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Sumario del 12/03/2017

Papa e Santa Sé

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa às crianças: nunca blasfêmias, pior do que palavrões

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco visitou na tarde deste domingo, 12, a Paróquia romana de Santa Madalena de Canossa, situada no bairro Ottavia.  O Pontífice foi acolhido pelo Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, pelo bispo auxiliar do setor oeste da cidade, Dom Paolo Selvadagi, pelo Pároco Giorgio Spinello, e pelo Superior Geral da Congregação dos Filhos da Caridade (Canossianos), Pe. Giorgio Valente, aos quais a Paróquia de Santa Madalena de Canossa foi confiada desde a sua criação, em 1988.

Uma grande multidão de fiéis acolheu o Papa Francisco na sua chegada à Paróquia de Ottavia onde realizou hoje a sua 14ª visita a uma paróquia da Diocese de Roma.

Na sua chegada, com 10 minutos de antecipação, o Papa encontrou-se com as crianças e adolescente do catecismo e com o grupo de Escoteiros da Europa que fizeram algumas perguntas ao Santo Padre e entregaram ao Pontífice algumas cartas nas quais expressam a alegria pela visita, asseguram sua oração e pedem orações pela paz no mundo. O Papa respondeu algumas perguntas das crianças.

“Os palavrões não são bonitos, mas as blasfêmias são mais feias ainda, nunca uma blasfêmia”. Foi o que recomendou o Papa Francisco durante o diálogo com as crianças. “Quando vocês virem às vezes os pais discutirem, e isso é normal, vocês sabem o que devem fazer depois? Fazer as pazes e vocês mesmos digam aos pais, se vocês discutirem, façam as pazes antes que termine o dia”.

Uma menina, Sara, perguntou ao Papa do que ele tem medo, acrescentando que ela tem medo das bruxas. “Mas as bruxas não existem e não são assustadoras”, respondeu Francisco. “Fazem talvez 3 ou 4 coisas (rituais de magia, etc), mas isso são bobagens. As bruxas não têm nenhum poder. São uma mentira”. “Assusta-me – continuou ele – quando uma pessoa é má. A maldade das pessoas me dá medo. Quando uma pessoa escolhe ser má, pode fazer muito mal. E me assusta, quando, na paróquia ou no Vaticano há a fofoca”. Vocês - continuou o Papa – ouviram na televisão o que os terroristas fazem? Jogam uma bomba e fogem. A fofoca é assim. Jogar uma bomba e fugir".

"Destrói tudo. E, especialmente, o seu coração. Se é capaz de lançar a bomba, o seu coração torna-se corrupto: nunca as fofocas. Morder a língua antes de dizê-las. Vai doer, mas não vai fazer mal aos outros. Assusta-me a capacidade de destruição que tem o falar mal do outro. Isso é ser bruxa, ser um terrorista”, disse.

Francisco encontrou-se ainda com os jovens, as religiosas Filhas da Caridade (Canossianas) junto com a Superiora Geral, Annamaria Babbini, os doentes, idosos, casais cujos filhos foram batizados em 2016 (65 ao todo), agentes pastorais, catequistas e voluntários da Caritas.

O Santo Padre confessou quatro pessoas da paróquia: um adolescente, um jovem e dois adultos (um homem e uma mulher), e depois presidiu a missa. A celebração eucarística foi animada por cinquenta membros dos três coros da paróquia. Depois o retorno ao Vaticano.

Paróquia Santa Madalena de Canossa

A Paróquia Santa Madalena de Canossa é uma comunidade viva, formada por muitas famílias jovens. A paróquia foi entregue por São João Paulo II aos Canossianos por ocasião da canonização da fundadora Santa Madalena de Canossa, em 2 de outubro de 1988. A primeira missa celebrada na paróquia foi em 24 de março de 1996 e o Papa Wojtyla a visitou em 21 de abril do mesmo ano. 

O Pároco Giorgio Spinello ficou muito surpreso quando foi contatado, antes do Natal, pelo Cardeal Vallini que lhe deu a bela notícia. “Imaginei tudo, menos a visita do Papa. Não consegui proferir uma palavra por alguns minutos. Senti uma alegria indescritível”, disse o padre.

Pe. Spinello é responsável pela paróquia há dez anos. Segundo ele, “as novas construções incentivaram muitas famílias jovens a se transferir para essa periferia, e os pais envolvidos no caminho espiritual dos filhos participam da vida da comunidade”.

Os grupos que trabalham na Paróquia de Santa Madalena de Canossa são muitos, dentre os quais “Missões” que leva adiante o projeto “Casa Amiga” no Brasil, onde os religiosos canossianos estão presentes há vários anos. 

A Caritas é um ponto de apoio da paróquia e conta com a colaboração de voluntários das paróquias de Santa Madalena de Canossa, Santo Hilário de Poitiers e São Máximo na assistência a 50 pessoas, sobretudo jovens desempregados, aos quais são distribuídos alimentos toda primeira e terceira quinta-feira do mês. 

Existe também o empório, iniciado com a colaboração da Prefeitura e 13 paróquias que cuidam de seu abastecimento. As famílias que precisam de uma ajuda temporária que varia de três meses a um ano têm acesso a esse armazém. (MJ-SP)

 

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Papa: a Cruz não é um ornamento, mas um símbolo de fé

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Cidade do Vaticano (RV) – “A cruz cristã não é uma mobília da casa ou um ornamento para vestir”. O Papa Francisco quis deixar bem claro na alocução que precedeu neste domingo na Praça São Pedro a oração mariana do Angelus que a Cruz, “é um chamado ao amor com o qual Jesus se sacrificou para salvar a humanidade do mal e do pecado”. 

“Neste tempo quaresmal, contemplemos com devoção a imagem do crucifixo: esse é o símbolo da fé cristã, é o emblema de Jesus, morto e ressuscitado por nós. Façamos de modo que a cruz marque as etapas do nosso caminho quaresmal para compreender sempre mais a gravidade do pecado e o valor do sacrifício com o qual o Redentor nos salvou”.

Jesus a caminho de Jerusalém, onde deverá sofrer a condenação à morte por crucificação, quer preparar os seus discípulos para este escândalo muito forte para a fé deles e, ao mesmo tempo, preanunciar a sua ressurreição, manifestando-se como o Messias, o Filho de Deus. Na verdade, Jesus estava se demonstrando um Messias diferente do esperado:

“Não um rei poderoso e glorioso, mas um servo humilde, e desarmado; não um senhor de grande riqueza, sinal de bênção, mas um homem pobre que não tem onde reclinar a cabeça; não um patriarca com numerosa descendência, mas solteiro sem casa e sem ninho. É realmente uma revelação de Deus de cabeça para baixo, e o sinal mais desconcertante desta contradição é a cruz. Mas, precisamente por meio da cruz, Jesus chegará à gloriosa ressurreição”.

Esta é a mensagem de esperança que a cruz de Jesus contém. A cruz cristã não é uma mobília da casa ou um ornamento a ser usado, mas um chamado ao amor com que Jesus se sacrificou para salvar a humanidade do mal e do pecado.

A ressurreição que vai chegar “através da cruz", observou o Papa, “será em última análise, não como a transfiguração que durou um momento, um instante"; e "a Cruz é a porta da ressurreição”.

Recordando a narração da Transfiguração, o Papa explicou que “Jesus levou consigo três dos apóstolos, Pedro, Tiago e João, Ele subiu com eles numa alta montanha, e lá aconteceu este singular fenômeno”: o rosto de Jesus “brilhou como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz”. Assim, o Senhor fez resplandecer em sua própria pessoa a glória divina que se podia acolher com fé em sua pregação e em seus gestos milagrosos.

“A ‘luminosidade’ que caracteriza este evento extraordinário simboliza a finalidade: iluminar as mentes e os corações dos discípulos, para que possam compreender claramente quem é o seu Mestre. É um flash de luz que se abre de repente sobre o mistério de Jesus e ilumina toda a sua pessoa e toda a sua história”.

Jesus transfigurado no Monte Tabor quis mostrar aos seus discípulos a sua glória não para evitar a eles de passarem através da cruz, mas para indicar para onde leva a cruz. Quem morre com Cristo, com Cristo ressuscitará. Quem luta junto com Ele, com Ele triunfará.

O Papa Francisco concluiu invocando Nossa Senhora, Ela que “soube contemplar a glória de Jesus escondida na sua humanidade”. “Que Ela nos ajude a estar com Ele na oração silenciosa, a nos deixarmos iluminar pela sua presença, para levar no coração, através das noites escuras, um reflexo da sua glória”. (SP)

 

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Papa reza pela Guatemala: violência contra os jovens, grito escondido a ser ouvido

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Cidade do Vaticano (RV) - Logo após rezar o Angelus neste domingo com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco expressou a sua dor pelas vítimas do incêndio de uma casa de acolhida para menores na Guatemala. 

“Exprimo a minha proximidade ao povo da Guatemala, que vive em luto pelo grave e triste incêndio que teve início dentro da “Casa Refúgio Virgen de la Assunción”, causando vítimas e feridos entre as jovens que ali habitavam. O Senhor acolha as suas almas, cure os feridos, console suas famílias que sofrem e toda a nação”.

O grave incêndio na Casa de acolhida para menores na localidade de São José Pinula, 25 Km da capital guatemalteca, ocorreu no último dia 8 de março e causou a morte de 38 jovens, todas entre 14 e 17 anos. Outras quarenta jovens foram internadas no hospital local.

O Santo Padre rezou ainda pelos jovens vítimas das violências e das guerras:

“Rezo também e peço a todos vocês que rezem comigo por todas as jovens e os jovens vítimas de violências, de maus-tratos, de exploração e de guerras. Esta é uma chaga, este é um grito escondido que deve ser ouvido por todos nós e que não podemos continuar a fazer de conta de não vê-lo e de não escutá-lo”. (SP)

 

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Formação



Cardeal Tempesta: Quatro anos com o Papa Francisco

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Rio de Janeiro (RV) - O mês de março nos traz as comemorações da eleição e início do Pontificado do Papa Francisco. Na semana passada, pudemos assistir em nosso Auditório do Edifício João Paulo II ao lançamento do filme sobre sua vida: “Papa Francisco, Conquistando Corações”. Um filme hispano-argentino que está iniciando sua exibição no Brasil nesta semana. Além de uma série televisiva, também os jornais e revistas se interessam por esses momentos e, por isso, nesses próximos dias 13 e 19 farão suas reportagens e artigos sobre o fenômeno “Papa Francisco” que, além de chefe da Igreja Católica, tornou-se o grande líder mundial do momento.

Somos convidados a refletir um pouco mais detidamente a respeito dos quatro anos de pontificado do Papa Francisco, que estamos comemorando. Logo me veio à mente uma desafiadora questão: qual o segredo da liderança mundialmente reconhecida do Pontífice argentino?

Utilizo os dados e também como resposta à pergunta o livro de autoria de Jeffrey A. Krames: “Liderar com humildad: 12 leciones de liderazgo del Papa Francisco”. (Buenos Aires: V&R, 2014). Tal obra, que vale a pena ser lida na íntegra, a meu ver projeta luz ao pontificado de Bergoglio e leva-nos à profunda reflexão em nossos próprios campos de ação.

Pois bem, já se vão quatro anos que, para a surpresa da grande maioria, inclusive de órgãos de imprensa com suas listas de papáveis (papabili), era anunciado um nome um tanto fora de cogitação no balcão da Praça São Pedro, após a tradicional fumaça branca: Jorge Mario Bergoglio que, dali em diante, assume o nome de Francisco. Nome de Papa também inédito na bimilenar da História da Igreja, mas que bem revela o seu “programa de pontificado”: ser um reformador da “Casa de Deus” sem dela sair, assim como há muitos séculos fez seu inspirador homônimo, Francisco de Assis, grande santo da Igreja e querido também por muitos não católicos e até mesmo não crentes.

No entanto, o que me proponho a refletir, como afirmava de início, é sobre a liderança operante de Francisco, que Krames assim interpreta: “Que tem este líder para atrair a atenção de tanta gente? Talvez a humildade que desprende tanto em seu modo de viver, como na maneira que conduz seu rebanho. Quiçá é a genuína preocupação que ele mostra pelos demais, muito além de sua inserção no estrato social. Talvez é a forma com que abraça a sinceridade e a austeridade... É tudo isso e muito mais. Este Papa se mostra como um dirigente que compreende que os líderes conduzem pessoas, não instituições. Lamentavelmente, pouca gente entende que este é um entorno cada vez mais impessoal e de alta tecnologia”. (p. 24 – tradução livre).

Evidentemente, que citar todos os grandes feitos do Papa Bergoglio demandaria grande espaço, e outros meios de informação já o fizeram com precisão, de modo que me limito a lembrar apenas de alguns dados: canonizou 833 santos(as), entre processos comuns e “equipolentes”, ou seja, quando a fama de santidade vem de longos anos, mas não há um reconhecimento formal ou oficial da Igreja; declarou beatos(as) outras 974 pessoas superando, assim, São João Paulo II nesse quesito. Fez doze viagens em território italiano e 17 internacionais por 24 países, incluindo o Brasil nos dias 22 a 29 de julho de 2013, ocasião em que esteve aqui na nossa querida Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e também visitou a cidade de Aparecida, em São Paulo, – a capital nacional da fé. Sou-lhe imensamente grato por esse gesto de deferência para com o povo brasileiro. Até hoje a nossa cidade não se esquece daquele momento de renovação espiritual e de testemunho da catolicidade em terras cariocas.

Até aqui, proferiu 787 discursos e 215 homilias; escreveu duas encíclicas: a Lumen Fidei, de 29/06/2013, e a Laudato Si, publicada em 18/06/2015; duas exortações pós-sinodais: a Evangelium Gaudium, de 24/11/2013, e a Amoris Laetitia, de 08/04/2016. Assinou também 16 Constituições Apostólicas, 99 Cartas, 38 Cartas Apostólicas, 18 Motu Proprios (documento de livre iniciativa), recebeu milhares de peregrinos em 168 audiências gerais, e presidiu 367 celebrações na Casa Santa Marta, no Vaticano. Realizou o Ano Extraordinário da Misericórdia em 2016. Combateu e combate com veemência os abusos de menores, de modo especial por parte de maus clérigos, publicando, inclusive, o Motu proprio “Como uma mãe amorosa”, no qual alerta que os bispos ou superiores religiosos maiores que acobertarem casos de abusos graves responderão na seara administrativa, podendo ser até removidos para sempre da função que ocupam. Tal medida traz, sem dúvida, maior segurança e confiança ao Povo de Deus.

Pensando na vida da Família de nossos dias, realizou dois Sínodos, um ordinário e outro extraordinário, e redigiu dois Motu Proprios, em 15 de agosto de 2015, com a reforma do processo canônico para as causas de nulidade do matrimônio: Mitis et misericors Iesus, no Código Canônico das Igrejas Orientais; e Mitis Iudex Dominus Iesus, no Código de Direito Canônico da Igreja Latina, a fim de ajudar a não poucos casais cujo casamento, apesar de todas as aparências de validade, nunca existiu.

Não posso deixar de mencionar a criação de 44 cardeais eleitores e de alguns não eleitores de diversos países, demonstrando, desse modo, a catolicidade ou a totalidade abrangente da Igreja, aberta a todos os homens e mulheres de boa vontade. Dentre os cardeais criados por Francisco se inclui – por imerecidos méritos próprios, mas pela graça de Deus – este irmão que está à frente da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, buscando caminhar ao lado do Santo Padre no projeto de uma Igreja pobre para os pobres. Igreja que não exclui, mas procura trazer para si todos os desejosos de abraçarem o amor de Deus em suas vidas.

O Papa Francisco está criando pontes! Neste propósito ele convocou o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. Constantemente, o Papa tem dado testemunho de que a esperança cria pontes e não muros. O próprio Papa sintetiza o seu agir como Bispo de Roma na sua tradicional catequese: “.... a esperança cristã não pode renunciar à caridade genuína e concreta. Na Carta aos Romanos, o próprio Apóstolo das Nações afirma com o coração na mão: ‘Nós, que somos os fortes – que temos fé, esperança, ou que não temos muitas dificuldades – devemos suportar as fraquezas dos que são frágeis, e não agir à nossa maneira’(15,1). Suportar as debilidades do próximo. Depois, este testemunho não permanece fechado nos confins da comunidade cristã: ressoa em todo o seu vigor também fora, no contexto social e civil, como apelo a não criar muros, mas pontes; a não pagar o mal com o mal, a vencer o mal com o bem, a ofensa com o perdão – o cristão nunca pode dizer: vais pagar, nunca; este não é um gesto cristão; a ofensa vence-se com o perdão – a viver em paz com todos. Assim é a Igreja! E é isto que faz a esperança cristã, quando assume os lineamentos fortes, e ao mesmo tempo ternos, do amor. O amor é forte e terno. É bonito!” (Cf. L’Osservatore Romano, quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017, número 6, página 16).

Além disso, chamou um grupo de Cardeais para a reforma da Cúria Romana e tomou muitas medidas administrativas com relação ao IOR, e também na nova disposição dos dicastérios da cúria romana. Grandes e importantes mudanças que vão ocorrendo nessa dinâmica. Enfim, são tantas atividades e mudanças que vieram para ficar e marcam seu pontificado. Nesta semana que antecede seus aniversários, participou do retiro anual da Quaresma com a Cúria Romana, agora sendo realizado fora do Vaticano.

 Grande destaque merece sua liderança mundial com relação aos refugiados, à fome e à procura da paz. São temas que retornam sempre em suas exortações. A sua proximidade e preocupação com os pobres têm sido demonstradas não só com palavras, mas com muitos gestos concretos seja pessoalmente pelo Papa, seja pelos seus emissários, para estarem presentes junto aos excluídos e marginalizados.

É um pastor preocupado com seu povo e para que seu povo seja bem assistido e respeitado. É o pastor que vai em busca da ovelha perdida e quer acolher a todos. É aquele que dialoga com quem está longe e procura construir pontes para o presente e para o futuro.

A Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro, pelo seu Arcebispo Metropolitano, com os seus Bispos Auxiliares e Eméritos, o Presbitério, os Diáconos, os Religiosos e Religiosas, as forças vivas da ação evangelizadora e todo o povo de Deus, que aqui caminha como Igreja peregrina, quer se unir espiritualmente oferecendo nesta semana do aniversário de seu pontificado coroas espirituais de orações nas suas intenções, para que o seu Pontificado continue sendo a graça da santificação do povo de Deus que peregrina na Urbe e no Orbe.

Parabéns, Papa Francisco, pelos quatro anos à frente da Barca de Pedro, ouvindo-nos como irmãos no Batismo, no Sacerdócio e no Episcopado e orientando-nos como um pai amoroso que nos ensina não só por sábias e precisas palavras, mas também pelo luminoso exemplo de seus pequenos gestos, repletos de grande humildade.

Obrigado! Muito obrigado pelo seu testemunho! De nossa parte continuamos rezando, sempre e diariamente, pelo seu ministério e pela sua pessoa, pela sua vida!

 

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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No Monte Tabor: "Este é meu Filho amado... ouvi-o"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Neste domingo a liturgia se ocupa em nos mostrar que nossa vida deve ser um eterno caminhar com Jesus, tendo como exemplo Abraão que tudo deixa para seguir sua vida com Deus e deverá estar preparado para enfrentar, com ânimo, as dificuldades que encontrará na caminhada.

 

 
O chamado feito a Abraão - sua vocação - pode ser visto como o início do Povo de Deus. Nosso Patriarca vive bem em sua terra, possui mulher, família e muitos bens. Deus, ao convidá-lo para estar com Ele, solicita que deixe tudo e vá para onde Ele lhe indicar. Abraão obedece e parte com sua mulher e com seu sobrinho, empregados e bens. Ele confia na promessa do Senhor de que terá descendência e terra, de que será a origem de um grande povo.

O que aconteceu com Abraão? Como ele deixa a segurança conquistada pelos seus e empreende uma aventura? Qual a segurança que ele possui? Como tem certeza de que foi Deus quem lhe falou e lhe pediu essa aparente loucura?

Deus não apareceu a Abraão de um modo físico, palpável, e pronunciou palavras dirigidas a ele, mas Abraão possuía uma visão espiritual da realidade em que vivia. Ele sabia ler nos acontecimentos da vida a ação de Deus e entendia, refletindo na oração, o que Deus lhe pedia.

Abraão teve coragem de deixar o modelo de vida que lhe dava segurança e desacomodando-se seguiu em frente naquilo que o Senhor lhe pedia através de sinais entendidos na oração.

Todo aquele que presta atenção nos acontecimentos da vida – que sabemos por jornal, rádio, televisão, internet, e principalmente naqueles que se referem diretamente à nossa vida particular – e apresenta tudo isso ao Senhor, para que à luz do Espírito Santo, possa refletir, saberá quais os apelos de Deus para sua vida e poderá se considerar filho de Abraão, membro desse Povo que é guiado pelo Senhor e não tem medo de desafios e de viver na insegurança deste mundo. Sua proteção está no Senhor, que fez o céu e a terra. Por isso sente-se livre para deixar o conforto, a segurança e, com sua família, após um discernimento, partir para o desconhecido, mas indicado pelo Senhor.

No Evangelho, Mateus, como sempre, quer mostrar a todos que Jesus é o verdadeiro Messias. Ele, desde o início do trecho de hoje, usa terminologias conhecidas já no Antigo Testamento, quando vamos ler o relato da Criação: “Seis dias depois”. Seis dias depois de quê? Da Criação do Mundo, da Criação do Homem? Quando lemos o Êxodo: “uma alta montanha”. Qual? A do Sinai? Em seguida, ele vai falar de uma “nuvem luminosa”. Também lemos sobre ela no Êxodo.

Como poderemos interpretar o recado de Mateus?

Em seu Evangelho, sempre que Jesus vai fazer algo muito importante, Ele sobe a montanha. Jesus repete várias vezes o que Moisés fez. Moisés é envovido por uma luz, Cristo também.

Após o sexto dia Deus descansou, temos a conclusão da Criação. No Evangelho, o sexto dia quer apresentar a plenificação daquilo que Deus preparou para o homem.

Mateus nos apresenta Jesus como o verdadeiro Moisés, aquele que dá ao novo Povo de Deus, a nova lei, aquele que revela Deus definitivamente! Jesus nos revela o projeto do Pai.

Todo aquele que possui uma afinidade, uma intimidade com Jesus Cristo, leva adiante essa atenção reflexiva para perceber se, no seu dia a dia, o Senhor não lhe está pedindo alguma coisa. Para essas pessoas, nada é por “acaso”. Para elas essa palavra não existe. O que aparentemente surgiu sem muito haver, de modo espontâneo, gratuito, mas interferindo em minha vida, deve ser olhado, refletido como uma mensagem de Deus para mim.

Para o três apóstolos: Pedro, Tiago e João, a trasfiguração de Jesus foi ocasião para crescerem na atenção dada ao Mestre. Jesus não era mais um, mais um Profeta, mas o Filho amado do Pai, no qual Ele colocou todo o Seu agrado e ao qual deveremos sempre escutar».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto para o II Domingo da Quaresma – A)

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Editorial: A mulher é a harmonia

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Cidade do Vaticano (RV) - No último dia 8 de março comemoramos o Dia Mundial da mulher, um dia para refletir sobre o papel e protagonismo da mulher na sociedade de hoje. E podemos então nos perguntar, a que ponto estamos no caminho da história para se valorizar o “gênio feminino”, que tanto chamou a atenção o Papa João Paulo II na Carta Apostólica Mulieris dignitatem? Entretanto, no mundo nesta semana correu um vento de protestos das mulheres, com greves, abstenções do trabalho, fora e dentro casa, manifestações pelas ruas, assembleias, que tornaram o 8 de março pouco celebrativo e festivo. 

Mulheres cansadas de serem maltratadas; uma em cada três, ainda é vítima de violências sexuais ou de outro tipo dentro de casa, durante a sua vida, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde. Acontece também que em 2017 Bangladesh aprova uma lei que regula e favoreçe casamentos precoces: mais da metade das noivas tem menos de 18 anos e quase 20 por cento menores de 15 anos. Vãos os protestos da Igreja Católica no país asiático. Não é de admirar que as mulheres caminham para trás nos seus direitos em grande parte do planeta, se apenas 22 por cento dos parlamentares do mundo é mulher. Onde, está, então, o “gênio feminino” mencionado pelo Papa João Paulo II, quase 30 anos atrás?

Respondendo a essa pergunta, a Irmã Marcela Farina, professora de Teologia, disse que o gênio feminino existe, na história, existiu e existe. Somente deve ser reconhecido e valorizado. A mulher tem uma missão histórica, ser mãe dos vivos, a mãe da vida.

Nesta semana tivemos aqui em Roma uma experiência muito bonita envolvendo as mulheres, a 1ª Semana da mulher brasileira em Roma, realizada no Centro Cultural da nossa embaixada. Foi uma iniciativa para colocar a mulher brasileira no coração de uma reflexão que durou 5 dias.

Pudemos ver que a protagonista da nossa comunidade romana, da nossa realidade brasileira aqui em Roma é a mulher. Quase uma importação da realidade que temos no nosso querido Brasil. Os temas tratados aqui foram muitos, abrangentes, delicados, talvez pouco cômodos, mas que nos fizeram viajar por uma estrada ao feminino.

Mas o que ocorreu aqui em Roma? Essa foi uma semana diferente que permitiu sondar os ângulos escondidos de temas que na imprensa passam despercebidos, mas que aqui, através de pessoas qualificadas ganharam a justa importância. Uma semana que permitiu discutir de modo aberto, sincero e profundo questões que dizem respeito à realidade.

Mas que questões foram essas? desde a situação jurídica da mulher ao empreendedorismo feminino, da violência de gênero e doméstica à custódia de filhos em casos de separação, da questão dos estereótipos à preservação do português como língua de herança, e ainda integração em uma cultura hegemônica. Temas de suma importância com os quais nos deparamos todos os dias. Mas pela primeira vez em Roma, mulheres e homens sentaram-se juntos para conversar, debater, aprofundar e idear uma estrada a ser percorrida. Desta vez juntos, não em solitário.

Tudo com a ideia de continuar com ações concretas, apoiadas pelo nosso Consulado em conjunto com a comunidade e lideranças da comunidade brasileira presente em Roma. Um primeiro passo, que certamente contribuirá para uma maior integração da comunidade e das nossas mulheres, que são 75% da presença brasileira.

Com uma ação concreta assim, criam-se canais de comunicação, de conhecimento, de diálogo, seja entre os integrantes da comunidade, seja entre a realidade consular presente em Roma. Essa é uma ponte que todos devemos ajudar a construir. Ligar os membros da comunidade à realidade consular que presta atendimento, que colabora e caminha com a comunidade.

Parafraseando o Papa Francisco que tem uma opinião precisa sobre as mulheres, recordo: as mulheres são mais corajosas que os homens. Uma verdadeira ode à figura feminina.

Uma das suas máximas: para entender uma mulher antes é necessário “sonhá-la”. Sim, é a mulher “que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”. Sem a mulher não há harmonia no mundo. E se “explorar as pessoas é um crime de lesa humanidade, explorar uma mulher é mais do que um delito e de um crime: significa destruir a harmonia que Deus quis proporcionar ao mundo”.

Sem a mulher o mundo não seria belo, não seria harmônico. A mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. O que faríamos nós homens sem vocês? Vocês são portadoras de uma beleza incomensurável.

Os dotes de delicadeza, sensibilidade e ternura peculiares, que enriquecem o espírito feminino, representam não apenas uma força genuína para todos nós, “mas uma realidade sem a qual a vocação humana seria irrealizável”. (Silvonei José)

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Atualidades



Espaço Interativo: Especial 4 anos de eleição de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – No dia 13 de março de 2013 o mundo conhecia o novo Papa “vindo quase do fim do mundo”.

Em 4 anos de Pontificado, Francisco deixa com seu magistério uma marca indelével na história da Igreja.

Foram 17 viagens internacionais e a primeira deste 5º ano de pontificado será a Fátima, em comemoração aos 100 anos da aparição de Nossa Senhora.

Interação

Nesta última semana, pedimos em nossas redes sociais que nossos amigos enviassem mensagens de voz ao Papa pelo aniversário de sua eleição.

Dentre as inúmeras que chegaram ao Whatsapp da redação, selecionamos as seguintes: 

Flávia Luiza, Maringá (PR);

Jefferson, São Paulo (SP);

Karine Suelani, Quixeramobim (CE);

Jaqueline Oliveira, Manaus (AM);

Sílvio, Fortaleza (CE);

Rodrigo Augusto de Godoy, Santa Bárbara D'Oeste (SP);

P. João Paulo, Mogi Guaçu (SP);

Edson Oliveira Silva, São Paulo(SP);

André Luiz, Esmeraldas (MG);

Maria da Gloria Silva, Araquari (SC).

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