Sumario del 08/01/2017
- Papa aos pais: ensinar a fé aos filhos com o exemplo. A fé é luz!
- Papa: anunciar o Evangelho com ternura e firmeza, sem arrogância ou imposição
- Papa: que Deus aqueça o nosso coração para ajudarmos quem passa frio
- Papa: Dormitórios vaticanos para sem-teto abertos 24 horas
- Francisco: viajar para encorajar as sementes de esperança que existem
- Papa, cada vez mais uma voz solitária em favor da paz
- Baldisseri: Pastoral das famílias na 'Amoris laetitia', com as portas abertas
- Encontro na Venezuela reúne bispos e leigos
- Igreja Católica argentina terá FM na Antártica
- Sacerdote desaparecido no México
- Espaço Interativo: qual é seu maior desejo para o Brasil em 2017?
- Auschwitz com mais de 2 milhões de visitantes em 2016
Papa aos pais: ensinar a fé aos filhos com o exemplo. A fé é luz!
Cidade do Vaticano (RV) – Na Festa do Batismo de Jesus, o Papa presidiu à celebração Eucarística na Capela Sistina, batizando 28 crianças.
Em sua breve homilia, pronunciada de forma espontânea, Francisco exortou os pais a “custodiarem a fé das crianças e a fazê-la crescer, para que se torne um testemunho para os outros”.
“Vocês pediram para vossas crianças a fé que será dada no Batismo – explicou – porque a fé deve ser vivida. Caminhar na estrada da fé e dar testemunho da fé”.
O Papa observou que a fé não é apenas “recitar o Creio quando vamos na Missa no domingo, não é só isto! A fé é acreditar naquilo que é a verdade: o Pai que enviou o Filho e o Espírito que nos vivifica”, ressaltando:
“Mas a fé também é confiar-se a Deus e isto vocês devem ensinar a eles com vosso exemplo, vossa vida. A fé é luz”.
Ao referir-se à vela presente no rito do Batismo, Francisco recordou que nos primeiros tempos do cristianismo, o Batismo era chamado de “a iluminação, porque a fé ilumina o coração, faz ver as coisas com outra luz”. Por isto, a responsabilidade dos pais:
“A Igreja dá a fé pelo Batismo aos vossos filhos e vocês têm a missão de fazê-la crescer, custodiá-la para se tornar testemunho para todos os outros. Este é o sentido de toda esta cerimônia”.
Ao final de suas breves palavras, de forma muito descontraída o Papa referiu-se ao “concerto” proporcionado pelo choro de algumas crianças:
“Começou o concerto, hein?!?! Porque as crianças estão em um lugar que não conhecem, talvez tenham se levantado mais cedo do que o habitual. Aí uma começa, dá o tom, e as outras vão atrás. Muitas choram porque a outra chora. E gosto de recordar que Jesus também fez isto. A primeira oração de Jesus na estrebaria foi um choro”.
Antes de concluir, Francisco disse às mães para sentirem-se à vontade caso quisessem amamentar seus filhos durante a cerimônia na Capela Sistina, visto a duração da cerimônia e as crianças poderiam estar com fome.
Após suas palavras, Francisco batizou uma por uma das 28 crianças. (JE)
Papa: anunciar o Evangelho com ternura e firmeza, sem arrogância ou imposição
Cidade do Vaticano (RV) – “A verdadeira missão nunca é proselitismo, mas atração a Cristo, a partir da forte união com Ele na oração, na adoração e na caridade concreta”.
Ao encontrar milhares de fieis na Praça São Pedro, a uma temperatura de 1°C, para a oração do Angelus, Francisco falou sobre “o estilo missionário dos discípulos de Jesus: anunciar o Evangelho com brandura e firmeza, sem arrogância ou imposição”.
O evangelho de Matheus, da Liturgia do dia, narra o Batismo de Jesus, que marca o início de sua vida pública. João quis impedir Jesus de ser batizado, dizendo ser ele a ter necessidade de receber o Batismo do Mestre. “Batista, de fato – explicou o Papa – tem consciência da grande distância que existe entre ele e Jesus. Mas Jesus veio para preencher a distância entre o homem e Deus: se Ele é totalmente da parte de Deus”, também o é da parte do homem, “reunindo assim o que estava dividido”.
Com o Batismo de Jesus por João, cumpre-se o desígnio do Pai que “passa pelo caminho da obediência e da solidariedade com o homem frágil e pecador, o caminho da humildade e da plena proximidade de Deus aos seus filhos. Porque Deus é tão próximo a nós, tão!”.
“Este é meu Filho muito amado, em quem coloco todo o meu favor”, diz o Pai, quando Jesus é batizado e sai do Jordão e sobre ele desce o Espírito Santo em forma de pomba, “dando início à sua missão de salvação”. “Missão caracterizada pelo estilo do servo humilde e brando, munido somente com a força da verdade, como havia profetizado Isaías”:
“Eis o estilo de Jesus, e também o estilo missionário dos discípulos de Cristo: anunciar o Evangelho com ternura e firmeza, sem gritar, sem censurar ninguém, mas com ternura e firmeza, sem arrogância ou imposição. A verdadeira missão não é nunca proselitismo, mas atração a Cristo. Mas como? Como se atrai a Cristo? Com o próprio testemunho, a partir da forte união com Ele na oração, na adoração e na caridade concreta, que é serviço a Jesus presente nos menores dos irmãos”.
“À imitação de Jesus pastor bom e misericordioso, e animados pela sua graça – prosseguiu o Santo Padre - somos chamados a fazer de nossa vida um testemunho alegre que ilumina o caminho, que leva esperança e amor”:
“Esta festa nos faz redescobrir o dom e a beleza de ser um povo de batizados, isto é, de pecadores salvos pela graça de Cristo, inseridos realmente, por obra do Espírito Santo, na relação filial de Jesus com o Pai, acolhidos no seio da mãe Igreja, capazes de uma fraternidade que não conhece limites e barreiras”.
Ao concluir sua reflexão, Francisco pediu que a “Virgem Maria ajude a todos nós cristãos a conservar uma consciência sempre viva e reconhecida do nosso Batismo e a percorrer com fidelidade o caminho inaugurado por este Sacramento de nosso renascimento. E sempre humildade, brandura e firmeza”.
Após rezar o Angelus, o Papa recordou que recém havia batizado “um bom grupo de recém nascidos - 28 -”, pedindo oração por eles e por suas famílias. "Também ontem batizei um jovem catecúmeno. E gostaria de estender a minha oração a todos os pais que neste período estão se preparando para o Batismo de um filho, ou há pouco o festejaram.
“Invoco o Espírito Santo sobre eles e seus filhos, para que este Sacramento, tão simples e ao mesmo tempo tão importante, seja vivido com fé e com alegria”.
Francisco, a seguir, convidou a todos para unirem-se “à Rede Mundial de Oração do Papa, que difunde, também pelas redes sociais, as intenções de oração que proponho a cada mês, a toda a Igreja. Assim se leva em frente o apostolado da oração e se faz crescer a comunhão”. (JE)
Papa: que Deus aqueça o nosso coração para ajudarmos quem passa frio
Cidade do Vaticano (RV) - Ao final do Angelus, o Papa Francisco pediu a todos solidariedade pelos que vivem nas ruas e passam frio devido às baixas temperaturas:
“Nestes dias de tanto frio, penso e vos convido a pensar em todas as pessoas que vivem pelas ruas, atingidas pelo frio e muitas vezes pela indiferença. Infelizmente alguns não conseguiram. Rezemos por eles e peçamos ao Senhor para aquecer o nosso coração e ajudá-los”.
De fato, as baixas temperaturas verificadas em todas a Itália e em diversos países, tem provocado vítimas entre as pessoas que não tem uma moradia. Até o momento, somente na Itália, cinco pessoas morreram de frio.
Algumas estações de metrô em Roma tem permanecido abertas durante a noite para oferecer abrigo aos necessitados. Grupos de solidariedade percorrem as ruas e distribuem cobertores e alimentos aos milhares de sem-teto espalhados por toda a cidade de Roma. (JE)
Papa: Dormitórios vaticanos para sem-teto abertos 24 horas
Cidade do Vaticano (RV) – As baixas temperaturas que tem se verificado na Itália em decorrência de uma massa de ar polar, levaram o Papa Francisco a tomar uma série de medidas para oferecer ajuda e um abrigo aos sem-teto que vivem nas cercanias do Vaticano.
Em declarações à Agência Ansa, o Arcebispo Konrad Krajewski, responsável pela Esmolaria Pontifícia, informou que os dormitórios permanecerão abertos 24 horas, e a qualquer pessoa que bater à porta, será oferecido um lugar aquecido e alimento, mesmo que todas as camas estejam ocupadas.
Desta forma, permanecerão abertos o dormitório “Dom de Maria”, gerido pelas Irmãs da Caridade, o dormitório da Via Ratazzi e o dormitório “Dom de Misericórdia”, localizado na Via dei Penitenzieri, que desde sexta-feira já acolhe 20 pessoas além de sua capacidade.
Para aqueles que resistem em ir a um dos dormitórios colocados à disposição, a Esmolaria está distribuindo sacos de dormir térmicos - com capacidade para resistir a temperaturas de até – 20°C - assim como automóveis da instituição.
“O carro, naturalmente, não pode ficar ligado durante toda a noite, porque é perigoso – explica Dom Krajewski – mas como um abrigo já é alguma coisa”.
Um dos beneficiados, por exemplo, foi um morador de rua de 85 anos, que dormiu em um Fiat Qubo, colocado à disposição pela Esmolaria Pontifícia.
“Fazemos todo o possível”. Aos sem-teto “são levadas também sopas quentes, sanduiches e chocolate quente para fornecer calorias”, explicou o Esmoleiro, cuja obra – em concordância com o Pontífice – é totalmente financiada com os recursos provenientes dos pergaminhos papais (“Bênção Apostólica”).
Também os militares do Exército colaboram com a Esmolaria, assim como uma equipe da Guarda Suiça que auxilia Dom Krajewski nos giros noturnos que faz pela cidade de Roma em busca de pessoas necessitadas.
“Isto sempre acontece – ressaltou o Arcebispo polonês – mas agora multiplicamos estes serviços”.
(je/adc)
Francisco: viajar para encorajar as sementes de esperança que existem
Cidade do Vaticano (RV) – Um livro sobre as viagens do Papa Francisco, que pretende levar aos leitores os bastidores dos deslocamentos de Francisco ao redor do mundo. Intitulado “Em Viagem”, a obra do jornalista Andrea Tornielli, do La Stampa, inicia com uma longa entrevista com Bergoglio, e estará nas livrarias italianas a partir desta terça-feira.
“Sinceramente, nunca gostei muito de viajar”, confessa Jorge Mario Bergoglio, ao responder com a sinceridade que lhe é peculiar, à pergunta de Tornelli sobre suas viagens apostólicas. “Sempre me cansou estar longe de minha diocese, que para nós, bispos, é a nossa “esposa””, revela.
A primeira viagem como Pontífice na Itália foi à Lampedusa. “Eu senti que devia ir, as notícias sobre os migrantes mortos no mar me tocaram e comoveram muito”, “era importante ir lá”.
Encorajar sementes de esperança
Após a viagem ao Rio de Janeiro para a JMJ – programada desde antes sua eleição – Bergoglio decidiu responder “simplesmente sim” aos convites que se sucederam. Deixou-se “levar”. “Agora – afirma – sinto que devo fazer as viagens, ir visitar as Igrejas, encorajar as sementes de esperança que existem”.
As viagens – confidencia – “são cansativas, mas digamos que por agora eu consigo”. Talvez – destaca – “me cansem do ponto de vista psicológico, mais do que fisicamente”. Todavia, há uma “riqueza inimaginável” nas viagens, “rostos, testemunhos, imagens, experiências”. Uma riqueza “que sempre me faz dizer: valeu a pena”.
Quando viajam, os Pontífices levam Jesus a quem sofre
O Papa fala também do entusiasmo das pessoas durante suas viagens. E recordando Paulo VI, comenta que “o Papa deve ter consciência do fato de que ele leva Jesus, testemunha Jesus e a sua proximidade e ternura à todas as criaturas, de modo especial àqueles que sofrem”.
Francisco recorda então alguns momentos indeléveis de suas viagens, do “entusiasmo dos jovens no Rio de Janeiro, que me atiravam de tudo no papamóvel” à acolhida nas Filipinas, em particular em Tacloban, sob uma chuva torrencial.
Trago em meu coração as pessoas que encontro
Tornielli perguntou a Francisco como ele se recorda das tantas pessoas que encontra. “Trago-as em meu coração – responde – rezo por elas, rezo pelas situações dolorosas e difíceis com as quais tive contato. Rezo para que se reduzam as desigualdades que vi”.
O Papa reitera que na Europa preferiu visitar países que “estão ou estiveram em graves dificuldades”. Isto – observa – “não significa não ter atenção pela Europa, que encorajo como posso, a redescobrir e a colocar em prática as suas raízes mais autênticas, os seus valores”.
Francisco diz estar convencido de que “não serão as burocracias ou os instrumentos da alta finança a nos salvar da crise atual e a resolver o problema da imigração, que para os países da Europa é a maior emergência desde o final da II Guerra Mundial”.
Entendo as exigências da segurança, mas não aceito barreiras com as pessoas
Francisco responde, por fim, sobre o tema da segurança em suas viagens apostólicas. “Eu – ressalta – agradeço aos gendarmes e aos guardas suíços por terem se adaptado ao meu estilo”, “não consigo me deslocar em carros blindados ou nos papamóveis com vidros à prova de balas, fechados”.
“Um bispo é um pastor, um padre, não podem existir barreiras entre ele e as pessoas”, reitera. “É necessário confiar e entregar-se, estou consciente dos riscos”, mas “não temo pela minha pessoa”.
Existe sempre – conclui – “o perigo de algum gesto imprevisto de algum louco. Mas o Senhor está sempre presente”.
(Síntese de Alessandro Gisotti/JE)
Papa, cada vez mais uma voz solitária em favor da paz
Cidade do vaticano (RV) – Grande a expectativa pelo discurso que o Papa Francisco fará esta segunda-feira (09/01) aos membros do Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé. Atualmente o Vaticano mantém relações diplomáticas com 181 países.
Sobre o papel do Papa em favor da paz e o compromisso da diplomacia vaticana pelo diálogo entre os povos, a Rádio Vaticano entrevistou o Prof. Agostino Giovagnoli, docente de história Contemporânea na Universidade Católica de Milão:
“A voz do Papa sobre as maiores questões internacionais é cada vez mais ouvida; talvez - não apesar – não tenha um poder político a exercer, mas também – e sobretudo – graças a isto: o fato de ser simplesmente um líder moral, mas também o representante de uma fé muito difundida em todo o mundo. E também porque a Igreja Católica, e em particular os Sumos Pontífices, no decorrer do século XX e também no atual, sempre deram mais atenção aos problemas da paz e aos problemas de todo o mundo, para além de uma visão especificamente confessional. E isto torna a voz do Papa uma das pouquíssimas vozes com uma projeção global e uma atenção tão intensa ao problema da paz”.
RV: Além da voz do Papa, existe também uma ação concreta que a Santa Sé expressou, também em 2016: pensemos no restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba; à reconciliação na Colômbia; aos esforços pela pacificação da Venezuela. Portanto, existe também este elemento muito concreto...
“O Papa Francisco tem um interesse e um empenho muito ativo pelo tema da paz, também nas muitas situações concretas em que se está desenvolvendo, aquela que ele define como uma espécie de “Terceira Guerra Mundial em pedaços”. Deste ponto de vista, é necessário constatar uma certa crescente solidão do Papa como voz de paz. O Papa falou recentemente no Consistório de um “vírus de inimizade”. Enquanto no ano passado havia falado ao Corpo Diplomático do problema da indiferença, como de um “grave mal de nosso tempo”, tocar o tema da inimizade significa constatar quase um agravamento que talvez exista no mundo atual, que torna a guerra alguma coisa de sempre mais habitual e aceita. Não obstante isto, o Papa Francisco está decididamente contra a corrente e por isto as suas palavras tornam-se ainda mais importantes”.
RV: Na sua opinião, existe algum elemento específico do Francisco que se coloca, obviamente, sempre na esteira dos grandes Papas, pela paz, porém com algum elemento novo, alguma renovação de conteúdos?
“Certamente os traços originais deste Pontificado não são poucos, e também nesta questão. Eu diria que em Francisco existe uma sensibilidade particular do ponto de vista dos povos – se posso assim dizer – isto é, daqueles que são, em qualquer lugar do mundo – sofredores pela guerra: da América Latina ao Oriente Médio, à Ucrânia e aos outros lugares aos quais ele dirige seguidamente sua atenção. Isto é particularmente adaptado ao tempo em que vivemos, que é um tempo de esfriamento dos grandes planos internacionais e das grandes organizações internacionais e em que, aquilo que conta, é a capacidade de uma iniciativa, presente nas situações de crise e atenta em colher as grandes questões, como por exemplo, a das migrações internacionais, que são também elas, de qualquer maneira, ligadas ao tema da paz. Assim, é um Papa que sabe ler o mundo pós-moderno, se assim posso dizer”.
(AG/JE)
Baldisseri: Pastoral das famílias na 'Amoris laetitia', com as portas abertas
Cidade do Vaticano (RV) - A "Igreja em saída" é contemporaneamente "também a Igreja das portas abertas". É esta a realidade que emerge do caminho sinodal sobre a família que encontrou plena expressão pastoral na Exortação Apostólica Amoris laetitia, explicou o Cardeal Lorenzo Bladisseri, em uma conferência proferida na cidade italiana de Civitavecchia.
As palavras-chaves do documento "acolher, acompanhar, discernir e integrar" - afirmou o Secretário Geral do Sínodo dos Bispos - são uma mensagem de esperança para todas as famílias, mesmo para aquelas que vivem situações de dificuldade e de crise, marcadas pela fragilidade ou pelas feridas. Todas são convidadas a caminhar com confiança, conscientes de que, "não deixando-se abater pelos desafios aos quais são submetidas no contexto da sociedade moderna", possam realmente "viver plenamente a sua vocação e a sua missão na Igreja e no mundo contemporâneo".
O purpurado explicou nos detalhes o percurso sinodal, que foi da consulta ao povo de Deus recebida no instrumentum laboris, à discussão "aberta e franca" das duas Assembleias que levaram à redação da relatio finalis e o documento do Pontífice. Um processo que foi "a concretização prática da maneira como o Papa Francisco entende a sinodalidade como exercício permanente na vida eclesial".
O método usado - acrescentou o Cardeal - é aquele que deveria acompanhar a Igreja cada vez em que se deseja "tomar decisões acertadas e realmente que correspondam à vontade de Deus", isto é, o do "discernimento".
E foi precisamente o discernimento a linha mestra para tratar dos inumeráveis casos que se apresentaram diante dos padres sinodais: não áridas questões formais ou teológicas, mas a vida cotidiana das famílias em todas as suas facetas, mesmo - e sobretudo - aquelas mais dolorosas.
"Amoris laetitia - sublinhou o Secretário Geral do Sínodo - usa o verbo discernir sobretudo no Capítulo 8, colocando-o no título em meio a outros dois verbos: acompanhar e integrar a fragilidade".
De fato, "quando o amor não corresponde mais à forma do sacramento nupcial, a Igreja cuida destas pessoas feridas, para que possam reencontrar o caminho do Evangelho, à luz do primado da graça de Deus que nunca abandona". Disto, a dimensão da acolhida.
Isto não significa - precisou o purpurado - que "a normativa e a doutrina da Igreja" sofram variações ou que esta não leve em consideração "a reflexão moral tradicional". Vale, porém, o fato d que levando em consideração a "norma geral", as "situações particulares devem ser consideradas na sua especificidade".
Neste sentido, a Amoris laetitia traça linhas bem claras em relação, por exemplo, à "delicada questão dos divorciados recasados civilmente", com as indicações sobre a "possibilidade da reconciliação sacramental e de receber a Eucaristia".
Trata-se sempre de um "caminho" que favoreça "a maturação de uma consciência iluminada. Mais uma vez - se entende como "um autêntico processo de discernimento" seja "decisivo para que o acolher e o acompanhar, elementos típicos da Igreja em saída, não se limitem a uma genérica proximidade às pessoas, que - mesmo sendo importante - deixa de qualquer forma cada um na própria situação de partida".
O discernimento - pelo contrário - "faz com que o acolher e o acompanhar sejam voltados ao cumprimento de um caminho a ser percorrido juntos", com o objetivo "de "integrar" na vida da Igreja todos aqueles a quem ela se aproxima ou que se aproximam dela, segundo as possibilidades, as etapas e as modalidades próprias de cada um.
Aspecto consequente desta impostação é, depois, o cuidado que se deve ter "na preparação dos noivos ao Sacramento do Matrimônio e no seu acompanhamento após as núpcias. Este é um elemento fundamental para "evitar a deriva e o fracasso do matrimônio e da família".
O "caminhar juntos" é, de resto, precisamente o estilo necessário para cada situação, mesmo naquelas mais difíceis nas quais é pedido para "acompanhar a fragilidade e curar as feridas".
Sempre com "o princípio da gradualidade pastoral que reflete a pedagogia divina: como Deus cuida de todos os seus filhos, a começar pelos mais fracos e distantes, assim, "a Igreja se volta com amor àqueles que participam da sua vida em modo imperfeito".
Uma síntese desta comportamento é encontrado em uma eloquente expressão usada pelo purpurado: "Para acompanhar e integrar as pessoas que vivem em situação chamada "irregular" - especificou - é necessário que os pastores olhem para elas frente a frente, uma por uma".
Mas o empenho não diz respeito somente aos pastores: o "caminhar juntos" diz respeito a toda a comunidade, "família das famílias", chamada a viver aquilo que o Jubileu da Misericórdia nos ensinou, ou seja, "o primado absoluto da graça de Deus, ao qual somos chamados a responder com o primado da caridade".
(Osservatore Romano /JE)
Encontro na Venezuela reúne bispos e leigos
Caracas (RV) – No âmbito dos preparativos da XVII Assembleia Plenária Ordinária do Episcopado venezuelano, será realizada a I Assembleia conjunta de Bispos e leigos da Venezuela, com início este domingo e conclusão na segunda-feira, 9 de janeiro, na Catedral de São Jorge, em Montalbán.
Esta primeira Assembleia conjunta de Bispos e Leigos tem como lema “Igreja em comunhão, por uma Venezuela mais justa e crente”, e pretende construir desde o discernimento e o diálogo, assim como linhas de ação, a fim de dar respostas concretas às exigências e desafios atuais, que permitam a bispos e leigos – Igreja em comunhão – propor e trabalhar ideias chaves para a transformação sócio-política venezuelana.
O encontro – para a revisão e conversão pastoral e eclesiológica - é organizado pelo Departamento de Leigos da Conferência Episcopal DA Venezuela e pelo Conselho nacional das distintas Arquidioceses e Dioceses do país.
A Diretora do Departamento de Leigos da CEV, Carolina Rivas, expressou que este encontro será um espaço de discernimento pastoral sobre o trabalho do laicato na Venezuela, como protagonista da sociedade venezuelana, que deve direcionar seu trabalho “para fora”, ou seja, um trabalho “em saída”, para ser fermento do Evangelho em meio À sociedade.
No mesmo sentido, assinalou que as diversas temáticas a serem trabalhadas durante o encontro, “serão um impulso em cada diocese para concretizar ações pastorais que garantam uma participação real do laicato. Um encontro que se traduzirá em ação pastoral”.
Este se une, seguindo o Conselho Plenário da Venezuela, à missão fundamental de todos os leigos de realizar sua vocação secular na sociedade desde sua identidade cristã, como membro da Igreja em plena sintonia com o momento histórico que vivemos. Este é o maior desafio que se apresenta neste momento.
(JE)
Igreja Católica argentina terá FM na Antártica
Buenos Aires (RV) – A Igreja Católica argentina vai instalar uma estação de FM na Antártida. A resolução 9226 foi publicada pela Entidade Nacional de Comunicações (Enacom) no Boletim Oficial de 19 de dezembro de 2016.
A medida foi aprovada na reunião do diretório da Enacom, realizada em 15 de dezembro do ano passado.
“A estação da Igreja Católica Apostólica Romana funcionará na Base de Vicecomodoro Marambio, da Província de Tierra del Fuego, Antártida e Islas del Atlántico Sur, no canal 220, frequência 91.9 MHz, categoria ‘F’ e sinal distintiva LRF945”, sublinha a Resolução.
O Artigo 2º indica que a Igreja Católica “determinará o espaço organizacional – dentro de seu âmbito, conforme o Direito Canônico – em que se desenvolverá o funcionamento e operação da emissora a que se refere o artigo primeiro da presente”.
Na Resolução da Enacom é especificado que a autorizada terá 180 dias para apresentar a documentação técnica definitiva para sua aprovação e posterior habilitação do serviço.
(je/aica)
Sacerdote desaparecido no México
Cidade do México (RV) – A Diocese de Saltillo, no México, informou que o sacerdote Joaquín Hernández Sifuentes, Vigário da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na colônia La Aurora, em Saltillo, desapareceu depois de celebrar as Missas de Ano Novo.
O comunicado informa que no dia 2 de janeiro o sacerdote partiu para Moncloca, regressando às 3 horas da tarde. Padre Joaquín sairia em férias por uma semana no dia seguinte.
“O frei Víctor Sifuentes Méndez, amigo de Padre Joaquín, tentou comunicar-se com ele por telefone na última terça-feira, mas não obteve resposta. Ao abrir o Whatsapp em seu próprio telefone, constatou que a última atividade do Padre Joaquín foi em 3 de janeiro às 5h30 da manhã”, observa o comunicado.
Um vizinho da paróquia relatou que cedo naquele dia viu dois indivíduos entrando no carro do sacerdote, porém não viu se o sacerdote os acompanhava.
Ao não obter resposta do Padre, Frei Víctor foi até a casa paroquial na quinta-feira, 5 de janeiro, contatando que a mala de viagem do sacerdote estava lá, com os paramentos, assim como as lentes que normalmente usa para poder dirigir.
Baseada em acontecimentos precedentes, a Diocese supõe que o sacerdote tenha sido vítima de um sequestro, o que motivou a denúncia à Procuradoria Geral do Estado.
(je/el Heraldo)
Igreja indiana ao lado dos dalit, contra a discriminação de castas
Mumbai (RV) - A Conferência Episcopal da Índia aprovou, nos dias passados, um plano de políticas para melhorar as condições dos dalit na Igreja Católica na Índia.
Trata-se de um longo documento - fruto do trabalho a nível diocesano e local de numerosos sacerdotes, leigos, homens e mulheres de boa vontade - que tem por objetivo esconjurar definitivamente a tradicional discriminação de casta conta os dalit ("intocáveis") em vigor há séculos.
O tema toca profundamente Igreja local, formada em sua maioria precisamente pelos dalit. De fato, em um total de 19 milhões de católicos (segundo dados da Agência Asianews), doze milhões são dalits.
O ponto de partida - escrevem os bispos no documento - "é afirmar que a palavra dalit não tem uma conotação negativa ou indica uma identidade de casta. Antes disto, devemos restaurar uma identidade afirmativa, humanizante e dotada de poder, que interroga nossa fé".
Os cristãos dalit - continuam os prelados - "mantém viva a visão do Reino de Deus, de justiça e de amor. Eles, com coragem, convidam a Igreja a colocar a justiça, o amor - valores fundamentais da Bíblia - no centro de sua missão".
O documento foi apresentado durante um evento - considerado histórico pelos prelados - realizado na sede da Conferência Episcopal e do qual tomaram parte, entre outros, o Cardeal Baselios Cleemis Thottunkal, Arcebispo Maior de Trivandrum dos Sírio-malakarenses e Presidente da Conferência Episcopal da Índia, e do Ministro das Finanças.
"A Índia - recordou o Cardeal Baselios - é o berço de muitas civilizações e religiões. Grandes sábios imaginaram uma comum família humana e reconheceram a centelha do Divino em cada ser humano. Infelizmente na sociedade indiana, existem ainda manchas, como o sistema de castas e dos intocáveis".
Para o purpurado, em um contexto "de transformação estatal e de justiça de transição", os bispos consideram ser um "imperativo ético conceber um plano de ação inspirado em uma visão de construção do Reino de Deus".
A urgência deriva das atuais múltiplas formas de discriminação que os dalit sofrem na Índia, e, em particular, os dalit cristãos.
Dom Anthonisamy Neethinathan, Presidente do Departamento para as Castas e as Classes Desfavorecidas da Conferência Episcopal Indiana, sublinhou que enquanto os hinduístas, sikhs e budistas gozam de facilidades e políticas miradas, "os dalit cristãos são privados dos meios de sustento, como vantagens econômicas, oportunidades de trabalho, representação política e proteção legal, com base no que foi estabelecido pela "Prevention of Atrocities Act de 1989".
Isto - acrescentou - deriva de uma ordem presidencial de 1950, na qual fica estabelecido que quem professa uma religião diferente do hinduísmo, sikhismo e budismo, não pode ser considerado membro das "Scheduled Caste" (grupos desfavorecidos, que todavia recebem ajudas e subsídios)".
Não obstante a Constituição indiana proíba o sistema de castas, é ainda muito difundido um sentimento de supremacia ligada à origem social. Um sintoma disto é o elevado número de violências, estupros e homicídios contra os dalit.
A cada 18 minutos, de fato, é cometido algum tipo de crime contra algum. A cada dia, três mulheres são violentadas, 11 pessoas agredidas, duas casas são queimadas.
37% dos dalit vive abaixo da linha de pobreza; 54% das crianças sofre de má-nutrição; 83 recém nascidos em cada mil morrem nos primeiros dias de idade.
No âmbito educativo, 45% dos dalit é analfabeto. E não só. Nos casos em que conseguem ter acesso às escolas públicas - algo muito difícil - a taxa de suicídio entre os estudantes é altíssima.
Os dalit cristãos vivem as mesmas discriminações. O que é pior - admitem os bispos - é que a discriminação ocorre também dentro na Igreja, sobretudo a nível de representação na liderança religiosa e laica.
Neste sentido, os prelados exprimem "a necessidade de enfrentar com urgência a questão". Antes de tudo, devem ocorrer mudanças no campo da educação, do acesso aos recursos econômicos e aos postos de trabalho, o que pode ser efetuado por meio da Caritas Índia, que pode promover e financiar obras e projetos.
Ademais, se deve investir na acolhida e no apoio às vocações dos dalit, sempre em aumento, e em uma plena participação nas mais altas esferas eclesiásticas.
(L'Osservatore Romano /JE)
Espaço Interativo: qual é seu maior desejo para o Brasil em 2017?
Cidade do Vaticano (RV) - A pergunta da semana em nossas redes sociais para o Espaço Interativo foi: Qual é o seu maior desejo para o Brasil em 2017?
Dentre as mensagens que chegaram à redação por Whatsapp, selecionamos as seguintes:
Alice Bonvino, São José do Rio Preto (SP);
Artur, Pelotas (RS);
Francisca Naiara, Caldas Novas (GO);
Reinaldo, Congonhas (MG);
Darlene Fátima, Votuporanga (SP);
André Luiz, Esmeraldas (MG);
Amauri Bazotti, São José do Rio Preto (SP);
Bianca, Florânia (RN);
Pedro, Campina Grande (PB);
Lidia Maria Peçanha de Sales, Rio de Janeiro (RJ);
Paola Olivo, Turvo (SC);
Auschwitz com mais de 2 milhões de visitantes em 2016
Cracóvia (RV) - Dois milhões e cinquenta e três mil pessoas de todo o mundo visitaram em 2016 os antigos campos de concentração e extermínio nazistas de Auschwitz e Auschwitz II-Birkenau. O número representa um recorde na história do Memorial, que este ano marcará o 70º aniversário da sua criação.
Os dez países com maior número de visitantes são: Polônia (424.000), Reino Unido (271.000), Estados Unidos (215.000), Itália (146.000), Espanha (115.000), Israel (97.000), Alemanha (92.000), França (82.000), República Tcheca (60.000) e Suécia (41.000).
Em 2016, o número de visitantes de vários países aumentou significativamente em relação ao ano anterior: Portugal (115%), Itália (91%), Espanha (68%), Israel (59%) e França (44%).
JMJ Cracóvia
Um evento único no ano passado foi a Jornada Mundial da Juventude. De fato, mais de 155 mil pessoas visitaram o Memorial no período de 12 dias durante o qual o local foi acessível somente para peregrinos da JMJ. O maior comparecimento durante a Jornada Mundial da Juventude foi registrado em 26 de julho, quando o Memorial foi visitado por quase 21 mil peregrinos. Nunca anteriormente tantas pessoas visitaram as antigas instalações dos campos em um único dia. A maior frequência mensal do ano passado foi registrada em agosto - 271.225 visitantes.
“Advertências escuros” do passado
"No mundo de hoje - dilacerado por conflitos, por um crescente sentimento de insegurança e fortalecimento de tons populistas no discurso público - é necessário ouvir novamente as advertências mais escuras do passado", afirmou o Dr. Piotr MA CylyÅ„ski, diretor do Museu e Memorial.
"Um passado não tão distante do qual os efeitos dolorosos ainda são sentidos por testemunhas que vivem entre nós, suas famílias e as próximas gerações. Em uma era de mudanças tão rápidas na cultura e na civilização, devemos reconhecer novamente os limites além dos quais a loucura do ódio organizado e da cegueira podem escapar novamente fora de qualquer controle ", acrescentou.
Visitas guiadas em 20 línguas
A este respeito, a visita aos campos de concentração representam uma experiência educativa única. 73 por cento dos visitantes (quase 1,5 milhões de visitantes) visitaram o Memorial com um dos 286 educadores-guias do Museu, que explicam a história de Auschwitz em quase 20 línguas.
"Um número tão grande de idiomas para visitas guiadas é único em escala global. É tão importante como visitar com um educador, que te dá a possibilidade de descobrir o espaço autêntico do antigo campo e o destino das vítimas de Auschwitz ", disse Andrzej Kacorzyk, diretor do Centro Internacional de Educação para Auschwitz e do Holocausto .
Reservas online
A admissão de um número tão grande de visitantes foi possível graças ao sistema de reservas eletrônicas em visit.auschwitz.org. Graças ao sistema, foi possível criar condições adequadas e seguras para que os visitantes explorem o espaço histórico, bem como o espaço protegido pela conservação do antigo campo.
Visitas individuais
Além da variedade de passeios que são oferecidas com educador-guias, o museu oferece um tour de seis horas em língua alemã para visitantes individuais. Em 2016, com exceção de mais de 61 mil grupos organizados, os guias conduziram visitas a 310.736 pessoas, que visitaram o Memorial individualmente.
"A análise do sistema de reservas mostra que precisamos continuar nossos esforços para tornar o site cada vez mais disponível. A visita ao Memorial Auschwitz agora pode ser reservada com um ano de antecedência. Também decidimos que, a partir de março, o local do antigo campo estará aberto aos visitantes das 7h30 da manhã ", disse Andrzej Kacorzyk.
Atividades educacionais
Além de orientar um grande número de visitantes no Memorial, uma parte importante das atividades educacionais do Museu estão representadas por projetos educacionais especializados. De fato, cerca de 15.000 pessoas de todo o mundo participaram de seminários, conferências ou outras atividades do Centro Internacional de Educação sobre Auschwitz e o Holocausto em 2016. O Centro também coordenou as atividades de mais de 300 voluntários, estagiários e estagiários de todo o mundo que Ajudando no trabalho diário do Museu, saiba mais sobre o Memorial e sua história.
Jornalistas
Em 2016, várias centenas de jornalistas de todo o mundo relataram eventos no Memorial. O Centro Educacional também organizou o primeiro seminário dedicado a este grupo profissional específico, isto é, correspondentes de mídia estrangeira na Polônia. 150 equipes de filmagens produziram documentários.
Mídias sociais
Os portais de mídia social também são uma parte importante da mensagem direta, graças à qual informações históricas, fotografias e descrições dos eventos mais importantes no Memorial, por exemplo, uma celebração de aniversário, aparecem no espaço virtual todos os dias. Quase 230.000 pessoas usam o perfil do Museu no Facebook; Mais de 30.000 seguem a conta do Museu no Twitter, e 22.0000 no Instagram. Em 2016, mais de 43 milhões de visitas ao site www.auschwitz.org foram gravadas.
(je)