Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 18/01/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



"Diante da morte, a esperança da vida eterna", diz o Papa aos fiéis

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Cidade do Vaticano (RV) – “Jonas, a esperança e a oração”: este foi o tema da catequese feita pelo Papa aos fiéis em seu encontro nesta quarta-feira (18/01), para a audiência geral. 

Francisco se concentrou de modo mais concreto na nossa decisão de nos pormos em oração movidos pela esperança no perdão de Deus e mencionou a parábola do Profeta Jonas, em cuja vida esta relação ficou bem clara. 

Jonas é um profeta ‘em saída’, ‘em fuga’, disse o Papa, um profeta que Deus enviou ‘à periferia’, em Nínive, para converter os moradores daquela grande cidade...  Mas o profeta não quis ir: Nínive fez demasiado mal ao seu povo, para Jonas conseguir desejar-lhe a salvação. Então o profeta toma uma nave, com o propósito de seguir na direção oposta de Nínive. 

“Durante sua fuga, o profeta entra em contato com os pagãos, os marinheiros do navio, para se afastar de Deus e de sua missão. E é justamente o comportamento destes homens que nos faz hoje refletir sobre a esperança que, diante do perigo e da morte, se expressa em oração”. 

Uma grande tempestade ameaça afundar a nave; sobre ela, desesperados, todos começam a rezar cada um ao seu próprio deus para que os salve. Todos não! Jonas dorme no porão. O comandante o acorda dizendo -lhe: “Invoca o teu Deus, a ver se por acaso se lembra de nós e nos livra da morte”. 

Nestas palavras – explicou o Pontífice – transparece toda a esperança do ser humano na sua impotência face a um perigo mortal. É a esperança que se faz oração, uma súplica cheia de angústia que sobe dos lábios humanos em perigo iminente de morte. 

O fato destas palavras saírem da boca de “pagãos”, como era o comandante da nave, só confirma como a necessidade de o fazer seja intuitiva e generalizada na alma humana. O pavor instintivo de morrer revela a necessidade de esperar no Deus da vida. 

“Muitas vezes, facilmente, nós não nos dirigimos a Deus no momento da necessidade por considerarmos uma oração interesseira e imperfeita. Deus, no entanto, conhece as nossas fraquezas, sabe que nós nos recordamos Dele para pedir ajuda, e com o sorriso indulgente de um pai, responde positivamente”. 
 
“Quando Jonas, reconhecendo as próprias responsabilidades, se joga no mar para salvar seus companheiros de travessia, a tempestade se calma. Aceitando sacrificar-se por eles, Jonas agora conduz os sobreviventes ao reconhecimento do verdadeiro Senhor”. 

E a oração ditada pela esperança surtiu efeito, Deus realizou quanto esperavam e pediam: a nave foi salva, o profeta aprendeu a obedecer e Deus perdoou à cidade arrependida.

O Papa concluiu a reflexão afirmando que sob a misericórdia divina, e ainda mais, à luz do mistério pascal, a morte pode se tornar, como o foi para São Francisco de Assis, “nossa irmã morte” e representar, para cada homem e para cada um de nós, a surpreendente ocasião para conhecer a esperança e encontrar o Senhor. 

(CM)

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Papa: "Comunhão, reconciliação e Unidade são possíveis"

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Cidade do Vaticano (RV) - Em sua saudação aos fiéis de língua alemã, o Papa Francisco lembrou esta quarta-feira (18/01) que se está iniciando (no Hemisfério Norte) a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

O Pontífice deu as boas-vindas à delegação do Itinerário Europeu Ecumênico e enalteceu sua visita a Roma, definindo-a “um importante sinal ecumênico que expressa a comunhão alcançada graças ao caminho do diálogo nas décadas passadas. O Evangelho de Cristo está no centro de nossa vida e une pessoas que falam línguas diferentes, moram em países diferentes e vivem a fé em comunidades diferentes”.

Recordo com emoção a oração ecumênica em Lund, na Suécia, no dia 31 de outubro passado. No espírito daquela homenagem comum à Reforma, vemos mais  o que nos une do que o nos divide e continuamos juntos o caminho para aprofundar nossa comunhão e dar a ela uma forma cada vez mais visível”.

“Na Europa, esta comum fé em Cristo é como uma linha verde de esperança: pertencemos uns aos outros. Comunhão, reconciliação e unidade são possíveis. Como cristãos, temos a responsabilidade desta mensagem e devemos testemunhá-la com a nossa vida. Que Deus abençoe este desejo de união e vele por todas as pessoas que percorrem o caminho da unidade”.

No Brasil, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos se celebra entre Ascensão e Pentecostes.

(CM)

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Papa doa motorhome para crianças e idosos das periferias de Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – Antes da Audiência Geral desta quarta-feira (18), no pátio aos fundos da Aula Paulo VI no Vaticano, o Papa Francisco abençoou dois motorhomes que irão beneficiar as crianças e os idosos das periferias de Roma. A iniciativa é promovida pelo Vicariato, pelo Hospital Pediátrico Bambino Gesù e pela Cooperativa Operadores Sanitários Associados (Osa), com colaboração da Universidade Católica Sacro Cuore. 

As duas unidades móveis serão usadas em favor das comunidades para levar informação, prevenção e assistência. O veículo para os idosos, doado pelo Papa graças aos recursos do Óbolo de São Pedro, começará a funcionar já na próxima semana, em 28 de janeiro, na Paróquia de San Filippo Neri. Já a outra unidade, que Francisco contribuiu com uma parte, já está em pleno serviço: do ano passado até hoje o motorhome já atendeu 983 crianças. (AC/l’Osservatore Romano)

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Igreja no Brasil



Dom João José da Costa é o novo Arcebispo de Aracaju

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da Arquidiocese de Aracaju (SE), apresentada por Dom José Palmeira Lessa, por limite de idade.

Dom José será sucedido pelo Coadjutor da Arquidiocese, Dom João José da Costa, O.Carm., que é também o Presidente da Caritas Brasileira. 

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Igreja no Mundo



México: Estado de emergência em Cancún. Bispo pede segunça e oração

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Cancún (RV) - O Bispo de Cancún-Chetumal, Dom Pedro Pablo Elizondo Cárdenas, convidou as autoridades a “manter a paz, garantir a segurança, salvaguardar a vida e proteger a população e os turistas”, após alguns episódios de violência ocorridos na cidade e a proclamação de estado de emergência. 

Na última terça-feira (17/01), um grupo de homens armados atacou a tiros vários edifícios públicos na região central do balneário turístico de Cancún. Os criminosos abriram fogo contra a sede da promotoria do Estado para a região norte. Durante o tiroteio com a Polícia um funcionário da promotoria e três homens armados morreram.

Na nota enviada a Fides, o Bispo convida os cidadãos a “respeitarem as regras de segurança e a permanecerem em casa. Ouvir as autoridades competentes e prestar atenção aos comunicados das autoridades sobre a situação”. Dom Elizondo convida “todos os católicos a rezarem pela paz e a reconciliação no México”. 

O Prefeito de Cancún convidou os cidadãos à calma. “As autoridades estão fazendo de tudo para controlar a situação e prender os responsáveis”. 

O ataque contra a promotoria do Estado foi perpetrado depois do tiroteio numa discoteca perto da Playa del Carmen, na última segunda-feira, que causou cinco mortos. 

(MJ)

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Filipinas: Congresso apostólico sobre misericórdia e cultura da vida

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Manila (RV) – A misericórdia não é um sentimento abstrato, mas uma atribuição de Deus que olha ao homem, ao valor da vida, aos direitos fundamentais da pessoa. Por isso, o quarto Congresso Apostólico Mundial da Misericórdia (WA-COM4) que se realiza na Universidade Santo Tomás em Manila, nas Filipinas, presta grande atenção a estes temas e à realidade da nação, que atravessa uma crise dos direitos humanos, vista a “guerra à droga” lançada pelo governo que está causando milhares de vítimas. É o que afirma o Bispo Ruperto Santos de Balanga recordando, em nota enviada à Fides, que “a misericórdia é coligada com a vida, ama e defende a vida. É sempre centrada na vida”. 

Marcha pela vida

Enquanto o Congresso registra uma participação maciça de batizados, vários grupos eclesiais laicais anunciaram que sairão às ruas de Manila para estigmatizar a série de “execuções extrajudiciais” em andamento no país: “A Marcha pela vida” está marcada para 18 de fevereiro.

Contrários à cultura de morte

Os leigos devem expressar sua contrariedade à campanha que causou a morte até agora de mais de 6.200 pessoas, presumíveis criminosos e traficantes de drogas. “Nós, leigos católicos filipinos, desejamos protestar contra toda forma de ameaça à vida e à dignidade humana promovida por organizações e autoridades econômicas, sociais e políticas”, afirma o comunicado. “Queremos dizer ao nosso governo que somos contrários a esta cultura de morte”. (SP)

 

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Unidade dos Cristãos: mensagem dos presidenets do CCEE e da Kek

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São Galo (RV) - “As crises que a Europa e Estados vizinhos são chamados a enfrentar nos aproximam ainda mais”. 

É o que escrevem os presidentes do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), Cardeal Angelo Bagnasco, e da Conferência das Igrejas Europeias (KEK), Reverendo anglicano, Christopher Hill, na mensagem conjunta publicada por ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no Hemisfério Norte.

“Guerras e conflitos, incerteza política, migração e desafios ecológicos, pobreza material e espiritual tocam as vidas de todos na Europa e fora dela. Todavia, com estas crises também vem a esperança. Juntos, podemos testemunhar o amor de Cristo pela reconciliação através da salvaguarda da Criação, da solidariedade com os pobres e da tutela da dignidade do povo de Deus”, lê-se na mensagem. 

“Através do diálogo aprofundamos o nosso conhecimento recíproco. Através de testemunhos e ações comuns construímos pontes. Através da oração aprendemos a reconhecer a obra do Espírito Santo. O caminho a seguir pode parecer nem sempre claro ou simples, mas temos sempre no coração a verdade segundo a qual amor de Cristo nos impulsiona”, afirmam na mensagem o Cardeal Bagnasco e o Reverendo Hill.

Os líderes dos dois organismos europeus recordam que “a história do Cristianismo na Europa é marcada por períodos dolorosos de divisão, condenação recíproca e violência”. “Algumas Igrejas se preparam para celebrar os 500 anos do início da Reforma Protestante e nós devemos recordar mais uma vez o nosso passado difícil”, ressaltam eles, acrescentando: “Recordar estes eventos e nos confrontar com a nossa história é uma oportunidade preciosa para renovar o nosso compromisso em curar as feridas e superar as divisões. Dirijamo-nos a Cristo, que reconcilia com Deus todos os povos e a criação, para que nos ajude nessa tarefa. Com gratidão pelo dom recebido, trabalhamos pela reconciliação através de nossas palavras e ações.”

Na mensagem, as Igrejas europeias olham com gratidão para a história de diálogo vivida até hoje: “Hoje, celebramos o nosso crescimento em aprender a colaborar e a cultivar um diálogo teológico significativo. O Conselho das Conferências Episcopais da Europa e a Conferência das Igrejas Europeias colaboram há 45 anos, através da Comissão conjunta, sobre várias temáticas de interesse comum. A partilha do sofrimento e da alegria terrena também nos une. A nossa solidariedade com os ciganos, o nosso compromisso com a justiça ecológica e a oração pela unidade dentro do Corpo de Cristo são consolidadas por essa relação.”

(MJ)

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Terra Santa: Pizzaballa, existem sinais de morte física e ética em todo lugar

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Jerusalém (RV) - “Existem sinais de morte em todo lugar e em todas as formas de violência das quais somos testemunhas. Não somente física, mas também ética. Conhecemos bem a violência que ceifa a vida nesta Terra, santa e difícil.”

Foi o que disse Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, durante a missa celebrada nesta quarta-feira (18/01), na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, com a Coordenação dos Bispos da Terra Santa. 

Segundo a Agência Sir, o arcebispo convidou a combater a cultura de morte, confiando-se à Ressurreição de Cristo. Dom Pizzaballa reiterou que do Santo Sepulcro “os cristãos devem aprender a testemunhar a vida que é mais forte que toda forma de morte”. 

“A experiência do mal e do sofrimento é algo que permanece na vida, mas não têm mais a força de nos prender. Permaneçamos na esperança e voltemos para casa com humildade porque não existe desafio maior que caminhar na luz do Ressuscitado”, disse o prelado aos bispos. 

No final da missa, o moderador da Coordenação, Dom Declan Lang, agradeceu ao Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém e reiterou o compromisso de todos os bispos de trabalhar, em suas respectivas nações, pela Terra Santa e pelas pedras vivas que habitam ali.

(MJ)

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Formação



"Parabéns, contaminadores da Terra!"

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Cidade do Vaticano (RV) – Está comprovado: 2016 foi o ano mais quente já registrado na História, com temperaturas chegando a 1,2 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.  

"Fomos testemunhas de um prolongado período de extraordinário calor e tudo indica que isto se transformará na nova norma", sustentou o Secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, ao apontar que foram observados níveis excepcionalmente altos de concentração de dióxido de carbono e que recordes de temperatura foram quebrados.

"Agosto foi o mês mais quente em registros tanto na superfície terrestre como nos oceanos", acrescentou a porta-voz da OMM, Claire Nullis, baseando-se em dados da Nasa e do Centro Europeu para as Previsões Meteorológicas a Médio Prazo.

Segundo os últimos dados, a superfície de gelo no Ártico no verão do hemisfério norte deste ano foi a segunda mais reduzida dos últimos 37 anos, quando começaram os registros por satélite.

O pior evento natural registrado em 2016 foi o furacão Matthew, que causou a maior emergência humanitária no Haiti desde o terremoto de 2010. Entre outros eventos drásticos, houve tufões e ciclones, inundações em toda a Ásia e África, grandes ondas de calor e grandes secas.

Ivo Poletto é filósofo, teólogo e assessor de pastorais e movimentos sociais. Através do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, ele comenta a constatação de que o ano que passou foi o mais quente da História.

Ouça: 

(CM)

 

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Porta aberta às migrações

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Cidade do Vaticano (RV) - A edição desta quarta-feira (18/01) do programa semanal "Porta Aberta" é inteiramente dedicada ao tema da migração, já que no dia 15 se celebrou o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

Para falar do engajamento do Papa Francisco nesta questão e de todos os desafios do fenômeno migratório, a Rádio Vaticano entrevistou a Superiora-Geral das Irmãs Missinárias de São Carlos Borromeu (scalabrinianas), Ir. Neusa de Fátima Mariano.

Ir. Neusa comenta as decisões tomadas pela última Assembleia realizada em novembro de 2016 em Portugal para melhor servir os migrantes, como por exemplo a realização de "missões itinerantes", analisa as causas dos novos fluxos e adianta as iniciativas das scalabrinianas para este ano de 2017.

Ouça aqui: 

O programa "Porta Aberta" vai ao ar às quarta-feiras às 16h locais (13h no horário de Brasília).

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Voltar à autenticidade dos textos conciliares

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Cidade do Vaticano (RV) -  No nosso espaço Memória histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar no programa de hoje sobre a importância de voltar à autenticidade dos textos conciliares. 

As mudanças sociais e culturais no século XX e XXI, assim como a velocidade com que acontecem, apresentam um desafio para a Igreja e sua Missão no mundo. Se por um lado surgem vozes que defendem a realização de um novo Concílio, por outro, a maioria defende a total concretização das decisões do Concílio Vaticano II, ainda não implementadas.

Neste sentido, retornar aos Documentos conciliares é de particular atualidade: eles nos proporcionam instrumentos exatos para enfrentar os problemas de hoje. Somos chamados a reconstruir a Igreja, não apesar do, mas graças ao Concilio Vaticano II. Padre Gerson Schmidt:

"Quando havia passado 10 nos do Concilio Vaticano II, o Cardeal Ratzinger fazia a seguinte declaração: “Em primeiro lugar, é impossível para um católico tomar posição a favor do Concílio Vaticano II contra Trento e o Vaticano I. Quem aceita o Vaticano II, assim como ele se expressou claramente na letra, e entendeu-lhe o espírito, afirma ao mesmo tempo a ininterrupta tradição da Igreja, em particular os dois Concílios precedentes. E isso deve valer para o chamado ‘progressismo’, pelo menos em suas formas extremas.

Segundo: do mesmo modo é impossível decidir-se por Trento e do Vaticano I contra o Vaticano II. Quem nega o Vaticano II nega a autoridade que sustenta os dois Concílios, e, dessa forma, os separa de seu fundamento. E isso deve valer para o chamado ‘tradicionalismo’, também em suas formas extremas. Perante o Concílio Vaticano II, qualquer opção parcial destrói o todo, a própria história da Igreja, que só pode subsistir como uma unidade indivisível”.

No resgate histórico que aqui fazemos é importante termos presente o Sínodo de 1985, que teve também por objetivo a revisão do Concilio Vaticano II, passados então 20 anos. Esse sínodo fez um balanço do Concílio. João Paulo II teve três objetivos em 85, quando realizou o Sínodo dos bispos: queria, reviver, de alguma maneira a atmosfera de comunhão eclesial do Concilio; em segundo lugar, de troca de experiências sobre a aplicação do Concilio; e em terceiro lugar, favorecer um posterior aprofundamento do Concílio na vida da Igreja.

Segundo o Papa Bento XVI, enquanto ainda Cardeal, nos 20 anos pós-Concílio houve mais mudanças na Igreja do que dois séculos. Fez uma crítica de que devido a algumas más interpretações do Concílio se passou de uma atitude autocrítica para autodestruição, usando também palavras de Paulo VI.

Nesse contexto, o Cardeal Julius Döfner dizia que a Igreja pós-conciliar é uma grande obra de construção. Mas o espírito crítico acrescentou que é uma obra de construção onde se perdeu o projeto e cada um continua a fabricar de acordo com o seu próprio gosto¹ .

Por isso esses teólogos fazem um apelo a voltar aos autênticos textos do Concílio, o que aqui nesse espaço estamos procurando fazer para não deturpar a autêntica inspiração dos Padres conciliares. O Cardeal Ratzinger chegou a afirmar anos atrás, ainda antes de ser Papa: “é ao hoje da Igreja que devemos permanecer fiéis, não ao ontem, nem ao amanhã. E esse hoje da Igreja são os Documentos do Vaticano II em sua autenticidade. Sem reservas que os amputem. E sem arbítrios que os desfigurem”² .

Disse ainda mais, fazendo um diagnóstico pós-conciliar que estamos hoje descobrindo a função profética do Concílio. Palavras literais do Cardeal Ratzinger: “Alguns textos do Vaticano II pareciam adiantar-se aos tempos então vividos. Vieram a seguir revoluções culturais e terremotos sociais que os Padres conciliares nem podiam prever, mas que demonstravam como aquelas respostas – então antecipadas – eram as que, a seguir, se fariam necessárias. Portanto, retornar aos documentos é de particular atualidade: eles nos proporcionam instrumentos exatos para enfrentar os problemas de hoje. Somos chamados a reconstruir a Igreja, não apesar do, mas graças ao Concilio Vaticano II”³ .

Como Papa Bento XVI, em 10 de outubro de 2012, na tradicional Audiência Geral das quartas-feiras ,afirmou que os documentos do Concílio Vaticano II são "uma bússola que permitem que a nave da Igreja navegue em mar aberto, em meio a tempestades ou na calma com a certeza de chegar à meta". E ainda recordou que ele também participou como perito no Concílio, quando era professor de teologia fundamental da universidade de Bonn (Alemanha).  Ali, recordou assim: "pude ver uma Igreja viva – quase três mil Padres conciliares de todas as partes do mundo reunidos sob a orientação do Sucessor do Apóstolo Pedro – que se coloca na escola do Espírito Santo, o verdadeiro motor do Concílio".Recordou que a intenção da assembleia conciliar iniciada a 11 de outubro de 1962 era, para o Papa, “delinear de um modo novo a relação da Igreja com a idade moderna” (4) .

Bento repetia a mesma expressão utiliza já por João Paulo II ao término do Grande Jubileu do ano 2000, quando disse assim a respeito do Concílio: "À medida que passam os anos, aqueles textos não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da tradição da Igreja. Concluído o Jubileu, sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que se beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa" (Novo millennio ineunte, 57).

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1 RATZINGER, J. / v.MESSORI. A fé em crise? O Cardeal Ratzinger se interroga, E.P.U., SP, 1985, p.17.

2 Idem, 18.

3 Idem,21.

4 http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/vaticano/vaticano-ii-concilio-e-bussola-da-igreja/

 

 

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Atualidades



Fortes terremotos voltam a atingir a Itália

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Cidade do Vaticano (RV) – Novos fortes terremotos foram registrados nesta quarta-feira (18/01) na região central da Itália com epicentro na província de L’Aquila

Os tremores mais intensos foram sentidos no Vaticano, todavia não alteraram o transcorrer da Audiência Geral do Papa com os peregrinos na Sala Paulo VI.  

De acordo com as atualizações do Instituto Nacional e Geofísica e Vulcanologia da Itália (Ingv), só na província de L'Aquila foram registrados mais de 100 eventos sísmicos durante a manhã. Os terremotos de magnitude superior a 5.0, sentidos inclusive em Roma, foram quatro durante o dia: 5.1 (10h25, horário italiano), 5.5 (11h14) e 5.4 (11h25) na parte da manhã, com uma repetição durante a tarde: 5.0 (14h33).

Em Roma, o metrô foi fechado e as escolas evacuadas. Alguns trechos da rodovia que liga Roma a L’Aquila foram fechados.

As localidades já atingidas pela sequência de terremotos iniciada em 24 de agosto de 2016 também sentiram os novos tremores. Em Amatrice, foram registrados desmoronamentos. Em Montereale as fortes nevascas dificultam o acesso de emergência.

(agencias/ingv/rb)

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Inverno em Roma: associações católicas distribuem refeições para moradores de rua

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Roma (RV) – Com o frio intenso que perdura na Itália e as notícias de moradores de rua que perderam a vida nestes dias em Roma, as Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos (ACLI) decidiram apoiar a iniciativa da Cruz Vermelha da capital, garantindo 50 cafés da manhã e 50 refeições à noite, todos os dias para quem mais precisa. O auxílio será destinado às pessoas que buscarão estadia temporária no alojamento da Cruz Vermelha de Roma. 

Segundo a presidente da ACLI de Roma, Lidia Borzì, “para garantir essas refeições iremos utilizar tanto o pão que não foi vendido, mas bom para comer que a cada dia recuperamos graças ao projeto ‘o pão A Quem Serve 2.0’, quanto os bens recolhidos graças à uma competição solidária entre nossos parceiros e associações, comerciantes e voluntários, todos unidos para enfrentar essa emergência que atinge, infelizmente, muitas pessoas da nossa cidade”.

Na sede da ACLI da capital italiana continuando chegando “cobertas, travesseiros, luvas, blusões e outros bens de primeira necessidade fundamentais num momento tão difícil”, acrescentou a presidente.

Como funciona o projeto do pão

A ACLI criou uma grande rede solidária, com mais de 400 mil sócios e 3500 associações italianas afiliadas, para diminuir o desperdício. Em Roma, cerca de 20 toneladas de pão acabam não sendo vendidas diariamente. O que a entidade faz é recuperar o pão do dia anterior das padarias e colocá-lo à disposição, de forma gratuita, coordenada e organizada a todas as associações que combatem a pobreza.

Concretamente, as associações que aderem ao projeto retiram diretamente o pão em horários e com modalidades específicas nas padarias da rede que ficam mais próximas das suas sedes. Para quem se interessar pela iniciativa italiana, outros detalhes podem ser encontrados no site http://ilpaneachiserve.it/. (AC)

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Líbano: Presidente Aoun encontra líderes religiosos

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Beirute (RV) – O número de cristãos no Oriente Médio diminui não apenas por causa dos conflitos e das violências, mas também pela atitude das comunidades cristãs de não assumirem responsabilidades políticas na gestão das instituições públicas. E o primeiro risco para os cristãos médio-orientais não são as bombas, mas a difusão, entre eles, de uma certa ganância por dinheiro e recursos. É o que frisou o Presidente libanês Michel Aoun, cristão maronita, recebendo na última segunda-feira, 16 de janeiro, no Palácio presidencial, os membros do Comitê executivo do Conselho das Igrejas do Oriente Médio. Faziam parte da delegação os representantes de Igrejas e comunidades eclesiais médio-orientais, inclusive o Patriarca Mar Ignatios Aphrem II, Primaz da Igreja sírio-ortodoxa, e o Patriarca Yohanna X, líder da Igreja greco-ortodoxa de Antioquia. 

Não sabemos o número de cristãos emigrados

Em seu pronunciamento – afirmam fontes locais – o presidente libanês se referiu à redução drástica da presença de cristãos autóctones na Palestina e no Iraque, onde desde a primeira Guerra do Golfo até hoje os cristãos passaram de mais de um milhão, para 300 mil. “E da Síria”, acrescentou o líder político libanês “não sabemos ainda o número de cristãos emigrados”.

Diante destes processos – sublinhou Aoun – é preciso reconhecer que somente a participação ativa dos cristãos na vida política da nação pode, a longo prazo, preservar a continuidade de presenças das comunidades cristãs autóctones. 

Permanência dos cristãos no Oriente Médio

A colocar em dúvida a permanência dos cristãos no Oriente Médio - sugeriu Aoun, expressando um pensamento original em relação a tantos estereótipos dominantes - não são tanto as bombas, as armas ou incursões aéreas, mas o risco de serem infectados por uma determinada “sede de dinheiro”. Aoun fez acenos à experiência dos mártires, salientando que no cristianismo o martírio é uma experiência de ressurreição, não de morte e fracasso.

“Alguns políticos”, disse Aoun, talvez com referência ao uso da palavra “mártir” para indicar todo combatente que morre em batalha ou os responsáveis de atentados suicidas, “criticaram o conceito de martírio, mas na vida cristã o martírio é dar a vida pelos outros. Expressa a realidade da redenção”. Jesus, com o seu martírio - salientou Aoun - “fez isso por nós”.

Presente a Patriarca

Durante o encontro, o Presidente Aun também doou ao Patriarca ortodoxo Yohanna X - cujo irmão Boulos Yazigi, Metropolita greco-ortodoxo de Aleppo foi sequestrado na Síria em abril de 2013 - um Evangeliário em grego, confiscado pelo Exército libanês a um jihadista que o tinha roubado de um dos santuários cristãos de Maalula, povoado cristão onde se fala o aramaico, ocupado por duas vezes pelas milícias jihadistas de al Nusra entre 2013 e 2014. (SP)

 

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