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Sumario del 21/01/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Faleceu em Roma Dr. Renato Buzzonetti, médico dos Papas

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Cidade do Vaticano (RV) - Faleceu nesta noite (sexta para sábado) em Roma, com a idade de 92 anos Dr. Renato Buzzonetti, que desde 1978 fora o médico de São João Paulo II e de Bento XVI. Nascido em Roma em 23 de agosto de 1924, Buzzonetti aposentou-se em junho de 2009. Durante vinte e seis anos foi o médico principal de Karol Wojtyla, e por quatro de Joseph Ratzinger e, antes ainda, do Beato Paulo VI, como assistente do Dr. Mario Fontana, e de Albino Luciani. Bento XVI lhe havia concedido o título honorífico de médico primário pontifício emérito. (SP)

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Promulgação de sete Decretos da Congregação das Causas dos Santos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Santo Padre recebeu em audiência, na manhã deste sábado, no Vaticano, o Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, ao qual autorizou a promulgar os seguintes Decretos concernentes:

- ao milagre atribuído à intercessão do Servo de Deus, Arsênio de Trigolo, no civil José Migliavacca, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, Fundador da Congregação das Irmãs de Maria Santíssima Consoladora, nascido em 13 de junho de 1849 e falecido em 10 de dezembro de 1909;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus, Raimundo Jardón Herrera, sacerdote diocesano, nascido em 21 de janeiro de 1887 e falecido em 6 de janeiro de 1934;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus, João Sáez Hurtado, sacerdote diocesano, nascido em 18 de dezembro de 1897 e falecido em 8 de agosto de 1982;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus, Inácio Beschin, no civil José, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores, nascido em 26 de agosto de 1880 e falecido em 29 de outubro de 1952;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus, José Wech Vandor, sacerdote professo da Sociedade Salesiana de São João Bosco, nascido em 29 de outubro de 1909 e falecido em 8 de outubro de 1979;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus, Francisco Convertini, sacerdote professo da Sociedade Salesiana de São João Bosco, nascido em 29 de agosto de 1898 e falecido em 11 de fevereiro de 1976;

- às virtudes heroicas da Serva de Deus, Santina Maria dos Dores, no civil Maria das Dores de Pascali, Fundadora da Congregação das Irmãs Discípulas do Sagrado Coração, nascida em 10 de junho de 1897 e falecida em 19 de maio de 1981;

- e às virtudes heroicas do Servo de Deus, João Tyranowski, leigo,  nascido em 9 de fevereiro de 1901 e falecido em 15 de março de 1947. (MT)

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Papa aos dominicanos: nos movemos na chamada "sociedade líquida"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu na tarde deste sábado, 21 de janeiro, na Basílica São João de Latrão, a Solene Celebração Eucarística de conclusão do Jubileu dos 800 anos de fundação da Ordem dos Pregadores (dominicanos). De fato, em 21 de janeiro de 1217, São Domingos de Gusmão recebeu do Papa Honório III a Bula Gratiarum Largitori Omnium, na qual, pela primeira vez, se fala de “Ordem dos Pregadores”. Precisamente o aniversário deste documento papal foi escolhido como data para a conclusão do Jubileu Dominicano. 

Na sua homilia o Papa Francisco recordou a Evangelho do dia no qual a Palavra de Deus apresenta dois cenários humanos opostos: “de um lado o "carnaval" da curiosidade mundana, do outro a glorificação do Pai através das boas obras”. A nossa vida – disse o Santo Padre - se move sempre entre esses dois cenários.

É interessante ver como, já então, dois mil anos atrás, os apóstolos do Evangelho se encontrassem diante deste cenário, que nos dias de hoje se desenvolveu e globalizou por causa da sedução do relativismo subjetivista.

Sociedade líquida

“A tendência à busca de novidade, própria do ser humano encontra o ambiente perfeito na sociedade do aparecer, no consumo, na qual muitas vezes se reciclam coisas velhas, mas o importante é fazê-las aparecer como novas, atraentes, cativantes. Também a verdade é manipulada, disse Francisco acrescentando: “nós nos movemos na chamada "sociedade líquida", sem pontos fixos, desequilibrada, sem referências sólidas e estáveis; na cultura do efêmero, do usa e joga fora”.

"Carnaval" mundano

Diante deste "carnaval" mundano destaca-se nitidamente o cenário oposto, que encontramos nas palavras de Jesus que acabamos de  ouvir: "glorifiquem a vosso Pai que está nos céus". E como ocorre essa passagem da superficialidade pseudo-festiva à glorificação?, pergunta-se o Papa.  “Ocorre graças às boas obras daqueles que, tornando-se discípulos de Jesus, tornaram-se "sal" e "luz".

Francisco afirmou em seguida que em meio ao "carnaval" de ontem e de hoje, esta é a resposta de Jesus e da Igreja, este é o apoio sólido em meio ao ambiente "líquido": as boas obras que podemos realizar graças a Cristo e ao seu Santo Espírito, e que fazem nascer no coração a ação de graças a Deus Pai, o louvor. E a pergunta: "por quê?", "por que aquela pessoa se comporta dessa maneira?": a inquietude do mundo diante do testemunho do Evangelho.

É preciso que o sal não perca o sabor 

Mas para que ocorra este "abalo" é preciso que o sal não perca o sabor e a luz não se esconda. Jesus diz muito claramente: se o sal perde o seu sabor não serve para mais nada. Ai do sal que perde o seu sabor! Ai de uma Igreja que perde o sabor! Ai de um padre, de um consagrado, de uma congregação que perde o sabor!

Francisco concluiu: “hoje damos glória ao Pai pela obra que São Domingos, cheio da luz e sal de Cristo, realizou oitocentos anos atrás; uma obra a serviço do Evangelho, pregado com a palavra e com a vida; uma obra que, com a graça do Espírito Santo, fez com que muitos homens e mulheres fossem ajudados a não se perderem no meio do "carnaval" da curiosidade mundana, mas, ao invés sentissem o sabor da sã doutrina, o sabor do Evangelho, e se tornassem, por sua vez, luz e sal, artesãos de boas obras ... e verdadeiros irmãos e irmãs que glorificam a Deus e ensinam a glorificar a Deus com as boas obras da vida”. (SP)

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A Semana do Papa em imagens - 07

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Rádio Vaticano (RV) - Publicamos o vídeo que reúne os principais eventos do Papa Francisco na última semana.

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Papa: Igreja deve amparar quem tem a "coragem" de se casar

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco inaugurou na manhã deste sábado (21/01), na Sala Clementina, o Ano judiciário do Tribunal Apostólico da Rota Romana. 

Em seu discurso, o Pontífice falou da relação entre fé e matrimônio no contexto atual, que ele define carente de valores religiosos e que, portanto, condiciona também o consenso matrimonial.

Quem hoje requer o matrimônio cristão – constatou Francisco – tem diversas experiências de fé: há quem participa ativamente da vida paroquial, quem se aproxima pela primeira vez; outros têm uma intensa vida de oração; outros, ao invés, são guiados por um sentimento religioso genérico; às vezes, são pessoas completamente distantes da fé.

Diante desta situação, o Pontífice pede que a Igreja encontre “remédios válidos” contra o multiplicar-se de celebrações matrimoniais nulas ou inconsistentes. Francisco propõe dois remédios: o primeiro deles é a “formação dos jovens” mediante um caminho adequado de preparação para redescobrir o matrimônio e a família. Um caminho que deve envolver o pároco e toda a comunidade, pois é uma “ocasião extraordinária” de missão e evangelização. É neste momento da vida, afirma o Papa, que os esposos estão disponíveis a rever e a mudar a orientação existencial.

Para isso, afirma, são necessárias pessoas com competência específica e preparadas de modo adequado para este serviço. “Neste espírito, reitero a necessidade de um ‘novo catecumenato’ em preparação ao matrimônio”. Para Francisco, este pode ser um “antídoto” contra a falência dos casamentos.

O segundo “remédio” indicado pelo Papa é ajudar os recém-casados a prosseguirem o caminho na fé e na Igreja inclusive depois da celebração do matrimônio. “É necessário identificar, com coragem e criatividade, um projeto de formação para os esposos, com iniciativas voltadas a uma crescente consciência do sacramento recebido. Trata-se de encorajá-los a considerar os vários aspectos de sua vida de casal, que é sinal e instrumento do amor de Deus”, apontou o Papa.

Mais uma vez, a comunidade paroquial é chamada em causa para amparar o casal depois do nascimento dos filhos e na obra educativa, para que não se sintam isolados.

“Esses dois remédios que indiquei são finalizados a favorecer um contexto de fé idôneo no qual celebrar e viver o matrimônio”, não obstante as insídias destruidoras da cultura dominante do efêmero e do provisório.

“Como disse várias vezes” – concluiu o Papa –, “é preciso coragem para se casar no tempo em que vivemos. E os que têm a força e a alegria de realizar este passo importante devem sentir a seu lado o afeto e a proximidade concreta da Igreja. Com este auspício, renovo os votos de bom trabalho para o novo ano que o Senhor nos doa”.

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Papa abençoa cordeiros na festa de Santa Inês

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Cidade do Vaticano (RV) – Na celebração litúrgica de Santa Inês, como é tradição, o Papa Francisco abençoou na Sala da Capela de Urbano VIII, no Vaticano, os dois cordeiros cujas lãs darão origem aos pálios. 

Na iconografia, Santa Inês é representada frequentemente com um cordeiro nos braços, símbolo de Jesus, o Cordeiro de Deus, e também porque seu nome vem do latim agnus (cordeiro).

Todos os anos, os padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar. Com a lã, as monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecilia, em Roma, confeccionam o pálio. Depois de prontos, são abençoados pelo Santo Padre e guardados numa arca junto ao tumulo do Apóstolo São Pedro. Serão entregues pelo próprio Papa no dia 29 de junho, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, aos novos Arcebispos Metropolitanos.

O pálio é uma estola com seis cruzes bordadas em lã preta. Trata-se de um símbolo de unidade com o Santo Padre e de autoridade sobre a própria jurisdição.

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Igreja no Brasil



Dom Orlando Brandes assume Arquidiocese de Aparecida

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Aparecida (RV) - Dom Orlando Brandes assumiu a Arquidiocese de Aparecida neste sábado (21/01), em missa solene celebrada no altar central do Santuário Nacional.

Aos 70 anos, Dom Orlando tomou posse de uma das Arquidioceses mais importantes do país. Até então, era Arcebispo de Londrina (PR).

Para ele, Aparecida possui um carisma que a define particularmente. “O ‘Carisma de Aparecida’ consiste em lançar sempre as redes, juntar os cacos quebrados pelo pecado e ajudar a refazer a vida, a esperança, a dignidade das pessoas. Aquele pequeno grupo de três pessoas, hoje se transformou numa grande árvore que é o Santuário Nacional. A Igreja de Aparecida começou nas casas, no oratório, na Basílica Velha e, agora, na Basílica Nova”, afirma o Arcebispo.

A Arquidiocese possui cerca de 190 mil habitantes. Entretanto, Dom Orlando Brandes terá pela frente quase dez vezes mais fiéis para cuidar, que são os 12 milhões de romeiros que visitam o Santuário Nacional de Aparecida anualmente.

(A12)

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Igreja no Mundo



Congresso elegerá terceiro Prelado do Opus Dei

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Roma (RV) – Tem início, neste sábado (21/01), em Roma, o processo para a eleição e nomeação do novo Prelado do Opus Dei, que substituirá o espanhol Javier Echevarría, que faleceu em Roma em 12 de dezembro de 2016, aos 84 anos.

Dom Javier Echevarría foi o segundo sucessor à frente do Opus Dei depois do fundador, São Josemaria Escrivá de Balaguer.

O novo prelado, que será o terceiro sucessor de Balaguer, deverá ter pelo menos quarenta anos de idade, fazer parte do Congresso eletivo, estar incorporado na Prelazia há pelo menos dez anos e ser sacerdote há pelo menos cinco anos.

Atualmente o Opus Deis tem 94 sacerdotes que preenchem tais requisitos, provenientes de 45 países.

Após a eleição, a indicação do sacerdote eleito deverá ser confirmada pelo Papa Francisco, a quem cabe a nomeação final do Prelado do Opus Dei.

O processo da eleição continuará com a designação das pessoas que farão parte dos Conselhos centrais, que completarão o governo da Prelazia para os próximos oito anos.

Durante o processo de eleição, os 194 Congressistas também "examinam a atual situação da Prelazia e as suas atividades apostólicas em todo o mundo".

O Opus Dei tem sua sede em Roma e conta com universidades, escolas de negócios, escolas primárias e secundárias, escolas profissionais, residências universitárias, hospitais e residências para membros numerários, espalhadas em mais de 60 países. (MT/EFE)

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Formação



Os árabes do Golfo Pérsico não correm

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, recebam uma saudação fraterna das Arábias. Os árabes do Golfo Pérsico não correm. Parece piada, mas até hoje não vi ninguém correndo, a não ser na prática de esportes.  Por acaso vocês já viram alguma cena com pessoas dessa região, correndo para chegar ao ônibus antes de a porta fechar?  Se algum de vocês observou alguém fazer isso, considere- se especial.  

É extremamente raro, em qualquer lugar dessa parte do mundo, ver alguém correr, principalmente em público. Não somente nas ruas e nos centros comerciais, mas em qualquer lugar. O motivo é simples. É complicado correr, vestindo aquela roupa chamada “abaya” para as mulheres e “kandura” para os homens, que chega até aos pés.   O tamanho do passo é limitado pelo cumprimento da roupa. O único jeito para sair em disparada seria levantá-la até os joelhos e disparar.

 Contudo, isso é impensável no Oriente Médio por modéstia e pela tradição.  Nessa cultura, revelar demais pele é considerado indecente e vergonhoso, enquanto usar roupa conveniente é um sinal de virtude.

Correr é indigno. Significa mostrar carne mais do que o normal, constrangendo o próximo e a si mesmo. Desde muito tempo foi assim no Oriente Médio. Quanto mais alto é o status da pessoa na sociedade, menos provável é que corra. Isso é inadmissível numa figura patriarcal, líder de uma tribo, de uma grande família ou personagem influente.

Tal atitude tradicionalista é contestada numa das mais belas e comoventes histórias narradas por Cristo, a história do filho pródigo.

Nessa parábola, lemos que um jovem quebrou todos os códigos de boa conduta. Pediu antecipadamente sua herança, considerando o pai como já morto. O filho foi embora e gastou tudo. Na sua ausência, o pai olhava o horizonte na esperança de ver o vulto de alguém que pudesse ser seu filho.  Chegou o dia. É a vez de o idoso pai quebrar os códigos de conduta. Faz o inimaginável. Suspende as vestes e corre, expondo suas pernas. do modo mais indigno e imodesto.” Quem o viu deve ter ficado horrorizado.  Onde se viu um ancião  sábio, pilar da sociedade, perder todo o respeito?

 Modéstia, dignidade social, pudores não vêm ao caso. O que interessa é vestir-se com o abraço ao filho que voltou.  Contudo, a corrida escandalosa para a cultura do Oriente Médio, encanta os ouvintes com a mensagem de misericórdia, graça, amor e perdão, evidenciada no abraço. Tudo porque o idoso pai correu.

O legalismo e o tradicionalismo sufocam as pessoas, o amor as liberta.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS

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Editorial: Vulneráveis e sem voz

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Cidade do Vaticano (RV) – “Migrantes de menor idade, vulneráveis e sem voz”: esse o título da Mensagem do Papa Francisco para o 103º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2017, que nós celebramos no último dia 15 de janeiro. O Papa Francisco nos chama mais uma vez a atenção para o destino das crianças e adolescentes migrantes que estão entre os mais vulneráveis. Os pequenos padecem hoje as novas formas de escravidão como a prostituição, a chaga da pornografia, a exploração no trabalho e o tráfico de droga. 

Diante da contínua violação dos direitos das crianças, Francisco opõe um ponto de vista ético muito claro: “encontramos Jesus Cristo nos pequenos e vulneráveis”, e devemos fazer de tudo para proteger a sua dignidade.

Os bispos europeus nos dias passados recordaram que em 2015 mais de 65 milhões de pessoas deixaram suas casas por causa de guerras, perseguições e violências. A metade deste povo de refugiados é constituída de menores. Em particular, o número elevado na Europa de menores refugiados não acompanhados apresenta desafios imensos, especialmente porque muitas crianças e jovens não fazem pedido de asilo. O número real, portanto, é muito mais alto em relação ao indicado pelos dados oficiais. Em 2015 eram mais de 100 mil.

Diante do drama dos refugiados, que já quase estamos acostumados a ver nos telejornais, não podemos permanecer indiferentes. Por traz das pessoas que de barco cruzam o Mediterrâneo, ou a pé pelas fronteiras do leste europeu tentando chegar a Europa, temos histórias de imenso sofrimento: famílias que são separadas, menores que sofreram violências e várias formas de exploração que causam graves feridas no corpo e na alma. Essa realidade não pode deixar o homem moderno, as chamadas sociedades civilizadas, estáticas. É mais do que nunca necessário adotar ações concretas para defender seus direitos e dignidade e ser voz daqueles que não tem voz.

O Pontífice pede que cuidemos das crianças, pois elas são três vezes mais vulneráveis – menores de idade, estrangeiras e indefesas – quando, por vários motivos, são forçadas a viver longe da sua terra natal e separadas do carinho familiar. As crianças migrantes, vulneráveis, invisíveis e sem voz, ressalva Francisco, “acabam facilmente nos níveis mais baixos da degradação humana, onde a ilegalidade e a violência queimam o seu futuro”. Como responder a esta realidade?

O Papa responde: “Com a certeza de que ninguém é estrangeiro na comunidade cristã. A Igreja deve reconhecer o desígnio de Deus também neste fenômeno, que faz parte da história da salvação”. Mas como?   

Em primeiro lugar, garantindo proteção e defesa aos menores migrantes; evitando que as crianças se tornem objeto de violência física, moral e sexual, porque “a linha divisória entre migração e tráfico pode tornar-se às vezes muito sutil”. Por outro lado, há de se combater também a demanda, intervindo com maior rigor e eficácia contra os exploradores.  

Em segundo lugar, é preciso trabalhar pela integração das crianças e adolescentes migrantes. O Papa recorda que a condição dos migrantes menores de idade é ainda mais grave quando ficam em situação irregular ou ao serviço da criminalidade organizada e são destinados a centros de detenção. 

Em terceiro lugar, o Papa apela para que se busquem e adotem soluções duradouras e neste sentido, é necessário o esforço de toda a comunidade internacional para extinguir os conflitos e as violências que constringem as pessoas a fugir.  

Uma questão fundamental, do ponto de vista do Papa, é a adoção de procedimentos nacionais adequados e de planos de cooperação concordados entre os países de origem e de acolhimento, tendo em vista a eliminação das causas da emigração forçada dos menores.

É também indispensável que a opinião pública seja informada de modo correto, para que se previnam medos injustificados e especulações sobre a pele daqueles que emigram, principalmente dos menores. É preciso tomar consciência de que a migração está presente na história do homem, e apostar na proteção, na integração e em soluções duradouras.

Devemos garantir um futuro a quem é obrigado a deixar suas terras em busca de uma vida mais digna. Devemos dar novamente a eles a dignidade perdida. (Silvonei José)

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Reflexão dominical: "Segui-me". Conversão e Vocação

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Cidade do Vaticano (RV) - «A primeira leitura, a mesma da noite de Natal, nos fala do domínio dos assírios sobre Israel. Na verdade, duas tribos que viviam ao norte do país, na Galiléia, e eram esquecidas, oprimidas, vilipendiadas em seus direitos. Viviam, de fato, em total escuridão. É a esses povos que o Senhor socorre com sua luz. Ele destrói a escuridão, quebra o jugo opressor e alegra seu povo com a libertação de todo e qualquer sofrimento. Na liturgia da noite de Natal, a leitura ia mais adiante, e falava do nascimento de um menino, do qual a luz era a sua representação. 

No Evangelho, Jesus vai morar nessa região do norte. Mateus cita a profecia que ouvimos na primeira leitura. A promessa é cumprida 700 anos depois, por Jesus Cristo, a Luz do mundo.

Há muito os assírios haviam deixado Israel, mas não a situação de morte, de pecado, através das más ações dos homens. Por isso Jesus prega: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!”

Ele vai anunciar a necessidade da mudança de coração, onde as pessoas se encontram, ali no trabalho, no seu dia a dia. É Deus companheiro, o Deus visitador, aquele que solicita nossa companhia, nosso trabalho, nossa amizade. Ele nos quer como colaboradores em sua missão de Luz que destrói as trevas. Recordo a cerimônia batismal quando o sacerdote acende uma vela no círio pascal, o sinal expressivo do Cristo Ressuscitado, e a entrega ao batizando, dizendo para ele ser luz. Temos todos a missão cristã de iluminar com nossa fé, esperança e serviço a parcela  do mundo em que vivemos, fazendo o bem a todos. Aí sinalizaremos que chegou o Reino de Deus, Reino de Justiça, de Amor e de Paz.

A vocação, o chamado que Jesus dirige a Pedro e a André, a Tiago e a João, dirige também hoje, agora a cada um de nós, onde estivermos, fazendo o que quer que seja. Ele nos diz: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens,” colaborando na sua missão: libertar a Humanidade do mal que impede o Reino de Deus de se aproximar e dos seres humanos de irem até Deus.

Vivamos nossa vocação de luz. Sejamos construtores da paz, de uma sociedade alicerçada no amor e no perdão».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o III Domingo do Tempo Comum)

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