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Sumario del 11/02/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa nomeia enviado especial a Medjugorje

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa determinou neste sábado (11/02), que Dom Henryk Hoser, Arcebispo de Varsóvia-Praga, na Polônia, vá a Medjugorje na qualidade Enviado Especial da Santa Sé

A missão tem o objetivo de obter informações mais aprofundadas da situação pastoral daquela realidade e, sobretudo, das exigências dos fiéis que chegam em peregrinação e, com base nisso, sugerir eventuais iniciativas pastorais para o futuro. Terá, portanto, um caráter exclusivamente pastoral.

Está previsto que Dom Hoser, que continuará a ser Arcebispo de Varsóvia-Praga, complete sua missão no segundo semestre de 2017.

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A semana do Papa - 10

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Rádio Vaticano (RV) - Reveja como foi a semana do Papa de 5 a 10 de fevereiro.

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Há 4 anos, Bento XVI anunciava sua renúncia

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Cidade de Vaticano (RV) – Na manhã do dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciava ao mundo sua renúncia ao Pontificado. A decisão de renunciar ao cargo de líder da Igreja Católica o tornou o primeiro Papa a abdicar, depois de Gregório XII, em 1415, que o fizera durante o Grande Cisma do Ocidente. Bento foi o primeiro a renunciar sem pressão externa desde o Papa Celestino V, em 1294. Este foi um gesto inesperado, já que na história moderna os papas se mantiveram no cargo até a morte, para que só então fosse escolhido um sucessor. O motivo principal da renúncia de Bento XVI foi a sua saúde. Assim, o Conclave de 2013 elegeu seu sucessor: o Papa Francisco. 

Bento XVI havia anunciado a sua intenção de renunciar, falando em língua latina, na Sala do Consistório, no Vaticano, durante um encontro, na manhã do dia 11 de fevereiro de 2013, para anunciar a canonização de três mártires católicos, Antônio Primaldo e companheiros, Laura Montoya Upegui, e Maria Guadalupe Garcia Zavala. Durante o "Consistório para a canonização do mártires de Otranto", ele disse aos presentes que havia tomado "uma decisão de grande importância para a vida da Igreja".

Em um comunicado, Bento XVI falou da sua fragilidade, devido à idade avançada, e das exigências físicas e mentais do papado. Ele também declarou que iria continuar a servir a Igreja "com uma vida dedicada à oração".

Em 17 de fevereiro de 2013, falando em espanhol, durante a Audiência Geral, na Praça de São Pedro, Bento XVI pediu orações dos fiéis para si e para o novo papa.

Eis o texto da declaração da sua renúncia:

“Caríssimos Irmãos, convoquei-vos para este Consistório,não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice”.

“Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus”. (SP-MT)

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Pe. Lombardi: "Unidade e fraternidade de Bento XVI com Francisco"

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Cidade do Vaticano (RV) – No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciava a sua renúncia ao Pontificado. “Um gesto inédito que, hoje, pode ser compreendido cada vez mais, graças à extraordinária relação de fraternidade com o Papa Francisco. Nestes quatro anos, o Papa emérito oferece ao mundo um precioso testemunho de oração silenciosa” é o que afirma o Padre Federico Lombardi, Presidente da Fundação vaticana “Joseph Ratzinger” e porta-voz do Vaticano durante o Pontificado de Bento XVI: 

“O modo com o qual (Bento XVI) viveu e vive nestes quatro anos corresponde ao que havia dito, ou seja, “viver na oração e retirado, do ponto de vista espiritual e com extrema discrição, seu serviço de acompanhamento, na oração, da vida da Igreja e em solidariedade com a responsabilidade do seu Sucessor. É o que está acontecendo em plenitude. No entanto, o Papa emérito está muito lúcido, mental e espiritualmente, não obstante, com o passar do tempo, suas forças enfraquecem, como toda pessoa idosa. Contudo, suas orações são coerentes com seu encontro com Deus, onde a presença divina ocupa o centro da sua existência, como ele afirmou no seu livro “Últimas conversações”. Eis o belíssimo testemunho que ele dá ao mundo contemporâneo”.

Padre Lombardi, o senhor conhece bem Bento XVI e o Papa Francisco. O que mais lhe chama a atenção sobre a relação entre os dois, neste período inédito da história da Igreja?

“É verdade! É inédito mas foi vivido com extrema serenidade e normalidade, porque, a motivação e o modo em que aconteceu, foi extremamente linear com que Bento XVI havia dito, na sua discreta e serena proximidade espiritual, ao seu Sucessor, ao qual prometeu obediência, respeito e apoio. De fato, Papa Francisco mantém uma relação muito íntima e frequente com o Papa emérito, mediante visitas e telefonemas. São sinais de familiaridade, de respeito e de apoio espiritual: é um belo exemplo de unidade da Igreja, na sua variedade e diversidade”. (MT)

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Igreja no Mundo



Israel: Igreja da Multiplicação de Pães e Peixes reabre neste domingo

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Tabgha (RV) – Após quase 20 meses fechada devido a um incêndio, a Igreja da Multiplicação dos Pães e Peixes localizada em Tabgha, a noroeste do Mar da Galileia, no norte de Israel, será reaberta. O local, onde se deu uma das passagens mais conhecidas do Novo Testamento, foi danificado seriamente por um atentado atribuído aos extremistas judeus. 

Neste domingo (12/02), segundo anuncia o porta-voz da Assembleia dos Bispos Católicos na Terra Santa, Wadie Abunassar, a inauguração solene vai ser realizada às 10h30, seguida de uma missa. O Card. Rainer Maria Woelki, presidente da Associação Alemã da Terra Santa, irá presidir os dois momentos.

Para a ocasião estará presente o presidente de Israel, Reuven Rivlin, que logo em seguida ao ataque foi até a Igreja para expressar a sua solidariedade e promover a coexistência entre as religiões na Terra Santa.

O secretário da associação proprietária da Igreja, Heinz Thiel, explicou que “depois de 8 meses de construção, o pátio e a entrada da Igreja estarão acessíveis novamente aos visitantes”.

Thiel disse que até o término da restauração os recursos sempre foram incertos, e que a ajuda prometida pelo governo de Israel foi “fruto de uma longa negociação” e “menor de quanto anunciado num primeiro momento”. Por isso, acrescentou o secretário, perante um compromisso financeiro de mais de um milhão de euros, foi necessário recorrer aos doadores que “hoje queremos agradecer”. (Ansa/AC)

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Formação



Editorial: Lázaro de hoje, a pedra de toque da nossa fé cristã

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi publicada na última terça-feira, 7 de fevereiro, a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano sobre o tema “A Palavra é um dom. O outro é um dom”. Uma mensagem muito propositiva que, ao mesmo tempo, não deixa de nos questionar sobre o compromisso do nosso ser cristão. 

Francisco recorda que a Quaresma constitui um período litúrgico de forte convite à conversão e um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Recorda ainda tratar-se de um momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola.

Em sua mensagem, o Santo Padre nos propõe a parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31) – uma das mais conhecidas do Evangelho – e que, justamente por ser bastante conhecida, não vamos aqui nos ater a ela em suas particularidades, mas, mesmo assim, gostaria de destacar alguns desdobramentos.

O Pontífice convida-nos a deixar-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.

Lázaro nos interpela e coloca em cheque o nosso ser cristão. Como a pedra de toque que serve para avaliar a pureza dos metais, os Lázaros hoje são o pobre que bate à porta não como um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-nos e mudar de vida.

Como tantos nos dias de hoje, Lázaro é o homem degradado e humilhado, que vive numa situação concreta de escória humana, que jaz à porta do homem rico invisível para este, corrompido pelo amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba.

Francisco afirma na mensagem que o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado em sua humilhação. A conclusão desta parábola nos é conhecida.

Lázaro é símbolo dos milhões de esfomeados no mundo de hoje que, na sua humilhação, nos questionam e interpelam continuamente, sobretudo, numa realidade de injustiça social que, não obstante os avanços do conhecimento e as conquistas da técnica e da tecnologia, resiste em seu paradigma gerando milhões de seres humanos à margem de tais conquistas e alheios às benesses que estas produzem.

E a globalização, cujas promessas das últimas décadas era de que haveria de melhorar a vida de todo mundo, particularmente das massas menos favorecidas? No ano 2000, quando a cifra dos que padeciam a fome no mundo girava em torno de 800 milhões de pessoas, foram estabelecidas as chamadas metas do milênio.

Governos de 191 países do mundo inteiro assumiram na Onu trabalhar com afinco para reduzir a pobreza pela metade até 2015. O objetivo, como se sabe, não foi alcançado. Houve progressos, é verdade, mas ainda estamos muito longe da meta, incluída agora na Agenda de 2030.

A idolatria do dinheiro, continuamente denunciada pelo Papa Francisco, continua produzindo um quadro de injustiça social na qual os países mais ricos são responsáveis por 80% do consumo global, e enquanto este modelo de desenvolvimento perdurar, teremos milhões de Lázaros mendigando o pão.

Simplesmente, 80% do consumo privado mundial é abocanhado por 20% da população residente nos países mais ricos – países de história, tradição e cultura cristãs –, o que faz sobrar para 80% da população residente nos países mais pobres e em desenvolvimento, apenas 20% da produção mundial.

Dias atrás a organização britânica Oxfam divulgou um estudo que teve bastante repercussão: os 8 homens mais ricos do mundo possuem tanta riqueza quanto as 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre do planeta. Ou seja, 8 bilionários que têm juntos mais dinheiro que a metade mais pobre do mundo.

A ONG britânica produziu relatório semelhante nos últimos quatro anos. Precedentemente, havia calculado que as 62 pessoas mais ricas do mundo detinham tanta riqueza quanto  metade mais pobre da população da Terra. O número caiu para apenas oito este ano.

O fosso entre ricos e pobres se revelou bem maior do que se temia. A concentração de renda e a prossecução de um modelo econômico iníquo continua produzindo uma espécie de “lazariação” em regiões inteiras do planeta. Segundo a referida organização, ainda vale a afirmação de que a riqueza acumulada pelo 1% mais rico da população mundial equivale à riqueza dos restantes 99%.

Voltando à mensagem para a Quaresma, o Papa ressalta que o dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de tornar um ídolo tirânico. “Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.”

Francisco conclui a mensagem quaresmal pedindo que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo nos irmãos necessitados.

Os Lázaros de hoje são também a massa humana dos milhões de deslocados e refugiados que fogem das guerras e dos conflitos, que morrem afogados no Mediterrâneo em busca de uma vida melhor, são os indivíduos, mulheres e homens vítimas do tráfico de pessoas, do tráfico de órgãos, são as crianças exploradas e violentadas no alvorecer da vida.

Lázaro nos interpela continuamente. E nós, cristãos, devemos nos lembrar sempre que quem não é generoso com o pouco que tem, jamais o será no dia em que tiver mais.

O período quaresmal, tempo de conversão, começa daqui a pouco mais de duas semanas. Boa Quaresma a todos!

Raimundo Lima

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Reflexão dominical: "Construção de uma nova sociedade"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Deus nos criou livres e depende de nós a escolha que nos fará felizes. O que dependia do Senhor já foi feito. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, ou seja, livres, tendo no íntimo de nosso ser buscar o bem e evitar o mal. Somos feitos pelo Sumo Bem, evidentemente, só poderemos estar voltados para a prática do bem. Contudo o Senhor, exatamente porque nos criou à sua imagem e semelhança, nos fez livres. Como diz a leitura do Livro do Eclesiástico “Diante de ti, Ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão. Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”. Consequentemente, cada um de nós é sujeito de sua felicidade ou desgraça, à medida que tiver feito escolhas a favor da vida ou da morte.

Evidentemente, tendo herdado o pecado original, sabemos também que nossa natural inclinação ao bem foi atingida, de modo que, muitas vezes, como nos diz São Paulo, “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero”.

No Evangelho vemos a proposta sobre a justiça do Reino dos Céus. Como vimos no domingo passado, somos chamados a sinalizar a aliança de sal, a perene, que não se corrompe. Essa aliança de Deus com cada um dos seres humanos é alimentada por todos nós batizados, que assumimos o projeto do Senhor. Também faz parte de nossa opção aceitarmos essa vocação dada por Jesus, de colaborarmos com Deus na construção da nova sociedade, do Reino de Justiça.

Por fim, a Primeira Carta aos Coríntios nos fala que a perfeição está na sabedoria, mas não na sabedoria deste mundo, muito menos na de seus poderosos, pois ela está voltada para a morte, para a destruição. A Sabedoria de Deus, ao contrário, seu plano de amor em benefício dos homens, está escondida e foi destinada para nossa glória, é o projeto de Deus, sua opção pelos simples, pelos marginalizados. Os poderosos não a conheceram porque, mantendo sua opção, condenaram Jesus à morte e o crucificaram. Contudo, “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu” escreve São Paulo.

Concluindo, a liturgia deste domingo nos exorta a mantermos nossa missão, nossa vocação optando livremente pelo anúncio do projeto de Deus, de anunciar a construção de uma nova sociedade onde a sabedoria de Deus triunfará e os marginalizados deste mundo a conhecerão. Aliás, à medida em que optamos fazer a vontade de Deus, já desfrutamos no próprio ato de fazer o bem, a alegria e a felicidade que almejamos».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o VI Domingo do Tempo Comum)

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