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Sumario del 17/02/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



O Papa na Universidade Roma Tre: ser artesãos de diálogo e de paz

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre deixou o Vaticano, na manhã desta sexta-feira (17/02), para fazer uma visita à Universidade Roma Três, a mais nova da Cidade. 

É a primeira vez que o Papa Francisco visita uma instituição deste tipo na Itália. Esta universidade, que conta cerca de 40 mil estudantes, é conhecida pela sua atenção aos problemas sociais da cidade. São João Paulo II a visitou no ano 2002.

Francisco recebeu as boas vindas do Reitor, Professor Mário Panizza, e de outros representantes da universidade. Após a saudação do Reitor, o Pontífice passou a responder a algumas perguntas que foram dirigidas pelos alunos.

A instrução e a formação acadêmica das novas gerações, disse o Papa, é uma exigência primordial para a vida e o desenvolvimento da sociedade. A seguir, passou a responder às perguntas de alguns alunos, a começar por aquela de Giulia:

“Há uma onda de violência nas nossas cidades. A violência é um processo que nos torna anônimos. A nossa sociedade é rica de bens, de atos de solidariedade e de amor com o próximo. Tantas pessoas e tantos jovens, certamente também muitos entre vocês, estão engajados no voluntariado e no serviço aos mais necessitados. Vocês devem ser gratos e orgulhosos por estes valores”.

Porém, recordou Francisco, no mundo há tantos sinais de inimizade e de violência, de ações violentas. Aqui, o Papa citou a sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, que propõe, precisamente, a não violência como estilo de vida e de ação política. De fato, disse, estamos vivendo uma “verdadeira guerra mundial em pedaços”, que a Comunidade internacional não consegue deter. E acrescentou:

“A universidade é um universo, um lugar onde se pode dialogar. Uma universidade deve fazer um trabalho artesanal de diálogo, onde se formam as consciências, com um profundo confronto entre as exigências do bem, do verdadeiro e do belo, e a realidade com as suas contradições. Por exemplo, a indústria das armas, que, ao invés de diminuírem, aumentam. Diante desta dramática realidade, os jovens jamais devem perder a esperança. As bombas destroem os corpos e as dependências destroem os corpos, mas também as mentes e as almas”.

Neste sentido, respondendo à pergunta de Nicolau, o Pontífice sugeriu à universidade a comprometer-se com projetos de partilha e de serviço aos últimos, sobretudo na Cidade de Roma, onde reinam urgências sociais, pobreza, migrantes, gente que dorme pelas ruas e passa fome. Vocês devem ser protagonistas de ações construtivas, de combate à cultura do hedonismo e do descarte, baseados em ídolos do dinheiro e do prazer. Em relação à pergunta de Ricardo, o Papa respondeu, partindo da sua experiência pessoal, dizendo:

“Não tenham medo de abrir-se aos horizontes do espírito, mediante o dom da fé. Não tenham medo de abrir-se ao encontro com Cristo e aprofundar sua relação com Ele. Vocês podem tornar-se, como disse Ricardo, ‘agentes da caridade intelectual’. Assim, a universidade pode dar sua contribuição para a renovação da sociedade; pode e deve ser lugar onde se elabora a cultura do encontro e da acolhida de pessoas, culturas e religiões diferentes”.

Por fim, Francisco encorajou os docentes e estudantes a viverem a universidade como ambiente de verdadeiro diálogo e de confronto construtivo. A solidariedade, vivida concretamente e não com palavras, gera paz e esperança! (MT)

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Papa na Univ. Roma Tre: uma aula de cultura política e de ética

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Roma (RV) – A principal atividade do Papa Francisco nesta sexta-feira (17) foi a visita à Universidade Roma Tre, onde mais de 2500 pessoas, entre estudantes, professores e funcionários o esperavam. 

A Roma Tre é considerada uma das melhores universidades emergentes. Ela está na lista da “Times Higher Education 100 under 50”, o ranking com as 100 melhores universidades do mundo com até 50 anos de fundação. A Roma Tre tem 25 anos de atividades e cerca de 40 mil estudantes inscritos.

O reitor Mario Panizza foi quem fez as honras da visita ao saudar o Papa e descrever as principais iniciativas da instituição. Entre elas, a participação da Roma Tre nas conferências organizadas pelas universidades da região do Lazio que acompanharam os temas do Jubileu da Misericórdia, em especial, “do seminário multidisciplinar dirigido a jovens recém-formados, diferentes por cultura e religião, provenientes da bacia do Mediterrâneo. O encontro teve como objetivos  o enriquecimento cultural recíproco e a difusão do progresso científico”.

O diálogo nas diferenças foi abordado pelo Papa Francisco no seu discurso que não foi lido, pois o Pontífice resolveu falar espontaneamente à plateia que estava concentrada em frente à reitoria. O convite ao diálogo, ao abrir-se, estimulou os estudantes e professores presentes:

“Me impressionou como compreendeu as dificuldades dos jovens recém-formados e desocupados. E, assim, procurar se colocar no lugar deles para dar uma mão também com um palavra.”

“Certamente nos deu uma mensagem de esperança e uma visão otimista do mundo. Precisamos estar mais atentos aos jovens, à universidade, àquilo que será o mundo amanhã.”

“O vigor com que enfatizou o papel da universidade e a distinção entre universidades ideológicas e universidades que seguem a terça missão com uma outra postura.”

“Palavras simples, mas de grande classe ao mesmo tempo. Faz-nos entender que está tudo nas coisas simples... Com o diálogo se combate a violência.”

“Ter inclusive uma paz interior dentro da família leva também a paz no contexto exterior. Tentaremos seguir diretamente o ensinamento de hoje.”

A ministra italiana da Educação, Universidade e Pesquisa, Valeria Fedeli, ao final da visita do Papa Francisco à Roma Tre comentou que as palavras pronunciadas pelo Pontífice foram de grande profundidade e força moral. Segundo ela, “uma mensagem centralizada no respeito recíproco, sobre a importância da linguagem que nunca deve se transformar em instrumento de discriminação, sobre o valor da escuta e do diálogo, sobre a pesquisa da unidade nas diversidades. Foi uma importante aula de cultura política e de ética no exercício da responsabilidade pública para os estudantes, professores e personalidades presentes e para a política toda”. (AC/Adnkr)

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Papa aos Movimentos Populares: ignorar os pobres é uma fraude moral

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta sexta-feira (17/02), aos participantes do encontro dos Movimentos Populares em andamento na cidade de Modesto, na Califórnia (EUA). A reunião teve início, nesta quinta-feira (16/02), e prossegue até sábado, 18.  

“As feridas sociais causadas por um sistema econômico desumano e difundido podem ser tratadas e curadas com o comportamento do bom samaritano, fazendo-se próximo de quem precisa”, afirma o Papa no texto. 

Segundo o Pontífice, “os bons samaritanos, aqueles que têm a capacidade autêntica de estar próximo de quem sofre, salvarão o mundo, e não a hipocrisia daqueles quem enchem os bolsos ignorando, com estilo, as chagas sociais, para depois manipular as consciências quando as feridas são evidentes e não se pode mais fingir de não vê-las”.
 
Indiferença

Como acontece muitas vezes quando os interlocutores do Papa são as “elites” das periferias, neste caso os movimentos sociais, Francisco encontra expressões fortes para desmascarar as falhas do que ele chama de “paradigma imperante”, um “sistema econômico que causa sofrimentos enormes para a família humana”, porque é baseado no lucro e não na solidariedade.

O Papa conta aos participantes do encontro, em Modesto, a Parábola do Bom Samaritano. O contraste entre o “estrangeiro, pagão e impuro” que se inclina sobre um moribundo agredido por assaltantes e cuida dele, e a indiferença do sacerdote e do levita, expoentes ligados ao Templo, que viram as costas ao homem ferido e à lei de Deus que pedia para prestar socorro em casos como esse. 

Fraude moral

“As feridas causadas pelo sistema econômico que coloca no centro o deus dinheiro e às vezes age com a mesma brutalidade dos assaltantes da parábola foram transcuradas culposamente”, afirma o Papa, denunciando o “estilo elegante usado para desviar o olhar de forma recorrente. Sob a aparência de ser correto na Política ou das modas ideológicas, se olha para quem sofre sem tocá-lo, distante, vendo-o na televisão, e se adota um discurso de aparência tolerante e cheio de eufemismos, mas nada se faz de sistemático para curar as feridas sociais e enfrentar as estruturas que deixam muitos irmãos ao longo da estrada”.

“Trata-se de uma fraude moral que antes ou depois se descobre e dissipa-se como uma miragem. Os feridos existem, são uma realidade. O desemprego é real assim como a violência, a corrupção, a crise de identidade, o esvaziamento das democracias, a crise ecológica”, diante da qual o Papa Francisco exorta povos indígenas, pastores e governantes a “defenderem a criação”, confiando na ciência, mas sem crer na existência de uma “ciência neutra”.

Gangrena

Segundo o Papa, “a gangrena de um sistema não pode ser camuflada eternamente porque antes ou depois se sente o mal cheiro e quando não pode ser mais negada pelo próprio poder que criou este estado de coisas, nasce a manipulação do medo, a insegurança, a raiva, incluindo a indignação das pessoas, e se transfere a responsabilidade de todos os males a um que não está próximo”.
 
Esta é uma tentação grande que alimenta “este processo social em andamento em muitas partes do mundo” e que para o Papa Francisco “é uma ameaça séria para a humanidade”: a tentação de “classificar as pessoas em próximas ou não” e “aquelas que podem se tornar vizinhas de casa ou não”.

Sofrer com o outro

Jesus ensina outra maneira. Ensina a “tornar próximo daqueles que precisam”, atitude possível se no próprio coração existir “compaixão e capacidade de sofrer com o outro”. A Igreja acrescenta: deve ser “como o dono da pensão ao qual o samaritano confia, no final da parábola, a pessoa que sofre. Os cristãos e  todos os homens de boa vontade devem viver e agir agora, porque muito tempo precioso foi perdido sem resolver essas realidades destruidoras”.
 
“Da participação ativa das pessoas, em grande parte realizada pelos movimentos populares, depende a maneira em que se pode resolver essa crise profunda.” 

O Papa repete o que disse no último encontro com os Movimentos Populares: “nenhum povo é criminoso e nenhuma religião é terrorista. Não existe o terrorismo cristão, nem o judeu ou muçulmano”. Enfrentando o terror com amor trabalhamos pela paz e nisso “se encontra a humanidade verdadeira que resiste à desumanização manifestada em forma de indiferença, hipocrisia e intolerância”.  

(MJ)

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Card. Baldisseri: necessária maior preparação ao matrimônio

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Cidade do Vaticano (RV) – É necessário dar vida  a “um novo catecumenato em preparação ao matrimônio”, como antídoto ao multiplicar-se de celebrações do Sacramento “nulas ou inconsistentes”.

A proposta formulada em 21 de janeiro pelo Papa Francisco  durante a audiência ao Tribunal da Rota Romana, foi retomada e relançada nos dias passados pelo Cardeal Lorenzo Baldisseri em Terni, Itália, durante um encontro sobre a Amoris laetitia, realizado no âmbito das celebrações de São Valentim.

Para apresentar os conteúdos da Exortação Apostólica, o Secretário Geral do Sínodo dos Bispos escolheu uma chave de leitura (sintetizada no tema da conferência “Chamados à alegria do amor”) particularmente pertinente à experiência dos casais que se preparam para celebrar o matrimônio.

Uma experiência – recordou  o Cardeal – que conduz os jovens a compreender melhor “a beleza do projeto que são chamados a realizar com alegria e humildade, conscientes da sua fragilidade e confiantes no poder da graça que os acompanha e sustenta”.

Não por acaso, após um meticuloso exame de algumas seções do documento, Baldisseri insistiu, em modo particular, no conteúdo do Capítulo 6, onde são oferecidas aos noivos indicações úteis para “aproximarem-se ao grande mistério do amor conjugal e familiar”.  

Especificamente, a atenção do purpurado é dirigida aos itinerários de acompanhamento para o matrimônio, animados pela comunidade cristã. Com a recomendação de não limitar-se a “uma série de encontros temáticos onde a preocupação que prevalece é a de comunicar noções, dar sugestões, fornecer indicações”, mas sim, de  realizar “um caminho de autêntica iniciação ao Sacramento do Matrimônio, cuja preparação poderia consistir em encontros entre famílias missionárias e jovens casais, para a troca de ideias e vivência de experiências”.

Da vivência com outros casais e com agentes pastorais, nascem sustento e enriquecimento recíproco, mas – advertiu o Cardeal – podem emergir também “divergências que às vezes dizem respeito à questões de fundo: por exemplo, sobre o modo de entender o projeto de vida comum, as perspectivas de trabalho, a educação dos filhos, a relação com os parentes do (a) parceiro (a)”.

Deve ser levada em consideração, portanto, a possibilidade de se “dar conta de que não é razoável insistir naquela relação” e “estar prontos, até mesmo, em adiar as núpcias”, quando viessem à tona “pontos não suficientemente aprofundados dentro do casal”.

Em substância, é importante que os noivos compreendam que “o sentimento amoroso e a atração” não são suficientes para superar os obstáculos. E “nesta missão delicada, desempenham um papel fundamental os sacerdotes, especialmente no momento em que encontram juntos e individualmente” os casais.

Deles se espera “uma pedagogia do amor” que “que leve efetivamente em consideração os jovens de hoje” e ofereça também “pontos de referência precisos e concretos, aos quais se possa recorrer nos momentos mais difíceis, como lugares, pessoas, consultores e casas abertas”.

Nasce precisamente da exigência de “tornar sempre mais eficazes os itinerários” formativos, a proposta de fazê-los tornar “parte integrante de todo o procedimento sacramental matrimonial”, assim como ocorre no Batismo de adultos, no qual “o catecumenato é parte do processo sacramental”.

Um desejo expresso pelos Padres sinodais e reiterado pelo Pontífice no recente discurso à Rota Romana, junto ao convite para “acompanhar os jovens esposos nos primeiros anos de vida conjugal”, para evitar que abandonem a vida comunitária cristã e enfrentem sozinhos os primeiros importantes desdobramentos da experiência familiar, como o nascimento dos filhos.

Ao concluir, o Secretário Geral do Sínodo dos Bispos confirmou a “acolhida muito positiva” e “o amplo consenso”  que a Amoris laetitia suscitou na Igreja em todo o mundo, sobretudo pela sua “capacidade de resposta às expectativas presentes no coração do homem”. E destacou a ligação entre a Exortação Apostólica e o próximo Sínodo dos Bispos programado para outubro de 2018 sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Uma ligação construída na íntima “correlação entre jovens, escolhas vocacionais e família”, que o purpurado descreveu recorrendo a três palavras-chaves contidas no documento pós-sinodal: “alegria, discernimento, acompanhamento”.

(L’Osservatore Romano – JE)

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Cavaleiros de Colombo: apresentadas ao Papa iniciativas em favor dos cristãos no OM

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Cidade do Vaticano (RV) –  O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã de quinta-feira, no Vaticano, o Cavaleiro Supremo dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson.

Na ocasião, foram apresentadas ao Pontífice numerosas iniciativas, em particular o trabalho em favor dos cristãos perseguidos no Oriente Médio.

Anderson também entregou ao Santo Padre os recursos oriundos do fundo Vicarius Christi dos Cavaleiros, num montante de 1,6 milhões de euros. A cada ano, o valor recolhido pelo fundo é entregue ao Papa para as obras de beneficência pessoais.

Desde a criação do fundo, em 1981, foram doados mais de 57 milhões de euros.

A organização – fundada em 1882 pelo Venerável Padre Michael McGivney, Pároco em New Haven, Connecticut – foi constituída para fornecer assistência caritativa e cuidados financeiros à famílias católicas, em particular para a proteção de viúvas e órfãos, e para o fortalecimento da fé de seus membros.

No decorrer dos anos, o organismo cresceu, contando atualmente com 1,9 milhões de membros em todo o mundo.

Em 2016, os Cavaleiros bateram um recorde de beneficência, com mais de 175 milhões de doações e mais de 75 milhões de horas de serviço.

(je/vaticaninsider)

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Apresentado ao Papa 2º Congresso internacional das grandes cidades

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Cidade do Vaticano (RV) - O Rio de Janeiro acolherá, de 13 a 15 de julho próximo, o II Congresso internacional das grandes cidades dedicado à “Laudato si”, Carta encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum. 

O programa do evento foi apresentado ao Pontífice esta quinta-feira (16/02), em audiência privada, pelo arcebispo emérito de Barcelona, Cardeal Lluís Martínez Sistach, organizador do primeiro encontro realizado em maio e novembro de 2014 na cidade espanhola.

Atenção do Papa pela pastoral urbana

O purpurado afirmou que o Papa tem grande interesse pelo tema da pastoral nas cidades desde quando era arcebispo de Buenos Aires. “Desde então o Cardeal Bergoglio manifestara a preocupação da Igreja com as grandes concentrações urbanas”, lê-se no comunicado da Arquidiocese de Barcelona.

Efetivamente, em seu discurso aos participantes do I Congresso o Santo Padre acenara as dificuldades que, como arcebispo de uma megalópole como Buenos Aires, teve que enfrentar e na ocasião convidou os bispos a aprofundar “desafios e possíveis horizontes de uma pastoral urbana”.

Entre esses: uma “pastoral evangelizadora audaz e sem temores”, o “diálogo com realidades multiculturais”, a força da “religiosidade popular” e a atenção “aos pobres, aos excluídos, aos descartados”.

Em questão, a água, poluição e resíduos

O próximo Congresso, que será “estritamente dedicado ao mundo latino-americano”, concentrará seus trabalhos nos ensinamentos do Papa Francisco sobre ecologia, à luz da encíclica “Laudato si”.

Os pronunciamentos sobre ecologia por parte de especialistas do mundo inteiro, líderes religiosos, reitores de prestigiosas universidade e prefeitos de grandes cidades servirão de base para os debates que serão feitos em mesas-redondas e simpósios.

As reflexões serão feitas a partir de três temas ecológicos: o problema da água, as questões relacionadas à poluição dos grandes conglomerados urbanos e a gestão dos resíduos e detritos.

O Congresso é promovido pela fundação “Antoni Gaudí para as Grandes Cidades”, presidida pelo próprio Cardeal Sistach, com a colaboração do Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. (RL)

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Igreja na América Latina



Ciudad Juarez: escultura do Papa ao lado do muro

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Ciudad Juarez (RV) – A fronteira do México com os Estados Unidos, no local visitado pelo Papa em sua visita em 2016, ganha nesta sexta-feira (17/02), uma homenagem àquele evento: uma escultura de 4 metros do Pontífice, realizada por um artista mexicano.

Pedro Francisco Martinez explica que El Punto, no estado de Chihuahua, recebe este “símbolo de amor, bondade e solidariedade”, cujo braço esquerdo, paralelo ao Rio Bravo (a divisa entre os dois países), lança uma mensagem de esperança e “nos une a El Paso (a cidade texana do outro lado do confim). São cidades unidas que não podem ser separadas por um muro e nem por um rio. A comunidade humana não tem fronteiras”, garante o artista.

A inauguração da estátua será às 17h locais, com a presença do Prefeito, Enrique Serrano, e uma exibição da Orquestra Azteca, formata por 120 jovens músicos. O evento será encerrado com uma missa presidida pelo bispo, Dom José Guadalupe Torres.

Uma curiosidade: diante do entusiasmo da população quando soube da iniciativa de construir a estátua, o artista propôs a participação ativa dos moradores, a fim de que as pessoas se sentissem ‘presentes simbolicamente na obra, foram distribuídos caixotes para a coleta de chaves usadas. Os 300 kg de bronze arrecadados foram fundidos e utilizados.

Ainda em relação ao material, o artista quis que a imagem fosse completamente branca, evitando dourados, para ser ‘espiritual’ e não parecer ‘ostentosa’. Assim, instituições e construtoras locais doaram materiais de alta qualidade, como mármore e concreto.

A partir de hoje, ao lado do muro, a imagem do Pontífice recorda a todos o legado deixado naquela visita por um mundo de fé sem fronteiras. 

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Igreja no Mundo



Celebração ecumênica reúne católicos e luteranos na Terra Santa

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Amã (RV) -  Em comemoração aos anos de cooperação e diálogo já nutridos na Terra Santa, os líderes da Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e na Terra Santa (ELCJHL) e o Patriarcado Latino de Jerusalém (LPJ) deram um compromisso visível de unidade à suas comunidades no Oriente Médio, celebrando conjuntamente no último domingo na Igreja Evangélica Luterana do Bom Pastor, em Amã, na Jordânia.

Os líderes de ambas as Igrejas de Jerusalém - o Bispo Munib Younan da Igreja Evangélica Luterana e Dom Pierbattista Pizzaballa, do Patriarcado Latino - co-presidiram a celebração e proferiram as homilias em conjunto, no templo que serve como modelo para as relações ecumênicas na região.

"O ecumenismo não vem apenas através do diálogo teológico, mas através de amizades e confiança. Somos gratos pela amizade e confiança que nos aproximará ainda mais como luteranos e católicos", afirmou Dom Munib Younan na celebração

A oração comum em Amã foi uma continuidade do histórico encontro na Catedral de Lund, Suécia, em 31 outubro de 2016, quando luteranos e católicos recordaram conjuntamente os 500 anos da Reforma. A Oração Comum em Lund reuniu o Papa Francisco, o Presidente da Federação Luterana Mundial (LWF), Bispo Munib Younan, e o Secretário-Geral da FLM, Rev. Dr. Martin Junge.

Em nível local, líderes e membros das duas denominações se reuniram para dar continuidade ao caminho de cura das feridas e reconciliação testemunhado em Lund.

A Igreja Luterana do Bom Pastor estava repleta, com a presença de católicos e luteranos. Estavam presentes cerca de 20 clérigos representando cada Igreja, incluindo o Núncio Apostólico na Cisjordânia, o Arcebispo Alberto Ortega Martin, além de outros líderes da Igreja Ortodoxa, Anglicana, Síria e outras Igrejas.

"Mesmo com o tempo chuvoso e frio, a igreja estava lotada. Alguns [participantes] perguntaram: “Por que não fizemos isso antes"”, disse Younan.

"[A Oração Comum] foi um momento espiritual e devocional de comemoração da Reforma, mas celebramos a unidade na diversidade", disse ele.

A Liturgia da Oração Comum foi adaptada e traduzida pelo Pastor Isaac da Igreja Luterana e pelo Vigário Dom William Shomali do Patriarcado Latino.

"O que aconteceu em Lund deve ocorrer em todos os níveis. Unidade não é simplesmente entre os líderes das Igrejas. Não foi um simples encontro, em que depois voltamos, cada um para a sua própria vida na Igreja. Esperamos que mais iniciativas aconteçam em níveis menores - nas cidades e nos povoados”, disse o Rev. Munther Isaac, Pastor da Igreja Luterana em Belém.

Ação de Graças, arrependimento e testemunho conjunto

A Liturgia teve início com a oração, seguida pela ação de graças pela contribuição de cada Igreja para o mundo, confissão e arrependimento dos pecados cometido de ambos os lados, além de um compromisso em se concentrar nos cinco imperativos ecumênicos do documento "Do Conflito à Comunhão: Comemoração comum da Reforma 2017”, publicado pela Federação Luterana Mundial e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, após 50 anos de diálogo prévio.

Antes da celebração no domingo, uma tradução em árabe do documento foi distribuída aos presentes. Algumas cópias estavam disponíveis antes e depois da Oração Comum.

Enquanto algumas orações seguiam literalmente a estrutura da Liturgia da Oração Comum, outras pediram a Deus por específicas necessidades, como pelos refugiados, pelo Oriente Médio e pela a Jordânia. Católicos e luteranos alternavam-se na condução da celebração, como ocorrido na Catedral de Lund.

"O que aconteceu [esta noite] é contra a divisão, contra a guerra e o conflito de que existe em demasia no Oriente Médio", disse o Rev. Isaac.

"A celebração foi incrível. Sentimos o Espírito nos guiar. Havia um sentimento de alegria e reverência. Foi respectivo, ambas as nossas Igrejas se uniram com um entusiasmo, tanto os Bispos, o clero e o povo". "É como se houvesse uma sede de unidade em nossa região".

Em sua homilia inspirada no Evangelho de São João 15, 1-5, o mesmo texto proclamado em Lund, o Arcebispo Pizzaballa foi enfático sobre a importância da unidade entre as Igrejas de Jerusalém: "Onde há divisão, não estamos dando o fruto que Jesus espera de nós".

No sábado, 18 de fevereiro, as duas Igrejas se encontrarão novamente em Belém, para uma segunda oração conjunta, desta vez na  Igreja católica de Santa Catarina. Enquanto a celebração na na Igreja do Bom Pastor na Jordânia utilizou hinos e tradições luteranas, a oração comum na Igreja de Santa Catarina seguirá hinos e tradições católicas, e permitirá que os moradores da Palestina participem da comemoração da reforma.

"A unidade cristã é uma testemunha viva. Unidade é o único caminho para a reconciliação ", sublinhou Younan.

(LWF /JE)

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Lituânia: bispo perseguido pelo comunismo será beatificado em junho

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Vilnius (RV) – Terá lugar em Vilnius, capital da Lituânia, em 25 de junho próximo, a cerimônia de beatificação de Teofilo Matulionis (1876-1962), a ser presidida pelo Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, enviado do Papa Francisco.

“O anúncio da beatificação do Venerável Bispo Teofilo é um dom ao povo lituano”, lê-se no site da Conferência Episcopal, que noticia o acontecimento. A sua vida “testemunha a coragem e a força” com que uma pessoa pode enfrentar a vida, em um sistema que despreza a religião e a consciência”.

O Arcebispo foi submetido a “16 anos de cárcere e quatro de prisão domiciliar, não por ter cometido crimes, mas por ódio à fé cristã” – escrevem os bispos -  e com “o seu martírio, testemunhou a fidelidade ao Evangelho e o amor pela Igreja”.

Ao honrar esta figura, “a Igreja recorda e homenageia todos os mártires cristãos da fé e de consciência, vítimas do comunismo ateu, cuja vida sacrificada pela fé e a liberdade da pátria não é muito conhecida”.

Matulionis, ex-Arcebispo de Kaišiadorys, morreu envenenado, mártir do ateísmo de Estado do regime comunista soviético, depois de ter sido encarcerado e deportado para a Sibéria.

É a primeira vez que uma cerimônia do gênero se realiza na Lituânia: “Este não é somente um evento histórico – diz o comunicado -  mas um convite para viver com coragem o Evangelho nos desafios de hoje e diante da perseguição. É uma boa ocasião para encontrar Jesus vivo e se tornar seu discípulo”.

(je/sir)

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Sínodo anglicano rejeita documento sobre matrimônio entre pessoas do mesmo sexo

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Londres (RV) – O Sínodo geral da Igreja da Inglaterra, reunido de 13 a 17 de fevereiro na Church House, em Westminster (Londres), rejeitou o controverso documento sobre homossexualidade e o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo.

O texto, fruto de três anos de intensas discussões internas e de divisões infindáveis, pedia à Igreja Anglicana para adotar “uma nova postura e uma cultura de acolhida e de apoio” em relação às pessoas homossexuais. Ao mesmo tempo, confirma a posição oficial da Igreja que proíbe o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo e ao clero gay de casar-se, visto que a união “indissolúvel e que dura por toda a vida”, reconhecida pelas Escrituras, permanece sendo entre um homem e uma mulher.

Os debates sobre o documento duraram cerca de quatro horas. Antes do voto, o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby – o último a pronunciar-se – lançou um forte apelo aos 400 líderes da Igreja reunidos na Church Hall, convidando-os a aprovar o documento e a apoiar uma “radical e nova inclusão cristã”. “Creio firmemente que o documento é uma base para avançar. Uma boa base, uma road map”, afirmou o Primaz da Comunhão Anglicana.

Mesmo que os votos favoráveis à aprovação do texto tenham sido mais numerosos do que os contrários (242 votos favoráveis; 184 contrários; 6 abstenções), segundo as regras da Igreja Anglicana, para ser aprovado, o documento deveria alcançar uma clara maioria em todas as três Câmaras (bispos clero e leigos). Ao invés disto, na Câmara do clero, 93 membros votaram à favor, 100 contra e dois se abstiveram.

A questão sobre a homossexualidade - há decênios objeto de ásperos debates dentro da Comunhão Anglicana mundial, e que nestes últimos anos ameaçou dar lugar a um cisma entre as alas conservadora e liberal – dominou os trabalhos do Sínodo: um em cada três participantes, pediu a palavra, e diversos foram os testemunhos de lésbicas e gays.

O Arcebispo Justin Welby tentou ao longo deste últimos anos conciliar duas realidade antagônicas. Antes do voto, o Primaz da Comunhão Anglicana afirmou, que “o fato de que tratamos deste tema com profundo desacordo, é o desafio que temos diante de nós”. E alertou que a Igreja não deve ser “nem negligente com nossa teologia, nem ignorante em relação ao mundo que nos cerca”.

Os próximos meses deverão ser decisivos para saber se a máxima autoridade da Igreja da Inglaterra conseguirá cumprir este importante trabalho de mediação para evitar um cisma entre os anglicanos.

(JE/riforma.it)

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Formação



Formar leigos para terem mais liberdade e autonomia

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Cidade do Vaticano (RV) - Os membros do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, reunidos em Brasília, nos últimos dias, refletiram sobre o pentecostalismo e neopentecostalismo no Brasil. O texto apresentado pela Comissão do Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso indica que “é preciso agilizar nossa solicitude social”, dando respostas às necessidades espirituais das pessoas, à carência de seus corações por algo de mais profundo, à cura, à consolação e à proximidade com o transcendente.

Outro ponto destacado no texto pede para “fomentar pequenas comunidades e formar liderança leigas”. E registra a seguinte constatação: “temos paróquias tão grandes, em geral, que nossos fiéis não se sentem em casa, mas sim deixados de lado e abandonados; enquanto que se sentem em casa – aceitos, estimados e acolhidos – nas pequenas comunidades dos grupos pentecostais”.

O texto propõe como uma possível resposta por parte da Igreja Católica incrementar o clima de família nas paróquias através de pequenas comunidades, grupos de oração, grupos juvenis e outros, investindo decididamente na formação de leigos que possam guiar tais grupos.

Entrevistado recentemente pela RV, Dom Enemésio Lazzaris, bispo de Balsas, no Maranhão, defende a necessidade de uma presença maior da Igreja, inclusive através de uma maior autonomia e autoridade aos leigos, bem formados para o pastoreio. 

“Uma presença permanente de pessoas revestidas de autoridade sem depender tanto daqui e dali, que tenham autonomia; pois percebemos que um dos sucessos das Igrejas evangélicas, protestantes, é que cada um se sente Igreja, cada um é Igreja, então cada um faz aquilo que acha que tem que fazer... com uma autonomia quase plena. Nós algumas vezes delegamos a autoridade, o poder para as pessoas que nos representam, mas as seguramos demais, prendemos, controlamos demais. É preciso dar mais liberdade, mais autonomia para estas pessoas”.

“A formação para o pastoreio, de pastores e pastoras que assumam a animação, a coordenação, a condução pastoral, financeira da comunidade”.   

Ouça a entrevista completa qui: 

(CM)

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São Camilo de Lellis, carisma sempre atual

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Cidade do Vaticano (RV) - A Congregação das Filhas de São Camilo celebrou, no último dia 2, 125 anos de fundação.
 
Fundada pelos Beatos Padre Luiz Tezza e Madre Josefina Vannini, a congregação segue o carisma de São Camilo de Lellis, na dedicação aos enfermos.

 
 
Recentemente, a Postuladora Geral da Congregação das Filhas de São Camilo, Irmã Bernadete Rossoni, visitou a nossa emissora. Natural de Pérola D’Oeste, no Paraná, ela vive há 24 anos em Grottaferrata, na Itália.

Ela conversou conosco sobre como se encarna o carisma de São Camilo hoje no Brasil e demais países onde sua congregação está presente.

(MJ)

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Atualidades



Card. Maradiaga: reformas da Cúria não se veem porque não fazem barulho

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Cidade do Vaticano (RV) - Reforma da Cúria romana. “Já fizemos dezoito reformas. Por vezes nos perguntam ‘o que faz esse Conselho de cardeais? Não vemos resultados’. Ao invés, há resultados, mas não são vistos porque não fazem barulho. No discurso de Natal do ano passado à Cúria romana o Papa Francisco os elencou justamente para mostrar que se está caminhando.”

É o que afirma o arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, também coordenador do Conselho de 9 cardeais (C9) instituído pelo Papa Francisco, numa entrevista publicada pelo semanário da Igreja em Turim – noroeste da Itália – “A Voz e o Tempo”.

O purpurado hondurenho conta como nasceu o C9 e o trabalho de Reforma da Cúria realizado nestes anos. “Entre as questões enfrentadas, um número excessivo de dicastérios”, diante do qual “se fez um agrupamento de alguns conselhos em dicastérios, não para dar mais importância a alguns, mas para simplificar a burocracia e trabalhar com mais agilidade. Não para centralizar, mas para enxugar”, ressalta o Cardeal Maradiaga.

Para o coordenador do C9, “quando as reformas forem feitas” sairá a nova constituição sobre o governo da Igreja: “não será o início, mas o fim de um processo”, assegura o purpurado, para o qual “o Conselho continuará porque não foi constituído somente para reformar a ‘Pastor bonus’, mas para oferecer conselhos quando o Santo Padre solicitar”.

Em seguida, o cardeal hondurenho ressalta que “quando o Papa Francisco fala de ‘Igreja em saída’ nos diz que não devemos limitar-nos a nossas cúrias, a nossas residências clericais, mas ir ao encontro daqueles que se distanciaram ou daqueles que jamais encontramos porque ninguém nunca lhes falou de Deus”.

Trata-se de difundir “aquela alegria do Evangelho” apresentada na “Evangelii gaudium”, que “resume o estilo sul-americano do Papa Francisco: a alegria”.

Referindo-se ao próximo Sínodo sobre os jovens, o purpurado evidencia que “devemos preparar-nos bem, ouvindo também aqueles jovens que não vão à igreja, os marginalizados por causa da droga, devemos atraí-los a Deus”.

Assim “como fez Dom Bosco e como nos repete o Papa Francisco, olhando para uma Igreja que caminha com eles, aberta à mudança, em saída para fazer-se próxima de cada um”, conclui o Cardeal Maradiaga. (Sir / RL)

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Povoados da Planície do Nínive saqueados e queimados por milícias anti-jihadistas

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Qaraqosh (RV) – Milícias armadas “espontâneas” e grupos paramilitares comprometidos na luta contra os jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), são responsáveis por saques, devastações e incêndios de inteiros bairros em pelo menos quatro povoados na região adjacente a Mossul. As ações foram perpetradas depois que as localidades haviam sido abandonadas por milícias do Califado.

Este é o cenário que emerge de um detalhado relatório elaborado pela Human Rights Watch (HRW). Cruzando as narrativas de muitas testemunhas oculares, a organização internacional emprenhada na defesa dos direitos humanos pode comprovar que foram precisamente grupos armados e milícias de “autoproteção popular” – que agora reivindicam o papel desemprenhado na campanha de “libertação” da ocupação jihadista – que saquearam e devastaram bairros inteiros das cidades pouco controladas pelo Daesh.

Os saques e devastações teriam ocorrido entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017, sem aparente justificativa do ponto de vista militar.

Entre os grupos apontados como responsáveis pela destruição, estariam também as forças de mobilização popular conhecidas como Hashd al-Sha'abi, unidade submetida diretamente ao Primeiro Ministro iraquiano Haydar al-Abadi.

A sudeste de Mossul, a Human Rights Watch documentou saques e extensa destruição de prédios em três vilarejos, também com o uso de explosivos e retroescavadeiras. No vilarejo de Ashwa, também teria sido destruída, sem motivo aparente, a maior mesquita da localidade.

Os representantes de Hashd al-Sha'abi responderam às acusações da HRW, falando de armadilhas explosivas que os jihadistas do Daesyh teriam deixado armadas para provocar, após a sua retirada, a destruição de casas e edifícios públicos. Diversos testemunhos oculares, no entanto, desmentem tal versão.

Entre as cidades saqueadas, arrasadas e incendiadas após a retirada do Daesh inclui-se também Qaraqosh, que antes de cair nas mãos dos jihadistas era habitada em sua maioria por cristãos e por sunitas de al-Khidir.

O relatório da Human Rights Watch também indica que as Unidades de Proteção da Planície do Nínive – formadas em parte por cristãos assírios – estão entre os grupos militares de autoproteção responsáveis pelo controle de tais vilarejos, após terem sido abandonados pelos jihadistas.

Cerca de 60 mil cristãos foram obrigados a fugir repentinamente de suas casas em Qaraqosh e outros povoados da Planície do Nínive, na noite entre 6 e 7 de agosto de 2014, quando o exército curdo Peshmerga havia se retirado diante da avançada das milícias do autoproclamado Estado Islâmico.

(fides/je)

 

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