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Sumario del 10/02/2017

Papa e Santa Sé

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: na tentação não há diálogo, se reza

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Cidade do Vaticano (RV) - Na fraqueza das tentações, que “todos” temos, a graça de Jesus nos ajuda a não nos escondermos do Senhor, mas a pedir perdão para nos levantar e ir em frente. Foi o que disse o Papa Francisco na missa da manhã desta sexta-feira na Casa Santa Marta, refletindo sobre o diabo que tenta seja Adão e Eva, seja Jesus. Mas, recorda o Pontífice, com o Diabo não se dialoga, porque você acaba em pecado e corrupção

As tentações levam a se esconder do Senhor, permanecendo com a nossa “culpa”, com o nosso “pecado”, com a nossa “corrupção”. Partindo da primeira leitura de hoje do Livro do Gênesis, o Papa Francisco se detém sobre a tentação de Adão e Eva, e em seguida, sobre a de Jesus no deserto. É o diabo - explica - que “se mostra sob a forma de uma serpente”: é “atraente” e com a sua astúcia tenta “enganar”, é “especialista” nisto, é o “pai da mentira”, é um “mentiroso”. Sabe, portanto como enganar, como “trapacear” as pessoas. Fá-lo com Eva: a faz “se sentir bem”, diz o Papa, e assim começa o “diálogo” e “passo a passo” o diabo a leva onde ele quer. Com Jesus é diferente, para o diabo “termina mal”, recorda Francisco. “Procura dialogar” com Cristo, porque “quando o diabo engana uma pessoa o faz com o diálogo”: tenta enganá-lo, mas Jesus não cede. Então o diabo se revelada por aquilo que é, mas Jesus dá uma resposta “que não é sua”, é a da Palavra de Deus, porque “com o diabo não se pode dialogar”: acaba-se como Adão e Eva, “nus”:

“O diabo é um mau pagador, não paga bem! É um trapaceiro! Ele promete tudo e deixa você nu. Também Jesus acabou nu mas na cruz, por obediência ao Pai, outra estrada. A serpente, o diabo é inteligente: você não pode dialogar com o diabo. Todos nós sabemos o que são as tentações, todos nós sabemos, porque todos nós temos. Muitas tentações de vaidade, de orgulho, cobiça, avareza ... Tantas”.

Hoje, acrescentou o Papa, se fala muito de corrupção. Também por isso, se deve pedir ajuda ao Senhor:

“Muitos corruptos, existem muitas pessoas importantes corruptas no mundo, que conhecemos suas vidas através dos jornais. Talvez começaram com uma pequena coisa, não sei, não ajustando bem o balanço e o que era um quilo façamos novecentos gramas, mas era um quilo! A corrupção começa de pequenas coisas como esta, com o diálogo: Não, não é verdade que esta fruta vai fazer mal a você! Coma! É boa! É pouca coisa, ninguém vai perceber! Faz, faz! E pouco a pouco cai-se no pecado, na corrupção.

A Igreja nos ensina a “não ser ingênuos”, a não ser “tolos”, disse o Papa. Portanto, ter os “olhos abertos” e pedir ajuda a Deus “porque sozinhos não conseguimos”. Adão e Eva se escondem do Senhor, ao invés disso é preciso a graça de Jesus para “voltar e pedir perdão”:

“Na tentação não há diálogo, se reza: Ajuda-me Senhor, sou fraco. Não quero me esconder de você. Isso é coragem, isso é vencer. Quando você começa a dialogar terminará vencido, derrotado. Que o Senhor nos dê a graça e nos sustente nesta coragem e se formos enganados pela nossa fraqueza na tentação que Ele nos dê a coragem de nos levantar e seguir em frente. Jesus veio para isso.”

(SP/MJ)

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Papa: a saúde é um direito de todos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (10/02), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de trezentos participantes do encontro promovido pela Comissão Caridade e Saúde da Conferência Episcopal Italiana, por ocasião dos 20 anos do Departamento Nacional da Pastoral da Saúde e do 25º Dia Mundial do Enfermo, celebrado neste sábado (11/02).  

Francisco agradeceu a Deus pelo caminho realizado até hoje em prol da cura integral dos doentes e pela generosidade de muitos homens e mulheres que acolheram o convite de Jesus a visitá-lo na pessoa dos enfermos. 

Missão

“Louvamos ao Senhor por muitos profissionais de saúde que com a ciência e a consciência vivem o seu trabalho como uma missão, ministros da vida e partícipes do amor efusivo de Deus Criador. As suas mãos tocam todos os dias a carne sofredora de Cristo e isto é uma grande honra e responsabilidade. Alegramo-nos pela presença de vários voluntários que, com generosidade e competência,  trabalham para aliviar e humanizar os longos e difíceis dias de muitos doentes e idosos sozinhos, sobretudo pobres e indigentes.”

Segundo o Papa, “o setor da saúde é aquele em que a cultura do descarte mostra claramente suas consequências dolorosas”.

Vigilância

“Quando a pessoa enferma não é colocada no centro e sua dignidade é desconsiderada, geram comportamentos que podem levar até mesmo a especular sobre as desgraças dos outros. Isso é muito grave! É preciso vigiar, sobretudo quando os pacientes são idosos com uma saúde debilitada, quando sofrem de doenças graves e o tratamento é caro ou quando são particularmente difíceis como no caso de doentes psiquiátricos.”

Para o Santo Padre, um modelo de assistência sanitária que não otimiza os recursos disponíveis corre o risco de produzir descartes humanos. “Otimizar recursos significa usá-los de forma ética e solidária e não penalizar os mais frágeis”, sublinhou.

Dignidade

Francisco destacou que em primeiro lugar está a dignidade inviolável de cada pessoa humana, desde a concepção até a morte natural. “Que não seja somente o dinheiro a orientar as escolhas políticas e administrativas chamadas a salvaguardar o direito à saúde sancionado pela Constituição Italiana, e as escolhas de quem administra as estruturas de tratamento. A pobreza crescente no campo da saúde entre as camadas desfavorecidas da população, devido à dificuldade de acesso aos tratamentos, não deixe ninguém indiferente e se multipliquem os esforços de todos para que os direitos dos vulneráveis sejam tutelados.”

O Papa lembrou também as várias estruturas sanitárias de inspiração cristã, verdadeiras pousadas do Bom samaritano onde os doentes recebem o óleo do consolo e o vinho da esperança. Francisco exortou os participantes "a não hesitar em repensar suas obras caritativas a fim de oferecer um sinal de misericórdia de Deus aos pobres que, com confiança e esperança, batem às portas de suas estruturas". 

Consciência

Dentre os objetivos que São João Paulo II deu ao Dia Mundial do Enfermo, além da promoção da cultura da vida, está o de conscientizar as dioceses, comunidades cristãs e famílias religiosas sobre a importância da Pastoral da Saúde.

“Muitos doentes estão nos hospitais, mas muitos estão em casa, sempre sozinhos. Espero que sejam visitados com frequência para que não se sintam excluídos da comunidade e possam experimentar, através de quem os encontra, a presença de Cristo que passa hoje em meio aos doentes no corpo e no espírito. A pior discriminação que sofrem os pobres, e os doentes são pobres de saúde, é a falta de atenção espiritual. Os doentes são membros preciosos da Igreja”, concluiu Francisco.

(MJ)

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Programação para o XXV Dia Mundial do Enfermo, em Lourdes

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Lourdes (RV) – Tem início, nesta sexta-feira (10/02), em Lourdes, na França, o tríduo em preparação ao Dia Mundial do Enfermo, que a Igreja celebra neste sábado (11/02) e à devoção a Nossa Senhora de Lourdes, padroeira dos doentes.

Esta data foi instituída em 1991, por São João Paulo II, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para as condições de tratamento das pessoas enfermas.

Por ocasião deste XXV Dia Mundial do Enfermo, o Papa Francisco nomeou o Cardeal Pietro Parolin como seu Enviado especial a Lourdes.

Programação

O XXV Dia Mundial do Enfermo será inaugurado na parte da tarde, desta sexta-feira (10/02), pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, o Cardeal Peter Turkson, Prefeito da Congregação para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e Dom Nicolas Brouwert, bispo de Tarbes e Lourdes.

Neste sábado (11/02), o Cardeal Pietro Parolin, Enviado do Papa às celebrações em Lourdes, presidirá, na parte da manhã, a uma celebração Eucarística, chamada Missa internacional; e, na parte da tarde, fará uma meditação durante a Adoração Eucarística.

Domingo (12/02), o Cardeal Peter Turkson celebrará uma Santa Missa; a seguir, haverá duas conferências: o Arcebispo Dom Bruno Forte abordará o tema “A Igreja, Mãe de Misericórdia”, e o Arcebispo Dom Pierre Ornellas, o tema “Digam aos doentes: o Reino de Deus está próximo de vocês”. 

Tema do evento

Neste ano, o tema da mensagem publicada pelo Papa para o XXV Dia Mundial do Enfermo é “Admiração pelo que Deus faz: o Todo-Poderoso fez em mim maravilhas”.

Em sua mensagem, Francisco recorda que este dia foi instituído pelo seu predecessor, São João Paulo II, em 1992, e foi celebrado, pela primeira vez, precisamente em Lourdes, no dia 11 de fevereiro de 1993.

O Dia Mundial do Enfermo, afirmou o Pontífice, “é uma ocasião para prestar especial atenção à condição dos doentes e, mais em geral, a todos os que estão em atribulação. Ao mesmo tempo, o Papa convida a quem se prodigaliza em favor dos doentes, começando pelos familiares, profissionais de saúde e voluntários, a dar graças a Deus pela vocação que dele recebeu para acompanhar os irmãos enfermos”. (MT)

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Pio XI, fundador do Estado do Vaticano e da Rádio Vaticano

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Cidade de Vaticano (RV) – Celebra-se nesta sexta-feira (10/02), o 78° aniversário de morte de Pio XI, o Papa que estipulou os Pactos Lateranenses, Concordata entre a Santa Sé e a Itália, que deu início ao Estado e Cidade do Vaticano, há 88 anos.

O Papa Pio XI é recordado também por querer a instituição da Rádio Vaticano, criada por Guilherme Marconi e inaugurada em 12 de fevereiro de 1931.

Dados biográficos de Pio XI

Pio XI, nasceu em Désio em 31 de maio de 1857 e faleceu no Vaticano em 10 de fevereiro de 1939). Ele foi o primeiro soberano do Estado da Cidade do Vaticano.

Achille Ratti, seu nome no civil, foi eleito Papa em 6 de fevereiro de 1922 na 14ª votação do Conclave.

Durante seu Pontificado tratou da natureza da Igreja, na encíclica Mortalium ânimos, de 6 de janeiro de 1928, reiterando a unidade da Igreja sob a orientação do Pontífice Romano: "Nesta única Igreja de Cristo ninguém é ou está sem reconhecer e aceitar, com obediência, a suprema autoridade de São Pedro e de seus sucessores legítimos".

Expondo que a unidade da Igreja não pode vir a ter um detrimento da fé, pretendeu retornar os cristãos separados à Igreja Católica. Em vez disso, proíbe a participação dos católicos na tentativa de estabelecer uma Igreja pancristã, para não dar "autoridade a uma falsa religião cristã longe da única Igreja de Cristo".

Tratado de Latrão

Pio XI normalizou as relações com o Estado italiano, graças ao Tratado de Latrão (Tratado e Concordata), de 11 de fevereiro de 1929, que pôs fim à chamada "Questão Romana" e voltou a estreitar as relações entre a Itália e a Santa Sé.

Com efeito, em 7 de junho de 1929, nasceu o novo Estado da Cidade do Vaticano. Ao mesmo tempo, foram criados várias Concordatas com diversos países europeus.

Em 29 de junho de 1931 promulgou a encíclica "Non abbiamo bisogno" ("Não Precisamos",) com postura fortemente antifascista, que se opunha à intromissão do regime fascista na vida da Igreja. De fato, o ditador Benito Mussolini, que seguia essa política, mandou dissolver as associações católicas de jovens na Itália. Mais tarde, em 1938, foi reorganizada a Ação Católica, que o Papa chamou "a menina dos meus olhos".

Rádio Vaticano

Apaixonado pela ciência desde cedo e bom observador do desenvolvimento tecnológico, Pio XI fundou a Rádio Vaticano, em colaboração com Guglielmo Marconi; modernizou a Biblioteca Vaticana e reconstituiu, com a ajuda do Padre Agostino Gemelli, em 1936, a Pontifícia Academia das Ciências.

Ele se interessava pelos novos meios de comunicação. Por isso, mandou instalar uma central telefônica no Vaticano e, embora tenha feito pouco uso do telefone, foi um dos primeiros usuários do fax, uma invenção do francês Édouard Belin, utilizada para transmitir imagens à distância através da rede telefônica ou telegráfica.

Papa Pio XI fez grande uso do rádio, embora muitas pessoas não tivessem a capacidade de entender suas mensagens radiofônicas, porque, geralmente, eram pronunciadas em latim. (MT)

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Entrevistas



Cardeal Scherer: samba-enredo respeitará NS Aparecida

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Rádio Vaticano (RV) – O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer, está em Roma para a plenária da Congregação para a Educação Católica.

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Odilo falou sobre a crise enfrentada pelo setor educacional católico no Brasil e sobre o papel das universidades católicas. 

O arcebispo destacou ainda o acompanhamento que a arquidiocese realiza há mais de dois anos junto à escola de samba que contará a história de Nossa Senhora Aparecida no carnaval de São Paulo.

“Não haverá desrespeito a imagem de Nossa Senhora Aparecida e à fé dos católicos”, garantiu.

 

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Cardeal Orani: presença maior junto aos católicos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta,  participa esta semana, no Vaticano, da Plenária da Congregação para a Educação Católica. 

O purpurado visitou a nossa emissora e na conversa com Silvonei José ele fala sobre a recente pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha sobre os católicos no Brasil.

“Isso nos faz ver que precisamos ter uma presença maior junto aos católicos, evangelizar mais e ajudá-los a aprofundar a fé para que tenham mais consciência de sua fé e assim caminhem. Toda pesquisa traz um dado momentâneo, com suas possíveis dificuldades de acompanhamento ou de interpretação. Diante disso, cabe a nós ver como podemos trabalhar mais e melhor com o nosso povo”, disse Dom Orani.

(MJ)

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Formação



Artigo: "O significado do esconderijo do ser humano, segundo Santo Agostinho"

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Por Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá/PA

O pecado do ser humano rompeu a relação que Deus tinha com ele e vice-versa. Se antes havia a cordialidade, com o pecado surgiu o medo, o esconderijo, a fuga dos compromissos. Vejamos estes dados em Santo Agostinho.

            1. O passeio de Deus

Se Deus passeava no paraíso e o homem e a mulher se encontravam com Deus, algo de novo, de ruim ocorreu com a queda. O ser humano foge à presença de Deus. Quando Deus veio até eles para julgá-los, ao ouvirem a sua voz se esconderam de sua presença. O pecado rompe com a alegria e o amor da pessoa com Deus.

            2. O motivo do esconderijo

Por que o ser humano buscou a fuga? Santo Agostinho afirmou que o homem e a mulher fugiram porque a luz da verdade interior não estava mais neles. Quem se esconde do olhar de Deus senão aquele que, abandona-o, para amar o que é lhe é próprio? Eles tiveram que se cobrir com as vestes da mentira e o que profere mentiras, fala do que lhe é próprio e não aquilo que é de Deus.

            3. O lugar do esconderijo

Eles se esconderam junto à arvore que estava no meio do paraíso, ou seja, junto a si mesmos que foram estabelecidos no meio das criaturas, abaixo de Deus e acima das coisas corporais. Segundo Santo Agostinho, o homem e a mulher se esconderam porque desobedecerem a Deus, abandonando a luz da verdade que é o Deus vivo e verdadeiro, não vivendo o seu amor por cada um de nós..

            4. O Ser humano interrogado

Adão será interrogado não como se Deus ignorasse onde estava, mas para obrigá-lo a confessar seu pecado. Adão respondeu, depois de ouvir a voz de Deus, que se escondera porque descobrira que estava nu, como se isso pudesse desagradar a Deus, porque foi dessa forma que Deus o criou no início. A queda ao pecado levou Adão a pensar que o desagrada a alguém, desagrade a Deus. Ali virá a pergunta de Deus: E quem te fez perceber que estavas nu, a não ser porque comeste do fruto daquela árvore que era proibido comer?(cfr. Gn 3,11). O homem e a mulher se apartaram de Deus e voltaram-se para si mesmos. Assim descobre-se o significado de ter comido o fruto daquela árvore ao perceber a sua nudez, desagradando a Deus e à todos porque o amor de Deus pelas pessoas foi violado.

            5. A culpa passa adiante

Estando numa atitude de soberba e de orgulho, Adão acusou o seu pecado à Eva, a sua mulher. Ele quis passar a culpa adiante, para a mulher. Ele não disse: a mulher deu-me mas acrescentou: a mulher que me deste(cfr. Gn 3,12). Isso significa que quando a pessoa peca acusa os outros, os pecados de que são acusados. Isso proveio da desobediência do homem, de sua soberba pois logo que ele pecou, ao querer ser igual a Deus, ou seja ficar livre de seu domínio porque só Deus é livre de todo o domínio, sendo o Senhor de todos, e não conseguindo ser igual a Ele em majestade, esforçou-se para torná-lo igual a si, considerando-se inocente. Por sua vez, a mulher ao ser interrogada, passou a culpa para a serpente de modo que os dois não guardaram o preceito de Deus dando ouvidos às palavras da serpente. A serpente recebeu logo o castigo, pois não confessou o pecado e nem apresentou desculpas.

            6. O castigo recebido

O ser humano é castigado por não obedecer a Deus e por não considerar-se sempre como criatura de Deus. Antes do pecado, podia alegrar-se com a verdade eterna, na qual não permaneceu. Os animais passaram a ser hostis contra o ser humano, o homem e a mulher.

            7. A esperança de se lançar na árvore da vida

Ao ser expulso do paraíso o homem e a mulher foram lançados para os trabalhos desta vida em vista de seus sustentos. Mas segundo Santo Agostinho Deus colocou nele o desejo de novamente abraçar a árvore da vida, não mais para se esconder de seu pecado, mas para viver eternamente com o seu Criador. Este desejo será imprimido pela vinda do Messias, Jesus Cristo que reconciliou o ser humano com Deus de modo que o homem e a mulher possam de novo algum dia estender a sua mão para a árvore da vida, que é o Senhor e viver para sempre com Deus.

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Brasil sai do mapa do tráfico de órgãos

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Cidade do Vaticano (RV) - Por ocasião do Dia de Oração e Reflexão contra o tráfico humano, o Programa Brasileiro preparou uma série de reportagens sobre este crime, que o próprio Papa definiu como vergonhoso e intolerável. 

Vimos a realidade em Roma, a dois passos de Francisco, e na Amazônia, onde se concentra a maioria dos casos no Brasil. Hoje, porém, concluímos a série com uma notícia positiva, que diz respeito à drástica queda do tráfico de órgãos no Brasil.

Esta semana, o Vaticano reuniu especialistas nesta área para um Congresso. O Brasil foi representado pelo Dr. José Medina Pestana (USP) e pelo Dr. Mário Abbud-Filho, Diretor da Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto (SP).

Dr. Mário é um dos fundadores da Declaração de Istambul, de 2008,  que combate o tráfico de órgãos e o turismo para transplante. Desde a criação deste documento, mais de cem países aprovaram os seus princípios. Em entrevista ao Programa Brasileiro, Dr. Mário fala do encontro realizado aqui no Vaticano e da experiência positiva trazida do Brasil.

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Atualidades



Santa Sé sobre diálogo inter-religioso: não tolerância, mas irmandade

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Genebra (RV) - O papel do diálogo é estratégico em todos os níveis: no nível diplomático, entre credos religiosos e no plano intercultural. Em particular, o diálogo entre tradições religiosas pode contribuir notavelmente a plasmar a consciência humana.

Foi o que afirmou o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu e em outras organizações internacionais em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, em pronunciamento esta sexta-feira (10/02) no encontro centralizado no tema “2º Diálogo sobre a Fé, construção da paz e desenvolvimento”, promovido pelas Nações Unidas e pela Organização da Cooperação Islâmica.

Amizade fraterna e harmonia sejam pontes entre religiões

No início de seu discurso, o arcebispo esloveno recordou o encontro inter-religioso realizado em 2 de outubro passado na mesquita “Heydar Aliyev” em Baku, no Azerbaijão, com o xeque dos muçulmanos do Cáucaso e com representantes das outras comunidades religiosas do país.

“É um grande sinal encontrar-nos em amizade fraterna neste lugar de oração, um sinal que manifesta aquela harmonia que as religiões juntas podem construir, a partir das relações pessoais e da boa vontade dos responsáveis”, afirmara o Papa Francisco naquela ocasião.

Não tolerância, mas irmandade

Efetivamente, nosso terreno comum não é a simples tolerância, porque esta tem um significado negativo, disse o representante vaticano.

As relações entre credos religiosos deveriam ser baseadas no conceito mais dinâmico da irmandade. Seremos responsáveis não somente pelas ações que empreenderemos, mas também por aquelas que não tomaremos. A harmonia não deve limitar-se a uma mera convivência pacífica. Seu verdadeiro sentido é o enriquecimento recíproco, explicou Dom Jurkovič.

A paz é uma conquista dinâmica

Também a paz deve ser vista com uma conotação positiva e dinâmica: a paz não significa simplesmente reconhecer o status quo, mas é uma contínua e construtiva melhora da nossa situação como família humana.

Ademais, uma paz baseada no medo e na dissuasão não pode ser considerada uma paz verdadeira. Referindo-se ao discurso que o secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, fez em 30 de janeiro passado em Hiroshima às autoridades civis e religiosas, o prelado recordou a ameaça das armas nucleares. Não podemos aceitar que estas armas mantenham a estabilidade mundial mediante, porém, o equilíbrio do terror, ressaltou.

Na origem dos conflitos, uma visão limitada da pessoa humana

O diálogo inter-religioso e o empenho de comum acordo são cruciais para gerir eficazmente vários problemas globais, entre os quais os que estão relacionados aos direitos humanos, às migrações, às mudanças climáticas e à proteção do ambiente.

Além disso, não se deve ceder à tentação de ler as situações de tensão mediante a visão do confronto de civilização. Essa interpretação tem um impacto negativo nas religiões. Mas na origem de todas essas situações dramáticas encontra-se uma visão limitada da pessoa humana que abre o caminho para a difusão de injustiça e desigualdade, determinando desse modo situações de conflito, ponderou o representante da Santa Sé.

Paz e justiça nascem nos corações e nas mentes

A busca da paz e da justiça deve ter início em nossas mentes e em nossos corações: as religiões são chamadas a “edificar a cultura do encontro e da paz, feita de paciência, compreensão, passos humildes e concretos”, afirmara o Papa Francisco no referido encontro inter-religioso de 2 de outubro.

“A fraternidade e a partilha que desejamos fazer crescer não serão apreciadas por quem quer aumentar divisões, intensificar tensões e obter ganhos de contraposições e contrastes”, acrescentara o Papa. “Porém, são evocadas e esperadas por quem deseja o bem comum.”

A não-violência modela sociedades pacificadas e reconciliadas

Em muitas partes do mundo, a começar do Oriente Médio – disse em seguida Dom Jurkovič –, uma abordagem que preveja a construção da paz mediante o estilo da não-violência é hoje tão necessária não somente para acabar com o conflito sírio, mas também para promover sociedades plenamente reconciliadas e para renovar a pacífica convivência civil.

O diplomata vaticano acrescentou que o Papa Francisco fez do diálogo inter-religioso uma de suas prioridades. Durante a viagem à República Centro-Africana, encontrando muçulmanos, católicos e protestantes, o Santo Padre recordou, entre outras coisas, que a religião não divide as pessoas, sobretudo as une.

Manipulação da religião pode acabar em violências e conflitos

As comunidades religiosas e étnicas jamais devem tornar-se um instrumento de lógicas geopolíticas regionais e internacionais, ressaltou o arcebispo.

Na carta de 2015 aos bispos da Nigéria, o Papa ressalta que quando inocentes são assassinados em nome de Deus, a religião não deve ser chamada em causa, mas a sua manipulação para outros fins.

Em sua recente viagem apostólica à Suécia o Papa recordou também a necessidade de curar as feridas do passado, de empreender um caminho comum. Esse diálogo é possível e o demonstra o exemplo do histórico encontro em Cuba entre o Santo Padre e o Patriarca Kirill de Moscou, afirmou Dom Jurkovič.

Paz, justiça e perdão são complementares

Por fim, o representante vaticano recordou os múltiplos esforços do Papa em favor da promoção da paz. Em particular, deteve-se sobre o encorajamento à Venezuela a um diálogo social autêntico e construtivo.

Igualmente, referindo-se à delicada situação na Colômbia, o Papa Francisco ressaltou a importância da unidade, da reconciliação e do perdão. Paz, justiça e perdão são reciprocamente complementares: não pode haver paz sem justiça, nem verdadeira justiça sem perdão, concluiu. (RL)

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