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Sumario del 02/03/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: fé ideológica adora um deus que não possui as chagas dos irmãos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa matutina, desta quinta-feira (02/03), na Casa Santa Marta. O Pontífice sublinhou que “ressoa forte, no início da Quaresma, o convite à conversão”. 

A liturgia de hoje coloca esta exortação diante de três realidades: o homem, Deus e o caminho. A realidade do homem é a de escolher entre o bem e o mal: “Deus nos criou livres. A escolha é nossa”, disse o Pontífice, “mas não nos deixa sozinhos”, nos indica o caminho do bem com os Mandamentos. Depois, há a realidade de Deus: “para os discípulos era difícil entender” o caminho da cruz de Jesus: 

Deus tomou sobre si toda a realidade humana, menos o pecado. Não há Deus sem Cristo. Um deus sem Cristo é desencarnado. Um deus que não é real. 

“A realidade de Deus é Deus que se fez Cristo, por nós. Para nos salvar. Quando nos distanciamos dessa realidade e nos distanciamos da Cruz de Cristo, da verdade das chagas do Senhor, nos distanciamos também do amor, da caridade de Deus, da salvação e caminhamos numa estrada ideológica de Deus, distante do Deus que veio até nós para nos salvar, do Deus que morreu por nós. Esta é a realidade de Deus. Deus é Cristo. Não há Deus sem Cristo.”

O Papa citou o diálogo entre um agnóstico e um fiel que acreditava em Deus, criado por um escritor francês do século passado:
 
“O agnóstico de boa vontade perguntava ao fiel: “Mas, como é possível! Para mim, o problema é como Cristo é Deus: Não posso entender isso. Como Cristo é Deus?”. E o fiel respondeu: Para mim, isso não é um problema. O problema seria se Deus não tivesse se tornado Cristo”. Esta é a realidade de Deus: Deus que se fez Cristo, Deus que se fez carne e este é o fundamento das obras de misericórdia. As chagas de nossos irmãos são as chagas de Cristo, são as chagas de Deus, porque Deus se fez Cristo. Esta é a segunda realidade. Não podemos viver a Quaresma sem esta realidade. Devemos nos converter não a um Deus abstrato, mas a um Deus concreto que se fez Cristo.”

Enfim, a terceira realidade, é a do caminho. Jesus diz: “Se alguém quer me seguir, renegue a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e me siga”

“A realidade do caminho é a de Cristo: seguir Cristo, fazer a vontade do Pai e como Ele pegar as cruzes de cada dia e renegar a si mesmo para seguir Cristo. Não fazer o que eu quero, mas o que Jesus quer. Seguir Jesus. Ele fala que nessa estrada nós perdemos a vida para ganhá-la depois. É perder a vida continuamente, deixar de fazer o que eu quero, perder as comodidades, estar sempre na estrada de Jesus que estava a serviço dos outros, e adorar Deus. Esta é a estrada certa.” 

“O único caminho seguro é seguir Cristo crucificado, escândalo da Cruz. Estas três realidades, o homem, Deus e o caminho são a bússola que não deixa o cristão errar o caminho”, concluiu o Papa. 

(MJ)

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Papa encontra os párocos de Roma: recordar, esperar e discernir

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã de quinta-feira (02/03) o Papa Francisco deixou o Vaticano e foi até a Basílica de São João de Latrão para encontrar os párocos da Diocese de Roma. 

Trata-se de um evento tradicional realizado após a Quarta-feira de Cinzas, para ajudar o presbitério romano a percorrer de maneira frutífera o itinerário espiritual e pastoral da Quaresma. O retiro teve início com a Hora Média, seguida da liturgia penitencial guiada pelo Bispo Auxiliar Dom Angelo De Donatis. Francisco confessou alguns sacerdotes e, na sequência, fez a sua meditação.

O Papa propôs ao clero o tema do progresso da fé na vida do sacerdote, partindo da exortação dos discípulos contida no Evangelho de Lucas: “Senhor, aumenta-nos a fé!”.

A longa meditação do Pontífice teve como fio condutor a experiência de Simão Pedro, dividida em três momentos: a memória, a esperança e o discernimento.

Recordar

Para Francisco, é sempre importante recordar a promessa do Senhor. A cruz é um ponto firme, como o lema de São Bruno: “A Cruz está fixa enquanto o mundo gira”. É como um jogo de basquete, afirmou o Papa, o pé está firme no chão para proteger a bola. Fazer memória das graças recebidas confere à fé a solidez da encarnação.

Esperança

Já a esperança é o que abre a fé às surpresas de Deus. O nosso Deus é sempre maior do que tudo aquilo que podemos pensar e imaginar sobre Ele. A abertura da esperança confere à nossa fé frescor e horizonte. Não se trata de abrir a uma imaginação para projectar fantasias e desejos próprios, mas a abertura que provoca contemplar a espoliação de Jesus.

Discernimento

Por fim, o discernimento é o que concretiza a fé, que a torna “operosa por meio da caridade”, aquilo que permite dar um testemunho crível. “O discernimento do momento oportuno (kairos) é fundamentalmente rico de memória e de esperança: recordando com amor, fixa o olhar com lucidez àquilo que melhor guia rumo à Promessa.”

Neste caminho da progressão da fé, o mal está sempre à espreita, através das tentações e das provações. O mal, afirmou o Papa, tem a sua origem num ato de orgulho espiritual e nasce da soberba de uma criatura perfeita.

Em sua trajectória, Simão Pedro experimenta inúmeros momentos em sua vida, porém com uma única lição: aquela do Senhor que confirma a sua fé para que ele confirme a fé do seu povo. “Peçamos também nós a Pedro de nos confirmar na fé, para que nós possamos confirmar a fé de nossos irmãos.”

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Em março, Francisco pede orações em prol dos cristãos perseguidos

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Cidade do Vaticano (RV) - Ajudar os cristãos perseguidos: neste mês de março, o Papa Francisco pede a oração de todos os fiéis em prol das vítimas das perseguições. No vídeo divulgado pelo Apostolado da Oração, o Pontífice recorda que muitas pessoas “são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos”.

“Quantos de vocês rezam pelos cristãos que são perseguidos?”, pergunta Francisco, exortando os fiéis a se unirem em oração para que as vítimas “experimentem o apoio de todas as Igrejas e comunidades, por meio da oração e da ajuda material”.

Assista ao vídeo:

"Quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos.

São perseguidas e executadas por serem cristãs, sem que os perseguidores façam distinção entre as confissões às quais pertencem.

Eu lhes faço uma pergunta, quantos de vocês rezam pelos cristãos que são perseguidos?

Animem-se a fazer isso comigo, para que experimentem o apoio de todas as Igrejas e comunidades, por meio da oração e da ajuda material." 

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Quaresma: "A Palavra é um dom. O outro é um dom"

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Cidade do Vaticano (RV) - "A Palavra é um dom. O outro é um dom." Este é o título da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2017. Leia a seguir o texto na íntegra.

Amados irmãos e irmãs!

            A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

            A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.

1.         O outro é um dom

            A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado.

            A cena revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama Lázaro, um nome muito promissor pois significa, literalmente, «Deus ajuda». Não se trata duma pessoa anónima; antes, tem traços muito concretos e aparece como um indivíduo a quem podemos atribuir uma história pessoal. Enquanto Lázaro é como que invisível para o rico, a nossos olhos aparece como um ser conhecido e quase de família, torna-se um rosto; e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável, um ser querido, amado, recordado por Deus, apesar da sua condição concreta ser a duma escória humana (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

            Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza connosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.

2.         O pecado cega-nos

            A parábola põe em evidência, sem piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v. 19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não tem um nome, é qualificado apenas como «rico». A sua opulência manifesta-se nas roupas, de um luxo exagerado, que usa. De facto, a púrpura era muito apreciada, mais do que a prata e o ouro, e por isso se reservava para os deuses (cf. Jr 10, 9) e os reis (cf. Jz 8, 26). O linho fino era um linho especial que ajudava a conferir à posição da pessoa um caráter quase sagrado. Assim, a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente: «Fazia todos os dias esplêndidos banquetes» (v. 19). Entrevê-se nele, dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba (cf. Homilia na Santa Missa, 20 de setembro de 2013).

            O apóstolo Paulo diz que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tm 6, 10). Esta é o motivo principal da corrupção e uma fonte de invejas, contendas e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 55). Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.

            Depois, a parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efémera da existência (cf. ibid., 62).

            O degrau mais baixo desta deterioração moral é a soberba. O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar. Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação.

            Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24).

3.         A Palavra é um dom

            O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar». De facto, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7).

            Também o nosso olhar se abre para o Além, onde o rico tece um longo diálogo com Abraão, a quem trata por «pai» (Lc 16, 24.27), dando mostras de fazer parte do povo de Deus. Este detalhe torna ainda mais contraditória a sua vida, porque até agora nada se disse da sua relação com Deus. Com efeito, na sua vida, não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus.

            Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado» (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem.

            Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os cristãos. De facto o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam» (v. 29). E, à sucessiva objeção do rico, acrescenta: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos» (v. 31).

            Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.

            Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.

            Vaticano, 18 de outubro de 2016.

            Festa do Evangelista São Lucas 

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Santa Sé: não à pena de morte, não se faz justiça matando

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Genebra (RV) - No estado atual não há provas suficientes para demonstrar que a pena de morte tenha um efeito dissuasor sobre a criminalidade. Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, em pronunciamento esta quarta-feira (01/03). 

Expressando apreço pelos esforços feitos em muitos países em prol da eliminação da pena capital, o prelado evidenciou a sacralidade da vida desde a concepção até a morte natural e, citando o Papa Francisco, ressaltou que “também um criminoso tem o direito inviolável à vida”.

A justiça humana é falível, a pena de morte é irreversível

Efetivamente, acrescentou o arcebispo esloveno, “a justiça humana é falível, a pena de morte é irreversível” e, por vezes, é aplicada também a pessoas inocentes. Por esse motivo, o observador vaticano convidou as autoridades legislativas e judiciárias a buscar sempre garantir aos culpados a possibilidade de arrepender-se e remediar seus crimes.

Dom Jurkovič citou ainda o Pontífice: “para um Estado de direito a pena de morte representa um falimento, porque obriga um Estado a matar em nome da justiça. Mas a justiça jamais pode ser alcançada mediante o assassinato de um ser humano”.

Medidas mais humanas para contrastar o crime

“Existem medidas mais humanas para enfrentar o crime”: o representante da Santa Sé expressou essa convicção convidando a assegurar à vítima o direito à justiça e ao criminoso a possibilidade de mudar de vida.

“Isso favorecerá o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equânime, no pleno respeito pela dignidade humana”, foi a convicção expressa por Dom Jurkovič.

Sim à detenção mais justa e a processos equânimes e justos

Por fim, reiterando o compromisso da Santa Sé em busca do alcance da abolição da pena de morte e na defesa, como medida provisória, das moratórias estabelecidas pela resolução da Assembleia Geral 2014, o prelado convidou os Estados membros a melhorar as condições de detenção no respeito pela dignidade de toda pessoa, independentemente do crime praticado, e a garantir o direito dos imputados a um processo equânime e justo. (PO/RL)

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Milhares de espécies em via de extinção, alerta encontro no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – O Vaticano lançou um SOS para o risco de extinção de milhares de espécies vegetais e animais. E busca uma solução para enfrentar o problema. 

Neste sentido, especialistas estiveram reunidos para debater o tema na Casina Pio IV, no Vaticano, de 27 de fevereiro à 1º de março, numa promoção conjunta entre a Pontifícia Academia das Ciências e a Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

“Os participantes concluíram - explica a declaração final - baseando-se na comparação da documentação fóssil, que a atual perda de espécie é de cerca 100 vezes a taxa histórica”.

O encontro concluiu-se “no espírito das palavras eloquentes do Papa Francisco na sua Encíclica Laudato Si, decidido a buscar novas formas de trabalhar juntos para construir um mundo sustentável, estável, baseado na justiça social”.

“Atualmente – alerta o texto – estariam em perigo de extinção um quarto de todas as espécies e a metade delas poderia extinguir-se até o final deste século. Como dependemos dos organismos vivos para o funcionamento de nosso planeta, o alimento, muitos de nossos fármacos e outros materiais, para a absorção de rejeitos e para o equilíbrio do clima - sem falar na grande parte da beleza deste mundo - tais perdas causarão danos incalculáveis para o nosso futuro, a menos que não sejam colocadas sob controle”.

“Temos conhecimento somente da existência de menos de um quinto das espécies que estimamos, povoam o mundo, recordamos especialistas. Estamos por isto desperdiçando um potencial desconhecido e colocando em perigo os mecanismos fundamentais do nosso problema”.

“Colocar fim à pobreza custaria cerca de 175 bilhões, ou seja, menos de 1% da soma das entradas dos países mais ricos do mundo e é uma das principais maneiras para proteger o nosso ambiente e salvar a maior biodiversidade possível para o futuro. Isto pode ser realizado região por região – sublinha o documento final”.

“A criação de grandes reservas naturais marinhas é outro elemento importante para a preservação da produtividade biológica global. Para realizar isto, devemos seguir os princípios morais claramente descritos na Encíclica Si, que inspirou o nosso encontro”. (JE)

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Capela Sistina recebe "tratamento digital" completo para futuras restaurações

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Cidade do Vaticano (RV) - A última vez que a Capela Sistina foi fotografada integralmente para a posteridade, foi em tempos em que a fotografia digital estava em sua infância e palavras como "pixel" eram cogitados principalmente por nerds de computador e cientistas da NASA.

Agora, depois de décadas de avanços tecnológicos na arte de fotografar, salas escuras digitais e técnicas de impressão, um projeto que durou cinco anos  -  num total de 270.000 frames que mostram os afrescos de Michelangelo e outros mestres, em detalhes impressionantes - vai ajudar nas restaurações futuras.

O mestre renascentista terminou de pintar o teto em 1512 e o enorme painel do "Juízo Final" por trás do altar entre 1535 e 1541.

"No futuro, isso vai nos permitir conhecer o estado de cada centímetro da capela, como é hoje, em 2017", disse Antonio Paolucci, ex-Diretor dos Museus Vaticanos e especialista de renome mundial.

A última vez que todos os afrescos da Capela Sistina foram fotografados foi entre 1980 e 1994, durante um projeto de restauração, que limpou-os pela primeira vez em séculos.

As fotos tiradas foram incluídas em um novo conjunto de três volumes, de 870 páginas, limitado a 1.999 cópias e comercializado para bibliotecas e colecionadores.

O conjunto, que custa cerca de 12.000 euros (US$ 12.700), foi uma produção conjunta dos Museus do Vaticano e Scripta Maneant editores, da Itália.

Na pós-produção foram usadas técnicas de computador, incluindo "stitching" de frames. Os fotógrafos que fotógrafos trabalharam durante 65 noites, das 19 horas às 2 da manhã, período em que a Sistina estava fechada aos visitantes.

O projeto era conhecido por poucas pessoas, até ter sido revelado na noite de sexta-feira  (24/02).

O trabalho contemplou toda a Capela, incluindo o mosaico do piso e os afrescos do século XV.

Mais de 220 páginas foram impressas em escala 1: 1, incluindo “A Criação de Adão" e o rosto de Jesus no Juízo Final.

Cada volume pesa cerca de 9 kg e páginas desdobráveis medem 60 por 130 cm.

As antigas fotos, tiradas durante a última restauração, ainda faziam uso de rolos de filme.

"Nós usamos um software especial de pós-produção para obter a profundidade, intensidade, calor e nuance de cores com uma precisão de 99,9 por cento", revelou Giorgio Armaroli, chefe de Scripta Maneant.

"Futuros restauradores usarão estas como padrão", disse ele, acrescentando que cada página foi impressa seis vezes.

Pinceladas são claramente visíveis como são as "bordas" que delineiam seções, conhecidas como "giornate", ou dias.

Os fotógrafos utilizaram andaimes portáteis a 10 metros de altura e lente telescópica especial. Os resultados foram armazenados nos servidores do Vaticano, ocupando 30 terabytes de informação.

(je/reuters)

 

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Chapecoense será homenageada na "Clericus Cup"

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Cidade do Vaticano (RV) – Dezoito times, 404 jogadores de 66 nacionalidades: esta é a Clericus Cup, o campeonato pontifício de futebol para sacerdotes e seminaristas. 

O evento, que chega à sua 11ª edição, foi apresentado na quinta-feira (02/03) na sede da Rádio Vaticano. A “Copa do Mundo eclesial” é promovida pelo Centro Esportivo Italiano, com o patrocínio da Conferência Episcopal Italiana e da Santa Sé.

O apito inicial será no dia 23 de março e a final será jogada no dia 27 de maio. “Clericus Cup, entre gol e Quaresma” apresenta algumas novidades, como por exemplo a criação de um time para recordar a Chapecoense.

“Chape Cusmano Belga” é o nome do time guiado pelo Pe. Adenis de Oliveira, Secretário-Geral dos Missionários Servos dos Pobres, pároco da Pisana, que jogará com as cores da Chapecoense.

O Colégio Pio Brasileiro se apresenta como o segundo maior time da competição, com 26 jogadores. O treinador é o goleiro Carlos Gomes, da Arquidiocese de Goiânia. No meio de campo, está ele: o Neimar Aloísio Troes, de Toledo, no Paraná. E o Reitor do Colégio Pio Brasileiro, Pe. Geraldo Maia, faz seus votos ao time.

Ouça acima 

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Igreja no Brasil



Capela itinerante roda o Rio Grande do Sul e leva a fé para periferias existenciais

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Viamão (RV) - A Capela Itinerante Nossa Senhora Aparecida roda o Rio Grande do Sul para levar conforto e fé aos mais diferentes lugares, sobretudo, onde acontecem rodeios, festivais e manifestações de arte e cultura do sul do Brasil. Há três anos o ônibus adaptado, que tem a imagem da padroeira ilustrada, "marca a presença da Igreja nas periferias existenciais". O idealizador do projeto "Espaço Itinerante Fé Gaúcha", o Pe. Valdir Antonio Formentini, de Viamão/RS, conta que eles acompanham "a mobilidade humana". "Eu abro a capela e as pessoas entram e rezam no nosso espaço. Numa grande corrente para construir o bem, também fazemos uma roda de chimarrão para conversar e nos ajudar mutuamente", acrescenta o sacerdote que concedeu entrevista à Andressa Collet: 

 

 

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Igreja na América Latina



Bispos mexicanos: o migrante é um dom

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Cidade do México (RV) - “A Igreja no México desempenha uma tarefa incessante de apoio aos migrantes”, disse o Secretário-Geral da Conferência Episcopal Mexicana, Dom Alfonso G. Miranda Guardiola, numa nota divulgada nesta quarta-feira (1º/03), onde recorda a importância das setenta  ‘Casas de Migrante’ espalhadas por várias áreas do país. 

“O objetivo dessas estruturas é salvaguardar a dignidade dos migrantes e tratá-los como sujeitos de caridade”, disse o prelado, recordando a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano, na qual convida “a entender e intensificar a vida do Espírito, identificando o outro como um dom”. O texto se insere no contexto complexo da política migratória do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que muitas vezes expressou o desejo de construir um muro no confim com o México, com o objetivo de deter a migração clandestina. 

Ajuda

Em sua mensagem, Dom Miranda Guardiola explica que as ‘Casas do Migrante’ “são administradas pela Igreja Católica, por alguns grupos de pastoral, por congregações religiosas, leigos engajados, assim como por igrejas cristãs e organizações da sociedade civil e do Governo”. Estão espalhadas em várias regiões do país e são “o primeiro acolhimento dos migrantes em trânsito ou deportados”, mostrando que da “parte da Igreja ninguém é ilegal ou migrado e por isso são capazes de fornecer ajuda espiritual e moral”. 

“Nessas estruturas eles recebem proteção, formação e apoio psicológico e jurídico “para conhecer os seus direitos”. A cada ano “são deportados e repatriados centenas de migrantes descobertos pela Polícia de fronteira e por agentes da migração”. “Fazemos com que tomem consciência dos risco ligados à migração e lhes oferecemos ajuda para retornar às suas terras de origem. Eles recebem também alojamento por um dia ou a tempo indeterminado”, disse o bispo.

Partilha

“À luz dos serviços oferecidos por esses centros, convidamos a multiplicar os esforços para que todos tomem consciência, sociedade e instituições, da dignidade e identidade do migrante não como criminoso e objeto do qual abusar, mas como um ser humano e um sujeito de caridade”. “Essas casas criaram redes através das quais partilhar informação, formação e fornecer apoio ao migrante. Há um apoio inclusivo e global que supera os confins e se une ao compromisso de organizações católicas, universidades e organizações internacionais nos Estados Unidos e Canadá. As pessoas que trabalham nessas casas são sobretudo voluntários. Recebem também o apoio da comunidade paroquial ou dos fiéis que oferecem seu tempo e serviço. A maioria das doações que recebem provêm das comunidades onde se encontram essas casas”. 

Nesse sentido, o bispo encoraja a participar “a fim de ajudar esses irmãos que são abandonados e discriminados”. A Igreja lança um apelo à comunidade católica: “aos estudantes, trabalhadores e empregadores para que promovam ações concretas em benefício dos migrantes”. 

O prelado agradece todos aqueles que trabalham em favor dos migrantes. “Jesus também foi migrante, caminhava cansado, faminto e foi discriminado por ser estrangeiro. Vocês representam todas as casas em que Jesus encontrou um lugar para descansar, se alimentar para recuperar as forças e um ouvido atento e compassivo. Saibam que o voluntariado que praticam é reconhecido e apreciado por Cristo e pela Igreja”, conclui. 

(MJ) 

 

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Igreja no Mundo



Munib Younan: O diálogo é o futuro. Papa compreendeu isto

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Amã (RV) - "Lund foi uma daquelas experiências que mudam a vida". Agora, no entanto, "é importante que este diálogo não seja vivido somente em Roma e em Genebra", mas "chegue às comunidades locais".

É o que defende o Presidente da Federação Luterana Mundial, Munib Younan, ao recordar o histórico encontro ecumênico vivido na Suécia com o Papa Francisco, "meu irmão em Cristo".

Ao participar nos dias passados, em Florença, do Simpósio "Reler a Reforma", Younan, Bispo da Igreja Luterana na Jordânia e na Terra Santa, concedeu uma entrevista ao Jornal L'Osservatore Romano.

OR: O que representa o diálogo ecumênico para a Federação Luterana Mundial?

"Para os luteranos o ecumenismo é o centro da própria vida de fé; por isto a Federação promoveu diálogos bilaterais com a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa, as Igrejas reformadas e os anglicanos, e das conversações com os pentecostais, os batistas, um percurso penitencial com os menonitas. O ecumenismo não é somente, porém, um debate teológico para entender como superar as divisões. Deve mudar o rosto da comunidade, deve penetrar em profundidade na experiência cotidiana de cada cristão. Uma das questões abertas é a recepção do quanto se fez do ponto de vista do diálogo teológico precisamente na vida cotidiana: o espírito de Lund pode ajudar os cristãos a descobrir que o ecumenismo é viver Cristo juntos para enfrentar conjuntamente os desafios que são os mesmos para todos os cristãos".

OR: Quais serão os temas da próxima Assembleia Geral da Federação que terá lugar em Windhoek, na Namíbia, de 10 a 16 de maio?

"A cada sete anos a Federação Luterana Mundial realiza uma Assembleia Geral onde são discutidas as linhas guias para os anos sucessivos. É um momento importante porque os luteranos de todo o mundo se encontram para compartilhar as experiências das comunidades locais. Este ano falaremos da Reforma, que constitui um patrimônio espiritual que diz respeito a todos os cristãos, não somente os luteranos, para refletir sobre o fato que fomos "libertados pela graça de Deus", tema da Assembleia. Em Windhoek serão três os pontos a serem debatidos: o primeiro é recordar a todos que a salvação é gratuita e não pode ser adquirida de nenhum modo; deve-se fugir da ideia de que a prosperidade do indivíduo é um caminho que conduz à salvação, como alguém pode ser tentado a dizer lendo alguma página das Sagradas Escrituras. O segundo aspecto diz respeito à dignidade do homem: não se pode aceitar a pobreza, a escravidão, a negação dos direitos humanos, entre os quais a liberdade religiosa; os cristãos devem colocar no centro o respeito por cada homem e por cada mulher, condenando qualquer ato de violência e de marginalização. O terceiro ponto diz respeito à salvaguarda da criação: nos encontramos em um ponto de "não retorno", como repetem tantos cientistas; depois dos acordos firmados em nível internacional, as Igrejas devem trabalhar para inverter a rota na exploração da criação de forma a interferir nas mudanças climáticas em andamento. Não se trata de algo que diz respeito somente a luteranos ou católicos, mas a todo o mundo: construir a paz e a justiça partindo da salvaguarda da criação, é uma tarefa que deve envolver a todos".

OR: Como estão as relações entre a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica após o encontro ecumênico em Lund?

"Lund foi uma daquelas experiências que muda a vida: foi importante vivê-la depois da redação do documento "Do conflito à comunhão", que ajudou luteranos e católicos a buscar sempre os pontos de convergência a partir daquilo que já nos une; o documento indica cinco imperativos que devem guiar o caminho ecumênico, que parte do comum reconhecimento do único batismo em Cristo. No presente do caminho ecumênico entre luteranos e católicos, adquire uma valência profética a diaconia em relação ao mundo, porque testemunha o empenho comum em favor dos últimos. Lund foi possível, porque há cinquenta anos católicos e luteranos iniciaram um diálogo ecumênico que produziu documentos, mas sobretudo fez crescer confiança e amizade; agora é importante que este diálogo não seja vivido somente em Roma ou em Genebra, mas chegue às comunidades locais. Nos próximos meses serão debatidas as questões que ainda separam luteranos e católicos; se falará da eclesiologia, da natureza do ministério e da comunhão eclesial. Neste diálogo pesa o passado de séculos de silêncio. O nosso passado não pode ser mudado, mas não deve determinar o nosso presente e o nosso futuro. Eu estou seguro de que um dia estas divisões poderão ser superadas e se poderá partilhar o pão da mesa eucarística: tal caminho não depende de nós, mas está nas mãos de Deus".

OR: A seu ver, como os cristãos estão vivendo a comemoração dos 500 anos da Reforma?

"Existem três níveis para comemorar este aniversário: dar graças a Deus, juntos, recordando-se de que isto nunca havia sido feito antes; arrepender-se de nossos pecados e de nossas divisões, sabendo assim que nós podemos ver Cristo na face do outro; viver este aniversário em um espírito ecumênico, isto é, de promover uma missão compartilhada no mundo, sobretudo no sul do mundo, onde as situações de pobreza são mais difundidas. Comemorar juntos a Reforma significa, assim, o que a Reforma diz a cada um de nós, sabendo bem que ela não se encerrou no século XVI, mas permanece viva no espírito da expressão ecclesia semper reformanda que evoca a dinamicidade de Cristo, o qual nos convida para enfrentar os desafios presentes. Concordo com o Papa Francisco quando pede de levar "o púlpito para as ruas", de modo a dirigir-se a todos: o mundo tem necessidade da Palavra de Deus em um tempo em que se difunde sempre mais a secularização e se experimenta a ausência de lideranças mundiais".

OR: Qual a sua opinião sobre a situação na Terra Santa?

"Neste momento não sou otimista, a paz parece distante, nos últimos dias a solução dos dois Estados foi colocada em discussão. Não existe outro caminho que o do diálogo: a cidade de Jerusalém não deve ser dividida, mas compartilhada, tornando-se lugar de diálogo. Temo também pelos cristãos no Oriente Médio, pela tentação de deixar tudo e partir para outro país; diante desta tentação, que já levou tantos cristãos a partir, se deve perguntar o que seria do Oriente Médio sem cristãos. Justamente para tentar inverter a rota, se deve promover a justiça com a qual reafirmar os direitos humanos e a liberdade religiosa para todos. Os cristãos de todo o mundo devem sentir-se responsáveis pela sorte dos cristãos na Terra Santa. Para isto devem apoiar espiritualmente e materialmente os fieis que com a sua presença podem ajudar à construção da paz".

OR: O que os cristãos podem fazer pela paz?

"A paz não é uma questão que diz respeito somente à Terra Santa. Em todo o mundo a paz é colocada em discussão, também pelo aparecimento de tantos políticos que atiçam as chamas das divisões em nome de um interesse pessoal e local, ignorando o bem do mundo. O egocentrismo é um dos pecados mais terríveis no mundo presente. Os cristãos devem sempre ter presente que a construção da paz é uma tarefa que foi confiada a eles por Deus. Diante de tal situação, a Igreja deve fazer alguma coisa: deve se tornar a consciência dos Estados, assumir uma liderança moral, falando de justiça em alta voz, sem ter medo. A Igreja deve e pode fazê-lo muito mais do que os cristãos fizeram até agora, mesmo porque, em 2017, a Igreja deve ser "uma" ao pedir justiça, fazendo-se ouvir pelo mundo da política com uma única voz".

OR: O que fazer pelos refugiados e migrantes?

"Considero uma vergonha a política dos países europeus que se recusam em acolher os migrantes. É uma vergonha por dois motivos: depois da II Guerra Mundial, toda a Europa viveu a tragédia dos migrantes e a Europa tem responsabilidades precisas nas crises que sacodem o mundo, forçando homens e mulheres a fugir de seus países, da Síria à Somália, ao Sudão do Sul. Nesta perspectiva é importante o documento "Dar as boas-vindas aos estrangeiros", que foi firmado por tantos líderes religiosos, que assim, quiseram dar uma resposta a um pedido do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas, pedindo à política para fazer alguma coisa por uma acolhida diferente dos migrantes. Eu mesmo sou um refugiado e entendo bem o que significa buscar uma vida, uma dignidade de vida. No mundo, os luteranos assistem amais de dois milhões de migrantes sem pedir nada; nisto existe uma profunda sintonia. Deve-se condenar a islamofobia, o antissemitismo, a cristianofobia, a xenofobia, que não ajudam a construir uma cultura de acolhida que é uma resposta a Deus. Quem der um copo de água, não uma garrafa, terá parte no Reino de Deus".

OR: O que o senhor pensa sobre o emprenho do Papa Francisco e de seu envolvimento pessoal no movimento ecumênico?

"Antes de tudo, acredito que tenha sido importante recordar que João XXIII, com o Concílio Vaticano II, abriu uma nova estação que foi levada em frente pelos seus sucessores. Tive a alegria de encontrar João Paulo II, Bento XVI e o Papa Francisco, fazendo a experiência do quanto estava em seus corações, não somente o caminho ecumênico, mas a promoção do diálogo com todos. Papa Francisco, meu irmão em Cristo, recorda que caminhando juntos, os cristãos são mais fortes no anunciar Cristo. O diálogo é o futuro: Papa Francisco compreendeu isto, o faz e o encarna. No diálogo e com o diálogo, os cristãos são chamados a viver juntos a paz, a justiça, a salvaguarda da criação, o amor".

(L’Osservatore Romano – JE)

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Unidade dos cristãos: Mov. Focolares reafirma compromisso com ecumenismo

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Cidade do Vaticano (RV) - "Com todas as nossas forças gostaríamos de apoiar as Igrejas no esforço para chegar à plena e visível comunhão e servir juntos a humanidade. Creio que é necessário uma conversão do coração, isto é, começar a pensar ecumenicamente".

Assim a Presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, resume em uma entrevista as motivações da Declaração de Ottmaring, na qual é expresso o renovado compromisso ecumênico do movimento, que encontra ainda mais vigor nos gestos e palavras do Papa Francisco, como a participação no encontro de Lund, na Suécia, ou a visita à Igreja anglicana de Todos os Santos no domingo (26/02), em Roma.

Na declaração, os Focolares asseguram que farão "todo o possível" para que as suas atividades, iniciativas ou reuniões, a nível internacional e especialmente local, "sejam fundamentadas por uma atitude aberta e fraterna entre os cristãos".

Como movimento mundial, ao qual aderem cristãos de muitas Igrejas, e que já vive por isto a experiência de um povo cristão unido pelo amor recíproco, "nos sentimos interpelados em modo particular - prossegue o texto - pelo convite expresso por esta declaração".

Portanto, "reconhecemos no encontro de Lund um verdadeiro Kairós, um sinal de Deus para o nosso tempo que leva os cristãos a empenharem-se ainda mais para que o Testamento de Jesus, "de que todos sejam um", se realize.

Neste sentido, a promessa de um esforço "na comunhão entre movimentos e comunidades cristãs em todo o mundo, em modo particular na rede ecumênica 'Juntos pela Europa', por meio da qual confiar a Deus "o caminho das nossas Igrejas, para que se acelerem os passos rumo à celebração comum no único cálice".

A declaração foi divulgada ao final do Conselho Geral dos Focolares, realizado nos dias passados no Centro Ecumênico de Ottmaring, próximo à Augsburg, tradicional retiro anual caracterizado por dias de oração e trabalho.

Uma ocasião importante durante a qual os participantes aprofundaram um tema muito caro aos focolares: a unidade dos cristãos.

Desde quando, em 1961, Chiara Lubich - justamente na Alemanha - abriu o movimento ao diálogo ecumênico, este promove um "diálogo da vida", que vê uma colaboração frutuosa com mais de trezentas Igrejas e comunidades eclesiais.

Há quase cinquenta anos, nesta "cidadela", os Focolares estão empenhados, junto à Associação da Vda Comum, a dar testemunho da profunda comunhão que, para além das divisões até agora existente entre as Igrejas, une os cristãos no único Corpo de Cristo.

Em Ottmaring se respira o espírito ecumênico da vizinha Augsburg onde, em 1999, a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica - assinando a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação - deram um passo importante e repleto de significado para superar diferenças teológicas ainda abertas.

"Neste ano, em que se comemora os 500 anos da reforma de Lutero - afirma-se na Declaração de Ottmaring - foi de particular importância o encontro de 31 de outubro passado em Lund, na Suécia, entre a Igreja Católica romana e a Federação Luterana Mundial, onde a declaração conjunta atesta a confiança recíproca, convidando as comunidades "a crescer ulteriormente na comunhão radicada no Batismo" e "a testemunhar juntos o Evangelho de Jesus Cristo", sendo assim mensageiros fieis do "amor imenso de Deus por toda a humanidade".

O texto - acompanhado de uma carta de Maria Voce, foi enviado ao Papa Francisco, ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, ao Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, ao Bispo Presidente da Federação Luterana Mundial, Munib Younan, ao Secretário Geral Martin Junge, ao Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas, Rev. Olav Fykse Tveit, entre outros, como expressão de renovado compromisso ecumênico.

Segundo Maria Voce, "hoje não faz mais sentido que os cristãos se apresentem fragmentados. Já influenciam pouco e influenciarão sempre menos se não estiverem unidos para testemunhar o único Evangelho, o mandamento do amor recíproco. E se nós cristãos - acrescentou a Presidente dos Focolares - não soubermos dar este testemunho, o mundo não poderá encontrar Deus, porque não poderá encontrar Jesus que está presente onde estão os cristãos unidos no amor recíproco. Se o encontramos - conclui - nascerá neles a fé, mudarão as atitudes, o modo de comportar-se, mudará a busca da paz e de soluções de justiça, o compromisso com a solidariedade entre os povos".

(JE - L'Osservatore Romano)

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"Declaração de Al-Azhar" lança princípio de cidadania no mundo islãmico

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Il Cairo (RV) – Depois de dois dias de pronunciamentos e debates na Conferência “Liberdade, cidadania, diversidade e integração”- organizada no Cairo pela Universidade de Al-Azhar e pelo Conselho dos Sábios muçulmanos (organismo com sede em Abu Dhabi) - os mais de 600 delegados, provenientes de 50 países, assinaram a “Declaração de recíproca coexistência islâmico-cristã”.

O documento condena o uso da violência em nome da religião e indica no princípio da cidadania, o critério a ser aplicado para garantir a pacífica e frutuosa convivência entre pessoas pertencentes a religiões e comunidades religiosas diferentes.

A expor os conteúdos e fornecer as chaves interpretativas da “Declaração”, foi o próprio Xeique Ahmed al-Tayyeb, Grão Imame de Al-Azhar, que na qualidade de “dono da casa” – em um articulado discurso final – chamou a atenção para a necessidade de aplicar os princípios de cidadania, igualdade e estado de direito para combater discriminações e maus-tratos sofridos pelas minorias.

O Grão Imame rejeitou as práticas sociais e jurídicas que configuram “duplo standard”, discriminando os cidadãos com base na sua maior ou menor pertença ao islã.

Al Tayyeb, no pronunciamento enviado à Agência Fides, também reiterou a incompatibilidade entre o autêntico islã e os atos de perseguição contra os crentes não-muçulmanos, observando, porém, que a defesa das liberdades dos cidadãos é tarefa reservada aos Estados nacionais, e nenhuma entidade religiosa ou de outra natureza deve ter a pretensão de interferir com os legítimos governos nacionais neste terreno.

Precisamente ontem, 1º de março, a Anista Internacional havia apontado o dedo para as autoridades civis egípcias, culpando-as de terem “fracassado” na necessária defesa e proteção dos cristãos coptas no Norte do Sinai, tornando-se vítimas nas últimas semanas de uma sequência de homicídios e violências miradas.

O Grão Imame, na sua declaração final, denunciou novamente as propagandas que tem por objetivo criar no imaginário coletivo a falsa idéia de uma correlação fatal entre islã e terrorismo, admoestando de que a insistência em tal estereótipo, abre caminho para a criminalização de todas as religiões, objetivo perseguido por setores “ultra modernistas”, que defendem o fim de todas as pertenças religiosas, como medida necessária para garantir a estabilidade das sociedades consideradas “avançadas”.

(je/fides)


 

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Bispos quenianos dedicam Campanha de Quaresma às próximas eleições

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Nairóbi (RV) - “Eleições críveis e pacíficas… líderes com integridade.” Esse foi o tema escolhido pela Conferência Episcopal do Quênia para a Quaresma deste ano.

Organizada pela Comissão Episcopal da Justiça e da Paz, a Campanha foi lançada em Nairóbi com duas procissões e uma missa presidida pelo arcebispo da capital queniana, Cardeal John Njue, e concelebrada pelo bispo da Diocese de Eldoret e presidente da Comissão Justiça e Paz, Dom Cornelius Arap Korir, com a participação de várias autoridades.

Ser cidadãos responsáveis para ter líderes responsáveis

A escolha do tema deste ano foi ditada pela vontade dos bispos quenianos de sensibilizar os fiéis sobre a importância de nas próximas eleições presidenciais e legislativas de 8 de agosto próximo “eleger bons líderes” para a condução do país.

“Os últimos quatro anos foram marcados pelo pedido de uma maior responsabilidade às pessoas às quais foram confiadas posições de liderança”, recorda Dom Arap Korir no prefácio do subsídio da Campanha.

“Houve várias tentativas de impeachment (contra o atual presidente Uhuru Kenyatta, ndr), investigações judiciais por malversações, peculato e a lista é ainda extensa. Eis o motivo pelo qual o tema da responsabilidade é importante: devemos ser cidadãos responsáveis para ter líderes responsáveis e moralmente íntegros”, ressalta o prelado.

Aprender da experiência do passado

A experiência do passado ensina que devemos votar líderes “não por sua pertença étnica ou riqueza”, mas sobretudo por sua integridade moral, observa o bispo de Eldoret. Dom Korir exorta os católicos a deixar-se guiar pela Doutrina social da Igreja que ensina a evitar “o culto ao dinheiro”, a ter atenção para com o próximo, em particular, para com os menos favorecidos, e a amar também os inimigos.

Cinco semanas, cada uma dedicada a um tema

Durante as cinco semanas que precedem à Páscoa, os fiéis quenianos serão convidados a refletir e aprofundar igualmente outros temas concernentes hoje à vida do país da costa leste da África.

A primeira semana será dedicada à segurança: das crianças por nascer e da infância à segurança de todos os cidadãos nos vários âmbitos da vida social.

A segunda semana se concentrará nos jovens e na sociedade, a terceira sobre o cuidado e a proteção da Criação. A quarta será dedicada às eleições. Nessa semana se falará, em particular, sobre a exigência de um voto responsável, transparente e pacífico.

Por fim, a quinta e última semana de Quaresma terá em seu centro a chaga ainda difusa no Quênia da questão da “etnia negativa,” na qual o pluralismo étnico, ao invés de ser fator de enriquecimento para a sociedade, torna-se motivo de divisões e conflitos. (RL)

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Formação



Arcebispo de Teresina: ventos do Concílio trouxeram renovação eclesial

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, prosseguimos no quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” com a participação do arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, que continua nos trazendo um pouco da caminhada desta Igreja particular piauiense na esteira do Vaticano II. 

Na edição de hoje Dom Jacinto inicia falando sobre como a Igreja no Brasil acolheu e assimilou o Concílio, para depois afirmar que essa dimensão conciliar da “Igreja povo de Deus” é muito marcante na Arquidiocese de Teresina.

“Temos um protagonismo dos leigos muito bom. Isso nos dá muita esperança de que trabalhando mais esse protagonismo vamos ter um êxito maior na evangelização por que de fato os ventos do Concílio Vaticano II foram bem acolhidos aqui e trouxeram uma renovação eclesial centrada na Palavra, na caridade, na Eucaristia”, ressalta o arcebispo. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

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Atualidades



Desafios e contribuição: a mulher brasileira em Roma

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Cidade do Vaticano (RV) - O programa "Em Romaria" desta quinta-feira (02/03) é dedicado à I Semana da Mulher Brasileira em Roma, programa de 6 a 10 de março, em vista do Dia Internacional da Mulher.

O entrevistado do "Em Romaria" é o Cônsul-Geral do Brasil em Roma, Afonso Carbonar. À Rádio Vaticano, o diplomata explica como nasceu a ideia de organizar o evento e os desafios que as brasileiras enfrentam ao deixar o país. Segundo ele, 75% da comunidade brasileira em Roma é constituída por mulheres. Ouça aqui: 

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