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Sumario del 08/03/2017

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Exercícios espirituais. Pe. Michelini: Judas e o risco de perder a fé

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Ariccia (RV) - O risco de perder a fé, o suicídio e a missão da Igreja em busca dos pecadores: foram os temas candentes sobre os quais se deteve o pregador dos Exercícios espirituais, Pe. Giulio Michelini, na quinta meditação proposta ao Papa e à Cúria Romana, reunidos deste domingo passado na localidade de Ariccia, próximo de Roma. A reflexão da manhã desta quarta-feira (08/03) foi centralizada na figura de Judas. 

De fato, a meditação matutina do frade menor girou em torno do drama do suicídio de Judas, um dos Doze. Um evento escandaloso e desconcertante, que porém o Evangelho não esconde. Um drama evidenciado também pelo arrependimento de Judas que no Evangelho segundo São Mateus reconhece ter pecado porque traiu sangue inocente.

Judas e nós: o risco da perda da fé

Em seguida, o pregador buscou reconstruir os motivos que podem ter levado Judas a trair Jesus, que o havia escolhido e chamado. E Judas o havia seguido. Para entender o seu drama, Pe. Michelini releu textos de estudiosos e escritores. De Romano Guardini a Amós Oz, que dedicaram páginas a esta figura. A primeira hipótese é que Judas a um certo ponto tenha perdido a fé. Um risco a partir do qual todos devem se perguntar:

“Há por acaso em minha vida muitos dias em que não abandonamos Cristo – nosso saber melhor, nosso amor – por uma vaidade, uma sensualidade, um ganho, uma segurança, um ódio, uma vingança? Temos poucas justificativas para falar com indignação sobre o traidor. Judas revela nós mesmos.”

O pregador evocou a experiência do escritor francês Emmanuel Carrère e o seu livro “O Reino”, de 2014, no qual conta ter novamente abraçado a fé durante três anos e depois tê-la perdido outra vez. Emerge o trabalho interior de um homem que, porém, escreve: “Abandono-te, Senhor. Tu, não me abandones.”

Foi levantada outra hipótese sobre a traição de Judas: Judas queria que Cristo se mostrasse como o Messias de Israel, libertador, combatente, político. Por conseguinte, não via mais no rosto de Jesus o Senhor, mas apenas um Rabi, um Mestre, e quer forçá-lo a fazer aquilo que ele deseja.

Sair pelas ruas a buscar os pagãos e os publicanos

A segunda reflexão que a meditação matutina quer provocar é sobre o que se pode fazer por quem se encontra distante da fé. É preciso sair à procura dos pecadores, recordou o franciscano que contou uma experiência:

“Vivo com uma comunidade de jovens que fazem duas missões populares por ano. Brinco com eles porque saem para dançar, entram nas discotecas e vão aos pubs. Eu, naturalmente, como professor não me permitiria fazer algo assim e, portanto, brinco com meus frades. E são muitos anos, desde que ensino, que não faço missões populares. Mas eles sabem quanta estima tenho pelo fato de ter alguém que vai ali aonde há isso que não queremos ver, há jovens quem sabe desesperados... Portanto, mesmo se não fazemos isso, devemos ser realmente gratos e solidários para com aqueles que saem pelas ruas a buscar, como dizia Jesus, os pagãos e os publicanos.”

O percurso de Judas levou-o ao suicídio após dar-se conta de seu pecado, observou o frade. Na obra “Os noivos” de Alessandro Manzoni é emblemática, nesse sentido, a conversão do Apaixonado que tem a tentação de tirar a própria vida, até que ouviu o repicar dos sinos. Retornam a sua memória as palavras de sua amada Lúcia sobre Deus que perdoa tantas coisas por uma obra de misericórdia. Em seguida – ainda citando Manzoni –, tem lugar o encontro com o Cardeal Federigo Borromeo, que lamenta não ter sido ele por primeiro a ir encontrá-lo. São páginas de fé, que convidam a ir em busca dos pecadores, ressaltou.

Foram também evocadas palavras do Papa Francisco numa homilia da missa na Casa Santa Marta, quando a propósito dos sacerdotes que rechaçam Judas, falou do clericalismo: Judas foi descartado, traidor e arrependido não foi acolhido pelos pastores que eram intelectuais da religião com uma moral feita a partir da sua inteligência e não da revelação de Deus.

Os suicídios do nosso tempo. Ajudar os cristãos a não perder a fé

E falando do suicídio de Judas, Pe. Michelini não esqueceu a atualidade com os suicídios assistidos e os suicídios de jovens. Daí, o ponto de agarra para uma pergunta dirigida aos pastores:

“Como podemos ajudar os cristãos do nosso tempo a não perder a fé, a retomar consciência da própria fé, aquela da qual se fala no Novo Testamento, a fé alegre, totalizadora, a adesão à pessoa de Jesus, o que podemos fazer para que não mais ocorram esses suicídios?”

Tratou-se de uma meditação com traços fortemente existenciais sobre a fé, sobre nossas interpelações e sobre a missão da Igreja no mundo. (RL / DD)

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Sexta meditação nos Exercícios espirituais: os sonhos de Deus e a sede de poder

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Ariccia (RV) - O pregador dos Exercícios espirituais propostos ao Papa e à Cúria Romana, Pe. Giulio Michelini, fez na parte da tarde desta quarta-feira (08/03) a sexta meditação, a qual foi centralizada no processo sofrido por Jesus e a mulher de Pilatos (Mt 27,11-26).

Tratou-se de uma meditação escrita com a participação de um casal de esposos, os cônjuges Mariateresa Zattoni e Gilberto Gillini, com os quais o religioso franciscano colabora há vários anos pregando exercícios espirituais às famílias e para outros encontros de formação, e com os quais escreveu vários livros que apresentam uma dúplice forma de leitura do texto bíblico, exegética e contextual familiar.

O frade menor disse que a leitura e a exegese da Sagrada Escritura não são prerrogativa dos consagrados ou dos especialistas, e que os casais e as famílias devem ser ajudadas a praticá-las, algo que até agora não parece ter sido feito pela Igreja de modo convicto, afirmou Pe. Michelini.

Num primeiro ponto, o pregador deteve-se sobre a escolha feita por Pôncio Pilatos, entre Jesus e Barrabás, e recordou a interpretação reportada por Bento XVI em relação a uma variante textual registrada por Orígenes, sobre o nome de Barrabás, o mesmo de “Jesus”.

Em seguida, explicou como isso é importante para entender o complexo sistema com o qual o evangelista São Mateus vê a eficácia do sangue de Jesus para o perdão dos pecados. Porém, esse sistema teológico apresentado por Mateus não nos deve levar a perder de vista a dimensão humana de um fato aparentemente evidente e que é de uma gravidade inaudita: dois homens – e não simplesmente dois cabritos (como os que Mateus teria imaginado, reconstruindo a cena do Yom Kipur para ilustrar a morte do Messias) – estão um diante do outro, e somente um sobreviverá.

O pregador dos Exercícios espirituais evocou o romance de William Styron, A Escolha de Sofia, no qual fala de uma jovem mãe obrigada por um oficial nazista a escolher qual dos dois filhos ser assassinado.

Pe. Michelini concluiu que, infelizmente, durante séculos o povo judeu foi acusado pelos cristãos de deicídio. Definitivamente, essa acusação absurda foi desfeita em todos os níveis. Mas não podemos esquecer que segundo a paixão narrada por São Mateus essa acusação jamais deveria ter tido êxito, nem mesmo do ponto de vista simplesmente lógico: porque, como no caso de Sofia, que é obrigada a escolher que sua própria garota seja assassinada, a responsabilidade dessa terrível decisão é de quem colocou a multidão na condição de escolher, ou seja, o prefeito romano.

No segundo ponto, Pe. Michelini leu a contribuição dos cônjuges Gallini-Zattoni. Eles evidenciaram como no jogo de poder masculino, a cumplicidade entre um sumo sacerdote e Pilatos, irrompe a voz tênue de uma mulher, mas somente através de um mensageiro, porque “enquanto os homens jogam sua partida não lhe é permitido aproximar-se”.

A mulher de Pilatos pode, porém, legitimar-se diante destes homens porque, diz, “muito sofreu” (Mt 27,19) por causa daquele “justo”, Jesus.

Por fim, foram examinados os cinco sonhos do Evangelho da infância segundo São Mateus, e o sonho da mulher de Pilatos. Esses sonhos devem ser vistos em seu conjunto, porque apresentam aquilo que podemos chamar o “sonho de Deus”: a salvação do Filho (que mediante os sonhos do início do Evangelho escapa de quem quer matá-lo).

Mas se José e os Magos entendem aquilo que devem fazer, e apesar da fragilidade daquilo que receberam o colocam em prática (segundo o midrash, o sonho é somente “um sexagésimo” da profecia); Pilatos, por sua vez, não ouve a voz da mulher, não ouve os sonhos, – como Herodes – está interessando unicamente em preservar o poder. (RL)

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Coragem e harmonia: as mulheres segundo Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - Esta é a opinião do Papa Francisco: as mulheres são mais corajosas que os homens. Nestes quatro anos de pontificado, o Pontífice não perdeu a oportunidade de falar o que pensa das mulheres, dentro e fora da Igreja. 

Em catequeses ou homilias, Francisco faz uma verdadeira ode à figura feminina.

Como por exemplo na homilia de 9 de fevereiro passado, em que o Papa afirmou que para entender uma mulher antes é necessário “sonhá-la”. É a mulher, reconheceu, “que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”. Sem a mulher não há harmonia no mundo. E se “explorar as pessoas é um crime de lesa humanidade, explorar uma mulher é mais do que um delito e de um crime: significa destruir a harmonia que Deus quis proporcionar ao mundo”.

Desafios

Mas Francisco está consciente dos desafios que as mulheres devem enfrentar, inclusive dentro da própria Igreja. O Papa confessou que sofre com vê as mulheres desempenhando um papel de servidão em ambientes eclesiais (discurso aos participantes do Seminário sobre a Carta Apostólica de João Paulo II “Mulieris dignitatem” em 12 de outubro de 2013).

E reconheceu (no diálogo que manteve com as participantes na plenária da União Internacional das Superioras-Gerais - UISG, em maio de 2016): “É verdade que as mulheres são excluídas dos processos decisórios na Igreja: não excluídas, mas é muito frágil a inserção das mulheres ali, nos processos decisórios”. Qual é a presença da mulher na Igreja? De que modo pode ser valorizada? “O papel da mulher na Igreja não é feminismo, é um direito!

Mudanças

Aos poucos, algo vem mudando no Vaticano.... Francisco instituiu uma Comissão de Estudo para o diaconato feminino, nomeou uma reitora para uma Universidade Pontifícia, o Pontifício Conselho para a Cultura criou uma Comissão, as funcionárias do Vaticano se organizaram numa Associação... são pequenos passos numa longa caminhada, considerando por exemplo que de cada 100 religiosos, 83 são mulheres. Como diz o próprio Papa, a “Igreja é mulher”. 

“Este é o grande dom de Deus: nos deu a mulher. No Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher. Mas é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela o mundo não seria belo, não seria harmônico. Gosto de pensar, mas isso é algo pessoal, que Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe.”

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Papa visita a Paróquia de Santa Madalena de Canossa

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco visitará, na tarde do próximo domingo (12/03), a Paróquia romana de Santa Madalena de Canossa, situada no bairro Ottavia. 

O pontífice será acolhido pelo Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, pelo bispo auxiliar do setor oeste da cidade, Dom Paolo Selvadagi, pelo Pároco Giorgio Spinello, e pelo Superior Geral da Congregação dos Filhos da Caridade (Canossianos), Pe. Giorgio Valente, aos quais a Paróquia de Santa Madalena de Canossa foi confiada desde a sua criação, em 1988.

Durante a visita, o Papa encontrará os jovens, as religiosas Filhas da Caridade (Canossianas) junto com a Superiora Geral, Annamaria Babbini, os doentes, idosos, pais cujos filhos foram batizados em 2016 (65 ao todo), agentes pastorais, catequistas e voluntários da Caritas. O Santo Padre confessará quatro pessoas da paróquia: um adolescente, um jovem e dois adultos (um homem e uma mulher), e depois presidirá a missa. A celebração eucarística será animada por cinquenta membros dos três coros da paróquia. 

A Paróquia Santa Madalena de Canossa é uma comunidade viva, formada por muitas famílias jovens. A paróquia foi entregue por São João Paulo II aos Canossianos por ocasião da canonização da fundadora Santa Madalena de Canossa, em 2 de outubro de 1988. A primeira missa celebrada na paróquia foi em 24 de março de 1996 e o Papa Wojtyla a visitou em 21 de abril do mesmo ano. 

Segundo o Pároco Giorgio Spinello, o Papa “encontrará também as crianças da catequese e o grupo de Escoteiros da Europa que farão algumas perguntas ao Santo Padre e entregarão ao Pontífice algumas cartas nas quais expressam a alegria pela visita, asseguram sua oração e pedem orações pela paz no mundo”. 

O sacerdote ficou muito surpreso quando foi contatado, antes do Natal, pelo Cardeal Vallini que lhe deu esta bela notícia. “Imaginei tudo, menos a visita do Papa. Não consegui proferir uma palavra por alguns minutos. Senti uma alegria indescritível”, disse o padre.

Pe. Spinello é responsável pela paróquia há dez anos. Segundo ele, “as novas construções incentivaram muitas famílias jovens a se transferir para essa periferia, e os pais envolvidos no caminho espiritual dos filhos participam da vida da comunidade”.

Os grupos que trabalham na Paróquia de Santa Madalena de Canossa são muitos, dentre os quais “Missões” que leva adiante o projeto “Casa Amiga” no Brasil, onde os religiosos canossianos estão presentes há vários anos. 

A Caritas é um ponto de apoio da paróquia e conta com a colaboração de voluntários das paróquias de Santa Madalena de Canossa, Santo Hilário de Poitiers e São Máximo na assistência a 50 pessoas, sobretudo jovens desempregados, aos quais são distribuídos alimentos toda primeira e terceira quinta-feira do mês. 

Existe também o empório, iniciado com a colaboração da Prefeitura e 13 paróquias que cuidam de seu abastecimento. As famílias que precisam de uma ajuda temporária que varia de três meses a um ano têm acesso a esse armazém. 

(MJ)

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Visita do Papa Francisco ao Instituto Penitenciário San Vittore

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Cidade do Vaticano (RV) – A cidade de Milão se prepara para receber o Papa Francisco no próximo  dia 25 de março. Na ocasião, o Papa visitará o Instituto Penitenciário San Vittore. Na tarde do mesmo dia, o Papa celebra uma missa na cidade de Monza.

O clima  entre os detentos de San Vittore é de expectativa e excitação, Francisco será o primeiro Pontífice a visitar o Instituto. Cartas emocionadas foram escritas por eles ,com pedidos de oração, de perdão e até mesmo palavras de arrependimento e confissão dos pecados.

“Caro Papa Francisco, honestamente não sou muito religioso, peço que reze por minha família, e para que eu possa encontrar um novo sentido para a minha vida com paz e serenidade”, escreveu Ivan.

Massimo, outro detento  também afirma que não tem fé, mas espera Francisco como um irmão. “Eu roubei a serenidade da minha mãe e matei a confiança do meu pai.” Já,  Alfredo pede ao Papa  o milagre de perdoar todos os  seus erros, lembrando todas a vezes que feriu alguém pedindo a graça de voltar a ser como uma criança e não mais pecar. “Essas más ações  me afastaram  da minha família”, lamentou.

Já Mustapha, muçulmano, diz que se sente acolhido pelo Papa Francisco, que não faz distinção de sexo, raça ou doutrina religiosa, e pede ainda que o Papa continue a transmitir fé aos prisioneiros ajudando-os a saírem de seus vícios.  

São histórias de sofrimento, de dores, causadas a si mesmo e aos outros. Nem todos os prisioneiros poderão falar com o Papa ou almoçar com ele, será uma visita de algumas horas, uma visita que não vai ser formal, mas será um encontro de almas. (MD)

 

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Encontro histórico no Vaticano: Alabardeiros de Monza e Guarda Suíça

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Cidade do Vaticano (RV) - O dia 26 de abril testemunhará um encontro histórico no Vaticano. Pela primeira vez, os dois únicos Corpos de Guarda da Igreja - a Guarda Suíça e os Alabardeiros de Monza (Corpo Alabardieri del Duomo di Monza) - estarão lado a lado, durante a Audiência Geral.

"É um acontecimento histórico. Pela primeira vez os únicos Corpos armados da Igreja se encontrarão", afirma Giorgio Villa, 72 anos, ex-empreendedor e há quatro anos Comandante do Corpo dos Alabardeiros de São João. A expectativa pelo encontro é grande, como contou ao Corriere della Sera-Milão:

"Devemos aprontar as divisas, pois as nossas remontam aos tempos de Maria Teresa da Áustria e tem as mesmas cores daquelas dos guardas suíços. Faremos algum ensaio de marcha, depois, temos que preparar a expedição dos alabardes e das espadas. Já conseguimos a permissão da Prefeitura para serem transportadas de Monza a Roma e  para fazê-las entrar em São Pedro. Nós, pelo contrário, iremos de trem com as nossas divisas".

O Corpo de Guarda de Monza deverá se apresentar no Vaticano às 8 da manhã do dia 26. Vestidos com seus uniformes, e usando espada e alabarde, estarão ao lado do Santo Padre durante a Audiência Geral das Quartas-feiras. "Pela primeira vez, prestaremos serviço ao lado da Guarda Suíça", diz Giorgio, sem esconder a emoção.

"A Guarda Suíça é conhecida em todo o mundo. Infelizmente - observa -  os alabardeiros de Monza têm uma história antiguíssima, mas são pouco conhecidos mesmo entre os próprios moradores de Monza, salvo aqueles que frequentam as celebrações no Duomo. Somos um grupo de vinte voluntários, mas buscamos sempre novos recrutas".

Assim como o é para a Guarda Suíça,  também para ser alabarde existem algumas exigências. Pelo Estatuto, o recruta "deve ter entre 20 e  40 anos, de comprovada fé católica e cidadania italiana".

Quem demonstra interesse em entrar no Corpo de Guarda, passará por uma entrevista do comitê de seleção que, com voto secreto, decidirá pela admissão ou não do candidato.

A cerimônia de juramento realiza-se sempre em 23 de junho e o primeiro serviço é prestado no dia sucessivo, por ocasião do dia de São João.

Giorgio Villa conta que o primeiro documento escrito que testemunha a existência dos Alabardeiros remonta a 1700. No entanto, um Edito de Maria Teresa da Áustria, da metade do século XVIII, afirma que o Corpo existe "desde tempos imemoráveis".

De qualquer maneira, a história dos Alabardeiros está intimamente ligada ao Duomo de Monza. Nasceram como guardas pessoais da Rainha Teodolinda, no século VI, e como guardiões do tesouro custodiado no, inicialmente Oraculum e mais tarde Duomo, por ela mandado construir às margens do Rio Lambro.

Atravessam os séculos como custódios dos tesouros que a Basílica de São João Batista preserva em seu interior.

Os Alabardeiros inserem-se, provavelmente, entre os tantos privilégios concedidos ao Diácono custódio do Duomo (depois Arcipreste a partir do ano 879) por Papa, Imperadores e Reis, que se sucederam ao longo da história.

Estão sob as ordens do Arcipreste do Duomo que, junto com o Vaticano e a Guarda Suíça,  é a única Igreja no mundo a dispor de guardas armados durante as sacras funções mais importantes, somando doze Alabardeiros mais um Chefe, todos vestindo uniformes desenhados no século XVIII, tecido azul bordado em ouro e armados de espada e alabarde.

Alabarda: antiga arma composta de longa haste, que é rematada por peça pontiaguda de ferro, atravessada por lâmina em forma de meia-lua. (Houaiss)

(JE/Corriere della Sera/Milan)

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Igreja no Brasil



Nomeações: Arcebispo da Paraíba e Auxiliar para BH

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Cidade do Vaticano (RV) – A Arquidiocese de Belo Horizonte ganhou um Auxiliar: o Papa nomeou Bispo o Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.SS.R., até então Formador dos estudantes de Teologia da Província Redentorista em Belo Horizonte. 

O sacerdote nasceu em 27 de outubro de 1970 em Araraí, Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, no Estado do Espírito Santo.

Estudou Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora (1986-1990), onde mais tarde fez a Licenciatura (2009-2011) e a Graduação (2011-2013) em Ciência da Religião. Estudou Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) em Belo Horizonte (1993-1996) e fez especialização em Psicologia em Juiz de Fora (2003-2006). 

Emitiu a profissão religiosa como Redentorista em 12 de dezembro de 1992 e foi ordenado sacerdote em 16 de novembro de 1996. Dentro de sua Congregação, desempenhou os seguintes cargos: Promotor vocacional (1997); Formador do Pré-Noviciado (1998-2002) e dos Aspirantes (2003-2005); Presidente da União dos Redentoristas do Brasil (2005-2011); Superior Provincial da Província do Rio de Janeiro-Minas Gerais-Espírito Santo por três mandatos consecutivos (2005-2014); Membro da Academia Alfonsiana de Roma (desde 2012). Atualmente, é Formador dos estudantes de Teologia da Congregação Redentorista (Província do Rio) em Belo Horizonte.

Paraíba tem novo Arcebispo

O Papa Francisco fez também uma transferência, nomeando Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese da Paraíba Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, O.F.M.Cap. Até então, Dom Manoel era Bispo da Diocese de Campina Grande (PB).

O novo Arcebispo nasceu em 10 de julho de 1954 em Biritinga, Arquidiocese de Feira de Santana, no Estado da Bahia. Emitiu a profissão perpétua na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em 17 de janeiro de 1978 e foi ordenado sacerdote em 5 de julho 1980.

Em 5 de julho 2006 foi nomeado Bispo de Caicó e recebeu a ordenação episcopal no dia 24 de setembro no mesmo ano. Em 8 de agosto de 2012 foi transferido para a Diocese de Campina Grande.

Atualmente, é Vice-Presidente da Conferência Episcopal Regional Nordeste 2, que compreende os estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

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Inaugurada capela na aldeia indígena em Douradina/MS

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Douradinha (RV) – O último domingo, 5 de março, foi um dia festivo e especial na Aldeia Indígena Guarani Kaiowa Itay, em Douradina/MS. Com a comunidade reunida, desde crianças até os anciãos, foi inaugurada a Comunidade Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, a primeira igreja católica nessa localidade. A Capela pertence à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Diocese de Dourados/MS, que cuida da formação catequética dos índios.

A celebração teve início às 9 horas, com a oração do Terço seguida pela Santa Missa. Presidiu a Eucaristia o Pe. Odair José Boscolo, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e assistente eclesiástico da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt na Diocese.

Após o Terço houve a apresentação de um ritual indígena, com um símbolo sagrado para a aldeia, invocando a presença de Deus pela unidade dos povos, entre brancos e índios. Seguindo em procissão, dançando e cantando, entraram na capela para participar da Missa com os ‘irmãos brancos’ convidados. De Douradina, participaram vários missionários da Campanha da Mãe Peregrina e Legionários de Maria, que foram em um ônibus até a aldeia. Participou também o prefeito da cidade, João Jorge Sossai, com sua família.

No começo da celebração, Pe. Odair entregou o quadro com a imagem da Mãe e Rainha para o cacique Joel Hilton, que o colocou na parede, ao lado do altar, enquanto todos cantavam o Hino da Mãe Peregrina. Também durante a Missa foram entoados vários cantos na língua guarani.

Na homilia, Pe. Odair diz que o céu se alegra e o coração de Deus está em festa, porque nesse dia 5 de março Jesus se faz presente na comunidade, junto com a sua Mãe Santíssima e todos os anjos e santos. Ele se diz agradecido a Deus por tê-lo chamado para essa missão, por ter falado ao seu coração para que fosse até os irmãos indígenas. Por fim, pediu à Mãe Três Vezes Admirável que se estabeleça e faça dessa capela sua morada entre seus filhos, para que a Aldeia, a partir desse dia, se torne um lugar sagrado.

Era um sonho que virou realidade

Para a conquista da capela, os moradores da aldeia se empenharam em reformar um barracão e prepará-lo, com todo o carinho, para consagrá-lo aos cuidados da Mãe de Deus. “Estou muito contente com o Pe. Odair, com a Mãe e Rainha aqui. Só Deus sabe como agradeço por tudo”, comenta o cacique Joel Hilton, cujo nome indígena é Qui-Yrussú.

A filha do cacique, Ifigeninha Irto, comenta a alegria de ter uma comunidade católica entre eles: “Nós vamos receber todos os sacramentos. Esse era o meu sonho e agora que foi realizado, eu agradeço por tudo a Deus e à Mãe e Rainha. As crianças estão muito felizes, cada vez que a gente tem catequese, nos sábados de manhã, eles já ficam prontinhas esperando”. E acrescenta: “Para mim, ter a Mãe e Rainha aqui é uma grande honra. Através dela a gente vai ter muitas oportunidades, prosperidade, saúde...  acredito que ela vai acompanhar nossa luta, ela vai abraçar todos os nossos irmãos dessa comunidade”.

O casal de Douradina, Elza e Francisco Rodrigues, acompanha os trabalhos missionários realizados entre os índios. Eles contam sobre a inauguração da capela: “Esse dia é um sonho realizado. Desde que fizemos as primeiras visitas, o sonho deles era criar uma capela, uma igreja católica. Hoje é um dia de realização, porque Deus está presente nesse momento aqui e continuará conosco”.

Após a celebração da Missa os índios fizeram apresentações culturais e em seguida o almoço foi servido, reunindo todos como uma só família – brancos, negros, índios: uma família muito amada pelo Pai e pela Mãe e Rainha.

(Glicéria Potrich /Karen Bueno)

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Igreja no Mundo



Fr. Cantalamessa: Guardar-se do deus dinheiro, que se encarrega ele mesmo de punir seus adoradores

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Cidade do Vaticano (RV) -  Da misericórdia que "ressoa em modo novo" à necessidade de guardar-se do deus dinheiro, "grande Velho" falso e mentiroso,  que "se encarrega de punir ele mesmo os seus adoradores”, e o alerta de que o outro "é uma palavra que se vê" e o Lázaro de hoje "não é mais uma pessoa, mas um continente, ou até mesmo, um hemisfério". 

Na primeira Quaresma após o Jubileu da Misericórdia, o Pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, traçou para a Agência Sir (da Igreja italiana) um panorama deste tempo forte do ano litúrgico.

Misericórdia

Após o Jubileu - observa o pregador - a  palavra "misericórdia" "evoca gestos, comportamentos e uma praxis eclesial bem precisa. O próprio exemplo do Papa indicou toda uma série de aplicações concretas, de âmbitos novos e atuais onde encarnar a bem-aventurança dos misericordiosos".

"Antes ainda do dever de ser misericordiosos - continuou - o Papa Francisco insistiu na misericórdia como dom de Deus à humanidade que assumiu um rosto humano em Cristo. A misericórdia dos homens e da Igreja - disse ele -  não é a causa, mas o efeito da misericórdia de Deus".

Neste sentido, "a Parábola do servo mau que, perdoado não soube por sua vez perdoar a quem lhe devia cem míseros denários, fixou para sempre a relação existente entre as duas faces da misericórdia segundo o Evangelho".

A palavra é um dom

O frei capuchinho recorda que a mensagem do Santo Padre para a Quaresma deste ano "é centrada na relação entre a Palavra que Deus dirige a cada pessoa por meio do Evangelho e a palavra viva que é cada irmão, sobretudo o pobre e o necessitado". Santo Agostinho, neste sentido, define a palavra como "um sacramento que se ouve" e o sacramento "uma palavra que se vê". Assim, o Papa nos recorda que "o outro é uma palavra que se vê".

"O rico epulão - explica o Pregador da Casa Pontifícia - não soube ver esta palavra no pobre Lázaro; tendemos - nos adverte o Papa - a fazer o mesmo também nós com os inúmeros "Lázaros" que existem nas nossas portas e pelas nossas ruas".

Para o Frei Raniero, "nunca se fará o bastante em termos de misericórdia espiritual e corporal, mesmo porque as necessidades são imensas e objetivamente superiores às forças humanas".

No entanto, isto "não deve fazer com que fechemos nossos olhos para as iniciativas extraordinárias de solidariedade, que sob diversas formas, religiosas ou leigas, estão em andamento no nosso mundo ocidental, também graças ao exemplo pessoal e aos contínuos apelos do Papa Francisco".

"O bem não faz barulho e o barulho não faz bem" - sublinha - e isto fica "particularmente evidente nas obras de misericórdia, sobretudo da misericórdia corriqueira e capilar".

"Ouvimos falar continuamente - observa o Frei Raniero - de escândalos financeiros e de apropriações indevidas, mas raramente das tantas, pequenas ou grandes "expropriações" voluntárias".

Corrupção e o deus dinheiro

O Papa Francisco, em sua  mensagem para a Quaresma, também toca num tema que lhe é muito caro: a corrupção. E fala do dinheiro como o "ídolo tirânico".

Neste contexto, o Pregador da Casa Pontifícia recorda que nos anos 70 e 80 na Itália, "as inesperadas reviravoltas políticas, os jogos ocultos de poder, o terrorismo e os mistérios de todo tipo" que afligiam a convivência civil, fizeram com que se firmasse a ideia, "quase mística, da existência de um "grande Velho": um personagem astuto e poderoso, que por detrás do panos teria influenciado tudo, com um fim somente por ele conhecido. Este "grande Velho" - sublinha Raniero - realmente existe, não é um mito; chama-se Dinheiro!".

E como todos os ídolos - alerta - "o dinheiro é falso e mentiroso". Promete a segurança, ao invés disto, a tira; promete liberdade, e ao invés disto, a destrói" .

"Homens ocupando cargos de responsabilidade, que não sabiam mais em qual banco ou paraíso fiscal depositar seus ganhos com a corrupção, acabaram no banco dos réus, ou na cela de uma prisão. Para quem o fizeram? Valia a pena fazê-lo? Fizeram realmente o bem dos filhos e da família, ou do partido, se é isto que buscavam? Ou simplesmente acabaram arruinando a si mesmos e aos outros? O deus dinheiro se encarrega ele mesmo de punir os seus adoradores".

Sacramento da Penitência

No Jubileu da Misericórdia, o Papa enviou os missionários da misericórdia, também para dar uma maior centralidade ao Sacramento da Penitência. Para Raniero Cantalamessa, a postura que se tem atualmente em relação ao Sacramento da Reconciliação "espelha a tendência existente em todas as Igrejas cristãs e na prática religiosa em geral". Isto é, "a confissão é praticada por um número menor, muito menor (de fieis) em relação ao passado, mas aqueles que se aproximam dele, o fazem, de forma geral, com uma convicção maior do que em outros tempos".

O frei capuchinho acredita que, atendendo aos numerosos apelos do Papa neste sentido, seria necessário "fazer da confissão um sinal de autêntica conversão do coração".

"Existem pecados que nós sacerdotes quase nunca ouvimos  mencionados no confessionário e que são muito difusos na vida e uma verdadeira chaga da sociedade: aqueles que dizem respeito ao modo de administrar ou de buscar dinheiro".

"Esperemos - concluiu Frei Raniero Cantalamessa - que o comentário que o Papa faz em sua mensagem para a Quaresma da parábola evangélica, não seja lido e ouvido somente pelos tantos Lázaro, mas também por algum rico epulão".

(JE/SIR)

 

 

 

 

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Pe Samir: pouco se faz para proteger cristãos coptas em fuga do Sinai

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Cairo (RV) - No Egito continua o êxodo das famílias cristãs da Península do Sinai, após o assassinato de sete coptas nas últimas três semanas por jihadistas ligados ao autoproclamado Estado Islâmico.

Sobre estes últimos acontecimentos, a Rádio Vaticano conversou com o jesuíta egípcio Padre Samir Khalil Samir, docente de islamismo no Pontifício Instituto Oriental de Roma.

"Aumentaram nos últimos meses os ataques de grupos de fanáticos contra os cristãos, sob qualquer pretexto. Estes jihadistas querem libertar toda a Península do Sinai para fazer dela uma nova terra de conquista. Como estão perdendo terreno na Síria e no Iraque, então buscam um refúgio no Sinai para continua a luta. E como ali existe uma pequena concentração de cristãos egípcios, era uma "bela ocasião" para dar dois golpes com um só tiro: recuperar todo o Sinai e combater os cristãos. No pensamento de alguns dos fanáticos, em teoria o cristão tem pleno direito de viver junto aos muçulmanos, mas não tendo os mesmos direitos, além de ter que aceitar ser submetido ao sistema islâmico, com o pagamento de um tributo. Mas os jihadistas vão além destas normas e consideram os cristãos como inimigos".

RV: Na sua opinião, o governo egípcio faz o bastante para tutelar os cristãos coptas na Península do Sinai?

"Não pensou em fazer nada de especial, porque o governo já passa por dificuldades com os terroristas do Sinai, buscando proteger seus militares que regularmente sofrem perdas. Algo bonito a ser destacado, é que os refugiados foram acolhidos em Ismailia, no Canal de Suez, não somente por cristãos evangélicos, mas também por muçulmanos, e o governo procura ajudá-los. No entanto, perderam tudo aquilo que haviam construído ao longo dos anos".

RV: No Cairo, durante uma recente conferência organizada pela Universidade de Al-Azhar sobre "Liberdade e cidadania", o Grão Imame Al-Tayyeb condenou esta nova espiral de violência contra os cristãos no Sinai. Quanto contam estas palavras?

"São palavras que ele deve dizer e penso que sejam sinceras. Mas isto não significa que no terreno poderá fazer ou fará alguma coisa. Ele organizou este grande evento sobre "Liberdade e cidadania", convidando muitas pessoas, cristãos, em particular. Estavam presentes os Patriarcas do Oriente Médio. O princípio que emergiu é muito importante: não fazer distinção entre cidadãos por causa da religião. Ou somos todos cidadãos ou não existe mais um país. Este é um grande passo em frente, que deve ser levado a sério e concretizado até as últimas consequências. É isto que nós pedimos. "Cidadão" significa também reconhecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde não existe diferença segundo a religião, ou segundo o sexo ou segundo qualquer outro critério. Atualmente existe esta distinção, por exemplo no caso da herança; no sistema muçulmano aplicado no Egito, a mulher recebe a metade em relação ao que recebe o homem, os seus irmãos. Também a questão do divórcio: o homem tem sempre o direito de mandar embora a mulher com uma simples decisão. O Presidente al-Sissi, há duas semanas, pediu oficialmente que seja cancelada esta norma. Infelizmente, Al-Azhar recusou dizendo: "Esta norma já existia no tempo do Profeta, não podemos tocá-la".

(FC/JE)

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Egito: Crescente Vermelho ajuda cristãos coptas em fuga do Sinai

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Cairo (RV) - Já são mais de 259 as famílias coptas egípcias que abandonaram a cidade de Al-Arish, capital do governatorato do Sinai do Norte, palco dos últimos episódios de violência contra forças de segurança e a comunidade cristãs local.

A informação é do Departamento para a Solidariedade Social do Governatorato na Península do Sinai, que revela ainda que as famílias em fuga foram acolhidas em treze diferentes Províncias do país.

"As centenas de famílias coptas - referiu à Asianews Monier Abul-Khair, Diretor do Departamento - foram transferidas para locais seguros no Cairo, Ismailia, Port Said, Dakahlia, Assiut, Minya, Qaliubiya, Sohag, Giza, Fayoum, Beni Suef, Sharqiya e Gharbiya.

Nova onda de violência contra cristãos

A fuga dos cristãos é o resultado dos ataques ocorridos nas últimas semanas e que provocaram a morte de sete pessoas, além de algumas moradias queimadas. A brutal e inesperada onda de violência semeou pânico dentro da comunidade copta que vive na cidade de Al-Arish.

Por trás dos ataques estão terroristas que atuam na península do Sinai e que declararam aliança com o Estado Islâmico, anunciando uma série de ataques contra a minoria cristã.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, um líder jihadista local lançou um apelo aos milicianos de todo o mundo para que lancem novos ataques contra o governo do Cairo, com o objetivo de obter a libertação de alguns presos no passado.

Entre os episódios mais graves desta nova onda de violência, insere-se o atentado suicida em 11 de dezembro passado contra uma igreja copta-ortodoxa no Cairo, que deixou 29 mortos.

Ajuda do Crescente Vermelho

Diante da violência, o Presidente egípcio al-Sissi presidiu uma reunião com os responsáveis pela segurança. O mandatário pediu às autoridades competentes para que deem o máximo de apoio às famílias cristãs desabrigadas, garantindo a todos ao menos o mínimo necessário para a sobrevivência.

Esta emergência soma-se às já precárias condições econômicas de um país que, devido à desvalorização da moeda e da queda vertiginosa do número de turistas, corre o risco de mergulhar numa crise ainda mais grave.

Por outro lado, digno de registro é o empenho voluntário de muitos jovens que decidiram dedicar o seu tempo na assistência às famílias necessitadas. A eles, juntaram-se também voluntários locais do Crescente Vermelho (versão árabe da Cruz Vermelha).

A Casa da Fatwa (Dar al-Ifta al-Misryah) - organismo egípcio presidido pelo grão Mufti do Egito e encarregado de divulgar pronunciamentos  com orientação e dirimir dúvidas e controvérsias em relação à aplicação dos preceitos do Alcorão - divulgou um comunicado onde condena a onda de homicídios, sublinhando que a campanha orquestrada por grupos jihaditas contra os cristãos autóctones do Egito, visa explicitamente sabotar a unidade nacional.

Neste clima de crescentes tensões, registra-se, porém, um novo freio à liberdade religiosa. No último domingo, em Minya, no alto Egito, as forças de segurança impediram os coptas do povoado de Ezbet Nakhla de abrir a Igreja de Mar Mina e celebrar a Missa.

(JE/ASIANEWS)

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Formação



Gaudium et Spes e a criação

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar dos documentos conciliares, voltando a falar na edição de hoje da Constituição Pastoral Gaudium et Spes

A Constituição Gaudium et Spes provocou uma mudança de perspectiva da Igreja. "Reencontrar o mundo contemporâneo, não para dominá-lo, mas para anunciar a ele a Boa Nova de Jesus Cristo", é a proposta do documento que influenciou o plano pastoral e a reflexão teológica de hoje.

Neste contexto, insere-se o cuidado com a criação onde está mergulhado o homem, a mais bela obra feita pelas mãos do Criador. Na esteira de Francisco - que desde o início do pontificado exorta os cristãos e pessoas de boa-vontade a cuidar de nossa "casa comum" - a CNBB escolheu como tema da Campanha da Fraternidade 2017, o cuidado com os biomas brasileiros.

Na reflexão de nosso programa de hoje, Padre Gerson Schmidt nos fala da ligação entre Gaudium et Spes e a Campanha da Fraternidade:

"A Constituição Pastoral Gaudium et Spes leva a marca do Concílio Vaticano II tal como imaginou João XXIII: a pastoral voltada à inserção da Igreja no mundo atual, promovendo seu aggiornamento, palavra italiana que significa “renovação”, para que assim a Igreja volte a ser significativa na vida da pessoa humana contemporânea, levando o Evangelho ao homem concreto no mundo atual. A Igreja precisa ser uma resposta para o mundo, não centrada simplesmente sobre si mesma, enclausurada em seus muros. O Papa Francisco nos aponta atualmente a necessidade ainda maior de uma Igreja “em saída”.

Paulo VI também o afirmava, ao ver o documento provocar a reintrodução da Igreja na sociedade contemporânea. A partir daí, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem”, passaram a ser, mais do que nunca, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (GS 1). Tudo o que é verdadeiramente humano “ressoa no coração” dos discípulos, no coração da Igreja. Duas primeiras constatações a serem feitas.

A primeira é que a Igreja reencontra seu caminho de ação, ao reencontrar-se com a humanidade atual. Afinal, a comunidade eclesial é constituída por seres humanos, e suas preocupações são também as preocupações da Igreja. A segunda é que a Igreja se vê como discípula de Cristo e, tal como ele, enviada em primeiro lugar aos últimos do mundo, “os pobres e todos os que sofrem”.

Estes são, por assim dizer, os destinatários primeiros da mensagem e da ação da Igreja. Importante dizer o quanto a Gaudium et Spes influenciou a mudança de perspectiva da Igreja do Concílio até hoje. Essa influência se percebe no plano pastoral, mas também no plano teológico. Muito do que temos na riqueza da reflexão teológica de hoje se deve à Gaudium et Spes e sua proposta de reencontrar o mundo contemporâneo, não para dominá-lo, mas para anunciar-lhe a boa-nova de Jesus Cristo, levando o Evangelho em todas as criaturas e a todas estruturas.

Nesse contexto, fazemos aqui uma ponte com a Quaresma e o tema da CF desse ano que tem como tema os biomas brasileiros, nossas reservas ambientais. Digamos imediatamente que não se trata simplesmente de reservar a ecologia, mas dentra dela o ser humano, a obra mais preciosa da criação de Deus. Ao mergulharmos neste intenso tempo de jejum, esmola, oração e conversão, somos convidados a crescer na experiência da admiração, contemplação e cultivo da obra criada por Deus.

Aderindo à CF, a cada ano, podemos tornar o nosso itinerário quaresmal mais concreto, trazendo para nossa vida nesse ano o cuidado com as pessoas e com o mundo em que vivemos. Não somente numa atitude intimista, mas fraterna, conjunta. Comprometer autoridades públicas na responsabilidade com o meio ambiente. Cada um de nós, à medida que se envolve no cuidado com as questões ambientais, naturalmente percebe que este caminho precisa ser abraçado por todos, inclusive na esfera das políticas públicas. Comprometer as autoridades nesta causa pode ser uma excelente resposta de caridade à humanidade e ao planeta". 

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Atualidades



Teologia feminina: maternidade como empoderamento da mulher

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Cidade do Vaticano (RV) – A mulher e a teologia: também neste campo, o Papa pede que as mulheres assumam o protagonismo na Igreja.

Para Francisco, em virtude do seu gênio feminino, as teólogas podem e devem oferecer novas contribuições para a reflexão teológica, relevando aspectos inexplorados do mistério insondável de Cristo.

Mas existe um jeito feminino de interpretar a fé? Pode-se fala de Teologia feminina? Eis a resposta da Teóloga Maria Clara Bingemer, professora da PUC do Rio: 

“Eu acho que sim. Porque se a Teologia é expressão da escuta da revelação e da experiência da fé, a mulher experimenta a fé de maneira diferente. Não que seja melhor nem pior; é diferente. Como mulher. Eu escrevi por exemplo sobre a dimensão eucarística do corpo feminino, que só o corpo feminino tem. Só o corpo feminino é capaz de gerar outro ser, alimentar e isso é a eucaristia: Deus alimentando o seu povo com o seu próprio corpo. A feminilidade é super evocativa nesse sentido. Julia Kristeva afirma que o Ocidente perdeu o discurso sobre a maternidade e o único setor que pode resgatar isso é o Catolicismo, com a Virgem Maria  - com todas as críticas de que Maria foi um peso para as mulheres... A maternidade como empoderamento da mulher. Hoje em dia as mulheres não querem ter filhos: querem ter cachorro, gato... As mulheres estão correndo da maternidade e isso é um absurdo, porque é a coisa mais fantástica que a gente tem. Gerar: isso é um poder da mulher. Claro que muitas vezes isso foi usado como opressão: a maternidade foi agredida, foi violada, foi comercializada e isso é muito ruim. Eu acho que aqui que aí tem uma fonte de Teologia muito importante. É uma experiência que o homem não tem, portanto há um enriquecimento mútuo. E há uma maneira sim da mulher fazer Teologia, porque está marcada pela experiência corpórea.”

No Dia Internacional da Mulher, Maria Clara é a entrevistada especial do programa “Porta Aberta”. Em visita aos estúdios da Rádio Vaticano, a renomada teóloga fala da Teologia sob o pontificado de Francisco, do crescimento dos neopentecostais e dos 300 anos da imagem de Nossa Senhora. Ouça aqui: 

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