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Sumario del 04/01/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: "Diante da dor, palavras de coração, silêncio, gestos e carinho"

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Cidade do Vaticano (RV) – Prosseguindo seu ciclo de catequeses semanais sobre a esperança cristã, o Papa Francisco recebeu na Sala Paulo VI milhares de fiéis e peregrinos para a audiência geral. “O choro de Raquel por seus filhos” foi o tema do encontro na manhã desta quarta-feira (04/01). 

O Papa iniciou antecipando sua intenção de refletir sobre uma figura de mulher que fala da esperança vivida no pranto: a de Raquel, esposa de Jacó e mãe de José e de Benjamim. Aquela que, como nos ilustra o Genesis, morreu ao dar à luz o segundo filho.

“Um clamor se ouve em Ramá, de lamento, de choro, de amargura. É Raquel que chora seus filhos e recusa ser consolada, porque eles já não existem!”

“Para falar de esperança a quem está desesperado, é preciso compartilhar o seu desespero; para enxugar as lágrimas do rosto de quem sofre, é preciso unir o nosso pranto ao seu. Só assim podem as nossas palavras ser realmente capazes de dar um pouco de esperança”.

Nós vemos isto acontecer na profecia de Jeremias quando se dirige ao povo exilado na Babilônia e personificado em sua matriarca Raquel, esposa do patriarca Jacó e mãe dos seus filhos, José e Benjamim.

Ela morreu precisamente ao dar à luz este segundo filho: morreu para que Benjamim vivesse. O profeta imagina Raquel, ou seja, um povo deportado em lágrimas pelos filhos que já não existem, desapareceram para sempre. Mas Deus, na sua delicadeza e no seu amor, responde ao pranto de Raquel com a promessa: “Haverá recompensa para as tuas penas. Eles voltarão do país inimigo”.  

“Descansa tua voz do gemido, poupa os olhos das lágrimas! Pois há uma paga por teus trabalhos: – oráculo do Senhor – eles voltarão da terra inimiga! Há esperança para tua descendência: – oráculo do Senhor – teus filhos voltarão para a terra que é deles.

Justamente pelo pranto da mãe, há ainda uma esperança para os filhos. Suas lágrimas geraram esperança: o povo retornará do exílio e poderá livremente viver, na fé, a sua relação com Deus.

Como sabemos, o evangelista Mateus vê estas lágrimas de Raquel nos rostos das mães de Belém que choram os filhos mortos pelos sicários de Herodes, quando este se propôs matar Jesus. As crianças de Belém morreram por causa de Jesus. Mas Ele haveria, por sua vez, de morrer por todos.

O Filho de Deus entrou na dor dos homens, compartilhou e aceitou a morte; a sua palavra é definitivamente palavra de consolação, porque nasce do pranto. E, na cruz, será Ele, o Filho moribundo, a dar uma nova fecundidade à sua Mãe, confiando-Lhe o discípulo João e tornando-A mãe do povo dos crentes.

A morte está vencida e a profecia de Jeremias chega assim ao seu pleno cumprimento. Também as lágrimas de Maria, como as de Raquel, geram esperança e nova vida.

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Apelo do Papa ao Brasil: que as prisões sejam lugares de reinserção social

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Cidade do Vaticano (RV) - No final da Audiência Geral, desta quarta-feira (04/01), o Papa Francisco fez um apelo em favor dos presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), cuja rebelião, no último domingo (1º/01), causou ao menos 56 mortos.

“Ontem, chegaram do Brasil notícias dramáticas sobre o massacre ocorrido no cárcere de Manaus, onde uma rebelião violenta entre facções rivais causou dezenas de mortos. Expresso minha dor e preocupação por esse acontecimento. Convido a rezar pelos defuntos e seus familiares, por todos os detentos desse cárcere e por aqueles que trabalham ali. Renovo o apelo para que as prisões sejam lugares de reeducação e reinserção social, e que as condições de vida dos reclusos sejam dignas de pessoas humanas. Convido todos a rezar pelos detentos mortos e vivos, e também por todos os encarcerados do mundo, para que as prisões sejam para reinserir e não sejam superlotadas, para que sejam lugares de reinserção. Invoquemos Maria, Mãe dos detentos.”

O Papa rezou com os participantes da Audiência Geral uma Ave-Maria pelos presos.   

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o Bispo Auxiliar de Manaus, Dom José Albuquerque, comentou as palávras do Papa Francisco: 

(MJ)

 

 

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O 'Vídeo do Papa' será apresentado em 9 de janeiro

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Cidade do Vaticano (RV) – Segunda-feira, 9 de janeiro, será publicado em todas as redes sociais o novo vídeo com as intenções de oração do Papa. O primeiro de 2017 será focalizado no compromisso dos cristãos frente aos desafios da humanidade. Foi o que anunciou à RV o Padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa. 

“É extraordinário, uma maravilha: parece que o Senhor está encorajando este projeto... não esperávamos que tanta gente visse estes vídeos. Para nós, era importante ajudar o Santo Padre a ter um instrumento para chegar às pessoas, para ajudar os católicos a rezarem com ele e com todas as pessoas de boa vontade nos grandes desafios da humanidade”, explica o jesuíta.

Expectativa é chegar a 30 milhões de visualizações

Depois de 12 meses, continua, “contamos mais de 13 milhões de visualizações do ‘vídeo do Papa’ apenas em nossa rede, no Vaticano. Se levarmos em consideração as mais de 3.200 mídias no mundo que falam e divulgam o vídeo todo mês, o número é ainda maior: milhões o veem, por exemplo, por Whatsapp”.

O vídeo pode ser visto em dez línguas no Youtube, Facebook, Twitter e Instagram. Padre Fornos revela que em setembro se encontrou com o Papa, que lhe disse estar muito contente com o projeto.

A novidade é que, nos últimos cem anos, houve sempre duas intenções de oração por mês: uma geral e uma missionária. Com o processo de reforma deste serviço eclesial da Santa Sé, elas  são chamadas ‘universal’ e ‘de evangelização’ e se alternam, mensalmente.  Os dois vídeos terão estilos diferentes.

Outra novidade é que o Papa Francisco vai revelar no início de cada mês, na oração do Angelus, uma intenção de oração do ‘último minuto’, mais urgente, que tem a ver com a atualidade, os sofrimentos e os grandes desafios que preocupam a Igreja e a sua missão.

Esta nova plataforma é uma realização da Rede Mundial de Oração do Papa – Apostolado da Oração, em parceria com Centro Televisivo Vaticano (CTV), único proprietário dos direitos de imagem do Papa.

O primeiro vídeo do Papa foi lançado em 6 de janeiro de 2016 e abordava o diálogo inter-religioso. 

(CM)

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"Reconciliação" é o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2017

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Cidade do Vaticano (RV) - A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2017, que no hemisfério norte é celebrada de 18 a 25 de janeiro, vai evocar os 500 anos da Reforma protestante, iniciada por Martinho Lutero. 

“Reconciliação, é o amor de Cristo que nos impele” é o tema central do documento de reflexão preparado e publicado em conjunto pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Comissão Fé e Constituição, do Conselho Mundial de Igrejas (WCC, sigla em inglês).

“Que pessoas e Igrejas possam ser impelidas pelo amor de Cristo a viver vidas reconciliadas e a derrubar as paredes da divisão”, lê-se no texto.

O tema deste ano foi sugerido pelo Conselho de Igrejas na Alemanha (ACK), a convite do Conselho Mundial de Igrejas, e observa, que a Reforma de Lutero, “tem sido tema de controvérsia na história das relações intereclesiais”.

A publicação das “95 teses” em 1517 por Lutero, é apresentada no documento como “dolorosa divisão”, visto ter provocado uma ruptura entre várias comunidades cristãs, até então ligadas à Igreja Católica. Em função disto, as Igrejas cristãs na Alemanha propõem que, 500 anos depois, se reflita sobre a “reconciliação como centro da fé”.

O tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2017 inspira-se numa passagem da segunda Carta de São Paulo aos Coríntios: “Reconciliação: é o amor de Cristo que nos impele”.

“Como embaixadoras de reconciliação, as Igrejas ativamente prestaram assistência aos refugiados na busca de novos lares, enquanto, contemporaneamente, tentavam melhorar as condições de vida nos países que eles tinham deixado para trás”, refere o documento de reflexão.

Em 31 de outubro de 2016, o Papa Francisco e o Presidente da Federação Luterana Mundial (LWF, siga em inglês), assinaram na Suécia uma Declaração Comum, por ocasião da comemoração católico-luterana dos 500 anos da Reforma protestante.

“Pedimos a Deus inspiração, ânimo e força para podermos continuar juntos no serviço, defendendo a dignidade e os direitos humanos, especialmente dos pobres, trabalhando pela justiça e rejeitando todas as formas de violência”, refere o texto, firmado por Francisco e por Munib Younan na Catedral de Lund, após uma oração ecumênica.

Os subsídios para a Semana, traduzidos em português pela CNBB, podem ser encontrados no seguinte link do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos: https://goo.gl/GGHwfw

(JE com Ag. Ecclesiae)

 

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Tráfico de órgãos será tema de Simpósio Internacional no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – Tráfico de órgãos e “turismo de transplantes” serão temas de um Simpósio internacional a ser realizado na Casina Pio IV, no Vaticano, nos dias 7 e 8 do corrente. 

O encontro, organizado pela Pontifícia Academia das Ciências, reunirá especialistas provenientes de mais de 20 países, para tratar daquela que foi reconhecida também pelo Vaticano como uma emergência em crescimento e para redigir uma Declaração que será divulgada a nível mundial.

Funcionários estatais e fiscais, investigadores, juízes e jornalistas estarão entre os presentes no Simpósio, que pretende oferecer novas orientações para combater uma abominável prática, generalizada em países pobres ou onde um determinado modelo de globalização provocou grandes fraturas sociais, e frequentemente onde são difundidas também outras formas de exploração como a sexual e o trabalho infantil.

Os trabalhos serão subdivididos em seis painéis segundo a região: América, África, Europa, Mediterrâneo Oriental, Pacífico Ocidental e Sudeste asiático.

O tráfico de órgãos e de pessoas com finalidade de transplantes é um dos temas citados pelo Papa Francisco em diversas ocasiões, que o define como “novas formas de escravidão do século XXI”.

Neste sentido foi dirigido ao Pontífice um convite especial para participar deste próximo Simpósio.

(JE com Sismógrafo)

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Igreja na América Latina



Arcebispo de Assunção sobre chaga da droga: antes que seja tarde demais

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Assunção (RV) - “Libertação dos reféns e supressão da livre distribuição da droga entre os jovens”: esse, o apelo do arcebispo de Assunção, no Paraguai, Dom Edmundo Ponciano Valenzuela Mellid, na homilia da missa de fim de ano.

O prelado recordou vários aspectos da vida nacional que continuam causando preocupação, como o drama dos sem-teto, o caso de quatro pessoas sequestradas e, sobretudo, a chaga da droga.

A propósito, em novembro passado a Conferência Episcopal Paraguaia (CEP) lançara um apelo à população e, em particular, às autoridades a fim de que refletissem “seriamente sobre vários problemas que temos diante de nós nestes tempos modernos”, e expressara preocupação “pela presença notória e ativa do narcotráfico cada vez mais crescente na sociedade e na esfera política”, de modo a atingir todas as famílias.

O prelado instou as autoridades a impedir a distribuição gratuita de todos os tipos de drogas; pediu às instituições escolares que informem os jovens sobre as consequências devastadoras do uso da droga; às organizações da sociedade civil que deem mais atenção às vítimas, considerando que “o problema não são as drogas, mas as pessoas”.

Apelo do arcebispo à libertação dos reféns

Como acenado, o arcebispo de Assunção recordou os quatro reféns que se encontram nas mãos de bandos de criminosos: “Edelio Morinigo refém há 911 dias, Abraham Fer refém há 512 dias, Franz Wiebe refém há 157 dias, e Félix Urbieta refém há 79 dias. A liberdade foi negada a estas pessoas”.

O prelado reiterou mais uma vez o pedido de libertação desses reféns e também recordou os compatriotas que por vários motivos são obrigados a trabalhar em outros países e todas as pessoas que com muita dificuldade trabalham para levar o necessário sustento para casa.

A Igreja ao lado dos pobres e necessitados

A Igreja “caminha com o povo e sente sua proximidade, suas necessidades, encoraja-o e o apoia”, assegurou Dom Valenzuela Melllid, como se deu por ocasião da enchente do rio Paraguai, no início de 2016.

“A Igreja esteve presente com a pastoral social e com o auxílio da Mesa Nacional de Assistência, com uma coleta nacional e a distribuição de alimento às pessoas atingidas pelas calamidades naturais e, em particular, com a assistência às crianças dos “alagados” de Assunção que assistiram às projeções de filmes nos cinemas da capital, por ocasião do Dia das Crianças. Foi para elas uma verdadeira festa, em meio ao drama que vivem morando em barracos, nas ruas, nas estradas e nas praças”, disse o arcebispo da capital paraguaia.

O prelado acrescentou que as emergências evidenciaram a pobreza extrema e a vulnerabilidade das famílias que vivem nos “alagados” de Assunção e que levaram finalmente a promover iniciativas, com as autoridades nacionais e municipais, a fim de encontrar uma solução definitiva para as inundações.

“A Igreja encoraja e se compromete a apoiar o melhoramento geral das condições de vida: um alojamento, serviços de assistência médica, instrução, segurança, formação e acesso ao trabalho regular”, acrescentou. (L’Osservatore Romano – RL)

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Caritas Chile atende familias atingidas por incêndio

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Valparaíso (RV) - As equipes da Pastoral Social Caritas Chile e da Caritas Valparaíso estão trabalhando em coordenação com a rede eclesial local para monitorar a emergência gerada pelo grande incêndio ocorrido na noite de 2 de janeiro, em Valparaíso. O trabalho principal na zona é controlar os focos que permanecem ativos. Ainda não há uma avaliação dos danos, mais estima-se que pelo menos 150 casas tenham sido afetadas.

O incêndio causou a remoção de cerca de 400 pessoas daquela área, em meio a uma grande coluna de fumaça que se espalhou pelo ar. Dezenove pessoas ficaram feridas e 500 moradias estão em risco.

Lorenzo Figueroa, Diretor da Caritas Chile, que se encontra em Valparaíso, informou que já foram tomadas algumas medidas, como a instalação de um centro de coleta de insumos básicos e dois abrigos, além da chegada de organismos públicos como bombeiros, Conaf, Onemi e a comunidade de Valparaíso.

“Estamos trabalhando ativamente e em conjunto com a rede eclesial local para o monitoração da emergência e ações posteriores ao controle do incêndio”, disse Pedro Adrians, Diretor da Caritas Valparaíso.

O serviço especial tem sido junto às comunidades da área afetada, incluindo a abertura de uma capela como abrigo temporário. O Pe.  Pedro Nahuelcura, capelão do corpo de bombeiros, se encontra no território acompanhando o serviço das unidades implantadas para abordagem da emergência.

“A experiência mostra que diante da emergência precisamos pensar na necessidade de criar planos de prevenção específicos para esses eventos que ocorrem nas áreas rural e urbana, com efeitos graves para os setores vulneráveis. As plantações florestais próximas a áreas urbanas muito pobres geram um grande risco que precisam ser abordados em redes de colaboração entre os organismos públicos e da sociedade civil e a participação ativa da comunidade”, disse Lorenzo Figueroa.

A equipe do programa de Meio Ambiente, gestão de riscos e Emergências da Caritas do Chile está disponível a trabalhar com a Caritas e a diocese de Valparaíso.

(MJ/Caritas Chile)

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Igreja no Mundo



Igreja na Polônia celebra 300 anos da coroação de Nossa Senhora Negra

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Varsóvia (RV) - O parlamento polonês aprovou, em sessões separadas de ambas as Câmaras, a resolução relativa às celebrações pelos 300 anos da coroação da Virgem de Czestochowa como Rainha da Polônia, informa a agência Sir.

Culto mariano expressa fé nacional dos poloneses

Recordando a primeira coroação fora de Roma de uma efígie da Virgem, ocorrida em 8 de setembro de 1717, a Câmara baixa (Sejm) ressalta que a celebração “uniu todas as estratificações sociais e tornou-se uma manifestação de fé nacional” e evidencia a convicção dos parlamentares em relação à “importância particular do culto mariano para todo o país”.

O prior do Santuário de Jasna Gora – onde há 600 anos é custodiada a imagem de Nossa Senhora Negra –, Pe. Marian Waligora, se diz convencido de que “a recordação do evento histórico de 1717 dará uma contribuição significativa para a propagação das tradições patrióticas e religiosas polonesas, constituindo uma lição do patrimônio histórico nacional e um importante apoio educacional para as novas gerações”.

Polônia, país étnica e religiosamente mais homogêneo da UE

Segundo análises do Pew Research Center, a Polônia é étnica e religiosamente o país mais homogêneo entre os Estados da União Europeia e mais de 70% dos poloneses considera a fé católica um importante critério de pertença nacional.

Além disso, ainda no contexto dos países da União Europeia, estudiosos de temáticas sociais ressaltam que na Polônia a Igreja católica goza de grande credibilidade (de cerca de 70% dos cidadãos) e a sociedade em seu conjunto é mais religiosa do que em outros lugares. (RL)

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Patriarca Sako: Natal no Iraque, proximidade ao Islã

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Bagdá (RV) - As festividades natalinas recentes foram um sinal forte de esperança para o renascimento do Iraque, assolado por guerra e violência. Não obstante os riscos de atentados, houve grande participação nas celebrações cristãs também de muçulmanos e outras denominações. Um espécie de “revolta de base contra o terrorismo, em defesa da vida, da paz e da alegria”. Este é o pensamento do Patriarca de Babilônia dos Caldeus, no Iraque, Dom Louis Raphaël I Sako. Eis o que disse na entrevista à nossa emissora.  

Dom Sako: “Este ano, o Natal teve outro sabor, porque há uma tomada de consciência no respeitar os cristãos e sua fé. Estamos realmente muito surpresos. É a primeira vez que tanta gente vem à igreja. Muitos membros do Governo. Os líderes religiosos muçulmanos nos mandaram cartas de felicitações. Penso que isso seja uma verdadeira esperança.”

É muito importante que os cidadãos continuem dialogando e convivendo pacificamente. Isso poderá influir na situação do país?

Dom Sako: “Acredito que duas coisas mudaram. A primeira é a posição clara da Igreja pela paz, o diálogo e a unidade do Iraque. A segunda é que a realidade civil é acolhedora em relação a todos os iraquianos independentemente da religião ou etnia. Além disso, ajudamos muitos muçulmanos refugiados, em Bagdá, mas também nas áreas sunitas e xiitas através da Caritas e do nosso patriarcado. Os meios de comunicação fizeram um ótimo trabalho. Muitas televisões transmitiram as celebrações do Natal para dar uma mensagem de paz não somente aos cristãos, mas a todos. Existe algo que está se movendo e esperamos que este processo continue.” 

Diante disso é possível reconstruir um Iraque multiétnico, multicultural e multirreligioso, em paz?

Dom Sako: “É o nosso destino. O Iraque não será Iraque sem cristãos, sem yazidis, xiitas e sunitas. O problema não é somente entre iraquianos, o problema é também regional. O impacto dos países vizinhos é muito grande. Não somos acostumados à cultura sectária. Ela vem de fora, assim como a ideologia do Estado Islâmico e o fundamentalismo. Esperamos que a situação mude.”

Os cristãos que fugiram da violência no Iraque estão voltando?

Dom Sako: “Isso é mais complicado, porque eles agora não podem voltar. Mosul não foi libertada e ainda há muito perigo. Além disso, é preciso reconstruir as casas, as ruas e as infraestruturas. Tem muito trabalho a ser feito. Muitos querem voltar, alguns foram ver em que condições estão suas casas. Visitei duas vezes esses povoados para dizer que é a nossa terra e nós retornaremos, mas é preciso tempo e muito trabalho. Existem povoados que foram totalmente destruídos, mas temos muita esperança.” 

(MJ)

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Arcebispo Hilarion Capucci recebe nome de rua em Ramallah

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Ramallah (RV) – Homenagem póstuma dos palestinos ao Arcebispo greco-melquita Hilarion Capucci, descrito como um ícone da luta de libertação da Palestina. Umas das ruas da cidade de Ramallah recebeuo seu nome. O prelado faleceu em Roma no último domingo (1º/01), aos 94 anos.

Capucci, nascido em Aleppo na Síria, tornou-se Arcebispo da Igreja Greco-católica em Jerusalém, em 1965. Ficou conhecido por sua oposição à ocupação israelense.

Ele foi preso por Israel e condenado a 12 anos de prisão em 1974 sob acusações de traficar armas para a resistência palestina. Foi libertado depois de quatro anos sob pressão do Vaticano e enviado para o exílio em Roma, em 1978. Mesmo exilado, ele continuou sua luta pelo povo palestino até o fim de sua vida

O Prefeito de Ramallah, Musa Hadid, anunciou que este gesto veio para "honrar a memória de Capucci em observância de suas posições nacionais e a defesa dos direitos do povo palestino". O prelado foi bastante elogiado pelo Presidente Mahomoud Abbas, que lamentou a sua morte.

 (je/wafa)

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Formação



A Igreja da Lumen Gentium e da Gaudium et Spes

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar dos documentos conciliares, falando na edição de hoje sobre "A Igreja da Lumen Gentium e da Gaudium et Spes". 

Entramos num novo ano. Daremos continuidade em 2017 ao nosso espaço de resgate histórico do Concílio Vaticano II, aprofundando os diversos documentos elaborados durante o maior Concílio da história da Igreja, que reuniu mais de 2 mil Padres Conciliares de todos os cantos do mundo, desde a sua abertura pelo Papa João XXIII em 11 de outubro de 1962 até a sua conclusão por Paulo VI, em 8 de dezembro de 1965.

O Padre Gerson Schmidt, incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre vai continuar a nos acompanhar neste percurso, trazendo para nós, na edição de hoje, "A Igreja da Lumen Gentium e da Gaudium et Spes":

"Constata-se que a Eclesiologia da Lumen Gentium e da Gaudium et Spes não apenas se completam, mas ambas são dois momentos da nova consciência eclesial proposta pelo Vaticano II. Sem a consciência trinitária, a Igreja não pode ter uma verdadeira atitude de diálogo com o mundo. Como instrumento de salvação de Deus no mundo, ela se põe a serviço do mundo, não em atitude de superioridade, mas de serviço – tônica fundamental dos padres conciliares. Essa visão está de acordo com o papel central de Jesus Cristo na sua Igreja. Ele é o centro, e não a Igreja. A Igreja não é o Reino, mas está a serviço dele.

Dois pontos queremos aqui hoje frisar:

1. Um primeiro elemento é que a consciência da relação da Igreja com a Trindade como fonte de toda a realidade, mesmo a histórica, e não pela relação de seus membros a um meio visível e criado, dá consciência à Igreja de sua natureza, isto é, de que ela é instrumento de salvação para toda a humanidade e, por isso, entra em comunhão com o mistério humano. Assim, se descortina uma perspectiva nitidamente histórico-salvífica, radicada na consciência de que a Igreja de Deus – Ekklesía tou Theou – se origina do coração do Pai pelo Filho e pelo Espírito Santo. Por isso, as duas Constituições são nitidamente cristocêntricas. O teólogo italiano Scolla afirma que a antropologia da Gaudium et Spes é uma “antropologia cristocêntrica”¹  (Como exemplo, podem citar-se os números 10, 22, 32, 38-39, 40-41, 45 da Gaudium et Spes).

De modo particular, o número 22, tão frequentemente referido pelo saudoso Papa João Paulo II, em seus documentos, o qual declara que “o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente”. É tão importante essa frase que vou repetir ao ouvinte para não esquecer – frase citada muitas vezes por João Paulo II: “o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente”. Ou seja: no mistério de Cristo, o mistério e o sentido do homem no mundo se esclarece. É em Cristo que o homem vai encontrar sua verdadeira identidade.

2. Um segundo elemento é a dimensão pastoral, como intenção geral do Concílio, mas de modo particular, dessas duas Constituições sobre a Igreja. Na Gaudium et Spes, a Igreja entra em diálogo e comunhão ativa com o mundo, ressoando, de modo especial, no aggiornamento e nos sinais dos tempos. Ela não é apenas sinal, para o mundo, da salvação de Deus, mas faz acontecer a salvação do mundo na história humana, comprometendo-se na transformação das realidades terrenas à luz do desígnio salvífico de Deus à luz do Evangelho, dos princípios cristãos.

Ela é sinal e instrumento do amor irradiador de Deus de que ela faz a experiência. Há aqui uma totalidade: não há dois desígnios de Deus: um primeiro, o original, que o pecado veio a arruinar, e um segundo, o plano salvador, que pôs na sombra o plano criador, utilizando-o como trama sobre o qual ele faria acontecer as suas maravilhas. Criação e salvação encontram-se no mesmo impulso amoroso de Deus por nós, seres humanos, conduzindo-nos à glorificação pascal. É o mesmo plano de amor de Deus. A redenção é a recapitulação da história humana para reconduzí-la à sua verdadeira fonte: o amor da Trindade".

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¹ A. SCOLA, Gaudium et Spes: dialogo e discernimento nella testimonianza della verità. In R. FISICHELLA, op. cit., p. 92.

 

 

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Atualidades



Projeto Axé: a pedagogia do desejo

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Cidade do Vaticano (RV) - Cesare di Florio La Rocca é o fundador do Projeto Axé, sediado em Salvador (BA). Além do trabalho individual com as crianças e suas famílias, o Projeto se ocupa também da formação de direitos humanos. A organização se compromete a fim de que cada indivíduo atendido possa construir um projeto de vida próprio e ter condições para realizá-lo. O educando não apenas usufruiu dos programas, mas é também conscientizado sobre seus direitos, resgata a sua autoestima e se desenvolve como ser humano. Nesta entrevista a Silvonei José, o italo-brasileiro explica o fundamento de sua proposta teórica de educação. Ouça na íntegra, clicando abaixo. 

“Uma criança que aos 10/12 anos me diz: eu não tenho nada a perder, é uma criança que foi destruída na sua capacidade de sonhar e desejar. Nós a destruímos, a sociedade a destruiu. Nós queríamos devolver, restituir à criança o direito de sonhar e de desejar. Precisávamos de um instrumento prático, concreto para realizar isto. Então, recorremos à arte e à educação juntas. Nós no Projeto Axé o chamamos ‘arteducação’, para dizer que a arte é a própria educação e a educação é a própria arte, mesmo reconhecendo as peculiaridades das duas áreas. Temos sempre que lembrar que arte e educação têm o mesmo objetivo: a transformação do ser humano. Completamos este ano 26 anos de atividades tendo recebido muitos reconhecimentos da validade deste projeto e desta realidade de vida das crianças”.

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Pe. Joãozinho: minha vida está intensamente marcada por Maria

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Cidade do Vaticano (RV) - O convidado do Porta  Aberta desta quarta-feira (04/01), é o Pe. Joãozinho da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Ele visitou esta semana a nossa emissora e conversou com Silvonei José. 

"Na verdade o meu nome é João Carlos Almeida. O meu avô, pai da minha mãe, era italiano. Quando eu vim morar na Itália entendi porque o DNA é tão forte. Há um italiano dentro de mim. Esta vontade de falar, a loquacidade, a comunicação vem da parte da minha mãe, dessa parte italiana. Da parte do meu pai Almeida, o português e indo a Portugal eu entendi essa melancolia, o desejo de ficar um pouco solitário, meditando. O pesquisador é português. Depois, tem o Carlos que vem do padrasto do meu pai que ficou órfão com cinco anos de idade e minha avô se casou novamente. A minha avô era de descendência alemã. Então, tem um italiano, alemão e português. Esse sou eu. Bato forte como um alemão, falo muito como um italiano e gosto de pesquisar como um português. Descobri, porém, que a minha avô era filha única de outro alemão de ascendência judaica. Esses são os meus quatro pilares genéticos. Judeu, italiano, português e alemão. Para resumir ficou o João que é o discípulo amado do Sagrado Coração de Jesus que para simplificar ficou Joãozinho, talvez pelo meu tamanho."

(MJ/SJ) 

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