo, Deus não Se mascarou de homem, fez-Se homem e partilhou em tudo a nossa condição. Longe de se encerrar num estado de ideia ou essência abstrata, quis estar perto de todos aqueles que se sentem perdidos, mortificados, feridos, desanimados, abatidos e amedrontados; perto de todos aqueles que, na sua carne, carregam o peso do afastamento e da solidão, para que o pecado, a vergonha, as feridas, o desconforto, a exclusão não tenham a última palavra na vida dos seus filhos.

O presépio convida-nos a assumir esta lógica divina: não uma lógica centrada no privilégio, em favores, no compadrio; mas a lógica do encontro, da aproximação e da proximidade. O presépio convida-nos a abandonar a lógica feita de exceções para uns e exclusões para outros. O próprio Deus veio quebrar a cadeia do privilégio que gera sempre exclusão, para inaugurar a carícia da compaixão que gera a inclusão, que faz resplandecer em cada pessoa a dignidade para que foi criada. Um menino envolto em panos mostra-nos a força de Deus que interpela como dom, como oferta, como fermento e oportunidade para criar uma cultura do encontro.

Não podemos dar-nos ao luxo de ser ingénuos; sabemos que nos vem, de vários lados, a tentação de viver nesta lógica do privilégio que, ao separar, nos separa; ao excluir, nos exclui; ao confinar os sonhos e a vida de muitos dos nossos irmãos, nos confina.
Queremos hoje, diante do Menino de Belém, admitir a necessidade que temos que o Senhor nos ilumine, pois tantas vezes parecemos míopes ou ficamos prisioneiros da atitude decididamente egocentrista de quem quer forçar os outros a entrar nos próprios esquemas. Precisamos da luz que nos faça aprender com os nossos próprios erros e tentativas, a fim de melhorar e nos vencermos; aquela luz que nasce da consciência humilde e corajosa de quem, todas as vezes, encontra força para se erguer e recomeçar.

Quando chega ao fim mais um ano, paremos diante do presépio para agradecer todos os sinais da generosidade divina na nossa vida e na nossa história, que se manifestou de inúmeras maneiras no testemunho de tantos rostos que anonimamente souberam arriscar. Agradecimento esse, que não quer ser nostalgia estéril nem vã recordação do passado idealizado e desencarnado, mas memória viva que ajude a suscitar a criatividade pessoal e comunitária, pois sabemos que Deus está connosco.

Paremos diante do presépio a contemplar como Deus Se fez presente durante todo este ano, lembrando-nos assim de que cada tempo, cada momento é portador de graça e bênção. O presépio desafia-nos a não dar nada e ninguém como perdido. Ver o presépio significa encontrar a força de ocupar o nosso lugar na história, sem nos perdermos em lamentos nem azedumes, sem nos fecharmos nem evadirmos, sem procurar atalhos que nos privilegiem. Ver o presépio implica saber que o tempo que nos espera requer iniciativas cheias de audácia e esperança, bem como a renúncia a vãos protagonismos ou a lutas intermináveis para sobressair.

Ver o presépio é descobrir como Deus Se envolve envolvendo-nos, tornando-nos parte da sua obra, convidando-nos a acolher com coragem e decisão o futuro que temos à nossa frente.

Ao ver o presépio, deparamo-nos com os rostos de José e Maria: rostos jovens, cheios de esperanças e aspirações, cheios de incertezas; rostos jovens, que perscrutam o futuro com a tarefa não fácil de ajudar o Deus-Menino a crescer. Não se pode falar de futuro sem contemplar estes rostos jovens e assumir a responsabilidade que temos para com os nossos jovens; mais do que responsabilidade, a palavra justa é dívida: sim, a dívida que temos para com eles. Falar de um ano que termina, é sentirmo-nos convidados a pensar como estamos a interessar-nos com o lugar que os jovens têm na nossa sociedade.

Criamos uma cultura que por um lado idolatra a juventude procurando torná-la eterna, mas por outro, paradoxalmente, condenamos os nossos jovens a não possuir um espaço de real inserção, porque lentamente os fomos marginalizando da vida pública, obrigando-os a emigrar ou a mendigar ocupação que não existe ou que não lhes permite projetar o amanhã. Privilegiamos a especulação em vez de trabalhos dignos e genuínos que lhes permitam ser protagonistas ativos na vida da nossa sociedade. Esperamos deles e exigimos que sejam fermento de futuro, mas discriminamo-los e «condenamo-los» a bater a portas que, na maioria delas, permanecem fechadas.

Somos convidados a não ser como o estalajadeiro de Belém que, à vista do jovem casal, dizia: aqui não há lugar. Não havia lugar para a vida, para o futuro. A cada um de nós é pedido para assumir o compromisso próprio – por mais insignificante que possa parecer – de ajudar os nossos jovens a encontrar aqui na sua terra, na sua pátria, horizontes concretos de um futuro a construir. Não nos privemos da força das suas mãos, das suas inteligências, das suas capacidades de profetizar os sonhos dos seus idosos (cf. Jl 3, 1). Se queremos apontar para um futuro que seja digno deles, só o poderemos alcançar apostando numa verdadeira inclusão: a inclusão resultante do trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário (cf. Discurso na atribuição do Prémio Carlos Magno, 6 de maio de 2016).

Ver o presépio desafia-nos a ajudar os nossos jovens para não ficarem desiludidos à vista das nossas imaturidades, e a estimulá-los para que sejam capazes de sonhar e lutar pelos seus sonhos; capazes de crescer e tornar-se pais e mães do nosso povo.

Olhando o ano que acaba, como nos faz bem contemplar o Deus-Menino! É um convite a voltar às fontes e às raízes da nossa fé. Em Jesus, a fé faz-se esperança, torna-se fermento e bênção: «Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 3).

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Primeiras Vésperas da Santa Mãe de Deus e o "Te Deum"

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste último dia do ano, 31 de dezembro de 2016, o Papa Francisco preside na Basílica Vaticana, às 17h00 locais (14h00 de Brasília), às Primeiras Vésperas da Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, Maria, com o canto do Te Deum e a Bênção do Santíssimo Sacramento. 

Origem do "Te Deum"

O Te Deum é um hino litúrgico tradicional. Seu texto foi musicado por vários compositores, entre os quais Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Joseph Haydn, Hector Berlioz, Anton Bruckner, Antonín Dvorák, e até o imperador do Brasil, Dom Pedro I.

O Te Deum “é um hino muito antigo, alguns atribuem até a Santo Ambrósio e Santo Agostinho, mas já no século VI, São Bento fez menção a este hino. Trata-se de um hino de louvor a Deus, de ação de graças.

Este hino, que inicia com as palavras “Te Deum laudamos” (“a vós, ó Deus, louvamos”), tem um sentido trinitário porque menciona três pessoas, fazendo com que nós nos unamos aos anjos quando dizem: “A Ti aclamam todos os Anjos, os céus, todas as potestades, os querubins e os serafins”.

Assim, nós nos unimos a esta aclamação dos anjos a Deus, dizendo “Santo, Santo, Santo”, como na Missa. Com este canto, também pedimos a Deus que venha em socorro dos seus servos.

Este hino é cantado na tarde do último dia do ano (31), no final das Primeiras Vésperas da Solenidade da Santa Mãe de Deus. Antigamente, este celebração era comum.

Na história do Brasil, sabemos que quando Dom João VI chegou em terras brasileiras, ao desembarcar foi à Catedral para participar do canto do Te Deum. Quando Dom Pedro I e Dom Pedro II visitavam as cidades eram recebidos com este canto de agradecimento. Não eram celebradas Missas, mas o Te Deum.

A celebração das Vésperas, que contava com uma homilia, algum canto, uma celebração litúrgica, se perdeu um pouco no século XIX. Hoje em dia, é prescrita para o Ofício Divino, aos domingos, festas e solenidades, equivalente ao Glória da Missa.

Anos atrás, Paulo VI e João Paulo II iam à igreja dos jesuítas, Igreja do Jesus, em Roma, no último dia do ano e presidiam ao hino do Te Deum. Muitas vezes, este canto se faz durante a exposição do Santíssimo Sacramento. (MT)

Hino do "Te Deum"

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.

A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.

A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;

a Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:

Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!

Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.

A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,

a Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,

a Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!

A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,

ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objeto das nossas adorações, do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.

Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!

Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente!

Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes

Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!

Vós, vencedor do estímulo da morte,

abristes aos fiéis o Reino dos Céus;

Vós estais sentado à direita de Deus,

no glorioso trono do vosso Pai!

Nós cremos e confessamos firmemente

que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.

A Vós, portanto, rogamos que socorrais os vossos servos

a quem remistes com o Vosso preciosíssimo Sangue.

Fazei que sejamos contados na eterna glória,

entre o número dos Vossos Santos.

Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,

regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.

Todos os dias Vos bendizemos e esperamos

glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.

Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia e sempre sem pecado.

Tende compaixão de nós, Senhor,

compadecei-Vos de nós, miseráveis.

Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia,

pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.

Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.

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Retrospectiva: o Ano Santo da Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – A misericórdia de Deus não tem limites: este foi um dos conceitos mais reiterados pelo Papa Francisco no decorrer deste Ano Jubilar. 

Eventos comoventes marcaram este Jubileu, feito de celebrações, viagens e audiências, dentro e fora do Vaticano: uma das iniciativas mais inovadoras foram as sextas-feiras da misericórdia: nestas ocasiões, o Papa foi ao encontro de crianças, idosos, doentes, vítimas do tráfico humano e padres que deixaram o ministério para se casar.

A redação do Programa Brasileiro selecionou alguns momentos significativos, começando com a abertura da Porta Santa de Bangui:

29 de novembro de 2015

"Hoje, Bangui torna-se a capital espiritual do mundo. O Ano Santo da Misericórdia chega adiantado a esta terra; uma terra que sofre, há diversos anos, a guerra e o ódio, a incompreensão, a falta de paz. Mas, simbolizados nesta terra sofredora, estão também todos os países que estão passando através da cruz da guerra. Bangui torna-se a capital espiritual da súplica pela misericórdia do Pai. Para os países que sofrem a guerra, peçamos a paz; todos juntos, peçamos amor e paz. E, com esta oração, começamos o Ano Santo, hoje, aqui nesta capital espiritual do mundo!"

8 de dezembro de 2015

Mais solene foi a abertura da Porta Santa da Basílica de S. São Pedro

"Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, é Ele que nos vem ao encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia."

5 de maio de 2015

A vigília de oração para “Enxugar as lágrimas” foi outro momento marcante:

"Quantas lágrimas são derramadas, em cada instante, no mundo; uma diferente da outra; e, juntas, formam como que um oceano de desolação, que invoca piedade, compaixão, consolação. As mais amargas são as lágrimas causadas pela maldade humana: as lágrimas de quem viu arrancar-lhe violentamente uma pessoa querida; lágrimas de avós, de mães e pais, de crianças... Precisamos de misericórdia, da consolação que vem do Senhor. Todos nós precisamos dela; é a nossa pobreza, mas também a nossa grandeza: invocar a consolação de Deus, que, com a sua ternura, vem enxugar as lágrimas do nosso rosto. Nesta nossa dor, não estamos sozinhos."

12 de junho de 2016

Os enfermos também vieram ao Vaticano e ouviram do Papa palavras de encorajamento:

"Não existe apenas o sofrimento físico; entre as patologias mais frequentes nos dias de hoje conta-se uma que tem a ver precisamente com o espírito: é um sofrimento que envolve a alma tornando-a triste, porque carente de amor. Torna-se muito forte a tentação de se fechar em si mesmo e corre-se o risco de perder a ocasião da vida: amar apesar de tudo. Amar apesar de tudo. Jesus é o médico que cura com o remédio do amor, porque toma sobre Si o nosso sofrimento e redime-o."

31 de julho de 2016

Na Polônia, os jovens ouviram de Francisco que são valiosos aos olhos de Deus:

"Deus nos ama assim como somos, e nenhum pecado, defeito ou erro Lhe fará mudar de ideia. Para Jesus, ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante, mas todos somos prediletos e importantes: Deus conta com você por aquilo que é, não pelo que tem: a seus olhos, não vale nada a roupa ou o celular que usa. A seus olhos, o seu valor é inestimável."

6 de novembro de 2016

Aos encarcerados, a Palavra do Papa foi “liberdade”:

"O Jubileu, por sua própria natureza, traz consigo o anúncio da libertação. Não depende de mim a possibilidade de concedê-la, mas suscitar em cada um de vocês o desejo da verdadeira liberdade é uma tarefa a que a Igreja não pode renunciar." Depois da missa, no Angelus, o Papa fez uma apelo “em favor do melhoramento das condições de vida nas prisões, para que a dignidade dos detentos seja plenamente respeitada”.

13 de novembro de 2016

Aos excluídos, Francisco recordou que o descarte da pessoa humana é “inaceitável”

“Neste mundo, quase tudo passa, e as riquezas que permanecerão duas: o Senhor e o próximo”, os bens maiores que devemos amar”. "A lupa da Igreja está apontada ao irmão esquecido e excluído". “A pessoa humana, colocada por Deus no ápice da criação, muitas vezes é descartada, porque se preferem as coisas que passam. Isto é inaceitável, porque o ser humano é o bem mais precioso aos olhos de Deus." “É um sintoma de esclerose espiritual, quando o interesse se concentra nas coisas a produzir, em vez de ser nas pessoas a amar."

20 de novembro de 2016

Esperança foi a palavra final de Francisco no fechamento da Porta Santa da Basílica Vaticana e encerramento oficial do Ano Santo da Misericórdia:

“Embora se feche a Porta Santa, continua sempre escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia, que é o Coração de Cristo. Do lado transpassado do Ressuscitado jorram até o fim dos tempos a misericórdia, a consolação e a esperança” (...)

“Muitos peregrinos atravessaram as Portas Santas e, longe do fragor dos noticiários, saborearam a grande bondade do Senhor. Agradeçamos ao Senhor por isso e recordemo-nos de que fomos investidos em misericórdia para nos revestir de sentimentos de misericórdia, para nos tornarmos instrumentos de misericórdia. Prossigamos, juntos, este nosso caminho.”

 

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Dom Tomasi: ouvir o Papa sobre a Síria, é tempo de paz

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Cidade do Vaticano (RV) - Prossegue o cessar-fogo na Síria depois do acordo que entrou em vigor nesta sexta-feira (30/12). Uma trégua muitas vezes invocada pelo Papa Francisco que se comprometeu pessoalmente a facilitar de toda maneira o fim das hostilidades no país e o respeito pelos direitos fundamentais das pessoas envolvidas no conflito que dura mais de 5 anos. 

Sobre as esperanças de paz na Síria e o papel do Papa e da Santa Sé, a nossa emissora entrevistou o Arcebispo Silvano Maria Tomasi, membro do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. 

Dom Tomasi: “A paz que se prevê neste momento para a Síria é uma opção realmente oportuna, uma janela de oportunidade, ou seja, é um momento em que se pode tentar começar as negociações por uma paz estável no Oriente Médio. É um cessar-fogo frágil. Agora, a comunidade internacional deve fazer o possível para ajudar neste momento o diálogo e levar adiante uma negociação sólida, que constitua a base para um futuro mais sereno nesta parte do mundo. O problema é que nesses cinco anos foram mortas mais de 300 mil pessoas, causados seis milhões de deslocados internos e quatro milhões de refugiados nos países vizinhos como a Jordânia, Turquia e Líbano, sobretudo. Devemos realmente nos mover na direção de responsabilidade da parte da comunidade internacional, porque a guerra na Síria foi uma guerra feita pelos grandes poderes e grupos regionais no território. Esperamos que desta vez seja o momento oportuno. Que o passo dado, o de permitir a chegada de ajudas humanitárias e sobretudo o cessar-fogo, possam realmente iniciar uma solução estável”. 

O Papa Francisco disse várias vezes em relação à Síria, e não só, que não se pode falar de paz e depois com uma mão, debaixo do banco, passar armas para as partes em conflito. Existe sempre um interesse econômico perverso que alimenta as guerras...

Dom Tomasi: “Na raiz desta violência, que foi destruidora de um país que funcionava, existe a sede de poder. Quem vai dominar o Oriente Médio? Sunitas ou xiitas? A Rússia ou os Estados Unidos? Devemos fazer com que os interesses das grandes potências e dos grandes movimentos religiosos não se tornem força de morte para as pessoas e populações locais que se tornam simplesmente vítimas de ambições que não tem nada a ver com o seu futuro, com o futuro e a vida normal dessas famílias e pessoas. O Papa insiste na proteção dos civis e dos vulneráveis porque é a vida das pessoas comuns e são as famílias que nós encontramos pelas ruas de várias cidades do Oriente Médio que pagam o preço mais caro, com a morte de seus entes queridos, a fome e o exílio. Devemos realmente fazer com que a comunidade internacional retome a consciência de que não se pode brincar com a vida dos outros.”

Amanhã é o Dia Mundial da Paz. Neste 2016, que está se concluindo, a Igreja, a Santa Sé, facilitaram processos de paz: pensemos nas relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, pensemos na Colômbia. Qual é o papel especifico que a Santa Sé pode desempenhar pela paz e a reconciliação?

Dom Tomasi: “A Santa Sé não é um poder econômico ou militar. Digo sempre que as alabardas da Guarda Suíça não podem deter as bombas modernas, especialmente as bombas atômicas. Devemos agradecer ao Senhor pelos passos positivos que foram dados neste ano que está se concluindo. A mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pela Paz se concentra na não violência ativa, ou seja, usar a não violência como estratégia política que recolhe, depois de 50 anos de mensagens sobre a paz, um pouco do fruto deste caminho que foi percorrido. Fazer com que a família humana se conscientize que a solução dos problemas não está no uso de armas, mas no diálogo, na criação de encontros fraternos e na criação de pontes e não de muros.”

(MJ)

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Igreja no Mundo



Filipinas: 2017, ano das paróquias

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Manila (RV) - “2017: ano das paróquias, da comunhão de comunidades” é o tema escolhido pela Conferência Episcopal Filipina para o próximo ano pastoral.
 
A iniciativa, lançada recentemente, faz parte dos eventos para as celebrações dos 500 anos de evangelização do país, que se celebrarão em 2021.
 
“ As paróquias são uma comunidade de comunidade, centro e forte de missionariedade, zelo por uma nova evangelização e impulso missionário”, disso o Presidente da Conferência Episcopal Filipina, Dom Sócrates Villegas.
 
“O Papa Francisco insiste em dizer que a paróquia não é uma instituição obsoleta, mas possui uma grande flexibilidade que depende da abertura e da criatividade missionária e criativa do pároco e da comunidade”, disse ainda o prelado.
 
Em preparação às celebrações de 2021, a Igreja filipina promove a iniciativa “Nove anos para a evangelização”. Iniciados em 2013, junto com o Ano da Fé proclamado por Bento XVI, a iniciativa refletiu em 2013 e 2014 sobre a formação integral para a fé e sobre o papel dos leigos como “agentes de evangelização”.
 
O ano de 2015 foi dedicado aos pobres, e em 2016 se refletiu sobre a ligação entre Eucaristia e família, coincidindo com o Congresso Eucarístico Internacional, realizado em Cebu, no final de janeiro passado.
 
Depois de 2017, dedicado à paróquia, sacerdotes e jovens serão os protagonistas do biênio 2018-2019. Em 2020, os bispos filipinos refletirão sobre ecumenismo e diálogo inter-religioso para promover “os grandes valores da paz e da harmonia sobretudo nas áreas de conflito. 

O ano de 2021 será dedicado à “missão ad gentes” a fim de que cada fiel seja impelido a “se tornar missionário”.

(MJ)

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Formação



Reflexão para o Fim de Ano! Ação de graças pelo ano que finda.

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Cidade do Vaticano (RV) - «Fim de ano! Na mente de muitas pessoas, a virada do ano significa jogar fora, se despedir de tudo aquilo que não foi bom, que causou frustração e sofrimento. Olha-se para o Ano Novo com muita esperança, com fascínio e por vezes até mesmo com um arzinho de presunção, como que dizendo: não importam a coisas que não deram certo, agora começaremos com o pé direito. Muitos até, cheios de crendices e superstições, procurarão realizar certos ritos de passagem de ano, ritos às vezes ridículos e sem sentido, como se o futuro, a felicidade dependesse desses gestos. 

O homem atento e prudente jamais despreza o que não deu certo, mas após perguntar o porquê do erro, integra o resultado do que fez de modo errado e aí tira proveito disso. Aprende com o erro. Segundo São Paulo “Tudo colabora para o bem dos que são amados por Deus”! Portanto o final de ano deve ser marcado especialmente pela ação de graças a Deus por tudo o que nos possa ter acontecido. Para o filhos queridos de Deus só existe bom tempo, não no sentido de que tudo correu às mil maravilhas, mas no sentido de que tudo está integrado.

O cristão é, por natureza, otimista. Para ele serve aquele canto da MPB que diz: “Reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”!

Por outro lado, o cristão não precisa de nenhum gesto particular para lhe dar sorte durante o ano que se inicia. Ele crê em Deus, crê em seu Amor, crê que Deus o criou por Amor e por amor a ele morreu numa cruz e ressuscitou. Crê que Deus é Todo-Poderoso, e por isso nenhum mal lhe poderá acontecer. Aos que se comportam de modo pagão, que creem em forças da natureza, que desconhecem serem filhos de Deus e terem em Maria a Mãe que vela – Nossa Senhora, como disse ao índio asteca sob o título de Guadalupe: Não sou eu sua mãe, não estou eu aqui com você?” Para que temer? “Se Deus é por nós, quem poderá ser contra nós”, dirá, por sua vez, São Paulo Apóstolo.

O cristão começa bem o ano rezando, celebrando a Eucaristia, programando repetir esses dois gestos durante todo o novo ano, programando ser caridoso, solidário e fraterno, sendo sinal do compromisso de Deus com o homens.

Que você, querida irmã, querido irmão, tenha uma boa passagem de ano, com saúde, na alegria e na paz, ao lado dos entes queridos e dos amigos mais próximos! Que a graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso irmão, estejam com você por todos os dias de 2017. Feliz Ano Novo!»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o Fim de Ano)

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Atualidades



Editorial: Construir um ano de paz

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Cidade do Vaticano (RV) – Estamos concluindo mais um ano. Um ano para muitos, difícil, triste, até mesmo sem esperança. Tivemos no Brasil momentos que sacudiram a nossa consciência. Muitos desses momentos derivados das crises que envolveram o nosso país, sejam elas, políticas, sociais, ou econômicas. Momentos de tristeza, como o trágico evento da Chapecoense, que fez com que um país inteiro chorasse junto. Um ano difícil, mas que certamente, - apesar de muitos não vislumbrarem a luz no fim do túnel -, foi um ano de grandes aberturas mentais, de grandes participações e aspirações. Um ano de movimento. O Brasil de certo modo se movimentou: o povo não ficou indiferente, saiu às ruas, de um lado ou de outro, para exprimir seus desejos e opiniões. Somos um país vivo, mais do que nunca. 

O novo ano está chegando e com ele novos momentos a serem construídos em prol de um bem comum; um bem comum que há muito se perdeu no emaranhado de discursos estéreis.

Vivemos momentos difíceis dentro do nosso “Gigante”, mas o nosso olhar deve ser de esperança para um horizonte melhor, mas também deve se dirigir para outras realidades, para um mundo despedaçado onde se combatem outras realidades, “outras guerras em pedaços”.

Neste mundo fragmentado todos nós somos chamados a construir, dentro e fora de casa, um mundo livre da violência, um mundo de paz e concórdia.

Na sua mensagem para este 1º de janeiro, 50º Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco centraliza sua atenção precisamente sobre a não-violência, com o tema, “A não-violência: estilo de uma política de paz”. Francisco volta fazer um apelo em favor do desarmamento e da abolição das armas nucleares, assegurando o compromisso da Igreja Católica em favor da paz.

“Que sejam a caridade e a não-violência” a nos guiarem nas relações interpessoais como também naquelas sociais e internacionais”, escreveu o Papa. Palavras que caem como uma luva na nossa realidade brasileira e que interpelam as pessoas de boa vontade.

Francisco reconhece com amargura que, após o último século devastado por duas guerras mundiais terríveis, hoje estamos vivendo “uma terrível guerra mundial em pedaços”. Esta violência, “em pedaços” provoca enormes sofrimentos: do terrorismo aos ataques armados imprevistos, dos abusos sobre migrantes à devastação do meio ambiente. Tudo o que se consegue com isso – adverte o Papa -, é uma espiral de “conflitos letais” dos quais se beneficiam somente poucos senhores da guerra.

Diante deste dramático cenário, Francisco recorda que a “violência não é a cura para o nosso mundo despedaçado”.

Uma atenção também para a família, primeiro lugar onde se pode experimentar “a alegria do amor” e percorrer o caminho da não-violência. É urgente que dentro da família a alegria e o amor se propaguem ao mundo e se irradiem por toda a sociedade.

Neste novo ano o olhar, mais do que nunca é para a construção da paz. Construção da paz através da não-violência, do diálogo, da esperança que brota do desejo de um mundo melhor, de um país melhor, de uma cidade melhor, de uma “casa comum melhor”. Um programa e um desafio para os líderes políticos e religiosos, para governantes e pessoas comuns. Um desafio para mim e para você, de construir um ano de paz.

A redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano deseja a todos os ouvintes, leitores e amigos, votos de um Feliz Ano Novo, na esperança de que a paz trazida pelo Menino que nasceu em Belém, seja uma realidade em cada dia dos 365 novos dias de 2017. (Silvonei José)

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