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Sumario del 25/02/2017

Papa e Santa Sé

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa aos Párocos: promoção e defesa do Sacramento do Matrimônio e da Família

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Cidade do Vaticano (RV) – Em sua série de audiências sucessivas, o Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (25/02), na Sala Clementina do Vaticano, os participantes no Curso de Formação para Párocos, promovido pelo Tribunal da Rota Romana. 

O Curso versou sobre o tema do “novo Processo matrimonial”, discutido e proposto pelo Sínodo dos Bispos sobre o “Matrimônio e a Família”, que se realizou no Vaticano em outubro de 2015.

Partindo precisamente da Exortação Apostólica pós-sinodal “Amoris laetitia”, o Papa dirigiu-se aos Párocos dizendo que “foi bom",  que "por meio desta iniciativa de estudo, puderam aprofundar tal matéria, pois são sobretudo vocês que a aplicam concretamente no cotidiano contato com as famílias": 

“Na maior parte dos casos, vocês são os primeiros interlocutores dos jovens que desejam formar uma nova família. A vocês se dirigem aqueles casais que, por causa dos seus sérios problemas familiares e crises matrimoniais, pedem indicações para o processo de nulidade do matrimônio. Por isso, vocês são chamados a ser companheiros de viagem deles, acompanhando-os e encorajando-os”.

Sim, explicou o Papa, vocês devem dar testemunho da graça do Sacramento do Matrimônio e do bem primordial da família, célula vital da Igreja e da sociedade, mediante Cursos de preparação ao Matrimônio e encontros pessoais ou comunitários. Mas, ao mesmo tempo, devem encorajar os casais em dificuldade, em atitude de escuta e compreensão. Em relação aos jovens casais, que preferem conviver, sem se casar, Francisco disse:

“Em nível espiritual e moral, eles estão entre os pobres e os pequeninos, para os quais a Igreja deve ser Mãe, sem abandoná-los, mas aproximá-los e cuidar deles. Estes casais também são amados pelo Coração de Jesus. Por isso, tenham ternura e compaixão deles. Isto faz parte da obra dos párocos na promoção e defesa do Sacramento do Matrimônio”.

Aqui, o Santo Padre citou o bem-aventurado Paulo VI, que dizia: “A paróquia é a presença de Cristo na plenitude da sua função salvadora; ela é a casa do Evangelho e da verdade, a escola de Nosso Senhor.

Francisco concluiu seu pronunciamento, agradecendo aos Párocos pelo seu empenho de anunciar o Evangelho da Família e invocando o Espírito Santo para que os ajude a ser ministros de paz e conciliação em meio ao Povo de Deus, especialmente entre os mais frágeis e necessitados da solicitude pastoral. (MT)

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Discurso aos Párocos - texto integral

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco encontrou na manhã deste sábado (25/02), no Vaticano, os participantes do curso de formação para Párocos, promovido pelo Tribunal da Rota Romana. O Curso tratou sobre o “novo Processo matrimonial”, discutido e proposto pelo Sínodo dos Bispos sobre o “Matrimônio e a Família”, realizado no Vaticano em outubro de 2015.

Eis a íntegra do discurso do Santo Padre aos sacerdotes  presentes na Sala Clementina:

“Queridos irmãos,

Tenho a alegria de encontrá-los ao final do curso de formação para os párocos, promovido pela Rota Romana, sobre o novo processo matrimonial. Agradeço ao Decano e ao Pro Decano pelo empenho em favor destes cursos formativos.

O que foi discutido e proposto no Sínodo dos Bispos sobre o tema “Matrimônio e família”, foi recebido e integrado na Exortação Apostólica Amoris laetitia e traduzido em oportunas normas jurídicas contidas em dois específicos documentos: o motu proprio Mitis Iudex e o motu proprio Misericors Jesus. É uma coisa boa que vocês párocos, por meio destas iniciativas de estudo, possam aprofundar tal matéria, pois são sobretudo vocês a aplicá-la concretamente no contato cotidiano com as famílias.

Na maior parte dos casos, vocês são interlocutores dos jovens que desejam formar uma nova família e casar-se no Sacramento do Matrimônio. E ainda, se dirigem a vocês aqueles cônjuges que, devido a sérios problemas em seu relacionamento, encontram-se em crise, têm necessidade de reavivar a fé e redescobrir a graça do Sacramento; e em certos casos, pedem indicações para iniciar um processo de nulidade.  

Ninguém melhor do que vocês conhece e está em contato com a realidade do tecido social no território, experimentando a sua complexidade variegada: uniões celebradas em Cristo, uniões de fato, uniões civis, uniões fracassadas, famílias e jovens felizes e infelizes. De cada pessoa e de cada situação, vocês são chamados a ser companheiros de viagem para testemunhar e apoiar.

Antes de tudo, seja vossa preocupação testemunhar a graça do Sacramento do Matrimônio e o bem primordial da família, célula vital da Igreja e da sociedade, mediante a proclamação de que o matrimônio entre um homem e uma mulher é sinal da união esponsal entre Cristo e a Igreja.

Tal testemunho vocês dão quando preparam os noivos ao matrimônio, tornando-os conscientes do significado profundo do passo que estão para realizar, e quando acompanham com solicitude os jovens casais, ajudando-os a viver nas luzes e nas sombras, nos momentos de alegria e naqueles de cansaço, a força divina e a beleza de seu matrimônio.

Não deixem de recordar sempre aos esposos cristãos, que no Sacramento do Matrimônio Deus, por assim dizer, se reflete neles, imprimindo a sua imagem e o caráter inapagável de seu amor.

O matrimônio, de fato, é ícone de Deus, criado para nós por Ele, que é comunhão perfeita das três Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Que o amor de Deus Uno e Trino e o amor entre Cristo e a Igreja, sua esposa, sejam o centro da catequese e da evangelização matrimonial: por meio de encontros pessoais ou comunitários, programados ou espontâneos, não vos cansai de mostrar a todos, especialmente aos esposos, este “grande mistério” (cfr Ef 5,32).

Enquanto oferecem este testemunho, seja vosso cuidado também sustentar aqueles que se deram conta do fato de que a sua união não é um verdadeiro matrimônio sacramental e querem sair desta situação. Nesta delicada e necessária obra, façam de modo que os vossos fiéis, vos reconheçam não tanto como especialistas de atos burocráticos ou de normas jurídicas, mas como irmãos que se colocam em atitude de escuta e de compreensão.

Ao mesmo tempo, fazei-vos próximos, com o estilo próprio do Evangelho, no encontro e na acolhida daqueles jovens que preferem conviver sem se casar. Eles, no plano espiritual e moral, estão entre os pobres e os pequenos, para os quais a Igreja, nas pegadas de seu Mestre e Senhor, quer ser mãe que não abandona, mas que se aproxima e cuida.

Também estas pessoas são amadas pelo coração de Cristo. Tenham por elas um olhar de ternura e de compaixão. Este cuidado pelos últimos, precisamente porque emana do Evangelho, é parte essencial da vossa obra de promoção e defesa do Sacramento do matrimônio.

A paróquia é de fato o lugar por antonomásia da salus animarum. Assim ensinava o Beato Paulo VI: “A paróquia (…) é a presença de Cristo na plenitude da sua função salvadora. (…) é a casa do Evangelho, a casa da verdade, a escola de Nosso Senhor”. (Discurso na Paróquia da Grande Mãe de Deus em Roma, 8 de março de 1964: Ensinamentos II (1964), 1077).

Queridos irmãos, falando recentemente à Rota Romana, recomendei para que desenvolvessem um verdadeiro catecumenato dos futuros casais, que incluísse todas as etapas do caminho sacramental: os tempos da preparação ao matrimônio, da sua celebração e dos anos imediatamente sucessivos. A vocês párocos, indispensáveis colaboradores dos Bispos, é principalmente confiado este catecumenato. Vos encorajo a concretizá-lo, não obstante as dificuldades que poderão encontrar.

Agradeço a vocês pelo empenho em favor do anúncio do Evangelho da família. Que o espírito Santo vos ajude a ser ministros de paz e de consolação em meio ao santo povo fiel de Deus, especialmente às pessoas mais frágeis e necessitadas da vossa solicitude pastoral. Enquanto peço a vocês para rezarem por mim, de coração abençoo a cada um de vocês e as vossas comunidades paroquiais”.

(JE)

 

 

 

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Papa à Delegação da França: Igreja pobre "com" e "pelos" pobres e excluídos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco iniciou sua série de audiências coletivas, na manhã deste sábado (25/02), recebendo, na Sala do Papas, no Vaticano, 29 peregrinos da Delegação Católica para a Cooperação, da Conferência dos Bispos da França, que está comemorando 50 anos de atividades. 

Através deles, o Santo Padre aproveitou para mandar sua saudação cordial a todos os voluntários em missão pelos mais de 50 países do mundo, como também a todas as pessoas que são beneficiadas pela sua presença e competência.

A Delegação Católica para a Cooperação foi criada pela Igreja na França, há cinquenta anos, fiel ao grande impulso missionário, a fim de oferecer sua generosa contribuição ao longo dos séculos. A propósito, o Papa disse:

“Com vocês, dou graças a Deus pela obra do seu Espírito manifestada no caminho humano e espiritual dos voluntários e no trabalho de acompanhamento dos projetos de desenvolvimento da sua Instituição. Assim, vocês promovem uma autêntica cooperação entre as Igrejas locais e os Povos, contrastando a miséria e atuando por um mundo mais justo e mais fraterno”.

Hoje, disse Francisco, a solidariedade está desgastada e até mal interpretada; é bem mais que um simples ato de generosidade. Ela requer uma nova mentalidade, em termos comunitários. A sua Instituição, por meio dos seus voluntários enviados pelo mundo, atua de comum acordo com as autoridades civis e com as pessoas de boa vontade.

A Delegação Católica para a Cooperação contribui para uma verdadeira conversão ecológica, que reconhece a dignidade de cada pessoa, seu valor, sua criatividade e capacidade de promover o bem comum.

Por fim, o Pontífice animou os membros desta Instituição francesa para fomentar a cultura da misericórdia. “Não tenham medo de percorrer os caminhos da fraternidade – exortou - e de construir pontes entre pessoas e povos, em um mundo onde ainda se constroem muros. E o Papa concluiu:

“Mediante as suas iniciativas, projetos e ações, vocês tornam visível a Igreja pobre com e pelos pobres; uma Igreja ‘em saída’ que se faz próxima das pessoas em estado de sofrimento, precariedade, marginalização e exclusão”.

Com estas palavras, Francisco incentivou a Instituição francesa a estar sempre ao serviço da Igreja, que permite reconhecer a surpreendente proximidade de Deus, sua ternura e seu amor, acolhendo a sua Palavra viva, para a salvaguarda da nossa Casa Comum. (MT)

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Papa à Comunidade de Capodarco: promover a dignidade dos marginalizados

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa concluiu sua série de audiências, na manhã deste sábado (25/02), recebendo na Sala Paulo VI, cerca de 2.600 peregrinos da Comunidade italiana de Capodarco, que, ano passado, completou 50 anos de atividades. 

Por isso, o Santo Padre agradeceu aos membros da Comunidade pelo serviço que prestam às pessoas com necessidades especiais, aos menores, aos que vivem em situações de dependência e de incômodo e às suas famílias.

“Vocês, disse o Papa, escolheram estar do lado de tais pessoas menos tuteladas, oferecendo-lhes acolhida, apoio, esperança e partilha. Deste modo, vocês contribuem para melhorar a sociedade”. E acrescentou:

“A qualidade da vida de uma sociedade é determinada, em boa parte, pela capacidade de incluir os mais frágeis e necessitados no respeito da sua dignidade de homens e mulheres. Também as pessoas excepcionais e com fragilidades físicas, psíquicas ou morais, devem poder participar da vida da sociedade e serem ajudadas a atuar suas potencialidades”.

Uma sociedade pode ser fundada no direito e na justiça, explicou Francisco, somente se forem reconhecidos os direitos dos mais frágeis. É deplorável a discriminação com base na ineficiência, na raça e na religião. E dirigindo-se ainda aos membros da Comunidade de Capodarco, o Papa disse:

“Diante dos problemas econômico e das consequências negativas da globalização, vocês procuram ajudar os que se sentem excluídos ou marginalizados, através do seu testemunho e experiência pessoais. Trata-se de promover a dignidade e o respeito por cada indivíduo, os últimos e os mais pequeninos”.

O Santo Padre concluiu seu discurso aos membros da Comunidade italiana de Capodarco, recordando as suas origens, ou seja, graças às suas peregrinações aos santuários de Lourdes e Loreto, nas quais seu fundador, Padre Franco, intuiu o modo de valorizar os recursos humanos e espirituais das pessoas excepcionais. (MT)

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A semana do Papa em imagens

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Cidade do Vaticano (RV) - Missas, audiências e discursos: reveja os eventos que marcaram a semana de Francisco no Vaticano e em Roma de 19 a 24 de fevereiro.

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Rev. Boardman sobre visita do Papa à Paróquia anglicana: alegria inacreditável!

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco visitará às 16 horas deste domingo, 26 de fevereiro, a Paróquia anglicana de Todos os Santos, localizada na Via del Babuino, em Roma.

Trata-se de uma visita histórica, visto ser o primeiro Pontífice a entrar no templo construído há 200 anos. A Rádio Vaticano vai transmitir a visita, com comentários em português, a partir das 12 horas, horário de Brasília.

Em outubro de 2016, o Santo Padre havia encontrado no Vaticano os Primazes das Províncias Anglicanas, guiados pelo Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, no contexto dos 50 anos de diálogo ecumênico.

Mas, sobre a expectativa para este evento, ouçamos o que disse aos microfones da Rádio Vaticano o Pároco da Igreja de Todos os Santos, Reverendo Johathan Boardman:

“É uma alegria inacreditável, tem um significado absolutamente extraordinário! Mas ao mesmo tempo, penso que seja algo normal, depois de 50 anos. Em um certo sentido, reflete o caráter do Papa Francisco, pois ele tem um modo simples de fazer as coisas. No momento de aceitar o nosso convite, para mim disse simplesmente: “Sim, certo, irei!”.  Portanto, esta é uma das tantas coisas espirituais da nossa vida cristã: de que algo extraordinário é algo normal, algo cotidiano. E criar esta conexão entre as duas coisas é importante e nós procuramos fazer isto”.

RV: Além da oração em comum com o Papa, haverá também algo muito prático como a parceria com a Paróquia católica de Todos os Santos, em Roma...

“Sim, de fato. Haverá um serviço conjunto aos pobres todas as sextas-feiras na Estação Ostiense, que nós já começamos. E haverá outras ocasiões que prometemos fazer juntos, para conhecermo-nos melhor e para criar uma amizade mais profunda: participar das duas diferentes Liturgias e conhecer-nos também como comunidade cristã, pelos nossos cultos”.

(ph/je)

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Card. Hummes: "Ainda temos chance de vencer a crise sócioambiental"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na conclusão dos trabalhos do Seminário ‘O Direito Humano à Água’, o Cardeal Cláudio Hummes, que presidiu o evento no Vaticano, fez para a RV um balanço das atividades. Para o Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, esta iniciativa foi uma prova da consciência mundial de que é preciso começar a combater efetivamente a crise socioambiental e, ao mesmo tempo, uma ajuda na repercussão e conscientização. Ouça: 

A experiência deste Seminário foi muito positiva, no sentido que são iniciativas novas. Hoje, o tema da crise climática, da crise socioambiental, é central, não importa as resistências. Aos poucos, o povo vai entrando, vai recebendo informação  sobre este tema que é grave e urgente. Então como fugir?  Aí surgem iniciativas como esta, (...) o Seminário interdisciplinar, trazendo gente de todo o mundo para discutir este tema, do Direito Humano à Água”.

“Este aspecto mostra como a água é fundamental e mostra como é necessário que nós proponhamos e defendamos que este é um direito e muito mais, é um bem universal que deve estar à disposição de todos e que não pode ser apropriado por alguns, por exemplo empresas ou governos, e depois ser comercializado ou financializado. Não. É um bem universal que deve estar à disposição de todos, mesmo daqueles que não têm nenhum dinheiro”.

“Esta consciência, estas iniciativas que vão crescendo, foram para mim a primeira experiência: estar, ver que realmente isto está se movendo aos poucos, por mais que inicialmente custe, apesar das tantas resistências, mas a humanidade vai se movendo e percebendo que é de fato urgente começar o processo de vencer esta crise... ou não haverá mais uma segunda chance”.

“Achei muito interessante o que se disse em Paris, na COP21, com o Acordo Climático: ‘Aqui em Paris não salvamos o planeta, mas salvamos a possibilidade de salvar o planeta’. Indicamos o caminho que deve ser feito e então, o salvaremos. Só que tem que começar!”.

“Todos os que saem daqui, ou pelo menos a grandíssima maioria, sai daqui satisfeito e eles serão, por sua vez, multiplicadores em seu ambiente, em seu trabalho. Então isto tem um fruto muito grande”.

O Papa Francisco participou do Seminário levando também a sua reflexão aos participantes.

(CM)

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Formação



Reflexão dominical: Buscar o Reino de Deus e sua Justiça

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Cidade do Vaticano (RV) - «Em situações de grande conflito e sofrimento chegamos a pensar que Deus nos abandonou, nos esqueceu. 

A liturgia deste domingo tem a missão de alertar nosso sentimento, de que Deus nos ama mais que qualquer mãe. Isaías usa o exemplo do carinho de uma mãe para recordar que ela jamais se esquece de amamentar o filho, de lhe dar atenção quando chora, e mesmo que isso pudesse acontecer, Deus jamais esqueceria um de nós.

Com isso vemos que para Deus valemos muito. Deus nos ama mais que uma mãe ama seu filho.

Baseados nisso entramos na leitura do Evangelho onde Jesus diz: “Portanto, não vos preocupeis, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? Os pagãos é que se preocupam com essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso.” Temos um Pai que providencia essas coisas. Os pagãos, que não creem em Deus, que não O conhecem como Pai, que não conhecem sua Providência, é que gastam tempo com essas preocupações.

Isso não significa que deveremos ficar num cômodo fazer nada, aguardando que as coisas caiam do céu. Significa, como diz Jesus, ao final do Evangelho de hoje, que deveremos trabalhar buscando o Reino de Deus e sua justiça em primero lugar e, consequentemente, Deus nos dará todas as coisas em acréscimo. Ora, trabalhar pelo Reino e por sua justiça é trabalhar para que todos tenham emprego, assistência médica, escola, lazer, enfim, tudo aquilo de que o ser humano necessita para viver sua dignidade de filho de Deus.

Na segunda leitura, Paulo acrescenta um aspecto muito importante no tocante ao confiar em Deus. Deveremos esperar d’Ele não apenas os bens materiais, mas também a justiça no tocante ao julgamento dos homens sobre nossas pessoas. “Quem me julga é Senhor!”

Em qualquer situação de nossa vida, devermos confiar na Providência divina, mais que uma criança confia em sua mãe e se entrega ao seu Pai. Na vida e na morte, nas carências de bens materiais ou no baixo conceito que temos na visão de outros seres humanos, confiemos no amor de Deus.

Façamos nossa tarefa de colaborar com o Senhor na construção do Reino de Justiça, mas esperemos n’Ele, em seu amor providencial. Confiemos em seu radical amor por cada um de nós, seus filhos queridos».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o VIII Domingo do Tempo Comum – ano A)

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Atualidades



40ª Romaria da Terra: “Terra de Deus, terra de irmãos”

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Passo Fundo (RV) - No dia 28 de fevereiro de 2017 realizar-se-á a 40ª Romaria da Terra com o lema: “Terra de Deus, terra de irmãos”. O local escolhido é o Assentamento Nossa Senhora Aparecida, área 09 – Fazenda Annoni – RS 324, km 174, município de Pontão, RS. A romaria é preparada pela Comissão Pastoral da Terra e a Arquidiocese de Passo, em particular pela Paróquia Santo Antão de Pontão.

São quarenta anos de Romarias da Terra. Já é um longo caminho percorrido. É necessário olhar para trás com um olhar de gratidão para ver e colher os frutos. Mostrar esta caminhada é importante para toda sociedade. Quarenta anos de romarias também é uma provocação para olhar criticamente o caminho percorrido. Alegrar-se com os acertos, as causas defendidas e assumir a responsabilidade dos erros. Uma justa avaliação permite projetar com esperança o futuro.

A romaria como tal é expressão de uma realidade mais ampla, a questão agrária. A história da humanidade está marcada pela conquista de terras, pela ampliação de territórios, de projetos de ocupação dos territórios conquistados. Um rápido olhar sobre formação do território brasileiro comprova isso. A ocupação, a destinação e o uso das terras fazem parte dos projetos governamentais brasileiros, desde o modelo das sesmarias até a legislação atual. Nesta questão existem várias visões, algumas divergem a tal ponto de se contraporem. Geram conflitos, acalorados debates e, em algumas ocasiões, resultam em conflitos violentos com agressão física e mortes. A questão agrária está em pauta por ser polêmica e porque os encaminhamentos dados ainda não resolveram adequadamente o problema.

O local escolhido para a romaria foi a antiga Fazenda Annoni, hoje dividida em sete comunidades, com 423 famílias assentadas. Este local tem um valor simbólico. Pretende mostrar que os assentados, com muita luta e suor, adquiriram dignidade de vida. As conquistas de moradia, atendimento de saúde, educação e diversas formas de produção testemunham que “hoje, todo mundo tá vivendo bem”, emenda um assentado.

O lema da 40ª Romaria: “Terra de Deus, Terra de Irmãos” será o norte das reflexões, da Celebração Eucarística, das orações, dos cânticos. Afinal, a romaria nasce da fé e se inspira na história do Povo de Deus que foi escravizado e depois liberto. Em seu êxodo ruma a uma terra prometida onde corre lei e mel. A tradição bíblica nos ensina que a terra foi dada a todas as criaturas como dom de Deus. Um presente para o seu sustento, para a geração e a multiplicação da vida. Ninguém é capaz de criar do nada um palmo de terra, uma semente, um copo de água. O ser humano é capaz  para cultivar, plantar e usar a terra. Pensando bem, só se consegue usar a terra porque existem todas as condições favoráveis para tal: o solo, o calor, a luz, a água, o ar, as sementes. Basta cultivar e corrigir o solo, plantar na época certa, escolher as melhores sementes, cuidar da plantação e fazer a colheita.

Com são Francisco de Assis cantamos o “Cântico das Criaturas”: “Louvado sejas meu Senhor, por nossa irmã e mãe terra que nos sustenta e governa e produz frutos diversos e coloridas flores e ervas”.

Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo

24 de fevereiro de 2017

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