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Sumario del 14/02/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: coragem, oração e humildade para anunciar o Evangelho

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Cidade do Vaticano (RV) – Coragem, oração e humildade: estes são os traços que caracterizam os grandes “arautos” que ajudaram a Igreja a crescer no mundo, que contribuíram à sua missionariedade. Foi o que disse o Papa na missa celebrada na manhã de terça-feira (14/02) na capela da Casa Santa Marta. 

Necessita-se de “semeadores de Palavra”, de “missionários, de verdadeiros arautos” para formar o povo de Deus, como foram Cirilo e Metódio, “irmãos intrépidos e testemunhas de Deus que fizeram da Europa mais forte", padroeiros do continente.  Na homilia, o Papa indicou as três características da personalidade de um “enviado” que proclama a Palavra de Deus, inspirando-se no Evangelho de Lucas que a liturgia propõe.

A primeira característica é a “franqueza”, que inclui força e coragem:

“A Palavra de Deus não pode ser levada como uma proposta – “bom, se você gostar...” – ou como uma ideia filosófica ou moral, boa – “você pode viver assim …” … Não. É outra coisa. Precisa ser proposta com esta franqueza, com aquela força, para que a Palavra penetre, como diz o próprio Paulo, até os ossos. A Palavra de Deus deve ser anunciada com esta franqueza, com esta força … com coragem. A pessoa que não tem coragem – coragem espiritual, coragem no coração, que não está apaixonada por Jesus, e dali vem a coragem! – não, dirá, sim, algo de interessante, algo moral, algo que fará bem, um bem filantrópico, mas não tem a Palavra de Deus. E esta palavra é incapaz de formar o povo de Deus. Somente a Palavra de Deus proclamada com esta franqueza, com esta coragem, é capaz de formar o povo de Deus”.

Do capítulo décimo do Evangelho de Lucas foram extraídas outras duas características próprias de um arauto da Palavra de Deus. Um Evangelho “um pouco estranho”, afirmou o Papa, porque rico de elementos acerca do anúncio. “A messe é abundante, mas são poucos os operários. Rezem portanto ao Senhor da messe para que mande operários para a sua messe”, repetiu Francisco, e é assim, portanto, que depois da coragem está a “oração”:

A Palavra de Deus deve ser proclamada com oração também, sempre. Sem oração, se pode fazer uma bela conferência, uma bela palestra: boa, boa; mas não é a Palavra de Deus. Somente de um coração em oração pode sair a Palavra de Deus. A oração, para que o Senhor acompanhe este ‘semear’ a Palavra, para que o Senhor regue a semente e ela brote, a Palavra. A Palavra de Deus deve ser proclamada com oração: a oração daquilo que anuncia a palavra de Deus”.

No Evangelho consta também um terceiro ‘trecho interessante’. O Senhor envia os discípulos “como cordeiros em meio aos lobos”:

“O verdadeiro pregador é o que sabe ser fraco, sabe que não se pode defender sozinho. ‘Tu vais como cordeiro em meio aos lobos’. ‘Mas, Senhor, para que eles me comam?’. ‘Tu, vais, é este o caminho’. E creio que o Crisóstomo faz uma reflexão muito profunda quando diz: “Se tu não for como cordeiro, mas como lobo entre os lobos, o Senhor não te protegerá: defende-te sozinho”. Quando o pregador se acha muito inteligente ou quando quem tem responsabilidade de levar adiante a Palavra de Deus e quer dar uma de esperto... ‘Ah, eu sei me sair com esta gente!’, ele termina mal. Negociará com a Palavra de Deus: aos poderosos, aos soberbos...”.

E para ressaltar a humildade dos grandes arautos, Francisco cita um episódio que lhe contaram de um sacerdote que “se vangloriava de pregar bem a Palavra de Deus e se sentia um lobo”: depois de uma bela pregação – recorda o Papa, foi ao confessionário e encontrou um grande pecador que chorava... queria pedir perdão”. Este confessor – prossegue Francisco – ‘começou a encher-se de vaidade e a curiosidade o  levou a perguntar qual era a Palavra que o havia tocado ao ponto de leva-lo ao arrependimento. “Foi quando o senhor disse ‘mudemos de assunto’. “Não sei se é verdade” – esclareceu o Papa – “mas isto confirma que se acaba sempre mal quando a Palavra de Deus é usada ‘sentindo-se seguros de si’ e não como cordeiros, que o Senhor defenderá”.

“Esta é a missionariedade da Igreja; e os grandes arautos, “que semearam e ajudaram a crescer as Igrejas no mundo, foram homens corajosos, de oração e humildes”. A oração final é para que os Santos Cirilo e Metódio nos ajudem a proclamar a Palavra de Deus assim como eles o fizeram”, conclui o Pontífice.

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Papa almoça com jesuítas

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Cidade do Vaticano (RV) – A Cúria Geral dos jesuítas recebeu um hóspede inesperado para o almoço de domingo: o Papa Francisco. 

O motivo da visita foi a saudação que o Pontífice quis fazer pessoalmente ao ex-prepósito-geral da Companhia, Padre Adolfo Nicolás, que esta semana parte como missionário para as Filipinas.

O jesuíta, de 80 anos, esteve à frente da Companhia de 2008 a 2016, quando apresentou a sua renúncia. Em outubro passado, foi substituído pelo Pe. Arturo Sosa Abascal, 68 anos, venezuelano e eleito na 36a Congregação Geral.

O Papa inclusive celebrou a missa na Santa Marta na segunda-feira na intenção do Pe. Nicolás, fazendo votos de que “o Senhor retribua todo o bem feito e o acompanhe na nova missão”.

A Cúria dos jesuítas fica a poucos metros da Praça S. Pedro. Não é a primeira vez que Francisco visita seus confrades. A última vez foi justamente durante da 36ª Congregação Geral, depois da eleição do Padre Sosa. 

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Papa e Cúria romana farão retiro espiritual de 5 a 10 de março

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Cidade do Vaticano (RV) - “Paixão, morte e ressurreição segundo Mateus” será o tema das meditações que o franciscano Frei Giulio Michelini proporá ao Papa e aos membros da Cúria romana durante os exercícios espirituais programados para realizar-se de 5 a 10 de março próximo na “Casa do Divino Mestre” de Ariccia, localidade situada nas proximidades de Roma.

Nascido em Milão há 53 anos, Pe. Frei Michelini fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores (OFM) em 1992 e foi ordenado sacerdote em 1994. Atualmente, é docente no Instituto Teológico de Assis – associado à Pontifícia Universidade Lateranense – e diretor da revista franciscana “Convivium Assisiense”.

O programa dos exercícios prevê para o domingo – início do retiro espiritual –, às 18h locais, a adoração eucarística e a recitação das Vésperas.

Os dias sucessivos terão início com a concelebração da missa às 7h30 locais, seguida da primeira meditação às 9h30. Às 16h será feita a segunda meditação do dia, seguida da adoração eucarística e das Vésperas. Para a sexta-feira conclusiva, dia 10, está programada uma única meditação.

A confissão de Pedro e o caminho de Jesus rumo a Jerusalém (Mt 16,13-21) é o tema que abrirá a reflexão do domingo, dia 5, e que servirá de introdução para todo o ciclo de exercícios. Nos dias seguintes, as outras meditações:

As últimas palavras de Jesus e o início da paixão (Mt 26,1-19); o pão e o corpo, o vinho e o sangue (Mt 26,26-29); a oração no Getsêmani e a prisão de Jesus (Mt 26,36-46); Judas e o “Campo de Sangue” (Mt 27,1-10); o processo romano, a mulher de Pilatos e os sonhos de Deus (Mt 27,11-26); a morte do Messias (Mt 27,45-46); a sepultura e o sábado de Jesus (Mt 27,56-66); o túmulo vazio e a ressurreição (Mt 28,1-20) e a conclusão.

Como de costume, durante o período de retiro espiritual são suspensas as audiências privadas e especiais do Santo Padre, inclusive a audiência geral da quarta-feira.

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Itália: Card. Parolin faz apelo à política para dar respostas concretas ao país

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Roma (RV) – Diante das preocupações provocadas pela crise ocupacional na Itália e pelo aumento do populismo e do nacionalismo no mundo inteiro, o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, fez um apelo “à política” para que volte “a entender as exigências concretas das pessoas”, dando “respostas concretas”. 

A declaração foi feita durante uma entrevista concedida ao principal telejornal italiano, o TG1 da Rai, na noite desta segunda-feira (13). O secretário de Estado se deteu, primeiramente, ao tema da ocupação e disse: “acredito realmente que o trabalho constitua uma das emergências dos nossos dias, perante a qual a Igreja gostaria de enaltecer aqueles princípios de solidariedade social que devem ser a base de toda convivência civil”.

O purpurado mostrou a sua preocupação, comentando “que às vezes a política é muito distante, vive quase, para usar uma palavra do Papa, em um mundo autorreferencial”. Ao contrário, acrescentou o Card. Parolin, a política “deve saber entender aquelas que são as exigências das pessoas, e das pessoas concretas, e deve saber dar as respostas que sejam respostas concretas, de modo tal que as pessoas voltem a viver e a esperar”.

Em matéria de populismos e nacionalismos, o purpurado também se disse preocupado. Muito porque, explicou ele, “existe o risco, e o Papa nos lembrava disso um tempo atrás, que de uma certa forma a história se repita. Certamente esses fechamentos não são um bom sinal. Muitos desses fenômenos de fechamento nascem do próprio medo”. E “o medo nunca foi um bom conselheiro”, concluiu o secretário de Estado ao telejornal da TV pública da Itália. (L'Osservatore Romano/AC)

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Santa Sé: proteger de ataques terroristas as infraestruturas sensíveis

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Nova York (RV) - Diante da “guerra mundial combatida em pedaços” e da ameaça de ataques a estruturas sensíveis, a comunidade internacional aja unida ao contrastar o tráfico ilegal de armas e o apoio financeiro ao terrorismo. Foi esse, em síntese, o apelo da Santa Sé na Onu, em Nova York, pronunciado esta segunda-feira (13/02) pelo Arcebispo Bernardito Auza. 

Acabar com estratégia do terror que mina a existência de povos inteiros

O representante vaticano na Organização das Nações Unidas pediu um esforço comum às nações a fim de que se dê um freio à onda de terror que utiliza “civis inocentes como alvos mediante a destruição de infraestruturas” necessárias para a sobrevivência deles.

Em particular, o arcebispo filipino lançou um olhar aos conflitos que estão ensanguentando a área da antiga Mesopotâmia, onde o patrimônio religioso e cultural das antigas civilizações que por milênios habitaram esta região é objetivo contínuo de ataques.

Na mira dos terroristas há uma estratégia deliberada finalizada à destruição de infraestruturas indispensáveis à sobrevivência dos povos como escolas, hospitais, abastecimento de água e lugares de culto, ressaltou o prelado.

Não a políticas baseadas unicamente no lucro

Como previsto pela Carta da Onu, indicou Dom Auza, é obrigação da comunidade internacional proteger desta barbárie “os civis e as infraestruturas necessárias à existência deles”, mantendo um elevado nível de proteção dos lugares sensíveis e um alto grau de preparação em caso de ataque a fim de que se evite a perda de vidas humanas e a interrupção de serviços essenciais.

Para fazer isso é preciso rejeitar políticas baseadas unicamente na busca incondicionada do lucro e em interesses geopolíticos egoístas, recomendou o representante da Santa Sé.

Necessária colaboração no contraste ao tráfico ilegal de armas

A delegação vaticana reiterou o apelo da Santa Sé às nações produtoras de armas a fim de que limitem e mantenham sob controle a fabricação e a venda de munições e tecnologias sobretudo aos países e regiões do mundo mais instáveis, nos quais a utilização ilegal destes instrumentos é uma probabilidade real.

Por fim, o observador permanente da Santa Sé pediu a todos que colaborem a nível internacional e regional na partilha de informações, práticas positivas, políticas coordenadas e patrulhamento das fronteiras a fim de contrastar o financiamento da criminalidade organizada e seu papel no tráfico de armas.

“A natureza sem confins geográficos precisos dos grupos terroristas requer um controle conjunto das tecnologias informáticas utilizadas para recrutar combatentes, financiar suas atividades e coordenar ataques terroristas”, observou ainda o representante vaticano. (PO / RL)

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Igreja no Mundo



Iraque: voluntários muçulmanos restauram igreja em Mossul em mensagem de paz

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Mossul (RV) – Um grupo de 50 jovens muçulmanos de Mossul, no Iraque, começou a limpar e restaurar uma igreja dedicada à Nossa Senhora numa área recentemente dilacerada pelos combatentes do autoproclamado Estado Islâmico. O responsável por uma das ONGs que promove a iniciativa sublinhou que o objetivo é passar “uma mensagem de paz ao mundo inteiro”. 

A Igreja da Virgem Maria fica no bairro de Dergazliya. Durante os dois anos e meio de ocupação da organização jihadista, o local foi transformado em uma sede da polícia moral do proclamado “califado”. Muitos outros lugares de culto, entre igrejas e mesquitas, também foram destruídas pelos combatentes.

O chefe da Rede das Organizações da Sociedade Civil, Maher Al Obaidi, disse terem assumido esse papel de limpar a cidade destruída e que “agora é o momento de reestruturar mesquitas, igrejas e outros lugares de culto”. Ele acrescentou que “todos os voluntários no serviço são muçulmanos, porque os membros de outras comunidades foram caçados das suas casas pelos combatentes de Daesh e ainda não se sentem seguros para voltar”.

Os jihadistas de Daesh tinham conquistado Mossul em 9 de junho de 2014. Nas semanas seguintes, todos os cristãos presentes na cidade tiveram que abandonar as próprias casas, muitas das quais desapropriadas pelos combatentes.

Mohammad Badrany, da ONG Ramah, que colabora com a iniciativa, afirmou que “essa é uma mensagem aos nossos irmãos cristãos para que voltem às suas casas, porque Mossul precisa deles”. (Ansa/AC)

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Formação



REPAM leva Laudato si a Imperatriz (MA)

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Imperatriz,(RV) - A Diocese de Imperatriz (MA) organizou entre os dias 10 e 12 de fevereiro o Seminário “Os Desafios Ambientais da Amazônia” a partir da Encíclica Laudato si do Papa Francisco, em parceria com as dioceses maranhenses de Viana, Grajaú, Carolina e Balsas. 120 lideranças indígenas, sertanejos, ribeirinhos, quilombolas, pescadores artesanais, geraizeiros, quebradeiras de coco, lavradores, pastorais sociais, sociedade civil organizada, religiosas/os, padres e bispos participaram do encontro, em Imperatriz. O Seminário foi promovido pela Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e pelo Regional Nordeste 5 da CNBB.

A proposta é tecer redes e estabelecer intercâmbios entre os povos da floresta, visando debates para provocar a transformação da realidade local diante dos impactos ambientais que a Amazônia vem sofrendo, bem como seus povos. Foram tratadas questões como o desmatamento desenfreado, a concentração fundiária no Maranhão, a contaminação dos rios e as violações aos direitos humanos e da natureza, no contexto amazônico.

Em entrevista à REPAM, Padre Francisco Lima, administrador diocesano da Diocese de Imperatriz, destaca o motivo de a Igreja também se preocupar com as questões sociais que afetam a vida dos povos, sobretudo, a partir dos impactos socioambientais e a violação dos direitos humanos que é uma realidade frequente  na vida do povo maranhense. 

As palavras de Padre Francisco refletem também o pensamento do bispo de Balsas e Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Enemésio Angelo Lazzaris. Em recente entrevista concedida à RV, ele afirma que neste momento, é fundamental continuar gritando em defesa dos direitos conquistados e da nossa Casa Comum. Ouça a reportagem completa cliando acima

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) foi fundada oficialmente em setembro de 2014. Abrange os nove países do bioma amazônico. No Brasil engloba nove estados brasileiros no território da Amazônia Legal. Os Seminários Laudato Sì estão sendo realizados nos seis Regionais da CNBB da Amazônia Legal desse território, dialogando as realidades locais com a encíclica do Papa Francisco.  A região amazônica é um dos maiores berços de biodiversidade ecológica e cultural do planeta. A preocupação da Igreja com esta região é histórica e volta-se para o cuidado e proteção desta grande casa comum.

A partir dessas discussões os participantes publicaram a Carta Compromisso. Leia a íntegra: 

"Reunidos/as em Imperatriz, às margens do rio Tocantins, nós, mulheres quebradeiras de coco, indígenas, quilombolas, lavradores/as, assentados/as, catadores/as de materiais recicláveis, geraizeiros/as, pastorais sociais, sociedade civil organizada, leigos/as, religiosas/os, padres e bispos; 120 participantes do Seminário promovido pela Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e pelo Regional Nordeste 5, nos dias 10 a 12 de fevereiro de 2017, ouvimos os clamores da terra e dos povos da nossa Amazônia. O capital, sobrepondo-se ao bem viver, envenena rios e fontes, polui o ar, a terra e as águas, escraviza nossos irmãos e irmãs, incentiva o consumismo desenfreado, destrói a natureza, marginaliza os povos tradicionais, institui a monocultura, devasta nosso bem mais valioso que é a Vida.

Refletindo à luz dos ensinamentos da Encíclica Laudato Sì do papa Francisco, nos damos conta da necessidade de unirmos forças na luta comum, apoiados nos diálogos entre as pastorais sociais e os movimentos dos povos tradicionais. Somos, em nossa maioria, os/as oprimidos/as e afetados pelos grandes empreendimentos desenvolvimentistas que privilegiam poucos. Faz-se, portanto, urgente que nos reorganizemos, principalmente, na atual conjuntura pós-golpe, com perda de direitos adquiridos e da investida do governo num projeto de morte. 

O aumento da exploração mineral e a expansão do agronegócio ameaçam a vida e a natureza. O programa federal MATOPIBA, que abrange os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, ameaça destruir 73 milhões de hectares do bioma cerrado. Esse bioma é berço das águas, de riquíssima biodiversidade e há centenas de anos abriga populações tradicionais, como indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, pescadores e camponeses. O MATOPIBA é a expressão concreta da “complexa crise socioambiental”, a que o Papa Francisco se refere na Laudato Sì (LS, 139). 

Precisamos fortalecer os movimentos sociais com uma nova ordem política, social, econômica e ambiental. No Maranhão já existem muitas articulações de forças vivas: povos tradicionais, pastorais sociais e movimentos populares, entre elas a TEIA. Estas iniciativas estão em perfeita consonância com a espiritualidade e as práticas propostas pela Laudato Sì, que afirma “tudo está interligado” (LS, 117). 

Não podemos nos submeter à lógica do atual sistema de desenvolvimento econômico que exige o sacrifício de populações inteiras em favor de uma minoria. Quem mais tem, acredita precisar sempre mais. Nós queremos um envolvimento que respeite os povos e seus modos de existência, que nos faça reencontrar o nosso lugar na comunidade. Precisamos superar o individualismo e o descompasso das informações.

Cabe a nós o papel de cuidar da Criação, colaborando com Deus, denunciando as práticas devastadoras das fontes da Vida, estimulando uma profunda “conversão ecológica” de toda a sociedade (LS, 217). Precisamos ter ciência de que não somos proprietários da natureza, generosamente doada para o bem viver em harmonia. Somos “peregrinos e passageiros” (LS, 67), outras gerações virão depois de nós. Faz-se necessário retomar e fortalecer o compromisso social da nossa Igreja, em sua missão profética, cultivando sempre a espiritualidade descrita na Laudato Sì. A Encíclica do Papa “deve chegar a todos que habitam este planeta” (LS, 03).

Por fim, motivados/as pelas provocações deste Seminário e novamente iluminados/as pelos ensinamentos da Laudato Sì, assumimos o compromisso de:

•    Tornar conhecida a Repam, através do fortalecimento das pastorais sociais a nível diocesano e regional;
•    Articular e fortalecer as pastorais sociais, consolidando um Comitê da Repam a partir das dioceses do Sul do Maranhão, incluindo lideranças dos povos tradicionais e dos movimentos populares, com o apoio do Secretariado do Regional Nordeste 5; 
•    Continuar o estudo e o repasse das propostas e orientações da Laudato Sì, envolvendo as mais diversas instâncias eclesiais e movimentos populares;

Entidades presentes no Seminário:

Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz – Ascamari
Campanha da Fraternidade Imperatriz 
Cáritas Regional Nordeste 5 da CNBB
Centro de Cultura Negra Negro Cosme
Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos – Carmém Bascaran
Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos – CEBI
Comissão Pastoral da Terra de Balsas
Comissão Pastoral da Terra de Imperatriz
Comitê Cidadania de Imperatriz
Comunidades Eclesiais de Base - CEBs
Conselho Indigenista Missionário - CIMI
Conselho Nacional dos Leigos do Brasil - CNLB Imperatriz
Diocese de Balsas
Diocese de Carolina
Diocese de Grajaú
Diocese de Imperatriz
Diocese de Viana
Faculdade de Educação Santa Teresinha – FEST Imperatriz
Fundação Nacional do Índio – Funai
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –Ibama
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Rede Justiça nos Trilhos
Legião de Maria 
Ministério da Palavra
Movimento das Mulheres Camponesas - MMC
Movimento de Cursilhos de Imperatriz
Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB 
Pastoral Catequética
Pastoral da Comunicação – Pascom  
Pastoral da Criança
Pastoral da Juventude
Pastoral do Idoso
Pastoral Indigenista
Pastoral Social
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Balsas
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão – SINPROESEMMA

Imperatriz, 12 de fevereiro de 2017

(OL/CM)

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Dr. Medina: colocar doação de órgãos após a morte entre atos de misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - A Pontifícia Academia das Ciências promoveu recentemente, no Vaticano, o encontro internacional sobre “Trafico de Órgãos e Turismo dos Transplantes”.

 
 
O transplante de órgãos é um desenvolvimento fantástico da medicina, uma tecnologia incrível que salva vidas, mas infelizmente, por causa da escassez de órgãos disponíveis, o tráfico de órgãos, crime silencioso e lucrativo do século XXI, fornece órgãos a pessoas com recursos econômicos que viajam para áreas desfavorecidas do Planeta onde outras pessoas cedem um rim ou um pedaço de fígado em troca de dinheiro. 

Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) intitulado ‘Diretrizes para uma política de doação e transplante de órgãos humanos’, “a falta de órgãos levou muitos países a elaborar procedimentos e sistemas destinados a aumentar a oferta, mas lamentavelmente estimulou o tráfico comercial de órgãos humanos, sobretudo de doadores vivos não aparentados com os receptores”.
 
“Além disso, a crescente facilidade de comunicação e viagens internacionais fez com que muitas pessoas passassem a viajar para o exterior para ir a centros médicos que fazem publicidade quanto à sua capacidade de realizar transplantes e proporcionar órgãos doados. Nas últimas décadas, ficou mais evidente a existência desse comércio e do tráfico de seres humanos que o acompanha”, destaca o relatório da OMS.

No Brasil, as instituições médicas garantem que é difícil um órgão ser transplantado irregularmente. Porém, em países como Índia e Paquistão existem uma fila de pessoas dispostas a vender seus rins e parte de seu fígado.
 
Na China, os órgãos são geralmente de prisioneiros executados. Estima-se que 90% dos órgãos do país provêm de presos mortos.
 
A China afirmou que suspenderia por completo a utilização de órgãos de presos executados para transplantes a partir de 1º de janeiro de 2015. 

Segundo o jornal italiano 'La Repubblica', a participação dos representantes chineses no encontro realizado, no Vaticano, foi criticada pelos ‘Médicos contra a extração forçada de órgãos’ (Dafoh – Doctors against forced organ harvesting), pois não há garantias de que o Governo chinês tenha realmente abolido o seu programa de extração de órgãos.
 
O Dr. José Medina Pestana, Professor titular e Chefe do setor de transplante renal da Universidade Federal de São Paulo, foi um dos representantes, no Vaticano, da Sociedade Brasileira de Transplante de Órgãos. 

A propósito desse tema, eis o que disse.

(MJ)

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Atualidades



São Valentim: santo tem rosto reconstruído em 3D por brasileiros

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Roma (RV) – Em 14 de fevereiro se comemora o Dia de São Valentim, condenado e morto por unir casais no sagrado matrimônio. No Brasil, os casais apaixonados têm Santo Antônio como seu padroeiro, mas em países da Europa e nos Estados Unidos, São Valentim é considerado o protetor dos namorados. Permanece, porém, a mensagem do mártir que, neste ano, será lembrada por sua imagem, do seu rosto digitalmente reconstruído em 3D a partir do crânio.

Ouça reportagem completa aqui:  

O professor de computação gráfica de Chapecó/SC, Cícero Moraes, é o responsável pelo trabalho inédito feito com a técnica de reconstrução facial. O método utilizado cruza as imagens do crânio do santo com informações dos ossos que identificam a ancestralidade de Valentim.

As 250 fotos da relíquia do santo foram feitas em Roma pelo pesquisador cearense sobre santos, José Luís Lira. Esse foi o grande diferencial do trabalho, pois, pela primeira vez a coleta foi realizada por quem não é especialista na área da computação gráfica.

Desde a digitalização das imagens, o trabalho durou três meses. Com o auxílio de um software que faz o dimensionamento espacial, Cícero criou aquela que é uma imagem em três dimensões do rosto de São Valentim. O material também foi encaminhado para análise do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro.

A peça será agora impressa como um busto branco no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer em Campinas/SP para depois passar pelas mãos de uma artista plástica sacra. Num prazo de dois meses o trabalho final será apresentado oficialmente no Brasil ou na Itália. A certeza é que a peça será entregue à Igreja de Santa Maria de Cosmedin, em Roma, onde já está o crânio de São Valentim. As relíquias, junto à face mais coerente possível de como era o santo em vida, poderão ser apreciadas por fiéis que visitarão a basílica.

Cícero Moraes já trabalhou na reconstrução da face de 10 santos e beatos católicos de diferentes partes do mundo como o próprio Santo Antônio, Santa Maria Madalena e Madre Paulina. O próximo trabalho do designer, como antecipa ele mesmo, é a reconstrução do rosto de São Vicente de Paulo, além de outros personagens históricos da América Latina. (AC)

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