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Sumario del 09/02/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: sem a mulher não há harmonia no mundo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa iniciou suas atividades nesta quinta-feira (09/02) celebrando a missa na capela da Casa Marta. “Sem a mulher não há harmonia no mundo”, disse o Papa na homilia, centralizada na figura da mulher a partir da Criação narrada no Livro do Gênesis. 

O homem estava só, então o Senhor lhe tirou uma costela e fez a mulher, que o homem reconheceu como carne de sua carne. “Mas antes de vê-la – disse o Papa – a sonhou”: “para entender uma mulher é necessário antes sonhá-la”, explicou Francisco.

“Muitas vezes, quando nós falamos das mulheres falamos de modo funcional: “mas a mulher é para fazer isto, quando – ao invés – a mulher traz “uma riqueza que o homem e toda a criação e todos os animais não têm”: a mulher traz harmonia à Criação, somente com a mulher Adão podia ser uma única carne:

“Quando não há mulher, falta a harmonia. Nós dizemos, falando: mas esta é uma sociedade com uma forte atitude masculina, e isto, não? Falta a mulher. ‘Sim, sim: a mulher é para lavar a louça, para fazer…’ Não, não, não: a mulher é para trazer harmonia. Sem a mulher não há harmonia. Não são iguais, não são um superior ao outro: não. Só que o homem não traz harmonia: é ela. É ela que traz a harmonia, que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”.

A homilia de Francisco se desenvolveu em três temas: a solidão do homem, o sonho, porque não se entende uma mulher sem sonhá-la antes, e o terceiro, o destino dos dois: ser “uma só carne”. O Papa citou um exemplo concreto. Contou quando numa audiência, enquanto saudava as pessoas, perguntou a um casal que celebrava 60 anos de matrimônio: Qual de vocês teve mais paciência?”

“Eles que me olhavam, se olharam nos olhos, não me esqueço nunca daqueles olhos, hein? Depois voltaram e me disseram os dois juntos: Somos apaixonados! Depois de 60 anos, isto significa uma só carne. Isso é o que traz a mulher: a capacidade de se apaixonar. A harmonia ao mundo. Muitas vezes, ouvimos: Não, é necessário que nesta sociedade, nesta instituição, que aqui tenha uma mulher para que faça isso ou aquilo. Não, não! A funcionalidade não é o objetivo da mulher. É verdade que a mulher deve fazer coisas e faz coisas, como todos nós fazemos. O objetivo da mulher é criar harmonia e sem a mulher não há harmonia no mundo. Explorar as pessoas é um crime que lesa a humanidade: é verdade. Mas explorar uma mulher é algo ainda pior: é destruir a harmonia que Deus quis dar ao mundo. É destruir.”

Explorar uma mulher não é somente “um crime”, mas é “destruir a harmonia”, reiterou Francisco que fez referência também ao Evangelho de hoje onde se fala da mulher sírio-fenícia. E concluiu com uma observação pessoal: 
 
“Este é o grande dom de Deus: nos deu a mulher. No Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher, hein? Aquela é corajosa! Foi adiante com coragem. Mas é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela o mundo não seria bonito, não seria harmônico. Gosto de pensar, mas isso é algo pessoal, que Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe.”

(BF/MJ)

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Educação católica humanizada, com diálogo e esperança contribui à missão da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira (9), no Vaticano, o Papa Francisco recebeu os participantes da Plenária da Congregação para a Educação Católica, que estavam acompanhados pelo prefeito, Card. Giuseppe Versaldi. No horizonte da evangelização, o Pontífice destacou que diante de um invasivo individualismo, que torna humanamente pobres e culturalmente estéreis, é necessário “humanizar a educação”.

Nesse horizonte da evangelização, colhemos esperanças para oferecer uma contribuição válida à missão da Igreja. A Plenária, como bem observou o Papa Francisco, é uma ocasião “para traçar as orientações dos futuros compromissos”, a partir do documento conciliar Gravissimum Educationis – a declaração sobre alguns princípios fundamentais da educação cristã nas escolas, que deverá ser relançada pela fundação de mesmo nome. 

Todos os educadores são chamados a “ajudar os jovens a serem construtores de um mundo mais solidário e pacífico”. “As instituições católicas têm ainda mais a missão de oferecer horizontes abertos à transcendência”, disse o Pontífice.

O Papa indicou ainda uma outra expectativa, aquela de aumentar “a cultura do diálogo” dentro de um mundo que, citando o filósofo canadense Marshall MacLuhan, transformou-se numa “aldeia global”, onde “cada pessoa pertence à humanidade e compartilha a esperança de um futuro melhor com a família inteira dos povos”.

“Ao mesmo tempo, infelizmente, há muitas formas de violência, pobreza, exploração, discriminação, posturas que limitam as liberdades fundamentais que criam uma cultura do descarte”.

As instituições católicas de educação estão sendo chamadas, então, “em primeira linha, a praticar a gramática do diálogo que forma ao encontro e à valorização das diversidades culturais e religiosas”.

“O diálogo, de fato, educa quando a pessoa se relaciona com respeito, estima, sinceridade de escuta e se expressa com autenticidade, sem ofuscar ou diminuir a própria identidade nutrida pela inspiração evangélica”.

As novas gerações, se “educadas de modo cristão ao diálogo, saberão “construir pontes” e “encontrar novas respostas aos muitos desafios do nosso tempo”. A última expectativa evidenciada é aquela de que a educação saiba “semear a esperança”.

“Tenho certeza que os jovens de hoje têm muita necessidade dessa vida que constrói futuro. Por isso, o verdadeiro educador é como um pai e uma mãe que transmite uma vida capaz de futuro. Para ter essa atitude é preciso escutar os jovens: o ‘trabalho da escuta”, propor-se a escutar os jovens!’”.

“E faremos isso no próximo Sínodo dos Bispos dedicado a eles”, acrescentou o Papa. A educação, junto com a esperança, tem em comum a mesma “matéria do risco”, finalizou Francisco.

“A esperança não é um otimismo superficial, nem mesmo a capacidade de olhar as coisas amavelmente, mas, principalmente, saber arriscar no modo certo, como acontece com a própria educação”. (AC)

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Papa: informação e formação contra o antissemitismo

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Cidade do Vaticano (RV) – Entre as atividades desta quinta-feira (09/02), o Papa recebeu membros da Liga Antidifamação. Trata-se de organização com sede em Nova Iorque (EUA), cuja principal atividade é identificar e denunciar ocorrências de antissemitismo. Com a Santa Sé, esta instituição mantém relações desde os tempos do Concílio Vaticano II. 

Em seu discurso, o Pontífice recordou sua visita ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau no ano passado. “Não há palavras e pensamentos adequados diante dos horrores da crueldade e do pecado; há oração, para que Deus tenha piedade e para que tragédias semelhantes não se repitam”, disse Francisco.

“Infelizmente, o comportamento antissemítico ainda persiste”, constatou o Papa, manifestando mais uma vez sua deploração a este crime. Para Francisco, a informação e formação são instrumentos eficazes para combatê-lo.

“Diante da demasiada violência que se propaga no mundo, somos chamados a um quê a mais de não-violência, que não significa passividade, mas promoção ativa do bem. De fato, se é necessário extirpar a erva do mal, é ainda mais urgente semear o bem: cultivar a justiça, aumentar a concórdia e promover a integração sem jamais se cansar”: exorta o Papa Francisco.

Aos membros da Liga Antidifamação, o Pontífice indica também a proteção dos fiéis e das religiões de qualquer manifestação de violência e instrumentalização como os melhores antídotos contra o insurgir do ódio.

Shalom alechem!”: com esta saudação o Papa conclui o seu discurso, agradecendo à Liga pelo diálogo que mantém com a Igreja Católica. 

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Papa a escritores de ‘La Civiltà Cattolica’: ser ponte e fronteira

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (09/02), na Sala do Consistório, no Vaticano, sessenta membros da comunidade de ‘La Civiltà Cattolica’, revista da Companhia de Jesus em língua italiana.  

O Pontífice manifestou satisfação de se encontrar com os escritores desse colégio e outros jesuítas da comunidade, as religiosas e todos os leigos que colaboram com os escritores na vida da revista e na administração da casa na qual vivem. O Papa saudou também os editores que a partir deste momento publicarão a revista também em espanhol, inglês, francês e coreano, e seus leitores.

Alto mar

O encontro com o Santo Padre realizou-se por ocasião da edição de número 4.000 da revista ‘La Civiltà Cattolica’. “Um marco único: a revista fez uma viagem de 167 anos no tempo e prossegue com coragem a sua navegação em alto mar”, disse Francisco. 

“Permaneçam em alto mar! O católico não deve ter medo do mar, não deve buscar refúgio em portos seguros. Vocês, jesuítas, evitem se apegar as certezas e seguranças. O Senhor nos chama para sair em missão e não se aposentar para proteger certezas”, sublinhou ainda o Papa. 

Segundo o Pontífice, “esta navegação não é solitária”. “Os meus predecessores, desde o Beato Pio IX a Bento XVI os encontraram, em audiência, reconhecendo como esta navegação esteja na barca de Pedro. Este vínculo com o Pontífice é desde sempre uma característica essencial dessa revista. Continuemos a navegar impelidos pelo sopro do Espírito Santo que nos guia.”

Trabalho

“Quatro mil fascículos não são uma coleção de papeis. Há uma vida formada de reflexão, muita paixão, lutas e contradições, mas sobretudo de trabalho. Soube que seus antigos predecessores gostavam de ser chamados simplesmente de ‘trabalhadores’, não de ‘intelectuais’, mas ‘trabalhadores’. Gosto dessa definição que é humilde, modesta e eficaz. Santo Ignácio de Loyola nos quer trabalhadores da vinha mística. Eu trabalho de uma forma, vocês de outra. Mas estamos juntos, unidos”, frisou ainda o Pontífice.

Em 1866, Pio IX instituiu a revista La Civiltà Cattolica com os Estatutos originários. “Lendo hoje os estatutos notamos uma linguagem que não é mais a nossa, mas o sentido profundo e específico da revista é bem descrito e deve permanecer imutável, ou seja, de uma revista que é expressão de uma comunidade de escritores jesuítas que partilham não somente a experiência intelectual, mas também a inspiração carismática e, no núcleo fundamental da redação, a vida cotidiana da comunidade. O centro de La Civiltà Cattolica é o Colégio dos Escritores. Tudo deve girar em torno dele e sua missão”, disse ainda Francisco. 

Novas edições

Esta missão, pela primeira vez em 167 anos, hoje vai além dos confins linguísticos do italiano. 

“Estou feliz de abençoar as edições de La Civiltà Cattolica em espanhol, inglês, francês e coreano. Uma evolução que os seus predecessores, nos tempos do Concílio, tinham em mente, mas que não foi concretizada. Esta nova etapa ajudará também a ampliar  seus horizontes, e a receber contribuições escritas por outros jesuítas de várias partes do mundo. A tendência da cultura viva é de se abrir, integrar, multiplicar, partilhar, dialogar, dar e receber dentro de um povo e com outros povos com os quais se relaciona.”

“La Civiltà Cattolica será sempre uma revista cada vez mais aberta ao mundo. Este é um novo modo de viver a sua missão específica, ou seja, ser uma revista católica. Porém, ser uma revista católica não significa simplesmente defender ideias católicas, como se o catolicismo fosse uma filosofia. Como disse o seu fundador Pe. Carlo Maria Curci, La Civiltà Cattolica não deve aparecer uma coisa de sacristia. Uma revista é realmente católica se possui o olhar de Cristo sobre o mundo, o transmite e o testemunha. Gosto de pensar na Civiltà Cattolica como uma revista que seja ao mesmo tempo ponte e fronteira.”

Inquietação

O Papa fez uma reflexão com a comunidade La Civiltà Cattolica destacando três palavras: inquietação, incompletude e imaginação, e deu três padroeiros, três figuras jesuítas aos quais o colégio deve olhar para ir adiante.  

“Somente a inquietação dá paz ao coração de um jesuíta. Sem inquietação somos estéreis. Se vocês querem ser pontes e fronteiras devem ter a mente e o coração inquietos. Os valores e as tradições cristãs não são peças raras que devem ficar fechadas nas caixas de um museu. A certeza da fé seja o motor de suas pesquisas”.

O Papa deu como padroeiro São Pedro Fabro  (1506-1546), homem de grandes desejos, espírito inquieto, mas satisfeito, pioneiro do ecumenismo. Para Fabro, quando se apresentavam as coisas difíceis é que manifesta o espírito verdadeiro que move toda ação. Uma fé autêntica requer sempre um desejo profundo de mudar o mundo.

“Que essa revista tome consciência das feridas deste mundo e encontre terapias. Seja uma escritura que tende a compreender o mal, mas também colocar óleo nas feridas abertas, a curar”.

Incompletude

Sobre a palavra incompletude, Francisco sublinhou que “Deus é o Deus sempre maior, o Deus que nos surpreende sempre. Por isso, vocês devem ser escritores e jornalistas do pensamento incompleto, ou seja, aberto e não fechado e rígido. Que a fé abra o seu pensamento. Deixem-se guiar pelo espírito profético do Evangelho para ter uma visão original, vital, dinâmica, não óbvia, especialmente hoje num mundo tão complexo e cheio de desafios em que parece triunfar a ‘cultura do naufrágio’, nutrida de messianismo profano, de mediocridade relativista, de suspeita e rigidez, e a ‘cultura da lata de lixo’, onde deve ser jogado fora tudo aquilo que não funciona, como se deveria, ou é considero inútil”. 

A crise é global e somente um pensamento aberto pode enfrentar a crise e a compreender para onde o mundo está andando, como se enfrentam as crises mais complexas e urgentes, a geopolítica, os desafios da economia e a grave crise humanitária ligada ao drama da migração, que é o verdadeiro problema político global de nossos dias.

O Papa deu como ponto de referência o Servo de Deus Pe. Matteo Ricci (1522-1610). Ele compôs um grande mapa do mundo chinês representando os continentes e ilhas até então conhecidos.

“Com os seus artigos vocês são chamados a compor um mapa do mundo: mostrar as descobertas recentes, dar um nome aos lugares, fazer conhecer qual é o significado da ‘civilização’ católica, e fazer os católicos conhecerem que Deus trabalha também fora dos confins da Igreja, em toda verdadeira ‘civilização’, com o sopro do Espírito”.

Imaginação

A propósito de imaginação, o Papa disse que “este é o tempo do discernimento na Igreja e no mundo. O discernimento se realiza sempre na presença do Senhor, vendo os sinais e as coisas que acontecem, ouvindo as pessoas que conhecem o caminho humilde da teimosia cotidiana, especialmente os pobres. A sabedoria do discernimento resgata a ambiguidade necessária da vida, mas é preciso entrar na ambiguidade, como fez o Senhor Jesus assumindo a nossa carne. O pensamento rígido não é divino porque Jesus assumiu a nossa carne que não é rígida, a não ser no momento da morte”.

“Gosto muito da poesia. A poesia é cheia de metáforas. Entender as metáforas ajuda a tornar o pensamento ágil, intuitivo, flexível e afinado. Quem tem imaginação não se enrijece, tem o senso do humorismo, aproveita a doçura da misericórdia e da liberdade interior. É capaz de escancarar visões amplas em espaços restritos como fez em suas obras pitorescas o irmão Andrea Pozzo, abrindo com a imaginação espaços abertos, cúpulas e corredores nos lugares onde existem somente tetos e muros.” Este foi o terceiro ponto de referência do Papa. 

O Pontífice finalizou seu discurso desejando a ‘La Civiltà Cattolica’ que as versões em outras línguas possam alcançar muitos leitores e auspiciou que a Companhia de Jesus continue sustentando esta obra antiga e preciosa, única para o serviço à Sé Apostólica.  

(MJ)

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Papa em entrevista: "não tomo tranquilizantes"

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idade do Vaticano (RV) - “Não, eu não tomo comprimidos tranquilizantes! Os italianos dão um bom conselho: para viver em paz é necessária uma saudável indiferença. Em Buenos Aires eu era mais ansioso, admito”. Foi o que disse o Papa Francisco num colóquio com superiores das ordens religiosas, do qual o jornal italiano 'Corriere della Sera' antecipou algumas passagens. O texto integral do colóquio será publicado pelo número quatro mil da "La Civiltà Cattolica", cuja edição comemorativa sairá no dia 11 de fevereiro. No colóquio transcrito pelo diretor da prestigiosa revista jesuíta, Pe. Antonio Spadaro, o Papa Bergoglio diz que desde que foi eleito teve “uma experiência muito especial de profunda paz. E não me deixa mais. Eu vivo em paz. Eu não sei explicar”. 

Há corrupção no Vaticano

E depois: “nas Congregações Gerais se falava dos problemas do Vaticano, se falava de reformas. Todo mundo queria. Há corrupção no Vaticano. Mas eu estou em paz. Se há um problema, eu escrevo um bilhete para São José e o coloco sob uma estátua que eu tenho no meu quarto. É a estátua de São José que dorme. E agora ele dorme sob um colchão de bilhetes! Por isso, eu durmo bem: é uma graça de Deus. Durmo sempre seis horas. E rezo”.

Nossa Senhora não é um Correio 

Falando sobre Nossa Senhora disse: “Não, Nossa Senhora não é um Correio que todos os dias envia uma carta diferente, dizendo: 'Meus filhos, façam isso e, em seguida, no dia seguinte diz falam isso aqui’. Não, não é isso. A verdadeira Nossa Senhora é aquela que gera Jesus em nossos corações, e que é Mãe. Esta moda de Nossa Senhora Superstar, como uma protagonista que se coloca no centro, não “Católica”. Certamente uma referência a tantas notícias de aparições de Nossa Senhora.

JMJ no Panamá

Na entrevista o Papa fala da JMJ no Panamá. “Os temas marianos para as próximas três Jornadas Mundiais não fui eu quem os escolhi! Da América Latina eles pediram este: uma presença mariana. É verdade que a América Latina é muito mariana, e me pareceu uma coisa muito boa. Eu não tive outras propostas, e fiquei contente com esse pedido'. Mas a verdadeira Nossa Senhora!”.

“O Senhor quer tanto que os religiosos sejam pobres"

Falando dos religiosos Francisco disse: “O Senhor quer tanto que os religiosos sejam pobres. Quando eles não são, o Senhor envia um ecônomo que leva o Instituto a falência!”. “Às vezes Congregações Religiosas são acompanhadas por um administrador considerado “amigo” que depois lhes faz falir. No entanto, o critério fundamental para um ecônomo é de não ser pessoalmente ligado ao dinheiro".

Abusos sexuais 

Outro tema relevante na entrevista é o dos abusos sexuais. “Parece que de 4 pessoas que abusam, 2 foram abusadas. Se semeia o abuso no futuro: é devastador”, disse o Papa Francisco. “Se estão envolvidos sacerdotes ou religiosos, é claro que está em ação a presença do diabo que arruína o trabalho de Jesus através daquele que devia anunciar Jesus. Mas vamos ser claro: isto é uma doença. Se não estamos convencidos de que esta é uma doença, não poderemos resolver  bem o problema. Portanto, atenção ao receber em formação candidatos à vida religiosa sem ter conhecimento da sua adequada maturidade afetiva.  Por exemplo: jamais receber na vida religiosa ou em uma diocese candidatos que tenham sido rejeitados por outro seminário ou outro Instituto sem pedir informações muito claras e detalhadas sobre a motivação da rejeição”. (SP)


 

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Papa Francisco ao jornal “La Stampa”: descrever o oceano de bem que age no mundo

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Roma (RV) – O Papa Francisco enviou mensagem ao jornal italiano “La Stampa” em ocasião dos seus 150 anos. O texto foi publicado na edição desta quinta-feira (9) e o Santo Padre fez votos de que o quotidiano de Turim continue descrevendo o mundo em que vivemos na sua “complexidade, sem nunca esquecer aquele oceano de bem que nos faz olhar para o futuro com esperança”.

O Papa se referiu ao mundo deste início de ano que se apresenta com “conflitos, violência, ódio, terrorismo, ataques armados imprevisíveis”, mas que não podem “nos roubar a esperança. Porque se o mal aparece como uma ameaça e invasivo, existe o bem, um oceano de bem, que age no mundo”.

Vencer a “globalização da indiferença”, para o Papa, significa vencer “a petrificação do coração que faz a gente se acostumar com as auto bombas terroristas, onde quer que explodam e com a sua contabilidade brutal de morte, com os migrantes que se afogam no Mediterrâneo sobre os navios transformados em caixões, com os moradores de rua que morrem de frio nas nossas ruas sem nem mesmo virarem notícia. Assim vamos nos degradando pouco a pouco: ninguém nos pertence e nós não pertencemos a ninguém. Ao contrário, a vida nos foi dada e somos convidados a compartilhá-la nesta casa comum, interessando-nos uns pelos outros”, disse o Pontífice.

Papa Francisco concluiu dizendo que “é fundamental procurar soluções integrais para combater a pobreza, para restituir a dignidade aos excluídos e, ao mesmo tempo, cuidar da natureza a partir daquela que nela mora e que é mais preciosa, a vida humana”. (SIR/AC)

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Encontro no Vaticano: apelo a acabar com o tráfico de órgãos

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Cidade do Vaticano (RV) - Concluiu-se esta quarta-feira (08/02), no Vaticano, o encontro de dois dias promovido pela Pontifícia Academia das Ciências ao término do qual os participantes assumiram com uma declaração a determinação a combater o tráfico de órgãos e de seres humanos a ele relacionado.

Solicitados pelo pedido do Papa Francisco a combater o tráfico de seres humanos e de órgãos em todas as suas formas, durante dois dias especialistas do setor debateram e refletiram sobre esse fenômeno.

Trata-se de um amplo apelo: aos governos, aos agentes de saúde, às autoridades, a todos aqueles – inclusive organizações internacionais – que possam contribuir para a eliminação do fenômeno do tráfico de órgãos e de seres humanos a ele relacionado.

Os participantes reiteraram que na origem deste mercado estão sempre a pobreza, o desemprego, a falta de oportunidades socioeconômicas, tudo aquilo que torna as pessoas vulneráveis, porque são os indigentes que se tornam vítimas do tráfico, “obrigados a vender seus órgãos na busca desesperada de uma vida melhor”.

Também são vítimas aqueles pacientes “dispostos a pagar somas ingentes e a viajar a outros países como turistas do transplante, a fim de conseguir um órgão que possa permitir-lhes viver”.

Aqueles que tornam tudo isso possível, negligenciando a dignidade de seres humanos, são intermediadores e agentes de saúde sem escrúpulos, lê-se na declaração. Apesar dos progressos feitos no combate ao tráfico de órgãos, ainda se registram muitos países meta de turismo do transplante.

Daí, o compromisso a perseguir essas práticas ilícitas e imorais, inclusive em resposta ao “pedido do Papa Francisco a combater o tráfico de seres humanos e de órgãos em todas as suas formas”.

A declaração chama em causa todas as nações a fim de que reconheçam como crime o tráfico de seres humanos com a finalidade de extrair órgãos e o tráfico destes. O apelo é feito também aos religiosos, como ressalta o chanceler da Pontifícia Academia das Ciências, Dom Marcelo Sánchez Sorondo:

“Constatou-se que onde os países são organizados com bons médicos e com um sistema hospitalar em que se facilita todo esse processo e as pessoas são habituadas a doar órgãos, praticamente não há tráfico, porque existe disponibilidade de órgãos. Ao invés, nos países em que não há bons médicos e não existe um sistema de hospitais ou de entidades para o tratamento dos doentes e as pessoas não sabem da possibilidade de doar órgãos, naturalmente há o tráfico de órgãos, no sentido que os órgãos são tirados da pessoas... como se fossem escravas. Portanto, a recomendação geral é que as comunidades religiosas, os líderes religiosos, favoreçam a doação de órgãos, de modo que quando as pessoas morrem deixam escrito no testamento a autorização para extrair órgãos. Ao mesmo tempo, pede-se que sejam muito críticos em relação ao tráfico de órgãos.”

Entre as várias recomendações encontra-se também a que é feita aos governos a instituir um quadro jurídico tal de modo a fornecer os instrumentos para prevenir e reprimir os delitos ligados aos transplantes e a proteger as vítimas independentemente do lugar em que os crimes foram cometidos.

Ademais, o apelo é dirigido às Nações Unidas e a todas as organizações que dependem da Onu, bem como ao Conselho Europeu.

Trata-se de um grave fenômeno que ainda hoje não tem cifras globais e muito menos uma estimativa do movimento econômico que está por trás dele. Portanto, as iniciativas como a destes dois dias no Vaticano, são bem-vindas. A propósito, disse ainda Dom Sorondo:

“Creio que a conclusão que podemos ter é de que o encontro foi muito positivo: é a primeira vez que se traça um balanço geral do problema, na Itália; é a primeira vez que se faz no Vaticano.” (FS / RL)

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Igreja no Brasil



Edições CNBB disponibiliza cartaz da CF

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Brasília (RV) - Buscando alertar para o cuidado da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, a Campanha da Fraternidade 2017 terá início em todo o país no dia 1º de março. Para ajudar as comunidades, famílias e cidadãos a viver o propósito da Campanha, a ‘Edições CNBB’ disponibiliza materiais e subsídios.

Um desses é o cartaz da CF, que já está disponível para download no site da Editora. Ele mostra o mapa do Brasil, em imagens características de cada região. Além disso, também expressa o alerta para os perigos da devastação em curso e desperta a atenção de toda a população para a criação de Deus.

As cifras e partituras dos cantos da Campanha também estão disponíveis gratuitamente no site. Os interessados poderão fazer o download do arquivo com todas as músicas do CD, cuja primeira é o Hino Campanha da Fraternidade 2017, de autoria do padre José Antônio de Oliveira e Wanderson Freitas.

Ainda no site da Editora é possível realizar a compra de adesivos, cartões postais com oração, folhetos quaresmais e camisetas customizadas da CF.

A CF 2017

Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, este ano, a iniciativa traz uma reflexão sobre o meio ambiente e sugere uma visão global das expressões da vida e dos dons da criação. 

No Brasil, a Campanha já existe há mais de 50 anos e sua abertura oficial sempre se realiza na Quarta-feira de Cinzas, época na qual a Igreja convida os fiéis a experimentarem três práticas penitenciais: a oração, o jejum e a esmola. 

Segundo o Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo auxiliar de Brasília (DF), a proposta é dar ênfase a diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem sejamos conduzidos à vida nova”, afirmou.

(MJ/CNBB)

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Formação



Tráfico humano na Amazônia: exploração sem dó

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Cidade do Vaticano (RV)  - Crime vergonhoso e intolerável: assim o Papa definiu o tráfico humano, principalmente quando se trata de crianças e adolescentes. 

A Amazônia ainda é celeiro de meninas exploradas para fins sexuais. Depois de atuar na Paraíba e no Piauí, a Ir. Rose Bertoldo, da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, trabalha em Manaus há cinco anos e fala das características do crime na região. Assim como se depreda o meio ambiente, se depreda a dignidade humana:

"Na Amazônia, o que difere é a questão da exploração sem dó. Da mesma forma que as pessoas exploram a floresta, os bens minerais, que devastam, eu sinto que exploram o ser humano. As pessoas vêm com este intuito de explorar. A gente vê que as mulheres, a floresta, as crianças e os adolescentes são os mais explorados. As pessoas veem esta região como um potencial que podem tirar a vida. Para mim isto é muito forte. Há muitos relatos das pessoas vítimas do crime com requinte de crueldade. As formas de exploração são muito sutis: elas vão tirando a dignidade das mulheres, das crianças e dos adolescentes de uma forma tão sutil que nem se dão conta. Quando se dão conta, já estão num buraco sem saída. Para mim isto é a forma mais violenta. E aí vem a questão da inoperância das políticas públicas, da impunidade. São naturalizadas as formas de exploração nesta região amazônica. Aí as políticas não funcionam, a impunidade é imensa e as pessoas acabam caindo numa conformidade: 'é assim, não tem saída'. Então temos que fazer um trabalho imenso de dizer para as pessoas de que isso não foi sempre assim, isto não é o correto, que existe saída, que existem alternativas. E este é um trabalho pequeno, que temos que fazer na base, com a própria pessoa, para que ela vá se apoderando e que vá também buscando outras alternativas de vida para poder sair dessa situação de vulnerabilidade, de empobrecimento."

Um exemplo do que dizia Ir. Rose é um testemunho extraído do livro  “Tráfico de Mulheres na Amazônia”. Ouça clicando acima.

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Diocese de Palmeira dos Índios: uma Igreja que caminha com o povo

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do nosso quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” o bispo de Palmeira dos Índios, Dom Dulcênio Fontes de Matos, continua trazendo-nos um pouco da caminhada desta Igreja particular na esteira do Concílio. 

Traçando-nos um perfil desta circunscrição eclesiástica do agreste alagoano, Dom Dulcênio já nos disse tratar-se de uma Igreja eminentemente missionária e de uma diocese que é um celeiro de vocações.

Na edição passada nosso convidado destes dias concluiu dizendo que a Diocese de Palmeira dos Índios “é uma Igreja viva porque leigos, bispo, sacerdotes, religiosos e religiosas caminham com o povo”.

Pois bem, na edição de hoje Dom Dulcênio reitera o conceito de uma Igreja que caminha com o povo. “Vamos às periferias, estamos presentes, estamos ao lado do nosso povo. Estamos caminhando e Deus tem sido providente, sempre está nos mostrando o caminho”, afirma.

O bispo de Palmeira dos Índios atém-se, em suas considerações, àquilo que considera ser o maior desafio para ele na diocese: manter seus vinte e quatro seminaristas.

Diz tratar-se de vocações boas, que são selecionadas mediante um trabalho vocacional de aprofundamento e que se faz um acompanhamento muito de perto dos seminaristas.

O bispo desta Igreja particular de Alagoas afirma ainda que, saídos do meio do povo, do povo simples, “se procura mantê-los no Seminário dentro deste espírito também da nossa pobreza, para não sair do Seminário achando que amanhã ou depois é diferente dos outros”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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