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Sumario del 16/01/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa em Guidonia: testemunhar Jesus, sem fofocar

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Cidade do Vaticano (RV) - “Testemunhar Jesus” com exemplos de vida cristã, ações concretas e sem “fofocas”. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada, na tarde deste domingo (15/01), na Paróquia de Santa Maria em Setteville, em Guidonia, Diocese de Roma.  

O pontífice retomou suas visitas às paróquias romanas depois de uma pausa do ano jubilar. Recomeçou o ciclo de visitas encontrando na Paróquia de Santa Maria em Setteville o vice-pároco Pe. Giuseppe Berardino, 47 anos, que sofre gravemente de Esclerose Lateral Amiotrófica há mais de dois anos, e não se movimenta autonomamente. 

Francisco se encontrou com os jovens que começaram cinco anos atrás seu percurso de formação para a Crisma com Pe. Giuseppe. Acompanhado pelo Pároco Pe. Luigi Tedoldi, o Papa solicitou os jovens a falar, a fazerem perguntas, a testemunhar com a sua presença na paróquia que é “uma graça do Senhor” aos jovens que abandonam a Igreja depois da Crisma.

Testemunho

Com as crianças, o Pontífice se deteve sobre o significado do testemunho como “exemplo de vida”: 

“Posso falar do Senhor, mas se eu com a minha vida não falo dando testemunho, não serve! Padre, eu sou cristão, e falo do Senhor. Sim, mas você é um cristão papagaio: palavras, palavras e palavras, e nada mais. O testemunho cristão se faz com a palavra, com o coração e com as mãos.”

O Papa exortou a ouvir, ir ao encontro, pedir perdão e perdoar, realizar obras de misericórdia com os doentes, encarcerados e pobres. E ter fé, vivendo-a e demonstrando com os fatos o quando seja importante: 

“Se você tem um amigo, uma amiga que não crê, não deve dizer-lhe: “Você tem de crer por isso e aquilo, e explicar todas as coisas. Isso não deve ser feito! Isso se chama proselitismo e nós cristãos não fazemos proselitismo. O que se deve fazer? Se não posso explicar, o que devo fazer? Viver de tal forma que seja ele ou ela a lhe perguntar: Por que você vive assim? Por que você fez isso? Aí sim, você explica.”

Francisco convidou a falar e a ter como exemplo os avós que “protegem a família”: “são a nossa memória, a nossa sabedoria, são também amigos”, sublinhou. 

No encontro com os agentes pastorais, recordou o período em que em Buenos Aires fazia algumas catequeses “com um filme”, convidando a assistir o filme japonês de Kurosawa intitulado “Rapsódia em Agosto”, para explicar o diálogo entre avós e netos.

O Papa falou das vezes em que caminhou na “escuridão” da fé: “Existem dias em que não se vê nada, mas depois com a ajuda do Senhor a gente se reencontra.” Por exemplo, diante de uma calamidade: Francisco se referiu às 13 crianças nascidas depois do terremoto que abalou recentemente a região central da Itália, batizadas, no último sábado (14/01), na Casa Santa Marta. Um homem disse ao Papa que perdeu sua esposa no terremoto. 

“Respeita a escuridão da alma. Depois, o Senhor despertará a fé. A fé é um dom do Senhor. Cabe a nós somente protegê-la. Não se estuda para ter fé: a fé se recebe como um presente.”

No encontro com os doentes, Francisco refletiu sobre o sofrimento também das “crianças com problemas”: 

“Existem coisas que não têm como explicar, acontecem. A vida é assim. Jesus quis estar próximo a nós com a sua dor, com a sua paixão, com seu sofrimento. Jesus está com todos vocês.”

Com os pais de 45 crianças batizadas na paróquia durante 2016, o Papa se deteve na “alegria da vida que segue adiante”, típica das crianças. A seguir, confessou quatro pessoas, e na homilia da missa, voltou a convidar a testemunhar Cristo: “Existem muitos cristãos que professam que Jesus é Deus; existem vários sacerdotes que confessam que Jesus é Deus, muitos bispos, mas todos testemunham Jesus? Ser cristão é uma maneira de viver? É como ser torcedor de um time? Ser cristão é primeiramente testemunhar Jesus.”

Paz

Uma paróquia é incapaz de testemunhar se nela existem fofocas. O Papa deu como exemplo os Apóstolos, que não obstante tenham traído Jesus, nunca “falavam mal” uns dos outros. 

“Vocês querem uma paróquia perfeita? Não fofoquem. Se você tem alguma coisa contra uma pessoa, fale diretamente com ela ou converse com o pároco, mas não entre vocês. Este é o sinal de que o Espírito Santo está numa paróquia. Os outros pecados, todos temos. Existe um coleção de pecados: eu pego esse, você pega aquele, mas todos somos pecadores. Porém, o que realmente destrói uma comunidade, como o verme, são as fofocas.”

Antes de deixar Guidonia, Francisco saudou os fiéis que esperaram por ele do lado de fora da igreja. E deixou uma tarefa: Que este seja um “bairro de paz”.
 
(MJ)

 

 

 

 

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Papa recebe presidente da Guiné: combate à injustiça social e à pobreza

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Cidade do Vaticano (RV) - Desenvolvimento integral da pessoa, preservação do ambiente, combate à injustiça social e à pobreza, bem como o desenvolvimento de políticas adequadas para enfrentar o problema migratório: essas foram algumas questões de interesses comuns no centro dos colóquios esta segunda-feira (16/01), no Vaticano, entre o Papa Francisco e o presidente da República da Guiné, Alpha Condé. 

Sucessivamente, o líder guineano encontrou-se com o secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, e o secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.

Segundo comunicado da Sala de Imprensa vaticana, durante as conversações foram também evidenciadas as boas relações existentes entre a Santa Sé e a Guiné. Nesse contexto, foram valorizados o papel e a importante contribuição que as instituições católicas dão ao país da costa oeste da África, particularmente no campo educacional e da saúde, bem como na promoção do diálogo inter-religioso com a comunidade muçulmana.

Detiveram-se ainda sobre a situação política e social da Região, com referência especial ao compromisso concreto da República da Guiné a contribuir para a pacificação da mesma. (RL)

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Queda de avião mata 32 no Quirguistão. Papa reza pelas vítimas

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Cidade do Vaticano (RV) -  Um avião de carga turco caiu segunda-feira (16/01) nas proximidades do aeroporto de Manas, no Quirguistão, matando ao menos 32 pessoas, 13 das quais, crianças. A maioria das vítimas são moradores de um vilarejo atingido pelo Boeing 747.  

O pesar do Pontífice

O Papa Francisco soube do acidente e profundamente entristecido, enviou suas condolências a todos os que perderam entes queridos. Por meio de um telegrama assinado pelo Secretário de Estado, Cardeal Piero Parolin, Francisco assegura suas orações pelos esforços de busca e resgate e invoca sobre a nação as bênçãos divinas de força e consolação. 

Segundo o governo quirguiz, um erro de pilotagem na operação de pouso teria provocado o acidente. O avião ia de Hong Kong para Istambul, na Turquia, e estava prevista uma escala em Manas, cidade próxima à capital do Quirguistão, Bishkek. 

Além dos mortos, 12 pessoas ficaram feridas, 17 edifícios foram destruídos, outros 6 foram danificados e dois continuam a pegar fogo. Tendas foram instaladas para acolher os desabrigados em meio às temperaturas de -2ºC na região.

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Igreja no Brasil



Rebelião em Natal. O arcebispo, Dom Jaime, convida à reflexão

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Natal (RV) - Detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes, na zona norte de Natal, deram início a um motim na madrugada de segunda-feira (16/01). A revolta ocorre a menos de 24 horas do massacre de 26 presos em uma outra rebelião no Presídio de Alcaçuz, o maior do Rio Grande do Norte. O novo motim seria represália às mortes resultantes da rebelião derivada de uma briga de facções criminosas rivais durante o final de semana.

No domingo, dia 15 de janeiro, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira da Rocha, emitiu nota por conta da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz.

Dom Jaime também fez um comentário em exclusiva para o Programa Brasileiro: 

 

“É preciso que nós como pastores, como povo de Deus e como brasileiros, tenhamos a preocupação em fazer com que todos se sintam corresponsáveis na construção de um Brasil melhor. Deve ser ideal de todos os brasileiros construir uma pátria de cidadãos com oportunidades de vida dignas; direitos e deveres para todos e não uma pátria de excluídos e de marginais. É preciso um novo contrato social”.

“As pessoas, às vezes, com seus preconceitos, acham que a população carcerária foi importada de outro lugar, veio de outro planeta, como se não fosse o produto e a consequência da própria conjuntura, da realidade do nosso país, de nossa sociedade. Portanto, os aspectos sócio-políticos, econômicos e todos os aspectos da vida humana precisam ser revistos. Os modelos de produção e da economia sejam mais inclusivos, proporcionando a todos oportunidades e dignidade de vida. Deus nos favoreça. Precisamos realmente refletir sobre isto”.

Os últimos fatos devem preocupar toda a nação; as pessoas perceberem que os presidiários têm uma família, têm pais, mães e irmãos. Não vieram de outro lugar, não caíram do céu, mas se constituem filhos desta pátria amada, Brasil”.

“Precisamos construir um Brasil que pertença a todos, que garanta dignidade, vida feliz, trabalho, enfim, tudo o que constitui a dignidade da pessoa humana imagem e semelhança de Deus. Que Ele nos proporcione este sentimento de cidadania, de solidariedade e, portanto, de vida cristã. Sentimento cristão que deve inspirar a nossa compreensão do tempo presente”.

(CM)

 

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Igreja na América Latina



Bispos panamenhos: tutela dos menores e combate à corrupção

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Cidade do Panamá (RV) - Tutela dos menores e combate à corrupção: esses foram os pontos focais da 205ª Assembleia Plenária ordinária realizada pela Conferência Episcopal do Panamá (CEP), de 9 a 13 passados. No documento final difundido ao término dos trabalhos, os bispos reiteram, em primeiro lugar, a necessidade de “proteger os menores, especialmente os mais vulneráveis”.

Tolerância zero aos abusos contra menores perpetrados por sacerdotes

Recordando o que escreveu o Papa Francisco na Carta aos bispos em 28 de dezembro de 2016, Festa dos Santos Inocentes, os prelados panamenhos exortam a “defender e proteger com coragem a vida das crianças da sede de poder dos novos Herodes, que lhes rouba a inocência”.

Em particular, os bispos ressaltam a gravidade de chagas sociais como “o trabalho de menores, a escravidão, a prostituição, a exploração, as migrações forçadas, as máfias e os mercados de morte” que afligem a infância. Daí, o premente apelo à “tolerância zero diante de abusos contra menores perpetrados por sacerdotes”.

Trata-se de “um pecado pelo qual a Igreja pede perdão”, lê-se no documento em que se reitera também a necessidade de se “tomar as medidas necessárias para proteger os menores de tais crimes”.

Não à ideologia de gênero

Sempre pensando nos menores e, mais em geral, nos jovens, a CEP olha “com muita preocupação para as tentativas de impor, no sistema educacional, a ideologia de gênero”, uma espécie de “nova colonização levada adiante por organismos internacionais que condicionam as ajudas econômicas aos países em desenvolvimento a fim de impedir-lhes a liberdade e soberania”.

Por isso, os prelados reiteram que os pais têm “o direito e o dever de ser os primeiros e principais educadores de seus filhos, inclusive no plano sexual e moral”. Daí, o empenho da Igreja no Panamá em “defender uma lei sobre a educação sexual que forme os adolescentes sem violentar sua dignidade com noções reducionistas sobre uma sexualidade banalizada e empobrecida”.

Questão educacional seja prioridade do país

Mas a questão educacional vai também além de tal âmbito específico: efetivamente, os prelados afirmam que o sistema está “em colapso” e lançam um alarme contra o “abandono escolar” que repercute em toda a sociedade e pedem que se recupere “um ideal de educação entendida como missão e serviço”, o que implica “vocação e não a redução a uma mera profissão”.

Ao mesmo tempo, as instituições governamentais são chamadas a garantir aos jovens “uma formação integral, não somente acadêmica, mas também humana e espiritual”. “O problema educacional é uma prioridade e se não for entendido como tal, levaremos o país a um suicídio social, político e econômico”, ressalta a Igreja panamenha.

Combate à corrupção: recuperar ética e moral

Ademais, o documento final dos bispos panamenhos tem a corrupção como tema central: uma chaga que decorre da falta de ética e de moral vivida em todos os níveis da sociedade e que leva a “uma perigosa espiral de confrontos” sociais.

Por isso, os prelados auspiciam a assunção de responsabilidade por parte de toda a coletividade, de modo a “abrir-se às exigências da solidariedade e do bem comum” e a “recuperar a ética e a moral” necessárias para combater os sistemas corruptos.

“Não podemos continuar olhando para o outro lado – adverte a CEP. A pátria é um bem comum que requer a responsabilidade de todos, e o país não merece viver uma experiência tão dolorosa” como a corrupção.

Preparativos para a JMJ de 2019

Por fim, a Conferência Episcopal olha já para 2019, quando o país centro-americano acolherá a 34ª Jornada Mundial da Juventude, “experiência de comunhão eclesial entorno da figura do Santo Padre”.

Em vista deste importante evento, os prelados exortam os fiéis a “intensificar as orações a fim de que a JMJ abra os corações” das pessoas ao acolhimento de tantos jovens que chegarão ao país.

A propósito de juventude, de 2 a 5 de fevereiro próximo vai se realizar em Chitré o 38º Encontro nacional juvenil panamenho, centralizado na formação dos jovens, a fim de que sejam “discípulos e missionários da misericórdia do Pai”. (RL)

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Igreja no Mundo



Testemunhar Jesus “não em grandes discursos, mas pequenos gestos”, enfatiza D. Bruno

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Chieti (RV) – Ser cristão significa, principalmente, testemunhar Jesus e não viver o cristianismo como se fosse “um torcedor de uma equipe”. Essa foi a essência da mensagem do Papa Francisco na visita à paróquia romana de Guidonia. “Ser” e não aparecer: assim Dom Bruno Forte, arcebispo italiano de Chieti-Vasto, “traduz” o convite do Papa.

Dom Bruno – A busca pela verdade e a negação à aparência. Acredito que esse seja um ponto fundamental do magistério do Papa Francisco. Ele aponta sempre ao coração, à verdade do coração, àquilo que somos perante Deus e que devemos procurar ser em relação aos outros. Tudo aquilo que é um simples aparecer, uma máscara, não tem nada de cristão. Acredito que isso seja profundamente conforme àquilo que nos pede Jesus no Evangelho, quando nos pede de agradar o Pai, que vê no segredo, e não de se preocupar em agradar os homens pela impressão que podemos dar, por aquela imagem de nós que queremos transmitir.

Durante a visita à paróquia romana, o Papa Francisco enalteceu que o testemunho cristão se faz com a palavra, com o coração e as mãos. Um testemunho feito por pequenos gestos.

Dom Bruno – O testemunho não é simplesmente alguma coisa pela qual basta falar ou simplesmente alguma coisa que se desenvolve no interior da pessoa, mas é conjugar inseparavelmente a palavra, o coração e as mãos em que esse coração traduz a sua vontade de se empenhar pelos outros, por Deus. Perante Deus, aquilo que realmente conta é a verdade daquilo que fazemos e que se expressa exatamente, não em grandes palavras, em grandes discursos ou em formas clamorosas, mas na gestualidade de um concreto ato de amor. Então, o chamado aos pequenos gestos é mais uma vez o chamado ao ser perante Deus, e não ao aparecer. (Debora Donnini/AC)

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Formação



Frade brasileiro em Aleppo relata destruição e esperança

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Aleppo (RV) – Destruição e esperança: assim o Guardião e Reitor da Basílica da Anunciação em Nazaré, na Terra Santa, Fr. Bruno Varriano, viveu sua visita à cidade de Aleppo, na Síria.

Neste testemunho à Rádio Vaticano, Fr. Bruno relata a viagem “aventurosa e difícil” da capital, Damasco, até Aleppo. Em tempos de paz, eram necessárias quatro horas para fazer este percurso, mas com a guerra, agora se levam nove horas. 

Ao chegar a Aleppo, a visão é desoladora: “O centro histórico está completamente destruído. Foram destruídos mosteiros, igrejas, casas, hotéis, lojas, assim como o mercado. Mas encontramos uma comunidade cristã com muita fé e esperança. Vi também um perfume de caridade. Ajudam-se entre si e recebem ajudas de cristãos de todo o mundo. Vi uma igreja em pé, que não abandona os cristãos. Estou levando comigo fé, esperança e caridade que pude experimentar nesses dias. Deus não abandona o seu povo e não o abandona por meio daqueles que se sacrificam e estão aqui. Vemos só destruição, não só os edifícios, mas as pessoas estão cansadas”.

Fr. Bruno lança então um apelo à paz: “Daqui podemos tirar uma lição de vida: de que a guerra jamais deve acontecer, a guerra só destrói. O ser humano, sem Deus, é capaz de fazer coisas terríveis. Não à guerra, sim à paz”.

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Atualidades



Grupos criminosos, superlotação e mais de 100 vítimas nos presídios do Brasil

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Natal (RV) – Entidades internacionais se posicionam sobre os massacres nos presídios brasileiros que, em menos de 15 dias, somam mais de 100 mortos. No episódio mais recente, registrado na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal, 26 detentos foram assassinados. 

As rebeliões refletem a guerra entre facções criminosas que disputam o domínio do tráfico de drogas. Segundo o secretário da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Walber Virgolino da Silva Ferreira, “há uma organização de nível nacional que está tentando dominar o Brasil. E há facções locais que tentam impedir esse crescimento”.

ONU reitera investigação “imediata, imparcial e efetiva”

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), em nota divulgada na primeira semana de janeiro, confirma essa “espécie de guerra” entre facções como uma das principais motivações das rebeliões. “Esse momento crítico”, continua o comunicado da ONU, “requer um amplo debate sobre como articular o respeito aos direitos humanos com o controle do crime organizado no sistema prisional brasileiro. Isso porque violações frequentes, incluindo tortura e maus-tratos, bem como condições inadequadas e insalubres de encarceramento, têm contribuído para o surgimento e fortalecimento de grupos organizados”.

A representação do UNODC reitera “o compromisso de apoiar o Brasil na busca de soluções abrangentes e multissetoriais para as questões relativas às drogas e ao sistema de justiça criminal”.

Já o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) reiterou às autoridades brasileiras a necessidade de uma investigação “imediata, imparcial e efetiva” dos episódios visto o início de ano trágico no país que revela ainda outras causas das chacinas: condições degradantes de encarceramento e superlotação.

População carcerária no Brasil

Nos últimos anos, a população carcerária brasileira saltou de 90 mil presos, na década de 90, para 622 mil em 2014. Os dados são do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen). Nesse âmbito, 40% dos detentos são provisórios, ou seja, ainda não foram julgados e permanecem encarcerados. (AC)

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Unicef pede acesso imediato e seguro para ajudas a crianças na Síria

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Nova York (RV) - “Enquanto prossegue o compromisso a dar aplicação total a uma trégua do conflito na Síria, renovamos o apelo a um acesso imediato, incondicionado e seguro para que se possa chegar às crianças e famílias que ainda se encontram sem receber ajudas humanitárias no país.” 

É o que pede o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em declaração conjunta com outras agências da Onu. Segundo o comunicado, hoje na Síria existem quinze áreas sob assédio, nas quais mais de 700 mil pessoas, entre estas se estimam 300 mil crianças, se encontram ainda sem saída em meio aos confrontos no país do Oriente Médio.

Cerca de cinco milhões de pessoas, das quais mais de dois milhões de crianças, vivem em áreas de difícil acesso das ajudas humanitárias devido aos confrontos, a insegurança e o acesso restrito.

Em toda a Síria, as pessoas continuam sofrendo enquanto desprovidas de meios de base de sustentação – e enquanto continuamente correm risco de ser expostas a violências.

“Nós – e conosco entendemos o mundo – não devemos permanecer em silêncio enquanto as partes em conflito continuam utilizando como instrumentos de guerra a negociação de alimento, água, fornecimentos médicos e de outras formas de ajuda”, exorta ainda a declaração.

“As crianças são expostas a riscos sempre maiores de sofrer desnutrição, desidratação, diarreia, doenças infecciosas e feridas – lê-se na declaração. Muitas delas precisam de auxílio porque sofreram eventos traumáticos, violências e outras violações. Tragicamente, muitas crianças, em suas jovens vidas, conheceram pouco que não fosse conflito e privações.”

Os horrores do assédio oriental em Aleppo desapareceram da atenção pública – mas não devemos deixar que as necessidades, as vidas e o futuro dos sírios despareçam da consciência do mundo, enfatiza o Unicef.

“Não devemos permitir que em 2017 se repitam na Síria as tragédias já verificadas em 2016”, conclui a declaração do Fundo das Nações Unidas para a Infância. (RL)

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Diretor da Caritas de Roma: plano de prevenção para moradores de rua no frio

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Roma (RV) – O inverno rigoroso europeu, com baixas temperaturas que já chegaram a 20 graus negativos na Polônia, fez três vítimas por hipotermia em Roma. O último morador de rua que sofreu com o trágico destino do frio foi encontrado morto dois dias atrás num estacionamento público da capital italiana. A situação dramática, muitas vezes denunciada pelo Papa Francisco, ganha ainda mais empenho de voluntários para enfrentar a emergência de um frio que mata.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o diretor da Caritas de Roma, Enrico Feroci, primeiramente comentou sobre os números do inverno na Itália: seis pessoas morreram no país, três somente em Roma.

Enrico Feroci – Não se pode enfrentar o frio sempre como uma emergência, correndo atrás daquilo que se poderia ou se deveria fazer. É absolutamente necessário fazer um plano de prevenção para evitar essas coisas. Com o frio deste ano, neste momento, é preciso pensar ao frio de dezembro de 2017, de janeiro e fevereiro de 2018 e se organizar, porque não tem uma organização que consiga dar uma resposta a tantas pessoas, realmente porque a pobreza está aumentando e todos permanecem na rua.

Papa: encontrar o Senhor no homem que sofre

O diretor da Caritas também abordou a relação do Papa com essa situação de emergência e sobre aqueles que ajudam quem precisa.

Enrico Feroci – Eu diria que o Papa Francisco pela manhã, quando acorda, a primeira oração que faz é realmente para os pobres e também para aqueles que estão próximos a esse mundo. É como se falasse: “O Senhor está ali”, como nos dizia Jesus no Evangelho: não ia procurá-lo no Templo, mas no pobre que precisa de ajuda. Papa Francisco está nos dizendo onde precisamos encontrar o Senhor, ali, onde está o homem que sofre. Ele nos diz isso continuamente e acredito que esteja também ali o estímulo, a beleza daquilo que está dizendo e está fazendo por nós. (Alessandro Gisotti/AC)

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