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Sumario del 14/03/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: aprender a fazer o bem com ações concretas, não com palavras

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Cidade do Vaticano (RV) - Depois do retiro de Quaresma, o Papa retomou esta terça-feira (14/03) a celebração da missa na capela da Casa Santa Marta.

Na sua homilia, Francisco indicou o caminho da conversão quaresmal, inspirando-se na primeira Leitura: fazer o bem com ações concretas, não com palavras. 

O Profeta Isaías exorta a afastar-se do mal e a aprender a fazer o bem, um binômio inseparável neste percurso. “Cada um de nós, todos os dias, faz algo de mau”, disse o Papa. De fato, a Bíblia diz que “o mais santo peca sete vezes ao dia”. O problema, porém, está em “não se acostumar em viver nas coisas feias” e afastar-se daquilo que “envenena a alma”, a torna pequena. E, portanto, aprender a fazer o bem:

“Não é fácil fazer o bem: devemos aprendê-lo, sempre. E Ele nos ensina. Mas: aprendam. Como as crianças. No caminho da vida, da vida cristã se aprende todos os dias. Deve-se aprender todos os dias a fazer algo, a ser melhores do que o dia anterior. Aprender. Afastar-se do mal e aprender a fazer o bem: esta é a regra da conversão. Porque converter-se não é consultar uma fada que com a varinha de condão nos converte: não! É um caminho. É um caminho de afastar-se e de aprender”.

Portanto, necessita-se coragem para afastar-se e humildade para aprender a fazer o bem que se explicita em fatos concretos:

“Ele, o Senhor, aqui diz três ações concretas, mas existem muitas outras: busquem a justiça, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva... mas, ações concretas. Aprende-se a fazer o bem com ações concretas, não com palavras. Com fatos… Por isso, Jesus, no Evangelho que ouvimos,  repreende esta classe dirigente do povo de Israel, porque ‘diz e não faz’, não conhecem a concretude. E se não há concretude, não pode haver a conversão”.

Depois, a primeira leitura prossegue com o convite do Senhor: “Vinde, debatamos”. “Vinde”: uma bela palavra, diz Francisco, uma palavra que Jesus dirigiu aos paralíticos, à filha de Jairo, assim como ao filho da viúva de Naim. E Deus nos dá uma mão para “ir”. E é humilde, se abaixa muito para dizer: “Vinde, debatamos”. O Papa ressalta o modo como Deus nos ajuda: “caminhando juntos para ajudar-nos, para nos explicar as coisas, para nos tomar pela mão”. O Senhor é capaz de “fazer este milagre”, isto èé de “nos transformar”, não de um dia para outro, mas no caminho:

“Convite à conversão, afastem-se do mal, aprendam a fazer o bem … ‘Vinde, debatamos, vinde a mim, debatamos e prossigamos’. ‘Mas tenho muitos pecados …’ – ‘Mas não se preocupe: se os seus pecados são como escarlate, se tornarão brancos como a neve’. E este é o caminho da conversão quaresmal. Simples. É um Pai que fala, é um Pai que nos quer bem, nos quer bem, bem. E nos acompanha neste caminho de conversão. Ele nos pede somente que sejamos humildes. Jesus diz aos dirigentes: ‘Quem se exaltar, será humilhado e quem se humilha será exaltado’”.

Este é, portanto, “o caminho da conversão quaresmal”: afastar-se do mal, aprender a fazer o bem”, levantar-se e ir com Ele. Então, “os nossos pecados serão todos perdoados”.

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Site oficial da viagem do Papa a Fátima

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Fátima (RV) - O Santuário de Fátima acaba de lançar o site da viagem do Papa à Cova da Iria, de 12 a 13 de maio, apresentando informações para peregrinos e dados biográficos de Francisco. 

O Papa vai chegar à Base Área de Monte Real, onde Paulo VI (1967) e João Paulo II (1991) também estiveram rumo a Fátima, seguindo para o santuário nacional de helicóptero.

Fátima e os Papas

A página evoca a primeira viagem de um Papa a Fátima, há 50 anos, realçando que presidente do Conselho, Oliveira Salazar, “chegara a pensar em proibir a visita, não emitindo os necessários vistos”, mas acabou por aceitar a viagem do pontífice “enquanto peregrino de Fátima”, segundo relato de Franco Nogueira, ministro dos Negócios Estrangeiros.

“É numa conjuntura totalmente diferente, mas com motivações idênticas, que Francisco viaja até Fátima para, com os portugueses, rezar junto da Imagem da Virgem Maria, num dos maiores santuários marianos do mundo”, lê-se.

Informações à imprensa e aos peregrinos

A diretora de comunicação e porta-voz do Santuário de Fátima, Carmo Rodeia, explica que a instituição quer propor um conjunto de subsídios particularmente destinados aos peregrinos, num “ano jubilar” que assinala o Centenário das Aparições.

“Para facilitar a comunicação, criamos um site, onde há um conjunto de informações úteis, dirigidos essencialmente à imprensa mas também ao comum dos peregrinos”, precisa.

página apresenta a imagem que ilustra o cartaz desta visita, no Centenário das Aparições, oferecendo aos visitantes dados para quem pretende se deslocar à Cova da Iria a pé, de carro ou integrado num grupo, prevendo ainda casos de necessidades especiais.

Além do hino, logótipo, cartaz e oração oficiais, os visitantes podem conhecer vários dados sobre locais e a história de Fátima, a sua relação com os Papas, informações de segurança e “curiosidades” sobre a vida da Igreja Católica em Portugal ou sobre o papamóvel, por exemplo.

A página dedica uma secção à relação entre “Francisco e Fátima”, recordando que a imagem venerada na Capelinha das Aparições já esteve no Vaticano, em outubro de 2013, para o encerramento da Jornada Mariana do Ano da Fé.

O Papa vai chegar a Fátima dentro de dois meses, para tornar-se o quarto pontífice a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

(Ecclesia)

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Igreja colombiana: viagem do Papa é pastoral, não política

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Bogotá (RV) – O Presidente da Conferência Episcopal Colombiana, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, enviou uma mensagem aos políticos para que não instrumentalizem a visita do Papa ao país. 

A mensagem foi enviada depois de divulgada a data oficial da viagem de Francisco, de 6 a 11 de setembro.

“O Papa jamais condicionaria sua visita pastoral a uma motivação política. Pois bem, é um momento muito oportuno para se dirigir a Deus, para nos sentirmos mais próximos Dele, para ver no que podemos mudar, naquilo que podemos melhorar, para ser pessoas melhores, comunidades melhores e um país melhor”, declarou Dom Castro Quiroga à Rádio Caracol.

O Arcebispo acrescentou que a melhor face que o país pode apresentar ao Papa é o pleno desarmamento das Farc.

Já o Secretário do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o colombiano Dom Octavio Ruiz, garantiu que Francisco chegará com uma mensagem de paz, de perdão e de solidariedade para com as vítimas da violência.

O colombiano com cargo mais alto no Vaticano afirmou que o Papa tem interesse em acompanhar todos os que estão lutando para acabar com o conflito armado.

“Ele vem para animar a ação pastoral, a aproximação ao Senhor e renovar a nossa fé cristã”, afirmou o Arcebispo Octavio Ruiz, acrescentando que Francisco pediu para visitar uma prisão colombiana, como normalmente faz em suas viagens.

Na sexta-feira passada, 10 de março, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou a notícia de que o Papa Francisco viajará à Colômbia de 6 a 11 de setembro, visitando as cidades de Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena. 

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Milão reforçará segurança para visita do Papa

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Milão (RV) – O Papa Francisco visitará Milão no sábado, 25 de março e são ultimados os preparativos também no quesito segurança.

Serão cerca de “mil agentes, entre homens e mulheres, além de 420 patrulhas o dispositivo que estará operativo entre uma hora da manhã de sexta-feira e a meia-noite de sábado”, declarou a Assessora para a Segurança, Carmela Rozza, ao final da reunião realizada na Prefeitura para tratar da organização da segurança para a visita do Pontífice.

Além da Assessora, tomaram parte na reunião também o Comandante da Guarda Suíça, o Prefeito, o delegado, os Comandantes dos Carabinieri e da Guardia di Finanza.

O Papa abençoará os fieis na Praça do Duomo, em Milão, mas também estará presente no Estádio San Siro.

“Estamos aguardando da Prefeitura de Monza a informação sobre quantas pessoas terão necessidade e quando”, acrescentou a assessora Rozza. “Haverá uma mobilização geral dos Carabinieri, Polícia e Polícia municipal. O objetivo é garantir não somente a segurança do Papa, mas também dos cidadãos, e servirá ainda para organizar melhor o tráfego ao redor dos pontos de grande afluxo de peregrinos”, como na Via Salomão, onde o Papa fará uma oração, Praça do Duomo, onde o Papa recitará o Angelus - e que poderá ser alcançada por meio de nove passagens - até a visita a San Vittore, onde está previsto também um local para a imprensa, e por fim a celebração da Missa no Parque de Monza.

Programa da visita

O voo do Papa partirá do aeroporto de Roma-Fiumicino às 7h10 com chegada prevista ao aeroporto Milano-Linate às 8h.

Às 8h30 o Papa chegará ao bairro popular Forlanini, onde encontrará duas famílias em seus respectivos apartamentos para, a seguir, falar com os moradores no pátio do condomínio. Ali, Francisco ainda encontrará representantes de famílias nômades, islâmicas e imigrantes que vivem no bairro.

Às 10h o Papa encontrará os sacerdotes e consagrados na Catedral de Milão, onde está previsto que responda a algumas perguntas.

Às 11h está previsto que o Papa recite o Angelus e conceda bênção no átrio da Catedral.

Às 11h30 o Papa visitará a penitenciária de San Vittore onde almoçará com alguns detentos.

À tarde, o Papa irá de carro a Monza onde às 15h celebrará a Missa no Parque da cidade.

A seguir, o Pontífice irá ao Estádio San Siro em Milão onde encontrará centenas de jovens recém-crismados e responderá a algumas perguntas.

A chegada a Roma está prevista para às 19h30. (JE/SP)

 

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Papa a jovens do "Flame 2017": testemunhas do amor de Cristo

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Cidade do Vaticano (RV) - “Ser testemunhas do amor de Cristo.” Foi o que pediu o Papa Francisco aos quase 10 mil jovens reunidos sábado passado (11/03) na Sse Arena de Wembley, na Inglaterra, no evento “Flame 2017”, uma iniciativa promovida pela Federação Católica da Pastoral da Juventude e pela Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales.

Numa mensagem assinada pelo secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, o Papa repetiu aos jovens ingleses o que havia dito em julho passado em Cracóvia, na Polônia, por ocasião da JMJ, encorajando os jovens a “abrir novos horizontes, capazes de contagiar alegria, aquela alegria que nasce do amor de Deus, a alegria que deixa no seu coração todo gesto, toda atitude de misericórdia”.

“Ir pelas estradas seguindo a ‘loucura’ de nosso Deus que nos ensina a encontrá-lo no faminto, no sedento, no despido, no doente, no amigo que acabou mal, no detento, no refugiado e no migrante, no vizinho que se encontra só.”

O tema do congresso

O tema do congresso deste ano foi o convite aos jovens a buscar ser parte das “10 mil razões” para crer, esperar e rezar, reporta a agência católica Sir. A música foi parte integrante do evento graças à performance de grupos musicais como “One Hope Projetc” e cantores como Matt Redman e Jasmine Elcock.

Cardeal Charles Maung Bo, convidado especial do evento

Convidado especial do evento, o arcebispo de Yangun, em Mianmar, Cardeal Charles Maung Bo, falou da situação política e religiosa no país do Sudeste Asiático, exortando os jovens presentes a ser corajosos e a fazer a diferença na sociedade.

Os jovens ouviram também testemunhos de Sarah Teather, do Serviço dos Jesuítas para Refugiados, sobre as ajudas aos refugiados e as questões ambientais; e de Pe. Augusto Zampini Davies, do Cafod, a agência caritativa dos bispos ingleses e galeses.

Em primeiro plano, solidariedade e acolhimento aos refugiados

Solidariedade e acolhimento aos refugiados foi um tema-chave em muitos momentos da manifestação, a partir da representação de uma barca com 37 pessoas, do Norte da África a Lampedusa (no extremo-sul da Itália), em fuga da violência e da guerra.

Na missa da tarde, o arcebispo de Wstminster, Cardeal Vincent Nichols, convidou os jovens a rezar pelos cerca de 10 mil refugiados que morreram afogados na tentativa de atravessar o Mar Mediterrâneo e abençoou uma barca de madeira típica do Norte da África, comumente utilizada pelos migrantes para atravessar o mar, como “símbolo de esperança para as pessoas que se encontram no desespero. Um símbolo de novos inícios e de segurança. Um símbolo para todas as nossas viagens, como uma família, unida no amor de Deus”. (RL)

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Papa receberá Presidente do Líbano Michel Aoun em 16 de março

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco receberá em audiência no Vaticano, na quinta-feira, 16 de março, o Presidente do Líbano General Michel Aoun, eleito em 31 de outubro de 2016, após mais de dois anos de vacância do cargo.

Aoun venceu no segundo turno, depois que não alcançou dois terços dos votos na primeira votação. A eleição colocou fim a 29 meses de vazio institucional. O Líbano estava sem Presidente desde maio de 2014 devido às profundas divergências que paralisaram a vida política do país, em particular pelo conflito na Síria.

A divisão de poderes no Líbano segue um acordo não escrito, de 1943, que reserva o cargo de Presidente do país a um cristão maronita, de Primeiro Ministro a um sunita e a Presidência da Câmara dos Deputados a um xiita.

Breve biografia

Filho de uma modesta família maronita libanesa, Michel Aoun estudou e se diplomou em uma Escola Superior de Guerra na França. Ele também estudou nos Estados Unidos, tornando-se oficial de carreira em 1958;

Torna-se General de Brigada em 1982. Apoiado também pela comunidade muçulmana em 1984, é nomeado Chefe do Estado Maior da Defesa. Entre 22 de setembro de 1988 e 13 de outubro de 1990, na fase final da guerra civil libanesa, Michel Aoun, há quatro anos Comandante em Chefe das Forças Armadas libanesas, presidiu um governo refém da Síria e de outras facções combatentes.

O encargo lhe foi confiado pelo então Presidente do Líbano Amin Gamayel, quando seu mandato estava prestes a terminar.

Com o final do mandato de Gemayel, Aoun assume interinamente o cargo de Presidente do Líbano de setembro de 1988 a novembro de 1989.

Por mais de um ano combateu contra o exército sírio. Queria a todo custo expulsá-los do Líbano, contando para isto com o apoio do Iraque, histórico inimigo da Síria, aceitando armas e o fornecimento de provisões.

Com o ingresso em Beirute das tropas sírias das FAD, Aoun viu-se obrigado a refugiar-se na Embaixada da França em Beirute e partir para o exílio.

Ele voltaria para o Líbano em 7 de maio de 2005, 11 dias após a retirada das tropas sírias.

Em 2006, como chefe do Movimento Patriótico Livre (FPM), assinou um Memorando de Entendimento com o Hezbollah. Ele visitou a Síria em 2009. (JE)

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Card. Koch: "Na Doutrina da Justificação, o que na realidade nos une"

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Cidade do Vaticano (RV) - "Na Doutrina da Justificação, aquilo que na realidade nos une", é o título do artigo escrito pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristão, Cardeal Kurt Koch, publicado no jornal da Santa Sé "L'Osservatore Romano".

"Em 2017, o mundo cristão comemora os quinhentos anos da Reforma. Tratando-se do primeiro centenário da Reforma em época ecumênica, não serão mais tons confissionalmente facciosos e polêmicos que irão a marcar a comemoração, mas um espírito ecumênico.

Estas circunstâncias favoráveis são devidas, em particular, ao fato de que não recordaremos somente os quinhentos anos da Reforma, mas também os cinquenta anos de um intenso diálogo entre católicos e protestantes, um lapso de tempo durante o qual pudemos descobrir o quanto nos une.

Resultado positivo dos diálogos ecumênicos foi aquele de demonstrar que, nas verdades fundamentais da fé cristã, foi possível formular um consenso ecumênico, evidenciando também que as diferenças teológicas ainda existentes não colocam em discussão tal consenso e que, por consequência, as condenações doutrinais do século XVI, quer da parte católica como da parte protestante, não têm hoje mais valência entre os parceiros ecumênicos.

Declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação

Isto é verdadeiro sobretudo a propósito da "Declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação", assinada em 31 de outubro de 1999 em Augsburg, pela Federação Luterana Mundial e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

O fato de que precisamente em relação à questão central que levou, no século XVI, à Reforma e a seguir à divisão da Igreja, foi possível se chegar a um amplo consenso que pode ser considerado como um verdadeiro marco ecumênico.

O diálogo ecumênico dos últimos decênios mostrou que também a superação de tais divisões e a retomada da unidade da Igreja, poderão ocorrer somente no caminho de uma leitura e de uma interpretação comum da Sagrada Escritura. De fato, a escuta comum da Palavra de Deus testemunhada na Sagrada Escritura levou a uma fundamental convergência na compreensão da Doutrina da Justificação.

Viver na esperança significar voar

Para compreender de maneira mais profunda a colaboração entre graça de Deus e liberdade do homem no quadro da salvação, pode ser útil refletir sobre a comparação utilizada pelo teólogo medieval Boaventura, para ilustrar a força da esperança escatológica.

Boaventura compara o movimento da esperança ao voo do pássaro, que paira no ar e que pelo ar se deixa levar. Mas para voar, o pássaro deve, antes de tudo, abrir as asas o mais que puder e empregar, em seu movimento, todas as suas energias. Ele mesmo deve depois colocar-se de forma a iniciar o voo e subir até a uma alta cota.

Viver na esperança significa, portanto, voar. Quem espera, de fato, deve esforçar-se, como faz o pássaro, para movimentar-se e para mover todos os seus membros, para contrastar a força da gravidade que o empurra para baixo, para alcançar as verdadeiras alturas e para deixar-se levar pelo ar.

Com esta comparação, Boaventura sugere que a grande esperança da fé não torna supérfluo o agir do homem, mas lhe permite, pelo contrário, adquirir a justa forma e a sua liberdade. Voar requer todas as nossas energias; mas é possível somente se nos entregarmos totalmente ao ar que nos circunda e que nos leva. Como o pássaro pode voar porque sabe ser leve, assim também o cristão será capaz de voar melhor se não der a si mesmo muito peso e, sobretudo, não se deixar esmagar pela força da gravidade dos pecados.

Relação entre fé e obras

Nesta mesma direção aponta uma imagem análoga utilizada por Martinho Lutero para esclarecer a relação entre fé e obras: "O Evangelho é como uma brisa fresca e delicada no grande calor do verão, é consolação na angústia da consciência. Mas não apenas a brisa do Evangelho deu refresco e consolação às nossas forças, nós não devemos permanecer indolentes, deitar e roncar; ou mesmo, quando o Espírito de Deus apaziguou, aquietou e consolou a nossa consciência, então devemos demonstrar também a nossa fé com as boas obras Deus nos mandou e indicou nos dez mandamentos". De fato quem, na fé, superou a atormentada preocupação pela própria salvação pode e deve assumir as preocupações dos homens e do mundo.

A mensagem da justificação do homem pela fé não nos divide como cristãos, mas nos une

Se tivermos em mente estas semelhanças, compreenderemos também porque o teólogo católico Otto Hermann Pesch, expert em Lutero, definiu a disputa desencadeada no tempo da Reforma sobre fé e sobre obras, como "a mais supérflua de todas as questões controversas".

A crucial mensagem da justificação do homem pela fé, redescoberta durante a Reforma, não nos divide como cristãos, mas nos une. E não deveria nos dividir nunca, não obstante isto tenha ocorrido por séculos, o demonstra também um testemunho que remonta a uma época que precede a abertura ecumênica da Igreja Católica durante o Concílio Vaticano II, ou seja, o testemunho de Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), que o Catecismo da Igreja Católica apresenta com o objetivo de explicar a própria interpretação da Doutrina da Justificação: "Ó meu Deus…, depois do exílio da terra, espero juntar-me a vós na Pátria. Mas não quero acumular méritos para o Céu, quero trabalhar só pelo vosso Amor. No fim desta vida, comparecerei perante vós de mãos vazias, porque eu não peço, Senhor, que tenhas em conta as minhas obras. Todas as nossas justiças têm imperfeições a vossos olhos. Eu quero pois revestir-me da vossa justiça e receber do vosso amor a posse eterna de vós próprio".

Não é por acaso que Santa Teresa tenha rejeitado a imagem tradicional da santidade, que vê o santo como um herói da virtude, como um "desportista" capaz de altíssimos desempenhos religiosos. Para ela, a santidade cristã não se realiza em algo de sensacional ou de heroico, mas vive no cotidiano sob o véu da discrição de uma fé não vistosa, assim que é a própria fé o conteúdo essencial da santidade.

Teresa está convencida de que a santidade consiste não tanto em exercícios e desempenhos religiosos, mas em uma atitude existencial de fundo, nutrida pela fé, na vida de todos os dias. Por isto, desviou o olhar das boas ações e das obras piedosas, anunciando e louvando, isto sim, com alegria, a graça de Deus. Ela sabia, de fato, que na vida da fé, no final das contas, tudo é graça e que nada é tão distante da existência cristã quanto a piedosa especulação sobre a recompensa celeste pelas obras boas: "Devemos fazer tudo o que podemos fazer, por amor a Deus, mas é indispensável, na verdade, colocar toda a nossa confiança no Único que santifica as nossas obras e que pode santificar-nos sem elas".

Mensagem plenamente cristã do "somente pela graça"

Esta é, nas palavras de uma Santa católica do final do século XIX, a doutrina da justificação pura. Teresa, de fato, não somente anunciou a mensagem plenamente cristã do "somente pela graça", mas a testemunhou com a sua própria vida. Esforçando-se por viver em tudo na graça de Deus, antecipou o entendimento ecumênico entre a Igreja Católica e as Igrejas nascidas da Reforma, e isto ocorreu na "pequena via" que ela percorreu, um caminho sobre o qual a 'sola fide' se reconcilia até mesmo com a 'sola caritate', e em primeira linha não com o amor humano, mas com o amor de Deus pelos homens.

Comemoração comum da Reforma impensável sem um consenso ecumênico sobre a Doutrina da Justificação

É um sinal promissor o fato de que este entendimento ecumênico de uma Santa esteja se realizando. Com isto, também a tradicional oposição entre piedade católica e piedade protestante foi superada, como demonstra o que escreve o grande teólogo protestante e mártir cristão do regime nazista, Dietrich Bohhoeffer, falando de uma conversa ocorrida com um pastor francês: "Nos havíamos perguntado sobre o que queríamos realizar, no fundo, com a nossa vida. Ele disse: quero me tornar um santo. Me tocou muito aquele momento. Todavia, discordei, dizendo mais ou menos: eu quero aprender a acreditar".

Se Dietrich Bonhoeffer tivesse conhecido Santa Teresa de Lisieux, provavelmente não teria mais visto uma contraposição entre o se tornar santos e aprender a crer, compreendendo que, para esta santa católica, o fulcro da santidade cristã é precisamente a fé.

Certamente, Teresa e Dietrich Bonhoeffer já chegaram a um acordo em relação a isto, no céu. A nós, em nossa vida e na nossa convivência ecumênica, permanece a tarefa de tirar as justas consequências deste belo testemunho de consenso ecumênico sobre a Doutrina da Justificação, também nas suas diversas perspectivas espirituais desenvolvidas nas várias tradicionais Confissões.

E isto podemos e devemos fazê-lo em particular em 2017, ano da comemoração comum da Reforma, comemoração que seria impensável sem um consenso ecumênico sobre a Doutrina da Justificação".

( L'Osservatore Romano - JE)

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Rei do Marrocos felicita Francisco

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Rabat (RV) - Entre as diversas felicitações enviadas ao Papa Francisco por ocasião do quarto aniversário de seu Pontificado, está aquela do Rei do Marrocos Mohammed VI, Amir Al-Mouminine. 

Nesta mensagem, o Soberano manifesta a Sua Santidade "suas calorosas felicitações e seus melhores votos de saúde e felicidade", desejando a Francisco "sucesso em sua elevada missão na difusão de valores humanos nobres".

No contexto das relações históricas que ligam o Reino de Marrocos e a Cidade do Vaticano - baseadas na sólida amizade, a mútua estima e a fé nos valores comuns de paz, justiça, tolerância e diálogo inter-religioso e intercultural - o Rei reiterou a sua firme determinação em trabalhar em conjunto com sua Santidade o Papa Francisco para a consagração destes valores e o apoio aos esforços na resolução pacífica dos conflitos e a promoção do desenvolvimento integral e sustentável, e serviço da humanidade. (JE)

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Um dia histórico: anglicanos celebram Vésperas na Basílica de São Pedro

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Cidade do Vaticano (RV) - "As divergências não podem nos impedir de reconhecer-nos reciprocamente irmãos e irmãs em Cristo". Os cinquenta anos de diálogo entre a Igreja Católica e a Igreja Anglicana foram comemorados com a celebração das Vésperas na Basílica de São Pedro, presididas pelo Arcebispo anglicano David Moxon (Diretor do Centro Anglicano de Roma), acompanhado pelo Coral do Merton College de Oxford.  

A homilia esteve a cargo do Secretário da Congregação para o Culto Divino, Arcebispo Artur Roche, que destacou as importantes maneiras pelas quais o Papa São Gregório, servo dos servos de Deus, pode guiar as relações entre as duas Confissões.

A celebração assume dimensões históricas, pois,  pela primeira vez, anglicanos celebraram suas Vésperas na Basílica de São Pedro, precisamente no dia em que se comemorava o quarto aniversário de Pontificado de Francisco.

Um acontecimento "particularmente significativo para as boas relações entre a Igreja Católica e a Comunhão anglicana", na conclusão dos festejos pelos 50 anos de restabelecimento do diálogo, quando em 23 de março de 1966 Paulo VI encontrou o Arcebispo anglicano Michael Ramsey.

São Gregório Magno

De fato, a celebração foi realizada em homenagem a São Gregório Magno no dia mais próximo de seu antigo dia de festa. São Gregório foi o Papa que enviou Santo Agostinho à Inglaterra para evangelizar os anglo-saxões e que acabou tornando-se o Patrono não-oficial dos mais recentes intercâmbios ecumênicos entre a Igreja Anglicana e Católica Romana. Sua férula foi enviada a Cantuária como um gesto de apoio ao Encontro de Primazes realizado em janeiro de 2016. E o Papa Francisco presenteou o Arcebispo Justin Welby com um báculo entalhado em madeira, durante encontro em outubro, no Vaticano.

Músicas

As músicas foram cuidadosamente escolhidas para refletir esta ocasião histórica. A celebração foi intercalada por motetes escritos por William Byrd (c.1539 / 40-1623), um católico romano que trabalhou para a Igreja da Inglaterra, inicialmente como organista da Catedral de Lincoln e, em 1572, quando retornou para Londres, na Capela Real. A celebração foi aberta com o “Prevent us, O Lord”, palavras do Livro da Oração Comum e concluída com Justorum animae, que vem do católico romano 'Proprio para a Festa dos Santos', publicado no Gradualia 1605.

O último hino, durante o qual a procissão fez o seu caminho para o túmulo de São Gregório, foi o grande  "A tua mão, ó Deus, tem guiado". O último verso resume muito do sentimento que marcou a celebração em São Pedro, com anglicanos e católicos louvando a Deus juntos, de uma maneira que poucos poderiam pensar fosse possível até um ano atrás:

"Tua misericórdia não nos faltará, nem deixe seu trabalho desfeito; com a tua mão direita para nos ajudar, a vitória será ganha; e então, por homens e anjos, teu nome será adorado, e este será o seu hino, uma Igreja, uma fé, um Senhor"

Francisco e Justin Welby

No contexto destas celebrações, recorda-se que em 5 de outubro de 2016, o Papa Francisco e o Primaz da Igreja Anglicana, Justin Welby, celebraram lado a lado as Vésperas na Igreja romana dos Santos André e Gregório.

"As divergências mencionadas não podem nos impedir de nos reconhecermos reciprocamente irmãos e irmãs em Cristo em razão do nosso comum Batismo. Também nunca deveríamos abster-nos de descobrir e de alegrarmo-nos na profunda fé cristã e na santidade que encontramos nas tradições dos outros. Estas divergências não devem levar-nos a diminuir os nossos esforços ecumênicos”, escreveram o Papa e o Arcebispo de Cantuária na Declaração Comum assinada na ocasião. "O mundo deve nos ver testemunhar, no nosso trabalhar juntos, esta fé comum em Jesus".

Já em 26 de fevereiro, Francisco tornou-se o primeiro Pontífice a entrar na Igreja anglicana de Todos os Santos, centro de Roma. Na ocasião o Papa abençoou um ícone de Jesus e explicou:  "Católicos e anglicanos, somos humildemente agradecidos porque, depois de séculos de recíproca desconfiança, somos agora capazes de reconhecer que a fecunda graça de Cristo atua também nos outros. Agradeçamos o Senhor porque entre os cristãos cresceu o desejo de uma maior proximidade, que se manifesta no rezar juntos e no testemunho comum ao Evangelho, sobretudo por meio das várias formas de serviço. Às vezes, o progresso no caminho rumo à plena comunhão, pode parecer lento e incerto, mas hoje podemos nos encorajar por este nosso encontro". (JE)

 

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Igreja no Brasil



Cardeal Sergio da Rocha participou de homenagem à CF 2017

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Brasília (RV) - A Campanha da Fraternidade 2017 foi homenageada na manhã desta segunda-feira, 13, durante uma Sessão Solene na Câmara dos Deputados. Com o Tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), a Campanha deste ano busca alertar a população para os cuidados com o meio ambiente, em especial os biomas brasileiros.

Representando a Igreja do Brasil estavam presentes o Cardeal Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Bispo auxiliar de Brasília e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner e o Padre Luis Fernando da Silva, que é coordenador da Campanha da Fraternidade 2017.

Sessão Solene

A Sessão Solene que aconteceu no Plenário Ulysses Guimarães, foi solicitada pelos deputados: Roney Nemer (PP/DF), Nelson Pellegrino (PT/BA), Alessandro Molon (Rede Sustentabilidade/ RJ), Izalci Lucas (PSDB/DF), Vicentinho (PT/SP), Carlos Zarattini (PT/SP) e Luiz Couto (PT/PB).

Entre os deputados presentes, foi unânime a fala sobre a importância da Campanha da Fraternidade para o Brasil, que há mais de 50 anos aborda temas de grande relevância para o bem estar da sociedade civil e valorização da vida humana sob o olhar doutrinal da Igreja.

Importância dos Biomas para a vida dos seres humanos 

Com a palavra, Dom Leonardo agradeceu a oportunidade de expor o tema da Campanha na “Casa do Povo”. O Secretário-geral falou da importância dos Biomas para a vida dos seres humanos e explicou o real sentido da Campanha deste ano, que quer aprofundar na questão da vida e do cuidado e atenção na preservação dos Biomas naturais.

Dom Leonardo aproveitou o ensejo para salientar às autoridades dos poderes públicos o quão importante é criar políticas públicas de preservação dos Biomas, e deu como exemplo o próprio Bioma Cerrado, no qual, por falta de preservação está sendo destruído e já vem dando sinais do seu desgastes, como por exemplo, na falta de água.

Que esta campanha ajude abrir os nossos olhos

“A falta d’água não é apenas porque não chove. Os rios aéreos não chegam mais ao cerrado porque não tem mais como chegar: estamos eliminando as matas, o cerrado. É importante que nesta casa legislativa este bioma também seja protegido. Faço um apelo aqui para que o nosso bioma cerrado possa ser melhor cuidado,  melhor preservado.  Que esta campanha ajude abrir os nossos olhos e principalmente os nossos corações para que a nossa casa seja um lugar para o convívio de todos”, finalizou Dom Leonardo.

Já o padre Fernando, agradeceu a oportunidade e em especial, a todos que ajudaram na realização da Campanha da Fraternidade, desde aqueles que ajudaram na elaboração dos subsídios mas também, por todas as iniciativas espalhadas pelo Brasil para que a Campanha chegue em todos os lugares, até aqueles mais remotos.

Homenagem à Campanha

Ao final da Sessão, o Cardeal Dom Sergio da Rocha também agradeceu a abertura da Casa para a homenagem à Campanha. Dom Sergio explicou que a Campanha nos convida a não só conhecer mais sobre os Biomas do Brasil, mas também a conscientizar sobre a real colaboração de cada um na preservação desses ambientes.

Referindo-se à mensagem do Papa Francisco que foi transmitida ao Brasil pelo lançamento da Campanha da Fraternidade, Dom Sergio destacou a valorização dos povos originais, em especial, os povos indígenas, “devemos defender a vida e cultura desses povos”.

O cardeal também pediu uma maior participação dos poderes públicos na criação de ações de preservação dos Biomas, além de criação de leis de proteção ambientais mais incisivas e diretas. A Sessão foi encerrada com o Hino e clipe da Campanha da Fraternidade 2017. (SP)

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Igreja na América Latina



Arcebispo equatoriano pede a presidenciáveis diálogo e respeito

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Quito (RV) - “Não basta vencer as eleições, é importante saber governar. Isso requer algumas atitudes como a proximidade, a escuta e o serviço, independentemente da nossa posição política ou religiosa.”

Foi o que escreveu o arcebispo de Guayaquil, Dom Luis Gerardo Cabrera Herrera, numa carta dirigida aos candidatos no segundo turno das eleições presidenciais no Equador.

Convite ao diálogo e ao respeito entre os candidatos

Na carta, da qual fala o jornal vaticano L’Osservatore Romano citando a agência Fides, o prelado exorta os candidatos ao respeito e ao diálogo durante a campanha eleitoral iniciada dias atrás.

“A proximidade torna possível às autoridades a partilha com nosso povo, em particular, com os mais vulneráveis. A escuta nos permite descobrir aquilo que as pessoas vivem, querem e esperam; e não exatamente aquilo que gostaríamos de ouvir.”

Considerar o poder como serviço. Colocar os excluídos no centro

“O serviço é o princípio guia de todo projeto e programa social, político ou econômico”, prossegue a carta. Segundo o arcebispo, se se considera o poder como serviço se impede a manipulação dos pobres.

“Os excluídos não são objetos, mas sujeitos e protagonistas da própria sorte. Esta convicção requer o reconhecimento, o respeito e a promoção”, conclui o arcebispo de Guayaquil. O segundo turno das eleições presidenciais está previsto para 2 de abril próximo. (RL)

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Igreja no Mundo



Conferência Episcopal Suíça discute pastoral da imigração

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Cidade do Vaticano (RV) – Nos dias 7 e 8 de março foi realizada em Mariastein, a Assembleia plenária da Conferência Episcopal Suíça. Os temas centrais do evento foram: o futuro da pastoral dos imigrantes na Suíça; a participação das igrejas suíças nas comemorações do 500° aniversario da Reforma; e os preparativos do próximo Sínodo Ordinário dos Bispos sobre os jovens.

Presença de imigrantes

O estudo da renovação pastoral dos imigrantes é um tema de grande importância para a Igreja Católica local, pois considera-se que um terço dos imigrantes no país, seja católico. Os bispos estudam o fortalecimento e a modernização da pastoral dos imigrantes para enfrentar os desafios. O projeto é liderado pela Conferência Episcopal Suíça, com a colaboração da Conferência Suíça Roman Catholic Central, e se baseia numa reflexão preparatória de um grupo de trabalho presidido por Dom Jean-Marie Lovey, que apresentou à Assembleia os resultados de uma pesquisa sobre a situação atual da pastoral dos imigrantes no país.  

Outra questão discutida na Assembleia, foram os preparativos para a participação na celebração dos 500 anos da Reforma. Para essa ocasião será realizada uma exposição, “As portas da liberdade” - em Wittenberg, Alemanha, de 20 de maio a 10 de setembro de 2017. Ali haverá um pavilhão ecumênico com participação da Federação Suíça das Igrejas Protestantes.

Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens

Ainda foi discutido no encontro sobre o próximo Sínodo dos Bispos de 2018, que terá por tema “Os jovens, fé e discernimento vocacional”. Na ocasião, os bispos receberam instruções para coordenarem os preparativos para o evento. Eles também  responderam um questionário elaborado pela Secretaria Geral do Sínodo, em colaboração com os serviços do ministério da juventude e das associações e movimentos juvenis.

Após a Assembleia os bispos se reuniram em Berna para uma coletiva sobre “Amoris Laetitia”, Exortação apostólica do Papa Francisco, publicada em 19 de março de 2016. O objetivo do encontro, realizado a portas fechadas com a participação de alguns especialistas, foi incentivar a aplicação das informações do documento papal. (MD)

 

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Gregoriana: "Cristãos unidos diante de um mundo esfacelado"

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Roma (RV) - Poucas semanas após a conclusão do Simpósio "Lutero e os Sacramentos" - e no âmbito das comemorações ecumênicas dos 500 anos da Reforma - o Dies Academicus da Pontifícia Universidade Gregoriana desta quarta-feira, 15 de março, tratará do tema "Cristãos unidos diante de um mundo esfacelado".

Após a reflexão iniciada pelas unidades acadêmicas em sessões separadas, a comunidade universitária se reunirá às 11 horas na Aula Magna para a lectio magistralis, confiada excepcionalmente este ano ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch e ao Bispo da Igreja Evangélica Luterana de Schaumburg-Lippe, Dr. Karl-Hinrich Manzke, também responsável pelas relações entre luteranos e católicos na Alemanha.

O Bispo Manzke é responsável pelo cuidado pastoral dos policiais estatais, serviço que o levou a acompanhá-los em diversas missões no exterior.

Ao assumir com seriedade a preparação da comemoração da Reforma, Manzke decidiu em 2016 vir a Roma para viver uma experiência de partilha da vida espiritual dos católicos. Assim, por seis semanas viveu na comunidade dos padres jesuítas da Pontifícia Universidade Gregoriana, estudando a língua italiana e participando da oração comum.

"Entrou no nosso ritmo com grande naturalidade e simplicidade", conta o Pe. Feliz  Körner, professor de Teologia do diálogo religioso e coordenador do Atelier ecumênico junto à Faculdade de Teologia da Gregoriana.

Os pronunciamentos serão em italiano. (JE)

 

 

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Alemanha: luteranos e católicos avançam no caminho ecumênico

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Berlim (RV) - No sábado, 11 de março, mais uma celebração histórica no caminho ecumênico entre católicos e luteranos. A Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) e a Igreja Católica alemã participaram de uma liturgia penitencial e de uma oração de reconciliação comum na Michaeliskirche, de Hildesheim, na Baixa-Saxônia.

Presentes, entre outros, o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristão, Cardeal Kurt Koch, a Chanceler alemã Angela Merkel e o Secretário Geral do Conselho Ecumênico de Igrejas (CEC), Olav Fykse Tveit.

A iniciativa insere-se na construção de um caminho ecumênico sempre mais sólido, que pretende relegar aos livros de história as divisões e incompreensões do passado. A cerimônia foi presidida pelo Cardeal Reinhard Marx, Presidente da Conferência Episcopal alemã e pelo Bispo Heinrich Bedford-Strohm, Presidente da Ekd.

"Este é um momento de verdade e um passo decisivo rumo à unidade", afirmou Tveit em sua mensagem lida dentro da Igreja de São Miguel, Patrimônio da Unesco e lugar símbolo da convivência entre católicos (beneditinos, em particular) e luteranos, desde 1542, ano em que a cidade de Hildesheim aderiu à Reforma.

O Secretário da CEC citou a clássica passagem do Evangelho de João 17, 21: "Para que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, também eles sejam um, para que o mundo creia que tu me enviaste", para reiterar que "as Igrejas cristãs na Alemanha testemunharam esta verdade do amor de Deus a partir do final do segundo conflito mundial, das confissões das culpas que as levaram a buscar a comunhão dentro do Conselho Ecumênico das Igrejas. Mais tarde, contribuíram e tornaram possível o percurso de reconciliação quer na Alemanha como no resto da Europa, percurso que culminou com a queda do Muro de Berlim".

O Cardeal Marx, por sua vez, falou de "um dia de alegria, exemplo de convivência na reconciliação", enquanto o Bispo Bedford-Strohm falou de um momento histórico, "um novo início para um percurso que una e não separe mais".

Também tomaram parte na celebração o Presidente da República Federal alemã, Joachim Gauck, ex-pastor protestante, cujo mandato se concluirá em 18 de março, e que cujo sucessor será Frank-Walter Steinmeier, evangélico comprometido, e Norbert Lammert, o Presidente do Parlamento alemão.

(JE/riforma.it)

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Síria: trabalho infantil, a sobrevivência das vítimas da guerra

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Cairo (RV) - O trabalho infantil e a prostituição se tornaram os meios de sobrevivência das vítimas do conflito na Síria, que nesta quarta-feira completa seis anos: foi o que denunciou nesta segunda-feira a ONG internacional Ação contra a Fome (AAH).

“A maioria dos deslocados e refugiados já esgotaram seus mecanismos imediatos de adaptação (...) e nossas equipes nos contam como no último ano criaram recursos extremos de sobrevivência", afirmou o responsável para o Oriente Médio da organização, Jean Raphael Poitou, em comunicado.

O desespero das vítimas

O desespero fez com que as vítimas do conflito sírio não tivessem outra saída a não ser o trabalho infantil, a exploração no trabalho, o casamento precoce e a prostituição, explicou Poitou.

O membro da ONG lembrou, além disso, que o acesso a algumas áreas na Síria continua sendo "um desafio humanitário", já que cerca de "cinco milhões de pessoas estão em zonas fora de nosso alcance".

O país precisa de ajuda para 13,5 milhões de pessoas

Por sua vez, o Diretor de relações institucionais da AAH, Manuel Sánchez-Montero, apontou que o país árabe "precisa de ajuda" para 13,5 milhões de pessoas, sendo quase metade crianças, e de maneira "urgente" para 5,6 milhões, com o objetivo de "suprir suas necessidades básicas", e isso só "dentro da Síria".

Montero também indicou que durante a guerra "os atores e as zonas do conflito evoluíram, mas o sofrimento da população continua" e o número de pessoas que saíram do país no ano passado se estabilizou devido a "menor permeabilidade das fronteiras vizinhas".

Pedido à comunidade internacional 

A ONG fez um pedido à comunidade internacional a fim de que as partes em conflito "respeitem o direito internacional humanitário, facilitem o acesso às ONGs e que estas usem os recursos disponíveis com a máxima eficiência, e que os países doadores efetuem o pagamento dos fundos prometidos".

De fato, as verbas para a Síria em 2016 eram de US$ 3,18 bilhões, e para 2017, de US$ 3,4 bilhões, dos quais até o momento foram financiados apenas 3,1%, de acordo com os números da organização.

Após seis anos de guerra, nos quais, segundo AAH, 470 mil pessoas morreram, a ONG continua trabalhando no país árabe com serviços de água, saneamento, ajuda alimentícia e apoio a veículos de imprensa. (SP-EFE)

 

 

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Formação



Piquiá de Baixo: cada conquista é uma pequena vitória

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Cidade do Vaticano (RV) – Prosseguimos o nosso relato sobre o caso Piquiá de Baixo, no estado do Maranhão. Com aproximadamente 1.100 residentes, o bairro é cortado pela Estrada de Ferro Carajás (EFC) e suas famílias continuam sonhando em se mudar para um lugar onde o ar seja respirável e não poluído pelas usinas de aço e ferro que circundam suas casas.

O Piquiá é mais um entre mais de cem grupos humanos, de diferentes etnias, costumes e tradições – habitantes de cidades ou camponeses, indígenas e quilombolas – afetados pela violenta implantação da indústria mineradora nas regiões norte e nordeste do país. Mas, diferentemente da maioria dos casos, a comunidade do Piquiá de Baixo tem conquistado vitórias expressivas.

O processo contra o governo, levado a cabo pela comunidade há mais de 10 anos, já teria sido aprovado pela ex-Presidente Dilma Roussef, só que até agora, as verbas para o reassentamento não saíram. As empresas siderúrgicas prosseguem suas atividades poluidoras, as casas sendo invadidas pelo pó de ferro e as pessoas respirando os gases nocivos emitidos pelas siderúrgicas.

Joselma Alves de Oliveira, representante da comunidade, nos fala hoje sobre os andamento deste processo. Ouça

“A gente não teve só perda de qualidade de vida; tivemos perdas de vidas, pessoas de nossas famílias que morreram devido a este processo de produção do ferro-gusa e da mineração, porque se há guseiros no nosso Estado, na nossa cidade e no nosso bairro.. é porque alguém está fornecendo este produto, e é a Vale”..

“Nesta luta, muitas vezes a guseiras tentaram desqualificar a nossa comunidade, dizendo que nós chegamos lá depois, que nós invadimos a área... mas nós temos provas de que em 80 não tinha nem asfalto lá... isto contradiz o que dizem. Nossa história fala mais alto do que as colocações deles... às vezes a gente se pergunta como é que alguém tem a audácia de contar a nossa história. Mas uma de nossas armas é a nossa própria história”.

“Nós nos organizamos, encontramos a área, foi feita uma desapropriação por interesse social, o dono foi ressarcido pela área. Hoje temos um terreno, fizemos um projeto urbanístico participativo. Não foi o governo e nem as empresas que o fizeram, foi a própria comunidade que com os parceiros contatou os arquitetos. Em fevereiro entregamos a última parte do projeto de execução de obras, o nosso projeto técnico-social também está nos últimos ajustes. Assinamos um contrato com a Presidente Dilma, em Brasília. Temos alguns receios por causa da mudança de governo... com a crise pode demorar mais para liberar as verbas”.

“É um projeto que vai se pontuando, e quando a pontuação é máxima você consegue o máximo de investimento. Foi falado em reuniões que o nosso passaria até da média destas qualidades porque graças aos nossos assessores foi bem feito... é um projeto que no futuro, já ouvimos falar de pessoas da própria Caixa que é um projeto que pode servir como referência para outras comunidades que vivem por aí fora, impactadas. Se uma comunidade se organizar, ela pode conseguir seus objetivos”.

“Às vezes as pessoas falam assim ‘ah, mas vocês vão lutar contra eles, eles têm dinheiro, são fortes, têm toda uma estrutura... quem está nos impactando são eles, eles que têm que fazer reparações... Não é fácil, é muita luta, mas a gente tem que conseguido provar que se nos organizarmos e lutarmos realmente, coletivamente se consegue”. 

(CM)

 

 

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Mortes relacionadas ao tabaco podem subir para 8 milhões por ano

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Cidade do Vaticano (RV) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) revela num estudo recente divulgado no início deste ano que são essenciais algumas medidas para reduzir o fumo. 

O novo relatório avalia os custos para a saúde e para a economia ligados ao aumento do total de fumantes no mundo.

Segundo a OMS, atualmente 6 milhões de pessoas morrem todos os anos de complicações ligadas ao tabaco. Num relatório divulgado recentemente, em Genebra, na Suíça, a agência da ONU revela que o total de mortes pode subir para 8 milhões por ano, até 2030.

Para que isso não aconteça, são necessárias medidas para reduzir o uso de cigarros e outros produtos derivados do tabaco. As pessoas nos países em desenvolvimento são as que correm mais risco de morte. Mais de 80% das vítimas do tabaco serão de países em desenvolvimento.

A OMS destaca que os custos econômicos do tabaco ultrapassam US$ 1 trilhão por ano, em gastos com saúde e perdas na produtividade.

Além disso, 15% dos gastos públicos no setor da saúde em países de renda alta estão ligados ao fumo. Mas em nações em desenvolvimento, o uso de tabaco está aumentando porque o poder de compra da população está crescendo.

A OMS destaca também que as propagandas da indústria do cigarro continuam influenciando as pessoas. De acordo com a agência da ONU, somente agora é que os países de rendas baixa e média estão se preocupando com medidas de controle do uso do tabaco.

Mas a OMS nota que mesmo em nações onde essas medidas já estão em vigor, a produção de cigarros e de outros produtos similares não está diminuindo.

(MJ/OMS)

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