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Sumario del 11/03/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa visita neste domingo paróquia de Santa Madalena de Canossa

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco visita na tarde deste próximo domingo (12/03), a Paróquia romana de Santa Madalena de Canossa, situada no bairro Ottavia.   

O pontífice será acolhido pelo Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, pelo bispo auxiliar do setor oeste da cidade, Dom Paolo Selvadagi, pelo Pároco Giorgio Spinello, e pelo Superior Geral da Congregação dos Filhos da Caridade (Canossianos), Pe. Giorgio Valente, aos quais a Paróquia de Santa Madalena de Canossa foi confiada desde a sua criação, em 1988.

Durante a visita, o Papa encontrará os jovens, as religiosas Filhas da Caridade (Canossianas) junto com a Superiora Geral, Annamaria Babbini, os doentes, idosos, pais cujos filhos foram batizados em 2016 (65 ao todo), agentes pastorais, catequistas e voluntários da Caritas. O Santo Padre confessará quatro pessoas da paróquia: um adolescente, um jovem e dois adultos (um homem e uma mulher), e depois presidirá a missa. A celebração eucarística será animada por cinquenta membros dos três coros da paróquia. 

A Paróquia Santa Madalena de Canossa é uma comunidade viva, formada por muitas famílias jovens. A paróquia foi entregue por São João Paulo II aos Canossianos por ocasião da canonização da fundadora Santa Madalena de Canossa, em 2 de outubro de 1988. A primeira missa celebrada na paróquia foi em 24 de março de 1996 e o Papa Wojtyla a visitou em 21 de abril do mesmo ano. 

Segundo o Pároco Giorgio Spinello, o Papa “encontrará também as crianças da catequese e o grupo de Escoteiros da Europa que farão algumas perguntas ao Santo Padre e entregarão ao Pontífice algumas cartas nas quais expressam a alegria pela visita, asseguram sua oração e pedem orações pela paz no mundo”. 

O sacerdote ficou muito surpreso quando foi contatado, antes do Natal, pelo Cardeal Vallini que lhe deu esta bela notícia. “Imaginei tudo, menos a visita do Papa. Não consegui proferir uma palavra por alguns minutos. Senti uma alegria indescritível”, disse o padre.

Pe. Spinello é responsável pela paróquia há dez anos. Segundo ele, “as novas construções incentivaram muitas famílias jovens a se transferir para essa periferia, e os pais envolvidos no caminho espiritual dos filhos participam da vida da comunidade”.

Os grupos que trabalham na Paróquia de Santa Madalena de Canossa são muitos, dentre os quais “Missões” que leva adiante o projeto “Casa Amiga” no Brasil, onde os religiosos canossianos estão presentes há vários anos. 

A Caritas é um ponto de apoio da paróquia e conta com a colaboração de voluntários das paróquias de Santa Madalena de Canossa, Santo Hilário de Poitiers e São Máximo na assistência a 50 pessoas, sobretudo jovens desempregados, aos quais são distribuídos alimentos toda primeira e terceira quinta-feira do mês. 

Existe também o empório, iniciado com a colaboração da Prefeitura e 13 paróquias que cuidam de seu abastecimento. As famílias que precisam de uma ajuda temporária que varia de três meses a um ano têm acesso a esse armazém. (MJ-SP)

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Mons. Ruiz: Papa nas redes sociais,"ampliar o ministério petrino"

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Cidade do Vaticano (RV) – “Os social network são uma realidade que faz parte da cultura. Os homens e as mulheres, sobretudo, os jovens, vivem permanentemente neles. Aí partilham pensamentos, emoções e conhecimento. Portanto, a Igreja não pode se furtar. É um dever de amor ir ao encontro do homem. O Papa escolheu estar ainda mais presente e depois do Twitter, decidiu abrir um perfil no Instagram para unir a imagem com a palavra. É a maneira para prolongar o ministério petrino através da nova mídia, acompanhando as pessoas. Também aqueles que nunca poderão visitar o Vaticano ou estão doentes e impossibilitados de se movimentar. A palavra de misericórdia chega, assim, também a eles”.

Papa Francisco nos pede continuamente para sair

É o que afirma em entrevista à agência de notícias dos Bispos italianos, SIR, Mons. Lucio Adrian Ruiz, Secretário da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, que participou esta semana do workshop “Twitter Diplomacy at the Holy See” no Vaticano. Com relação aos insultos que aparecem no perfil do Papa, Mons. Ruiz acrescenta: “Jesus aceitou as cuspidas dos judeus, foi crucificado. Não se fez homem de brincadeira. Enfrentou a realidade humana: enfrentou muito mais do que um insulto na internet, foi pregado na cruz. Se Jesus aceitou a relação com o homem, muito mais deve fazer isto a Igreja. Papa Francisco nos pede continuamente para sair, também se corre o risco de se ferir na missão. É verdade que muitos comentários são feios, mas entre os 30 milhões de seguidores o número é irrelevante. A maioria das pessoas é feliz de receber a carícia do Santo Padre”.

Hackear tornou-se um jogo

“Hoje não existe nenhum sistema que não se defenda. Hackear tornou-se um jogo. Um tempo – conclui Mons. Ruiz – era reservado aos gênios. Agora os adolescentes brincam com a violação da segurança. Na Rede existem instituições que realizam uma série infinita de ações erradas. Se isto é feito como programa, torna-se um problema. Por isso o Vaticano se protege de maneira permanente como fazem todos os usuários na Rede. Nada de misterioso: quem anda de moto utiliza o capacete; quem esta na internet deve proteger as ligações”. (SP)

 

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Papa Francisco: indispensável promover o diálogo e a escuta

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no final da manhã deste sábado, no Vaticano, os voluntários do “Telefone Amigo Itália”, por ocasião dos seus 50 anos de atividades.

No seu discurso aos cerca de 400 presentes na Sala Clementina, no Palácio Apostólico o Santo Padre afirmou que essa Associação está comprometida a apoiar todos aqueles que se encontram em condições de solidão, confusão e que necessitam de escuta, compreensão e ajuda moral.

“Trata-se de um serviço importante, especialmente no contexto social de hoje,  - disse o Papa -, marcado por múltiplas dificuldades cujas origens muitas vezes se encontram no isolamento e na falta de diálogo”.

Indispensável promover o diálogo e a escuta

As grandes cidades, - continuou Francisco -, apesar de serem superpovoadas, são emblema de um gênero de vida pouco humano à qual os indivíduos estão se acostumando: indiferença generalizada, comunicação cada vez mais virtual e menos pessoal, falta de valores sólidos sobre os quais basear a existência, cultura do ter e do aparecer. Neste contexto, - reafirmou - é indispensável promover o diálogo e a escuta.

“O diálogo permite conhecer e entender as recíprocas necessidades. Primeiro, demostra um grande respeito, porque coloca as pessoas em um comportamento de abertura recíproca, para receber os aspectos melhores do interlocutor. Além disso, o diálogo é expressão de caridade, porque, mesmo não ignorando as diferenças, pode ajudar a buscar  e compartilhar caminhos em busca do bem comum”.

Dialogar ajuda as pessoas a humanizar as relações

Francisco acrescentou que através do diálogo, “podemos aprender a ver o outro não como uma ameaça, mas como um dom de Deus, que nos interpela e nos pede para ser reconhecido”. Dialogar ajuda as pessoas a humanizar as relações e a superar mal-entendidos. Se houvesse mais diálogo - um diálogo real! - nas famílias, no ambiente de trabalho, na política, seriam resolvidas mais facilmente tantas questões, afirmou o Santo Padre.

Ouvir o outro requer paciência 

Mas a condição do diálogo - acrescentou o Pontífice - é a capacidade de escutar, que infelizmente não é muito comum. Ouvir o outro requer paciência e atenção. Somente quem sabe se calar sabe escutar: escutar Deus, escutar o irmão e a irmã que precisam de ajuda, escutar um amigo, um membro da família.

“O próprio Deus é o melhor exemplo de escuta: cada vez que rezamos, Ele nos ouve, sem pedir nada e até mesmo nos precede e toma a iniciativa em atender os nossos pedidos de ajuda. A atitude de escuta, da qual Deus é o modelo, exorta-nos a derrubar os muros dos mal-entendidos, a criar pontes de comunicação, superando o isolamento e o fechamento no nosso mundo pequeno”.

O Papa finalizou que através do diálogo e da escuta podemos contribuir à construção de um mundo melhor, tornando-o lugar de acolhida e respeito, contrastando assim as divisões e os conflitos. (SP)

 

 

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Papa Francisco completa 59 anos de Vida Religiosa e 4 de Pontificado

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste dia 11 de março, o Papa Francisco completa 59 anos de vida religiosa junto à Companhia de Jesus. 

Jorge Mario Bergoglio, nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, em uma família de imigrantes italianos de Genova. Formou-se em química na Universidade de Buenos Aires. Ainda jovem teve problema respiratório que o levou a perder um pulmão.

Não obstante, Bergoglio entrou para a Companhia de Jesus, onde fez o noviciado em março de 1958 e o Juniorado em Santiago do Chile. Ao concluir a Teologia, recebeu a ordenação sacerdotal em 13 de dezembro de 1969.

Com a sua ordenação, Bergoglio emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus, em 1973, ano em que foi nomeado Mestre de Noviços, em San Miguel. No mesmo ano, foi eleito Provincial dos Jesuítas, na Argentina.

Em 20 de maio de 1992, foi nomeado Bispo de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Em fevereiro de 1998, tornou-se arcebispo de Buenos Aires, sucedendo a Dom Antonio Quarracino. Em fevereiro de 2001, foi criado Cardeal pelo Papa João Paulo II. Em 2005, foi tornou-se presidente da Conferência Episcopal da Argentina, cargo que ocupou até 2011.

Quatro anos de Pontificado

Na próxima segunda-feira, dia 13, feriado no Vaticano, o Papa Francisco comemora seu quarto ano de Pontificado.

 Cardeal Bergoglio foi eleito em 13 de março de 2013, no segundo dia do Conclave, escolhendo o nome de Francisco. Ele é o primeiro Jesuíta a ser eleito Papa.

Ao ser eleito, há quatro anos na Capela Sistina, perguntaram a Bergoglio se aceitava. E ele disse: "Eu sou um grande pecador. Mas, confiando na misericórdia e paciência de Deus, no sofrimento, aceito". (MT)

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Papa Francisco visitará Colômbia de 6 a 11 de setembro

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Cidade do Vaticano (RV) - Acolhendo ao convite do Presidente e dos bispos colombianos, o Papa Francisco visitará a Colômbia de 6 a 11 de setembro próximo, visitando as cidades de Bogotá Villavicencio, Medellín e Cartagena. Foi o que declarou a Vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, Paloma Garcia Ovejero, nesta sexta-feira (10/03). O programa da viagem será publicado proximamente. 

Contemporaneamente ao anúncio da Sala de Imprensa da Santa Sé, realizou-se, em Bogotá, uma coletiva de imprensa onde foi apresentado o logotipo da viagem do Papa.

O texto que acompanha o logotipo da vigem do Papa Francisco à Colômbia destaca que o país “viveu o conflito armado mais longo da América Latina. Os mais de 50 anos de violência deixou uma ferida muito profunda no coração de uma sociedade que anseia reconstruir, curando as feridas que lhe causaram somente dor, indiferente diante da violência e distante das lágrimas. Os colombianos aprenderam a conviver com a violência. Durante muito tempo a aceitamos e justificamos. A dor se tornou parte de nossa história e fez com esta permeasse o coração de milhões de cidadãos”. 

Lesão profunda

“Esta é uma história de violência que deixou uma lesão profunda e fez com que muitos perdessem os laços que nos uniram como colombianos. Separamo-nos como nação, nos sentamos em bancos diferentes e nos esquecemos do diálogo e da escuta ao próximo. Vestimo-nos de cores, rótulos e marcas que nos tornaram inimigos, no mais profundo de nosso ser o sentimento de perder a esperança, alimentado por traços de dor e ódio. Sentimentos que nos levaram a desrespeitar a dignidade humana, o valor da vida e da confiança como colombianos. Esta guerra nos roubou a possibilidade de sonhar com um país diferente, um país em paz”, destaca ainda a mensagem.

“Percebemos que 50 anos de guerra não foram o nosso maior problema e nem a única coisa que nos define. O problema foi os 50 anos de motivos que apagaram de nossos corações os valores da paz e da unidade. Optamos em nossa vida cotidiana pela violência como forma de vida; uma forma de relacionarmos com as nossas famílias, nossos amigos, nossos vizinhos e nós mesmos. Deixamos a outros a tarefa de construir um país e não entendemos que a construção da paz sempre esteve em nossas mãos. A paz é construída em espaços pequenos, nas mesas na hora de partilhar uma refeição, nas esquinas dos bairros, na maneira como dialogamos com o nosso próximo, na forma como cuidamos de nossos filhos e como respeitamos os nossos pais. Hoje, como observou o Santo Padre, “perdemos o encanto de sonhar juntos, de caminhar juntos. Hoje, devemos nos encontrar e nos atrever a sonhar. Não importam quantas foram as quedas, nunca devemos perder o encanto de sonhar com um caminho diferente”.

Momento de graça

“A visita do Papa Francisco à Colômbia é um momento de graça e alegria para sonhar com a possibilidade de transformar o nosso país e dar o primeiro passo. O Santo Padre é um missionário para a reconciliação. Sua presença nos ajudará a descobrir que é possível voltar a nos unir como nação para aprender a nos olhar novamente com os olhos da esperança e misericórdia. Devemos ser os artesãos de nossa paz, como Jesus nos ensinou. Por isso, como Igreja, temos a responsabilidade de ser missionários de paz e encontro a fim de ensinar o país a se descobrir com ações de paz em seu coração. Este sonho exige o esforço de todos e se constrói a cada dia. É necessário dar o primeiro passo que nos ajuda a nos aproximar de Jesus, a nos encontrar novamente com o amor de nossas famílias, desarmar as palavras com o nosso próximo e ter compaixão por aqueles que sofreram”, destaca ainda o texto.

“A vinda do Santo Padre à Colômbia é um convite para que como colombianos nos vejamos com esperança e possamos dar o primeiro passo para: reconhecer o sofrimento dos outros, perdoar aqueles que nos feriram, voltar a nos encontrar como colombianos, entender a dor dos que sofreram, curar o nosso coração, descobrir o país que se esconde atrás das montanhas e construir a nação que sempre sonhamos: um país em paz. É um convite do Papa Francisco a ir para as ruas a fim de estar ao lado dos colombianos na construção da paz. ‘Quero que a Igreja vá para as ruas, a paz se constrói caminhando’.” 

Semear a esperança

Esta visita é “apresentada com a imagem do Santo Padre caminhando a fim de construir um símbolo de ação, dar o passo e começar a construir e sonhar, pois toda mudança começa com a conversão do coração (indivíduo), toda mudança precisa de um momento para voltar a nos encontrar (coletivo). É um momento em nossa história para nos descobrir como nação. Por isso, hoje, temos de semear a esperança em nossos corações, a bondade em nossas ações, a paz em nossas palavras e o amor em nosso país para que desta forma a vinda do Santo Padre seja um ponto de partida para começar algo novo. “A riqueza parte do coração de cada um nas ações de cada dia”. Com minhas mãos que semeiam, com o meu coração que compreende, com a minha mente que sonha, posso colher um futuro melhor e no unir através de uma palavra no espírito que será o sopro de vida, para enfrentar os desafios que enfrentamos nesta nova etapa em que nos encontramos.

“A principal ameaça é pensar que a paz está nas ações dos outros”, conclui o texto recordando as palavras do Papa Francisco.

(MJ)

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Igreja no Mundo



Índia: Religiosa católica foi escolhida como "Mulher do Ano"

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Nova Déli (RV) – A revista indiana ‘Vanitha’ elegeu como "Mulher do Ano" uma religiosa católica, da Congregação das Irmãs de Notre Dame, reconhecendo o serviço prestado entre as pessoas mais pobres dos grupos dalit em Bihar, na região oriental do país.

“Mesmo quando sou ameaçada, fico interiormente assustada, mas não mostro medo. Não é possível fazer tudo, mas é possível fazer muito”, afirmou a irmã Sudha Varghese em janeiro à edição indiana da página ‘The Huffington Post’.

O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) divulga que a revista ‘Vanitha’ [em português ‘Mulher’] atribuiu o seu prêmio anual à religiosa de 68 anos, na véspera do Dia Internacional da Mulher.

O prémio de 100 mil rupias reconhece o serviço da religiosa da congregação das Irmãs de Notre Dame entre as pessoas mais pobres dos grupos dalit, ou seja, os mais pobres dos pobres, os intocáveis, em Bihar, na região oriental da Índia.

A revista com maior circulação na Índia distinguiu a fundadora da organização ‘Nari Gunjan’ – ‘Voz das Mulheres’-  que atua na educação, advocacia e sistemas de amparo social, desde 1987.

A organização indiana sem fins lucrativos coordena “mais de mil grupos de autoajuda” para mulheres musahar, com 10 a 15 pessoas que recebem educação “sobre os seus direitos e auxílios para se tornarem financeiramente independentes”.

Segundo o SNPC, a religiosa ajudou a acabar com o casamento de crianças, bem como com a sua exploração por parte de pessoas de castas mais altas; cerca de 2.250 jovens receberam ajuda para concluir o ensino secundário ou frequentarem centros de desenvolvimento de competências.

“As vidas adultas das crianças vão ser marcadas por aquilo que se escolher fazer agora. Que oportunidades estamos dando a elas? A educação é a prioridade; sem ela, não têm o poder de fazer escolhas sobre o que querem ou podem aceitar”, disse à edição indiana do portal norte-americano.

Em 1989 formou-se em Direito com o objetivo de apoiar judicialmente mulheres vítimas de violência, violação e abuso sexual.

Sudha Varghese, hoje com 68 anos, nasceu numa família próspera do Estado de Kerala, em 1949, e mudou-se em 1965 para o Estado de Bihar, para trabalhar com pessoas pobres na congregação.

No convento foi atribuída à religiosa a função de ser professora que deixou para “trabalhar em tempo integral no desenvolvimento socioeconômico dos musahar” [literalmente "comedores de ratos"], e que viviam como escravos sob o sistema de castas indiano.

A Irmã Sudha Varghese foi distinguida ainda pelo governo indiano com uma das mais altas condecorações civis, em 2006, e já recebeu também condecorações de vários estados da União. (SP)

 

 

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Formação



Editorial: A mulher é a harmonia

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Cidade do Vaticano (RV) - No último dia 8 de março comemoramos o Dia Mundial da mulher, um dia para refletir sobre o papel e protagonismo da mulher na sociedade de hoje. E podemos então nos perguntar, a que ponto estamos no caminho da história para se valorizar o “gênio feminino”, que tanto chamou a atenção o Papa João Paulo II na Carta Apostólica Mulieris dignitatem? Entretanto, no mundo nesta semana correu um vento de protestos das mulheres, com greves, abstenções do trabalho, fora e dentro casa, manifestações pelas ruas, assembleias, que tornaram o 8 de março pouco celebrativo e festivo. 

Mulheres cansadas de serem maltratadas; uma em cada três, ainda é vítima de violências sexuais ou de outro tipo dentro de casa, durante a sua vida, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde. Acontece também que em 2017 Bangladesh aprova uma lei que regula e favoreçe casamentos precoces: mais da metade das noivas tem menos de 18 anos e quase 20 por cento menores de 15 anos. Vãos os protestos da Igreja Católica no país asiático. Não é de admirar que as mulheres caminham para trás nos seus direitos em grande parte do planeta, se apenas 22 por cento dos parlamentares do mundo é mulher. Onde, está, então, o “gênio feminino” mencionado pelo Papa João Paulo II, quase 30 anos atrás?

Respondendo a essa pergunta, a Irmã Marcela Farina, professora de Teologia, disse que o gênio feminino existe, na história, existiu e existe. Somente deve ser reconhecido e valorizado. A mulher tem uma missão histórica, ser mãe dos vivos, a mãe da vida.

Nesta semana tivemos aqui em Roma uma experiência muito bonita envolvendo as mulheres, a 1ª Semana da mulher brasileira em Roma, realizada no Centro Cultural da nossa embaixada. Foi uma iniciativa para colocar a mulher brasileira no coração de uma reflexão que durou 5 dias.

Pudemos ver que a protagonista da nossa comunidade romana, da nossa realidade brasileira aqui em Roma é a mulher. Quase uma importação da realidade que temos no nosso querido Brasil. Os temas tratados aqui foram muitos, abrangentes, delicados, talvez pouco cômodos, mas que nos fizeram viajar por uma estrada ao feminino.

Mas o que ocorreu aqui em Roma? Essa foi uma semana diferente que permitiu sondar os ângulos escondidos de temas que na imprensa passam despercebidos, mas que aqui, através de pessoas qualificadas ganharam a justa importância. Uma semana que permitiu discutir de modo aberto, sincero e profundo questões que dizem respeito à realidade.

Mas que questões foram essas? desde a situação jurídica da mulher ao empreendedorismo feminino, da violência de gênero e doméstica à custódia de filhos em casos de separação, da questão dos estereótipos à preservação do português como língua de herança, e ainda integração em uma cultura hegemônica. Temas de suma importância com os quais nos deparamos todos os dias. Mas pela primeira vez em Roma, mulheres e homens sentaram-se juntos para conversar, debater, aprofundar e idear uma estrada a ser percorrida. Desta vez juntos, não em solitário.

Tudo com a ideia de continuar com ações concretas, apoiadas pelo nosso Consulado em conjunto com a comunidade e lideranças da comunidade brasileira presente em Roma. Um primeiro passo, que certamente contribuirá para uma maior integração da comunidade e das nossas mulheres, que são 75% da presença brasileira.

Com uma ação concreta assim, criam-se canais de comunicação, de conhecimento, de diálogo, seja entre os integrantes da comunidade, seja entre a realidade consular presente em Roma. Essa é uma ponte que todos devemos ajudar a construir. Ligar os membros da comunidade à realidade consular que presta atendimento, que colabora e caminha com a comunidade.

Parafraseando o Papa Francisco que tem uma opinião precisa sobre as mulheres, recordo: as mulheres são mais corajosas que os homens. Uma verdadeira ode à figura feminina.

Uma das suas máximas: para entender uma mulher antes é necessário “sonhá-la”. Sim, é a mulher “que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”. Sem a mulher não há harmonia no mundo. E se “explorar as pessoas é um crime de lesa humanidade, explorar uma mulher é mais do que um delito e de um crime: significa destruir a harmonia que Deus quis proporcionar ao mundo”.

Sem a mulher o mundo não seria belo, não seria harmônico. A mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. O que faríamos nós homens sem vocês? Vocês são portadoras de uma beleza incomensurável.

Os dotes de delicadeza, sensibilidade e ternura peculiares, que enriquecem o espírito feminino, representam não apenas uma força genuína para todos nós, “mas uma realidade sem a qual a vocação humana seria irrealizável”. (Silvonei José)

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No Monte Tabor: "Este é meu Filho amado... ouvi-o"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Neste domingo a liturgia se ocupa em nos mostrar que nossa vida deve ser um eterno caminhar com Jesus, tendo como exemplo Abraão que tudo deixa para seguir sua vida com Deus e deverá estar preparado para enfrentar, com ânimo, as dificuldades que encontrará na caminhada.

 

 
O chamado feito a Abraão - sua vocação - pode ser visto como o início do Povo de Deus. Nosso Patriarca vive bem em sua terra, possui mulher, família e muitos bens. Deus, ao convidá-lo para estar com Ele, solicita que deixe tudo e vá para onde Ele lhe indicar. Abraão obedece e parte com sua mulher e com seu sobrinho, empregados e bens. Ele confia na promessa do Senhor de que terá descendência e terra, de que será a origem de um grande povo.

O que aconteceu com Abraão? Como ele deixa a segurança conquistada pelos seus e empreende uma aventura? Qual a segurança que ele possui? Como tem certeza de que foi Deus quem lhe falou e lhe pediu essa aparente loucura?

Deus não apareceu a Abraão de um modo físico, palpável, e pronunciou palavras dirigidas a ele, mas Abraão possuía uma visão espiritual da realidade em que vivia. Ele sabia ler nos acontecimentos da vida a ação de Deus e entendia, refletindo na oração, o que Deus lhe pedia.

Abraão teve coragem de deixar o modelo de vida que lhe dava segurança e desacomodando-se seguiu em frente naquilo que o Senhor lhe pedia através de sinais entendidos na oração.

Todo aquele que presta atenção nos acontecimentos da vida – que sabemos por jornal, rádio, televisão, internet, e principalmente naqueles que se referem diretamente à nossa vida particular – e apresenta tudo isso ao Senhor, para que à luz do Espírito Santo, possa refletir, saberá quais os apelos de Deus para sua vida e poderá se considerar filho de Abraão, membro desse Povo que é guiado pelo Senhor e não tem medo de desafios e de viver na insegurança deste mundo. Sua proteção está no Senhor, que fez o céu e a terra. Por isso sente-se livre para deixar o conforto, a segurança e, com sua família, após um discernimento, partir para o desconhecido, mas indicado pelo Senhor.

No Evangelho, Mateus, como sempre, quer mostrar a todos que Jesus é o verdadeiro Messias. Ele, desde o início do trecho de hoje, usa terminologias conhecidas já no Antigo Testamento, quando vamos ler o relato da Criação: “Seis dias depois”. Seis dias depois de quê? Da Criação do Mundo, da Criação do Homem? Quando lemos o Êxodo: “uma alta montanha”. Qual? A do Sinai? Em seguida, ele vai falar de uma “nuvem luminosa”. Também lemos sobre ela no Êxodo.

Como poderemos interpretar o recado de Mateus?

Em seu Evangelho, sempre que Jesus vai fazer algo muito importante, Ele sobe a montanha. Jesus repete várias vezes o que Moisés fez. Moisés é envovido por uma luz, Cristo também.

Após o sexto dia Deus descansou, temos a conclusão da Criação. No Evangelho, o sexto dia quer apresentar a plenificação daquilo que Deus preparou para o homem.

Mateus nos apresenta Jesus como o verdadeiro Moisés, aquele que dá ao novo Povo de Deus, a nova lei, aquele que revela Deus definitivamente! Jesus nos revela o projeto do Pai.

Todo aquele que possui uma afinidade, uma intimidade com Jesus Cristo, leva adiante essa atenção reflexiva para perceber se, no seu dia a dia, o Senhor não lhe está pedindo alguma coisa. Para essas pessoas, nada é por “acaso”. Para elas essa palavra não existe. O que aparentemente surgiu sem muito haver, de modo espontâneo, gratuito, mas interferindo em minha vida, deve ser olhado, refletido como uma mensagem de Deus para mim.

Para o três apóstolos: Pedro, Tiago e João, a trasfiguração de Jesus foi ocasião para crescerem na atenção dada ao Mestre. Jesus não era mais um, mais um Profeta, mas o Filho amado do Pai, no qual Ele colocou todo o Seu agrado e ao qual deveremos sempre escutar».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto para o II Domingo da Quaresma – A)

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