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Sumario del 10/01/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa Francisco: proximidade ao povo dava autoridade a Jesus

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Rádio Vaticano (RV) - Jesus tinha autoridade porque servia as pessoas, estava próximo das pessoas e era coerente, ao contrário dos doutores da lei que se sentiam príncipes. Estas três características da autoridade de Jesus foram destacadas pelo Papa na reflexão matutina da terça-feira (10/01), na Casa Santa Marta.


 

O Pontífice sublinhou que os doutores da lei ensinavam com autoridade “clericarística”, afastados das pessoas, não viviam aquilo que pregavam.

A autoridade de Jesus e aquela dos fariseus são os dois eixos em torno dos quais orbita a homilia do Papa. Um é uma autoridade real, o outro formal. No Evangelho do dia se fala do estupor das pessoas porque Jesus ensinava “como alguém que tem autoridade” e não como os escribas: eram as autoridades do povo, destaca Francisco, mas aquilo que ensinavam não entrava no coração, enquanto Jesus havia uma autoridade real: não era “um sedutor”, ensinava a Lei “até o último detalhe”, ensinava a Verdade com a autoridade.

O Papa desce aos pormenores e reflete sobre as três características que diferenciam a autoridade de Jesus daquela dos doutores da Lei. Enquanto Jesus “ensinava com humildade”, e diz aos seus discípulos que “o maior seja como aquele que serve: faça-se menor”, os fariseus se sentiam príncipes:

“Jesus servia as pessoas, explicava as coisas para que as pessoas entendessem bem: estava ao serviço das pessoas. Havia um comportamento de servidor, e isto Lhe dava autoridade. Ao invés, os doutores da lei que as pessoas... sim, escutavam, respeitavam mas não reconheciam que tivessem autoridade sobre eles, estes tinham uma psicologia de príncipes: ‘Somos os mestres, os príncipes, e nós ensinamos vocês. Não serviço: nós mandamos, vocês obedecem”. E Jesus nunca se fez passar por um príncipe: era sempre servidor de todos e isto é o que Lhe dava autoridade”.

É o estar próximo das pessoas, na verdade, que confere autoridade. A proximidade é a segunda característica que diferencia a autoridade de Jesus daquela dos fariseus. “Jesus não era alérgico às pessoas: tocava os leprosos, os doentes, não lhe dava repugnância”, explica Francisco, enquanto os fariseus desprezavam “as pobres pessoas, ignorantes”, eles gostavam de passear pelas praças, bem vestidos:

“Eram distantes das pessoas, não eram próximos; Jesus era muito próximo das pessoas, e isso dava autoridade. Os distantes, aqueles doutores, tinham uma psicologia clericalística: ensinavam com uma autoridade clericalística, isto é, o clericalismo. Eu gosto tanto quando leio a proximidade às pessoas que tinha o Beato Paulo VI; no número 48 da “Evangelii Nuntiandi” se vê o coração do pastor próximo: ali está a autoridade daquele Papa, a proximidade”.

Mas há um terceiro ponto que diferencia a autoridade dos escrivas daquela de Jesus, e é a coerência, Jesus “vivia o que pregava”: “havia como uma unidade, uma harmonia entre aquilo que pensava, sentia e fazia”.” Enquanto quem se sente príncipe tem “uma atitude clericalística”, isto é hipócrita,  diz uma coisa e faz outra:

“Ao invés, essas pessoas não eram coerentes e sua personalidade era dividida a ponto que Jesus aconselhava seus discípulos: “Façam o que dizem, mas não o que fazem”: diziam uma coisa e faziam outra. Incoerência. Eram incoerentes. E o adjetivo que Jesus usa muitas vezes é hipócrita. E dá para entender que quem se sente príncipe, que tem uma atitude clericalística, que é uma hipócrita, não tem autoridade! Dirá verdades, mas sem autoridade. Jesus, ao invés, que é humilde, que está a serviço, que está próximo, que não despreza as pessoas e que é coerente, tem autoridade. E esta é a autoridade que o povo de Deus sente”.

Concluindo, para explicar plenamente isto, o Papa recorda a parábola do Bom Samaritano. Diante do homem abandonado meio morto na estrada pelos brigantes, passa o sacerdote e vai embora porque tem sangue e pensa que se o tivesse tocado se tornaria impuro; passa o levita,  diz o Papa, e “creio pensasse” que se tivesse se envolvido, depois deveria testemunhar no tribunal” e tinha tantas coisas para fazer. E também ele vai embora. No final, vem o samaritano, um pecador que, ao invés, sente piedade. Mas tem outro personagem, o hospedeiro, nota o Papa, que fica impressionado não com o ataque dos brigantes, porque era uma coisa que acontecia naquela estrada, não pelo  comportamento do sacerdote e do levita, porque os conhecia, mas pelo comportamento do samaritano. O estupor do hospedeiro diante do samaritano: “Mas ele é louco”, “não é hebreu, é um pecador”, podia pensar. Francisco então liga este episódio com o estupor das pessoas do Evangelho de hoje diante da autoridade de Jesus: “uma autoridade humilde, de serviço”, “uma autoridade próxima das pessoas” e “coerente”. 

(rbf)

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Subsídios para semana ecumênica já estão online

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Cidade do Vaticano (RV) – Já estão online  - e em português - os subsídios para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e para todo o ano 2017.

O material foi preparado e publicado conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas.

O tema deste ano é inspirado no quinto capítulo da segunda Carta de São Paulo aos Coríntios: “Reconciliação – É o amor de Cristo que nos impele”.

500 anos da Reforma

De modo especial, o tema deste ano recorda um evento que marcou a vida da Igreja ocidental: os 500 anos da reforma proposta por  Martinho Lutero.

“A Comissão Luterana-Católica Romana sobre a Unidade tem trabalhado com afinco para produzir uma compreensão partilhada dessa comemoração”, lê-se no subsídio. “Seu importante documento, Do Conflito à Comunhão, reconhece que ambas as tradições abordam esse aniversário numa era ecumênica, após as conquistas de cinquenta anos de diálogo e com novas compreensões de sua própria história e teologia. Deixando à parte o que é polêmico, nas visões teológicas da Reforma, católicos agora são capazes de ouvir o desafio de Lutero para a Igreja de hoje, reconhecendo-o como uma ‘testemunha do evangelho’ (Do Conflito à Comunhão 29). E assim, depois de séculos de condenações e depreciações mútuas, em 2017 cristãos luteranos e católicos irão pela primeira vez comemorar juntos o começo da Reforma.”

Celebração

No Hemisfério Norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos vai de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908 porque cobriam os dias entre as festas de São Pedro e São Paulo, tendo portanto um valor simbólico. No Hemisfério Sul, já que janeiro é tempo de férias, as Igrejas frequentemente escolhem outros dias para celebrar a Semana de Oração, como, por exemplo, perto de Pentecostes, que é também uma data simbólica para a unidade da Igreja.  

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L'Osservatore Romano, compromisso com a renovação

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Cidade do Vaticano (RV) – “É um novo desafio na continuidade”. Assim o Substituto da Secretaria de Estado, o Arcebispo Angelo Becciu, ilustra aos jornalistas reunidos na Sala de Imprensa da Santa Sé a nova edição semanal do L’Osservatore Romano. Também presente o Prefeito da Secretaria para as Comunicações, Mons. Dario Viganò.

E foi justamente com a apresentação aos jornalistas da nova versão do L’Osservatore - no 70º aniversário da publicação - que foi aberto o “meeting point”, a “festa”, como disse o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.

“Um desafio – reiterou Dom Angelo Becciu – que sublinhou que a “ênfase política” do L’Osservatore depende de seu departamento e que o semanário também se insere na reforma da mídia vaticana, numa ótica de “relançamento”:

“É a novidade na continuidade, que é uma constante da Igreja. Eu diria que é também um desafio, porque insistir no papel, nos tempos de hoje, é de certa forma ir contra a corrente”.

O Substituto da Secretaria de Estado também falou “da abertura ao mundo” das rotativas:

“Confirma o estilo do L’Osservatore Romano – do diário – que deve ser o porta-voz do Papa, da sua palavra, das suas atividades, mas com esta peculiaridade, que depois é o estilo do Papa, do abrir-se ao mundo, do abrir-se aos não crentes, do abrir-se à área laica. E aqui podem existir pontos que nos unem, como a paixão pela ecologia, o levar a paz”.

“A Igreja está na linha de frente no criar pontes e levar a paz em zoans de guerra” – acrescentou – recordando o grande trabalho dos Bispos no Congo, narrado também com “a tinta de impressão vaticana”:

“Pessoalmente felicito-os, porque os Bispos da República Democrática do Congo conseguiram evitar uma crise perigosa que poderia levar a uma guerra civil. Foram capazes de criar um acordo e de ajudar o Presidente, poderíamos dizer, a tomar resoluções sábias”.

Ao recordar o encarte mensal dedicado às mulheres, Dom Becciu falou desta “particular atenção que foi dada ao papel das mulheres na Igreja”, que “neste sentido é publicado e será ligado com o semanário” apresentado nesta terça-feira.

O Diretor do l’Osservatore Romano, Prof. Vian, reiterou que a publicação existe desde 1948, mas que se renovou totalmente:

“As três sessões, além da vaticana, são caracterizadas por uma presença selecionada de artigos, de novas rubricas. Para a internacional e para a cultura, se alternam um leigo e um católico: para a internacional, o Presidente Luciano Violante e o Embaixador Antonio Zanardi Landi; para a cultura, dois colegas que conhecemos há muito tempo,  Dario Fertilio e Roberto Righetto; para a informação religiosa – que para o L’Osservatore não significa somente o mundo católico, mas o ecumênico cristão e as outras religiões - estão Zouhir Louassini, colega da Rai e nosso editorialista; tem depois Anna Foa, outra editorialista do jornal; um protestante, Marcelo Figueroa, argentino, novissimo Diretor da edição argentina; e o Cardeal Bassetti, Arcebispo metropolita de Perugia - Città della Pieve. Cada um destes autores se alterna no durante um mês. Portanto, na realidade, é uma rubrica mensal para cada um deles”.

No jargão dos párocos, a semanal era uma “edição particular”, explicou ele:

“Porque permitia aos párocos ter uma síntese rápida do jornal e depois partes da homilia. E hoje temos também a sorte de ter uma meditação semanal do Prior de Bose, Enzo Bianchi”.

Vian, respondendo aos jornalistas sobre o jornal, reiterou o esforço de renovação, “fruto de um trabalho de equipe”, mesmo no âmbito da contenção de custos do cotidiano, que atualmente, em sete línguas e graças ao trabalho de cerca de 60 pessoas, informa também online, de forma gratuita, sobre as atividades vaticanas, internacional, fala de cultura e religião.

(MM-JE)

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Igreja na América Latina



Bolívia: Jesuítas desaprovam exumação do corpo de Pe. Espinal

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La Paz (RV) – A Companhia de Jesus na Bolívia expressou seu desacordo com a exumação do cadáver do sacerdote Luis Espinal, assassinado há mais de 36 anos em La Paz. Os jesuitas temem que a sua memoria seja usada para fins que não condizem com a investigação.

"Salvaguadando a memória histórica do Padre Espinal, em virtude do respeito com que se deve tratar o corpo, tanto na vida como depois da morte, a Companhia de Jesus expressa o seu desacordo  com a exumação dos restos mortais do Padre Luis Espinal", indica um comunicado enviado aos jesuítas e às Obras da Companhia na Bolívia pelo Padre Ignacio Suñol SJ, Secretário da Ordem no país.

Na mensagem, a Companhia revela os pontos centrais do memorial enviado à Procuradoria e indica não ter sido comunicada oficialmente sobre a decisão do Promotor Gerardo Quenta, que determinou a exumação para a última segunda-feira (09/01), no Cemitério Geral de La Paz.

Os jesuítas temem que a memória do sacerdote “seja usada para fins que não condizem com a investigação do crime, nem com o respeito e o carinho que a sociedade boliviana têm pelo Padre Espinal”.

Ademais, expressam que “o assassinato do Padre Espinal é de público conhecimento há mais de 36 anos e a causa médica de sua morte foi estabelecida em seu momento”.

Por fim, “a Companhia de Jesus expressa sua plena vontade de que sejam esclarecidos os fatos que tão injustamente provocaram a morte de nosso irmão Padre Luis Espinal Camps”.

A exumação foi disposta por Quenta dentro do caso seguido pelo Ministério Público à pedido de Roberto Meleán Rendón contra Jaime Niño de Guzmán Quiroz.

Entenda o caso

A investigação sobre o assassinato do Padre Espinal, cometido em 22 de março de 1980, foi reaberta em novembro passado por solicitação do denunciante, o Coronel Roberto Melean (condenado por crimes durante a ditadura), que por meio de seu advogado, Frank Campero, indica como responsável pelo crime o então Comandante da Força Aérea Boliviana (FAB), General Jaime Niño de Guzmán.

Segundo o jurista, que também representa o ex-ditador, Luis García Meza, a importância desta perícia se deve ao fato que, com ela, se obterá, após 36 anos, um ceritificado médico forense que servirá para fundamentar uma futura imputação e acusação para um julgamento.

O Padre Luis Espinal foi sequestrado em 21 de março de 1980 e seu corpo encontrado no dia seguinte na perferia de La Paz, com evidentes sinais de tortura e com disparos de arma de fogo. Quatro meses após o assassinato, tomou o poder na Bolívia o ditador  Luiz García Meza.

Jesuíta, cinesta, jornalista e poeta, nasceu em San Fruitó de Bages, próximo à Manresa, Espanha, em 1932. Ingressou ainda adolescente na Companhia de Jesus. Estudou Humanidades e Literatura clásica, Filosofia, Jornalismo e Teologia. Seis anos após ser ordenado sacerdote, foi à Bolívia como missionário. Era 1968. Sentiu-se profundamente atraído por um país marcado por profundas diferenças sociais e fortes injustiças. No epitafio de seu túmulo está escrito: “Assassinado por ajudar o povo”.

(je/reflexión y liberación)

 

 

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Igreja nos EUA promove coleta em favor da Igreja latino-americana

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Washington (RV) - “Partilha a tua fé”: esse é o tema da coleta anual que a Conferência Episcopal dos EUA promove em favor da Igreja na América Latina. A coleta deste ano se realizará no final de semana de 21 e 22 de janeiro.

“Ativa há mais de 50 anos como sinal de solidariedade entre as Igrejas nos EUA e a Igreja na América Latina e no Caribe, esta coleta permite aos católicos dos EUA caminhar em solidariedade com os irmãos e as irmãs da América Latina e do Caribe”, afirma o bispo auxiliar de Seattle e presidente da Subcomissão episcopal estadunidense para a Igreja latino-americana, Dom Eusebio Elizondo.

Sinal de unidade na fé

Trata-se, portanto, de “um importante sinal de unidade na fé”, acrescenta o prelado. Concretamente, muitos projetos são financiados por esta coleta: por exemplo, cursos de formação para leigos, seminaristas e religiosos e o desenvolvimento da pastoral carcerária e da pastoral da juventude. “Todos esses esforços ajudam os católicos a partilhar sua fé”, conclui a Conferência Episcopal dos EUA. (RL)

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Igreja no Mundo



Fazenda da Esperança chega à capital filipina

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Manila (RV) – A Fazenda da Esperança chegou à capital das Filipinas, Manila. O Arcebispo da cidade, card. Luis Antonio Tagle, assinou um acordo que estabelece uma parceria entre a sua Arquidiocese e o projeto terapêutico que acolhe dependentes de droga. 

O acordo foi assinado este final de semana na Catedral de Manila entre o Cardeal e fundador da Fazenda, o missionário belga Fr. Hans Stapel.

"Para cada vida há esperança", disse o Card. Tagle, referindo-se à recuperação dos dependentes, sobretudo jovens, e a sua possível reinserção total no tecido social. "Os jovens podem sair das trevas. Jesus Cristo é mais forte do que a droga", afirmou por sua vez Fr. Stapel, anunciando que a Fazenda - presente já em outras cidades como Milagros, Masbate e Naga City – pretende abrir outros centros nas Filipinas.

A Fazenda foi fundada em 1983 em São Paulo e hoje conta mais de cem comunidades terapêuticas em vários países, como Moçambique, Paraguai, Argentina, Guatemala, México, Alemanha, Itália e Portugal.

Padre Anton Pascual, diretor executivo da Caritas Manila, disse que o acordo assinado tem o objetivo de estabelecer uma cooperação entre a iniciativa e um programa já promovido pela Caritas Manila, que se ocupa em acompanhar os toxicômanos e suas famílias através de um percurso de formação espiritual, consultoria, projetos de assistência e formação profissional.

O acordo pretende ser também uma resposta à campanha contra as drogas promovida pelo presidente Rodrigo Duterte que – não obstante as críticas das Ongs – já matou em seis meses mais de 6.200 pessoas.

A Igreja Católica nas Filipinas quer demostrar às instituições que o caminho para combater as drogas é a sensibilização cultural e a reabilitação e a recuperação dos dependentes, e não sua supressão. (BF/Agência Fides)

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Card.Erdő no Fórum católico-ortodoxo: negar Deus não evitará tensões

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Paris (RV) - “A opressão da experiência religiosa não é solução. Negar Deus não evitará as tensões. Pelo contrário, o secularismo enfraquece a vida social e sempre traz mais insegurança.” Foi o que disse o arcebispo de Esztergom-Budapeste, Cardeal Péter Erdő, abrindo na tarde desta segunda-feira (09/01) em Paris o V Fórum europeu católico-ortodoxo, cuja edição tem como tema “A Europa no temor da ameaça do terrorismo fundamentalista e o valor da pessoa e a liberdade religiosa”.

Trata-se – disse o cardeal húngaro – de “um dos temas mais presentes na vida de nossos cidadãos na Europa: o medo causado pelo terrorismo, o qual comumente tem sua raiz no fundamentalismo colocando em discussão a dignidade da pessoa humana e criando dificuldade para uma liberdade religiosa sadia, sem a qual não existe paz social”.

“Vemos crescer especialmente entre os jovens um grande desejo de radicalidade e de uma vida não banal: porém, esse desejo não deve levar a um fundamentalismo e muito menos ao ódio do outro e ao terrorismo, mas sim, como Jesus nos ensina, a amar a Deus com todo o coração e ao próximo como a nós mesmos”, continuou o purpurado.

Medo é fruto da fragilidade da civilização europeia, do individualismo, do consumismo e de uma ameaça externa

O arcebispo magiar disse ainda que o medo “provém da fragilidade da civilização europeia atual, da Europa do individualismo e do consumismo”, mas “é também fruto de uma ameaça externa. Quem nos ameaça? Quem nos quer mal? Quem não sente necessidade de respeitar e de cuidar da dignidade da pessoa humana?” – questionou o Cardeal Erdő.

Segundo o purpurado, “isso explica porque os cristãos são mais do que nunca necessários na Europa. Por conseguinte, estamos decididos a fazer destes dias de trabalho um tempo de reflexão e de empenho para levar a nossas Igrejas e a nossos fiéis uma palavra de conforto, mas também para reforçar o chamado a uma presença na vida social comprometida com a promoção da justiça, o cuidado pelo bem comum e pela dignidade da pessoa e, além disso, pela defesa da liberdade religiosa, para dar a todos o bálsamo da divina misericórdia”. (RL)

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Conflitos inter-religiosos podem levar Nigéria à guerra civil

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Abuja (RV) – As fortes tensões inter-religiosas na Nigéria mantém as Igrejas em alerta, que temem um agravamento da situação no país. O alarme é provocado pelas contínuas violências perpetradas contra os cristãos por extremistas islâmicos no norte do país, em particular o Boko Haram e os pastores Fulani.

O Arcebispo anglicano de Jos, Dom Benjamin Kwashi, chegou a alertar o governo para uma possível guerra civil: “os fieis cristãos poderiam querer se vingar pelos abusos sofridos”, afirmou. Mesmo que os ataques contra as pessoas e suas propriedades não justifiquem a vingança – observou o prelado – é necessário estar prontos para uma reação.

Os passos dados pelo governo nigeriano na luta contra o Boko Haram, mesmo que importantes, ainda não foram suficientes para proteger os cristãos dos contínuos ataques dos pastores Fulani. “Não se fez o bastante para proteger os cristãos no norte do país”, afirma com veemência Dom Kwashi.

“Somente Deus freou a raiva dos fieis até agora – observou– mas o dia em que ela explodir, ninguém conseguirá controlá-la”.

Por fim, o Arcebispo de Jos apela à comunidade internacional para que intervenha para colocar fim às injustiças e danos contra os cristãos. De fato, milhares foram mortos e mais de 1 milhão obrigados a emigrar para poder sobreviver.

O prelado ressaltou que não se pode pedir aos cristãos para permanecer no norte da Nigéria, visto a grave situação de perigo. Quem decide ficar – afirmou – “deverá ter uma forte fé em Deus, mais do que tenha tido anteriormente”.

(je/riforma.it)

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Alemanha: Música de Bach para ressaltar o que une

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Munique (RV) – O Cardeal Reinhard Marx abriu na Igreja de São Miguel dos Jesuítas, em Munique, a iniciativa “ Bach 2017”, que acompanhará os fieis durante as comemorações dos 500 anos da Reforma

Diante das cerca de 500 pessoas que enfrentaram uma verdadeira tempestade de neve para chegar ao templo, o Cardeal Marx abriu oficialmente esta importante manifestação pensada pela Companhia de Jesus como uma “pequena fonte ecumênica”.

Johann Sebastian Bach

A manifestação é articulada em nove domingos, com nove cantatas de Johann Sebastian Bach. A música de Bach tem importância pela sua origem protestante, mas também para a Igreja Católica, no momento em que verificou-se um renascimento depois da Reforma Protestante. E precisamente os jesuítas foram os artífices desta renovação.

“Aceitei prontamente o convite para abrir este ciclo de concertos - declarou o Cardeal Marx à revista da Arquidiocese de Munique - porque entre as ofertas durante 2017, há algo de especial”.

O Diretor do coro e Diretor artístico de São Miguel, Frank Höndgen, está satisfeito pela manifestação: “Tivemos casa cheia, o Cardeal abriu o ciclo e nos sentimos muito á vontade em fazer música. Para um projeto do gênero – nunca visto anteriormente em Munique – é um bom início”.

Segundo Höndgen, “é importante que ambas as Igrejas pensem àquilo que une ao invés do que divide”.

 

(je/sir)

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Mais de cem locais de culto danificados ou destruídos pelo Daesh

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Irbil (RV) – São ao menos cem os locais de culto vandalizados ou totalmente destruídos nos territórios de Mosul e da Província do Nínive a partir de junho de 2014, quando os jihadistas do Estado Islâmico (Daesh) impuseram seu domínio na região.

A informação é do porta-voz do Ministério para os Assuntos Religiosos da Região Autônoma do Curdistão, Mariwan Naqshbandi. Ele antecipou o conteúdo de uma relatório a ser publicado em breve por uma Comissão que investiga os crimes cometidos pelos milicianos do Daesh em Mosul e na Planície do Nínive, no período em que mantiveram o controle daquela hora.

O documento – sublinha o porta-voz curdo – revela como a maior parte dos locais de culto destruídos ou danificados são igrejas cristãs, juntamente com um certo de número de templos yazidis ou pertencentes à outras minorias religiosas.

A Comissão sobre os crimes do Daesh – acrescentou Mariwan Naqshbandi – baseia-se na coleta de informações entre as tropas curdas Peshmerga, que contribuem para a libertação da região do Estado Islâmico.

A Comissão também investiga as violências sofridas por mulheres – sobretudo yazidis -  durante a ocupação, colhendo relatos e ouvindo testemunhos.

(je/fides)

 

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Formação



Freiras brasileiras ajudam haitianos vítimas do furacão

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Porto Príncipe (RV) – Depois de três meses da passagem do furacão Matthew pelo Haiti, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e parceiros continuam levando ajuda humanitária para o país.

O representante do Fundo no Haiti, Marc Vincent, disse que "já se pode ver um progresso: aumentou a disponibilidade de água potável, a maioria das escolas está funcionando e também clínicas e hospitais".

Apelo

Segundo Vincent, as áreas de mais difícil acesso atingidas pela tempestade de categoria 4, também estão recebendo assistência. Mas para continuar as operações, o representante do Unicef afirmou que a agência precisa de 36,6 milhões dólares.

Mais de 2 milhões de pessoas, incluindo 900 mil crianças, foram afetadas pela tempestade, sendo que 1,4 milhão precisam de ajuda humanitária.

Vacinação

Além disso, a agência da ONU ajudou na campanha de vacinação contra o cólera que alcançou mais de 800 mil pessoas, sendo 309 mil crianças.

Para ficar mais perto da população e melhorar o serviço de entrega da ajuda humanitária, o Unicef abriu dois escritórios no sul do país.

A região mais afetada recebeu também a visita das missionárias que integram o projeto intercongregacional da Igreja brasileira. As religiosas deixaram a sede, Porto Príncipe, para com o Fr. Sérgio Defendi conhecer uma das ilhas mais atingidas pelo furacão. Ouça o relato da Ir. Goreth Ribeiro: 

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Atualidades



Teórico da "sociedade líquida", Zygmunt Bauman morre aos 91 anos

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Cidade do Vaticano (RV) - Faleceu esta segunda-feira (09/01) aos 91 anos de idade, na cidade inglesa de Leeds, Zygmunt Bauman, intelectual célebre pela definição de “sociedade líquida”. Nascido na Polônia no seio de uma família judia, Bauman ocupou-se, entre os muitos temas de seus estudos, de pós-modernidade e globalização. 

Recorda-se a participação do filósofo e sociólogo nos últimos encontros internacionais, promovidos no “espírito de Assis” pela Comunidade romana de Santo Egídio, como o de setembro passado, em que expressou com convicção a visão de um diálogo necessário entre leigos e fiéis para a construção da paz.

Para um rápido olhar sobre a figura de Bauman e seu legado, a Rádio Vaticano entrevistou a docente de Sociologia dos processos culturais da Universidade Roma Três, Cecilia Costa. Eis o que disse:

Cecilia Costa:- “Era um estudioso de grande envergadura, porque se ocupou de fenômenos e de temas de atualidade muito importantes. Talvez seja recordado pelo termo “líquido”, que usou de modo apropriado, aplicando-o a uma série de conceitos: por exemplo “sociedade líquida”, “amor líquido”. Considero que os estudos mais importantes que fez foram sobre a ambivalência e sobre a modernidade. Ou seja, ele colheu um traço característico da modernidade avançada, que é o da contradição, contínua e constante, que está transversalmente presente em todos os fenômenos sociais. Fez estudos muito sérios sobre a pobreza hoje, que não é mais a falta de trabalho, mas a falta de consumo. E ultimamente escreveu um texto no qual indica os males de uma democracia que está em involução, ao invés de evoluir-se. Ademais, ao contrário daquilo que habitualmente se imagina e se pensa, essa conexão contínua, que é vista como democratização das informações, na realidade não produz conhecimento.”

RV: Qual estudioso visionário que foi dos nossos tempos, qual é a herança que Bauman nos deixa?

Cecilia Costa:- "Certamente a atitude: de uma honestidade intelectual absoluta, o que não é pouco para um estudioso. De certo modo como os clássicos do pensamento, ele viveu intensamente, intelectualmente e existencialmente os problemas sobre os quais se debruçou. A meu ver, esta é uma herança muito séria, porque há um envolvimento pleno da personalidade e da reflexão científica.”

RV: Bauman era polonês e viveu tanto a experiência do nazismo quanto a do comunismo. Quanto essas experiências influenciaram em seu percurso intelectual?

Cecilia Costa:- “Muito, muito. Foi quase uma capacidade de sofisticar a sua elaboração teórica e científica, propriamente porque viveu essas experiências e elas de algum modo foram vitais, permaneceram presentes em seu pensamento. Não as colocou entre parênteses, sempre quis recordá-las, conservá-las, para poder elaborar posteriormente toda a sua produção no signo de uma honestidade intelectual absoluta.” (MR – RL)

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Em resposta ao apelo do Papa, países latinoamericanos indultam presos

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Cidade do Vaticano (RV) – O apelo jubilar do Papa Francisco por um gesto de clemência para com os encarcerados, encontrou eco em Cuba, Nicarágua, Bolívia, Paraguai, Venezuela e El Salvador.

Nicarágua e Cuba

Os últimos a serem libertados foram 557 detidos nos cárceres da Nicarágua, entre os quais 52 mulheres, mães de família.

Já os primeiros foram 787 cubanos, que receberam o indulto do Presidente Raúl Castro em novembro de 2016, e que somam-se aos 3.522 libertados para celebrar a visita do Papa Francisco à Ilha, em setembro de 2015.

Nicarágua

Na Nicarágua, 450 detentos de 19 prisões de El Salvador foram  libertados ou colocados no regime semi-aberto pelo governo do Presidente Sánchez Cerén, que assim respondeu ao apelo lançado pelo Papa no Ano da Misericórdia, “de um gesto de clemência por aqueles prisioneiros considerados idôneos para serem beneficiados de tal medida”.

Segundo o Núncio Apóstolico na Nicarágua, Dom Fortunatus Nwachukwu, os indultados pelo governo de Daniel Ortega cometeram crimes ligados à droga – além do consumo, a introdução dela nos centros penitenciários – ou à crimes comuns.

A decisão foi acompanhada pelo anúncio de que serão reativadas fazendas agrícolas em regime semi-aberto, assim como o acesso de presos a escolas de primeiro e segundo grau, assim como a cursos superiores.

Venezuela

O indulto mais esperado - um “sinal de boa vontade” pedido pela oposição – foi concedido pelo governo venezuelano, com a libertação de cinco presos políticos, entre os quais o líder do Partido de Unidade Democrática, Carlos Melo, às vésperas da terceira rodada de negociações entre governo e oposição, que resultou infrutífera.

El Salvador

Já em El Salvador, a situação nos 19 centros penais é de superlotação, com 34.700 presos, segundo fontes do Ministério da Justiça. As libertações, à pedido do Papa, foram bem vistas pelas Associações de defesa dos direitos humanos, que há tempos denunciam a insustentabilidade da situação carcerária no país.

Bolívia

Na Bolívia, Evo Morales indultou 1.800 - dos 15 mil detentos - com prisão preventiva ou penas menores. Também neste caso, os “idôneos a receber tal benefício” – como se lê na carta de Francisco enviada aos Presidentes e Chefes de Estado da América – serão os processados com penas inferiores a cinco anos, delinquentes não reincidentes, detentos com menos de 28 anos, mães de família com filhos na prisão, detidos com doenças terminais, mulheres grávida e condenados portadores de alguma deficiência.

Paraguai

Na América o Sul, o Paraguai foi o primeiro país a responder ao apelo de Francisco. O indulto do Presidente Horacio Cartes é para 16 pessoas, dos quais 10 são mulheres detidas nas prisão do Bom Pastor, Juana Maria de Lara e na prisão regional da cidade de Encarnación.

O  Ministro da Justiça paraguaio também anunciou um investimento de 80 milhões de dólares em infraestrutura carcerária para melhorar as condições de vida dos detidos.

A população carcerária do Paraguai soma 13.071 presos, mesmo que as estruturas tenham a capacidade para acolher 6.643 detidos. Durante a visita ao país em julho de 2015, o Papa Francisco visitou a prisão feminina Bom Pastor.

(je/terra d’America)

 

 

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Dr. Vanderlei: combater infecção com uso de luz

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Cidade do Vaticano (RV) - Continuamos a nossa conversa com o Doutor Vanderlei Bagnato, físico e professor da Universidade de São Paulo (USP) sobre o tema do controle de infecções. 

Segundo o pesquisador da USP, é possível curar uma dor de garganta usando luz no lugar de remédios. Para o Doutor Vanderlei esse tipo de tratamento dispensa o uso de antibióticos. Bastam a luz e uma bala que possui uma substância chamada curcumina, encontrada no açafrão. A luz age sobre esta substância e combate a infecção.

Dr. Vanderlei explica como funciona.

(MJ)

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