Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 07/03/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Exercícios espirituais: reencontrar a unidade em torno da Ceia do Senhor

◊  

Ariccia - (RV) - “O pão e o corpo, o vinho e o sangue” foi o tema que o padre franciscano Giulio Michelini desenvolveu na terceira meditação proposta na manhã desta terça-feira ao Papa e à Cúria Romana, durante os Exercícios espirituais em andamento em Ariccia, nas proximidades de Roma. 

O pregador extraiu da oferta total de Jesus em corpo e sangue para a salvação da humanidade uma mensagem de unidade e partilha para todos os cristãos.

Na Última Ceia: festa e comunhão, mas também pecado e fragilidade

A dimensão antropológica, teológica e existencial do cear juntos. Daí partiu a meditação do frade menor. “Colocou-se à mesa com os Doze” – está escrito no Evangelho segundo São Mateus –, neste cear juntos está a beleza da partilha, explicou o pregador, mas também a nossa humanidade, o pecado e a fragilidade simbolizados no alimento, como narram muitos episódios bíblicos, até a encíclica “Laudato si” do Papa Francisco, quando  fala de egoísmo em relação ao alimento:

“Podemos imaginar o que deve ter acontecido naquela ceia. Era uma festa: naturalmente os teólogos e os exegetas discutem muito sobre o carácter pascal ou não dessa ceia. Mas é claro que era belo para eles estar juntos. Estar juntos evidencia também a nossa humanidade. E esses elementos estão presentes na ceia de Jesus: o primeiro, o do amor, com o qual essa ceia foi preparada, e o amor que Jesus ofereceu com o alimento que doou. Mas há também, nessa ceia, o ódio, a fragilidade, a divisão. Comer o alimento, se pensamos bem, tem a ver propriamente com uma dimensão humana.”

É a dimensão da fraqueza, do reconhecer-se não autossuficientes, e comer juntos é confessar aos outros essa condição de criatura, “condição limitada”, como a que emerge também das ceias dos primeiros cristãos narradas por São Paulo aos Coríntios, e marcadas – observou Pe. Michelini – pelo apego de cada um ao próprio alimento e por uma falta de verdadeira partilha.

E é emblemático que propriamente naquele quadro de fragilidade da Última Ceia se apresente a traição de Judas, que ele de há muito tramava.

Jesus deixa o sinal da sua futura presença: doa todo seu ser em corpo e sangue

Porém, prosseguiu o pregador franciscano, é igualmente emblemático que propriamente na noite em que foi traído, Jesus não retirou seu dom e doou tudo aquilo que tinha para dar: corpo e sangue. Justamente através do alimento comido juntos, Jesus deixa um exemplo e o sinal da sua futura presença:

“Para nós que cremos em Jesus, é justamente a Palavra que se fez carne. E portanto, tudo aquilo que Jesus, o filho, tinha oferecido de si, a sua divindade, tinha sido oferecido com a Encarnação. Tudo aquilo que o Filho, que o Verbo e a Palavra podia oferecer, na sua divindade, foi oferecido com a Encarnação. Com diz Paulo: ‘Jesus, mesmo sendo de condição divina, não considerou um privilégio o ser igual a Deus’. Portanto, eis que com aquele pão agora a sua humanidade devia ser doada. É claro, naquela humanidade também estão o Filho de Deus e a Palavra. Mas aquele pão é propriamente a carne, porque é nessa carne que aquela Palavra se tornou tal; e, portanto, o Corpo e o Sangue. Jesus é totalmente pobre, não porque viveu simplesmente de forma pobre, mas porque não tem mais nada a defender. De fato, se pensamos bem, justamente nesta ceia doa tudo aquilo que lhe restava.”

Somente com a Paixão se tem a remissão dos pecados

Ao invés, é nas palavras de Mateus sobre o cálice, naquela Última Ceia, frisou ainda o pregador, que ressalta um elemento original, ou seja, o sangue de Jesus ligado ao perdão dos pecados.

“Será derramado por muitos, para a remissão dos pecados. Por fim, quem lê esse Evangelho descobre o significado do nome de Jesus, “Deus salvará”, e entende o modo como o fará, isto é, a Paixão:

“A fórmula que Jesus recita não é uma simples fórmula; não é algo de extrínseco. Podemos também ousar dizer que é muito fácil: ‘Deus lhe quer bem’. É muito fácil dizer: ‘Deus lhe perdoa’. No fundo, não nos custa nada dizer: ‘Seus pecados estão perdoados’. Mas somente aí, com o sangue derramado, finalmente então emerge o modo com o qual os pecados serão perdoados:  isto é, com a morte de Cristo. Porque, como diz o Salmo, somente Deus pode pagar o preço do pecado. O homem não pode resgatar a si mesmo. E como lemos no Livro do Levítico, e Mateus conhece bem esta simbólica judaica, o pecado é redimido somente com o derramamento do sangue.”

Os cristãos cresçam na unidade e partilha

Por fim, ao término da meditação, Pe. Michelini propôs três perguntas para a reflexão. A primeira diz respeito a nossa relação com o alimento e pede para não se ter apegos, mas domínio de si; a segunda é um convite a crescer ainda na unidade entre cristãos, como discípulos em torno da ceia com Cristo; e a última é uma pergunta sobre o perdão e pede para ser verdadeiramente conscientes de que Jesus não somente com palavras, mas verdadeiramente, com a própria vida, alcançou para nós a misericórdia do Pai. (RL / GC)

inizio pagina

Exercícios espirituais: abrir os olhos diante da angústia dos outros

◊  

Ariccia (RV) - Prosseguem, na Casa do Divino Mestre na localidade de Ariccia, nas proximidades de Roma, os Exercícios espirituais propostos ao Papa e à Cúria Romana neste tempo de Quaresma. O pregador do retiro, o padre franciscano Giulio Michelini, fez na parte da tarde desta terça-feira (07/03) a sua quarta meditação com o tema “A oração no Getsêmani e a prisão de Jesus (Mt 26, 36-46)”.

Em sua reflexão, Pe. Michelini partiu de uma comparação entre a oração de Jesus no monte das Oliveiras e a do monte Tabor, na Galileia. As duas situações  têm semelhanças impressionantes: em todas as duas a situação existencial de Jesus é de provação (no primeiro caso, porque Pedro e os outros não compreenderam o sentido do primeiro anúncio de Jesus que dissera que deveria morrer em Jerusalém; no segundo, porque Jesus acabara de anunciar que alguém haveria de entregá-lo), disse o religioso.

Em todos os dois casos Jesus chama a si os discípulos, Pedro, Tiago e João, e estes não entendem plenamente o que está acontecendo com Jesus. Porém, um elemento separa as duas cenas: no Tabor se ouve a voz do Pai que consola o filho; no Getsêmani, ao invés (exceto na versão de Lucas, onde Jesus é encorajado na luta por um anjo), não se ouve nenhuma voz, observou o pregador.

Ao invés, é Jesus que se dirige ao Pai, acolhendo que seja feita a Sua vontade. Essa vontade originária não quer a morte do Filho, mas a salvação, como escreveu Romano Guardini:

”Jesus veio para redimir o seu povo e, com ele, o mundo. Isso deveria cumprir-se mediante a dedicação da fé e do amor; mas tal dedicação vacilou. Todavia, permaneceu o mandato do Pai, mas este mudou de forma. Quando se concretizou por consequência da rejeição, o destino amargo da morte tornou-se a nova forma da redenção – aquela que para nós é a redenção em sentido puro e simples”, continuou o frade menor.

Também a parábola dos vinhateiros homicidas nos apresenta um pai que envia o filho dizendo “Respeitarão meu filho” (Mt 21,37).

Mas o anúncio e a pessoa de Jesus não são acolhidos, e o Reino passará, portanto, de outro modo, aquele que Jesus, no Getsêmani, é chamado a aceitar: “depende da disponibilidade dos homens em qual forma se possa desenvolver a sua obra. O fechamento do mundo não lhe permite ser o príncipe da paz, diante de cuja vinda tudo deveria desabrochar na plenitude que o vaticínio preanunciava. Por isso (...) o Messias torna-se aquele que vai ao encontro da sua ruína. O sacrifício de seu ser torna-se o sacrifício da morte” (R. Guardini).

Jesus exorta ainda seus discípulos, como Ele fez no Getsêmani, colocando em prática o shemà, a oração de Israel, a amar “Deus de todo o coração, com todas as forças e a ponto de dar a vida”, frisou Pe. Michelini.

Ao término da reflexão, as habituais perguntas: Como nos colocamos diante da angústia do nosso próximo? Mantemos os olhos abertos, rezamos, ou nos adormentamos como os três discípulos? A vontade de Deus é compreendida por nós como uma “extravagância”, algo que “se deve fazer” porque “Alguém decidiu”, ou vejo nela a Santa vontade de bem para todos?

Por fim, partindo do pressuposto de que esta Sua vontade de salvação é certamente firme – como dizia Guardini: “o decreto de Deus permanece inalterado” – aceito que a forma em que ela se realiza seja condicionada, porque a onipotência de Deus se detém diante da liberdade da sua criatura? E se Deus pode até mesmo mudar de ideia, segundo o livro de Jonas, pode “arrepender-se” (Conf. Jn 3,10), propriamente como os habitantes de Nínive se converteram, como a sua Igreja pode não mudar, como podemos nós estar inflexíveis em nossa rigidez? (RL)

inizio pagina

Chamada: Espaço Interativo especial 4 anos da eleição de Francisco

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - A redação brasileira do Vaticano está preparando uma edição especial do Espaço Interativo para comemorar os 4 anos de eleição do Papa Francisco.

A iniciativa faz parte de uma série de conteúdos especiais que a redação elabora para recordar aquele 13 de março de 2013.

Assista e veja como participar!

 

inizio pagina

Moedas do Estado do Vaticano 2017 não terão imagem do Papa

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Estado da Cidade do Vaticano emitiu para o ano de 2017 cerca de 2,5 milhões de euros em moedas. Por desejo do Papa Francisco, elas foram cunhadas com o brasão papal e não com sua efígie. A mesma decisão havia sido tomada por Paulo VI, nos últimos anos de seu Pontificado

O Diretor do Departamento Filatélico e Numismático do Estado da Cidade do Vaticano, Mauro Olivieri, recordou em entrevista à nossa emissora, que o Vaticano tem as própria moedas em euro. "A cada ano há uma emissão de moedas, que circulam nos países da União Europeia e que, em parte, são cunhadas e vendidas a colecionadores".

A novidade para 2017, revela, é que o Santo Padre pediu para não aparecer mais nas moedas e medalhas em geral, "e nós fizemos o possível para contentá-lo. Nós conseguimos cunhá-las, com alguma dificuldade com as autoridades comunitárias - depois superadas - e assim as moedas de 2017 saem com o brasão do Papa".

Mas, esta não é a primeira vez que acontece. Também Paulo VI, nos últimos anos de seu pontificado, pediu para não ser representado nas moedas. "Na época eram Liras Vaticanas, era tudo mais simples e seu desejo foi atendido. Também neste caso, nos últimos anos de Pontificado, as moedas de Paulo VI saíram com o brasão", recorda Mauro Olivieri.

O Vaticano faz parte dos chamados "micro Estados", junto com Andorra, Principado de Mônaco e São Marino, que têm acordos internacionais com a União Europeia, com a União monetária. Cada Estado tem seu próprio acordo internacional com as autoridades monetárias e cunham moedas em euro.

"O Vaticano foi um dos primeiros a selar este acordo, e com base neste tratado internacional, cunhamos moedas vaticanas segundo as regras estabelecidas", conta o Diretor do Departamento Filatélico e Numismático do Estado da Cidade do Vaticano.

As moedas do Vaticano estão entre as melhores do mundo, a nível qualitativo, de difusão e de colecionismo. "Digo isto com grande satisfação e com um pouco de falta de modéstia", confessa Mauro Olivieri. "São muito procuradas pelos colecionadores. Digamos que estamos seguramente entre os países "top", talvez, precisamente, no "topo", no pódio".

As séries com maior valor são as de 2002, 2003 e 2004, os primeiros anos do Euro. As moedas de 2 euros, por sua vez, são as mais procuradas pelos colecionadores. "É uma moeda que circula e vale na Europa e onde a cada ano são representadas duas temáticas diferentes. São muito, muito procuradas. Em particular, a que tem mais valor atualmente, é a de 2005, da Jornada Mundial da Juventude em Colônia".

Nós perguntamos a  Mauro Olivieri, como são estudadas as emissões das moedas vaticanas?

"Com muita atenção, devo dizer, por parte do Departamento Filatélico e Numismático e do Governatorato do Estado do Vaticano. Privilegiamos nas moedas, em linha de máxima, o Magistério do Santo Padre, buscando, portanto, destacar com as emissões anuais os ensinamentos do Papa e as bases em que se apoiam, como a Jornada Mundial da Juventude, o Dia Mundial da Paz, o Centenário de Fátima este ano de 20107, o 1950° ano do martírio dos Santos Pedro e Paulo nas moedas de 2 euros. Depois as bases da fé, tipo as Virtudes teologais, as Virtudes cardeais, as basílicas pontifícias. Em suma, procuramos de certa forma abranger todos os aspectos, a arquitetura, a história, a arte, obviamente e sobretudo, os aspectos religiosos e também os ensinamentos e as bases em que se apoia o Magistério do Papa".

(JE/LC)

 

inizio pagina

Comissão feminina no Vaticano: novo pacto com os homens

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Na véspera do Dia Internacional da Mulher, o Vaticano apresentou oficialmente a “Comissão feminina” do Pontifício Conselho para a Cultura. Trata-se de uma seção idealizada em 2015 e que reúne economistas, cientistas, empresárias, atletas, jornalistas e teólogas não somente cristãs. 

O objetivo desta Comissão é “trabalhar em diálogo com as diversidades, as religiões e os inúmeros campos em que as mulheres atuam, convencidos de que a pluralidade é o pressuposto da ação humana”.

Para o organismo, a diferença feminina não favorece a promoção de uma discussão ideológica. “Não falamos em nome da mulher, mas alimentamos uma discussão propositiva sobre a evolução dos papéis, tema sobre o qual as mulheres são protagonistas há mais de um século, enquanto os homens parecem vive-lo de modo passivo”, lê-se numa nota do Pontifício Conselho.

A Comissão considera que “a luta das mulheres em ampliar os confins da própria liberdade requer um novo pacto com os homens – irrigado pelo amor e pela amizade – seja na esfera pública, seja dentro dos elos familiares como nutrimento da relação materna e paterna”.

Integram a Comissão 37 mulheres de várias nacionalidades, profissões e religiões. Este organismo nasceu em 2015 depois que o Dicastério para a Cultura dedicou a Plenária de 2014 ao tema “As culturas femininas”. 

Na apresentação aos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Presidente do Pontifício Conselho, Card. Gianfranco Ravasi, afirmou que, na prática, os membros terão um papel ativo já na próxima Plenária do Dicastério, trabalhando lado a lado com sacerdotes e bispos.

inizio pagina

"Não se nasce confessor, se aprende a sê-lo", diz confessor de Bergoglio

◊  

Buenos Aires (RV) -  Nesta Quaresma,  tempo forte de jejum, oração e conversão, propomos um texto do "confessor do Papa", o capuchinho Padre Luis Dli, 90 anos, em que dá diversos conselhos aos confessores: "para aprender, devemos nos sentir penitentes em busca do perdão".

O sacerdote é o quarto de dez irmãos de uma família de agricultores, todos religiosos. Ele foi citado por Francisco em diversas ocasiões como um exemplo de confessor misericordioso. Cerca de sete horas por dia, atende confissões no Santuário de Nossa Senhora da Pompéia, em Buenos Aires.

"Ser confessor não se improvisa”, disse o Papa. "Tornamo-nos tal quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão".

É de fundamental importância este aceno contido na Carta escrita para o Ano Jubilar da Misericórdia. Ter o sentido do pecado pessoal, reconhecer que nós, por primeiros, podemos resistir à misericórdia de Deus, é o que nos dispõe verdadeiramente à ação da sua graça. "Nunca esqueçamos que ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva. Cada um de nós recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos responsáveis".

Na Misericordiae Vultus, o Santo Padre diz duas coisas de grande relevância

A primeira, de que nós, confessores, não somos senhores da misericórdia; somos objeto de misericórdia e dispensadores do perdão que um outro, Deus, doa pela sua Graça. A segunda, que para aprender a ser confessor, antes de qualquer outra coisa, é necessário saber olhar para si mesmo. Se o meu coração não é contrito, não posso, tampouco, compreender o outro que vem pedir perdão. Não é um desconhecimento do outro devido antes de tudo a uma má vontade do confessor a que me refiro, mas depende de uma postura interior do confessor que não permite a ele penetrar em profundidade na alma de quem está diante dele, porque não a sente vibrante dos mesmos anseios que formam a sua.

Quando o Salmo 50 fala de "um coração contrito e humilhado" que o Senhor não despreza, oferece uma indicação ao penitente sobre como aproximar-se do Sacramento da Reconciliação, mas ao mesmo tempo diz ao confessor para olhar a si próprio para não ser juiz dos outros. O confessionário não é um tribunal, o confessor não é um juiz: é o sinal da misericórdia "visceral" de Deus em Jesus.

A vida, neste sentido, ensina muito: a saber ouvir, a compreender, a não ser precipitados, a dar espaço ao penitente antes que tirar conclusões, aceitar chegar com ele até onde ele quer chegar com o que confessa, segui-lo no esclarecimento até onde queira esclarecer. Às veze senta-se diante de mim e me pergunta: "Mas, como posso dizer ao senhor aquilo que gostaria dizer?". Estão bloqueados, vacilantes. "Diga como achares melhor, como te vem mais fácil", os encorajo.

Não se nasce confessor, se aprende a sê-lo

No início, quando eu era jovem e inexperiente, confessava rapidamente, ouvia com o “pavilhão auricular” orientado em direção a quem falava, mas pensando saber a continuação, dava algum conselho rápido e passava para o próximo. Hoje escuto mais. As pessoas têm necessidade de serem ouvidas. Santo Afonso Maria de Liguori dizia: "Devo escutar o penitente como se fosse o único, mesmo que tenha uma fila esperando". E quando não há ninguém na fila, rezo, leio e espero. Agora, por exemplo, estou lendo um pouco de cada vez a vida do Cardeal Eduardo Francesco Pironio.

É um argentino que assumiu cargos importante na América Latina. Foi Secretário Geral e depois Presidente do CELAM quase desde o início deste organismo, nos anos setenta. Mais tarde Paulo VI chamou-o a Roma para ser Prefeito da Congregação para os Religiosos e dos Institutos Seculares e João Paulo II o colocou à frente do Pontifício Conselho para os Leigos, onde entre outras coisas, colaborou na idealização da Jornada Mundial da Juventude.

Eu tive a sorte em conhecê-lo e escutá-lo, o admirava muito. Ouvi ele pregar em um retiro nos anos 80. Ele gostava de falar com o mate na mão. Era um bispo culto e atento a tudo o que acontecia na nossa América Latina. No México, na América Central, nos países dos Andes e na América do Sul. Tinha um conhecimento muito profundo do que acontecia ao nosso redor. Existem os "Discursos sobre a esperança" baseados em textos que usava muito, como aquele dos discípulos de Emaús ou o primeiro Livro de Reis, capítulo 19, com Elias está desalentado, dormindo sob uma árvore, e o Anjo que o desperta e o encoraja a continuar o caminho. São ensinamentos que depois de tê-los ouvido, ficaram gravados na memória. O Cardeal Pironio transmitia paz, serenidade e fé.

Isto de poder ler, meditar, rezar, é uma oportunidade preciosa na vida de um confessor. Certamente, na minha, o é. Existem dias em que não consigo concentrar-me muito na leitura, pois vem uma pessoa após outra. Em outros sim. Não disponho de estatísticas sobre quantas pessoas se confessam no decorrer de um dia normal ou em uma semana no Santuário de Pompéia, mas são muitas, isto posso afirmar, sobretudo nos finais de semana e as primeiras sextas-feiras do mês. Também posso assegurar que a presença de penitentes no Santuário aumentou consideravelmente nos últimos anos.

Papa, razão deste incremento

Um homem de cerca 70 anos, veio aqui não faz muito tempo e me disse nunca ter confessado desde a Primeira Comunhão, portanto, há muitos decênios. As razões eram muitas; fundamentalmente dizia não acreditar no valor da confissão e também de não encontrar a coragem para fazê-lo. "Mas ouvindo e olhando para este Papa, decidi vir", confidenciou. Ele acrescentou um outro particular: "Vi a luz do confessionário acesa e entrei". Mesmo com a decisão de confessar-se, manteve a reserva. Não conseguia fazê-lo. Dizia reconhecer-se pecador, mas não via com bons olhos contar os próprios pecados ao ouvido de outro homem; a alguém como eu - pensei imediatamente - que poderia ser mais pecador do que ele.

Peguei uma Bíblia, perguntei a ele se podia ler mesmo sem os óculos e indiquei a ele um ponto: João, capítulo 20, versículo 22 e 23. "Recebam o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados e os pecados daqueles que vocês não perdoarem, nãos eram perdoados". Falei a ele um pouco, dizendo que a confissão não é somente uma externalização de coisas que vão contra a moral, o próximo, contra a vida, em suma, mas é receber uma força de transformação misericordiosa que não é nossa e nem mesmo do sacerdote. Uma força que a Igreja chama "sacramental" e que, se Deus quer, nos dará a força para estar à altura dos propósitos.

Ele confessou-se.

Depois me disse, que depois de mais de 30 anos de opressão e angústia, sentiu-se livre.

Se não tivesse encontrado as portas da igreja abertas, a luz do confessionário acesa, uma motivação interior dada pelo Papa, não teria tomado a decisão de ajoelhar-se e confessar.

Deus estava esperando por ele".

(JE/Vatican Insider))

 

 

inizio pagina

Igreja no Brasil



Novo arcebispo de Sorocaba conversa com a Rádio Vaticano

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Nos dias passados tomou posse da Arquidiocese de Sorocaba (SP), Dom Julio Endi Akamine. O lema do novo Arcebispo é: Bonum facientes infatigabiles (Não vos canseis de fazer o bem). Ele é o primeiro Bispo e Arcebispo Nipo-brasileiro.

A Rádio Vaticano conversou com Dom Julio. Inicialmente ele falou de como a sua experiência como bispo-auxiliar de São Paulo pode ajudá-lo nesta sua nova missão. 

Biografia:

Filho do casal Guengio Akamine (falecido) e Teruko Oshiro Akamine, nasceu em 30 de novembro de 1962, em Garça, Diocese de Marília, Estado de São Paulo.

Em 1975 entrou no Seminário da Sociedade do Apostolado Católico (Palotinos) em Londrina, Paraná, onde completou os estudos no Seminário Menor São Vicente Pallotti. Fez o Noviciado em 1979 no Seminário Rainha da Paz, Cornélio Procópio (PR). Sua primeira consagração foi a 8 de dezembro de 1980, na mesma cidade.

Cursou Licenciatura em Filosofia na Universidade Católica do Paraná, de 1981 a 1983, e Teologia no “Studium Teologicum Claretianum”, de 1984 a 1987, em Curitiba. Foi ordenado diácono pela imposição das mãos de Dom Luciano Mendes de Almeida no dia 25 de janeiro de 1987 na Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina da Arquidiocese de São Paulo, e foi ordenado sacerdote pela imposição das mãos de Dom José Maria Maimone, em 24 de janeiro de 1988 na Paróquia Santo Antônio, Cambé (PR).

Obteve o Mestrado em Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1993 a 1995) e Doutorado na mesma Universidade (2001 a 2005).

Como sacerdote palotino desempenhou a função de:

Vigário paroquial: Paróquia Santo Antônio, Cambé (PR) (1988-1990);

Pároco: Paróquia Santo Antônio, Cambé (PR) (1990-1993);

Reitor do Seminário Maior Palotino, Curitiba (PR) (1996-2001);

Assessor da OSIB Regional Sul 2 (1996-1998);

Secretariado Geral da SAC para a Formação (1999-2005);

Consultor local da Comunidade da Casa Geral, Roma (2001-2003);

Diretor do Período Introdutório da Província Regina Apostolorum, Itália (2003-2004);

Secretário provincial para a formação (2005-2007);

Diretor espiritual do Seminário Maior Palotino, Curitiba (2006-2007).

No período de 1996 a 2001 e 2005 a 2011 foi professor de teologia no Studium Theologicum, Curitiba, onde lecionou as matérias de Teologia Sacramentária Geral, Sacramentos da Iniciação Cristã, Eclesiologia, Trindade, Introdução à Teologia e Teologia Fundamental.

De 2008 a 2011 foi Reitor Provincial da Província Palotina São Paulo Apóstolo, com sede em São Paulo. Em 4 de maio de 2011 foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, sendo ordenado bispo em 9 de julho de 2011 em São Paulo.

Em 28 e dezembro de 2016 foi nomeado 3o Arcebispo Metropolitano de Sorocaba sucedendo a Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues que teve sua renúncia aceita pelo Papa Francisco.

Arquidiocese de Sorocaba

A Diocese de Sorocaba foi criada em 04 de julho de 1924 pela Bula Ubi praesules do Papa Pio XI, desmembrada integralmente da então Diocese de Botucatu. Em 29 de abril de 1992, portanto há 25 anos, foi elevada a Arquidiocese e Sede Metropolitana pela Bula Brasiliensis Fidelis do Papa João Paulo II.

1o Bispo: Dom José Carlos de Aguirre (1924-1973);

2o Bispo: Dom José Melhado Campos (1973-1981);

3o Bispo: Dom José Lambert, CSS (1981-1992);

1o Arcebispo: Dom José Lambert, CSS (1992-.005);

2o Arcebispo: Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues (2005-2017);

3o Arcebispo: Dom Júlio Endi Akamine, SAC (2017-)

Situação geográfica: Está no centro-sul do Estado de São Paulo. Faz limites com as Arquidioceses de Botucatu (SP) e Campinas (SP); com as Dioceses de Itapetininga (SP), Jundiaí (SP), Osasco (SP), Piracicaba (SP) e Registro (SP).

Superfície: 4.236 km2

Densidade demográfica: 269,85 hab/km2

Habitantes por Paróquia: 19.374,76 hab/Paróquia

 

 

 

 

inizio pagina

Igreja no Mundo



Restauração do Santo Sepulcro

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - No próximo dia 22 de março em Jerusalém, será celebrada uma liturgia ecumênica para celebrar a conclusão dos 9 meses trabalhos de restauração do Santo Sepulcro. A restauração foi o resultado de uma decisão conjunta entre a Igreja Católica, Greco-ortodoxa e Armênia.

Segundo Antonia Mariopoulou, coordenadora cientifica do trabalho de restauração, houve momentos históricos durante as etapas da restauração. Um dos grande momento foi a abertura do túmulo de Jesus, a primeira vez em duzentos anos e a terceira na história. “Vimos uma pedra de mármore e abaixo outra laje de mármore cinzento coberta com terra. Com a permissão dos três guardiões  das três comunidades cristas, removemos este material. E nos foi revelado uma pedra esculpida que nos faz perceber que alguém foi enterrado ali, que ali foi colocado o corpo de Cristo.”

Antonia Mariopoulou definiu o Santo Sepulcro como um monumento vivo. “Podíamos ver com o coração e a mente um tumulo cheio de  expressão, era algo que podíamos sentir.” E acrescentou: “As obras de restauração foram uma grande bênção, uma grande responsabilidade e um grande desafio, especialmente em buscar formas para resolver os problemas, trabalhar e vigiar sobre todas os envolvidas.” (MD) 

inizio pagina

Coreia do Sul, celeiro de sacerdotes para o mundo

◊  

Seul (RV) – “Na Europa as Igrejas sofrem com a falta de padres. Eu espero que cada vez mais sacerdotes partam para o exterior, no trabalho de missão”. Uma esperança que o Cardeal Arcebispo de Seul, Dom Andrew Yeom Soo-jung pode alimentar sempre mais, visto contar com um numeroso clero jovem, e sempre mais com novas vocações.

Desta forma, o Cardeal pode responder positivamente ao convite do Núncio Apostólico na Coreia, Arcebispo Oswaldo Padilla, presente na ordenação de 27 novos sacerdotes, o que elevou para 892 o número de padres na diocese e 5 mil em todo o país.

“Em um tempo em que as Igrejas no mundo ressentem a falta do clero, o número de padres nesta arquidiocese é uma bênção, não somente para a Coreia, mas para o mundo”, sublinhou Dom Padilla.

Um convite - recordou o Cardeal Yeom  - que reflete o pedido do Papa Francisco durante sua visita à Coreia do Sul em agosto de 2014, associado à exortação dirigida à Arquidiocese, de “desempenhar um papel de maior relevância na Igreja asiática e no mundo, tornando-se uma Igreja mais aberta ao dom”.

Com uma comunidade católica que representa 15% dos 10 milhões de habitantes da capital Seul, a Arquidiocese é também o símbolo de uma realidade eclesial nacional que vê a cada ano dezenas de milhares de batismos. Um crescimento verificado há decênios e que parece não parar, não obstante uma leve diminuição verificada.

No início dos anos setenta, os católicos eram menos de um milhão, chegando hoje a 10% dos quase 51 milhões de sul-coreanos.

A Arquidiocese tem, além disto, jurisdição sobre os fieis que vivem à norte do paralelo 38. Uma cifra incerta, poucos milhares provavelmente, que praticam a fé clandestinamente e são perseguidos pelo regime.

Este crescimento da Igreja coreana trás também novas necessidades administrativas e de formação, sobretudo na perspectiva de um maior compromisso social e de uma missionaridade mais marcante.

Herdeiros de uma realidade católica por longo tempo perseguida, e que por este motivo – também após a abertura do país à democracia e ao bem-estar – encontrou dificuldades em abandonar uma mentalidade de gueto, para então inserir-se como elemento a pleno título na sociedade, também por meio de suas escolas, universidades e hospitais.

(JE/Mundo e Missão)

 

inizio pagina

Cruz de Lampedusa na Catedral da Sagrada Família, em Barcelona

◊  

Barcelona (RV) - Uma Missa celebrada no último domingo na Basílica da Sagrada Família, em Barcelona, e presidida pelo Arcebispo Dom Juna José Omella Omella, deu início à peregrinação da Cruz de Lampedusa na diocese catalã.

Tendo chegado no sábado ao Porto de Barcelona, a Cruz passará esta primeira semana da Quaresma peregrinando nas paróquias e comunidades de Barcelona, seguindo posteriormente para Girona, Tarragona, Calella, Tortosa, Vic e Urgell, com o objetivo de chamar a atenção para o drama das migrações.

A Cruz, construída com dois pedaços de madeira de 2,80 metros de altura e 1,50 metros de largura e pesando 60 kg, foi idealizada e construída por Franco Tuccio, marceneiro da Ilha, com madeira proveniente de barcos oriundos da costa da Líbia,

Aquela que já tornou-se um símbolo do drama das migrações, foi abençoada em 9 de abril de 2014 pelo Papa Francisco.

(L’Osservatore Romano – JE)

 

inizio pagina

Iraque: criação de Conselho em Kirkuk tenta unir cristãos

◊  

Kirkuk (RV) – O apelo lançado em diversas ocasiões pelo Patriarca caldeu Louis Raphael I Sako aos cristãos iraquianos, para que não atuem fragmentados no terreno político e social, mas esforcem-se para unir as forças em um “único componente”, começa a dar os primeiros resultados.

De fato, na segunda-feira, 6 de março, começou a ganhar corpo o “Conselho” das comunidades cristãs, que tem como objetivo ser um órgão de ligação entre as diversas organizações políticas e sociais animadas por militantes cristãos, capaz de servir como interlocutor unitário dos organismos políticos e institucionais da Província.

A iniciativa foi apoiada também por responsáveis políticos locais, como o curdo Rebwar Talabani, atual Presidente do Conselho provincial de Kirkuk. O novo organismo – sublinhou Talabani – poderá dar uma contribuição positiva não somente naquilo que diz respeito à condição das comunidades cristãs, mas também para recompor e favorecer a convivência pacífica e colaborativa entre os diversos componentes étnicos e religiosos da sociedade.

Também o Pastor Haitham Jazrawi, líder das comunidades cristãs evangélicas presentes em Kirkuk, manifestou satisfação pela criação de um organismo unitário capaz de agregar os componentes cristãos no terreno social e político, o que representa um elemento positivo na atual problemática condição vivida pelas comunidades cristãs iraquianas.

O Patriarca caldeu Louis Raphael I Sako, ressaltou em diversas ocasiões, que a situação de emergência em que está mergulhada toda a nação iraquiana, chama também os cristãos a não proceder de forma fragmentada, evitando assim enfatizar de maneira exasperada os elementos que identificam cada comunidade eclesial.

O Primaz da Igreja Caldeia já havia sugerido aos pertencentes às diversas comunidades cristãs nacionais para manifestarem uma posição unitária nos processos políticos e sociais em curso no Iraque, apresentando-se como “componente cristã”.

O recurso à expressão “componente cristã” – para expressar a posição unitária dos cristãos iraquianos nas questões políticas e sociais e nas instituições nacionais, diz o Patriarca – “não contrasta com a salvaguarda de identidade milenar”, e permite “não perder tempo em brigas” em torno de tal patrimônio de identidade.

(je/fides)

 

inizio pagina

Atualidades



Itália, terra de missão: a experiência de um padre brasileiro

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - "Sair da nossa terra, sair da tranquilidade para vir aqui e estamos enfrentando um desafio grande. Mas com amor e confiança, de que não viemos aqui em vão": quem ouve o Fr. Nei Simon pode pensar que está atuando em uma dessas periferias geográficas e existenciais de que fala o Papa Francisco.  

E não deixa de ser: o sacerdote da Ordem dos Agostinianos Descalços está em missão no Santuário de Nossa Senhora de Valverde, na Sicília, entre o mar e o vulcão Etna.

A devoção a Nossa Senhora é antiga, com nove séculos de história. Já o Santuário foi confiado aos Agostinianos há 300 anos. Um local de antiga tradição e forte devoção. Poucas décadas atrás, as vocações eram férteis e da Sicília partiram dois freis para levar a Ordem a terras brasileiras. Mas agora a Congregação padece de um mal comum na Europa: falta de vocações e envelhecimento dos sacerdotes. Agora, a Itália pediu ajuda ao Brasil.

Inicialmente, a comunidade viu com bons olhos a chegada de três freis brasileiros. Mas o apego às tradições mudou o cenário. Frei Nei se refere a uma tradição especial: os fiéis ainda usavam o altar lateral para celebrar a missa, com o sacerdote de costas para a comunidade, mas os brasileiros encontraram uma solução.

Clique acima para ouvir.

inizio pagina

Saúde da mulher: bem-estar físico, mental e social

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Celebra-se nesta quarta-feira, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. Muitas iniciativas em várias partes do mundo foram preparadas para comemorar essa data e recordar as conquistas sociais, políticas e econômicas alcançadas pelas mulheres, mas também a discriminação e violência das quais são vítimas ainda hoje muitas mulheres em várias partes do mundo. 

O nosso espaço de saúde, desta terça-feira (07/03), homenageia as mulheres abordando o tema da saúde da mulher.  

Até pouco tempo atrás, a medicina tinha como objetivo identificar e curar as doenças. Quase não se falava de prevenção. Hoje, a situação mudou completamente. A saúde é considerada um dos bens mais preciosos do ser humano e por isso deve ser bem conservada. 

Porém, com a correria diária a mulher está cuidando cada vez menos de sua saúde e ainda é muito alto o número de mulheres que sofre com doenças que poderiam ser facilmente prevenidas.

Segundo a enfermeira da coordenação da Pastoral da Criança Regina Reinaldin, a saúde da mulher tem a ver com o bem-estar físico, mental e social. (MJ/Pastoral da Criança)

inizio pagina