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Sumario del 09/01/2017

Papa e Santa Sé

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Papa e Santa Sé



Papa analisa conjuntura mundial ao encontrar embaixadores

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã de segunda-feira (09/01), no Vaticano, os embaixadores junto à Santa Sé para o tradicional encontro no início do novo ano. 

A audiência é uma ocasião para o Pontífice fazer uma análise da conjuntura política internacional, tratando dos temas que mais preocupam o cenário global.

Francisco dedicou o seu discurso (íntegra) à segurança e à paz, pois considera que é importante dirigir uma palavra de esperança no clima de geral apreensão pelo presente e de incerteza e angústia pelo futuro.

Violência

O primeiro tópico tratado pelo Papa foi a violência, em especial de matriz religiosa. Ao invés de abrir aos outros, a religião pode ser usada como pretexto de fechamentos, marginalizações e violências. Francisco citou as vítimas do terrorismo nos seguintes países: Afeganistão, Bangladesh, Bélgica, Burkina Faso, Egito, França, Alemanha, Jordânia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Estados Unidos, Tunísia e Turquia.

“São gestos vis, que usam as crianças para matar, como na Nigéria; tomam de mira quem reza, como na catedral copta do Cairo, quem viaja ou trabalha como em Bruxelas, quem passeia pelas ruas da cidade, como em Nice e Berlim, ou simplesmente quem festeja a chegada do Ano Novo, como em Istambul.”

O Pontífice faz um apelo a todas as autoridades religiosas para que se mantenham unidas em reiterar que nunca se pode matar em nome de Deus. O terrorismo fundamentalista, afirma, é fruto de uma grave miséria espiritual, que muitas vezes aparece associada a uma notável pobreza social.

Por isso, aos líderes políticos, Francisco pede que evitem as condições que se tornam terreno fértil para a propagação dos fundamentalismos, promovendo políticas sociais para combater a pobreza.

A pobreza, aliás, é o berço das desigualdades. Falando dos encarcerados, o Papa manifesta sua gratidão a chefes de Estado ou de governo que acolheram seu convite a realizar um ato de clemência para com os reclusos. Neste contexto, o Pontífice declara-se convencido de que o Jubileu extraordinário da Misericórdia constituiu uma ocasião favorável para descobrir a incidência da misericórdia como valor social.

Migração

Outro tema abordado por Francisco foi a migração e seus ininterruptos fluxos em diferentes partes do mundo. “Penso de modo particular nos numerosos deslocados e refugiados nalgumas áreas da África, no sudeste asiático e em todos aqueles que fogem das zonas de conflito no Oriente Médio.”

O Papa defende que esta questão deve ser enfrentada com uma abordagem prudente e não com a implementação de políticas de fechamento aos migrantes, avaliando até que ponto cada país é capaz de oferecer uma vida decente aos migrantes, sem lesar o bem comum dos cidadãos. Francisco recorda as viagens realizadas em 2016 em que teve a oportunidade de se encontrar diretamente com migrantes, como na ilha grega de Lesbos. Já no México, “senti-me solidário com os milhares de migrantes da América Central, que suportam terríveis injustiças e perigos na tentativa de poder ter um futuro melhor, vítimas de extorsão e objeto daquele comércio perverso – horrível forma de escravatura moderna – que é o tráfico das pessoas”.

Crianças e os jovens

Falando do futuro, o Papa considera prioritária a defesa das crianças, protegendo-as da exploração, do trabalho clandestino e escravo, da prostituição ou dos abusos dos adultos. “Penso nos adolescentes que sofrem as consequências do conflito atroz na Síria, privados das alegrias da infância e da juventude. Eles e todo o querido povo da Síria estão constantemente presentes no meu pensamento”, disse Francisco, fazendo o enésimo apelo à comunidade internacional para que ponha termo definitivamente ao conflito.

Armamentos

O Pontífice denuncia ainda o comércio das armas e a insistência constante de se produzir e disseminar armamentos cada vez mais sofisticados, manifestando preocupação com as experiências realizadas na península coreana.

Outros conflitos que despertam a preocupação do Papa são: Venezuela, “onde as consequências da crise política, social e económica gravam há muito sobre a população civil”; Oriente Médio, Iraque, Iêmen, Líbia, Sudão e no Sudão do Sul, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Myanmar, Chipre e Ucrânia. Mas também enalteceu esforços de paz, como entre Cuba e os Estados Unidos e também na Colômbia.

Sustentabilidade

“Edificar a paz significa também empenhar-se ativamente no cuidado da criação”, recorda por fim Francisco. Para ele, o Acordo de Paris sobre o clima é um sinal importante do compromisso comum para deixar um mundo habitável para as futuras gerações, pedindo uma cooperação cada vez mais ampla para enfrentar as alterações climáticas. O Papa expressa ainda sua solidariedade às vítimas de fenômenos naturais, como os terremotos que atingiram o Equador, a Itália e a Indonésia.

“A paz é um dom, um desafio e um compromisso”, disse o Papa aos embaixadores, fazendo os seus votos para 2017: “Que possam aumentar entre os nossos países e seus respectivos povos as ocasiões para trabalhar juntos e construir uma paz autêntica”.

Relações diplomáticas

Atualmente, 182 países mantêm relações diplomáticas com a Santa Sé. O último país a integrar este grupo foi a República Islâmica da Mauritânia, que assinou um acordo em dezembro de 2016. O decano do Corpo Diplomático é o angolano Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, embaixador na Santa Sé desde 2002.

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Íntegra discurso Papa ao Corpo Diplomático

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Cidade do Vaticano (RV) - Leia o discurso integral que o Papa Francisco dirigiu ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, na tradicional audiência concedida no início do novo ano.

Excelências, queridos Embaixadores, Senhoras e Senhores!

Dou-vos as boas vindas e agradeço a vossa presença tão numerosa e atenta neste encontro tradicional que nos permite trocar entre nós votos de que o ano, há pouco iniciado, seja um tempo de alegria, prosperidade e paz para todos. Expresso-os ao Decano do Corpo Diplomático, Sua Excelência o Senhor Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, Embaixador de Angola, com um sentimento de especial gratidão pelas deferentes palavras de saudação que me dirigiu em nome de todo o Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, que recentemente se viu ampliado na sequência do estabelecimento de relações diplomáticas com a República Islâmica da Mauritânia, ocorrido há um mês. Desejo igualmente exprimir a minha gratidão aos numerosos Embaixadores residentes na Urbe, tendo o seu número aumentado durante o último ano, e também aos Embaixadores não residentes, que hoje, com a sua presença, pretendem sublinhar os vínculos de amizade que unem os seus povos à Santa Sé. Ao mesmo tempo, gostaria de deixar uma palavra de condolências ao Embaixador da Malásia, recordando o seu antecessor, Dato’ Mohd Zulkephli Bin Mohd Noor, falecido em fevereiro passado.

Ao longo do ano passado, as relações entre os vossos países e a Santa Sé puderam aprofundar-se ainda mais com as gratas visitas de numerosos chefes de Estado e de governo, muitas delas em concomitância com os vários eventos que constelaram o Jubileu extraordinário da Misericórdia, recentemente concluído. Vários foram também os Acordos bilaterais assinados ou ratificados, quer de carácter geral, visando reconhecer o estatuto jurídico da Igreja, com a República Democrática do Congo, República da África Central, Benim e com Timor-Leste, quer de caráter mais específico como o Avenant assinado com a França, ou a Convenção em matéria fiscal com a República Italiana, que entrou recentemente em vigor, e ainda o Memorando de Acordo entre a Secretaria de Estado e o Governo dos Emiratos Árabes Unidos. Além disso, na perspetiva do empenho da Santa Sé por respeitar as obrigações assumidas pelos acordos subscritos, foi também dada plena implementação ao Comprehensive Agreement com o Estado da Palestina, que entrou em vigor há um ano.

 

Queridos Embaixadores!

Há um século, encontrava-se o mundo no auge do primeiro conflito mundial; um massacre inútil,[1] no qual novas técnicas de combate semeavam morte e causavam sofrimentos enormes à população civil indefesa. Em 1917, o conflito mudou profundamente de aspeto, adquirindo uma fisionomia cada vez mais global, ao mesmo tempo que assomavam ao horizonte aqueles regimes totalitários que haveriam de ser, durante longo tempo, causa de dilacerantes divisões. Cem anos depois, pode-se dizer que muitas partes do mundo beneficiaram de longos períodos de paz, que propiciaram oportunidades de desenvolvimento económico e formas de bem-estar sem precedentes. Se, para muitos, a paz aparece hoje de certo modo como um bem indiscutido, quase um direito adquirido a que já não se presta grande atenção, entretanto para outros é apenas uma miragem distante. Milhões de pessoas vivem ainda no meio de conflitos insensatos. Mesmo em lugares outrora considerados seguros, nota-se uma sensação geral de medo. Com frequência somos surpreendidos por imagens de morte, pela dor de inocentes que imploram ajuda e consolação, pelo luto de quem chora uma pessoa querida por causa do ódio e da violência, surpreendidos pelo drama dos deslocados que fogem da guerra ou dos migrantes que morrem tragicamente.

Por isso, gostaria de dedicar o encontro de hoje ao tema da segurança e da paz, pois considero que, no clima de geral apreensão pelo presente e de incerteza e angústia pelo futuro em que estamos mergulhados, é importante dirigir uma palavra de esperança, que indique também perspetivas de caminho.

Apenas alguns dias atrás, celebramos o quinquagésimo Dia Mundial da Paz, instituído pelo meu Predecessor, o Beato Paulo VI, «como auspiciosa promessa – na abertura do calendário que mede e descreve o caminho da vida humana no tempo – de que seja a paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o desenrolar da história futura».[2] Para os cristãos, a paz é um dom do Senhor, aclamada e cantada pelos anjos no momento do nascimento de Cristo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado» (Lc 2, 14). A paz é um bem positivo, «fruto da ordem que o divino Criador estabeleceu para a sociedade humana»[3] e «não [a mera] ausência de guerra».[4] Não «se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas»[5], mas exige o compromisso das pessoas de boa vontade «sempre anelantes por uma mais perfeita justiça».[6]

Nesta perspetiva, é minha viva convicção que cada expressão religiosa é chamada a promover a paz. Pude experimentá-lo, de maneira significativa, durante a Jornada Mundial de Oração pela Paz, realizada em Assis no passado mês de setembro, durante a qual se encontraram os representantes das diferentes religiões para «dar voz em conjunto a quantos sofrem, a quantos se encontram sem voz e sem escuta»,[7] bem como no decurso da minha visita ao Templo Maior de Roma ou à Mesquita de Baku.

Sabemos que não têm faltado violências por motivação religiosa, a começar precisamente pela Europa, onde históricas divisões entre os cristãos já perduram há demasiado tempo. Na minha viagem recente à Suécia, pretendi lembrar a necessidade urgente de curar as feridas do passado e caminhar juntos para objetivos comuns. Na base deste caminho, não pode haver senão o diálogo autêntico entre as diferentes confissões religiosas. É um diálogo possível e necessário, como procurei testemunhar no encontro realizado em Cuba com o Patriarca Cirilo de Moscovo, bem como no decurso das viagens apostólicas à Arménia, Geórgia e Azerbaijão, onde notei a justa aspiração daquelas populações por resolver os conflitos que, há anos, prejudicam a concórdia e a paz.

Ao mesmo tempo, convém não esquecer as múltiplas obras, religiosamente inspiradas, que concorrem – por vezes mesmo com o sacrifício dos mártires – para a edificação do bem comum, através da educação e da assistência sanitária, especialmente nas regiões mais desfavorecidas e nos cenários de conflito. Tais obras contribuem para a paz e dão testemunho de como se pode, concretamente, viver e trabalhar juntos, mesmo pertencendo a povos, culturas e tradições diferentes, desde que se coloque, no centro das próprias atividades, a dignidade da pessoa humana.

Estamos cientes, porém, de que ainda hoje, infelizmente, a experiência religiosa, em vez de abrir aos outros, pode às vezes ser usada como pretexto de fechamentos, marginalizações e violências. Refiro-me particularmente ao terrorismo de matriz fundamentalista, que ceifou também no ano passado numerosas vítimas em todo o mundo: no Afeganistão, Bangladesh, Bélgica, Burkina Faso, Egito, França, Alemanha, Jordânia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Estados Unidos da América, Tunísia e Turquia. São gestos vis, que usam as crianças para matar, como na Nigéria; tomam de mira quem reza, como na catedral copta do Cairo, quem viaja ou trabalha como em Bruxelas, quem passeia pelas ruas da cidade, como em Nice e Berlim, ou simplesmente quem festeja a chegada do Ano Novo, como em Istambul.

Trata-se duma loucura homicida que, na tentativa de afirmar uma vontade de predomínio e poder, abusa do nome de Deus para semear morte. Por isso, faço apelo a todas as autoridades religiosas para que se mantenham unidas em reiterar vigorosamente que nunca se pode matar em nome de Deus. O terrorismo fundamentalista é fruto duma grave miséria espiritual, que muitas vezes aparece associada também com notável pobreza social. E isto poderá ser plenamente vencido apenas com a colaboração conjunta dos líderes religiosos e dos líderes políticos. Aos primeiros, cabe a tarefa de transmitir aqueles valores religiosos que não admitem contraposição entre o temor de Deus e o amor ao próximo. Aos líderes políticos, compete garantir, no espaço público, o direito à liberdade religiosa, reconhecendo a contribuição positiva e construtiva que a mesma exerce na edificação da sociedade civil, onde não podem ser sentidas como contraditórias a pertença social, sancionada pelo princípio de cidadania, e a dimensão espiritual da vida. Além disso compete a quem governa a responsabilidade de evitar a formação daquelas condições que se tornam terreno fértil para a propagação dos fundamentalismos. Isto requer adequadas políticas sociais tendentes a combater a pobreza, que não podem prescindir duma sincera valorização da família, como lugar privilegiado da maturação humana, e de investimentos conspícuos nos setores educativo e cultural.

A este respeito, vejo com interesse a iniciativa do Conselho da Europa sobre a dimensão religiosa do diálogo intercultural, que no ano passado se debruçou sobre o papel da educação na prevenção da radicalização que conduz ao terrorismo e ao extremismo violento. Trata-se duma oportunidade para aprofundar a contribuição do fenómeno religioso e o papel da educação para uma verdadeira pacificação do tecido social, necessária para a convivência numa sociedade multicultural.

Neste sentido, desejo expressar a convicção de que cada autoridade política não se deve limitar a garantir a segurança dos seus cidadãos – conceito que facilmente se pode identificar com um simples «viver tranquilos» – mas sinta-se chamada também a fazer-se verdadeira promotora e obreira de paz. A paz é uma «virtude ativa», que requer o empenho e a cooperação de cada indivíduo e do corpo social no seu todo. Como observava o Concílio Vaticano II, «a paz nunca se alcança duma vez por sempre, antes deve estar constantemente a ser edificada»,[8] tutelando o bem das pessoas, respeitando a sua dignidade. A sua edificação requer, antes de mais nada, que se renuncie à violência na reivindicação dos próprios direitos.[9] Foi precisamente a este princípio que quis dedicar a Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2017, intitulada: «A não-violência: o estilo duma política para a paz», para lembrar, antes de mais nada, que a não-violência é um estilo político, baseado na primazia do direito e da dignidade de toda a pessoa.

Edificar a paz exige também «eliminar as causas das discórdias entre os homens, que são as que alimentam as guerras»,[10] a começar pelas injustiças. Com efeito, existe uma ligação íntima entre justiça e paz.[11] «Mas – observava São João Paulo II – como a justiça humana é sempre frágil e imperfeita, porque exposta como tal às limitações e aos egoísmos pessoais e de grupo, ela deve ser exercida e de certa maneira completada com o perdão que cura as feridas e restabelece em profundidade as relações humanas transtornadas. (...) O perdão não se opõe de modo algum à justiça, (…) mas visa sobretudo aquela plenitude de justiça, que gera a tranquilidade da ordem, a qual (...) consiste na cura em profundidade das feridas que sangram nos corações. Para tal cura, ambos, justiça e perdão, são essenciais».[12] Estas palavras, mais atuais hoje do que nunca, contaram com a disponibilidade de alguns chefes de Estado ou de governo para acolher o meu convite a realizar um ato de clemência para com os reclusos. A eles, bem como a todas as pessoas que trabalham para criar condições de vida dignas para os encarcerados e favorecer a sua inserção na sociedade, desejo expressar o meu particular apreço e gratidão.

Estou convencido que o Jubileu extraordinário da Misericórdia constituiu, para muitos, uma ocasião particularmente favorável para descobrirem também «a grande e positiva incidência da misericórdia como valor social».[13] Deste modo, cada um pode contribuir para dar vida a «uma cultura de misericórdia, com base na redescoberta do encontro com os outros: uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença, nem vire a cara quando vê o sofrimento dos irmãos».[14] Só assim será possível construir sociedades abertas e acolhedoras para com os estrangeiros e, ao mesmo tempo, seguras e em paz no seu interior. Isto é ainda mais necessário nos dias de hoje em que continuam, ininterruptos, enormes fluxos migratórios em diferentes partes do mundo. Penso de modo particular nos numerosos deslocados e refugiados nalgumas áreas da África, no sudeste asiático e em todos aqueles que fogem das zonas de conflito no Médio Oriente.

No ano passado, a comunidade internacional enfrentou o problema em dois encontros importantes, convocados pelas Nações Unidas: a primeira Cimeira Mundial da Ajuda Humanitária e a Cimeira sobre os Amplos Movimentos de Refugiados e Migrantes. É preciso um empenho comum em favor de migrantes, deslocados e refugiados, que permita proporcionar-lhes um acolhimento digno. Isto implica saber conjugar o direito de cada ser humano a «transferir-se para outras comunidades políticas e nelas domiciliar-se»[15] e, ao mesmo tempo, garantir a possibilidade duma integração dos migrantes nos tecidos sociais onde se inserem, sem que estes sintam ameaçada a sua segurança, a própria identidade cultural e os seus próprios equilíbrios político-sociais. Por outro lado, os próprios migrantes não devem esquecer que têm o dever de respeitar as leis, a cultura e as tradições dos países onde são acolhidos.

Uma abordagem prudente por parte das autoridades públicas não envolve a implementação de políticas de fechamento aos migrantes, mas implica avaliar, com sabedoria e clarividência, até que ponto o seu país é capaz, sem lesar o bem comum dos cidadãos, de oferecer uma vida decente aos migrantes, especialmente àqueles que têm real necessidade de proteção. Sobretudo não se pode reduzir a dramática crise atual a uma simples contagem numérica. Os migrantes são pessoas com nomes, histórias, famílias, e não poderá jamais haver verdadeira paz enquanto existir um único ser humano que é violado na sua identidade pessoal e reduzido a mero número estatístico ou a um objeto de interesse económico.

O problema migratório é uma questão que não pode deixar indiferentes alguns países, enquanto outros suportam o peso humanitário, muitas vezes com esforços consideráveis e sérias dificuldades, para enfrentar uma emergência que parece não ter fim. Todos deveriam sentir-se construtores concorrendo para o bem comum internacional, inclusive através de gestos concretos de humanidade que constituem fatores essenciais daquela paz e daquele progresso que nações inteiras e milhões de pessoas estão ainda à espera. Por isso, agradeço a tantos países que acolhem generosamente aqueles que precisam, a começar por vários Estados europeus, especialmente Itália, Alemanha, Grécia e Suécia.

Permanecerá gravada para sempre na minha memória a viagem que fiz à Ilha de Lesbos, juntamente com os meus irmãos Patriarca Bartolomeu e Arcebispo Ieronymos, onde vi e constatei a situação dramática dos campos de refugiados, mas também a humanidade e o espírito de serviço de muitas pessoas empenhadas na sua assistência. E não devemos esquecer também a hospitalidade oferecida por outros países europeus e do Médio Oriente, como Líbano, Jordânia, Turquia, e ainda o empenho de diferentes países da África e da Ásia. Também durante a minha viagem ao México, onde pude experimentar a alegria do povo mexicano, senti-me solidário com os milhares de migrantes da América Central, que suportam terríveis injustiças e perigos na tentativa de poder ter um futuro melhor, vítimas de extorsão e objeto daquele comércio perverso – horrível forma de escravatura moderna – que é o tráfico das pessoas.

Inimiga da paz é uma tal «visão redutora» do homem, que abre o caminho à difusão da iniquidade, das desigualdades sociais, da corrupção. Precisamente contra este último fenómeno, a Santa Sé assumiu novos compromissos, depositando formalmente, em 19 de setembro passado, o instrumento de adesão à Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 31 de outubro de 2003.

Na Encíclica Populorum Progressio, cujo cinquentenário tem lugar este ano, o Beato Paulo VI lembrava que tais desigualdades provocam discórdias. «O caminho da paz passa pelo desenvolvimento»,[16] que as autoridades públicas têm a responsabilidade de encorajar e favorecer, criando as condições para uma distribuição mais equitativa dos recursos e estimulando as oportunidades de emprego, especialmente para os mais jovens. No mundo, há ainda demasiadas pessoas, especialmente crianças, que sofrem por pobrezas endémicas e vivem em condições de insegurança alimentar – antes, de fome –, enquanto os recursos naturais se veem objeto da exploração gananciosa de poucos e enormes quantidades de alimento são desperdiçadas todos os dias.

As crianças e os jovens são o futuro: para eles se trabalha e constrói. Não podem ser, egoisticamente, negligenciados e esquecidos. Por esta razão, como lembrei recentemente numa carta enviada a todos os Bispos, considero prioritária a defesa das crianças, cuja inocência é frequentemente espezinhada sob o peso da exploração, do trabalho clandestino e escravo, da prostituição ou dos abusos dos adultos, dos bandidos e dos mercadores de morte.[17]

Durante a minha viagem à Polónia, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, pude encontrar milhares de jovens, cheios de entusiasmo e alegria de viver. Mas, em muitos outros, tenho visto a tristeza e o sofrimento. Penso nos adolescentes que sofrem as consequências do conflito atroz na Síria, privados das alegrias da infância e da juventude: desde a possibilidade de brincar livremente até à oportunidade de ir à escola. Eles e todo o querido povo da Síria estão constantemente presentes no meu pensamento, ao mesmo tempo que apelo à comunidade internacional para que se esforce com diligência por dar vida a uma negociação séria que ponha termo definitivamente ao conflito, causador de um verdadeiro e próprio desastre humanitário. Cada uma das partes em causa deve considerar como prioritário o respeito pelo direito humanitário internacional, garantindo a proteção dos civis e a assistência humanitária necessária à população. O desejo comum é que a trégua recentemente assinada possa ser um sinal de esperança para todo o povo sírio, que dela tem profunda necessidade

Isto requer também que se trabalhe por erradicar o perverso comércio das armas e a insistência constante de se produzir e disseminar armamentos cada vez mais sofisticados. Notável preocupação despertam as experiências realizadas na península coreana, que desestabilizam a região inteira e põem questões preocupantes a toda a comunidade internacional sobre o risco duma nova corrida às armas nucleares. Permanecem muito atuais ainda as palavras de São João XXIII, na Pacem in terris, quando afirma que «a reta razão e o sentido da dignidade humana terminantemente exigem que se pare com esta corrida ao poderio militar; que o material de guerra, instalado em várias nações, se vá reduzindo duma parte e doutra, simultaneamente; que sejam banidas as armas atómicas».[18]

Também no que diz respeito aos armamentos convencionais, é preciso salientar que a facilidade com que, não raro, se pode aceder ao mercado das armas, mesmo de pequeno calibre, além de agravar a situação nas diferentes áreas de conflito, produz uma sensação generalizada de insegurança e medo, tanto mais perigosa por se atravessar tempos de incerteza social e mudanças epocais como o atual.

Inimiga da paz é a ideologia que se vale dos problemas sociais para fomentar o desprezo e o ódio e que vê o outro como um inimigo a aniquilar. Infelizmente assomam, de contínuo, no horizonte da humanidade novas formas ideológicas. Mascarando-se como portadoras de bem para o povo, o que realmente deixam atrás de si é pobreza, divisões, tensões sociais, sofrimento e, por vezes, também morte. Ao invés, a paz conquista-se com a solidariedade. A partir dela germina a vontade de diálogo e a colaboração, que encontra na diplomacia um instrumento fundamental. É na perspetiva da misericórdia e da solidariedade que se coloca o empenho convicto da Santa Sé e da Igreja Católica por afastar os conflitos ou acompanhar processos de paz, reconciliação e busca de soluções negociadas para os mesmos. Anima ver que algumas tentativas empreendidas encontram a boa vontade de muitas pessoas que, de variadas partes, trabalham ativa e eficazmente pela paz. Penso nos esforços feitos no último biénio para reaproximar Cuba e os Estados Unidos. Penso também no esforço empreendido com tenacidade, mesmo por entre dificuldades, para acabar com anos de conflito na Colômbia.

Tal abordagem visa favorecer a confiança mútua, sustentar caminhos de diálogo e sublinhar a necessidade de gestos corajosos, que são muito urgentes também na vizinha Venezuela, onde as consequências da crise política, social e económica gravam há muito sobre a população civil; ou noutras partes da Terra, a começar pelo Médio Oriente, não só para pôr fim ao conflito sírio, mas também para favorecer sociedades plenamente reconciliadas no Iraque e no Iémen. Além disso a Santa Sé renova o seu premente apelo para que se retome o diálogo entre israelitas e palestinenses, a fim de se chegar a uma solução estável e duradoura que garanta a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Nenhum conflito pode tornar-se um hábito, do qual pareça quase impossível separar-se. Israelitas e palestinenses têm necessidade de paz. Todo o Médio Oriente tem urgente necessidade de paz!

Igualmente espero a plena implementação dos acordos que visam restabelecer a paz na Líbia, onde é muito urgente curar as divisões destes anos. Do mesmo modo encorajo todos os esforços a nível local e internacional para restaurar a convivência civil no Sudão e no Sudão do Sul, na República da África Central, martirizados por persistentes confrontos armados, massacres e devastações, bem como noutras nações do Continente marcadas por tensões e instabilidade política e social. Em particular, faço votos de que o recente acordo assinado na República Democrática do Congo contribua para fazer com que todos aqueles que têm responsabilidades políticas se esforcem diligentemente por favorecer a reconciliação e o diálogo entre todas as componentes da sociedade civil. O meu pensamento detém-se ainda no Myanmar, esperando que se favoreça uma coexistência pacífica e, com a ajuda da comunidade internacional, não se deixe de prestar assistência a quantos têm grave e urgente necessidade dela.

Também na Europa, onde não faltam as tensões, a abertura ao diálogo é o único caminho para garantir a segurança e o progresso do Continente. Acolho, pois, com favor as iniciativas tendentes a favorecer o processo de reunificação de Chipre, que hoje mesmo vê um retoma das negociações, enquanto espero que, na Ucrânia, se continue com determinação na busca de soluções viáveis para a plena realização dos compromissos assumidos pelas Partes e sobretudo se dê rápida resposta à situação humanitária, que continua a ser ainda grave.

A Europa inteira está a atravessar um momento decisivo da sua história, em que é chamada a reencontrar a sua identidade. Isto exige a redescoberta das suas raízes, a fim de poder moldar o seu próprio futuro. Face aos impulsos desagregadores, é muito urgente atualizar «a ideia de Europa» para dar à luz um novo humanismo baseado na capacidade de integrar, dialogar e gerar,[19] que fez grande o chamado Velho Continente. O processo de unificação europeia, que começou depois do segundo conflito mundial, foi e continua a ser uma ocasião única de estabilidade, paz e solidariedade entre os povos. Nesta sede, não posso deixar de reiterar o interesse e a preocupação da Santa Sé pela Europa e o seu futuro, na certeza de que os valores, nos quais teve origem e está baseado este projeto – que chega este ano ao sexagésimo aniversário –, são comuns a todo o Continente e estendem-se para além das próprias fronteiras da União Europeia.

 

Excelências, Senhoras e Senhores!

Mas edificar a paz significa também empenhar-se ativamente no cuidado da criação. O Acordo de Paris sobre o clima, que entrou recentemente em vigor, é um sinal importante do compromisso comum para deixar a quem vier depois de nós um mundo belo e habitável. Espero que o esforço empreendido nos últimos anos para enfrentar as alterações climáticas encontre uma cooperação cada vez mais ampla de todos, já que a Terra é a nossa casa comum e é preciso considerar que as opções de cada um têm repercussões na vida de todos.

Contudo é evidente também que existem fenómenos que excedem as possibilidades da ação humana. Refiro-me aos numerosos terremotos que atingiram algumas regiões do mundo. Penso, antes de tudo, naqueles que ocorreram no Equador, Itália e Indonésia, que provocaram numerosas vítimas, e muitas pessoas vivem ainda em condições extremamente precárias. Pude visitar pessoalmente algumas áreas atingidas pelo terremoto no centro da Itália, onde, ao constatar as feridas que o sismo causou a uma terra rica de arte e cultura, pude compartilhar a amargura de tantas pessoas, juntamente com a sua coragem e determinação em reconstruir tudo o que foi destruído. Espero que a solidariedade que uniu o querido povo italiano nas horas sucessivas ao terremoto, continue a animar a nação inteira, sobretudo neste momento delicado da sua história. A Santa Sé e a Itália estão particularmente ligadas por óbvias razões históricas, culturais e geográficas. Esta ligação apareceu claramente no ano jubilar e agradeço a todas as autoridades italianas pela ajuda prestada na organização deste evento, inclusive para garantir a segurança dos peregrinos que vieram de todo o mundo.

 

Queridos Embaixadores!

A paz é um dom, um desafio e um compromisso. Um dom porque brota do próprio coração de Deus; um desafio porque é um bem que nunca é um dado adquirido mas deve ser continuamente conquistado; um compromisso, porque requer, na sua busca e construção, o trabalho apaixonado de todas as pessoas de boa vontade. Por isso só há verdadeira paz a partir duma visão do homem que saiba promover o seu desenvolvimento integral, tendo em conta a sua dignidade transcendente, já que «o desenvolvimento – como recordava o Beato Paulo VI – é o novo nome da paz».[20] Assim os meus votos para o ano há pouco iniciado são estes: que possam aumentar entre os nossos países e seus respetivos povos as ocasiões para trabalhar juntos e construir uma paz autêntica. Por seu lado a Santa Sé, particularmente a Secretaria de Estado, estará sempre disponível para colaborar com todos os que se esforçam por pôr termo aos conflitos em curso e para dar apoio e esperança às populações que sofrem.

Na liturgia, pronunciamos a saudação «a paz esteja convosco». Com esta frase, penhor de abundantes bênçãos divinas, renovo a cada um de vós, ilustres membros do Corpo Diplomático, às vossas famílias, aos países que aqui representais, os meus votos mais sinceros para este novo ano.

Obrigado!

 

[1] Bento XV, Carta aos Chefes dos Povos Beligerantes, 1 de agosto de 1917: AAS IX (1917), 421.

[2] Paulo VI, Mensagem para a celebração do I Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 1968).

[3] Concílio Ecuménico Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes (GS), 7 de dezembro de 1965, 78.

[4] Ibidem.

[5] Ibidem.

[6] Ibidem.

[7] Francisco, Discurso na Jornada Mundial de Oração pela Paz, Assis, 20 de setembro de 2016.

[8] GS, 78.

[9] Cf. ibidem.

[10] Ibid., 83.

[11] Cf. Salmo 85/84, 11; Isaías 32, 17.

[12] João Paulo II, Mensagem para a Celebração do XXXV Dia Mundial da Paz («Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão»), 1 de janeiro de 2002, 3.

[13] Francisco, Carta apostólica Misericordia et misera, 20 de novembro de 2016, 18.

[14] Ibid., 20.

[15] João XXIII, Carta encíclica Pacem in terris, 11 de abril de 1963, 12.

[16] Paulo VI, Carta Encíclica Populorum progressio, 26 de março de 1967, 83.

[17] Cf. Carta aos Bispos na Festa dos Santos Inocentes, 28 de dezembro de 2016.

[18] João XXIII, Carta Encíclica Pacem in terris, 60.

[19] Cf. Francisco, Discurso por ocasião da atribuição do Prémio Carlos Magno, 6 de maio de 2016.

[20] Paulo VI, Populorum progressio, 87.

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Papa: conhecer, adorar e seguir Jesus, único Salvador

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Cidade do Vaticano (RV) - Tem início, depois do Natal, um novo tempo litúrgico: o Tempo Comum, mas “Jesus é sempre o centro da vida cristã, a primeira e a última Palavra do Pai, o Senhor do Universo, o Salvador do mundo. Não há outro, é único”, disse o Papa Francisco na missa matutina, desta segunda-feira (09/01), na Casa Santa Marta. 

Conhecer

“Este é o centro de nossa vida: Jesus Cristo. Jesus Cristo que se manifesta, se mostra e nós somos convidados a conhecê-lo, a reconhecê-lo na vida, nas várias circunstâncias da vida, reconhecer Jesus, conhecer Jesus. Olha, Padre, eu conheço a vida daquele santo, daquela santa, ou também as aparições aqui e acolá. Isso é bom, os santos são os santos, são grandes! As aparições nem todas são verdadeiras! Os santos são importantes, mas o centro é Jesus Cristo: sem Jesus Cristo não existem os santos! Uma pergunta: O centro da minha vida é Jesus Cristo? Como é a minha relação com Jesus Cristo”?

“Existem três tarefas”, afirmou o Papa, “que atestam que Jesus é o centro de nossa vida”: a primeira é conhecê-lo para reconhecê-lo. Em seu tempo, muitos não o reconheceram: “os doutores da lei, os sumos sacerdotes, os escribas, os saduceus e alguns fariseus”. Aliás, “o perseguiram, o mataram”. É preciso se perguntar: “Interessa-me conhecer Jesus? Ou me interessam mais as novelas, as fofocas, as ambições, o saber da vida dos outros?” “A oração e o Espírito Santo me levam a conhecer Jesus”, explicou o Papa Francisco. O Evangelho também. Ele deve ser levado sempre comigo para que eu possa ler uma passagem todos os dias: “É a única maneira para conhecer Jesus”. Depois, “o Espírito Santo faz o trabalho. Esta é a semente. Quem faz germinar e crescer a semente é o Espírito santo”. 

Adorar

A segunda tarefa é adorar Jesus. Não somente lhe pedir coisas e agradecê-lo. O Papa pensou em duas maneiras para adorar Jesus: “a oração de adoração em silêncio” e “tirar de nosso coração as outras coisas que adoramos, que nos interessam mais. Ter somente Deus. As outras coisas servem se sou capaz de adorar a Deus”: 

“Há uma pequena oração que nós rezamos: o Glória. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, mas muitas vezes a proferimos como papagaios. Esta oração é adoração! Glória! Adoro o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Adorar, com pequenas orações, com o silêncio diante da grandeza de Deus, adorar Jesus e dizer: Tu és meu amigo, és o princípio e o fim e contigo quero permanecer por toda a vida, toda a eternidade. És único. Expulsar as coisas que me impedem de adorar Jesus.”

Seguir

“A terceira tarefa”, sublinhou o Papa, “é a do Evangelho de hoje em que Jesus chama os primeiros discípulos para segui-lo. Significa colocar Jesus no centro de nossa vida: 

“A vida cristã é simples, muito simples, mas precisamos da graça do Espírito Santo para que desperte em nós o desejo de conhecer Jesus, adorar Jesus e segui-Lo. Por isso, pedimos ao Senhor no início da oração da Coleta para saber o que devemos fazer, para ter a força de fazer o que devemos. Para ser cristãos todos os diais não são necessárias coisas estranhas, difíceis, coisas supérfluas, não. É simples: Que na simplicidade de todos os dias o Senhor nos dê a graça de conhecer Jesus, adorar e seguir Jesus.”

(MJ)

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O vídeo com as Intenções de Oração do Santo Padre para janeiro

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Cidade do Vaticano (RV) – “Por todos os cristãos, para que, fiéis ao ensinamento do Senhor, se empenhem com a oração e a caridade fraterna no restabelecimento da plena comunhão eclesial, colaborando para responder aos desafios atuais da humanidade”, é a exortação do Papa Francisco contida na videomensagem com a intenção de oração do mês de janeiro.

“No mundo atual – afirma o Papa na videomensagem proposta pelo Apostolado da Oração – muitos cristãos de diversas Igrejas trabalham juntos a serviço da humanidade necessitada, pela defesa da vida humana e da sua dignidade, da criação e contra as injustiças. Este desejo de caminhar juntos, de colaborar no serviço e na solidariedade em favor dos mais vulneráveis e daqueles que sofrem, é motivo de alegria para todos. Uma a tua voz à minha para rezar para que todos contribuam com a oração e a caridade fraterna para restabelecer a plena comunhão eclesial a serviço dos desafios da humanidade”.

No Angelus deste domingo (08/01), o Santo Padre dez um convite para todos “unirem-se à Rede Mundial de Oração do Papa, que difunde, também pelas redes sociais, as intenções de oração que proponho a cada mês, a toda a Igreja. Assim se leva em frente o apostolado da oração e se faz crescer a comunhão”.

O Apostolado da Oração é a Rede Mundial de Oração do Papa a serviço da missão da Igreja. O seu objetivo é rezar e viver os desafios da humanidade que preocupam o Santo Padre, expressas nas suas intenções mensais.

O objetivo desta rede é ser apóstolos na vida cotidiana, por meio de um caminho espiritual chamado “caminho do coração”, que transforma o nosso modo de ser a serviço da missão de Cristo.

Foi fundado em 1844, está presente em mais de 100 países e é composto por mais de 35 milhões de pessoas, compreendendo o ramo dos jovens, o Movimento Eucarístico Juvenil.

(JE)

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Santa Sé mantém relações diplomáticas com 182 Estados

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta segunda-feira, 9 de janeiro, o Papa Francisco recebeu em audiência no Vaticano os Embaixadores acreditados junto à Santa Sé, quando em seu discurso analisou a conjuntura mundial.

De fato, são 182 os Estados que atualmente mantém relações diplomáticas com a Santa Sé. Em 9 de dezembro de 2016, foram estabelecidas relações diplomáticas com a República islâmica da Mauritânia, a nível de Nunciatura Apostólica e de Embaixada. Aos supracitados Estados, somam-se a União Europeia e a Soberana Ordem Militar de Malta.

As Chancelarias de Embaixada com sede em Roma, incluídas aquelas da União Europeia e da Soberana Ordem Militar de Malta, somam 88, às quais se soma durante o ano, a Embaixada da Palestina, com a entrada em vigor do Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina de 26 de junho de 2015, e da Malásia.

Também têm sede em Roma os Escritórios da Liga dos Estados Árabes, a Organização internacional para as Migrações e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

No decorrer de 2016 foram firmados três Acordos: em 20 de maio, o Acordo quadro entre a Santa Sé e a República Democrática do Congo em matérias de comum interesse; em 6 de setembro, o Acordo quadro entre a Santa Sé e a República Centro Africana, em matérias de comum interesse; em 22 de outubro, o Acordo quadro entre a Santa Sé e a República de Benin, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica naquele país.

Além da entrada em vigor do Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina,  em 3 de março de 2016 foi ratificado o Acordo entre a Santa Sé e a República Democrática do Timor Leste, sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica, enquanto em 15 de outubro de 2016, entrou em vigor a Convenção entre Santa Sé e o Governo da República italiana em matéria fiscal, que havia sido firmada em 1º de abril de 2015.

Já em 23 de novembro de 2016, entrou em vigor o ‘Avenant’ entre a Santa Sé e a República da França, firmado em 25 de julho precedente, às Convenções diplomáticas de 14 de maio e de 8 de setembro de 1828 e os ‘Avenants’ de 4 de maio de 1974, de 21 de janeiro de 1999 e de 12 de julho de 2005, relativos à igreja e ao Convento de Trinità dei Monti in Urbe (próximo à Praça de Espanha, centro de Roma).

Em 5 de setembro, por sua vez, foi selado um Memorandum de Intenções entre a Secretaria de Estado e o Governo dos Emirados Árabes Unidos, sobre a isenção mútua de Vistos de entrada para titulares de passaportes diplomáticos e de passaportes especiais (oficiais e de serviço).

Por fim, em 9 de setembro de 2016, a Santa Sé aderiu, também à norma e por conta do Estado da Cidade do Vaticano, à Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, de 31 de outubro de 2013.

(JE)

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Presidente palestino em audiência com o Papa no sábado

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Cidade do Vaticano (RV) – O Presidente palestino Abu Mazen, será recebido em audiência pelo Papa Francisco no próximo sábado (14/01), informa a Sala de Imprensa da Santa Sé. O mandatário irá inaugurar a Embaixada da Palestina junto à Santa Sé, depois da entrada em vigor dos acordos bilaterais de 2016 entre Santa Sé e o Estado da Palestina.

É a quarta vez que Francisco encontra o Presidente palestino no Vaticano. A primeira vez foi em 17 de outubro de 2013, durante uma audiência, seguida pelo Encontro de Oração pela Paz junto com o Presidente israelense Shimon Peres e o Patriarca Bartolomeu I, em 8 de junho de 2014, e por fim uma audiência em 16 de maio de 2015, às vésperas da canonização, no Vaticano, de quatro religiosas, entre as quais, duas palestinas.

Outros encontros ocorreram em Belém, em 25 de maio de 2014, durante a viagem do Papa à Terra Santa.

Este novo encontro com o Papa Francisco havia sido antecipado por Abu Mazen na mensagem publicada por ocasião do Natal: “Em breve irei ao Vaticano para encontrar o Papa Francisco. Em nosso encontro analisaremos diversos temas de comum interesse, incluído o avanço da justiça e da paz na região, assim como o encorajamento do diálogo inter-religioso em vista de uma maior compreensão e respeito”.

“Iremos reiterar – continua o Presidente palestino – a nossa firme posição de que nenhum Livro sagrado deva ser usado como motivo para justificar qualquer tipo de crime e de violações. Falaremos também do histórico acordo entre o Estado da Palestina e a Santa Sé, um exemplo para o resto da região sobre como reforçar a presença cristã e as suas instituições”.

“os cristãos são os al desta terra e não podemos conceber um Oriente Médio sem a sua presença. Continuaremos a cooperar com os líderes das Igrejas de Jerusalém que são parte da Palestina e de seu povo”.

(JE)

 

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Igreja na América Latina



Presidente dos bispos venezuelanos faz apelo ao diálogo social

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Caracas (RV) - O arcebispo de Cumaná e presidente do Episcopado da Venezuela, Dom Diego Rafael Padrón Sánchez fez um convite, ou melhor, um premente apelo a todos – governo, oposições e forças sociais do país – a “desarmar os espíritos” e a, sem temor, tomar o caminho árduo, mas obrigatório do diálogo.

Situação social jamais tão grave nos últimos 50 anos

Abrindo no sábado (07/01) os trabalhos da plenária dos episcopado venezuelano, o prelado ilustrou o caminho recente da Igreja local, que registrou, em primeiro lugar, a recepção do magistério do Papa Francisco e do Evangelho da misericórdia e em perspectiva uma sempre maior valorização do laicato, reporta o jornal vaticano “L’Oservatore Romano”.

O presidente dos bispos venezuelanos deteve-se, sobretudo, sobre a difícil situação social do país, jamais tão grave nos últimos 50 anos. O ano 2016 concluiu-se com um “saldo vermelho em todos os sectores”, enfatizou.

Mais de 120 prisioneiros políticos “injustamente e ilegalmente detidos”

Quase 29 mil mortes violentas, a fome e a falta de alimento que produzem somente sofrimentos e subnutrição, carência crônica de medicamentos que provoca mortes e a difusão de epidemias.

E ainda, numa fotografia tenaz da realidade, mais de 120 prisioneiros políticos “injustamente e ilegalmente detidos”, a corrupção difusa, o “ataque sistemático” à mídia independente, a tentativa de ignorar a assembleia nacional, o fechamento do percursos eleitoral, a crise financeira que cria ânsia e incerteza na população, sobretudo a mais pobre.

Erra quem denigre o diálogo como método de resolução dos conflitos

O recente “falimento” da mesa do diálogo, que justamente havia despertado esperanças em todos os setores do país, cria ulterior preocupação.

“Imperaram os discursos e as promessas”, disse o prelado ressaltando que cada uma das partes em causa, infelizmente, considerou o diálogo como uma “simples estratégia política”, por isto “útil não para resolver os grandes conflitos que atingem a todos, mas as próprias finalidades”.

Em suma, a responsabilidade pelo falimento não reside no “mecanismo do diálogo” ou no comportamento dos chamados “facilitadores” do processo de paz.

Aliás, para o arcebispo venezuelano quem denigre o diálogo, como método de resolução dos conflitos, comete “um erro político, estratégico” e, antes disso, revela uma “falta de compreensão daquilo que é o ser do homem, a negação do significado e do valor da relação humana baseada na palavra partilhada”.

O presidente do episcopado venezuelano expressou a convicção de que, todavia, mais cedo ou mais tarde, “os líderes políticos, para tirar o país da crise que o está destruindo, em nome da democracia, deverão recorrer ao diálogo, à negociação e aos acordos”.

Esses são os “antídotos contra a irracionalidade da força, a corrupção e a violência, símbolos por excelência dos piores males desta sociedade”. (L’Osservatore Romano - RL).

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Igreja no Mundo



Superior dos jesuítas encontrará jovens refugiados

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Cidade do Vaticano (RV) – O Superior Geral dos jesuítas, Padre Arturo Sosa, encontrará refugiados, voluntários e amigos do Centro Astalli para os Refugiados, em um evento público intitulado “Jovens refugiados: esperança por um futuro de paz”, que terá lugar no próximo 13 de janeiro, às 15h30min, na “Chiesa di Gesù”, em Roma.

Em um comunicado, lê-se que o evento será uma ocasião para o Centro Astalli – sede italiana do Serviço dos Jesuítas para os Refugiados – de celebrar o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, em 15 de janeiro.

O encontro - que será aberto com as saudações do Padre Camillo Ripamonti, Presidente do Centro Astalli – prevê um colóquio entre jovens refugiados de diversas nacionalidades - vindos à Itália ainda menores, sozinhos ou acompanhados pelos familiares - e o Padre Geral. Os jovens refugiados irão elaborar uma mensagem de paz na própria língua de origem.

“Em um momento em que os refugiados no mundo aumentam e com eles cresce o número de crianças que são obrigadas a viajar sozinhas ou com seus pais - ”, afirma o Padre Ripamonti ao comentar a visita - a Europa responde com medos e incertezas, que colocam em perigo o futuro de nossas democracias, assim como a vida de milhares de migrantes”.

“Nunca como agora – continua – nos parece urgente reiterar as nossas prioridades: a tutela dos mais vulneráveis, a defesa da dignidade humana em qualquer circunstância, o respeito ao direito de asilo e a acolhida. Nos parece significativo que nesta ocasião, junto com o Centro Astalli, esteja o Padre Arturo Sosa, uma presença que testemunha a atenção da Companhia pelo tema das migrações”.

“Os menores refugiados são um desafio que nos interpela, que nos motiva a encontrar novos modelos de inclusão e integração. Os jovens refugiados, se acolhidos e protegidos, podem representar uma ocasião para repensar as nossas sociedades cansadas e sempre mais inclinadas sobre si mesmas”.

O Padre Sosa recitará uma oração pelos refugiados, escrita para a ocasião.

(JE)

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Libertado bairro cristão em Mosul

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Mosul (RV) – O exército regular iraquiano retomou no último domingo (08/01) o controle de al Sukkar, bairro Oriental de Mosul. Antes da tomada da cidade, o bairro era habitado principalmente por cristãos. A informação é da agência ankawa.com.

O bairro compreende ao menos 700 casas pertencentes a cristãos, algumas das quais habitadas agora por milicianos estrangeiros do Daesh, que convergiram à Mosul depois da cidade ter se tornado o quartel-general do ‘Califado” em terras iraquianos.

Danificados hospital e prédios cristãos

Muitas das casas do bairro foram marcadas com a expressão árabe “Nun”, inicial da palavra “Nasara”, que significa cristão, indicando que aquelas residências poderiam ser expropriadas, estando à disposição dos apoiadores do daesh.

As habitações haviam sido abandonadas quando, em 9 de junho de 2014, Mosul caiu nas mãos dos jihadistas. Segundo notícias de fontes locais, boa parte das construções, e também o hospital pediátrico situado no bairro, foram destruídas ou danificadas.

Prematuro pensar no retorno dos cristãos

“As notícias que chegam de Mosul certamente chamam a nossa atenção”, declarou à Agência Fides o Padre Thabit Mekko, sacerdote caldeu da cidade norte-iraquiana e refugiado em Irbil, junto aos seus fieis.

“A situação ainda é perigosa, existem franco-atiradores nas estradas e é ainda prematuro pensar em um retorno dos cristãos fugidos de suas casa. Tal hipótese será levada em consideração somente quando a segurança for garantida. Muitas famílias não decidiram ainda o que fazer. Contudo, nem todos que deixaram Mosul diante da avançada do Daseh pretendem retornar”.

(je/gv)

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Santo Egídio: Zygmunt Bauman foi grande humanista empenhado no diálogo

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Roma (RV) - A Comunidade romana de Santo Egídio recorda Zygmund Bauman como um grande intelectual que com profundidade soube interpretar as grandes transformações da sociedade contemporânea, mas também como um fino humanista empenhado na fronteira do viver juntos. O sociólogo e filósofo polonês faleceu esta segunda-feira (09/01) em Leeds, na Inglaterra, aos 91 anos de idade.

A referida Comunidade recorda a participação do humanista nos últimos encontros que ela promoveu no “espírito de Assis”, em que Bauman expressou a convicção de um diálogo necessário entre leigos e fiéis para a construção da paz e de uma sociedade mais inclusiva.

Como fez inclusive em setembro passado, no âmbito do 30º aniversário do encontro pela paz de 1986 realizado por João Paulo II, teve também um colóquio privado justamente em Assis com o Papa Francisco. A Comunidade romana de Santo Egídio afirma ainda que “com Bauman vai-se um visionário dos nossos tempos, capaz de olhar para o futuro da Europa e do mundo”. (RL)

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Formação



América Latina: contribuição efetiva para Igreja no mundo inteiro

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, a edição de hoje do nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” traz as considerações finais do bispo da Diocese de Garanhuns, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, com quem estivemos estes dias neste espaço de formação e aprofundamento. 

Já na edição passada o bispo desta Igreja particular de Pernambuco tratou da contribuição da Igreja latino-americana para a Igreja no mundo inteiro, em tempos do Papa Francisco.

O bispo da Garanhuns afirmou que a originalidade do primeiro Papa oriundo desta porção do continente americano precisa ser compreendida como uma contribuição específica fruto de um processo de maturação da teologia e da eclesiologia elaboradas na América Latina.

Em suas considerações conclusivas, na edição de hoje Dom Paulo pondera que “não queremos e nem temos a pretensão de ser melhores ou maiores” do que ninguém, mas também é verdade – afirma – que “a Igreja na América Latina pode dar e está dando uma contribuição efetiva para a Igreja no mundo inteiro. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Papa e JMJ fazem Auschwitz bater recorde de visitas em 2016

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Rádio Vaticano (RV) – O ex-campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau  bateu recorde de visitas em 2016: mais de 2 milhões de pessoas passaram pelo memorial, na Polônia.

Entre os visitantes, o Papa Francisco e milhares de jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, no ano passado.

Vamos recordar a visita da reportagem da Rádio Vaticano ao antigo campo de concentração nazista. 

Entramos em Auschwitz. Passamos a célebre frase Arbeit Macht Frei: “o trabalho os fará livres”.

“O letreiro que vocês podem ver é somente uma réplica: o original foi roubado em 2009. A polícia conseguiu recuperar, mas os ladrões o dividiram em três pedaços. Graças ao trabalho dos especialistas do Museu, a peça foi restaurada e, talvez, no futuro, possa ser exposta”, explica nosso guia.

Percorremos o mesmo itinerário que o Papa fará durante sua visita na sexta-feira (29/07). Paramos diante do local do maior massacre público de Auschwitz: 12 pessoas que acobertaram uma tentativa de fuga foram enforcadas diante de todos os prisioneiros.

Pés descalços

Neste período da Jornada Mundial da Juventude, Auschwitz fica aberto somente para os grupos de peregrinos e é incrível como milhares de jovens conseguem ficar em silêncio absoluto. Ouve-se somente seus passos, inclusive daqueles que, para honrar as vítimas do Holocausto, percorrem de pés descalços todo o trajeto.

Momento marcante é a parada diante do pavilhão onde São Maximiliano Kolbe foi assassinado após dar sua vida em troca de outro prisioneiro que, não por coincidência, sobreviveu ao Holocausto. O Papa também rezará diante deste pavilhão.

Dali nos dirigimos à saída do campo de Auschwitz I: ali encontramos um bunker do exército polonês modificado pelos nazistas para ser um crematório. Podemos observar a chaminé da única câmara de gás que restou: tijolos à vista formam o cone por onde a fumaça dos corpos incinerados subia aos céus. Para Auschwitz I foram deportadas mais de 1,3 milhão de pessoas: 1,1 milhão foram assassinadas.

Birkenau, ou Auschwitz II

O Papa então seguirá para Birkenau, onde passará o grande portal de entrada, seguindo os metros finais da ferrovia da morte, até chegar ao monumento em homenagem às vítimas do Holocausto. São lápides com a mesma inscrição em 23 línguas faladas pelas vítimas:

“Seja para sempre grito de desespero e exortação este lugar onde os nazistas assassinaram cerca de 1,5 milhão de homens, mulheres e crianças, principalmente judeus, de vários países da Europa”.

(rb0)

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