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Sumario del 28/02/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

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Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco: escolher Deus, não as riquezas

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Cidade do Vaticano (RV) – Seguir o Senhor que nos doa tudo, e não buscar as riquezas. Foi o que afirmou o Papa na missa matutina na Casa Santa Marta (28/02). Comentando o Evangelho do dia, o Papa ressaltou a “plenitude” que Deus nos doa: uma plenitude “aniquilada” que termina na Cruz. 

“Não se pode servir a dois senhores”, ou servimos Deus ou as riquezas. Na vigília da Quarta-feira de Cinzas, Francisco falou que nesses dias antes da Quaresma a Igreja “nos faz refletir sobre a relação entre Deus e as riquezas”. E recorda o encontro entre o “jovem rico, que queria seguir o Senhor, mas no final era tão rico que escolheu as riquezas”.

O Papa observou que o comentário de Jesus assusta um pouco os discípulos: “Quanto é difícil que um rico entre no Reino dos Céus. É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha”. Hoje, prosseguiu, o Evangelho de Marcos nos mostra Pedro que pergunta ao Senhor o que será deles já que deixaram tudo para trás. É como se Pedro pedisse contas ao Senhor”:

“Não sabia o que dizer: ‘Sim, este foi embora, mas nós?’. A resposta de Jesus é clara: ‘Eu vos digo: não há ninguém que deixe tudo sem receber tudo’. ‘Pois bem, nós deixamos tudo’. ‘Receberão tudo’, com aquela medida transbordante com a qual Deus oferece os dons. ‘Receberão tudo. Quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho receberá cem vezes mais agora, durante esta vida - casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições - e, no mundo futuro, a vida eterna’. Tudo. O Senhor não sabe dar menos do que tudo. Quando Ele doa algo Ele doa a si mesmo, que é tudo”.

Todavia, acrescentou o Papa, “há uma palavra” neste trecho do Evangelho “que nos faz refletir: receber já agora neste tempo cem vezes mais em casas, irmãos, com perseguições”.

Francisco explicou que isto é “entrar” em “outro modo de pensar, em outro modo de agir. Jesus dá todo si mesmo, porque a plenitude, a plenitude de Deus é uma plenitude aniquilada na Cruz”:

“Este é o dom de Deus: a plenitude aniquilada. E este é o estilo do cristão: buscar a plenitude, receber a plenitude aniquilada e seguir este caminho. Não é fácil, isso não é fácil. E qual é o sinal, qual é o sinal deste ir avante em doar tudo e receber tudo? É o que ouvimos na primeira leitura: ‘Faze todas as tuas oferendas com semblante sereno, e com alegria consagra o teu dízimo. Dá a Deus segundo a doação que ele te fez, e com generosidade, conforme as tuas posses. Semblante sereno, alegria… O sinal que nós estamos neste caminho do tudo e nada, da plenitude aniquilada, é a alegria”.

Ao invés, o jovem rico, disse o Papa, “ficou com o semblante fechado e foi embora triste”. “Não foi capaz de receber, acolher esta plenitude aniquilada – advertiu – assim como os Santos, o próprio Pedro, a acolheram. E em meio às provações, às dificuldades, tinham o semblante sereno, o olhar alegre e a alegria do coração. Este é o sinal, evidenciou Francisco, que concluiu a homilia recordando o Santo chileno Alberto Hurtado:

“Ele trabalhava sempre, dificuldade atrás de dificuldade... trabalhava pelos pobres.... Foi realmente um homem que abriu caminhos em seu país… A caridade para a assistência aos pobres… Mas foi perseguido, muitos sofrimentos. Mas ele, quando justamente estava ali, aniquilado na cruz, a frase foi: ‘Contento, Señor, Contento’, ‘Feliz, Senhor, feliz’. Que ele nos ensine a caminhar nesta estrada, nos dê a graça de caminhar nesta estrada um pouco difícil do tudo e do nada, da plenitude aniquilada de Jesus Cristo e dizer sempre, sobretudo nas dificuldades: ‘Feliz, Senhor, feliz’”.

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Papa na Quarta-feira de Cinzas: acompanhe com a RV

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco deixará o Vaticano para presidir no bairro do Aventino à tradicional celebração da Quarta-feira de Cinzas, no dia 1º de março.

A Rádio Vaticano transmitirá o evento ao vivo, com comentários em português, a partir das 16h25 (12h25 no horário de Brasília).

A liturgia própria para a ocasião terá início na Igreja de Santo Anselmo, seguida pela procissão até a Basílica de Santa Sabina na presença do Papa, cardeais, arcebispos, bispos, monges beneditinos de Santo Anselmo, os Padres dominicanos de Santa Sabina e fiéis.

Ao final da procissão, na Basílica de Santa Sabina, terá lugar a celebração da Santa Missa com o rito da bênção e da imposição das cinzas, as quais o Papa também receberá.

Na homilia do ano passado, Francisco recordou que Jesus nos chama a viver a oração, a caridade e a penitência com coerência e autenticidade, superando a hipocrisia.

“Que a Quaresma seja um tempo de benéfica «poda» da falsidade, da mundanidade e da indiferença: para não pensarmos que tudo está bem se eu estou bem; para compreendemos que o que conta não é a aprovação, a busca do sucesso ou do consenso, mas a purificação do coração e da vida; para voltarmos a encontrar a identidade cristã, ou seja o amor que serve, não o egoísmo que se serve. Coloquemo-nos a caminho juntos, como Igreja, recebendo as Cinzas — também nós voltaremos a ser cinzas — mantendo fixo o olhar no Crucificado.”

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Papa concede entrevista a jornal de rua da Itália

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Cidade do Vaticano (RV) - A Rádio Vaticano publica a íntegra da entrevista concedida pelo Papa Francisco ao jornal “Scarp de’ tenis”, periódico italiano fundado em 1994 atualmente conhecido por ser uma “jornal de rua” sem fins lucrativos editado pela Cáritas italiana.

Os redatores são sem-teto e outras pessoas em dificuldades ou excluídas socialmente que encontram no jornal uma ocupação e uma complementação de renda.

Santo Padre, falamos do povo invisível, dos sem-teto. Algumas semanas atrás, com o início do inverno e com a chegada de uma grande frente fria, o senhor disse que era para que fossem abrigados no Vaticano, que se abrissem as portas da igrejas. Como foi recebido este seu apelo?

O apelo do Papa foi ouvido por muitas pessoas e muitas paróquias. Tantos escutaram. No Vaticano existem duas paróquias e cada uma delas abrigou uma família da síria. Muitas paróquias de Roma abriram as portas em acolhida, e sei que outras, sem lugares disponíveis, fizeram uma coleta para pagar o aluguel a pessoas e famílias necessitadas por um ano inteiro. O objetivo a ser alcançado deve ser aquele da integração, por isso é importante acompanhar-lhes por um período inicial. Em muitas regiões da Itália foi feito muito. Portas foram abertas em muitas escolas católicas, nos conventos, em tantas outras estruturas. Por isso digo que o apelo foi ouvido. Sei ainda de muitas pessoas que ofertaram dinheiro para que se possa pagar o aluguel aos sem-teto.

No passado o mundo inteiro falou sobre os sapatos do Papa, sapatos de trabalhador para caminhar e recentemente a mídia ficou surpresa, e contou sobre o Papa que foi até uma loja comprar novos sapatos. Porque tanta atenção? Talvez porque hoje seja difícil colocar-se – como convida Scarp de’ tenis – nos sapatos dos outros?

É muito difícil colocar-se “nos sapatos dos outros”, porque com frequencia somos escravos do nosso egoísmo. Em um primeiro nível, podemos dizer que as pessoas preferem pensar aos próprios problemas sem querer ver o sofrimento e as dificuldades dos outros. Depois, há um outro nível: colocar-se “nos sapatos dos outros” significa ter grande capacidade de compreensão, de entender o momento e as situações difíceis. Por exemplo: no momento de luto fazem-se as condolências, participa-se do velório ou da missa, mas são realmente poucos os que “se colocam nos sapatos” daquele viúvo ou daquela viúva ou daquele órfão. Certamente, não é fácil. Prova-se dor, mas tudo termina ali. Se pensamos então às existências que com frequencia são marcadas pela solidão, então colocar-se “nos sapatos dos outros” significa serviço, humildade, magnanimidade, que é também o sinal de uma necessidade. Eu preciso que além coloque-se “nos meus sapatos”. Porque todos nós precisamos de compreensão, de companhia e de alguns conselhos. Quantas vezes encontrei pessoas que, depois de ter procurado conforto em um cristão, seja esse leigo, um padre, uma freira, um bispo, me disse: “Sim, me ouviu mas não me entendeu”. Entender significa “colocar-se nos sapatos dos outros”. E não é fácil. Com frequência para suprimir essa falta de grandeza, de riqueza e de humanidade, perde-se nas palavras. Fala-se. Aconselha-se. Mas quando existem somente as palavras ou muitas palavras não há esta grandeza de “colocar-se nos sapatos dos outros”.

Santidade, quando o senhor encontra um sem-teto qual é a primeira coisa que lhe diz?

«Bom dia». «Como vai?». Algumas vezes trocamos poucas palavras, outras vezes se cria uma relação e se ouvem histórias interessantes: «Estudei num colégio onde havia um padre muito bom...». Alguém poderia dizer: O que me interessa? As pessoas que vivem pelas ruas entendem logo quando existe realmente um interesse da parte da outra pessoa ou quando existe, não um sentimento de compaixão, mas certamente de pena. Podemos olhar para um sem-teto como uma pessoa ou como se fosse um cachorro e eles percebem essa maneira diferente de olhá-los. No Vaticano, é famosa a história de um sem-teto, de origem polonesa, que geralmente ficava na Piazza del Risorgimento a Roma, não falava com ninguém, nem com os voluntários da Caritas que levavam para ele comida. Somente depois de muito temo conseguiram fazer com que ele contasse a sua história a eles: «Sou um sacerdote, conheço bem o seu Papa, estudamos juntos no seminário». O assunto chegou a São João Paulo II que ouvindo o nome confirmou ter estudado com ele no seminário e quis encontrá-lo. Eles se abraçaram depois de quarenta anos e no final de uma audiência o Papa pediu para ser confessado pelo sacerdote que tinha sido seu companheiro. «Agora, porém, cabe a você», disse-lhe o Papa. E o companheiro de seminário foi confessado pelo Papa. Graças ao gesto de um voluntário, de uma comida quente, algumas palavras de conforto e um olhar de bondade, essa pessoa pode se reerguer e começar uma vida normal que o levou a se tornar um capelão de um hospital. O Papa o ajudou. Certamente, este é um milagre, mas é também um exemplo para dizer que os sem-teto têm uma grande dignidade. No adro do Arcebispado de Buenos Aires, debaixo de uma marquise, morava uma família e um casal. Eu os encontrava todas as manhãs quando saia. Os saudava e conversava um pouco com eles. Nunca pensei em expulsá-los dali. Mas alguém me dizia: «Eles sujam a Cúria», mas a sujeira está dentro. Penso que é preciso falar com as pessoas com grande humildade, não como se tivessem que nos pagar uma dívida e não tratá-las como se fossem cães.

Muitos se perguntam se é justo dar esmola às pessoas que pedem ajuda nas ruas. O que o senhor responde?

 Existem muitos argumentos para se justificar quando não se dá esmola. «Mas como! Eu dou dinheiro e depois ele gasta para beber um copo de vinho?». Um copo de vinho é a única felicidade que ele tem na vida. Está bom assim. Pergunte-se o que você faz escondido? Qual felicidade você procura esconder? Ao contrário dele, você é mais sortudo, tem uma casa, uma esposa e filhos. O que leva você a dizer: «Cuidem vocês dele». Uma ajuda é sempre justa. Certo, não é uma coisa boa dar aos pobres somente uns trocados. É importante o gesto, ajudar quem pede e olhá-lo nos olhos, tocar suas mãos. Lançar o dinheiro e não olhar nos olhos, não é um gesto cristão. Como educar à esmola? Conto a história de uma senhora que conheci em Buenos Aires, mãe de cinco filhos (naquela época havia três). O pai estava no trabalho e ela e as crianças almoçando em casa. Sentem bater à porta. O maior vai abrir: «Mãe tem um homem que pede comida. O que fazemos?». Todos os três, a menor tinha quatro anos, estavam comendo um bife à milanesa. A mãe lhes disse: «Bem, cortamos a metade do bife». «Não mamãe, tem outro bife» disse a menina. «É para o papai, para hoje à noite. Se queremos doar, devemos dar a nossa parte». Com poucas palavras simples aprenderam que é preciso doar aquilo que a gente tanto quer. Duas semanas depois, a mesma senhora foi à cidade para resolver algumas questões e foi obrigada a deixar as crianças em casa. Tinham tarefa para fazer e deixou-lhes a merenda pronta. Quando voltou, encontrou os três na companhia do sem-teto à mesa que estava merendando. Aprenderam bem e rápido. Certamente, faltou-lhes um pouco de prudência. Educar para a caridade não é descarregar as próprias culpas, mas é tocar, olhar para uma miséria que tenho dentro e que o Senhor entende e salva, pois todos nós temos misérias dentro.

Outra pergunta dirigida a Francisco foi quando à acolhida aos migrantes: “Muitos se perguntam se realmente seja necessário acolher todos ou se não seja necessário impor limites.”

“Os que chegam à Europa escapam da guerra ou da fome”, disse o Papa. “E nós somos de alguma maneira culpados porque exploramos suas terras, mas não fazemos nenhum tipo de investimento para que eles possam ter benefícios. Têm o direito a emigrar e têm o direito a serem acolhidos e ajudados. Isso, porém, deve ser feito com aquela virtude cristã que é a virtude que deveria ser própria dos governantes, isto é, a prudência. Que significa? Significa acolher todos aqueles que ‘podem’ ser acolhidos. E isso no que diz respeito aos números. Mas também é importante uma reflexão sobre “como” acolher. Porque acolher significa integrar. Esta é a coisa mais difícil se os migrantes não se integram, são guetizados. Lembro-me sempre do episódio de Zaventem (o atentado ao aeroporto de Bruxelas de 22 de março de 2016, ndr); aqueles jovens eram belgas, filhos de migrantes, mas moravam num bairro que era um gueto. E que significa integrar? Também neste caso faço um exemplo: de Lesbos vieram comigo à Itália 13 pessoas. No segundo dia de permanência, graças à comunidade de Santo Egídio, as crianças já frequentavam a escola. Depois, em pouco tempo, encontraram onde alojar, os adultos se mexeram para frequentar cursos para aprender a língua italiana e para procurar um trabalho. Certamente para as crianças é mais fácil: vão à escola e em poucos meses já sabem falar o italiano melhor do que eu. Os homens buscaram um emprego e conseguiram. Integrar então significa entrar na vida do país, respeitar a lei do país, respeitar a cultura do país, mas também fazer respeitar a própria cultura e as próprias riquezas culturais. A integração é um trabalho muito difícil. No período da ditadura militar em Buenos Aires olhávamos para a Suécia como um exemplo positivo. Os suecos são hoje nove milhões, mas destes, 890 mil são novos suecos, isto é, migrantes ou filhos de migrantes integrados. A Ministra da Cultura, Alice Bah Kuhnke, é filha de uma mulher sueca e de um homem proveniente da Gâmbia. Este é um belo exemplo de integração. Certamente, agora na Suécia estão em dificuldade: eles têm muitos pedidos e estão tentando entender o que fazer porque não tem lugar para todo mundo. Receber, acolher, consolar e integrar imediatamente. O que falta é justamente a integração. Cada país, então, deve ver qual número é capaz de acolher. Não se pode acolher se não há possibilidade de integração."  

Na história de sua família há a travessia do Oceano por parte de seu avô e de sua avó, com seu pai. Como é crescer como filho de migrantes? Já se sentiu um pouco desarraigado?  

"Nunca me senti desarraigado. Na Argentina, somos todos migrantes. Por isso ali o diálogo inter-religioso é a norma. Na escola havia judeus que chegavam na maior parte da Rússia e muçulmanos sírios e libaneses, ou turcos com o passaporte do Império otomano. Havia muita fraternidade. No país, há um número limitado de indígenas, a maior parte da população é de origem italiana, espanhola, polonesa, médio-oriental, russa, alemã, croata, eslovena. Nos anos entre os dois séculos precedentes o fenômeno migratório foi de enorme alcance. Meu pai tinha 20 anos quando chegou à Argentina e trabalhava no Banco da Itália, e se casou ali."

O que mais sente falta de Buenos Aires? Dos amigos, das visitas às “Villa miséria”, o futebol?

"Há apenas uma coisa que me falta muito: a possibilidade de sair e caminhar pelas ruas. Eu gosto de visitar às paróquias e encontrar as pessoas. Eu não tenho nenhuma saudade em particular. Eu conto para vocês outra anedota: os meus avós e meu pai poderiam ter partido no final de 1928, eles tinham as passagens para o navio "Princesa Mafalda", o navio que afundou nas costas do Brasil. Mas eles não conseguiram vender em tempo o que possuíam e por isso mudaram a passagem e embarcaram no "Giulio Cesare", no dia 1º de fevereiro de 1929. Por isso, eu estou aqui".

Milão está pronta para receber o senhor no final do mês de março. Começamos pelas organizações de beneficência, associações de voluntários, daqueles que se preocupam em dar aos sem-teto um lugar onde passar a noite, alimentação, cuidados de saúde, oportunidades de se reerguerem. Em Milão, orgulhamo-nos de ser capazes de fazer isso e muito bem. É suficiente? Quais são as necessidades daqueles que acabaram nas ruas?

"Como também para os migrantes muito simplesmente essas pessoas precisam da mesma coisa: ou seja, integração. Certamente não é fácil integrar uma pessoa que não possui uma casa, porque cada uma delas tem uma história particular. Por isso, temos de nos aproximar de cada um delas, encontrar maneiras de ajudá-las e dar-lhes uma mão".

O senhor sempre diz que os pobres podem mudar o mundo. Mas é difícil existir solidariedade onde há pobreza e miséria, como nas periferias das cidades. O que o senhor acha?

"Também aqui trago a minha experiência de Buenos Aires. Nas favelas, há mais solidariedade do que nos bairros centrais. Nas villas miséria há muitos problemas, mas muitas vezes os pobres são mais solidários entre eles, porque sentem que eles precisam um do outro. Eu encontrei mais egoísmo em outros bairros, não quero dizer ricos, porque seria qualificar desqualificando, mas a solidariedade que vemos nos bairros pobres e nas favelas não se vê em outros lugares, embora a vida ali seja mais complicada e difícil. Nas favelas, por exemplo, a droga se vê mais, mas só porque em outros bairros é mais "escondida" e se usa com luvas brancas".

Recentemente, procuramos ler a cidade de Milão de uma forma diferente, a partir dos últimos e da rua, e com os olhos das pessoas que moram nas ruas, que frequentam um centro diurno da Caritas Ambrosiana. Com elas, publicamos um guia da cidade, vista a partir da rua, do ponto de vista de quem a vive todos os dias. Santo Padre o que o senhor conhece da nossa cidade e o que espera da sua iminente visita?

"Eu não conheço Milão. Estive lá apenas uma vez, por algumas horas, nos anos setenta. Eu tinha algumas horas livres antes de pegar um trem para Turim e eu aproveitei a oportunidade para uma breve visita à Catedral. Em outra ocasião, com a minha família, eu almocei, num domingo, na casa de uma prima que morava em Cassina de 'Pecchi. Milão não a conheço, mas eu tenho um grande desejo. Eu espero poder encontrar muita gente. Esta é a minha maior expectativa: sim, eu espero encontrar muita gente". (RB-MJ-BF-SP)

 

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28 de fevereiro, Dia de oração por Bento XVI e com Bento XVI

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Cidade do Vaticano (RV) - "Na oração eu estou sempre perto de todos vocês": o legado de Bento XVI se renova em 28 de fevereiro, quarto aniversário da conclusão de seu Pontificado. Lembre aqui o seu último discurso, naquele dia de 2013: 

A iniciativa ‘Dia de Oração por Bento XVI, com Bento XVI’ se realiza há quatro anos nesta data, em diferentes partes do mundo, muitos rezam juntos com o Papa Bento e de acordo com suas intenções; alguns organizados em diferentes igrejas e locais de oração comunitária.

Este quarto Dia será um momento importante no caminho rumo ao 90º aniversário de Bento (16 de abril 2017), que será celebrado como "A Vinha do Senhor", sempre com oração e meditação, bem como com a imensa gratidão pelo dom recebido através de sua pessoa. 

O dia seguirá o mesmo esquema, marcado pelos horários (aproximados) e as orações feitas quotidianamente pelo Papa emérito, que cada um pode readaptar segundo suas próprias exigências e possibilidades. O site traz mais detalhes. Confira aqui os horários:

7h45 - Missa  

8h15 - Ofício das Leituras, Oração da Manhã e Hora média

12h -  Angelus e Hora média  

15h - Hora média

16h15  - Oração do terço

18h - Vésperas  

22h30  - Completas

Os horários indicados se referem a Roma. Atualmente existem 4 horas de diferença com Brasília.

(CM)

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Papa visitará Diocese de Carpi, em 2 de abril

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco visitará, em 2 de abril próximo, a Diocese de Carpi, situada na região italiana de Emilia Romagna. A notícia foi divulgada, nesta terça-feira (28/02), pela Sala de Imprensa da Santa Sé. 

Num comunicado, o Bispo de Carpi, Dom Francesco Cavina, expressa sua alegria pela visita do Pontífice que “vem encontrar uma Igreja que está percorrendo um caminho significativo de fé e que vive um momento de esperança, depois das consequências do terremoto de 2012”, disse o prelado. 

“Toda a comunidade cristã e civil”, prossegue o bispo, depois da reabertura da catedral, em 25 de março próximo, “se unirá com carinho e afeto em torno do Santo Padre para ouvir suas palavras de incentivo a prosseguir, com fé e esperança, o caminho traçado para confirmar cada vez mais em Cristo também a Igreja em Carpi”. 

(MJ)

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600 mil fiéis deverão encontrar o Papa em Milão

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Milão (RV) -  "Um boom de pessoas com necessidades especiais" para a visita do Papa à Milão e Monza em 25 de março. Esperadas 600 mil pessoas.

Foi o que antecipou o Moderator curiae da Arquidiocese de Milão, Dom Bruno Marinoni, na coletiva de imprensa no Arcebispado para a apresentação das ações implementadas pelas instituições, em função da visita de Francisco.

"Para a visita de Bento XVI em 2012 - explicou Marinoni - as pessoas com necessidades especiais eram 1.500, com os respectivos acompanhantes, enquanto hoje, inesperadamente, inscreveram-se 3 mil, que com os acompanhantes, somam 6 mil pessoas". O custo para a colhida das pessoas com necessidades especiais na Missa será de cerca 85 mil euros, disse o prelado

São esperados entre 500 e 600 mil fiéis em Milão e Monza. Trata-se de estimativas, mas é em cima destes números que a máquina organizativa do evento na Lombardia está trabalhando. Já inscreveram-se 3.700 voluntários, somados a mais 350 de outras organizações, ao lado de 770 responsáveis organizados pelas paróquias.

Programa

O dia terá início às 8h30min com a visita às "casas brancas" da Via Salomone-via Zama em Milão Milano,  onde o Papa saudará os residentes.

Mais tarde, por volta das 10 horas, irá ao Domo para o encontro com os Ministros Ordenandos, os consagrados e consagradas. Uma hora após, a recitação do Angelus com a bênção dos presentes e a visita aos detentos de "San Vittore".

Para este encontro o Papa Francisco expressou o desejo de saudar todos os prisioneiros, "um desejo que será atendido", afirmou Padre Davide Milani, porta-voz da Cúria ambrosiana.

Na parte da tarde, às 15 horas, a celebração no Parque de Monza,  momento chave para o encontro com os fieis. Já as 17h30, em São Siro, o encontro com 80 mil crismandos e crismados, último compromisso antes se retornar à Roma.

(JE)

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Viagens ao Sudão do Sul e Egito, desejos de Francisco para 2017

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Cidade do Vaticano (RV) - "Não venha sozinho, venha com o Arcebispo de Cantuária", foi o convite feito por três bispos de diferentes Confissões cristãs ao Papa para que visite o Sudão do Sul, como o próprio Pontífice revelou durante visita à Paróquia anglicana de Todos os Santos no domingo.

Caso se concretize, não será a primeira viagem do Pontífice a um país africano em guerra, visto que em novembro de 2015 visitou a República Centro Africana, onde o caráter ecumênico e inter-religioso  da visita abriu caminho para uma possível solução ao conflito.

Francisco, de fato, já realizou duas viagens inteiramente ecumênicas, acompanhado pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu I: à Terra Santa, em 2014, e em fevereiro de 2016 à Ilha grega de Lesbos, local de chegada de milhares de refugiados que fogem das guerras, da perseguição e da fome.

Nas recentes viagens à Armênia, Geórgia e Azerbaijão, o ecumenismo e o diálogo inter-religioso também estiveram na ordem do dia.

A possível visita ao Sudão do Sul, acompanhado pelo Primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby, salienta e amplifica novamente a perspectiva de um percurso indispensável e irreversível entre as Igrejas cristãs, exigido pelos sinais dos tempos.

Levando em  consideração a crítica situação do mundo atual, a escolha de um responsável ecumenismo pastoral fica cada vez mais evidente também nas viagens apostólicas do Santo Padre.

O próprio Francisco tem ressaltado em diversas ocasiões, que o trabalho conjunto entre as diversa Confissões cristãs para enfrentar as emergências de nosso tempo, não pode esperar pelos entendimento no campo teológico, "mais difíceis de serem resolvidos". Neste sentido, foi significativo o encontro com os luteranos na Suécia, onde após o encontro de oração na Catedral, os líderes das duas religiões seguiram juntos para a Arena de Malmö, para ressaltar a importância do trabalho conjunto em favor dos temas urgentes da humanidade.

No último encontro das religiões pela paz, em Assis, ficou mais do que claro que o compromisso e o serviço comum das Igrejas cristãs e de seus responsáveis exigem testemunhos como fermento para favorecer a justiça, a fraternidade e a paz dos povos. E a declaração comum firmada em 5 de outubro de 2016 em Roma pelo Papa Francisco e pelo Primaz da Igreja Anglicana, responde plenamente às motivações de uma possível visita comum ao Sudão do Sul:

"Em uma cultura do ódio, assistimos a indizíveis atos de violência, frequentemente justificados por uma compreensão distorcida do credo religioso. A nossa fé cristã nos leva a reconhecer o inestimável valor de cada vida humana e a honrá-la por meio de obras de misericórdia...sempre buscando resolver os conflitos e de construir a paz. Enquanto discípulos de Cristo, consideramos a pessoa humana sagrada e enquanto apóstolos de Cristo, devemos ser os seus advogados".

Egito

Mas não só o Sudão do Sul poderá ser visitado pelo Papa Francisco em 2017. Também está em estudo a realização de uma eventual "viagem relâmpago" na conturbada região do Oriente Médio, mais especificamente o Egito, que tem assistido a um recrudescimento nos ataques contra a comunidade cristã copta.

Em 6 de fevereiro, o Patriarca Ibrahim Isaac Sedrak e os bispos da Igreja Patriarcal de Alexandria dos coptas, em visita ad limina, apresentaram por escrito um convite formal ao Papa Francisco para visitar o país.

O convite dos prelados chega após aquele feito pelo Presidente da República Abdel Fattah Al Sisi, recebido em audiência pelo Papa em 24 de novembro de 2014, e  também por Ahmed el-Tayyb, o Grão Imame de Al-Azhar.

O máximo expoente do centro teológico sunita e o Pontífice haviam se encontrado no Vaticano em 23 de maio de 2016, marcando um novo tempo no diálogo entre a Igreja Católica e o Islã. Na pauta do encontro, o empenho comum das autoridades e dos fiéis das grandes religiões, em favor da paz no mundo, a rejeição da violência e do terrorismo, a situação dos cristãos no contexto dos conflitos e das tensões no Oriente Médio e a sua proteção.

Digno de nota foi o encontro realizado no Cairo nos dias 22 e 23 de fevereiro, onde um Simpósio promovido pelo Centro para o Diálogo da Universidade de Al-Azhar e pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, debateu formas de enfrentar o terrorismo religioso.

Ao final do encontro foi divulgado um comunicado: "Deliberadamente falamos sobre o que gostaríamos de fazer juntos hoje e amanhã - afirmou o Cardeal Jean-Louis Tauran - e acredito que seja importante, pois esta é a concretude. Nós estivemos de acordo em avaliar a gravidade da situação de violência e também a necessidade de transmitir valores às jovens gerações. Buscamos, juntos, as causas da violência: todos estamos de acordo, todos - sobretudo os muçulmanos - em afirmar que não é lícito invocar a religião para justificar a violência. Devemos continuar por este caminho: mais a violência aumenta - e é grave - mais é necessário multiplicar este tipo de encontros. Encontros como este que se realizaram são realmente presentes que se faz à humanidade, porque demonstram a possibilidade de trabalhar juntos. O que, pelo contrário, querem os terroristas, é demonstrar que não é possível trabalhar juntos, com os muçulmanos; nós afirmamos o contrário".

 Uma possível viagem do Papa Francisco leva, necessariamente a esta direção.

(JE/Avvenire)

 

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Papa recebeu Dom Pozzo, Secretário da 'Ecclesia Dei'

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira (27/02), por 25 min, Dom Guido Pozzo, Secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.

O organismo vaticano tem por objetivo  "facilitar a plena comunhão eclesial dos sacerdotes, seminaristas, comunidades, ou religiosos e religiosas, ligados de uma forma ou outra à Fraternidade fundada por Dom Marcel Lefèbvre, e que desejam permanecer unidos ao Sucessor de Pedro na Igreja Católica".

A Santa Sé espera do Superior da Fraternidade São Pio X, Dom Bernard Fellay, a assinatura de uma nova declaração doutrinal, o que apressaria os passos para a plena comunhão.

Em  entrevista concedida no final de janeiro,  Dom Fellay havia explicado que "existe algo de novo agora, há cerca de dois anos".

Em particular - observou -  "esta novidade poderia ser resumida com uma breve frase de Dom Pozzo, que é o nosso interlocutor em Roma, o Secretário da Comissão Ecclesia Dei: Dom Pozzo nos disse que questões como ecumenismo, a liberdade religiosa, e até mesmo a reforma litúrgica e a Nostra Aetate, não constituem "critérios de catolicidade". O que significa a expressão "critérios da catolicidade"? Significa "elementos aos quais é absolutamente necessário aderir para ser católicos".

“Em outros termos – ponderou - se estes pontos não são "critérios de catolicidade", então se tem o direito de pensar e de dizer algo diferente, sem que isto comporte em não ser mais católicos. E isto Dom Pozzo afirmou publicamente. Trata-se de algo extremamente importante".

(je/agências)

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Igreja no Brasil



CF2017: "Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida"

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Cidade do Vaticano (RV) - Com o tema "Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida", a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente, na Quarta-feira de Cinzas, dia primeiro de março, a Campanha da Fraternidade 2017 (CF 2017). O lançamento será na sede da entidade, em Brasília (DF), e será transmitido ao vivo pelas emissoras de TV de inspiração católica, a partir das 10h45.

A campanha, que tem como lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), alerta para o cuidado da Casa Comum, de modo especial dos biomas brasileiros. Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta é dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem, sejamos conduzidos à vida nova”, afirma. 

Ainda de acordo com o bispo, a CF deseja, antes de tudo, levar à admiração, para que todo o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. "Tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar”, salienta.

A cerimônia de lançamento contará com as presenças do arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, do secretário geral da Conferência, Dom Leonardo Steiner, e do secretário de articulação institucional e cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Edson Duarte.

No Brasil, a Campanha já existe há mais de 50 anos e sua abertura oficial sempre acontece na Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma, época na qual a Igreja convida os fiéis a experimentarem três práticas penitenciais: a oração, o jejum e a esmola.

Material

Para ajudar nas reflexões sobre a temática, são propostos subsídios, sendo o texto-base o principal. Dividido em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir, o documento faz uma abordagem dos biomas, suas características e contribuições eclesiais na defesa da vida e cultura dos povos originários de cada bioma brasileiro. Também são apresentadas considerações ecológicas sob a perspectiva de São João Paulo II, Bento XVI e o papa Francisco. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da Campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos para esta edição, sendo o principal a Coleta Nacional de Solidariedade.

Os subsídios da CF 2017 estão disponíveis no site da editora Edições CNBB. É possível fazer o download do arquivo com todas partituras das músicas da CF 2017 e da Quaresma, entre elas o Hino Campanha, de autoria do padre José Antônio de Oliveira e Wanderson Freitas. Os interessados poderão baixar ainda o cartaz da CF e os spots de rádio, TV e internet preparados para a ocasião.

Ouça Dom Leonardo, entrevistado pela Província Franciscana da Imaculada Conceição, clicando acima.

(CM-CNBB)

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Igreja na América Latina



Sacerdote e três seminaristas morrem afogados no Peru

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Lima (RV) – Um sacerdote e pelo menos um seminarista morreram afogados no mar do setor Caracol, no balnerário “de las Delicias”m em Trujillo, Peru. Dois seminaristas continuam desaparecidos. Outros dois, resgatados com vida, estão sob observação médica.

A tragédia teve início poucos minutos depois das 16h30min da segunda-feira, quando o clégigo entrou no mar, não obstante o alerta das autoridades aos banhistas com a bandeira vermelha.

Minutos mais tarde, cinco seminaristas que acompanhavam o padre, percebendo que passava por dificuldades, lançaram-se ao mar para resgatá-lo. A violência das ondas complicou a intenção dos jovens.

Socorristas, banhistas e pescadores auxiliaram no trabalho de resgate, conseguindo resgatar somente duas pessoas com vida.

O Arcebispo de Trujillo, Dom Miguel Cabrejos Vidarte, foi até a Praia acompanhar os trabalhos de resgate.

O corpo do religioso foi identificado como Marco Antonio Dávila Montalvo, Diretor da Universidade Católica de Trujillo e do Seminário San Carlos y San Marcelo, onde também era profesor.

A outra vítima identificada é um joven de 17 anos, com as iniciais D.F.V.P., natural de Paiján.

Roidel Alvarado Moreno (22) e Antonio Altamirano Gross (20) foram resgatados com vida.

Luis Enrique Chilcón López (22) e Guillermo Santos Chávez (21) estão desaparecidos.

(je/la industria)

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Eleições presidenciais em Honduras: bispos dizem não à corrupção

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Tegucigalpa (RV) - A Conferência Episcopal de Honduras (CEH) dirige-se a todos os fiéis católicos do país centro-americano oferecendo algumas considerações sobre a iminente campanha eleitoral que culminará nas eleições presidenciais previstas para 26 de novembro deste ano.

Na mensagem divulgada esta segunda-feira (27/02) os bispos lamentam o fato de o tema da reeleição do atual presidente, Juan Orlando Hernández, “ter gerado confusão entre os cidadãos”.

De fato, tendo na Constituição um artigo que originalmente proibia a reeleição, “sua modificação foi considerada inconstitucional por uma parte da população e, todavia, foi admitida como constitucional pelas autoridades e por outra parte da população”. Um iter que foi, porém, caracterizado pela “clareza jurídica necessária”, afirmam os prelados hondurenhos.

Pleito eleitoral: decisões guiadas por princípios

Em todo caso, os bispos pedem aos católicos que reflitam com atenção durante a campanha eleitoral que se aproxima, “a fim de que a decisão que será tomada nas eleições seja guiada por princípios que são fundamentais para toda a convivência democrática”.

Nessa ótica, os prelados indicam alguns âmbitos de compromisso, observando que a campanha eleitoral se realiza num clima de “crescente violência, corrupção e impunidade”, e de desconfiança da população em relação a algumas instituições”.

Voto livre e sem enganos

Entre as prioridades, destacam o pedido de uma autêntica liberdade e, em particular, de uma campanha na qual o voto seja dado livremente, sem enganos, ameaças e compra do mesmo; a urgência de uma maior equidade nas relações sociais, “com direitos reconhecidos para que todos vivamos com dignidade”.

Destaca-se ainda, dirigidos aos candidatos, o pedido de transparência e de promessas concretas e factíveis durante a campanha eleitoral; e a necessidade de que quem se engaja na política saiba em primeiro lugar buscar o bem-comum.

Diálogo e respeito entre as várias partes

A mensagem prossegue convidando todos os fiéis à participação e ao compromisso responsável, privilegiando o diálogo e o respeito entre as várias partes, sem deixar de rezar pelo futuro do pais. (RL / Sir)

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Igreja no Mundo



Em 4 anos, um quarto dos cristãos viverá na África

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Genebra (RV) - "O cristianismo está crescendo com maior velocidade na África do que em qualquer outra parte do mundo".

Afirmação de Lawrence Iwuamadi - Professor de Ecumenismo e de Hermenêutica bíblica do Instituto Ecumênico do Conselho Ecumênico das Igrejas (CEC) de Bossey - ao apresentar o livro "Antologia do cristianismo africano" em 15 de fevereiro, no Instituto de Bossey.

"Nos próximos quatro anos, um quarto dos cristãos de todo o mundo viverá na África", prevê o autor, destacando que "a antologia é pontual nas suas 1.400 páginas e é um precioso recurso analítico".

De fato, 160 ensaios ilustrados com 30 pesquisas regionais e confessionais, somadas  a outras 50 pesquisas nacionais, tratam das questões sociais e políticas enfrentadas pelo cristãos no continente.

"A educação foi certamente o fato determinante para a difusão do cristianismo", acrescentou Iwamadi.

O livro também analisa o papel da mulher na Igreja na África, ficando evidente " o quanto elas hoje são a "espinha dorsal" do cristianismo".

"Antologia do cristianismo africano  foi organizado por Isabel Apawo Phiri, Dietrich Werner, Chammah Kaunda e Kennedy Owino e publicado pela Regnum Studies in Global Christianity 2016.

"O volume é um precioso instrumento também para fazer progredir o ecumenismo" afirmou Werner, ex-dirigente do CEC. "O ecumenismo terá um futuro somente se for informado. Temos sempre tantas declarações comuns, mas pouca consciência sobre o cristianismo contemporâneo.

"Quisemos inserir nos capítulos em resenha também análises contemporâneas focadas no cristianismo difundido no norte da África, na África Ocidental, Oriental e Meridional", disse por sua vez a Vice-Secretária Geral do CEC, Apawo Phiri.

Interpelada por jornalistas, respondeu que "a teologia do cristianismo africano foi certamente influenciada pelo contexto social em que operava. Por exemplo, a sexualidade em algumas áreas ainda pode ser percebida como um problema".

Os sinais dos tempos são essenciais e influenciam também os conteúdos da nossa teologia - prosseguiu Phiri. "O objetivo do livro é o de examinar a fé do ponto de vista africano. Uma fé que radicou-se profundamente naquelas terras, tornando-se um cristianismo de religião africana".

Um conhecimento  profundo do cristianismo é necessário quer para os governos como para as Nações Unidas, foi dito em Bossey: "seguidamente estas instituições nos pedem para trabalharmos ao seu lado".

Benjamin Simon, Professor de Missiologia Ecumênica no Instituto de Bossey, descreveu a Antologia como uma maravilhoso "ramalhete de flores", com os seus 20 artigos elaborados por teólogos famosos e provenientes de ambientes africanos: "um único capítulo do livro pode ser considerado um livro, um "ramalhete de flores" pela variedade de posições e opiniões, assim como de perspectivas e de pontos de vista".

Agnes Abuom, Presidente do CEC, concluiu o encontro falando do papel do cristianismo africano: "o colonialismo foi certamente um fator determinante a ser considerado  caso se queira compreender o fenômeno, assim como as diferenças denominacionais e ecumênicas que estão presentes no Continente".

(je/riforma.it)

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Cardeal Mahony e Arcebispo Tomasi visitam refugiados iraquianos em Amã

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Amã (RV) - Uma delegação guiada pelo arcebispo emérito de Los Angeles, Cardeal Michael Mahony, e pelo Arcebispo Silvano Maria Tomasi, ex-observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça, visitou esta segunda-feira (27/02) o Centro Nossa Senhora da Paz de Amã, capital da Jordânia.

Durante a visita os dois prelados encontraram muitos refugiados iraquianos oriundos das cidades da planície de Nínive, em sua maioria, de Mosul e Qaraqosh, aos quais testemunharam “compaixão e apoio pelo exílio que estão vivendo, longe de casa”.

O Centro “Nossa Senhora da Paz” acolhe hoje cerca de cem famílias iraquianas que, graças aos agentes do centro, trabalham assegurando para si condições de vida melhores. O Cardeal Mahony e o Arcebispo Tomasi tiveram a oportunidade de ver o trabalho levado adiante no “Jardim da Misericórdia”, criado por expresso desejo do Papa Francisco e administrado pela Caritas Jordânia.

Lançado em outubro de 2016, o projeto contempla artesãos, engenheiros, alfaiates e agricultores, os quais produzem móveis de madeira, bolsas, sabão e azeite de oliva. (RL / Sir)

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Pe. Emery é o vencedor do Prêmio Internacional Tomás de Aquino 2017

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Roma (RV) - Gilles Emery, sacerdote dominicano suíço, é o vencedor do Prêmio Internacional Tomás de Aquino 2017. Promovido desde 2010 pelo Círculo Santo Tomás de Aquino, o prêmio recompensa a cada ano personalidades que tenham se destacado por sua contribuição na difusão do pensamento do santo nos âmbitos da cultura e da arte.

Para esta sétima edição, o comitê científico do Círculo – presidido pelo presidente da Pontifícia Academia de Santo Tomás de Aquino, Pe. Serge-Thomas Bonino –, selecionou por unanimidade o padre dominicano, professor de teologia na Universidade de Friburgo (Alemanha), cuja fama internacional se deve sobretudo a seus estudos acerca da teologia trinitária.

O prêmio lhe será conferido no próximo sábado, 4 de março, durante uma cerimônia na igreja românica “Maria Santíssima della Libera”, em Aquino – região italiana do Lácio –, na presença do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Ludwig Müller.

Pe. Emery fará uma lectio magistralis sobre o tema “O fundamento teológico da práxis do batismo das crianças em Santo Tomás de Aquino”.

Nos anos precedentes, o prêmio foi atribuído a personalidades como o Cardeal Gianfranco Ravasi, o jurista de Oxford John Finnis, o teólogo Inos Biffi, o dominicano Jean Pierre Torrel e os filósofos Pasquale Porro e Ruedi Imbach da Universidade Sorbonne de Paris. (L’Osservatore Romano / RL)

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Formação



Maceió: Fazendinha leva esperança e dignidade aos detentos

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste mês de fevereiro, está sendo inaugurada a Unidade Rural Santa Zélia e São Luís na cidade de Messias, na região metropolitana de Maceió. A comunidade vai receber os internos da Casa do Servo Sofredor, que fica localizada no Complexo Juvenópolis, obra social da Arquidiocese de Maceió, e alguns apenados do sistema carcerário.

Na Unidade, serão realizados trabalhos no campo, com agricultura biológica e pesca, além de produtos artesanais. Nosso hóspede é o Arcebispo, Dom Antônio Muniz, carmelita, que explica o sentido desta iniciativa. Ouça aqui: 

“Estamos abrindo um espaço lindíssimo, a Comunidade Santa Zélia e São Luis, os pais de Santa Terezinha. É uma comunidade no campo. Nós conseguimos através da CPT, em um assentamento, um grande espaço que eu pedi que fosse reservado para criar uma Unidade Rural para o pessoal que nós acolhemos e que tem vocação para a agricultura, e também estando abrindo para o sistema das prisões, para os prisioneiros, os apenados agricultores que queiram recomeçar a sua vida a partir de uma comunidade no campo, nós estamos abrindo o que chamamos de Fazendinha, onde temos a possibilidade de acolher. No momento, neste mês de fevereiro, estamos já acolhendo 20 apenados que foram selecionados, contatados pela Pastoral Carcerária e selecionados pelo sistema penitenciário: psicólogos e seus grupos, e depois inseridos no processo. O juiz da Vara de Execuções Penais intervém e faz também a sua parte. Assim, todos nós seremos beneficiados; a pessoa vai viver naquela comunidade e comutar suas penas.

Uma semana trabalhada na agricultura vale duas semanas na contagem da pena do apenado. Então, esta é a experiência que nós estamos fazendo agora, no flanco de toda esta complexidade do sistema penitenciário, no sistema judiciário do Brasil. Oferecemos esta possibilidade para que não digam que ficamos apenas falando, criticando e denunciando. Nós também oferecemos ao sistema penitenciário esta possibilidade que, com certeza, será muito bem vista. Este pessoal vai viver uma vida comunitária, vai produzir sem usar agrotóxicos e nós estamos viabilizando a chamada Feirinha da Solidariedade, aonde eles expõem a produção; que é vendida. O dinheiro é repassado para cada uma de suas comunidades. Portanto, beneficiando as próprias pessoas.

“É uma forma de integrar não só a conquista da terra, mas a conquista da terra com dignidade e sustentabilidade”. 

(CM)

 

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Febre zika ainda sem controle

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Cidade do Vaticano (RV) - Um grupo de técnicos cabo-verdianos foi recentemente ao Brasil para interagir com a realidade local no apoio especializado às crianças afetadas pelo vírus zika. 

O objetivo é melhorar o auxílio social e o apoio médico psicossocial às crianças que tiveram a síndrome congênita como resultado da infeção pelo vírus.

Desde 2015, Cabo Verde registou mais de 1 mil casos confirmados da infeção sendo considerado o país mais afetado na África. 

A Guiné-Bissau e o Gabão são as outras nações africanas que constam na lista dos 75 países do mundo onde o vírus zika está presente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o zika continua se espalhando geograficamente em áreas com a presença do mosquito Aedes aegypti.

A agência recomenda uma vigilância elevada dos países, não obstante assinale uma queda no número de casos de infeção em alguns deles ou em certas regiões.

Conosco o infectologista Dr. Pedro Luiz Tauil, docente na Universidade de Brasília (DF).

(MJ)

 

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Atualidades



Japão: esterilizações forçadas no passado x inverno demográfico atual

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Tóquio (RV) - A Ordem dos Advogados do Japão divulgou, em 22 de fevereiro, uma declaração contestando o já abolido "Eugenic Protection Act", que previa abortos e operações de esterilização para pessoas afetadas por incapacidades e doenças hereditárias. Os advogados pedem ao governo "desculpas oficiais" e uma investigação completa sobre os danos provocados pela normativa.

O "Eugenic Protection Act", aprovado em 1948, declarava o objetivo de  "prevenir o nascimento de descendentes imperfeitos".

Segundo o documento e os dados recolhidos pela associação, no período em que a lei esteve em vigor, foram feitas cerca de 25 mil operações de esterilização e 60 mil abortos.

Após as críticas pela violação dos direitos reprodutivos das pessoas com necessidades especiais, a lei foi modificada em 1949, mas algumas autoridades locais continuaram por anos a aplicá-la como pretexto para a discriminação legalizada em relação às pessoas handicap físicas e mentais.

A atual "Maternal Health Act" foi aprovada em 1996 e as disposições de eugenia foram removidas.

"As decisões em mérito à reprodução devem ser tomadas baseando-se nas livres intenções daqueles que estão envolvidos", lê-se no comunicado. Os advogados sublinham como as operações de esterilização e os abortos realizados em pessoas afetadas por incapacidades e doenças hereditárias "pisaram a sua dignidade e violaram os direitos reprodutivos individuais". A declaração define como "inconstitucionais" tais procedimentos.

 

Em março de 2016, o Comitê das Nações Unidas para a eliminação da discriminação contra as mulheres, sugeriu ao governo japonês realizar uma investigação sobre os danos causados pela lei e oferecer um ressarcimento às pessoas atingidas. Todavia, o governo respondeu que o "Eugenic Protection Act" era um "procedimento legítimo" e que "a compensação seria difícil".

Nos últimos decênios o Japão, nação com uma longa história de leis sobre eugenia, viu-se diante de uma profunda crise demográfica, O envelhecimento da população, aliado à baixa taxa de natalidade, entre os piores do mundo, é no momento um dos problemas mais urgentes para o país, que corre o risco de um colapso no sistema de aposentadorias e da saúde.

O governo tenta enfrentar o problema implementando políticas para incrementar os nascimentos, mas é difícil prever que em breve espaço de tempo estes esforços levam a resultados substanciais. Multiplicam-se, neste sentido, os apelos do governo para a procriação.

O Japão, no passado terra de eugenia, abortos e esterilizações forçadas, vê hoje o seu destino ligar-se à tutela e à promoção da vida.

(je/Asianews)

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